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Uma Proposta para Ensinar os Conceitos de Campo Elétrico e Magnético: uma Aplicação da História da Física.

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Uma Proposta para Ensinar os Coneitos de Campo

Eletrio e Magnetio: uma Aplia~ao da

Historia da Fsia

Aproposalforteahingtheoneptsofeletriandmagnetield: anappliationofhistoryofphysis

Murilo de F. Magalh~aes, WilmaM. S.Santos, Penha M. C. Dias

Instituto deFsia

UniversidadeFederaldoRiodeJaneiro

Reebidoem25dejunho,2001. Revisadoem3dejaneiro,2002. Aeitoem6deagosto,2002.

Nestetrabalho, propomosumaformaalternativaparaapresentarosoneitosdeampoeletrioe

magnetioaoalunodoEnsinoMedio,inspiradanateoriadaAprendizagemSigniativa,deAusubel

e Novak. A Historiada Fsia | por apresentaros problemasque levarama formula~aode um

dadooneito |mostraos elementosqued~aosigniadoao oneito. Por isso, areditamosque

elapossaserintegradaaoproessodeensino-aprendizagemsigniativos,tendopapelfundamental

nainlus~aodosnovosoneitosaestruturaognitiva. Osresultadosdaaplia~aodessemetodo,no

ColegioPedroII,noRiodeJaneiro,s~aoapresentados.

Inthis paper, we propose an alternative way to introdue the onepts of eletri and magneti

eldstohighshoolstudents,whihisinspiredbythetheoryofMeaningfulLearning,byAusubel

andNovak. TheHistoryofPhysisdislosestheelementsthatgivemeaningtoaonept,insofar

as itpresentstheproblemsthat ledtothe formulation ofthe onept. Therefore we believe that

itanbebroughtintothe proessofmeaningful teahingandlearning,performingafundamental

roleintheassimilation of newoneptsto theognitive struture. Theresults oftheappliation

ofthemethodinColegioPedroII,inRiodeJaneiro,arepresented.

I Introdu~ao

Fen^omenos eletriose magnetios est~ao presentes

emgrandepartedosequipamentosquefazempartedo

nossodiaadia,taisomoomputadores,televisores,

ge-ladeiras, motores eatemesmoampanhas. Portanto,

a ompreens~ao do eletromagnetismotem fundamental

import^aniaparaoentendimentodomundo otidiano,

onsequentemente,para oquesehama \edua~ao

i-dad~a".

PesquisasmostramquemuitosalunosdoEnsino

Su-perior ainda apresentam diuldadesem lidar om os

oneitos de ampo eletrio e ampo magnetio,

de-vido a abstra~aoneles envolvida; esses oneitos,

em-borapresentesnodia-a-dia,est~aoforadonossodomnio

onreto[1℄. Asdiuldadesementenderooneitode

ampo de fora, enontradas por estudantes na faixa

etariade6a17anos,s~aotratadasem[2℄,ondeometodo

lniodeJeanPiageteempregadoparaanalisar

algu-maspropriedadesdooneito.

Adiuldadedeaprendizagemdetaisoneitos,no

Ensino Medio, e ilustrada pela experi^enia de um de

de Janeiro. Em uma aula introdutoria sobre

eletro-magnetismo,ministradaaalunosdo3 o

anodoEnsino

Medio,estestiveramgrandediuldadeem

ompreen-derooneito deampo. Nessaaula,aoinvesde

sim-plesmentemostraraformuladaforamagnetia,omo

efeitotradiionalmente,foipropostoqueosalunos

de-senvolvessemo oneito de fora atravesda no~ao de

ampo(noaso,oampomagnetio). Oresultadon~ao

foisatisfatorio,devidoadiuldadedeompreens~aodo

oneitode ampo. Emoutra tentativa, seguiu-seum

metodo diferente. Iniialmente,oampogravitaional

foi usado para introduzir uma ideia geral de ampo;

depois, fez-se umaapresenta~aoda Historiada Fsia,

assoiadaaevolu~aodosoneitosdeampoeletrioe

ampomagnetio,similaraapresentada,abaixo,neste

trabalho; pequenas experi^enias, omo aa~aodem~as

emlimalhasdeferro,foramrealizadasemsaladeaula.

