JOSÉ SADY NETO
I 1198103490 :, 1111111111111111111111111111111111111111 )
"-- --- ._--- .---~
.: i
o
PROBLEMA DAS MESAS ADMINISTRATIVAS
NOHOSPITAL GERÁL E
FILANTRÓPICO
NO BRASIL
são Paulo
Dissertaç~o de mestrado a ser
defen-dia na Escola de Administração de E!
presas de são Paulo da Fun~ação ~et!
t
N D
t
C E
-Dedicat~l"ia
Agradecimentos
Parte:
Introdução
ao Hospital
Filantrópico
t
CapItulo
,,/"
,
t
Cap:ltu!o
li,
..
t
11
J-Cap&tu l o
N
Introdu~ao••••••
dc •• a.~.~&~&.G.~~ •• ~ •••m.~.4
t
Cap~tulo V
o
Hospital
no Gontext~') Hist,,;rico
""
R'
I ••• Func' .'hS I ~ iaçce~; une
:ona
iS"
t '
Capitulo IV -O
Hospital
corno
um
Sis"tcma ••••••••
fillloll •• II •••• " ••28
I1 Parte:
As Santas
Casas
e os Problemas
do Hospital
na a~::ualiêI~de
Hospi~a~ M6derno ••~••
~~.c2.e.~ •• B~~~m ••3~M53
, t '" ~ , \
Ca.p
.tu
1.0
V I - As Pr-es sce ssc,brs as
t
Capetul0
Cap
f
tu lo
V
t
1•.•
r«O pr-ob ~
emado
Lucro" ouI) etiQ •••• r. \l '~ li •• 'l! • " '" li li! 11 1:1'••,,81
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Vi ll-A
lmpcrtancia
da
PP',sqtdE.a~Um Exemp 11) •• <11"e co ~!t,. ",'U&""". 1:oIta:'I '" s,. "' •••• ti ~
~.,,8i
, t ••
Capitulo IX - O Problema do
to~tr~le da
Qua! idade
da Assvst€:ncia"'
.••••
,ti: •••••••••• ocors ••• , ••99
Cnpftulo
XI
Apl~cação ao Hospitoisdas
"
'Tecolcas de Engenhal"ia
indus'triéii •••••
al>~"' ••i37
Capftu!o
xu-
O Mes~rio
Atual~'"
••••
,at:II'!I!" •••• "(lI,ue"'., ••••••• "' •••••f57
111 Parte:Adequaç~o
do Mes~rio ~ exig~ncias
~o Hospital Modernc
C
aprcu&o{'.
•
X
I I 9 ,~...II i- ••••OmpC\Slçao• ,,..d
e l~.le$~l l't'>Jmlnss''Cra';;ôva,•..J.'..! •6.1-187
Ane.xo551
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Ao Padr-e N
i
ver-sindo
Antoni o
Cher-ubin , figura
~ .
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da
é:ldministráçao
hospitalar'
no
Brasil,
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'sn.eirG~dtf
Hospita'rs-"ê~"]'nstTtuto
Brasileiro
'de
DesenvohdmentGe
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Pesquise Hosp
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Ao :.seuesforço e sacr. "f ( "
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Agradec imento
A9rad~c~m(,~
~Qnosso
i
lustre
or-i.entador,
Prof..
Edmur-ChfereSç'Çto"
o
qt.la~',1ape~ar
de se enco.ntrs,"
afastado
daE ••
A.EII-S.P.
- f.G.V.,
cencor-dou
em~os
cone inuer-
pr-cpor-cicnendo seu
VãI Iose
auxfl
io.
Gratos
,St,)'lnCS .~ t~~os'os p,!'()'fessores;
mas"
-dedicar
especial
'ref~rê~ç;a
adoismui
competentes
I ~
,
,nossa
area
- Pr-of s , 'ff!rnando
Prest~sMotta
ePedro
cumpre- ."'lOS
mestres
de
Ct.~
I
rõô"
i
('J"*
Reis
- os quais,
com as di sc ip l
ina,sministradas
no Curso
de Te2
ria
Superior
de AdiDinistração
e no Seminário
dê Administração
~
pr-opor-c
i
oner-eer-noeextl"aordin~ria
"êlberturaR,na
vis~o
dosis·t:e-·
, A ' •••
ma
-hospitalar.
Apos vinte ,e cInce
anosde,
experi,encia
neSS'i:Lt~.f;l!:!,pc, vimos agora abrir-50 diant~ de.nós uma perspoctiva
sem per:
a de poder,
nos cargos
queocupamos
atuédmente .na faculdade
de
. ,
Adm
i.n
i
!3traç;o
Hosp ita I ar
(mant
i
da pe lo
I:nst ituto
de Pe$~
i
Si!e
De~envolvimento
Hospitalar),
naA~H.EtS.P.
e no C.B~A~H~;
dar
uma vai iosa
contribui
ção ~ e
Ievação
do
n
r
ve
i
de
nos~~\Ssi~dmin
j ~,""t~"-9dore$ Hospitat-6res
'que,' sem dúvida,
serão
os
"arql..dtet/;)slI'§na
,
,
turais
do
sistema nacionel de saude.
.,
F in~,lmen·te, quer,emos reg
i.s~~rar
te,rnbe-t1J' osnossos,
a9t'~a'-decimentos
ao Economista
Alcides
Casado que a
lon90 -tempoadmi'"
ramo,$, desde
o Curso de Especial
ização
em Administração
no G~H,do tivemos como Mestre, em
San-tos.
Queremos reg
i
~~rarque,
• ,. L ,.
a,;raves do Curso. de
Pos-Gli'a
duação e do Cur-so de
Mestrado,
nêsses. doisi
angos enos emque
.conc
l
u imosvinte
ecinco'
d i.ac ip l inas
çfic4Junosh~pre$si~fI€.dos
*
'\'.
com a organização
da E.A.E.S
••P.
~
f •.
C'",V. e co~ a"to.nfvel
de
seu corpo docente,
o que l ,
sem dúvida.,
~
idéif";il ()en s l no d~!ó
Adffd-..
#li!! ~, • .;.. , ,
I~
~.•..•••' .,0,. :-, '.:::•.;..-_•...
mó o nosso
afasta~nto
detodas
asatividadósalheias
aoestudo,
para
'Concentraçeo
exclusiva n;ste, em regime de dez a doze
ho-. . - . f '.
res diárias de
trabalho
intelectual,'
inclusived()rrdn90se
feria-I ! ;'
\
adqulr
idos~'
. .
dos.
Entretanto;
sent
imo-nos
"recompensados comosconhec imentos
.~-'
"-.--~-_..~.-"",
,.
i I
I
. .
••• " •. '<' •• .:-•••••• "'- ••,<. ••. "",.~ •.• ~~, - "-"O>~.''''~~'~.- '_~".:S:.::.I.::_';"': :" •.•. ,,:" .- ••y,',,,.-,,!.••.•• " '~':"""""'-''''_''.:''''".;..7__
.'.
