SBI4FUSP
~IIIIII
SOB R E
A
TEORIA
DAS
O N DAS
D E
S P I N
por
Antonio Augusto Souza Brito
Trabalho elaborado no InstItuto de Física da Un1ve~
sidade de
são
Paulo, sob a orientação do ProfessorWaiter Fel ipe Wreszinski. O financiamento coube ã U
nlversidade federal da Paraiba e complementado pela CAPES/xEC. Apresentado como Tese de Doutoramento ao Instituto de Física da Universidade de São Paulofco mo parte dos requisitos para a obtenção do título de Ooutor em Ciências.
são Paulo, 1984.
630.1.5
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,
I
FICHA
CATAlOGR~F;CA (! Preparada pela 8iblioteca do
Instituto de Fisica da Universidade de
são
PeuloBrito, Antonio Augusto Souza
Sobre a teoria das ondas de spin~ são
Paulo, 1984.
Tese (Doutoramento) ~ Universidade de
são Paulo. Instituto de Física.
Departamen-to de FIsica Matemãtica~
Orientador: walter Felipe Nresz:insk
Area de concentração: ~ísica das
partícu-las elementares.
Unitermos: 1. Ondas de sp~n. 2. Interação
dinâmica. 3. Interação cinemática. 4.
Trans-formação de Dyson. 5~ Transformação de
Hols-teínPrimakcff.
,
,1
I Eu sustento que a única finalidade da Ciência está
em aliviar a miséria da existência humana. I
Berthold Brecht.
·1
I
I
a memória de meu pai Orlando
,;
,
e a I u ta deminha mãe Ruth.
·.!JJew 3 eql'lf ap
o!5ua~e a O~U!Je~ 0&
AGRADECIMENTOS
.,
Ao Professor Walter Felipe Wreszinski pela orientação e dedic~
ção fornecida,além da paciência demonstrada ao longo deste tra
balho.
Aos colegas e amigos do Oepartamento de Física de Campina Gran de dê Universidade Federal da Paraíba, em particular aos Pro~ fessores Joaquim de Oliveira Figueiredo e Menandro Silva Nasci
mento.
Aos colegas e amigos no Instituto de Física da Universidade de
,:. São Paulo
1 ou com passagem por ele; dentre os quais)em partic~
lar>Cesar Augusto Bonato t Radu Serban Jasinschi e Nelson Fie
-dler Ferrari JúnIor.
A Universidade Federal da Paraiba e à Coordenação de Aperfeiç~
amenta do Pessoal Docente do Ensino Superior do Ministério da
1-,
R E S U K O
o formalismo matemãtico da teoria das óndas de spin
ê analisado. A equivalência entre as transformações de
Dyson-Mal1eeve Ho)steinPrimakoff
é
demonstrada. Os problemas envolvendo a interação cinemática são discutidos em detalhe. Uma no
) va divisão do Hamiltonlano de Heisenberg, desenvolvida no esp~
ço de configuração,
é
usada para estudar a interação dinâmica entre as ondas de spin a baixa temperatura e para grandes val~res do numero quântlco de spin S. Assumindo que a restrição
cl
nemática pode ser negligenciada, a expansão da energia ltvreé
desenvolvida em potências da temperatura e os resultados estão em acordo com os de Dyson. A relevância da aproximação diagonal de Mattis ê demonstrada. Usando o método da positividade por reflexão, limites superiores e inferiores para a contribuição da energia livre são encontrados. Dentro de certa aproximação, estes limites significam que a interação dinâmica pode ser ne-gligenciada caso o Inverso da temperatura (~= l/KT )1 e o nú mero quântico de spin S~ forem grandes o suficiente) porem com
, ~ dependente de S nestas estimativas. Este fato, que nao ocor~
·,
A B S T R A C T
The mathematlcal formalism of the spin wave theory is anaJysed. The thermo4ynamical equivalence between the
Dyson-Ma)-,
)leev and Holstein-Primakoff transformations is provado Tha pro
blems involving the kinematical interactton are also discússed in detail. A new splitting of the Heisenberg Hamiltoniart, perf~
med in configuration space, Is used to study the spin wave dyna-mical interaction at low temperature and for large values of the spin quantum number S. Assuming that the kinematícal restriction
may be llfted, a low temperatura expansion of the free energy is
developed with results in agreement with Oysonls. The ralevance of the Mattis diagonal approximation for the dynamical iote
-raction is demonstrated. Using the method of reflection pos{tiv!
ty, upper and lowet bounds to the contribuition of the dynamical
interaction to the free energy are provided. In a certain
appro-xlmation, these bounds mean that the dynamical interaction maybe
.
,
dropped if the inverse temperature (~: l/KT) and the spJnquan-tum number Sare lárge enough but~ depends on S in the estima
-tes~ a novel feature which does not occur in the classical limit
..
Tndice
Capítulo
1. Introdução
...
,... .
12. Formal ismo Matemático
dasonda$deSpjn~ •.•••••••••••••• " •••.•.••• 8
2. L O Modelo de Heisen
berg . . . • . . . • • • . . . • . . . 8
2.2. O Espaço de Hilbert
associado ao
Hamil-tonlano de Heisenberg .••••••.• 0 . 0 0 . 0 • • • • •
9
'"f
2.3. Mapeamento BosSnlco .••••••.•.••..•..••.. , 10
2.4. Equivalência entre as transformações de
Dy-son e HolsteinPrlmakoff .•••.•. 0 . 0 • • • • > . ' 17
3. Descrição Bosônica do Hamll
toniano de Heisenb.rg... . . . . . . 20
3.1. O estado fundamental do modelo de Heisenberg fer
romagnético... . . • . . . .••••••... . . . .•.•. 20
3.2. A estimativa de Oyson da
Interaçio Cinemitlca... 23
4. Uma Divis~o Natural do Hamilto
niano de Heisenberg... . . . . . . 28
5. A Expansão em Cluster Quântica
de Mayer para um sistema de magnons
.
