• Nenhum resultado encontrado

Análise do conhecimento e das concepções sobre saúde oral de alunos de odontologia: avaliação por meio de mapas conceituais.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Análise do conhecimento e das concepções sobre saúde oral de alunos de odontologia: avaliação por meio de mapas conceituais."

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

Cad. Saúde Púb lic a, Rio d e Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

Análise do conhecimento e das concepções

s o b re saúde oral de alunos de odontologia:

avaliação por meio de mapas conceituais

Analysis o f de ntal stud e nts’ kno wle dg e

and c o nc e p ts in o ral he alth: e valuatio n

b y co nce p t maps

1 La b o ra tório d e Te c n o l o g i a s C o g n i t i va s , N ú cleo d e Tecn olo gia Ed u cacion a l p a ra a S aú d e, Ce n t ro d e Ciên cias d a Sa ú d e, Un i v ersid a d e Fe d e ral do Rio d e Ja n e i ro. Av. M a rech a l Tro m p ow s k i s / no, b l oco A, sa la 26, Cid a d e Un i ve r s i t á r i a , Ilh a d o Fu n d ã o, Rio d e Ja n e i ro, R J 2 1 9 4 9 - 9 0 0 , Bra s i l . m c h i n e r @ n u t e s . u f r j. b r r i c c i a rd i @ n u t e s . u f r j. b r 2 La b o ra tório d e Ge n é t i c a Hu m a n a , D e p a rt a m en t o de Ge n é t i c a , In st it u t o d e Bi o l o g i a , Ce n t ro d e Ci ê n c i a s d a S aú d e, U n i ve r s i d a d e Fe d e ra l d o R io d e Ja n e i ro. Av. M a rech al Tro m p ow sk i s / no, b loco A, sal a 67, 2oa n d a r, Ci d ad e Un i ve r s i t á r i a , Ilh a d o Fu n d ã o, R io d e Ja n e i ro, RJ 2 1 9 4 9 - 9 0 0 , Bra s i l . v i e i ra @ a c d . u f r j. b r M iria m St ru ch i n er 1 Al ex a n d re Re z en d e Vi e i ra 2 Regin a Ma ri a Vi e i ra Riccia rd i 1

Abst ract Th is st u d y sou gh t t o a n a lyz e sen io r d e n t a l st u d en t s’ c o g n i t i ve st ru ct u re con cern in g t h e t op i c of “e n a m e l ”, w h i ch is fu n d a m en t a lly im p ort a n t for u n d erst a n d in g ora l h ea lt h , sin ce it of f ers b a si c sci en t i f i c co n cep t s f o r cli n i ca l a n d p re ve n t i v e p ra ct i ces a n d i s t h e m a i n su bj ect of s e ve ra l cou rses d u rin g d en t ist ry t ra i n i n g . Th e st ra t e gy u sed t o a n a lyz e st u d en t s’ c o g n i t i ve st ru c-t u res w a s N o v a k ’s Con ce p c-t M a p s , ba sed o n Au s u b e l ’s M e a n i n gf u l Le a rn i n g c-t h eo ry. An a lysi s of s t u d e n t s’ m a p s a llow ed for a st u d y of st u d en t s’ c o g n i t i v e st ru ct u re a n d con cep t s con cern in g ora l h e a l t h . It a lso fost ered a d i agn osis of st u d en t s’ k n ow ledge i n seve ra l im p ort a n t a sp ect s of sci en -t i f i c a n d p ro f essi o n a l -t ra i n i n g . T h e resu l-t s h i gh li gh -t ed -t h e n eed f or re-t h i n k i n g -t h e -t ea ch i n g/ lea rn in g p rocess in den t ist ry t ra i n i n g .

Key w ords H ea lt h Ed u c a t i o n ; D en t a l Hea lt h Ed u c a t i o n ; Ed u ca t io n a l M e a s u re m e n t ; D e n t a l St u d e n t s

Resumo O objet ivo in icia l d est e t rab a lh o fo i a p reen d er a est ru t u ra cogn it iva d e alu n os do ú lt i-m o a n o (sét ii-m o p erío d o) d o cu rso de gra d u a çã o ei-m o d on t olo gia d a U FRJ ei-m rela çã o à t ei-m á t ica d o esm a lt e. Essa t em á t i ca é d e fu n d am en t a l i m p o rt â n cia p a ra a com p reen sã o d a sa ú d e o ra l , n a m ed i d a em qu e o f erece con cei t o s cien t í f ico s i m p o rt a n t es e f u n d a m en t a is p a ra o ex e rcí ci o d a p rá t ica clí n ica e p re ve n t i va , bem com o p o r ser ob jet o d e est u d o em v á ri a s d iscip lin a s a o lo n go d o cu rso d e Od o n t o l o g i a . Pa ra a a n á lise d a est ru t u ra cogn it iva , u t i l i z ou se a est ra t égi a d e m a -p as co n ceit u a is -p ro -p ost a -p or Nov a k e fu n d am en t ou -se n a t eoria d a A-p ren d iz a gem Si g n i f i c a t i va , d e Au s u b e l . A a n á lise d os m a p a s ela bo ra d o s p elos est u d a n t es p o ssi bi lit ou u m est u d o n ão só so -b re a est ru t u ra cogn i t i v a e a s con cep çõ es so -bre sa ú d e o ra l d os a lu n os, com o t a m -b ém p erm it iu u m di a gn óst ico d o con h eci m en t o em d iversos asp ect os re l e va n t es à form ação cien t ífica e p ro f i s-s i o n a l , ap on t a n d o p a ra a n eces-ss-si da de d e s-se rep en s-sa r o p ro ces-ss-so en s-sin o-a p ren d iz a gem n o s-s cu rs-sos-s d e Od o n t o l o g i a .

(2)

STRUC HINER, M.; VIEIRA, A. R. & RICC IARDI, R. M. V. 5 6

Cad. Saúd e Públic a, Rio d e Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999 I n t ro d u ç ã o

A saúde oral e a formação do odont ólogo no Brasil

No Brasil, a p artir dos an os 60, a ed ucação m é-d ica au m en tou sign ificativam en te em q u an ti-d a ti-d e, com p erti-d as re l e va n tes ti-d a q u a liti-d ati-d e ti-d a f o rm açã o (Si l va, 1987). Essa exp a n são, q u e n a p rática du p licou o n ú m ero d e cu rsos de Me d i-c in a, n ão teve q ua lq ue r re p e ri-cussã o fa vo r á ve l n o aten d im en to à saú de. Mu itas escolas fora m c riadas sem dispor de recursos hum an os e m a-t e riais suficien a-tes ( Ja a-t e n e, 1987). A realidade d a ed uc ação od on tológica ap resen ta u m p ara l e l o com a edu cação m édica. Assim com o n a Me d cin a, a qu eda n a q ualidad e d o en sin o é re f l e t i-d a n a q ualii-d a i-de i-d os i-d en tistas form a i-d o s, u m a vez q u e o n ú m ero d e esc ola s d e Od o n t o l o g i a n o Brasil já ultrap assa cem !

V á rios m ovim en tos su rg i ram p a ra d isc u tir um a reform a curricular visan do ap roxim ar m a i s o d e n tista , q u e a ssiste u m a p a rt e m ín im a d a p op ulação que tem acesso ao con sultório o d o n -t o l ó g i c o, da realidade n acion al. Um desses m o-v i m e n t o s, a In t e g raç ão D o cen t e-Assisten cial ( Red e ID A), foi d efin id o com o a e st ra tégia d e associação d a s p rá tic as d e en sin o, p esq u isa e assistên cia, tra n s f o rm an do a educação dos p ro-fission ais d e saúd e em u m m eio efetivo de for-m ar p rofission ais ad eq uad os ao seu afor-m b ien te d e t ra b alh o (ABEM , 1983). Ou t r o m od elo q u e p ro c u rou d ar con ta d essa s q u estões, em n íve l c u r ri c u l a r, foi o Problem based-lea rn in g( Ap re n

d iza d o b a sead o em p rob lem as) qu e, va l e n d o se de p rob lem as relac ion ados à saú d e oral, in -c e n t i va o d esen vo l v i m e n t o, p e los a lu n o s, d e so lu ç ões (d iagn ósticos e in ter ven ções) in serid as n a re aliseridaserid e em q ue os casos são ap re s e n -t a d o s, in -tegran do fen ôm en os e ach ados de di-f e ren tes cam p os de saber (Wilson , 1996).

Os aspe ctos técn ico-cien tífico-assisten ciais d as p rofissões d e saú d e, e esp e cificam en te d a saú d e o ra l, d eve ria m ser eq u ilib rad os d e n tro d a p rát ica d o en sin o, n ã o h aven d o m ais um a p red om in ân cia ou u m a p referên cia p ela sup e-re sp e cia lizaçã o téc n ic a. O cu r rícu lo d eve ri a p ro m ove r, p ort a n t o, um a ap roxim ação en tre os con ceitos cien tíficos básicos e a p rática clín ica e esta d eve ria va l o r izar a solu ç ão d o s p ro b l e-m as d a p op u lação, d en tro d e u e-m a p ersp ectiva realista.