Oresultadodessatentativafoipositivo: Cerade80%

dosalunosobtevemediaigualousuperiora7,enquanto

que, na primeira tentativa, era de apenas 20%

al-anaramesseresultado.

(2)

mais elaboradodoqueosfeitosna maioriados

livros-textoonvenionais. Estetrabalho temomoobjetivo

formularuma propostapara oensino dosoneitosde

ampoeletrioemagnetio,quepossaontribuir para

ostextosteorios. Paratal formula~ao,inspiramo-nos

na aprendizagem signiativa, de David Ausubel,

Jo-sephNovakeJ.Hanesian ([3℄,[4℄,[5℄).

Iniialmente,elaboramosumquestionarioque

apon-tasse onep~oes previas dos alunos; esse questionario

ebaseadonotipodeperguntasexempliadaspor

No-vak e D. B. Gowin ([6℄, p.146). Utilizamos essas

on-ep~oes, juntamente om a Historia da Fsia. Nosso

pressupostoequeaHistoriadaFsiapodeserum

ele-mentofailitadordeumaaprendizagemsigniativa,na

medida emquefunionaomo organizador previo([4℄,

[5℄),omodefendidonase~aoII,abaixo. Ostextosem

HistoriadaFsia podem serdeumnvelintrodutorio,

omo o de George Gamow [7℄, usado onjuntamente

om umlivro-fonte,omo o de Morris Shamos[8℄ e o

deWilliamF.Magie[9℄.

Uma observa~ao que se faz neessaria e que este

trabalho n~ao pretendeapresentaruma novateoriaem

PsiologiadoAprendizado;peloontrario,partimosde

umateoria,adeAusubel,parafundamentarotrabalho.

Odesideratoequeessa teoriapossalariar opapel

da Historiada Fsia omo organizador previo, oque,

tambem,expliariaseusuessono ensinodeFsia. O

estudo de aso | os ampos eletrio e magnetio |

partiudaexperi^eniapessoaldeumdenos,emsalade

aula,aima desrita; os bons resultadosobtidos

moti-varamsuadivulga~ao.

Finalmente,ahamosrelevantequeosalunos

pere-bamqueosfen^omenoseletromagnetiosest~aopresentes

n~ao somente no dia-a-diadeles,mass~ao esseniaisem

muitaspesquisas,atualmenteemursonosmais

moder-noslaboratorios, realizadasde aordoompadr~oes

i-entosdepesquisa,internaionalmenteadotados. Em

partiular,itamospesquisasemFsiaAt^omiae

Mo-leular, desenvolvidano Instituto deFsia daUFRJ,

noaeleradordepartulasdotipoTandem[10℄.

Mos-tramos que, nos feixes (de partulas) produzidos no

aelerador,aveloidadeeaenergiadas partulas

de-pendem de ampos eletrios e magnetios ruzados,

apliadosonjuntamente.

II Aprendizagem signiativa e

historia da fsia

Um pressuposto deste artigoe que a Historia da

FsiaseinserenaabordagemdeAusubel. Ooneito

basioda teoriaeode aprendizagem signiativa.

Se-gundoMaroAntonioMoreiraeElieF.SalzanoMasini

([4℄,p.7):

[...℄ aprendizagem signiativae um

pro-esso pelo qual uma novainforma~ao se

rela-deonheimento doindivduo. Ouseja, neste

proessoa nova informa~ao interageomuma

estrutura de onheimento espea, a qual

Ausubeldeneomooneitossubsunoresou,

simplesmente, subsunores (subsumers),

exis-tentes naestrutura ognitiva doindivduo. A

aprendizagem signiativa oorre, quando a

nova informa~ao anora-se em oneitos

rele-vantes preexistentes naestrutura ognitiva de

quemaprende.