,I
I . I
PARTE:
INTRODUÇÃO
AOHOSP1TAl
fllANTR6PICO
..
'i.
Esta
proime it'a
parte
de nosso tr·aba! ho,
tem
como objet
i-VO,
o estabelecimento
das
'premissas para ~
perfeita
...
compreenSélO
do tema em exame.
V
i
sto
que,
pretendemos
abo,'dar um
dado
modê Io x:.
'
•..
deorgao
dirigente,
incumbe, previ emente,
referenciar
êste
modê
Jo
A ,
ao
genero
organizacional
em que esta
inserido.
Interessa-nos,
portanto,
traçar
o perfi
I do hospital
fi'
lantrcipico.
Malgrado guardar
esta
organi%ação
virtual
sim;1
itude"
A , • . ,
~~m
seus congeneres
governamentais
e
empresariais,'mantem,
por
outro
l ado,
idiosincrassias
de alta
reJe~ância.
A compf.een.são de.~
tas
particularidades
é
condiçeo
"sine
que "non" para a perfeita
a!!,
similação
de nosso estudo.
Procuraremos,
assim,
nesta
primeira
par-'ce, cuidar
da
o!,.
ganização
hospitalar
em geral
e do hospital
filantr~pico,
especi-f i
camente,
propore
i
onando
uma vi
são
h
i
st~r
i
ca de su a
gêne:se e
uniquadro
dinâmico'
de sua real idade.
: - J
nex
i
stem pe squ
i
aas ou teor
iz,ações
a ta I
respe
i
to
no
meio c ;~nt
rf
Ice brasile
iro.
Assim.,
será
út
il
i
zada
I ar·gr3!mente..
a
bibl iog'rafia
. Inorte
americana
'sôbre
os
d~no!llin~:v1C'.5
HVt!'I:J~;tCJr''yhos""
. peitai
Si!, modê los de natureza
assaz
sim
i i
ar ao que ;. objeto
de no.~
.-so
equac
ionamento.~Destarte:
t
No
pri
me
jro cap
Itu Io, procuramos
esc
J
araceJ'
a
base
de
'dados
primários
que serve
de suporte
principal
e a naturszae
ju§,
tificativa
das
demaisfontes
utilizadas.
~
.
'.
No se9undo capitulo,
apresentamos
um
slotetlcohist~rjco'sôbre
os hospitais
e,
ospecificament'e,
sêbr-a o
Santa
Casa.
No terceiro
capftulQequaciOnaz.1os
os
aspectos
func
Ic-«e sccr-çc ",' modelo
N ,
d
i
#'o •nais
da organizaçao
em exame,
Sé.~1ientanQo
a
anam'C,l
suas
componentes
principaise
.
~
f
b·
I·
!
No quar-tocap
!tl!I
O,oi nosso
(; jet
Ivo r(~ ec s
onor-o
lO§,interna
de'
pita'
com a teoria
de sistemas,
referenciando
as
('car·act;e
r'!st iC-EI S'
••
f.",
i' d1
-r-.... 7 é.Esperamos que êstes ~e9m_~'1~.~~_P~~
.IJPJ-in~\I:-~s,
A~stabe I~çam. . '.. •. - .~... '-"- -.' r~ ,'->-t _r..._'-'o - .••.~ • "'-__ .', "...-1_~ __ .._ ~. __r0 ••• ,. >-:._ ~ __ •
um patamar
seguro
para
que ad~ntremo.s.nas
q§i!m;;aJspar_tes
dotraba-. .;". ::..- ." .-
_.
.,..- ". .-~_.,', . "':".. ;"::... ,--.-:""- ;.... :;;::,~. -:;:.::: " :. --Jho,onde
i
remos cu
i
dar de nQ~sa. vj sãoodod~.scompesso
ex
i
stente*- +',: ,. -. _..:=- -', - '~.~:- ~~"' ...::;:.;"..."- .$ .•~-:' ~- - .: •.•••:- r
entre as 50
I
uçõ.es ~~9ani
zaq i_cm.~i
s em uso. e a~t..ex
i9ê
l1ci
as.emergen-- 0 •• ...- ' ••••'_,~.~ ••••••• __ •__ • .~,~_. ...._. _
o • •
tes
da
real
idade
atual.
...•..••
I
1
-4-Dissertaç~o: "O problema das Mesas Administrativas no Hospital
,
:- -;'..c; ..;.,~":c, =:.=,;." :::..Gepa t"··e"
F:::iA
arrt r-op i~o no Br-e s i1"
C~ti~o~ia~B~i:D~ssertaç~o de an~1 ise te~rico-emprri~a
-~~ ". ••••• -<li _ • , •
7~~;:C-iTp~.::~ ·~.,~SJ111plesanaI ,Ise interpretat iVã de dados
..~
~ 'muito mais f~cil corrigir
~rros que encontrar
a
verd~de; o êrro ~ superficial e
pode ser corrigido; a verde
de reside escondida nas prg,
fundezas"Ma
(Goethe)
comuns de
~
.
(Todos os dias, em varlos pontos do paiS,
,
alguma comunidade, reunem-se como membros
'"
individuos
de orgaos
.,
~coleéiados respohsaveis por organizaçoes sem flns lucrativos
(i9~ejas,
clubes,
1 •••no sp 11:.5 I 5, e t.c , ] , impregnados daquilo a que.
·se po'deriã chamar upa versao moderna do "planejamento" de Pia'"
·tão.
No
Hospit~l, tal grupo costuma ser denominádo"Conse-~ho de Administração", "Conselho Diretor", etc. Os americanos
utilizem os t~rmos HGov~rning Board" I "80ard Df Directors" ou
.'"Board of Trustees", enquanto que os ingleses empregam nSoard
of Management" ou "Hospital Bo~~d".
Nesta categoria, pretendemos estudar especificamente,
as "Mesas Administrati~as", respons~vei~ pela ger;ncia das cha~
-'.
madas "Santas Casas de Miseric~rdia" (equivalente aos
Rvoiunta-, ) I
ry hospitais" norte-americanos ~
._---,----.
--..--1- Dad~ a extrema semelhança entr~ os "voluntary hospitais" e
,
as Santas Casas, eo nos refer ir-rnos aos or'gaos dirigentes de'
emb as as. instituições, usaremos' ind is'tirrtame.nt;e do têrmo' H'M.e
.-_ ~..•.