Ap esar de h oje o cur ríc ulo de Od o n t o l o g i a e sta r d esen h ad o p ar a favo recer essas ap r ox i-m a ç õ e s, su a ap lica ção ain d a ap re sen t a u i-m a t en d ên c ia p a ra o d ist an c ia m en to, com a p erp etuação de u m a va l o rização dos erp ro c e d i m e n -tos técn icos, d e form a totalm en te afastad a d as

n ecessid ad es e d a realid ad e d a p op u la ção, a s-sim co m o d o s co n ce it os b á sico s. Is s o, p rova-ve l m e n t e , é re f l e xo d e c om o os estu d an t es c o m p reen d em a p rofissão od on tológica d esde o in ício d o curso, reforçado p elo en foq ue d ad o p or m uitos pro f e s s o re s.

Definição do pro b l e m a

Essa situ ação e ou tros asp ec tos re l e va n te s à f o rm aç ão p ro fissio n al foram con sta tad os em estu do recen te realizad o com alu n os d o cu rso d e Od on to lo gia d a Fa cu ld a d e d e Od o n t o l o g i a d a Un i ve rsid ad e Fe d e r al d o Rio d e Ja n e i r o – UFRJ. No in ício d a d iscip lin a d e Od o n t o p e d i a -t ria, foi fei-ta u m a an á lise do con h ecim en -to d e um a tu rm a de alu n os do sétim o p eríod o sob re o te m a esm a lte, c om o ob jetivo d e in tro d u z i r de for m a sistem ática u m a in ovação n o en sin o e acom p an har a su a im p lan tação.

A in ovação con sistiu em oferecer com o m a i s um recu rso de en sin o-ap ren dizagem um siste-m a h ip er siste-m íd ia co siste-m o títu lo Es m a l t e : A Po rt a de En t rad a d o De n t e( St ru c h i n e r, 1998), d es e n -vo lvid o d e fo r m a a c on trib u ir p a ra m u d an ças q u a l i t a t i vas n o en sin o d a Od on tologia. Hi p e r -m ídia é u-m siste-m a co-m p utad orizado qu e p er-m it e a c on st r u çã o e o a c e sso a in fo rer-m a ç õ e s o rgan izad as d e form a n ão lin ear. Con siste em blocos d e in form ação (n ós) sob re um d eterm in a d o d om íin io, iin terliga d os p or m eio d e p ala -v ra s - c h a -ve (h o tw o rd s) n o t ext o. Do p on to d e vista d e su a e st ru t u ra ló gica , a hip erm íd ia é um a red e sem ân tica on d e um a série de con cei-tos estão associados. O leitor/ usu ár io p od e, as-sim , p erc o r rer o con teú d o d e acordo com su as op ções e n ecessidades de relacion ar con ceitos, se lec io n an d o as p ala vra s - c h a ve c on t id a s n o texto e con str uin do sua p róp ria rede de con he-cim en tos sobre o con teúdo estudado (Jon ass e n , 1996; Kom m ers et al., 1996). O in teressan te so-b re esse tip o d e estru t u ra n ã o lin ea r e o se u p rin cip al d esafio p ara o p rocesso ed u c ativo é exa tam en te a p ossib ilid ad e d e o s alu n os p erc o r re re m d ife ren t es erc a m in h o s n a a p re n d i z a -gem , con fo rm e as relaç ões sem ân tic as e asso-ciaç õ es m en t ais p or e les co n st ru í d a s, p er m i-tin do tam bém a apren dizage m p or d escoberta.

(3)

o-Cad. Saúd e Púb lic a, Rio d e Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

logia , Ciru rgia e Rad iologia n o segun d o; De n -tíst ic a, Estom atologia e Od on t ologia Soc ia l e Pre ve n t i va n o terc e i r o e Od o n t o p e d i a t ria n o q u a rt o, a lém d e exp eriên c ia s d ur a n te t od a a p rática d a clín ica d o cu rso.

A estru t u ra h ip erm ídia e a p roblem ática do tem a esm alte n o âm b ito d o cu rrículo desp ert a-ram in ter esse p ara im p lem en ta r in ovaç ões e an a lisar su a s con trib u içõe s em d iferen t es asp e ct os e n vo lvid os n o asp r oc esso e d u ca tivo, in -c l u s i ve n o -con he-cim en to d os estu dan tes.

Dessa form a, era n ecessário q ue o con h eci-m en to do s alu n o s fosse ava liad o p re v i a eci-m e n t e à in t r od u çã o d a in ova ç ã o, n o c a so, o siste m a

Es m a l t e : A Po rt a d e En t ra d a d o De n t e, e q u e a

m etodologia de avaliação fosse com patível c o m os p ressup osto s ed u ca tivo s q u e n o rt e a ram a p rop osta e a estru t u ra d e con h ecim en to viab ilizada p ela h ip erm íd ia. Com o a h ip erm ídia en -fatiza a in terco n ectividad e en tre con ceitos e a c o n s t ru ç ão d o c on h ec im en to p elo e stu d an te, op to u -se p e la elab or açã o d e m ap as con c ei-tuais (Novak & Gowin , 1984; Novak, 1998) p ara a valiar o con hecim en to de con ceitos e su as in -t e r- re l a ç õ e s.

Esse m étod o e a an álise d os d ados ob tid os, cu jo p rocesso d escre ve rem os a segu ir, p ossibi-l i t a ram um d iagn ó stico d o co n h ecim en to d os alu n o s em d iverso s a sp ec to s re l e van te s à su a f o rm ação cien tífica e p rofission al.

M e t o d o l o g i a

A b o rdagem sobre aprendizagem e avaliação

A ab ord agem sobre ap ren dizage m q u e ap óia o p resen te estu d o e q u e orien tou a d efin iç ão do m é to d o d e a valiaç ão d o c on h ec im en to d os alu n os fu n d a m en ta-se n os p rin c íp ios b ásicos d o c on str u tivism o (Cu n n in gh a m et a l., 1993; Du ffy & Jon assen , 1993; Wilson , 1996) e, esp e-c i a l m e n t e, n a ap ren d iza gem d e e-con e-c eito s e p rin cíp ios d e Au su b el et al. (1978).

O con stru tivism o tem c om o p rem issa fu n -d a m e n tal a i-d é ia -d e q u e o in -d iví-d u o é agen t e d e seu p róp rio con h ecim en to. Isto é, ele con s-trói sign ificad os e d efin e o seu p r óp r io sen tido e re p rese n taçã o d a rea lid a d e d e a cord o com su a s exp e riê n cias e vivê n cias em d ifere n t e s c o n t e x t o s. Essas re p re s e n t a ç õ e s, n o en ta n to, estã o c on stan t em en te a b er ta s a m u d a n ç as e suas estru t u ras form am as b ases sob re as qu ais n ovos con h ecim en tos são con stru íd os (Be d n a r et al., 1992; Novak, 1998).

Esse en foqu e distan cia-se da id éia de que o con hecim en to acum ulado p ossa ser comp re e n

-d i-d o e c o m p ar tilh a -d o a través -d a m era tra n s-m issão d e in fors-m ações e d e us-m a visão lin ear e sim p lificada d os fen ôm en os en vo l v i d o s, com o se su as m an ifestações fossem im p eri o s a m e n t e as m esm as, in d ep en d en tem e n te d o co n te xto, ist o é , d as con d iç ões em q u e o co r rem . Alé m d i s s o, essas ab ordagen s tradicion ais term i n a m p o r p r ivile giar o s m od elos d e ap re n d i z a g e m p o r m em o riza ç ão em ve z d os d e a p re n d i z a -gem s i g n i f i c a t i va, ou seja, aqu ela q ue se d á p or m eio d a re o rgan ização d e con ceitos e p ro p o s i-ç ões n a estru t u ra c ogn itiva d os alu n os (Au s u-b e l et a l., 1978). Po r ou tr o lad o, a s m etod o logia s de avaliação ten d em a en corajar a ap re n -d iza gem p or m em o ri z a ç ã o, p er p et u a n -d o u m cic lo vic ioso, n o q u al o alu n o p ra t i c a m e n t e m e m o riza fatos e/ ou algo ritm os d e re s o l u ç ã o d e p ro b l e m a s, sem d ese n vo l ver a n e c essá ri a co n sc ie n tiza çã o so b re seu p róp r io c on h e ci-m e n t o, estru t u ra c on c eitua l e p rin cíp ios re l a-cion ad o s a o d om ín io estu d ad o. Ne ssa p er s-p e c t i va, e com base n a teor ia d a as-p re n d i z a g e m s i g n i f i c a t i va de Au subel, é qu e Novak & Gow i n (1984) p ro p u s e ram a estraté gia d e m ap as con -c eitu ais p ara avaliação d a estru t u ra -cogn itiva d os alu n os.

Segu n d o Au sub el et al. (1978), a ap re n d i z a-gem sign ificativa só é p ossível qu an do o alun o relacion a con scien tem en te a n ova in form a ç ã o a algu m a sp ecto re l e van te d e su a estru t u ra d e c o n h e c i m e n t o, ou seja, a ap ren dizagem é c o n s-t r u íd a com b a se n o c on h ecim en s-to p révio d o a lu n o n u m p r oc esso d e h iera r q u izaçã o (su b -sun çã o), d iferen c iaç ão p ro g re s s i va e re c o n c i-liação in tegra d o ra. Nossa estr u t u ra cogn itiva é o rga n izad a h iera rq uica m en te com os con c ei-tos e p rin cíp ios m ais esp ecíficos su bord i n a d o s a os m ais gera is (n íveis d e h iera rq u ia); os co n c e i t o s, p o r su a vez, p assa m p o r u m a d ife re n -cia ç ão p ro g re s s i va n a m ed id a e m q u e n ovo s con hecim en tos e exp eriên cias levam a u m re f in am ein to e m aior esp ecificid ad e d e su as re g u -l a ri d a d e s, p o ssib i-lit an d o n ova s -liga çõ es co m o u t ros c on ceitos (ligações válid as). Já a re c o n -cilia ção p ro g re s s i va é c ara c t e r iza d a q u an d o d ois ou m ais con ceitos são recon h ecid os com o re l a c i o n a d o s, for m a n d o n ovos p rin c íp io s o u p rop osições (con exões cru z a d a s ) .