Assim,oproessoentraldaaprendizagemsigniativa

e([11℄, p.233)\aintera~aoentre aestrutura ognitiva

previadoalunoeomaterialouonteudode

aprendiza-gem."Paratanto([4℄,p.11),

Ausubel[...℄ reomendaousode

organiza-dorespreviosquesirvamde^anoraparaanova

aprendizagem e levem ao desenvolvimento de

oneitossubsunoresquefailitema

aprediza-gemsubsequente. [...℄. Organizadoresprevios

s~aomateriais introdutoriosapresentados antes

doproprio material a ser aprendido.

Contra-riamente a sumarios, que s~ao ordinariamente

apresentadosaomesmonveldeabstra~ao,

ge-neralidade e inlusividade, simplesmente

des-taandoertos aspetosdoassunto,os

organi-zadoress~aoapresentados numnvelmaisalto.

SegundooproprioAusubel,noentanto,a

prin-ipalfun~aodoorganizadorprevioeadeservir

deponteentreoqueoaprendizjasabeeoque

ele deve saber, a m de que omaterial possa

seraprendidodeformasigniativa.

A pertin^enia da Historia da Fsia ao ensino da

Fsia e disutida em [12℄. A Historia da Fsia

apre-senta os problemas que levaram a formula~ao de um

partiular oneito; ela revela os ingredientes, logios

ou emprios, que foram realmente importantes nesse

proesso. Portanto, a Historia daFsia laria

on-eitos, revelando-lhesosigniado. Do ponto devista

daaprendizagem signiativa,aHistoriadaFsia,por

revelar signiados, e umlegtimoorganizador previo,

poisseajustaaseguintetarefa([4℄,p.12):

A prinipal fun~ao dos organizadores e,

ent~ao, superaro limiteentre oque oaluno ja

sabe e aquilo que ele preisa saber, antes de

poder aprender a tarefa apresentada.

Permi-temproverumamolduraideaionalpara

inor-pora~aoereten~aodomaterialmaisdetalhado

e difereniado que se segue na aprendizagem,

[...℄.

A Historia da Fsia seria justiada, pois, pelas

(3)

jus-UsandoaspalavrasdeAusubel: \Asraz~oes

parautilizarorganizadoress~aoprinipalmente:

a) a import^aniia de se ter ideias

pertinen-tese,por outrolado,adequadasjadisponveis

naestrutura ognitiva para dar signiado as

ideias novas [...℄; b) as vantagens emutilizar

as ideias mais gerais e inlusivas de uma

dis-iplinaomoideiasdeonsolida~aoou

inluso-res(destaando-se,aidoneidade ea

espeii-dade dasuapertin^enia, a suamaior

estabili-dade inerenteo seu maiorpoder expliativoe

asuaapaidadeintegradora);)ofatodeque

elesmesmos[osorganizadores℄seproponhama

identiar oonteudo pertinentequeja existe

naestrutura ognitiva (erelaionar-se

explii-tamente), bemomoindiar, deuma maneira

explita, a pertin^eniadesse onteudo oma

suapertin^eniapropriaemrela~aoaonovo

ma-terialdeaprendizagem."

Finalmente,em([11℄, p.235)s~aolistadas ondi~oes

neessariasparaumaaprendizagemsigniativa;dentre

elas,

[...℄ asigniatividadelogiadonovo

ma-terial que e preiso aprender remete a

estru-tura interna desse material, que n~ao deve ser

nemarbitrarianemonfusaparafailitaro

es-tabeleimento de rela~oes substaniais omos

onheimentospreviosdosalunos.

Ora, ao lariar oneitos a Historia da Fsia

on-tribuipara alaria~aoda signiatividade logia de

oneitos.

Eessaqualidadequeatornaumorganizador

previo empotenial.

III Conheimentos previos

Para veriar onheimentos previos dos alunos,

aeradosoneitosdeampo,independentemente da

forma omo foram obtidos por eles, elaboramos seis

quest~oes. Com isso, areditamos obter um ponto de

partidapara ensinarooneito de ampodefora. O

questionario foi respondido por 120alunos do Ensino

Medio, do Colegio Pedro II, Unidade Tijua, Rio de

Janeiro.

III.1. Quest~oes

1. PorqueaTerraatraiosorposparasuasuperfie?

2.