-5-,
.:;....••,-' .: .'- ,~:- :~..,._ -:.:.:"-sos metodos de escol ha, a "Mesa Adm inistrat ive " exerce funç~es
d;'~~tiv'idade e~-~~~t~;T;-,,~~,c~ef~'~'id~
tipo
de 'organlzaçao, ao quaíestivemos Iigad~~ por-
q~~;~
t~d':-~ossa vida profissional.- '.-,'.-..~.. .-
.-Com efeito; por longos anos,tr'abalhamos com imediato
-
,,.,, .relacionamento a um orgao desta natureza, na Santa Casa de
San-,
tos, uma das mais importantes e desenvolvidas dopais~ Junto a
--'''-~'.-
-;~ta di~eç~o, e;e~~;m~s, sucessivamente, as funç~es de
--~--'-
assistente'ádministrativo; adm inistrador, superi,ntertdente e consultor
hospitalar, residindo, inclusive, com nossa pr~pria famfl ia, nas
depend~ncias do hospital.
Em~ecorr~n6ia de tais cargos, exercemos uma s~~ie de
,
atividades correlatas: magisterio, mais de 100 artigos publ
ica-doa ou apresentados em congressos, assist~ncia a errcidade s
simi-. A"' IV N ,
lares,- assistencia a d ir-eçeo da Federaçao das Misericordias
Estado de ~ão Paulo (tudo como consta ~e nosso currículo em
po-, .... , ,= ~'. '- ", «
der 'da E.A.E.S.P./FGV). Neste largo perlodo, tivemos o ensejo de
.
do
mil i~a~ em prol de úma reestrutura~~o de tais ~r9~os,
mediante
p~ojetos de reforma
de
compromisso (estatutos d~ste tipo de entidades) eat~mesmo pela disputa eteit~rat na Federaç~o das
Mise-" , ,
2 '-
~
'-ricordias •
Per-al
e
I
amente, desempenhamos, tamb~m: fllnç~es naAsso-ciaç~o dos Hospitais do Est~do de S~o Paulo (hospitais com fins
* .*
---
<~,""'--lucrativos) e F'ed~'~aç~odos Hospitais (federação de :tais associa
í
!
2-
Numa ai iançade
provedores, conseguimos elegero
provedor daSanta Casa de San~os para a vice~presid~nci~ da Federaç~o de'
Miseric~rdia's do Estado de são Paulo. Tal iniciativa vis~va
""implantar mudanças que inserissem estas entidades num papel
consentâneocom sua verdade ir-e pos
,i
ç~o no contexto hosp itaIar~~" N
nacional. Entre tais ideias, dotamos a Federaçao de um secre~
t~r io 'exec~trvo--múni
dõ-'ae
conhec imento 'de adm in istração ...Todavia, esta tentativa, acabou por terminai" em br-enc o , face, as
fortes res ist~nc ias encontradas nos 9r~upos di rigente s , No pp~
sente trabalho, ir~mos abordar longamente as causas desta re~
-6-ç~es), bem como na Associaç~ó Pau! ista de Ho spiteis , Exe r-cemos."
ainda, cargos de di r'eçãono-l PH-( Inst ituto Bras i I~
ir-o
de Desen-••• - _--.,;,.,_ 'J""'"'._. - "-," •...-..."..-""".:=. ...--- •••...•- ...~_ .•••>_.,.. _ . •••~_.-.
volvimento e de Pescu isee Hospltalar.es), Consuitor Hospitalar na
Associaç~o dos Hospitais do Estado
de
são Pa~lo, Diretor Admini~trati~o da faculdade de-Admin~stração Hospitalar. Estivemos, ta~
b~m, como "fe
II
ow" nu~ ch~-~pit-al"-f-ila~t-r~pico amer icano("Harper~~-Hosp itaI" de Detro it) e na W. KsKeI IoggFoundat ion dos EE. UU.
O relato desta nossa ~-xperiência, visa evidenciar
a
be,
se dos dados primarios que tentaremos anal isare interpretar com
o fim de aumentar o conheciment~de tal realidade e contribuir
*
para a'~oluç~o "de um problema pr~tjco", seguindo, poisv os
obje-tivos das normas de di~sertação dêste curso.
,
.,
,
A
presente anal ise ir-e apoiar-se. em material bibl iosr~fico produzido nos EE.UU. onde os "voluntary hospitais"
desper.-.,.
tam estudos cada vez mais aprofundados, bem como,tera como ref~
rênc
i
a as tendênc ias quê se manif'e
stem ~em nosso paf
s, emv
i
rtude- - .
.. , . . _ N
do aumento do conhecimento cientifico da administracao~
hospita-lar, ~a atuação dos ~rg~os de representaç~o doshospitai~, e das
press~es
de
~r9~~sdo
Governo e doINPS
que ~, atualmente,o
*
grande c~mprador_d~ ass
i
stênci
a hosp it~
Iar.- Como na maioria d6s setores, n~ste pafs, lamentavelmen
te, nao.existem dados confi~veis.sôbre as Santas Casas. Por
OU-, ~ A
tro lado, a pesquisa a respeito e 1nexistente face a resistencia
.•.
das "Mesas", profundamente arraigadas a mental idade
de "Casa
de
--Caridade", bem cemo, receosas de mudanças que esvaziem tais car
,
90S, subtr~indo aos seus ócupantes, o poder e ~ pre~tigio de que
desfrutam.
Escapa ao nosso objetivo, sugerir panaceias
,
para ode-sate da problem~tica da assist~ncia hospitalar. Intentamos,
t~o
somente, oferecer subsfdios p~ra a interpreta~~o de um problema?
de grave import~ncia para a sociedade brasileira. Vale sal ientar
que, no
ciaso,
do outro ladodo
aproche cientfficoest~ o
custoem vidas humanas que o desac~rto pode produzir. E esta...
produ:in-do.
.. '.
_
....:..__
..-7-b ',' rl "\' ...I- ' d
Incum e,em
ultIma
analiseI
ao po_er puo.
ICO,a~raves
e
um grupo
deestudo
pl
ur-Jpr-of iee
ione l epluri-institu.çional,
desen-volver uma
sardapara~ste
tipo de ~rg~o dirigente.
No entanto,
opresente
trabalho,
pr~tende
apenas
estabe-lecer
o
pe r-fj I
das tendências
do hosp ita
Imoaerno
.
.e o seu
confl ito
forma
de
"A
'"hospitalar
de
com esta
gerenei a.
organizaçao
tornou-se
tal
modo complexa,
que e preciso dota-Ia de um orgao
,
,
.,.
•..
dirigente
ca-paz de entendê-Ia
~' ,intrinsecam~nte,bem
como,
de
interpretar
as ne~
cessidades
da·
comunidade
e
projet~-Ias
no hospital.
Imp~e-se, port~nto,
o retraçamento
·da estrutura
da
Mesa
.
,
.Administrativa,
adaptando-a
ao papel que lhe e requisitado
pelode
,
senvolvimento
da sociedade
em que esta
inserida.
A
participaç~o
dos cidad~os
em t~is diretorias
n~o
pode
\
,
N'
,
ser acoimada
de malefica.