In teragentes ...•...•••.••••...•.•.•..••• 345.1. A Expansão em Cluster Quânti
ca de Ka y e r •..•...•.•.•..•.•. , . , . . . 31;
5.2. Estimativa do coeficiente de
vi rial para um sistema de magnons
• • • • • • • • • • • • • •
·1
5.3. Cálculo do Segundo
Coeficiente de Viria1
...
396. A contribuição da intera
çao dinâmica à energia li
vre 43
6. 1- A energia 1 ivre ••••.•.• " 0 >
44
6,2. Um limitante superior
47
-I
para\AI.<H..
">
k: . . . .6.3. Um limitante superior
-t - <"4
para
<'fi
~>•
<1'\
>...
5G6.4. Um 1 imitante superior
para<~>u'
_<1':>,...
.,
".
53l/'''I , 1.1\01\\
7. Conclusão e Discussão . . .
>...
60Apêndices
A. Revisão Bibl iográfica . • . • . • . . . . . . . . . 64
a.
Operadores de Spfn •• , ••••••• , . . . 69C. Cálculo de <i<:,K,·lVlk,K·> .•• , •••••• , . . . 72
D. Comentirfo a resperto do
Teorema da Localização exponencial
...
75E. Estimativa de di e dZ . . . ~ . . . . ~ 78
I. I NTRODUÇJl.O E RESUMO
II Passei o verão de 1955 tentando
compor uma descrição exata das
ondas de spin.
t.
simples descrever um imã como um conjunto de
·:1
itomos interagentes. E simples
verificar suas propriedades a
través de um conjunto de ondas
de spin. O d/freil é juntar e
sas figuras parciais em um es quema coerente. 11
F.J. Dyson.
o
modelo de Helsenberg de sistemas ferromagnéttcosfoi J ao longo do tempo, não só um poderoso melo de interpreta~
ção das propriedades experimentais de diversos cristais ferro-magnéticos isolantes como uma rica fonte de estudos é proble
-mas da física teórica. Mesmo uma classe 1 imitada de
des do modelo, a saber as excitações do seu estado fundamentai ou as ondas de spln, constitui um instrumento teórico importan
te na de5cri~ão do modelo ã baixa temperatura, além de prever
os resultados experimentais da magnetização espontânea,
H(T}.
E
surpreendente observar como a anâlise teórica das ondas de spin, tal como desenvolvida por Bloch (1930) nadica-da de 30, em um modelo simples como a cadeia linear de spin 1/2
e na aproximação de pequenos momentos, pôde prever uma
expres-aT 3/2
sio para a magnetlzaçio espontinea:
H(T)/ H(O)
=
1 -
,coma ') O. próxima dos resultados experimentais para uma larga
fal-X8 de temperatura ( O(.T.~O.STc), ver por exemplo Hiedema ,
Wie-11 ng8 e Huiskamp (1965).
.-',
A principio os resultados observados experimentaJme~
te em amostras de Fe e Ni não eram conclusivos, ver por exemplo Fallot (1936). Contudo a partir da decada de 50~ com O avanço das técnicas experimentais, a concordâncía entre a denominada
3/2
lei
r
da magnetização espontânea e os resultadosexperImen-tais é um acúmulo de sucessos, como bem atesta a excelente
re-visão de Keffer (1966).
Desta constatação emerge uma questão natural, que e~
tarâ subjacente ao longo deste trabalho: Como uma teoria apro-ximada, como a de Bloch (1930), consegue prever resultados exp~ rimentais tão precisamente? Esta atraente questão instigou um grande número de ffsicos teôricos a deterem~se no assunto que ê um desafio até os días de hoje.
O mitodo de Sloch (1930) foi generalizado para mode-los de spin qualquer por M~l)er (1933)~ pouco acrescentando p~ rém ã compreensão teõrlca do problema. Holstein e Primakoff em 1940 foram os primeiros a construir um formalismo matemático -coerente J relacionando os operadores quânticos de spin e os
o-peradores bosõnicos. A contribuição advinda da interação dipo-lar entre OS spins foi por eles analisada dentro de uma aproxi-mação de amplo uso até hoje, denominada transforaproxi-mação de
Hols-tein -Primakoff !lJ inearizada".
Em meados da década de
50
existia uma série de resul ta dos discrepantes a respeito da ordem da contribuição na expa~. 2.
"
sao da magnetização espontânea em potências da temperatura rlevl
do a interação entre as ondas de spio.Kramers (1936) e Opechows
ki (1937) estimavam uma contrJbuiçio da ordem de T2 • Entrataot;
Schafroth (195q) usando o formalismo de Holsteín-Primakoff encoo
T7/4
traVd um termo da ordem de com uma correção positiva, ao
passo que Van Kranendonk (1955) usando um outro método obteve um têrmo de mesma ordem porêm com um coeficiente diverso. A exlstên
cia destas contradições foi o ponto de partida para o trabalho de Dyson (1956a) e (1956b)§ que se tornou um paradigma para
fu-turas pesquisas.