Im~asatraem-seouserepelem? Porque?

3. Imagine-seperdido numa orestaequevo^e

dispo-nha,somente,deumabussola. Vo^esaberiausa-la?

4. Vo^ejaouviufalarem ampoeletrio? Aquevo^e

oassoia?

5. Vo^ejaouviu falar em ampo magnetio? A que

vo^eoassoia?

6. Vo^e onhee algum fen^omeno, em que osampos

eletrioemagnetioestejampresentes?

III.2. Respostas

Quest~ao 1

Todososalunositaramaforadagravidadeomoausadoradaatra~aodosorposparaasuperfiedaTerra.

Quest~ao 2

Numerodealunos Porentagem Observa~oes

84 70 Sabemooneitodeatra~aoerepuls~ao

11 9 Soitaramaexist^eniadospolosdom~a

13 11 Confundirampolosdom~aomargaseletrias

12 10 N~aoonheemospolosenematra~aoerepuls~ao

Quest~ao3

Numerodealunos Porentagem Observa~oes

76 64 Saberiamusarumabussola

16 13 Preisariamdemaioresexplia~oesparausarumabussola

28 23 N~aosaberiamutilizarumabussola

Quest~ao4

Numerodealunos Porentagem Observa~oes

46 39 Assoiaramampoeletrioaargaeletria

(4)

Quest~ao 5

Numerodealunos Porentagem Observa~oes

44 37 Assoiaramampomagnetioamagnetismo,m~asea

materiaismagnetiospresentesemequipamentos

52 43 Jaouviramfalar,masn~aoonseguiramfazerumaassoia~ao

24 20 Nunaouviramfalaremampomagnetio

Quest~ao6

Nenhumdosalunossabedaexist^eniadefen^omenosemqueosdoisamposestejampresentes.

III.3. Avalia~ao

Uma dasdiuldades da abordagem de Ausubele

que([6℄,p. 40)

elen~aoforneeuaeduadoresmetodos

fun-ionaissimplesqueosajudassemaestabeleer

\oqueoaprendizjasabe".

As quest~oes aima n~ao pretendem ser o resultado de

umapesquisaquerespondaartiadeNovakeGowin.

Nem foi possvel apliar o questionario, de novo, ao

terminodo urso,por raz~oesmeramente buroratias.

No entanto, os alunos prestaram exame de onlus~ao

dadisiplinaque,emboranosmoldestradiionais,teve

suasquest~oesbaseadasnasdoquestionario. Assim,

de-vido aoaltondie de aprova~aoentre osalunos,

on-sideramosqueasrespostasforneemalgumaindia~ao.

Osresultadospodemserdivididosemtr^esategorias:

(1) A porentagem de aerto das respostas as

quest~oes1, 2e 3(aima da media) india que os

alu-nosest~aofamiliarizadosomaatra~aogravitaional,os

oneitosdeatra~aoerepuls~aomagnetiaeabussola.

(2) A porentagem de aerto das respostas as

quest~oes4e5(abaixodamedia)indiaquehapoua

fa-miliaridadeomosoneitosdeampoeletrioeampo

magnetio.

(3) A resposta a quest~ao 6 mostra total falta de

onheimento sobre a atua~ao onjunta dos ampos

eletrioe magnetio. Emboraos alunospossam estar

familiarizadosomvariosfen^omenoseletromagnetios,

n~aosabemques~aoeletromagnetios.

Paree,pois,queasquest~oes1,2e3indiam

onhe-imentos previos ou, mais teniamente, subsunores.

Nossa proposta e assoiar esse onheimento om a

HistoriadaEletriidadeedoMagnetismo,embusada

failita~aodeumaaprendizagemsigniativa,tantodos

oneitos envolvidos nasquest~oes 1, 2e 3, bem omo

dosenvolvidosnasrestantes.

IV Proposta para o ensino

IV.1. Catalogohistoriograo

N~ao se trata, nesta se~ao, de desenvolver uma

magnetio. O objetivo e t~ao somente o de atalogar

eventos, quest~oes eproblemasque foramsigniativos

para a formula~ao e fundamenta~ao desses oneitos.