P o p u l a ç ã o

(4)

ofe-STRUC HINER, M.; VIEIRA, A. R. & RICCIARDI, R. M. V. 5 8

Cad . Saúd e Púb lic a, Rio de Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

re ce a op or tu n id a d e d e u m a visã o in te gra d a d os c on ceito s sob re esm alte. Esse gru p o d e alu n os d e grad u ação p assou p or u m d os ve s t i-b u l a res m ais d ifíceis e c on c or rid os n a re l a ç ã o c a n d i d a t o - vaga, sen d o a m a ior p a rte ori u n d a d e fam ílias de classe m édia e, p or isso, sem p re com as m elhores oportu n id ades edu cacion ais, tan to n o en sin o básico, com o n o secun dári o. É i m p o rta n te lem b r ar q u e ta is alu n os estão n o ú ltim o an o d o cur so, q ue se en cerra ap ós o oi-t a vo p eríod o, e, p o roi-t a n oi-t o, e soi-t ão p ró xim os d e in iciar su as atividad es p ro f i s s i o n a i s.

I n s t ru m e n t o s

M apas conceit uais

O in str um en to utilizad o p ara ava liar o c on h ecim en to estru t u ral dos alun os foi o m ap a con -ceitu al, q u e é a for m a m ais tra balhad a n a lite-ra t u lite-ra p alite-ra avalia r tal con h ecim en to (Novak & Gowin , 1984; Jon assen et al., 1993a; Mo re i ra & Bu c h weitz, 1993). Cada alun o elaborou u m m a-p a sob re a tem ática d o esm alte re a-p re s e n t a n d o a estru t u ra con ceitu al e su as in ter- re l a ç õ e s.

O con ceito d e con h ecim en to estru t u ral es-tá relacion ad o às teorias de ap ren dizagem sig-n i f i c a t i va (Novak & Gowisig-n , 1984). É a form a d e con hecim en to q ue descre ve com o os con ceitos d e u m d ete rm in ad o d om ín io se in ter- re l a c i o-n am . Pod e ser tam b ém d efio-n id o com o co o-n h e-cim en t o c on c eitu al q u e e n vo l ve a in te gr a ç ã o d e u m n ovo con h ecim en to em estru t u ras m en -tais com p lexas.

A m a n eira m a is in d ica d a p a ra ap re e n d e r e ssa fo rm a d e c on h ecim en t o é p or m eio d e m ap as con ceitu ais, q ue d escre vem visualm en -te as correlações en tre as id éias de u m a p essoa a resp eito d e u m d eterm in ad o con h ecim en to, re p re s e n t a n d o, assim , su a estru t u ra cogn itiva. Um m ap a con ce it u a l é form a d o p o r d ois elem en tos b á sic os: b alões o u n ós e lin h as. Os b alões re p resen tam os con ceitos. As lin h as d e-fin em as relações (ligações) en tre con ceitos. Os m ap as con ceitu ais re p resen tam as relações s i g-n i f i c a t i vas eg-n tre cog-n ceitos g-n a for m a de pro p o-s i ç õ e o-s. Prop oo-siçõeo-s o-são d oio-s ou m aio-s con ceitoo-s associad os p or u m a p a lavra d e ligaçã o. Qu a n -d o as p rop osições in clue m con ceitos em n íve i s d i f e re n t e s, tem os as relações cru z a d a s.

Na Fi g u ra 2, p or exem p lo, os b alões ou n ós alojam tod os os con ceitos que estão n os re t â n -gu los: desm in era l i z a ç ã o, c ár i e, d en tin a, d u re-za... . As lin ha s relac ion am os co n c eit os e n tre si, com o: p roteção e s a ú de b ucal; tecido m in e-ralizado e d ureza; esm alte e p ri sm a s. As p ro p osições p od em ser visu alisada s q u an d o en con t ra m o s a s p ala vras d e ligaç ã o: p r ot eç ão ‘p e r

-m i t e’ saú d e b u c al; c á rie ‘ l e -m b ra’ açú c ar ; e sm alte ‘s o f re’ d essm in era l i z a ç ã o. A relação d en -te – d en tin a ca ra c t e r iza u m a relaç ão cru z a d a , um a vez qu e esses dois con ceitos estão d ispos-tos graficam en te em n íveis difere n t e s.

Nova k & Gowin (1984) d e sen vo l ve ra m os m a p as c on ceitu ais p or m eio d e p esq u isas so -b re ap re n d iza ge m sign ifica tiva d e co n ce it os cien tíficos u tilizan do m aterial aud iovisu al. Pa-ra cad a d om ín io ap resen tad o n o m ater ial, eles b u s c a vam d eter m in ar o q u e os a lu n os sab iam an tes e d ep o is d o seu u so e com o esse con h ecim en to m odificouse n os an os segu in tes. Te n -d o co m o e n foq u e m et o-d oló gico u m m o -d elo m od ificad o d as en trevistas clín icas d e Piaget e basead os n a teoria d a assim ilação d e Au s u b e l , eles cole tavam in form aç õe s so b re o c on h e cim e n to d o s alu n os. A p reoc u p açã o e cim d e se n vo l ver u m a fo rm a d e re p resen t aç ão d a s m u -d an ç as oc orr i-d a s n a estru t u ra co gn itiva -d os alu n os levo u - o s, após vár ios an os de estud o, ao m odelo de m apas con ceitu ais.

A p artir da con cep ção d e tais m ap as, vári a s téc n icas fo ra m d esen volvid a s p a ra a e lab o ra -ção d eles e an álise e vár ios estu d os ava l i a ra m su as d ife ren te s ap lic a çõ es. Os m ap as con cei-tu ais p od em ser in tegrad os ao p rocesso ed uca-t i vo de d iferen uca-tes form a s, com o, p or exem p lo, f e r ram en ta p ara o en sin o, ferr am en t a p ara a a valiação cu rricu lar e ferram en ta m etacogn iti-va (Mo re i ra & Bu c h weitz, 1993).

Um a d a da estru t u ra ou m ap a é p a ssível d e an álise re l a t i va q uan to ao n úm ero de con ceitos, n ú m e ro d e relações hier árq u i c a s, d istân cia se-m ân tica e coerên cia en tre con ceitos re l a t a d o s. Algu m as técn icas n or m alm en te usad as p ri o ri-zam u m a ou m a is ca rac terísticas ( Jon assen et al., 1993).

Existe u m a sér ie d e m od e los e técn ic as d e e l a b o raçã o d e m a p as c on c eitu a is rela ta d a n a l i t e ra t u ra. Ap ós a an álise desses m odelos, selecion am os aquele qu e se ap resen tou m ais com -p a t í vel com o estu do (Jon assen et al., 1993).

E n t revista com o especialista de cont eúdo

(5)

Cad. Saúde Púb lic a, Rio d e Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

s o b re a a valiaçã o e a p on t u aç ão d o s m a p as con ceituais foram gra va d a s, tra n s c ritas e an ali-s a d a ali-s.

P rocediment os para colet a de dados

E s t u d o - P i l o t o

Um estu d o-p iloto foi realizad o co m a p a rt i c i-p a ç ão d e alun o s, d oc en te s e fu n c io n á rio s d o L a b o ra t ó rio d e Tecn ologias Co g n i t i va s, com os segu in tes ob jetivos: 1) p ossib ilitar ao esp ecia-lista d e con teú d o/ p rofessor p raticar a estra t é-gia d e ap resen ta ção e o en sin o so b re elab ora-çã o d e m ap as con ceitu ais p reviam en te ao es-tu d o d efin it ivo e 2) d ec id ir q u al m eto d o logia p a ra a co n stru çã o d e m ap a s con ce itu a is seri a u tilizad a n o estud o, o ferecen do u m a listagem p ré via d o s c on ce itos p ara serem o rg a n i z a d o s p elos alu n os ou deixan d o qu e os alun os gera s-sem os m ap as com seus p róp rios con ceitos.

Ap ó s exp erim e n ta r a s d u as m o d alid a d es p a ra a con stru ção d os m ap as, d ecid iu -se p ela segu n d a, p ara d eixar q u e o con h ecim en to dos alun os flu ísse esp on tan eam en te n a elab ora ç ã o do m ap a con ceitu al.

Est udo definit ivo

Na p ri m e i ra aula d o sem estre, os alun os d a d iscip lin a d e Od o n t o p e d i a t ria for am ap re s e n t a -d os p e lo p r ofe sso r a os con ceitos e ao m o-d elo d e m ap as con ceitu ais. As exp licações sob re os m ap as con staram d e con c eitu ação, p ri n c i p a i s e l e m e n t o s, p ressu p o st os ed u c at ivos associa -dos à sua criação e estratégias para con stru ç ã o, in clu in d o a elab oração p elo p ro f e s s o r, em sala de au la, de u m exem p lo d e m ap a sob re o tóp i-co Saúd e Ora l .