O trabalho de Dyson f e I ! , ê um marco na teoria de o.!!.
das de spin e todos os trabalhos posteriores o têm como referê~
cia principal. t forçoso notar que esta transcendental contribui çao não foi objeto, no seu todo, de uma análise cuidadosa até en tão, quer em trabalhos de revisão, quer em 1 ivros sobre o assun to, com a exceção de Akhlezer e colo (1968) que refaz os passos de Oyson "ipsis llterls" e de Wortis (1965). Todas as contribui çoes posteriores. por nós conhecidas, referemse à Dyson 1,11
-como um método "matematicamente rlgorosoll sem adentrarse nos
meand~os do seu desenvolvimento. Este trabalho será, em parte
destinado a preencher na medida do possfvel esta laiuna.
O~son I, 11 considera a transformação de Holstein
Primakoff (19qO) inadequada para um tratamento rigoroso das on-das de spin • em contraposição, constroi uma outra transforma-ção conhecida como transformatransforma-ção de DysonMalleev, devido ao de senvolvimento,índependente de Dyson,feito por Mal1eev (1957) Esta transformação evita o Incômodo da não linearidade do mape~
mento de HolsteinPrlmakoffj contudo tem o incoveniente de não preservar a Hermiticidade do Hamiltoníano. Dyson I~I! analisa o efeito de duas Enteraçioes distintas entre as ondas de spln:(i) a interação dInâmica e (i
n
interação cínemãtica. A primeira s!:ria resu1tante de têrmos quãrticos que se sobrepõem ao Hamilto niano de ondas de spin (ou magnons) livres e pode ser interpre-tada como uma interação do tipo espalhamento entre magnons, ao passo que a segunda é intrínseca ao formalismo matemático e ad-vem da limitação do nümero de excitações por sitio da rede por 2$ na formulação de operadores de 5pjn~ ao passo que
ê
ilimita-§ Daqui para frente designaremos Dyson {1956a} e {1956b} por D~ son I e I I respectivamente.
'"
•
do na descrição bosônica.
O resultado obtido por Dyson I e li, pode ser melhor
compreendido a partir das respostas a duas questões:
a) O Hamiltoniano de Heisenberg pode ser descrito de modo apro xlmado como
um
sistema de b050ns interagentes7b) Em caso afirmativo, qual seria a contribuição a ser acresci da às propriedades de magnons livres devido a interação
en-tre eles?
A interação clnemática esta associada ã primeira que,!.
tão e Dyson I conclui que seu efeito é exponencialmente peque-no a baixa temperatura.A interação dinâmica está associada a segunda questão e sua contribuição â correção da
magnetização-T4
espontânea do sistema de magnons livres ê da ordem de na tem peratura, 51 na magnitude de spin e negativa, dirimindo as contradições existentes até então.
Os trabalhos posteriores
ã
Oyson 1,11, podem ser cla.ss i ficados quanto aos objetivos em: (i) refazer os .passos de
Oy-son)Keffer{1966) e Akhiezer e colo (1968); (iI) discutir as d~
ficiências existentes em Dyson. Szan!eeld (1962) e (1963)! De.!!!,
binski (1964) ,Hepp (1972), Oguchl (1960), Wortis (1965) e Loly
(1970}j (i i 1) estender o método de Dyson a outros modelos, Gr~
enberg (1963), Kenan (196]), Skrlnjar e co1. (1981) e Brito
(1982) e {Iv} anal fsar outros aspectos da interação entre
mag-nos Fernando Perez (197j} e Wortis (1963). Seria por demasiado
extenso descrever, nesta Introdução, mesmo de modo resumido os resultados destes trabalhos. Por outro lado muito seria pe~
dido caso fossem omitidas estas contribuições. A solução encon
trada foi destinar o Apêndice A para resumir os resultados po.! teriores ao trabalho de Dyson I , t l .
Este trabalho procura esclarecer a estrutura matemá-tica do formalismo de Dyson 1,11 dentro de um quadro o mais am plo possível. No Capftul0 2, mostramos um ponto Tmportante:as
funções de partição correspondentes aos Hamiltoniano de
Dyson-e dDyson-e HolsteinPrimakoff são iguais, ou seja. as duas transfor-mações (de Dyson e HolsteinPrimakoff) sao t~rmodinamjcamente
equivalentes. Este fato justifica o uso do Hamiltoniano de
-,
son, mais conveniente em cálculos explícitos, nos Caprtulos
4
e5.
o
conhecimento do estado fundamental. e O uso do Ha-miltoniano físico. istoe,
positivo (ap6s a subtração da ener-gia do estado fundamentai) é essencial para a construção da te orla das ondas de spin. Na Secção 3.1 analisamos os estados fun damentais de uma classe de Hamiltonianos ferromagnéticos quãn~ticos num domlnio 1 imitado, e mostramos que hâ apenas dois es· tados fundamentaIs com condições de contorno livre ou periódi-cas. como çorolãrio de uma desigualdade (lide dominação clássi-ca!!). Mostramos também como entender este resuJ tado apesar da simetria rotacional no caSo lsotrdpico ,
bem
como analisamos -as divers-as maneir-as (campo magnétiço externo) anisotropis, con dição de contorno (+)) de elevar a degenerescêncía.As 1imitações envolvidas oa descrição bosônica do H! miltoniano de Heisenberg são então discutidas. Na Secção 3.2 t
mostramos que o argumento utilizado por Oyson para negligenciar
a interação cinemâtica ê incorreto.
O desenvolvimento de Dyson J? 11, possui dois incove nlentes dispensãveis. O uso do espaço dos momentos para a maio ria das consíderações t o que torna ambfgua a própria distinção
entre interação cinemâtica e dtnâmica, como apontaram Wortis -(i965) e Walker (1963). O outro é a introdução de uma intera -ção extra que~ como observa Wortls {1965), introduz dificuid,! des maiores que as existentes a princrpio. O Capftulo 4 conto~
na estas dificuldades ao realIzar o mesmo desenv01vim~nto int! iramente no espaço de configuraçãoalém de sugerir uma nova di-visão do Hamiltoniano de Heisenberg. particularmente aproprja~
da à descrição das ondas de spin.