Esseseventos,quest~oeseproblemass~aopropostos,pois,

nestetrabalho,omosubsunoresparaaaprendizagem

signiativa.

Cargas emagnetos

Eventosnodesenvolvimentohistorioque

estabele-eramaexist^eniaeaa~aodeargasemagnetosforam:

(1)Apesar deefeitos magnetiosserem onheidos

desde a Antiguidade, estudos sistematios podem ser

datados a William Gilbert (1544-1603). Ele

pesqui-sou a atra~ao entre magnetos e, tambem, efeitos

ele-trostatiosproduzidospelo atritodeertosmateriais.

(2) Otto von Guerike (1602-1686) realizou o

se-guinte experimento: Eleatritouumapeade^ambare,

depois,enostou-aemdoisorpos;ent~ao,aproximando

osdoisorpos,elesserepeliam.

(3)Charles duFay (1698-1739)expliouos

experi-mentosdevonGuerikesupondodoistiposde

eletrii-dade: resinosaevtrea. Aresinosaeaproduzida,por

exemplo,por^ambaratritadoeborrahadura;avtrea,

porvidrosoumiaatritados. DuFayobservou,ainda,

queargasdomesmotiposerepelemedetipos

diferen-tesseatraemequeorposneutrosont^empartesiguais

dasduasespeies.

(4)BenjaminFranklin(1706-1790)sup^osquea

ele-triidade fosseumuido. Emsuateoria,haviaumso

uido, orrespondendoaeletriidadevtrea;a

eletrii-dade resinosa seria a aus^enia de uido. A orrente

eletriauideumorpoomexessodeuidoparaum

semesseuido.

(5)Amedidadosefeitosdeatra~aoerepuls~aoentre

argaseletriasfoifeitaporCharlesAugustin de

Cou-lomb(1736-1806). Paraisso,ele inventouabalana de

tor~ao. Umesquemadabalanapodeservistoem

Ga-mow([7℄,p.129). Essabalana onsisteemumabarra

leve, suspensa por uma linha muito na e longa, om

duas esferas em suas extremidades, que se equilibram

omo ospratosde umabalana. Quandon~ao existem

forasagindosobreasesferas,abarraassumeumaerta

posi~ao,ditadeequilbrio. Seumadasesferasfor

eletri-amente arregadaeseumaoutraesferaarregadafor

(5)

em torno doseuponto de suspens~ao. Comoabarrae

muitona, umaforaagindo sobreaesfera,aindaque

pequena,produzumdesvioonsideraveldaposi~aode

equilbriodabarra;o^anguloderota~aoeproporional

afora. Carregandoas esferasomargasdiferentes e

variandoadist^aniaentreelas,Coulombp^odeveriar

que as foras de atra~ao e repuls~ao eletrias s~ao

dire-tamente proporionaisao produto das argas e

inver-samente proporionaisao quadradoda dist^ania entre

elas.

(6) Para determinar experimentalmente a lei que

expressaaa~aodos\uidosmagnetios"[8℄,Coulomb

oloou uma agulha de material magnetio em uma

posi~aoxaeaproximoudessaagulhaumaoutra,feita,

tambem, de material magnetio. Ao variar a posi~ao

dasegundaagulha,ele veriouqueaforamagnetia

tambemvariava.

(7)HansChristianOersted(1777-1851)estabeleeu,

pormeiosexperimentais,queexisteuma rela~aoentre

fen^omenoseletriosemagnetios.Elemostrouqueuma

orrente eletriaem umoeapazdemoveraagulha

deuma bussola(Fig. 1).

Figura1. Experi^enia deOersted: Agura([7℄,p.135)

ilustraasexperi^eniasdesritasnotexto. Aagulha

magne-tizadaemovidapelapassagemdaorrentenoiruito.