Tal representaçao
e saudavel
epositi~a,
pois a prestaç~o
de serviços
sociais deve atrair os membros
daco--
,
munidada
quando esta e perfeitamente
sadia. Por outro
lado,
sua
pr-e
sen
çe,garante
a perfe ita si nton ização com os
inter~sses
da
co-letividade.
No entanto,
tais formas de organizaç~o
com6 t~das
as
cong~neres,
est~o fadadas
ao estrangulamento,
na medida em que
re-cusarem
a incorporaçã-ó
do·patrim~nio cientffico
da
administração
rac iona
I •-Na sociedade
moderna,
cresceu tanto
a imp·ortância
do ·uma.
,
"nagBment"
que se tornou
sustentavel
a tese
deque a tecnica
e
o
elemento
escasso do modo de produç~o.
No entanto,
aceitando~se
ou
n~o tal
id~ia,
umaverdade
est~ definitivamente
es+ebe lec
ider ne«- .- ., '.J...<'
nhuma orgeniiaçao
pode subsistir
sem a alocaçao
dos metodos
C1en~ificas de administraç~o.
No campo dos ne9~cios,
aseparaçao
entre
administraçã~
a
,
,
propriedade·j~
era materia
veiculada
em
I 941
por James Burham,
*
.num Iivro de largo
i@pacto-nA
Revolução
dos Gerentesn~
Nocampo
hospitalar
brasileiro,
alnda n~o ~fiorou.
A
assist~ncia
m~dico-hospitalar
apresenta
um
paradoxoam
,
,
na
area fiJantropica,
esta verdade
simplesrelacâo:S a .
ou
tr-es
er-e'es
,_o.,: ...I-f'.C· .Ie
n ,_
I I Ices ,
tecnoloRico
,
nao oróvo-."-'
.
_
...do, n~o ~. possfveJ
o
barateamento arbltr~~io dri-cust6m~~1~nte
-8-a
"reduç~o da ~qualidade , Acomuh'jdade jamai'~"ace-it'arl~"~stetip()'de
solução.
'"
,
.
A pressao do usuer- Io provoca uma 'escaIada':"ecel e,.'ãd-a,na
medida em qu~ se exige cadaviz mais
e
melhor assist~ncia-isa~de..
,
,
O problema esta na pauta federal e ja por du es vezes ass isfimo s o
Ministro Reis Veloso pressionar pela melho.ria do "management,q
es-pec:Jfico. Numa oportunidade, peranté a comunidade 'hospitalar 'em
convençao re~1 izada em Beio Horizonte e, noutra, perante a ccrnuni
dade' cientffica em palestra nesta Escola.
A
~r~1 iferaçãode
con~~nlos do,PNTE para 'o treinamento
de
pessoal e~ecutjvo na ~reahos-,
pitalar, e prova mais expressiva ainda da-preocupaçã.o
governamen-tal.
,
A
comunidade, atravesde
seus represeritantes, exige'umhospital cientificamente administrado.
O
maior golpe n~stesenti-do,
fói
a,e~tg~ncia oficial da contabilidade
de custos~ c ond i~ãc)
,para a pe~cepção dos aumentos de preços, num esf3rço conjunto
en-tre o
CIP
e o INPS.Nêsse' contexto, aonde se. locaI
i
zam o.e hosp itais f i Ian-tr~picos?
A
respeiifá,vel
e lembrar o. ,\
Freita~C~rvalho: ~A transformação do
artigo'·daDrd. ~Lourdes de
'd ·"·'d .
quaaro a aSslstencla me
1-( ,.". N , .
co-hospitalar em nosso paiS, taJves nao seja tao rapida e nem
se-,
,
.
".,
me.lhante a dos Estados Unidos. Ela, porem, Vira, in~xoravel, e
e~
t~oi a pe~quisa, o desenvolvimento das t~cnicas rn~dico-hospitBi~
'~es, a reabil itação, tomar~o
um
novóimpulso
ou se atrofiar~o,na
depend~ncia do que aContecer" ("Hospital Filantr~pico Qua.1 o
seu futuro?".1 Revista Paulfsta de Hospitais, Vol.XXII, n.4, abril
deI
974).
""
A
pressao compradora cinge-se cada vez mais ao INPScó-mo grande comprador, englobando as ~antas Casas no mesmo barco
que os hospitais de fins lucrativos. _0 mito dos
i
ndiqerrt.es que asenganava desaparece potico a pouco. Veja-seque o Estado de S~o
Paulo, atrav~s do dec. I 840 d~29.06.1
973,
reduziu a .' A .•e x.i qe nc Ia
do atendimento de indigentes, de um t~rçopara um quinto. N~o h~
mais indigentes (tecnicamente): na cidade'~ o INPS e na Isvoura 0
1
---I
-9-'"
Igualados pela pressao compradora, hospitais com ou sem
fins lucrativos, passam a disputar no~ mesmos t~rmos. Imp~e-se,
portanto, urgentemente, ao hospital filantr~pico~ tornar-se t~o
*
,
competitivo
como
seu concorrente~E
somente sera competitivoquan-do reorganizar sua governança.
A
consci~ncia de t~1 necessidade ~ vital para asobrevi-vência do hospital filantr~pico. No entanto, tal sobrevivência não
,
'"e questao pri veda de suas r-e.spec+ivas
I
rmandades.O
quadro aba ixode
1,"971,
demonstra que, então, a rede hospitalar desta categoria,.'
,,
Ja superava, em nurne•..os brutos, o vo lume de leitos of ic
i
a l.s, bem.
,
.como, representava
56%
do total de Ie itos part icuIares do pa Is ,TOTAL
DE HOSPITAIS ••••••••••• a ••••• g••4
067
G
.
.
(Federais •• ~••~.a
.
"Hospi-teis c:wernamentalsl .. ~
.
660
j'
Est~d~a i ~ ~••••• asa. u •••••••MUnIOlp~IS, ••••••••••••••••••.
,
lParaes~atais ••••••••••••••••
142
342
132
__.44-(60
(16,27b)
r"
Hosp jota'i5- Part
i
cuI
~res{De.
3 407
Definal idade lucrativa
finalidade n~o" "
...
I 752
(51, 4%)
I
655
(48,6%)
_______ 4
3 407
(
I
1
.EstadualI
Oficiai""
: -124
66
I Mun io ipa I Ia a ? • _ • •e • • • • • • • • • k·. a _ ~ • • e
23.496
84 738
Federal • m _ D • • • • • • •• • • • • •a _ « ft • S • • •
w • • • s • • • • • • • • • • • • • • • • ~ • •
7 414
Paraestata I • • 2 • • • • • • • • • • • • • • • • • • •
8 953
Totalde Leitos
367 522
Estes dados são fornecidos pelo
SBGE,
emPa
rtic u
iareSf'F
in s I
Ucr- at
ivos ••5 •••••••106
242 921 c f"·' I t .