Os alu n os re c e b e ram o m ater ial p ara a ela-b o ra ção d o m a p a co n c eit u al: p ap el, láp is e b o r rach a. Fo ram , en tão, solic ita d os a faze r os m a p a s, b a sean d o-se n os seu s con h ec im en tos relacion ados ao con ceito d e esm alte den tári o.

Análise e re s u l t a d o s Análise quant it at iva

Os m a p as c on ceitu ais d e cad a alu n o fora m p o n tu a d o s p elo esp ec ialist a d e co n teú d o, se-gu in d o as esp ec ific aç õe s d e Nova k & Gow i n (1984). O e score d e u m m a p a co n ce it u al foi calcu lad o p or m eio d os segu in tes in d ica do re s e c ri t é r ios: p rop osiç õe s/ ligaçõe s válid as (p l): um p on to cad a p rop osição; relações h ierárq u i-cas com n íveis válid os (rh ): cin co p on tos cad a

n í vel; con exões c ru zad a s vá lid as e sign ifica ti-vas (cs): d e z p o n to s c a d a co n exã o; exem p los válid o s (ev): u m p on to ca d a. O som a tório d o s p on tos ob tidos p elo alu n o corresp on d e a o es-c o re n o m apa es-con es-ceitual.

Os p on tos obtid os p elos alu n os n os m a p as c o n c e i t u a i s, u tilizan do os cri t é rios d e p on tu a-ção d e Novak, estão su m arizad os n a Tabela 1.

Os resultados q uan titativos ap on taram p a-ra u m a estr u t u a-ra d e c on h e cim en to elab o a-ra d a com p ou cas ligações en tre con ceitos n a form a d e p rop osições ou p rin cíp ios bá sicos, ou seja , n a exp licação e sín tese das h iera rquias apon ta-d a s. De u m a m an eira geral, o gru p o, com o p o-d e m o s ve rifica r n a Ta b ela 1, foi ca p a z o-d e h ie-ra rq uizar valid am en te os con ceitos, va rian d o a o rga n iza çã o d e seu s m ap as d e u m a n ove n í-ve i s, sen d o a m éd ia de 20,5 e m edian a d e q u a-t ro n íveis ou 20 p on a-tos. Os m ap as con ceia-tu ais f o ram d iversificad os em relação ao n ú m ero d e ligações válid as/ p ro p osiçõ es en tre c on ceito s, va rian do d e um a a 29 p rop osições corretas c o m m éd ia d e 9,9 e m ed ia n a 9. O gru p o d e m o n s-t rou b aixíssim o con h ecim en s-to d as in s-terc o n e-xõ es en tre c on ce itos, n ível m ais ela b orad o d e c on h ec im en t o so b re u m d o m ín io ; 36 d os 38 alun os n ão re p re s e n t a ram q ualqu er in terc o n e-xão e d ois re p re s e n t a ram um a ú n ic a in terliga-ç ão (p o r m a p a ) e n tre d ois ou m ais con c eito s e m n íveis dife ren ciad os n a hiera rq uia, form a n -d o n ovas p ro p o s i ç õ e s.

A in terp retação d o m ap a con ceitual e desse p rocesso d e p on tu açã o é de re l a t i va d ificu ld a-d e e ca rrega um c er to n ível a-d e ar b it ra ri e a-d a a-d e (com o ou tros m étod os de avaliação) e, com o é colocado p elo p róp rio Novak (Novak & Gow i n , 1984), su a fu n ção é satisfazer às n ecessid ad es d e n osso sistem a escolar, m u ito m ais b asead o e m n úm eros e o u t ra s fo rm a s d e e sc ore s p ar a a valiar a a p ren d izagem . Mesm o d efen d e n d o q u e a p rop osta d e p on tu ação d os m ap as co n -ceitu ais é válida e está an corad a n as teorias d e

Tab e la 1

Sínte se d o s p o nto s o btid o s no s map as co nce ituais e lab o rad o s pe lo s aluno s p o r fato r, d e ac o rdo c o m a c lassific aç ão d e No vak (N = 38).

F a t o r M é d i a D . P. M í n i m o M á x i m o

(6)

STRUC HINER, M.; VIEIRA, A. R. & RICCIARDI, R. M. V. 6 0

Cad . Saúd e Púb lic a, Rio de Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

a p rend izagem sign ificativa, o au tor destaca q u e a cara cterística fu n d am en tal d o m ap a con ceitu al n ão é atrib u ir n otas ou con ceitos aos a lu -n o s, m a s avaliar sua estru t u r a co g-n itiva e a s m u dan ças qu alitativas ocor ridas em decor rên -cia d o p rocesso de in stru ç ã o, isto é, a evo l u ç ã o d o con h ecim en to d os alu n os.

Um a sp ec to q u e p o d e t er in flu e n ciad o o s b a i xos esco res d os alu n o s n os d iferen tes fato-res d a teor ia d a ap ren d izagem sign ificativa d e Au su b el é a falta de exper iên cia n a elab ora ç ã o d e m ap as con c eitu ais, o qu e reforçou a n ec es-sid ade de exp an d ir as an álises p ara u m a ab or-d agem q ualitativa e m ais herm en êu tica or-das es-t ru es-t u ras d e co n hec im en es-t o re g i s es-t rad as p elo s a lu n o s d e Od o n t o p e d i a t ria, n o segu n d o e n -c o n t ro do sem estre.

Análise qualit at iva

Pa ra realizar a an álise qu alitativa, o esp ecialis-ta d escre veu e an alisou o s m a p a s con ceit u ais d e cada alu n o, n a p resen ça d e três m em b ros d a e q u ip e d e p esq u isa . Os d ep o im en to s fora m g ra va d o s, tra n s c ritos e p osteri o rm en te an alisa-d o s. Além alisa-d a a va liação alisa-d o s m ap a s, o esp ecia-l i s t a / p ro fesso r re sp on d eu p e rgu n t as sob re a e x p e riên cia de trab alh ar com essa estratégia de a valiaçã o e so b re a rece p tivid a d e d os a lu n o s em relação ao m ap a.

Na avaliaçã o in d ivid u al d os alun os, o p ro-fessor an alisou cada m ap a, apon tan do suas ca-r a c t e ca-r í s t i c a s. A a n á lise q u alita tiva segu iu , in i-c i a l m e n t e, os m esm os i-con i-ceitos d a m etodolo-gia p r op o sta p or Novak & Gowin (1984), q u e an alisa os ele m en tos con stitu in tes da teoria d a a p ren d iza gem sign ifica tiva d e Au sub el, re p re-sen tados n a estru t u ra de um m ap a con ceitual. Sã o eles: h iera rq u i a s, p rop osições e co n exõ es c ruzad as en tre con ceitos e, tam bém , exem p los d e co n ce ito s, c o m o já foi d esc rit o a n t eri o r -m e n t e. No en t an t o, o p ro f e s s o r / e s p e c i a l i s t a n ão se p ren deu ún ica e exc l u s i vam en te a estes, n a m edida em q ue a an álise qu an titativa já ha-via p ossib ilitad o u m q u ad ro ger al d o s alun o s em relação a esses fatore s.

Ao an alisar os m ap as, o esp ecia lista ap o n tou d iver sos asp ectos ap resen tad os p elos alu -n o s, re l a t i vos à form a d e orga-n ização e d e ex-p ressão d e c on ce itos r elac ion ad os à te m átic a e s m a l t e. Tais ob ser vaçõe s foram , en tã o, ca teg o rizad as e an alisada s q u an to à su a p ert i n ê n -c ia p ara a -co m p ree n sã o so b re a e st ru t u ra d o c on h ecim en t o d o s a lu n o s d e sétim o p e r íod o d o curso de grad uação de Od on tologia n a Un i-versidade Fe d e ral d o Rio de Ja n e i ro.

In ic ialm en te foram ger ad as c in co ca tego-rias b á sica s, q u e for am e n t ão d efin id a s e re

a-valiadas com o esp ecialista a p ar tir de u m a n o-va leitu ra d os m ap as. Quan do tod as as cate go-rias ficaram d efin idas, as d iferen tes cara c t e r í s-tic as a ela s atr ib u íd as foram id en t ificad as d e a c o rdo com as ocorrên cia s n os m ap as con cei-tu ais dos alu n os.

As categorias d efin idas e os resu ltados ob ti-dos estão d escritos a seguir.

1 ) Dificuldades na const rução do mapa

Por re l a c i o n a r-se a p roblem as que dificultara m a avaliaçã o d os m ap as c on ceitua is p e lo esp e -cialista, segu n do o qu al essa situ ação se deve à d ific u ld ad e d o s alu n os p ara con stru í rem seu s m a p a s, esta cat ego ria se t or n o u im p o rt a n t e p o rq u e , em a lgu n s ca sos, levou à n ecessid ad e de in terp retação d as in ten ções d os alu n os (ou se ja, d o rac ioc ín io q u e e m b a sava a estru t u ra re p rese n tada). Mu ito m ais do qu e um a fu n ção c l a s s i f i c a t ó ria / c on ceitu al d o co n h e cim en to dos alun os, teve o p ap el d e m on itoram en to ou ch ecagem das con clu sões d uran te a an álise, is-to é , q u alq u er ou tra c lassificação era re a va l i a-d a in icia lm en te con sia-d eran a-d o-se esta c atego-ria an tes de b uscar su as características fu n d a-m e n t a i s.