Os ampos eletrioe magnetio

Era um pressuposto aeito que foras eletrias e

magnetias,assimomo asforasgravitaionais,agem

a dist^ania, atravesdoespaovazio. MihaelFaraday

(1791-1867)ritiouessaonep~ao. Emseulugar,ele

imaginouqueoespaoentreargasouentremagnetos

fossepreenhidopor\algo"queempurrasseoupuxasse

asargasoumagnetos. Elefezumaanalogiaentreesse

\algo"e\tubosdeborraha"quese\estiassem"entre

argaseletriasdesinaisopostosoupolosmagnetiosde

sinais opostos; ou se\ontrassem", quandoas argas

A Fig. 2a ilustrao aso de argas e aFig. 2b, o de

magnetos.

Figura2a. Campoeletrioentreduasargas: Agura

([7℄,p.150)mostraaslinhasde ampo(queFaraday

imagi-nouserem\tubos")entreduasargas. Aslinhasoriginam-se

emargas +eterminamemargas . Aforaeletriaeo

ampoeletrios~aotangentesaslinhasdeampo.

Figura 2b. Campo magnetio entre dois polos: A

gura([13℄, p.186) mostra as linhas de ampo (que

Fara-day imaginou serem \tubos") entre dois polos. As linhas

originam-senopoloNorte(N)eterminamnopolo Sul(S).

Oampomagnetioetangentealinha.

Os \tubos" eletrios e magnetios foram usados

por Faraday para expliar outros fen^omenos

eletro-magnetios:

|Quandoumaorrenteuiatravesdeumo,\tubos"

irularesse formam em torno dele, de aordo oma

Fig. 3.

Figura3. Campomagnetioemtornodeumoonde

passa orrente eletria: A gura([7℄,p.150) mostraas

(6)

emtornodoo;oampoemenor,quandooraiodorulo

for maior. A fora magnetia e sempre perpendiular ao

ampoeaorrente,logosuadire~aovaria,quandooampo

\gira".

| Quandoum oondutor e movido relativamente a

um magneto, ruzando \tubos magnetios", uma

or-renteeinduzidanoo(Fig. 4).

Figura4. Lei de Faraday: Agura([7℄,p.150) mostrao

ampoentremagnetos. Movendo o onadire~aodaseta

brana,deformaqueele\orte"aslinhas,umaorrentese

formanoo,nadire~aodasetapreta,ouseja,argas

exis-tentesnomaterialdoomovem-se,formandoaorrente.

IV.2. Os oneitos de forae ampo

Nesta se~ao, traamos um roteiro para ensinar os

oneitosdeampoeletrioemagnetio.

(1)Aquest~ao1foirespondidaorretamentepor

to-dososalunos. Portanto,ano~aodeampopodeser

en-sinadaaosalunos,fazendo-seumaanalogiaentrefora

gravitaional entre duas massas om a fora eletria

entreduasargasouomaforamagnetiaentredois

polosdem~as.Alemdissso,asexperi^eniasdeCoulomb

mostramqueosamposeletrio,magnetioe

gravitai-onalobedeemaleissimilares,oquereforaaanalogia.

(2) Embora a ideia de um \tubo" real, omo uma

onex~ao,sejaerrada,elateveumvalorheurstio

funda-mentalnaformula~aodooneitodeampo,namedida

em que sugere um \algo" no espao ao redor de uma

argaouummagneto,oquefoipropriamenteoloado

porGamow([7℄,p.151):

Foras misteriosas agindoentreorpos, ao

longodegrandesdist^anias,foramsubstitudas

por \algo" ontinuamente distribudo atraves

detodooespaoentreeemredordeles,\algo"

aoqualpoderiaseratribudoumvalordenido

emumpontounio. IssointroduziunaFsiaa

ideiadeum\ampodeforas"ousimplesmente

um \ampo", fosse ele um aso de intera~ao

eletria, magnetiaougravitaional.

E preisamenteporque ~

E [ampoeletrio℄

(ou ~

B[ampomagnetio℄)podeserespeiado

em adaponto no espao, que e hamado de

\ampo".

Alemdisso,os\tubos"permitemumarepresenta~ao

pitograadosamposesuasrela~oesqualitativasom

asforas:

5a

5b

Figura 5. Representa~ao de um Campo. As guras

([14℄, 1-4) mostram o vetor ampo em varios pontos do

espao(5a)esuaslinhasdeampoassoiadas(5b).