Supondo a omissão da restrIção cinemática, é possf vel tratar o modelo de magnons interagentes através da usual -expansão quântica de Mayer tal como estâ desenvolvido no Capi-tulo 5. O resultado principal deste CapfCapi-tulo reside na estima-tiva do segundo coeficiente de virial na Secção 5.3. Com isto
a contribujç~o da Interaçio dinimica pode ser aval iada
diretamente e estã,em essência. de acordo com o resultado original
-de Oyson. O Capítulo ~ e o Capítulo 5 detalham os resultados
presentados no trabalho Brito,Wreszinski (1984).
Um resultado inesperado obtido na Secção 5.3, mas nao
menos importante j foi justificar a aproximação de Mattis (1981)
para a descrição da interação dinâmica.
Como a restrição cinemâtlca
ê
um problema insolüvel e Intrrnsecoã
descrição do Hamiltoniano de Heisenberg através de operadores bosônicos, uma importante questão da teoria das ondas de spin não encontra uma resposta satisfatória: Para que valores de temperatura e magnitude de spín a interação dinâmicaé
des-prezível? Alguns resultados parciais pertinentes a esta questão são apresentados no Capítulo 6, onde uma divisão do Hamiltoniano em partes cinemãtica e dinâmica diferente da utilizada Hamiltonianos-, I
Caprtulos q e 5 ê introduzida. Mostrarnos,cóm esta dívisão~que a contribuição da interação dinâmica à energia livre é desprezí vel no 1 imite de baixas temperaturas e valores elevados do nume ro quintico de spin S. Em contraste com o limite clissico, Stsn ley (1974), em que os operadores de spin são divididos por S e não Sl/2, não se obtêm uma estimativa uniforme em S, (Teorema 6.1) mas o limite superior para o valor esperado (positivo) da ínter~
çao dinâmica tende a zero quando a temperatura inversa f'o (1/kT)e S tendem ao infinito, mas com
P
dependente de S. Este é.o fato novo interessante, que parece indicar que a expansão a baixas -temperaturas para a energia livre ê uma série assintótica ( não.
convergente) em um parâmetro que e uma função de f; e 5, cuja -forma é sugerida pelo Teorema 6.1,
Ouas dificuldades existem nas demonstrações acima re-feridas: O fator de anisotropia ~ é considerado estritamente me nor que I (o<.( 1) ao passo que o interesse prinCipal reside em procurar estimativas no limite d.=1.Esta dificuldade está relaci onada aos problemas discutidos na Secção 3.2. Em segundo. mes-mo com esta hípôtes6, há uma suposição técnica a ser discutida-no CapítulO 6, Embora aceitável para modeios com magnitude de spin grande (S» 1), tal supos'çio é de demonstraçio rigorosa dI fieIl e permanece como um desafio em aberto, como será discuti-da no Capítulo
6.
Os métodos matemáticos utilizados no Capítulo 6 foram
"
':\
desenvolvidos por FrHhlich e Lieb (1978) e se baleiam na posit! vidade por reflexão c na localização exponencial que serão
vis-tos no mesmo CapTtulo e no Apêndice O. Os resultados principais
deste Capítulo encontram-se no trabalho: Van Hemmen} Brito e Wres zlnski (1983).
2, FORMALISMO MATEMATICO DAS ONDAS DE SPIN
A 1diia central do formalismo das ondas de spln
con-siste em descrever àS propriedades do modelo de Heisenberg fe~
romsgnético a baixas temperaturas através de excitações bosoni
Cas denominadas ondas de spin ou magnons.
O Hamiltoniano de Heisenberg ê uma função de operado
'" JI
c.'''')-" , res de momento angular ( S ), no espaço de Hilbert .~ ~ (
,"
Por outro lado, as ondas de spin são descritas como função de
operadores bosônicos de criação ( a+ ) e aniqui lação ( a) no
-espaço de Fock construído através da segunda quantizsção. Como descrever o Hamlltontano de Heisenberg na representação hosõni
cal Este Capítulo restrjn9ir-se-~ a analisar como um
operador-descrito como função de operadores de momento angular pode vir a ser representado no espaço bosônico.
Na Seçção 2.1 scrã definido o modelo de Heisenberg -ferromagnético. Usando as propriedades dos operadores de mome~
to angular será definido na Secç~o 2.2 o espaço de Hilbert do Hamilton/ano de Heisenbe.g.
Como uma função de operadores de momento angular pode ser transformado em uma nova função de operadores bosônicos1 -Veremos na Secção 2.3 que existem três tipos de transformações distintas. Estas transformações foram analisadas prImeiramente por Oembinskí (1964), ao passo que a notação aqui uU 1 izada foi
introduzida por Herbet (1969). Verificase que estas transfor-mações estão relacionadas entre si atravês de uma transformação de semelhança e isto será usado na demonstração da equivalência entre elas,do ponto de vista termodinâmico, na Secção 2.4.
2.1 O Modelo de Heisenberg
...
ConsidereJ\ um domfnio finito na rede hipercúbica IR •• •
.1 !
,
.,
')~I
.
.
I
,
~; dimensio espaclal, em c~da sftlo esti ~ssociada uma varlivel
de spin S>(vetorL cuja interaçio será descrfta pelo Hamiitôni! no: (ver Kerfer 11966) para uma discussão detalhada sobre o made
lo) :
[11
Z Z
2 J. ( X x y y) ]1
2:
J'J (5 .. 5 . • 5 ) + SrSJ +SrSJH •
-
, , J J IJ25 i;j(j\
+ h ~ A(S + 5:' ).