Dos 38 alun os qu e p art i c i p a ram d a ativid a-d e a-d e ela b ora çã o a-d os m ap a s co n ce it u a is, 11 (29%) o fize ra m sem d eixar d ú vid a s q u an t o à c o m p re en são d e su a s técn icas d e elab o ra ç ã o. Os a lu n os resta n tes re p re s e n t a ra m tip os e n íveis de d istan c iam en to d iferen ciad os do s m a -p as: d ois alu n os (5%) n ão c on stru í ram m a-p as, do p on to d e vista gráfico, e ap re s e n t a ram sen -ten ças; oit o (21%) ap re s e n t a ram lo n gas list as d e co n ceito s en c ad e ad os se q ü en c ialm en te, se n d o seis em fo rm a to h ori zon tal e d o is em ve rtical; sete (19%), ap esar d e terem elabora d o d i a g ra m as d e árvo re, n ã o d eixaram , n em p elo esq uem a, n em p elo texto, p istas sob re a in ter-relaç ão p reten d id a en tre os con ceitos e, fin al-m e n t e, d e z (26%) a lu n o s c oal-m b in ar aal-m se u s m ap as or a e xp lic ita n d o p ro p o s i ç õ e s, o ra n ão, p orém d eixan d o m argen s p ara a d evid a in ter -p retação (Fi g u ra 1).

(7)

Cad. Saúde Púb lic a, Rio de Janeiro , 15(Sup . 2):55- 68, 1999 2 ) O rganização do pensament o

Esta categoria id en tifica a s diversas org a n i z a-ç õ e s / e s t ru t u ras de p en sam en to sob re a tem á-tica d o esm alte re p resen tadas p elos alun os. Na ve rd a d e, ela b ase ia- se n o fu n d am en to p ri n c i-p al d a te or ia d e Au su b e l: q u an d o há c on h eci-m en to sign ificativo, os con ceitos são org a n i z a-d os em estru t u ras h ier ár q u i c a s, isto é, a-d e form a sub ord in ada a ou tros form ais gera i s. Pa ra Au -sub el et al. (1978), a ap ren d izagem sign ificativa se d á p ela diferen ciação p ro g re s s i va en tre con ceitos m ais esp ecíficos e con ceitos m ais abra n -ge n tes já exist en te s, for m a n d o p ro p o s i ç õ e s q u e n a d a m ais sã o q u e a e xp licit a çã o d a n a -t u reza d a relaçã o en -tr e e sses c on c ei-tos (p o r e x e m p l o, o e sm alt e é c o m p osto p o r m a té ri a i n o rgân ica con stitu ída de cristais e p or m atéri a o rgân ica); p osteri o rm e n t e, vários con ceitos es-p e cíficos es-p od em ten d er a se re o rgan izar e a se i n t e r l i g a r, form an d o n ovos con ceitos e p ro p o-s i ç õ e o-s, torn an d o a eo-stru t u ra d o d om ín io cad a vez m a is refin a d a. A estru t u r a co n ce itu al d e um con h eced or ou de um p rofission al q ue p as-sou p or diversos estágios de ap ren dizagem so-b re a te m ática d o esm alte em d iferen tes d isci-p lin a s d e seu cu rso d e form a ç ã o, e qu e n eces-sita d esses co n h e cim e n to s, d e ve r ia , a p r i n c í-p i o, re í-p resen tar essa estru t u ra h ierárqu ica, co-m o estabelecid a p ela teor ia.

Ap en as dez alun os (26%) ap re s e n t a ram u m a o rgan izaçã o q u e segu iu u m a estru t u ra h ierár-q u ica d o c on h ecim en to, se guin d o a lógica d o g e ral p ara o esp ecífico, segun do a teoria (Fi g ura 2). Em ger al, p red om in ou a rela çã o c on trá

-r ia, q u e vai d o esp ecífic o p a-ra o ge-ra l, ou seja , d os objetos e dos fatos con cretos aos con ceitos m ais gera i s, o corren d o em 17 (45%) d os casos ( Fi g u ra 3). Um gru po d e oito alun os (21%) a p re-sen tou u m a estru t u ra m ista e tr ês alu n os (8%) n ã o p u d eram ser c lassificad os, p or ca u sa d a d e s o rgan ização e d o p equ en o n ú m ero d e con -ceitos ap re s e n t a d o s.

Mu ito em b ora esses re su ltad os p ossam in -d ic ar ta m b ém -d ificu l-d a-d e s n a ela b ora ção -d o m ap a, a ten d ên cia a esse estilo de org a n i z a ç ã o p ode ser re ve l a d o ra do m odelo de con hecim e n to m ais co m u m en tre os estud a n te s d e Od o n -t ologia. Segun d o Pozo (1998), Au su b el e-t a l. (1978) co n sid era m qu e n ã o ap en a s a a p re n d i-zagem de con c eitos se dá d o geral p ara o m ais e s p e c í f i c o, “s eg u i n d o u m a v ia d escen d en t e se-m elh a n t e à d efi n id a p or Vigo t sk y ese-m rela çã o à a p ren d iz a gem d e con ceit os cien t íf icos” (Pozo,

1998:219), m as tam bém q u e, em b ora com p or-t an d o o s m esm o s con ce ior-to s, essa s e sor-tru or-t u ra s são in teir am en te d ifere n t e s. Pa ra Pozo, é exa-t am e n exa-t e e ssa c ara cexa-t er ísexa-tic a q u e d iferen c ia a a p ren d izagem con d u tivista / a ssoc ia c ion ista , q ue con sidera q ue o con h ecim en to se con soli-d a com o som atór io soli-d e u m a série soli-d e con ceitos i n f e ri o re s, d a ap ren d izagem con str utivista ou p or re e s t ru t u ra ç ã o, qu e p ressup õe u m a lógic a p r ó p ria qu e vai p ossib ilitan do, com seu re f i n a-m e n t o, a lcan çar cad a vez a-m ais estru t u ras coa-m as características fu n d am en tais e os elem en tos essen ciais de u m d eterm in ado d om ín io.

As idéias d e Vigotsky (1996) sob re a form açã o d e co n ce it os cien tífico s e d e p seu d ocon -ce ito s p a rec em fu n d am e n tais p ar a u m a m e-Fig ura 1

(8)

STRUCHINER, M.; VIEIRA, A. R. & RICC IARDI, R. M. V. 6 2

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , 15(Sup . 2):55-68, 1999

Fig ura 2

O rg anizaç ão do p e nsamento : d o g e ral p ara o e sp e c ífic o . O rg anizaç ão hierárq uica sig nific ativa d o s co nc e ito s mais ab rang e nte s para o s mais e spe c ífico s (Aluno no3 0 ) .

Fig ura 3

(9)

Cad. Saúde Púb lic a, Rio d e Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

lh o r c om p reen são d as e stru t u ra s c on c eit u a is a p resen tad as p elos alu n os. Pa r a Vigot sky (Pozo, 1998), os con ceitos ve rd a d e i ros são os cien -t í f i c o s, ad q u irid os p or m eio d e p rocessos in s-t r u cio n a is; o d e se n vo lvim e n s-t o d e c on ceis-t os espon tân eos ou p seudocon ceitos se d á de for-m a a s c e n d e n t e, do con creto p ara o abstra t o, ao p asso q u e os co n ceit os c ien tífico s d e se n vo l-vem -se d e form a descen d en te, n u m a p irâm id e de con ceitos, ou seja, p or cam in h os diam etra l-m en te op ostos.

Ass i m , os con ceit os esp on tâ n eos sã o ad qu i-ridos e d efin id os a p a rtir do s objet os, p or su a re-f e r ê n c i a , en qu a n t o o s con cei t os cien t íre-f ico s sã o a dqu iridos sem p re p or rela çã o h ierárqu ica com o u t ros co n cei t o s, p or seu sen t i do. Ist o f a z com qu e n os con ceit os cien tíficos ch egu e a cap tar- s e a ‘e s s ê n c i a’ d o con cei t o, p o s s í v e l m ed ia n t e a a n á lise con scien t e d e su a s rela çõ es com ou t ro s c o n c e i t o s” (Pozo, 1998:203).

Os resu lt ad os ve r ific ad os n os m a p as con -ceitu ais d os alun os p od em ser d ecorren tes d e u m p roc esso ed u c at ivo qu e n ão estim u la e m u ito m en os co b ra a t om ad a d e c on sciên c ia d os fu n d am e n tos d a m atéria estu d ad a e, p or-t a n or-t o, d e su a b ase cien or-tífica. Isso p ode esor-tar re-lacion ado tan to à cultura e re p resen tação feita s o b re o p a p e l e fu n çã o so cial d esse p ro f i s s i o-n a l, com o às estratégias d e eo-n sio-n o-ap re o-n d i z a-ge m u tilizad a s n o p roc esso ed u c ac ion a l em Od o n t o l o g i a .

3 ) E rros de conceit uação

Os con ceitos esp on tân eos ou p seud ocon ceitos sã o n o rm alm en t e d ifere n tes d os con c eit os cien tíficos p or n atu reza e p re s s u p o s t o s, com o já foi observado an teri o rm e n t e. Por estarem li-gad os m ais ao s elem en tos con cre t o s, ou seja, às características dos objetos e m en os ao sen ti-do de suas re l a ç õ e s, as con cepções espon tân eas n ão in corp oram a con sciên cia reflexiva em rela-ção à organ izarela-ção h ierárqu ica dos con ceitos, o qu e im ped e um a re c o n s t ru ção con tín ua d o co-n h ecim eco-n to b asead o co-n a c om p reeco-n são d e seus fu n d am en to s essen cia is. Isso p o d e fa zer com que as con cep ções esp on tân eas m an ifestem -se e torn em se re l a t i vam en te estáveis com o con -cep ç ões err ôn eas, n este c aso p r óp r ias d e p es-soas leigas, cuja vivên cia n o cam p o d a Od o n t o-logia diferen cia-se d a vivê n cia do esp ecialista.