. ~ens !ns ucra IVOS
l
le
fil~n~~picos
•••••••• 135
I
967
929
(44%)
I
-10-As Mesas Adrninist~ati~a~ ~~ntinuam gerericiando esta
re-.-+ ., ~- ::.-" :..~.'-=.- ,
imenéa, com o mesm6 sist~~a de ha. duzentos anos atras, com gr~
ve s preju
f
zo s para a pre-staçãode' ser-viços que sao dop~bl ico que não pode ficar a m~rc~ de m~todos superados.
Impõe-se a int-ervel1çãoestatal, d ireta oui
na
ir-et
e , demodo a impor ~oativamente a intr6dução do profissional da admini~
tração, dos m~todos cientfficos de "ma~agement", que podem salvar
.
,.Interesse
;1"
I
,
!c
I j
Cepftulo
11
O Hospital
nr)éontexto':'Hist~ricº
As Origens
-
das Santas
Casas
-:'11-.! O
Hosp ital,
a
despe ito deenfat
izart~cn icas
espec ie l
i-~ b
•
~
lU ,zadas,
,~, . as Icamente,
uma organ
i
zaçaoque
r-eunequadros
de d Iver-«sas
profissões
num s~ lugar,
com o fito
de focalizar
suas
habili-dadesno
cuidado
ao paciente.
A pietora
'de equ;pamentos
sofist,icc,S
,
dos cr
i
ados pe
Ia moderna
medi
ci
na,
somentepodera
se."ut
i
Ii
zada
eficienteme~te
seêstes
quadN>s semantiverem
numrelacionament.o
criativo e flexfvel
entre si e com
05pacientes.
O
car~ter
pecu
li
er-dos
obJeti
vosdêste tipo de organ
i
%2-ção, ai iado a circunstâncias
do seu
tortuosod~senvolvlmento
his-t~rico,
fa~em
com que"'os
ele,Bentos
universais'das
relações
huma-nas ~e
traduzam
ne~asunjdades
deforma
absolutamentesingular.
I
ncum
b
e, pOIS,•
p.ara
sua compreensao,""'1
uma ana Ise.
d
e suaevolução.
A Evolução2.~ Hos"Eital .Mo.s,erno
O hospital
moderno:'
oriundo
de. instituições
medievaiseurop:ias
que,
malgrado
possufrem
!dêntica.,denominação
q exer-cl em
funções
diferentes.
I
~~x
i
&'t'indohospedar
i
as de cunhocomere
i
a111as or9anizações rei
i9!osas
da ~poca, criavam alojamentos para
os
viajantes
que paSSâvam pelas
suas
locai idades.
Tais
entidades,
que
recebiam
a alcunha de hospit.é!!.!.'
sofreram um longo
processode mutaçiioe Passaram,
tão
1090,a ecol
her-os desabrigados
de suas
pr~pr
i
as c
i
dadas,
dando-lhes
permenerd;emente: Qt4)to
cjuelhes
fôra
d l •.•
eoo açoes
t
dêsses
h~spedes
desvalidos,
estsbeleceu··siS
CIcostume
dos,m;'dicos
locais
v
i
si t.er-em-no.s pe~'''i~dica
e sratuitamente",
a fim de aogi:ll";ar
-12-regra, portavam alguma doença crônica ou j~ estavam no fim da
vi-da. O hospital zelava tão somente para que ficassem bem
acomoda-'" ". #Ia
dos
;e;cu;iclados .. áte
o
-i-iniriente desfecho.
Evidentemente que em tais
~POCélS,a medicina
muito
pou-co tin"'a
a
oferecer a
.seu
s pacientes.
Olocar apropriado
para
o
seu
exórcfci"o
erao lar
dodoente,
aondepodiam
serencontrados
os
necess~rios
r-ecureos
de
enfermagem,ai
imentação
e
acomodação.
De seus
primit~~os int~itos rei igiosos,
oshospitais
passaram logo
àassumir a função de casa de cust~dia
para
ondeeram recolhidos os incuráveis. Em tal
calabouço,
ornado de.gener2
sa
imundfc ie,
aguardavam a
morte
sem infecta~ seus
concidadãos.
A evolução da
sociedade
e o
avanço
da
ciência m~dicavi
eram t~ansformar gradualmente esta real idade. Os
hospitaispassa-ram a ter a função de curar seus pacientes, tendendo a
sociedade
.
'.
"
..
arelegõr
os
mcur-eve is aos asi los e at~ prisocs.
Os hospitais permaneceram ainda por
longo
tempo,
com a
imagem de 'ugar de
torturas
e'
morte.
Par-a
tanto,
correr-ibu
r
a a
*
enorme
taxa
de mortal idade.
Veja-se
que em I
784,
no iiôte!
Oicu··*
de Par
i
si,
a mesma
orçava em
2.5%
per-eos pac
ientes
e de
6
a
i
2%
*
, . A •
pare os medioos,e empregados ••Entre
estes,
no"l:;ava-S€tque
os
r-e
s
i>
. ~" .
dentes,
fora
do hospital, 90~avam de'melhores
condiçces
de sa~de ••
O
r-e
Iec
i
onemenbo
des·ta
taxa
com
a imund
r
c ie,
ident
i
f
i
c.!
do
por
floRENCE NIGHTINGAlE
e
explicado
por PASTEUR,
levou ~*
tran sformação do hosp
i
ta
I
num.1oca I hab
i
t~ve
J,
.iondeo pec.i
ente
*
estava mais seguro do
que
em seu lar.
As t~cnicas de
assGpsiavierruntamb~m sedimentar,
cada
vez mais,
e
medicina nos
hospitais"
Seus
rituais
precisO's.~e im
-prescindfvcis, exigiam um local adrede preparado. A
ci~ur·9iaas-s~ptica, tornou possfveJ a abertura do abdômen e de
outras
cavidf!
,.. f' o'
des, multipl icando a gama de operaçoes
pOSSlve.IScom um
correspon
derrceto.f'
aumento rap
Ia ~
5S oImodo instrumental
necessaf"!o..
'.
T
ornava-se
1- S ••S•.Gold'>lster,
MeDI!
"CoW'lcerniftg HospitàtOrigins
Wf
in "The
tiospitei in Modern Society",
Ed.by
A.G~Bachmeyer, M~D~ and
-13-,
•..
,
imposslveltransportar
este
instrumental
na classica
"maleta
ne
-"
gra •
A
enorme
sofisticação
cientffica
dos
~Itimos
cincoenta
anos, passou
a exigir
êfixação
do m;dico
no hospital.
Não seria
possfvel
o transporte
de aparelhagens
c~~rssimas
e ultra-moderna~
'd·
,
Ome
lco.e
que delasdevia
Bproxitllar-se.