( 2. 1)
-
"
,
onde S.
,
e-
S .• representam as vâriaveis de Spin nos sítios I ,J
,
J
cons tant* de troca (exchange) é definida como:
Jij
=
J#) O para i , j vizinhos mais próximos.J .. • O de outro modo
, J ( 2. 2)
e as variàvels de spín obedecem as regrds usuais de comutação:
z ~ + " ! ! + - z
[
S I . 5 .+]
=-€
; ..
S. + e [5 . •S.,,~_2.5.
J
( 2 3 )+ j IJ I I J . IJ 1 •
onde S~ = SX !iS Y e h
é
um termo proporcional aO campo rnagnêtico externá na direção do eixo z.O Hami Itaniano (2.1) representa um modelo com
lsotro-pfa de espaço ( o acoplamento de exchange independe das posições relativas de i e
J
no espaço) embora possui uma anlsotropia na...
interação de spin. com J" (acoplamento da componente 2 de S} e
.J.
J (acoplamento das componentes no plano XY) distintos.
2.2 O Espaço de ~ilbert Associado ao Hamiltonlano
de Heisenberg.
o
espaço de Hilbert associado a H (2.1)é
o produtotensorlal,
@ ([
(25 + 1)ft:
í" I (2.4)Este espaço pode ser gerado pela ação de
S:
no estado•
de vãcuo
\o}
e:TI
+ )m.In) : iFA(S.
l •
lo )
•
s~lo)=o • 161\ qualquer ( 2.5)com mj=O.l •. "125. e N ;< ~,~ml~ 25.\1\1 • Os estados constltuim u
ma base ortogonal. Para um único srtlo j, seja:
( 2Sn.!) 1/2
IJ';1
=,
( S;),
n Ilo)
( 2. 6)o estado com n. desvios de spin do estado fundamental no sítio i.
I
Os vetoreslnj)de (2.6) formam uma base no espaço de Hil bert (2.4) através do produto tensoriai porem eles não são orto~
gonais. pois. do Apêndice B, verifica~se que:
(n.\ mJ)
= F(n.l.
t:. ...
I I I J
S
oi mi ( 2.7 )
onde n-l
TI
H~) F (n) =k=l f(k) = 1 - k/(2S)
( 2.8 ) Uma propriedade importante do Hamiltoniano de Heisen-berg é o fato de que o operador número
z
~
. 1
n l ~n."'S.+S ( 2.9 )r I
,'.
,
Comuta com o Hamiltonlano de Helsenberg (~, H] • O .,(ver demons tração no Apêndice B) e o espaço de Hilbert a ele associado po-de ser separado em setores ortogonais de n magnons:
-\'{.
'"
Gl
i("'r!:.O
~~"
• n-1f"
( 2.10)e a anál ise espectral de H pode ser realizada em cada setor se paradamente, como será visto no Capítulo 5.
2.3
Mapeamento BosônicoVamos verificar como o espaço de Hi Ibert (2.o) pode
-ser mapeado no espaço de Fock na rede ( ver por exemplo Reed e Slmon (1980),pg,302),
'"
5~n
comt.0
n 1tn~1eiY1IZ@....
®{e.
n~o n ( 2.11)
onde S é o subspaço das funções Invariantes pela comutação. Pa
n 2 0\ .. '"
ra fixar idêias podemos considerar {e:.L(IR) e
--te
=
l (IR ) . Os operadores de criação e aniqui lação ( a : e a.) podem ser defini
I I
-dos em cada ponto da rede i e obedecem às regras usuais de com~
tação bosSnica, com um estado de vicuo bem defInido. (para
maio-res detalhes ver por exemplo Messíah (196GLCap.XII,Sec.t):
l<
0;1=[0
1 ,alo,
't
i,J
e [ai'
a;]~
~j
n . · a +.• o.,>O (0.10.) = 1 e a,lo) = O
I 1 1 c I I I 1
( 2.12)
;
e (nil m.l
~ ~i"S
com In.)_ (n.ll-l!2.c,,!)
,
,
ni\0.-)
,
J_ .J o.m. I
Segoindo
J
éxemplo de Oyson I. reservamos a notação \.)para descrever os estados relacionados ao formalismo de spin e l·)põra descrever os estados relacionados ao forma1ismo de bo
-sons.
o mapeamento do espaço de Hilbert dos spins no espaço de Hilbert dos bosons deve levar em conta que:
(i) 05 operadores de spln sao 1 imi tados, portanto
n.
,
- 57,
+ 5~
25~
(i i)Os estados que geram o espaço de Hilbert dos
0-peradores de spin {2.l;) não são ortonormais (2..7).
Podemos definir o operador métricor no espaço oosôni
co de modo a satisfazer estas duas exigênçias que restringe o e~
paço de fock ã um subspaço
1$ •
cujos elementos de matriz são: 5eO,(n,"25.... \(n)
&
,
(ni ltr", Imj)
=l
o;' ijde outro modo
( 2.13)
e o operador
f
~ Hermlelano, pois:<n.1
,
n.>~,
(n.lll';:.
,
, In.),
(n;IIF-;"
+
In}
= \ n·II~:"'. I u, In.) I =<nl In."",. \
I I In.)=
I (n.\\F_.ln.)I ' " J ( Z.14)+
e
11:,
IF:.
j("2.15)
o operador metrico (2.13) define completamente o map~ amento entre as duas representações. uma vez que estabelece uma métrica no novo espaço de Hilbert restrito.