Nos m ap as con ceituais dos alun os de Od o n -tologia foram en con trados q u atro c asos (11%) em q u e o s a lu n o s c on c eitu a ram cár ie co m o um a lesão qu e acom ete o d en te, em vez de u m a d oen ça q u e cau sa lesões n os den tes (a exp re s-sã o “e st e su j eit o t em m u it a s cáries” é err ôn ea, já q ue cárie re f e re-se à d oen ça e n ão às lesões

ca u sad a s p o r ela ). Um gr u p o d e sete a lu n o s (18%) a tr ib u iu co r b ra n ca ao esm a lte (a id é ia d e den tes bran cos é m uito veicu lada n a m íd ia), qu an d o este é tra n s p a ren te (Fi g u ra 4).

Mu ito em bora n ão ten h am sid o re p re s e n t a-t i vas d a a-tu rm a, as con cep ções err ôn eas d eve m ser tra b alh ad a s n o gru p o, n a m ed id a em q u e e las p od em in t erf e r ir n a s d e cisõ es clín ic as e n as p rát ic as d o s fu tu r os p ro f i s s i o n a i s. Alé m d i s s o, essa qu estão é m ais gra ve ain d a q uan d o l e vam os em con ta qu e os con ceitos cen trais de u m a p esso a em u m d eter m in ad o d om ín io são o s veíc u los p or m e io d o s q u a is u m a ga m a d e fen ôm en os são com p re e n d i d o s.

4 ) Abrangência da t emát ica

Esta cate goria tem rela çã o co m o n íve l d e d e-s e n volvim en to e elab oração doe-s m ap ae-s con cei-tuais sobre a tem ática do esm alte. Ten do com o o b j e t i vo a con stru ção de u m a rede de con heci-m en to s b asead os n o con c eit o d e esheci-m alte, es-p e ra va- se qu e o alu n o com u m a visão cien tífi-ca sólida fosse tífi-cap az de relacion ar aspectos es-p ecífic os e aes-p rofu n d ar esta tem á tic a d e form a a b ra n g e n t e.

Dos 38 alun os qu e p art i c i p a ram d a ativida-d e, 21 (55%) ativida-d esen vo l ve ram seus m ap as extra-p olan do o foco d a tem ática d o esm alte, sen do, p o rt a n t o, m ais sup er ficiais e p ou co ab ra n g e n tes n o tem a p ro p r iam en te d ito; 16 (42%) con

-Fig ura 4

(10)

STRUCHINER, M.; VIEIRA, A. R. & RICCIARDI, R. M. V. 6 4

Cad . Saúde Púb lic a, Rio de Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

c e n t ra ram -se em con ceitos relacion ad os ao es-m alte e u es-m alun o (3%) fu giu totales-m en te ao te-m a. É in t ere ssan t e n otar q u e h á u te-m a re l a ç ã o e n t re a categoria organ ização d o con hecim en -to e a ab ran gên cia d a tem átic a: d os 21 a lu n os q u e se d esvia ram d a tem á tica d o esm alt e, 19 (90%) coin cid en t em en te n ão d esen vo l ve ra m o s m ap a s co n ce itu a is se gu in d o o m o d elo d e s u b o rdin ação de con ceitos (Fi g u ra 5).

Na co n ce p ç ão d e Au su b el et a l. (1978), o s con ceitos d e hiera rq uia e con exão cruzad a são elem en tos d in âm icos, e um d eter m in ado con -ceito ab ran gen te p ode ser esp ecífico em ou tro c o n t e x t o, e assim suc essiva m e n t e. Por isso, ao p r op or a c on stru ção d e u m m a p a c on c eitu al s o b re esm alte, esp era vase u m m aior ap ro f u n -d am en to em su as c a ra c t e r í s t i c a s, ele m e n tos, e s t ru t u ra, fisiolo gia e in t erc on e xõe s c om o u -t ros asp ec-tos d a com p osição do d en -te e de seu estad o físico.

Os resu ltad o s o b tid os n esta c ategor ia co r-ro b o ram a teoria de Vigotsky (Pozo, 1998), u m a vez qu e re velam qu e aqu eles qu e n ão foram ca-p a zes d e t rab alh a r c om o tem a esm alte c om o c a t e g o ria sup ra - o rd i n á ria p rova velm en te n ã o estão fam iliarizado s com os p rin cíp ios fu n d a-m en ta is d esse fen ô a-m en o e, p o rt a n t o, n ã o d têm con hecim en to cien tífico ap rofun dad o ( e l e-m en tos essen ciais do doe-m ín io) sobre o assun to.

5 ) R e p resentações sobre a prát ica p rofissional e influência do curr í c u l o

A n atu reza d esta ú ltim a categoria está m ais re-lacion ada a asp ectos sócio-cu ltu rais e a va l o re s d ados a d eterm in ad os asp ectos d a p rática p ro-fission al, q u e ter m in am p or in fluen ciar o cu rrículo e o con hecim en to dos alun os. Por exem -p l o, q u an d o u m co n ceito é tra b a l h a d o, ge ra l-m en te é co lo cad o el-m co n texto s con sid era d o s m ais re l e van tes p elos alu n os. Esses va l o res es-tão associados às re p resen tações que os alun os f a zem de suas atividades pro f i s s i o n a i s, as qu ais p rova velm en te m otiva ram - n os a b u scar a car-re i ra em q u estão, a os con c eito s e m od elos so-b re a p rática do den tista qu e p erm eiam a gra d e c u r r icu lar e ao m od elo p recon iza d o p elo s do -c e n t e s.

Segu n d o a a n álise d o p ro fessor esp ecialista, ap are c e ram algum as ten d ên cias m ais re l a -cion ad as à tem ática, e a va l o rização do con h e-cim e n to t éc n ico- cu ra t i vo fo i id en tifica d a em 19 alu n os (50%), qu e ten deram a relacion ar esm alte coesm técn icas re p a ra d o ras de le sões e ou -t ros aco m e-t im en -t os d en -tá rios (p r ó-t ese), seja n o sen tido de aliviar a dor d os p acien tes (an es-tesia , d o rm ê n cia, d o r ), seja , p ri n c i p a l m e n t e, n o sen tid o estético: so rri s o, b eleza, satisfa ção p essoal etc. (Fi g u ra 6). Note-se qu e, em algu n s

Fig ura 5

(11)

Cad . Saúd e Púb lic a, Rio de Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

c a s o s, o s alu n os m en cio n ara m n ão ap en as os p rocedim en tos e técn icas, m as tam bém os in s-t rum en s-tos e m as-teriais d isp on íveis p ara a in s- ter-ven ção re p a ra d o ra (con su ltóri o, in stru m e n t a l , m etal, broca, resin a etc).

Nove alu n os (24%) en fatizaram os con heci-m en tos heci-m ais b ásicos, ou seja, h istológicos, eheci-m se us m a p as (e st ru t u ra, ca rac teríst icas e ele-m e n to s), in d ic an d o u ele-m a ele-m aior p re o c u p a ç ã o com con ceitos fu n d am en tais sob re o esm alte. Estes alu n os ten d eram a n ão relacion ar aspec-tos das ciên cias básicas, n em com a clín ica o p e-ra t ó r ia, n em c om a p re ve n ç ã o. Algu n s a lu n os (n = 5, 13%) re l a c i o n a ram con he cim en tos técn ic os c om asp ectos p re ve técn t i vo s, d em otécn stra técn -d o a ap lic aç ã o -d e co n c eit os à p rá tica -d a p re-ven ç ão d e d o en ça s e p r om oç ã o d a sa ú d e (Fi-g u ra 7). Trê s (8%) se(Fi-gu ira m u m a ló (Fi-gic a d e es-t ru es-t u ração qu e, p ares-tin do do con ceies-tos b ásicos, d i recion ou-se para a visão técn ica. Qu an to aos d ois alu n os re s t a n t e s, u m en fatizou apen as asp ecto s re l a t i vos à asp re ve n ç ão e o utr o fu giu to -ta lm en te à tem á tic a , n ão t en d o sid o p ossíve l a n a l i s á - l o.

D i s c u s s ã o

Com b a se n a an álise d a exp eriê n c ia e d o s d e-p oim en tos d o ese-p ecialista/ e-professor n o qu e se re f e re a esse m étod o de avaliaçã o d o con h eci-m en to dos alun os, p ode-se con clu ir q ue se tta d e u m m o d elo m u ito m ais c o m p lexo e t ra-b alh oso q ue os m étod os tra d i c i o n a i s, p orém é b em m ais efica z p ara a an á lise ap ro f u n d a d a s o b re o con h ecim en to re velad o p elo alu n o, in -c l u s i ve p ar a um d ia gn ó sti-c o d a s -con -cep ç ões er rôn ea s (m i sc o n c e p t i o n s) e d e seu s d et er m

i-n ai-n tes d o p oi-n to de vista da coi-n form ação d a e s-t ru s-t u ra c ogn is-tiva. Co n f o rm e co n ss-tas-to u o p ro-f e s s o r, tais m étod os n ã o são com p atíveis com m od elos de en sin o corren tes e n em com a cu l-t u ra p ed agógica da un ive r s i d a d e, com parl-t i l h a-da p elos p róp rios alun os, que p riorizam a t ra n s-m issã o e s-m e s-m o r izaç ão d e in fo rs-m açõ es es-m suas atividades.