Por outro
.lado,
cr-Lcu-sse ,
flaratêste
profission-iil,.
a ne-:
cessidade
de receber
o seu
preparo
cientifico
dentro
de
tais
or9~--
...,.
,
~nizaçoes.
Nao
socomo
est,:,dante,
millSmesmo.
no
exerCICIO
da
pro'Fi.§.
são, pois somente
em ·tal lugar, poderia
contactar,
comparar,
in-ter-ra
Iac
i
onarseus
casos
,em
c'ontato d
i
reto com os pec
i
entes
e
*
seus colegas
de
profiss~o •
. O Hospital
Moderno
como Res~~ado __~~t~~~
Evoluc12
,
"nar
Ia ma
i
s do
C!l.!.Gde PI
aneL~mei]toRaç
i.smat
Na nled i.da em que a med
i
ci n a passouaprec
i
saro de umlo-s .
cal para onde
levar
os
pacientes,
ja ex.istia o
hos9itaJ"
Assim,
esta' organização
foi adaptada
para esta
fünção
e não
pa~a
esta'função.
Na medida em qu~ o avanço da medicina e sua
interioJ"iZ:i!
..
çãofo
i
forçando
a mudança
destas
1n51: i-tu
i
ções', ocorreu
um proce.§.
.
?
so
de a,daptação
do ho
sp
ital
par-e recwel'.i;) ·m.e(f.'Cina,;..
No entanto"
a.
-
-.,",
complexa
menIpu
le
çao
de
tecrdcas
administrativas
efetuada
•. opero!!,
No •••
-se sem a
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participaçao
do medico.
f
.
~
*
Ta
i
spro
i
ss
i
one
i
s foram
se
i
ntegf'andona
Oi4gan,zaçao ...
sem
tomar
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de
queesta
:ntegração
exigia
uma
recicla-,
.'
gem profunda
do he
spital
liMar.teve-se,po
i
s •. o med
i
co,
comoate
o
• L. •• '.
d
I
I
d
~
momento,
como um cOhvjdaao,
um
licspeaeo
lospit~,
e
cujaaQmi-~ - ~ f ~ J # b d" d
nis,traçao
nao
participa
e a
'lua.n
eo
e~;'ca.su OI" ,nao.
Os Efe itos
das
R~~1~ça$
S2~.i~~de....§.r.end~0l:
te
-A
vertiginosa
sofisticação
da
medicinal
tornou
os
cus-*'
tos hospitalares
numa
ver-dede
i
r-e
c.atsf:.trofepara o coneum
ider-,
*.
. "i' ~
Construir
ou manter
um hospital
tornou-se
rmposslve!a
base
de
contribuiç;es
dos mocenas
tradicionmis~
A cultivada
tradiç~o
-14-vel.
Naturalmente,
t)custo
tinha
que ser
transferido
para
o pac
i-ente.
Todavia,
em virtude
de tai~
-tradições,.
ovpovo
dificil-mente aceita
esta
transferência,
na med
i
de em que lhe parece
n,2tu
.
-ralmente
que esteja
o hospital
obrigado
a suportar
parce:a
da de~
pesa
do paciente.
Por outro
lado,
o 'Volume desta
despesa tende
a
ser
proibitivo
pelo
seucar~ter
inesperado
e pela sua despr-cpor+ção
coma renda
m~dia
da
população.
No mundo inte
i
1"0,êste
descompasso
entre
a boi
Sé-rdo c0U,
sumidor
eo cr-e sc
imerrt o-do custo
hospitalar,
tende
a
resolver-se
,
,
med
i
ante
o seguro
seude
por
proe-pagamento.
'No Bras
i
I,
enveredou
*
pelo seguro
sa~de
obrigatório
e monopol
i
z ado pelo
Es·tado que ~ o,
.
I NPS,
mantendo
como sate
I atesgrandes
grupos
que operam com ope.r:.
missivo
legal
desubstituição
da
assistência
da
previdênciaesta-,
tal
e
com os pequenos
grupos
de seguro
saude
privado
puro
e
sim-pies.
A '
•
-Na
mer
ICâdo Norte,
surg iu com a depr-e s seo , em
,
'.
'
, ,,.
atraves
da
chamadaw81ueCross
w Jacombatida
entao
pelaI 930,
As
soei
a'~-
,
.,
çao Medica
Amer-loen
a, como foicombatido
aqui opre-'pagam~l"'to
r<':.'-la A~soc~aç;o
M~dicaBrasileira.
Outra
teriáênc i·a. ~eral
constatada
e o
p J.
n'ter'esse,.
crescente, pelas questões
de
sa~de. NosEE.,UU.,
apartir
do conh~c
i
do nRelatório
Fl
exner-";
despertou-se
o
intef'êsse
pelo
combatea
mol~stias
especfficas,
surgindo
dezenas
de
entidades
privadas
comtais objetivos.
As
guerrDsmundiais
aumentaram
o interêss
e
do pr.2,
blema,
pelaconstataç~o
de
altaporcentagem
de
recusddospara
o
serviço mil
itar
em virtude de
defeitos que poderiamter
sido
~ra-.,
,
.
tados.
Sedimentou-se
na
sociedade
a
ideiado
cuidado
mediCO'
como
um direito
b~sico
e
i
ne l ien~vel
do homem. Talvez
o
melhor"resldt~
do dêste
movimento tenhc
sido
o sUf'gimento
da
wJoint
on Hospital
Accreditation
,f,
~m 19_51 pela
ini~iativa
da
Commission
Assocjaç~o~
Amer
i
c an a
de Hosp
i
tai
5,Col
~9io
AmeI'"i
cano de
C;rurg
i
õesl'N ,. A "N
A,'d'
~
d
T I
çao
Medi
ca Amer-i
Cima e tiSSOC laça0 i'rle Ice .•..
enecen se ,
a
Associa-orgân
i
S~mo,
embora
nao tenh~
""carater
,o
f"leia IIexerceu
pro·unaa
f"
In· uenclsfI;' .na elevação
dos padrões
hosp;talat'cs.a·merican:)sa
No
Br-as
i ],
a \~ni ...
c e
i
n
i
c
i
at
i
va aeme
Jhante
;, o sistema
de c I
í-U:;Si
fi
cação
do !NPS, m~
dI"
errt
eo oua
I. ho scit . d - e.. ,.. dcn-,
-c
i
amento e recebem
-d
;ar,;as,de ve [or- propore
i
ona
I
ao aperfe
i
çoamen
~to de sua qual idade.
~,A
Lnda .ne ...Amér'j ce ~.do_Nor.te, o'90vêrno
reagi
u ~, ~
pe lo,pós~9uer.ra com Q conhe.c
ido
Hi;
I-Burton
Act') Icrise
ge-reconhecen
--do as
necessidades
dos hospitais
locais
e
per'sseguindo
uma
eentr~
~lizaç~o
~ocontr~'e
e
determinaç~o
da
pol
ftiea
hospi~e!ar.