Uma veZ estabelecída a métrica, 05 operadores no esp~ ço de spin podem ser mapeados no espaço bosônico de modo que os elementos de matriz sejam equivalentes nas duas representações.
O operadorOcomo função de variáveis de spin corresponderã ao o
~
-perador ~ como função de operádores de bosons através da
,
"
i
.
!
A
- §. .fI
IF'
/(\
+ )formaçao.
\J{sx,
s'(, Sz) >V{ a • a(2.16)
Esta transformação não é unlca f pois existem três
di-ferentes representações equivalentes, Dembinski (1964):
I. Transformaçio de Dyson
,
.
(n\
t!)'1
m) ;; (n 11f,,; 10
1
ml
(2. 1 7 a) í i . Transformação de Oyson conjugada(0\
19lm)= (n\ ô"'f.,,1 m)
(2.17b)i i i. Transformação de HolsteinPrimakoff
111. ~ p SI."
(nl\9 \ m)
=
(n 1(, V"
iF"
I
ml
(2.17cl De (2.1]), vemos que existem três representações distintas de\D{a+
'"
• a) cuja açãoe
equivalente à um mesmo operador0(5)
nasvariáveis de spin (fornecem o mesmo elemento de matriz).
Um dos incovenientes da Transformação de Dyson,ou de
Dyson conjugada. é que um operador HermitlanOO(S....x SY,52 ) pode
ser transformado em um operador não Hermitiano
t.O~a+
a) • Por e+
'
xempló t considere
lO:.
<0
Hermltlano e,'.
•
';"')~
I)
(n\If'0ln) =<n1191 n) = <n\i9ln} = (nl(l1"", 'ti
( 2.18)
portanto • A
+
Ir
(Q'
=
(<9')
IF'
e<9'
;(&' /
* 9
[<9°,
Ir
J"'o
(2.19)A
deste modo, mesmo que ~ seja Hermitiano,\9 não o sera,
necessa-r~íamente. à menos que (2.19) seja satisfeita,
A transformação de HolsteinPrimakoff preserva a
Her-miticidade,
po i s:
f
+ ;tF' ')
O
( 2.20)
,,1/~ _ _
e
\
r esta definido e e Hermltiano, usando ( A.B )+=
a+.A+ deMessiah (19&0), têmse: S/1. ~11. ~
P j/'J..
+
:t !/'t.O<tfp;"'\
(nl\91 n1=<n\(9ln)' (nllf' (!)
1'1
n) (ni(lf~
(9"f~
)
'n)e
\Sl~I9'
~>
0"? ;
(&l"')
t ( 2.21)o
operador número de desvio descrito em (2,9) têm umcorrespondente bosônico simples:
n tA $2 + S l;>
ns
( 2.22)
o índice s serve para indicar que ~s não é o operador número
u-,
Todos os operadores estão relacionados ã um unico srtlo i) cujo
rndice será omitido de modo a não sobrecarregar a notação .
sual (2.12) pois:
o~ n ~ 2S
tO: Oi
i'isl
o>
=n)
2S( 2,23)
o estado de vacuo esta bem deffnido nas duas represe~
taçoes:
( S + SZ ) \ O
'>
=o
Os \ O ) = O ({2.24)e além disto temos que: [\f',~]:.O ( 2,25)
po i s!
( n;\(!f')\1Imj)
= mj So.o2\..
F(Oj) - Oi.r
o •n :~ij
F(mj ) = O ( 2 26)
n f
J
IJ I J •A propriedade (2,35) mostra que não
só
fié
HermItia-s
no, haja visto (2.19), bem como que o operador número de desvio tem uma representação única, qualquer que seja a
transformação-utí 1 izada. J pois usando (2.25), verifica-se que:
J/?- 11'2
(oI
If'
"SIm)
=
(n \"slr'
I m)
= (ollf'ns!F'
I
m)
(
2.27l
A
propríedade(2.25)
simplifica em muito a repre$ent~çao da componente SZe qualquer função exclusiva desta variável. Por outro 1ado, é evidente que [a1l,lrJ;fO logo
é
necessárioana-lIsar separadamente COmO S+ e S- são transformados em operadores bosônlcos em cada uma das transformações.
Oas propriedades dos operadores de momento angular,v~
',' rlfica-se que (ver apêndice B)~
s+
fl/2 (n)m +
.rzsIO)
= sI
n + 1>
( 2.28)•
_s_
In,> = fI /2 (n)r;-'
I
n _ 1'; ( 2. 29)>l2S' s
com (1 - 1'1/25 caso 1'1=0,1, ••• ,25.
. f S ( n )
=
t
O caso n } 25 + 1, ( 2. 3 O)Os operadores bosônicos de criação e aniquilação atu-ando num estado ln) • são (ver Messiah (1960):
+ tia
a \ n ) = (~.!) 1"';)
( 2. 3 J )
e
a In)
=\Iii'
In -) )
( 2.32)
As propriedades (2.28) - (2,32) e as transformações
-• a .
(1..1?) perml• te-nos traçar um mapeamento entre S e a#d segUinte
forma:
I. Tranlformaçio Dyson:
In>
~ In)e
<nl _..,
(nllF'
(1..33.)s+
1f2s' ) .: (1..3"a),Iffi , ((osl.s (1..35')
Sl )
s
+ n (1..36.)s
i i . rransformação Dysonconjugada:
In>
)
11=' In} e <nl )(n \
(2.33b)s+
Im
)
a: f(n )s (2.34b)
sNE'
,>a
s
(2.35b)(2.36b)
SZ
...) s
+ ns
i i i. Transformação HolstelnPrimakoff.