O p rofessor ap on tou q ue os alun os tive ra m d ificu ld a d es em execu tar o m a p a con ceitu al, m u it o e m b o ra tivessem sid o re c e p t i vo s p a ra p a rt icip ar d e su a e lab o raç ão e tivessem , d e u m a m an e ira ger al, evid en c iad o u m a com -p reen são geral de seu s elem en tos e -p ri n c í -p i o s. Ser u m a p ri m e i ra exp eriên cia d os alu n os com o u so de m ap as con ceitu ais e estar distan ciado das práticas ‘o f i c i a i s’ de avaliação p od em con stit uir algu m a s d as c au sas a ssociad a s aos p ro b lem as en con tr ados e d as caracter ística s con ceitu ais ap resen tad as p elos alun os. No en tan

-t o, a form a con sis-ten -te com qu e esses p ro b l e-m as ocorre rae-m n os p ossib ilita tecer con siderações sob re a estru t u ra d e co n h ec im en to re ve -lada pelos alun os sob re a tem ática do esm alte e as categorias con struídas ten d o com o b ase su a a n á l i s e, b em c om o refletir sobre su as im p lica-ções p ara o p rocesso de form ação do d en tista. Pozo (1996) an alisou três ab ord agen s re l a-cion adas à tradição con strutivista d a edu cação c ie n tífic a : a teo r ia p ia get ia n a d as op era ç õ e s f o rm a i s, o en foq u e dos con hecim en tos p révios ou c on c ep çõ es alt ern a t i va s e o en foq u e d as t e o rias im p lícitas. O en foq ue d os con h ecim en -tos p révios ou con cep ções altern a t i vas n a for-m aç ão d e con ceitos cien tíficos oferece ufor-m re-f e re n c ia l im p o rt a n t e p a ra c o m p re e n d e rm o s o s resu ltad os ob tid os n o p resen te estu d o. Se-g u n d o Pozo, esse en foq u e é ca ra c t e rizad o p or “c o n st r u ções p esso ais, re l a t i v am en t e in coere n -t e s , resis-ten -tes à m u d an ça, d e cará-t er im p líci-t o, c o m p a rt ilh ad as em cu lt u ras e con t ex t o s. . .”

(Pozo, 1996:119). O a u tor cara c t e riza essas c on -cep ções em três tip os, levem en te d ifere n c i a d o s d e acordo com su a ori g e m :

As con cep ç ões esp on tâ n eas são d e ori g e m s e n s o rial, n asce n d o d a rela çã o d o in d ivíd u o com seu m u n d o n a tu ral; são teoria s con stru í-d as p elo in í-d ivíí-d u o n o in terior í-d e su as ativií-d a-d es cotia-dian as.

Fig ura 6

(12)

STRUCHINER, M.; VIEIRA, A. R. & RICC IARDI, R. M. V. 6 6

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , 15(Sup . 2):55-68, 1999

As con cep ções sociais são d e origem cu ltu -ral, ou seja, n ascem do estu dan te e d e seu m eio soc ia l e c on stit u e m va l o re s, c ren ças e re p re-sen taç õe s q u e in flu en cia m su a c om p re e n s ã o d o m u n do, su a ap ren d izagem e seus in tere s s e s.

As c on c ep ções escolares sã o aq u ela s q u e n ascem das in ter relações e m ediações n o âm -b ito d o esp aço e sc olar, p or m eio d e re l a ç õ e s e n t r e m em b r os d est e sistem a e d os m a teri a i s d e en sin o, ou am p lificad ores cu ltu rais (Mo rt i-m er &ai-mp; Ca rva l h o, 1996), coi-m o livro s, ap ostilas, v í d e o s, s o f tw are se d u c a t i vos etc.

Do p on to d e vista d e su a estru t u ra co n cei-tual, a categoria Organ ização d o Pen sam en to é c a ra c t e rizad a p or u m gru p o sign ifica tivo d e a lu n os q u e re p re sen t ou se u m a p a c on c eitu al colocan do o esm alte com o categoria esp ecífica e d esen vo l ven d o o con teú do do m ap a do n íve l esp ecífico p ara o m ais geral, ou seja, en fatizan -d o m uito m ais os elem en tos e objetos -d o qu e a i n t e r- relação en tre eles. Da m esm a form a, a ct e g o r ia Ab ran gên c ia d a Tem á ctic a, in ct ri n s e c a-m en te rela cion a d a à p ri a-m e i ra, a p o n to u p a r a u m con h ecim en to re s t r ito sob re esm a lte, q u e l e vou os alun os, de u m m odo geral, a serem su-p e rfic ia is n o d e sen vo lvim e n to c on c eit ua l so-b re esm alte e a extra p o l a rem o tem a. Estas ca-racterísticas in d icam um a form ação debilitad a d os co n c eitos cien tíficos d os alu n os, segu n d o as teorias d e Ausu bel et al. (1978) e de Vi g o t s k y (1996).

Qu an to aos Er ros d e Co n c e i t u a ç ã o, ap esar de terem ocorrid o em p oucos casos, d evem ser l e vad os em con sid e ra ç ã o, n a m ed id a em q u e in d icam qu e m u itas das teorias im p lícitas (Po-zo, 1996) d os alu n os n ão fora m ca p azes d e so-f re r t ra n s so-f o rm a ções a p ar tir d as exp eri ê n c i a s d e en sin o viven ciad as e estas, m u ito p rova ve l-m e n t e, n ão leval-m el-m con ta os con h ecil-m en tos p révios d o s a lu n o s, n em co n trib u em p ara a f o rm ação d e con ceitos cien tíficos.

A o ut ra cat ego ria , Re p resen taçõ es sob re a Prática Pr ofission al e In flu ên cia d o Cu r r í c u l o, est á rela cio n a d a c o m va l o res e p rin cíp io s em relação à p rática p rofission al, orien tan d o a for-m ação de atitud es e for-m odelos de p ostu ra s, b efor-m com o o foco das atividades acad êm icas n o que diz resp eito à abo rd agem cu rricu lar e às ativi-dades d e en sin o-ap ren d izagem . É m u ito d ifícil defin ir a origem d esse s va l o res e é prov á vel q ue g ran d e p a r te se ja co n st r uíd a p ela so cied ad e, p or m eio d e suas in terações sócio-econ ôm icas e culturais em geral, e esp ecificam en te p ela com un id ad e cien tífica n o âcom b ito d a u n ive r s i d a d e. Prova ve l m e n t e, o s estu d an t es q u e esco -lh em exe rc er a p rofissã o d e d en tista têm su as p r ó p rias con cep ções sob re a p rática odon toló-gica, as q uais n ascem d e su as experiên cias p essoais (p o r exem p lo, co m o p ac ie n t e) e d a p ró -p ria cu ltu ra so c ial. Essas c on c e-p çõ es d eve m , i n c l u s i ve, in flu en ciar a p róp ria p referên cia p ro-f i s s i o n a l .

Fig ura 7

(13)

Cad. Saúde Púb lic a, Rio d e Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

De q u a lq u er fo r m a , o im p orta n te é con si-d e rar q u e tosi-d a s as c ate gor ias si-d e ri vasi-d as si-d est e estu do estão in tr in secam en te re l a c i o n a d a s, in -flu en cian d o-se m u tu am en te, e qu e a com un i-dad e acadêm ica n ecessita rep en sar o p ro c e s s o d e for m a ção e a in ser ção d o p ro fissio n a l n o am b ien te d e trabalh o n a área d a saú d e, p ossi-bilitan do a in ter n alização e a ap ren dizagem d e c on c eit os d e for m a in tegr ad a . Assim , co n tri-b u irá p ara a tra n s f o rm aç ão d e su as p ráticas e, p o rt a n t o, p ara u m m elhor aten d im en to d a p op ulação n a área de saú de oral. Pa ra isso, é fu n d am en tal n ão ap en as con h ecer essa s c on cep -ções pro f u n d a m e n t e, m as levar em con ta os re-su ltados aq u i d isc u tid os n o p lan ejam en to d as ativid ad es cur ri c u l a re s.