Os
hospitais
locais
tornaram-se
parte
ativa
de
umarede
nacional
de agências
de sa~de,
retendo
flexibil idade
suficiente
para, adaptar-se~s
necessidades
de
sua
espec ffica
comunidade.
Ve-remos,
em
seguidil,
as origens
das
Silntas'Casas
que
s~o
es'o~9ani-*"
zaçoes
que maisperto
interessam
aonosso
tràbalho.
,'f.'
'::
,
2-
Jo
int" Comm
i
S5 iOpion Hosp ~taJ' Accred itat
ion J .C.H. A. e uma
eo-'-miss;o
compostapela'
Associação
Americanáde Hospitais,
Col~-.'
,
gio
Americano de cirurgiões,
Associação
Medica Americana e
• ,.. lA
'd .
C
d
.
d ".
f '.SOC r açeo IÓlel ce ,ana enee
que aprova
pe roas, m
InJmos para
As-os
hosp ita
i
Se_,Os hosp ita
is
:que não at iogem
êsses
padrões
não são
,
,aprovados
pe l a
J
.C.H ••A. e
isto
resu Ita
em ser ios
incovenientes
para
o hospital
GCom essas
sanções
Hdifusa~,r
essa
Corniss~o co!!,
seguiu
em
poucos'anosresultados
surpreendentes
na elevação do
p.adrão
dos hospitais
norte-americanos.
Dentre
as
con se quenci aa:
....
funestas
da não aprovação
pe I a
J.C"
H. A. estão
as segu
i
ntes:1
)
.jf-o
hospital
n~opode rec~ber
internos
e residentes;
2) os
paci-entes
recusam-se
a
inter~ar-s~nesses
~ospitais
,
etc.
3-
lei
Federal
Americana
sôbr'efin~nciamentopara-ra:zer
face;"
na
-16--As
.-
or"l!jens.
das Snntas
Casas
O·
Interesse
'"
na
pesquisa
das origens de dedo tipo de ar..
ganização,
~
anal azado por STINCHCOMSi
,
salientando
que o modêloorganizacional adotado na ,fundação, não' s~ ~determjnado
pelo.
mel
Ç)
ambiente-no
qual
foi
inserta,
como,
respectivamente,
projeta-se
nêste
sistema,
no qual produz
efeitos
relevantes ••
O .estudo das
niutaçôes
da
or'ga.njzaç~o,
confrontadas
com-l~os
saltos
tecnot~~ico~do meio
ambiente~
autoriza
a aval iaç~o das
novas
e
s
t r-ut ur-esadotadas,
i
nd
jcilndo-nos
focos
de
pr-obIemas~ljg~
dos
ao fraco desempenho
da
unidade
produtiva,
insatisfacão da de-
~:'
manda
social
oUinefici;ncia administrativa do
empreendimento •. Como
refere
CHARLES PERRO\\f2~os
objeiivos das _
orga!l
iza-çôes de
a.ssist;;nciahospitalé1r6-~oZ"respondem
~
demanda scc í a! ,*
0, , , _ .•••• !' (!
condicionada
seua
proprie
estrutura,
a tecno!ogia
Olspcnive,
e
ccs!otcma
davo!üres
culturais
vi9~nte.
- -Com efeito,
t veja-se, por-exemp l o ; que
o
i
nstrumentsil, " N
tecno'loeico
determina
de forma
[ne
xor-evel
ritipo de
organizaçaoc
Inexistindo
meios d~:tp~ap~utica:ao
dQeDte'rn6nt~lj
b~hp~pital
de
ai ienados era um simp!es
calabouço
onde eram segregados
como
ind~
.
,
.
sej eve r s ,
O
1·
,
..LÃ t' .,J.. ''';'.cesehvc vlaa a ~erapeu Ica; es~as casas
~rans~ormam
~se
(
"
- ,.'
.
em cl
.nicas
de cura~AI
ias
l ata! respeito,
JB vImos
anteriormen-,
,tel'
que o desenvolvimento
da cirurgia
asseptiça
foi
a
principal"- '" '
causa
da gênese
do hospit,i;,I
mode r-no , A tecno!og:a
dispón,ve!
I iml
ta e
determina
as
alterrlotiv.:::se
s+r-ut.ur-ei
s .•
1-
STINCIlCOMB,t. -
"Social S·tructut'einOrg.:miz<ltiÔn",
in
-17-je uma
,
O crescente
avanço techologicoexige
qu~ ohospital
se-N . ~
organ i%açao em
constante
e perpetua
rec
i
c
I
agema
f
imde i~.
corporar o novo instrumental produzido no seu campo. Todavie
ges-sa
pressão externa,
sorre
res
i
stênc
i
ade
ca,..~ter
i
nterno ~ or9
a01
N . A .
zaçao •.
Os
motivos
desta
resistencia,
residem
principalmente
na
*
.'
.
",.
InerCla de seus dirisentes que resistem a modificaçao
do
·status-quo·.
Bosquejando
a
histciria
do modêlo
brasileiro,
"'Santa
Ca-sa"',encontraremos
a partir do seu modêlo primitivo,
as causas da
inadequação
de
.suas mutações
que
..
tendem
a
ser ma
i
s ecumul at Ive
s
*
do
queestruturai
s ,Nêste contexto, encontraremos
o
de spr-ep ar-o deseus ~rgãos dirigentes como efeito
de
condições
subjacentes
e ca~
sa do desacerto
desuas administrações ••
Os pr ime
i
ros hosp ita
i
s
do
Bras
i.l , foram
r-esu
!ti.ido, ,
transplante da experiência po~tuguesa das nmiseric~rdiasR.
Em
I
543~
o'cap itão-mor
Braz Cubas,
fundava
no "porto
Nque
ser-v ~élvila de
são
Vicente,
a
Irmandade da "Santa'Casa da Miseric';rclia-*
de
Todos
os Santos".
O
loca'
7por
i
nf h.!ê.nc
i
a do
ncrce'dadc:>
QOhos-pital, e
c~pela
da Confraria, passou a chamar-se
"por-co
de
Santos
Ne
ma
i
s
tarde, "V
fi a~· de
Sant;os.
Em I 551,
D.'João 111, conf ir-mou c
-
3
·comeromisso"
da Irmandade, conferindo-lhe
os mesmos privil;gios
A ,
suas -congeneres na Metropole •.
Tais
instituições
prol
iferall'smenormemente
em
nossoso-A h"
Io, segu
i
ndo-se
as segu
i
ntas
Santas
Casas,
conformeescorço
a
5t;,2
'rico de
ERNESTO
DE SOUZA CAMPOS4: a) Bahia
I
551ç
r'1Il.conhecida-*
de
em
I 662; b)
Esprrit~
SantoI 551 (segundo
F'I
ix ferreira)
ou,
3-"Compromisso"
e o estatuto de tais Irmandades. Em anexo afinal
dêste
trabalho,
trr30screvemoso primeiro
compr-omi
sso da
Santa
Casa da Miseric~,..cilia
de Santos, .documento
hist~rico
de rara
preciosidade.