1/~
.,>
In)
Ir
In} e
<nl
'>(n llf"'
(2.33e)S+/[2S ) fl/2(n )
.+
(2.34clS S
s-/~
's.f1/2(n.)(2.35e)
S2 ) 5 + n (2.36c)
s
o fndice 5 indica que o operador as esta definido no
espaço de Fock restrito.
'J; •
ea
*
::::: P a;J P (2.37 )s s s
onde p é o operador projetor restrito ao subespaço ffslco,tam
s
bem conhecido como estados próprios, Oyson I.
psln>~
~
In)
Ocaso n ~ 25
caso
n>
25.( 1..38)
,
~ interessante notar o papel desempenhado pelo fator de
normalizaçãol~ em (2.34) e (2.3S). Este fator é necessário p~
ra que as regras de comutaçio (2.3) e (2.12) sejam obedecidas
-no llmfte quando S... CX' Das relações de comutação de spin (2.3)
temos:
t
S+s
-
1
SZG
,
.f2S
=s
( 2. 39)No 1imi te $"-}!2:),Sz/S ~ 1 e .s relações de comutação de s p i n .ao
formalmente equivalentes à relação de comutação bosônica e nas
te 1 • •Imite, f orma 1mente, S+ ta+ e S-ta. A norma 1 lzaçao pelo -
fator
1/f2$,
preserva 0$ aspectos quântTcos do modeJo de Heiseo!!berg original.Por outro lado, no modelo clássico a normalização
,., • 1
e feíta pelo fator S e
r
5+ ,
~)
= 2S ZL
2S S 52 ( 2.40)e no limiteS'O) .(5+, $]'+0 e os operadores de 5op!n comportam
como se fossem componentes clissicas de momento angular~
As relações de comutação entre O operador projeção e os operadores bosônicos serão uteis na anâl1se, a ser desenvol vida no próximo capítulo, do Hami ltoniano de Heisenberg. Ana1l sando o operador projeção nos estados\2S; é l2S +
1),
temos:l
p.fSnl.l
=[ps ' f.(n).]
= O( 2.41)
(p.,
al
"*
O• [a+, ps1'*'0
( 2.42)
Como só nos interessa a análise de operadores que se-jam observáveis ffsicas, a transformação de HolsteinPrimakoff ê t ã primeira vista, mais interessante uma vez que prese~va a
Hermí ticídade. Por outro lado esta transformação traz consigo-o Incoveniente dconsigo-o têrmconsigo-o sob raiz quadrada em {2.34c} e (2.35c) e isto limita sua utilização. Usualmente considerase a
trans-formação de HolsteinPrimakoff com o termo t(n}~ 1 tomado co-mo aproximadamente 1. e este tipo de Iltransformaçã ol ! é tambem
conhecida como transformação de HolsteinPrimakoff
"1inearlza-dali, a saber:
)
+
S+Jf2s' ~a
5 (2. 34.s)
s"j \I~ ); as (2.35.,,)
SZ - - - . - - l o -5 + fi (2. 36.s)
•
Na verdade não se trata de uma transformação, mas sim
de uma aproximação, dado que as relações de comutação (2.3) e
(2.12) não são obedecidas. No trabalho original de Holstein
Primakoff (1940) esta aproximação é feita na análise do modelo
ferromagnético de Heisenberg levando em conta a interação clipo lar e sua aplicação ã outros modelos deve levar em conta a eXls tência de uma aproximação e seus efeitos devem ser estudados se paradamente para cada modelo em conslderaçio.
:')
e
possivel estabelecer uma relação entre as diversas-transformações de modo que o óbice da não Hermrticidade da trans
formação de Dyson possa ser resolvida de modo satisfatório.
Para tanto, basta verificar que:
#1 ... IolP Jl1. ~#?~, 1/L
<0\&\
ml
z (nllr\0
Ir
Im) •(nHrnF'
O'f
)Im) =
= (nl \I"
@>
Im)( 2.43)
ou seja A -112. A
(9"
Ir
cQ"?
(h
( 2.44)
Como vemos de
(2.~~).
o operador~D
ê uma transformação deA
I
semelhança (ver por exemplo 8ellman (196o),pg.106) do operador
,
IDlI:P. Esta propriedade: será de grande utilidade na atlâJise do
espectro dos operadores obtidos atravês da transformação de
Dl
son~ como será visto na próxima secçao.
Até aqui 1 imitamo-nos a analisar um único ponto da r~
de. Como O espaço de Hilbert da rede
é
o produto direto dees-paços de Hilbert mutuamente ortogonais dos pontos da rede, as considerações desenvolvidas acima podem ser facilmente
ganera-lizadas para toda a rede,
• 16.
2.4 Equivalência entre as Transformações de Dyson
e Holstein-Primakoff.
Uti 1 izando o mapeamento entre os operadores de
momen-to angular e operadores bosônicos (z.4a) M (2.42)
ê
possível rescrever o Hamittoniano de Heisenberg (2.1) em função dos oper~
dores bosônicos. Não levamos em consideração a transformação do
tipo DysonconJogada. uma vez que para todos os efe1tos ela ê e
quivalente à uma transformação do tipo Dyson. As propriedades a
qui demonstradas valem para qualquer Hamlltoniano descrito por
uma função dos operadores de spin, contudo o Hamiltoniano de
.
,
Heisenberg sera consideradoã
titulo de ilustração .Introduzindo as transformações do tipo {a} e (c)
dire-tamente em (2.1) temos:
" (
J 2]
+J ... (n.5).(n. S)
s
P,
~HpP,
=P,t
+s )'
I ) I<'w>
.l. 112 +
112}
4
+s- \'
Jlj'f, (nl )· .1' .rfs (nj ) P, (2.45a)t
1~
P, HO P, = P
?;
J .."