C o n c l u s ã o

O ob jetivo in icia l d este traba lh o foi ap re e n d e r a estr u t u ra de con h ecim en to d e alun os d e gra-duação em Odon tologia sob re a tem ática do es-m a l t e. Esta tees-m ática é d e fun d aes-m en tal ies-m p or-tân cia p ara a com p reen são da saúde oral, n a m e-dida em q ue oferece conceitos cien tíficos im p or-tantes e fun dam en tais para o exercício da p ráti-ca clín iráti-ca e p re ve n t i va dos futuros p ro f i s s i o n a i s. Bo t e r o (1990) a p o n to u t rês asp ec t os q u e c a ra c t e rizam a for m a çã o d o p ro fission a l d e

Od on tologia: a) n ão existe um eq uilíbr io en tre a s ab ord a g e n s, p re d o m in an d o as d iscip lin as t é c n i c o - re s t a u ra d o ras sobre as d em ais; b ) e x i s-t e m u is-t o p o u ca c o rre laç ão en s-tre as c iên c ias b á sic a s e as c lín ic a s e c ) n ã o d e sp e r ta n o es-tu d an te o in teresse p elas d iscip lin as hu m an i-t á r i a s. A an álise q u alii-ta i-t iva re velou va l o res e co n c ep ç ões d o s est u d an te s so b re o con ce it o d a p rática odon tológica, in flu en ciados p or as-p ectos sociais e as-p elas características cu rri c u l ares: o p ap el d o d en tista é visto c om o em in en -te m en -te cu ra t i vo e cor re t i vo (in -ter ve n c i o n i s-t a) d e p ro b lem as q u e a fligem o p a c ie n s-te, co-m o d o r d e d en t e e asp e cto s est ét ico s (p ró t e-se ). Em p o u co s c asos o s alu n o s d em o n str a-ram p o st u ra s e d u cat ivas e/ o u p re ve n t i vas o u a co m p re en sã o am p la d o s fe n ô m e n o s d et erm in an tes d a for erm a ç ão e d o s p r ob leerm as d en -t á ri o s.

Isso é u m fo r te in d icativo d e q u e a form a-çã o d o p rofission a l em Od on to lo gia d e ve ser rep en sad a. Em outras p alavra s, d eve afastar- s e d o m o d elo d e p ro fissio n al q u e en ten d e o se u p acien te com o u m a u n idad e d en tária, p assan d o a com p reen d êlo com o u m ser h u m an o in -t e g r al. Pa ra isso, é n ec essár io rep en sar o p r o-cesso en sin o -ap ren d iza ge m valen d o -se d a s con cep ções d os alun os, p ara q ue estes p ossam f a zer as n e cessár ias relações e in tern a l i z á - l a s, c o n s t ruin do n ovos con ce itos.

A g r a d e c i m e n t o s

Ao De p a rt am e n t o d e Od o n t o p e d i a t ria e Or t o d o n t i a d a Faculd ad e d e Od o nt olo gia d a Un i versid ad e Fe d era l d o Rio d e Ja n e i ro, p or p er m itir qu e essa exp eri ê n -cia fosse re aliza d a com o s alu n o s d a d iscip lin a d e Od o n t o p e d i a t ria I. Ao CNPq (Con se lh o Nacio n al d e De s e n volvim en to Científico e Tecn ológico) e à FAPE R J ( Fun d açã o d e Am p aro à Pesquisa do Estad o do Rio d e Ja n e i ro), p elo ap oio à execu ção do pro j e t o.

R e f e r ê n c i a s

ABEM (Associa ção Bra s i l e i ra d e Ed u ca çã o Mé d ica ), 1983. In t e g ração d o ce n te- assisten cial.Série Do-c u m e n t o s, 6:88.

AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D. & HANESIAN, H., 1 9 7 8 .

Ed u ca tion a l Ps y c h o l o gy : A Cogn i ti v e Vi ew.Ne w

Yo rk: Holt, Rineha rt, & Wi n s t o n .

BEDNAR, A. K.; CU NNINGHAM, D.; DUFFY, T. M. & PE R RY, J. D. , 1992. T h e o ry in to p r act ice: How d o we lin k? In :Con stru ctivi sm an d th e Te c h n o l o gy of In s t r u c t i o n : A Con ve r s a t i o n( T. M. Du ffy & D. H .

Jon a sse n , e d s.), p p. 17-34, Hillsd ale : Lawre n c e Er l b a u m .

B OT E RO, A. A., 1990. La En señ an z a de la Od o n t o l o g í a.

Med ellín : Ed i t o rial Un i versida d d e An tioqu ia. CUNNINGH AM, D. J.; DU FFY, T. M. & KNUTH, R. A . ,

1993. Th e textb ook o f th e fu t ure. In :Hy p e rt ex t : A Psycologica l Pe r s p e c t i v e (C. McKnight, A. Dillon &

(14)

STRUC HINER, M.; VIEIRA, A. R. & RICC IARDI, R. M. V. 6 8

Cad. Saúde Pública, Rio d e Jane iro , 15(Sup. 2):55-68, 1999

D U F F Y, T. M. & JO NASSEN, D. H ., 1993. Co n s t ru ctivism : Ne w im p licat io n s fo r in st ru ctio n al t e ch -n o l o g y. I-n : Con stru ct iv ism a n d th e Te c h n o l o gy of In s t r u c t i o n : A Con ve r s a t i o n( T. M. Du ffy & D. H . Jon assen , e d s.), p p. 116, Hillsd ale : Lawren ce Er -b a u m .

J ATENE, A. D., 1987. Com a p a lavra o Sr. Mi n i s t ro. Bo-letim d a Associação Bra s i l e i ra d e Edu cação Méd i-c a ,1 9 : 4 .

JONASSEN, D. H., 1996. Com p u t ers in th e Classro o m : Min d tools for Critical Th in k in g.En glewood Cliffs: Pre n t i c e - Hall In c.

JONASSEN, D. H.; BEISSNER, K. & YACCI, M., 1 9 9 3 a .

St r u c t u ral Kn ow l e d g e : Tech n i qu es for Re p re s e n t -i n g ,C o n ve y -i n g , an d Acq u -ir-in g St r u c t u ra l Kn ow l-e d g l-e. Hillsd ale: Lawre nce Er l b a u m .

JONASSEN, D. H . & GRABOW S K Y, B. I., 1 9 9 3 b. Ha n d book of In d ivi d u al Di f f e re n c e s , Lea rn i n g an d In -s t r u c t i o n .Hillsd ale: Lawren ce Er l b a u m .

KOMMERS, P. A. M.; GRABINGER, S. & DUNLA P, J. C., 1996. Hyp erm ed ia Learn in g En v i ro n m e n t s : In -st ru ct ion al Design an d In t e g ra t i o n . Ma w a h : L a w ren ce Er l b a u m .

MOREIRA, M. M. & BUCH WEITZ, B. , 1 9 9 3. Nov as es-t ra es-tégia s d e en sin o e ap re n d i z a g e m. Lisb oa : Pl á -tan o Ed ições T é c n i c a s.

M O RTIMER, E. F. & CARVA L H O, A. M. P. , 1996. Re f ere n cia is teór icos p ara an á lise d o p r oce sso d e en -sin o d e Ciê ncias. Ca dern os d e Pe s q u i s a ,9 6 : 5 - 1 4 . N OVAK, J. D. & GOWIN, D., 1984. Lea rn in g How to

L e a r n. Ca m b rid ge: Ca m b rid ge Un i ver sity Pre s s. N OVAK, J. D. , 1998. L e a r n i n g , C re a t i n g , an d Us i n g

Kn ow l e d g e. Mawa h : Lawrence Er lb aum . S T RU CH INER, M. & VIEIRA, A. R., 1998. Es m a l t e : A

Po rta d e En t rad a d o De n t e. So f t w a re e d u cat ivo. Rio d e Ja n e i ro: Labora t ó rio d e Tecn ologias Co g n i-t i va s, Nú cleo d e Tecn olo gia Ed u cacio n al p ara a Sa ú d e, Un i versid a de Fe d e ral d o Rio d e Ja n e i ro. P O ZO, J. I., 1996. La p sicolo gía co gn itiva y la ed u

-ca c ió n c ien t ífi-ca . In v e st iga çõe s e m En sin o d e Ci ê n c i a s, 1:110-131.

P O ZO, J. I., 1998. Teorias Cogn itivas d a Ap re n d i z a g e m. Po rto Alegre: Artes Méd icas.

S I LVA, G. R., 1987. Um a re t ro s p e c t i va d a e d u ca çã o m éd ica n o Brasil. Rev ista Bra s i l e i ra d e Ed u c a ç ã o M é d i c a, 11:73-140.

V I G OTS K Y, L. S., 1996. Form ação Social d a M e n t e .S ã o Pau lo: Ma rtin s Fo n t e s.

WILSON, B. G., 1996. Wh a t is co n st ru ct ivist lea rn i n g e n v i ro n m en t? In : Con st ru ctiv i st Lea rn in g En v i -ro n m e n t s : Ca se Stu d i es in In stru ct ion a l De s i g n .

Imagem

Fig ura 3
Fig ura 4
Fig ura 5
Fig ura 6
+2

Referências

Documentos relacionados

Inspecção Visual Há inspeccionar não só os aspectos construtivos do colector como observar e controlar a comutação (em

A gestão do processo de projeto, por sua vez, exige: controlar e adequar os prazos planejados para desenvolvimento das diversas etapas e especialidades de projeto – gestão de

Os alunos que concluam com aproveitamento este curso, ficam habilitados com o 9.º ano de escolaridade e certificação profissional, podem prosseguir estudos em cursos vocacionais

Mesmo com a maioria dos centenários apresentando elevado percepção qualidade de vida, viu-se que o nível de atividade física e a média de número passo/dia, foram inferiores

De acordo com estes resultados, e dada a reduzida explicitação, e exploração, das relações que se estabelecem entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o ambiente, conclui-se

Trata-se de um relato de pesquisa e experiência prática, de natureza descritiva, sobre a vivência em um projeto de extensão universitário multidisciplinar realizado na

Quando contratados, conforme valores dispostos no Anexo I, converter dados para uso pelos aplicativos, instalar os aplicativos objeto deste contrato, treinar os servidores

Este trabalho se refere ao instituto processual conhecido como fundamentação das decisões judiciais, que em razão da divergência doutrinária quanto a nomenclatura