4-
CAMPOS', Er-ne sbode
Souza -"Serrt
e Casa de Mi
ser' iCI.~rd
i:a deSan-tos,
primeiro
hospital
fundado
no Sraiil
-
Sua
origem e
Evolu-,.." I •
t
LI· J" • G''f .'
8' • I'I'
'.J.. ~: s«,çao .'·nstJtu
o
IlISi;t:)t;tCOe
eonra-'Ico JraSiielf"Oe ns-cs\,u(:o"-18-. ~
I
595
(segundo Bas.1
io
Daemcnt),
'reconhecida
eml
605;
c)
Rio
de
Janeiro -
I 582,
reconhecida
em
!
605; d)
OI
inda -
~econhecida
em
1606;
e}
Itamarac~ -
reconhecida
em
I 611;
f)
Sergipe
-
noticia-da como do
Sec.
XVii
9)
são
Paulo - que 'consta ser enterior
a
*
. . ~
I 599;
h)
Paralba - anterior a I 701 e muitas outras de menor
Im-,
,..
portanc!all
A
Miseric~rdia
de
Lisboa foi ,criada pela Resente'Qa.le2
nor,
em
I
498,
enquanto seu
.
Irmao, Rei
•...
O.Manoel
ia a Espenha re •.
"'
clamar direitos da Casa
deAvis.Havia,ainda,
emLisboa,
o
Hospi.tal de Todos
osSantos, fundado
em
I429 por D.João
11. Assim,
*
destas
duas
entidades,
Braz
Cubas
foi
buscar
o
nome
para
a
l!lmi-seric~rdia
criada
em
solo brasileiro.
,
Em fins do Sec.XV, Portugal era ainda territoC"io dos
*
Nhospitais"rnedievais
a
que
j~nos referimos.
Nesta
~poca,
o
clia-mado "'Prfncipe Perfeito", o sanguinário
o.João
Ih
que
assássinarumboa
par-ee de rnobr-eaa de
suacôrte;
su.rge
comoum reformador
da*
,
'.
•...saude publ
.ca,
propugnando
pela
concentraçao
dos
hospitais,
reor.1.
entando~os,
timidamente,
para
a prat'. Icaa d C\U'éI..•*
VIII
~a ') n91
aterra,
êste monarca
procurou
!'cetir-ara
pr-of
issão
rlli
dica
das mãos
da Igr€ja e'
a~otir
o sistema
de hospitais
monast~
_
rios. Tedavia, empreendeu
tal
tarefa mediante negociações,
obten-do de
SISTO
IV,uma
baila
que
o
autorizava
a
i"eunir:Vem
amploe 50
Iene
hospital
dos
pobres"
todos os
est;;.;belecientos
cujos prover. _
tos
não uJJtrapassavam
trezentos
f Jor- ios deouro.
Mai
st~rde,
obte-ve um "breobte-ve" de INOCtNC IO VIII. O monarca não teobte-ve
'temp,,-de
co!!..cluir
~ste hospital,
deixando
sua
prossecução
aIOsucessor
e
cu-nhado
D.Manoel
no
Venturoso",
conforme
reza 'em seu testamento:
'*
"lt~n: ..
.eor9.ue _I!!ir~tensão
h~rnandar
razer pelo amor de Deus h!Jm!!pr~
;~~J..
em li
sboa, da
advoce.~_o _~~_!!:dosl0s...!!.anto~
p~!:!_r;:..~~i2
.meu
spretal,
e corporal
dos
pobrese_~1!f~~~~~~~~~
s~tü
'ia
da~..-:'lei
ra que:
he
começado
e a ~"yernanca
s=._f.ê..~
G~.-2.~F.~~~
cer:_ b~a.?~
test~!nent~J.r:.?2._.2...~.
gue ;~_~.!_.Jl~~.2-.!!!.i"Ü~.
Ol~ilOS segu isse
-2..
rC9}r..:2.nto 9U!~1 em f I'.?.!'~~IiI'..
(Er'nesto de-19-Corno se nota,
as Misericórdias
não foram
invenção
por-tUgUeSBe
O reglmento
de Florença,
mandado
copiar
por D~ Jo~o
",
era
o da
Irmandade
fl(u"entina,
existente
desde
I 350.
O
modêl
o
chegou
aPortugal
peI
oprofundo. intercâmb
i
o cr-iado
peI
aCarta
deAfonso
IIJ,
de 04 de ebr-i
I de I338,
cr-i
ando
largas r!\'llgaIi
as
aoscidad;os
daquela
naç~o
em solo portugu~s.
Embora
o referido
"hospitaln
5
não fôsse
uma
Misericó~
.'
~dia,
Jàseu
regimento
seguiao
modelo
florentino..
A
Ir-mándade
,
..'
criada
por Da. leonor,
a miseric~rdia
de Lisboa,
J~trazi&,
em
seu compromisso,
trechos
traduzidos
do regimento
de
Florença •.
R,,!
BELO DA SILVA
eMAGALHÃES BASTOS,
em suasobras,
pro-cedência
desta
assertiva
quanto
~s origens
destas
instituições.
No entanto,fo
ino
so I o luzitano
queest.ss
i
nstitui-ções
pro
Ji
f'er-er-em, vi ndo a
estender-se
nas co,
ôn
i
as a,
COIt:v
i
90-roso
impulso,
no
Brasilc
As
""Mesas Adm
in
i
strat
iYa~dc.stas
ent idades,
eraillcona-titufdas
de 13 membr-os,
do~ quais eraescolhido
um Proví,!l.dc:r'~ser.
' \.. ",.,,-,
-do
todos
eleitos
por
seus
confrades
na cepe
le
da
Irmandade,
6m~-Gimente,
no
dia 02 de Julho, data de Santa
Isabel.
sue p5d~oc~ra.
Provedor
e
oficiais,
reunfam-se
duas
vezes
por
semana,
. ~ . ..
para,nfazer
consélh'o" despachar
petição
de pobres
e tratar
do
11
vramento
dêstes e di stri
bui,..
esmo Ias aos mendi
90S.que
aparecí:s~
sem" •
Nos
outros d ias,levavam
esmolas...
as
1I1casas dosdoentes,
.
...
~os pobres
envergonhados,
e cadeia e aos hcspitaisNo
A
comida
fornecida
aos
presos
era
s~jestiva,
consistindo
de uma
posta
de
carne
e meia canada
de vinho
aos domingos
"queInes
abaste ate
,.
quarta
feira
e me.ia
cansciade vinho
e pão na quarta
fe.ira,
que
,
J
he s
ebesteate dom
i
ngo-:,r.Ta