(i)DeaordoomaFig. 5b([14℄,p.1-4):

Um ampo de vetores pode ser

represen-tado, desenhando-se um onjunto de ehas,

ujas grandezas e dire~oes indiam os valores

doampo devetor nospontosdeonde as

e-hass~aodesenhadas.

(ii)De aordoomaFig. 5b([14℄,p.1-4):

Um ampo de vetores pode ser

repre-sentado, desenhando-se linhas tangentes a

dire~ao do vetor do ampo em ada ponto e

desenhando-seadensidadedelinhas,

propori-onalagrandezadovetordeampo.

(7)

modulodaforaentreasargasqeq 1 : F el =k qq1 r 2 F el q k q1 r 2

modulodoampoeletriodeq

1

: E=

k q1

r 2

modulodaforaemqdevidoaoampodeq

1 : F el =qE; ~ F k ~ E

(4)AFig.3mostraoampomagnetioausadopor

umaargaemmovimentonumo: Adire~aodoampo

magnetio, ~

B, emumponto,etangenteaoruloque

passapeloponto.

(5)Noasodos magnetos,asdire~oes do\ampo"

podemservisualizadas,espalhando-selimalhasdeferro

sobre uma l^aminade vidro, sobre aqualum magneto

estejaoloado. Aslimalhasmagnetizam-seese

orien-tamaolongodas\linhasdeampo".

NatentativadeensinojamenionadanaIntrodu~ao

deste artigo, foi proposto aos alunos que realizassem

uma experi^eniadomapeamentodoampodeumm~a

omlimalhas deferro;foramutilizadosm~asde varios

formatos, porexemplo,rulo,bot~ao,letra, oloados

debaixodeumafolhadepapel,sobreaquallimalhasde

ferro foramespalhadas; assim, os alunos puderam

ob-servarasdiferentesformasdaslinhasdefora,formadas

pelas limalhas sobre a folha. As \linhas" permitiram

fazer uma analogia entre o que os alunos observaram

onretamente, no experimento, e ooneito abstrato

deampo.

(6)AFig. 4podeserusadaparailustraroque

aon-teeomumaargaoloadaemumampomagnetio:

Oampoetangenteaslinhasdodesenho;seumofor

oloado entre os magnetos, omo mostra a gura, e

for puxado para baixo,de modoa semover ruzando

linhas deampo,nomomento emque eleomeaase

moverpara baixo, uma arga no o, iniialmente em

repouso,sofreuma foranadire~aodoo,omeando

asemoveraolongodele;ouseja,umaorrentee

indu-zidanoo. Invertendoaleituradagura,pode-sedizer

queuma arga,movendo-seaolongodoo, noampo

magnetiodagura,sofreumafora(magnetia)para

baixo(ent~ao, quandoseoloaooemquepassauma

orrente eletria noampo,ele epuxado para baixo),

ouseja:

Figura6. Fora emuma Carga quese Move emum

Campo Magnetio. Uma arga positiva (gura da

es-querda), q,movendo-seemum ampomagnetio, ~

B,sofre

uma foramagnetia, ~

F,perpendiularaoplanode~ve ~

B;

uma arga negativa (gura dadireita) sofre uma fora na

mesmadire~aoe emsentidooposto dafora sobreaarga

positiva([15℄,p.274).

modulodoampomagnetio: B

modulodaveloidadedeq: v

modulodaforamagnetianaargaq: F

mag

~

F

mag ?~v

~ F mag ? ~ B

NoasodasFigs. 4e6,onde~v? ~

B, omoduloda

foramagnetiae:

F

mag =qvB

(7) A atua~ao onjunta dos ampos eletrio e

magnetioemumaargaemmovimentopodeser

ilus-trada om um exemplo. Talvez haja exemplos mais

potenialmente signiativos, omo o tubo de raios

atodios do aparelho de televis~ao; porem o exemplo

foipartiularmenteesolhidoparailustraraosalunoso

usosistematiodessesamposnapesquisamodernaem

Fsia At^omiaeMoleular.

Asforasmagnetiaeeletriaatuamempartulas

arregadasemmovimento,taisomoeletrons,protonse

ons. Umaonsequ^eniaequeumampoeletrioeum

ampomagnetioperpendiularesentresipermitem

se-leionar,pelaveloidade,as partulasarregadas,que

est~aoemumfeixe. Essefatoeutilizadoemnumerosas

aplia~oesfsias,omo,porexemplo,oltrode Wien,

umdispositivoqueseparaaspartulasdeumfeixe,de

aordoomamassa.

Ofeixeelanadonumaregi~aoondeexisteumampo

magnetio, ~

B,eumampoeletrio, ~

E,perpendiulara

~

B. Cadapartulaasubmetidaaumaforaeletria,

de modulo F

el

= j qjE, e a uma fora magnetia, de

moduloF

mag

=jqjBv. OsvaloresdeE eB s~ao

ajus-tadosdemodoqueF

el =F

mag . Logo:

jqjBv=jqjE)v= E

B :

O resultado signia que aresultante das foras e

nulasomentenaspartulasomveloidadev;pelaLei

daIneria,elassedesloamemlinhareta. Portanto,as

partulassaemomamesmaenergiainetia,quando

extradasdofeixe:

E in = 1 2 mv 2

)v= r 2E in m : Logo E = r 2E in

(8)

O ampo magnetioe a energia inetia s~ao xos. O

ampo eletrio depende da voltagem no terminal da

fonte deons: Quanto maior for a voltagem, maior o

ampo eletrio. Consequentemente,epossvel

seleio-naramassavariandoavoltagem,logooampoeletrio.

V Conlus~ao

Neste trabalho, apresentamos uma forma

alter-nativa de abordar os oneitos de ampo eletrio e

magnetio, visando melhorar a ei^enia do proesso

de ensino-aprendizagem signiativo desses oneitos;

em partiular, visamos osursos de Fsia,no Ensino

Medio. Nossa propostabaseia-sena opini~ao dos

estu-dantes,omo expressa pelas respostasao questionario

apliado,eposterioranalise doresultado.

Deumlado,ressaltamosqueousodeonheimentos

previos dos alunos para introduzir novosoneitos ou

atemesmoteoriaseumapratiaquedeveserexplorada

enfatiaesistematiamente;issotorna-se,ainda,muito

mais fundamental, quando da iniia~ao ao estudo da

Fsia,oquesedanoEnsinoMedio. Poroutrolado,a

abordagemhistoriapareeserumaferramentamuito

eiente,poispossibilitamelhororganiza~aoda

estru-turaoneitual,namedidaemquerevelaasonep~oes

quefundamentamumoneitoouateteorias.

Oensinodeampoapartirdaabordagemproposta

neste trabalho produziu, na opini~ao dos autores, um

desempenhosatisfatorionaompreens~aodosoneitos:

Emboraasprovasapliadastivessemseguidoomodelo

determinadopelo olegio,asquest~oesforam

relaiona-das aos oneitos envolvidos no questionario e

basea-das emproblemas apresentadosem [13℄ e, alemdisso,

as experi^enias que foram propostas em sala tambem

ontaramomo partedessa avalia~ao;ondie de80%

de mediasiguaisou superiores a7, jamenionado na

Introdu~ao, india, pois, em nossa opini~ao, uma

me-lhora noentendimento dosoneitos fsios envolvidos

noquestionario. Essamelhoraemrela~aoaoperododa

avalia~ao anterior, epoa da primeiratentativade

en-sino, nosmotivaarelataraexperi^enia, mesmoque o

instrumento de analise de nossa proposta tenha sido,

apenas, o resultado da prova. Consideramos,

por-tanto,queosresultadoss~aovalidosdentrodaavalia~ao

possvel.

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[15℄ FOWLER,R.G.,MEYER,D.I.Physis(forengineers

Imagem

Figura 2a. Campo el etrio entre duas argas: A gura
Figura 4. Lei de Faraday: A gura ([7℄, p.150) mostra o
Figura 6. For a em uma Carga que se Move em um

Referências

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