'Jl
(nl 5).(n.s )
S2]
+J
s 2S
<
,J
.l. +1
(Z.45bl' ~J . . . f(n.l . • . P
+ """"2S" lJ t 5 J J S
<,I>. .
O prOjetor P Indica que o novo Hamlltonlano esta
de-s
finido sômente no espaço próprio (2.33). Estamos
interessôdos-nas propriedades termodinâmicas de (2.1) por isto queremos cal
cular a função de partição:
'HP 'D
2
7
=
Trexp(1:IP H P ) ou Tr exp([lP H P ) , h( z.
46)'" s s
"
'Devido às propriedades de comutação de P
,
(2.37), (3. I) pode-se r reescrito como: (ver Akhlezer (1968»
lHP = Tr [P .•
xP(-~HHPpn
ou lO' Tr[p.exp(~
fiO P)] ( l . ' ] }Dyson I afirma que o Hamíltoniano derivado por Holstein
Primakorf HHP (2.45a) é de difícil manuseio devido ao termo sob
raiz quadrada, por isto considera HO {2.45b} mais adequado. Em
-contraposição HO em (3.1b) i
nia
Hermltiano, basta deternos naanálise do segundo termo da expressão (2.45b). Oeste modo a não Hermiticidade de
Ao
levanta restrições quantoã
descrição-do obse€vivel i ele associada. (ver por exemplo Messiah (196b),pg.159).
Apesar de não Hermitlano o espectro de
H'O
ê real, mais que isto, vale a Proposição:Proposição 2.1: O Hamiltoniano de Heisenberg na representação· de HofsteinPriroakoff e na representação de
Dy
son possuem o mesmo espectro.
Através de (2.44),
_1/'1.
"''0
fi
»P !F"IZH ;
IF
( 2."8).~ A~
o que mostra que a relação existente entre
H
eH
ê uma trans formação de semelhança~ diferente portanto das transformações unitárias, usuais na Mecânica Quântica ..
,
O
espectro de'?H P
é o conjunto de autovalores 50lução da equação secular (ver por exemplo Messiah (1960),CapV! I
Sec.20L e para A fixo.
\li)
e uma matriz finita, e:IPHDp
_;\1
= O( 2.49)
da teoria da Algebra Linear elementar (ver por exemplo Mosto~ e
SaOlpson (1972),Prop.5.~,pg.168), têmse:
IA-1.1j
=
I
SA
S' -
A]
I
( L.SO)
portanto o conjunto de soluções
{l,!
de (2.49) t.ambem será solu ção de\?Ii··P-À~\=O
( 2.5h)e a Proposição se verifica.
§§.
Além disto temos a Proposição:
Prooosição 2,2: A função de partição associada ã PRDP (Z~ )
ê
igual à função de partição associada àPHHrp
( ZHP),
Devido as relações de comutação {~.41) e (2,42),
ZO;;; Tr exp(IÕ PHOp ) =TrP,exp(.,.H).P=Tr exp(íl.H) O ' O
( 2.52)
HP A H P ' HP ZHP=Trexp (-~P.H .P)=Trexp(-vH )P~Tr exp(-I'H )
( 2.53)
onde Tr l
significa o Traço restrito ao subspaço próprio
A ma~ríz exponencial A pode ser representada pela série infinl
ta: {ver por exemplo Bel1man (1960) ,pg.165)
íl'.
Anexp A ::
1l
tL..
--=-r- ( 2.54)11-"
n.usando {2.50} e a propriedade cfclica do TraçoJ
'" -1
0J
il
Tr.exp(SAS-1) = T,fll+
2
(S,A S ) = TrLs.exp(A).S-J= Trexp(A) (l
'tI_'! n. 2.55 )Un;odo o, resultados de (2.52),(2.53),(2.54) e(
2.55)
segue a Proposição.
§§
Poder-$e-ia objetar quanto à singularidade de
r
pois de(2.8)têm-se f s {2S) ... O. Isto é contornável atravês da modificação da
HP D
-função f,(o). Seia f (2S) ~> O. Os operadores H e H SilO
re-HI'" s
defInidos por .H~ e H~ 1 e
Tr'exp (- (3
H~P
) = Tr'exp(-~H~
)( 2.56)
No limite €.->o .... segue-se a Proposiç.3o 2.2.
O resultado descrito nas Proposições 2.1e2.2~ sao
-
a pliciveis i qualquer modelo, e o Hamiltonlano de Heisenberg e utilizado somente a título de referência. Estas Proposições eli minam as reticências,até então existente 1 quanto ao uso da representação de Dyson, pois fica estabelecIdo a equivalência en tre ambas transformações.
Alguns autores. (por exemplo Rastel1i e lindg8rd(1979) supõem erroneamente que o uso de transformações distintas leva a resultados diversos. Os resultados discrepantes devem-se maís às aproximações posterfores que ao uso de representações
dife-rentes. Por exemplo, na representaçao de Holsteln-Primakoff e
generalizado o uso descuidado da aproximação
fl/2(n) = ( 1 - 0/25 ) 1/2 ""
li
s
( 257)
sem a devida justificativa. Por OUtro lado, no esquema de Dyson a função de partição só pode ser estimada caso os operadores de
projeçio Ps (2.38) sejam omitidos no interior de ('.8) como se
rá discutido no próximo Capítulo .
",
3, DESCRiÇÃO BOSONICA DD HAMILTDNIAND DE
HE I SENBERG
Neste Capítulo vamos analisar algumas propriedades do
estado fundamental dos modelos associados ao ferromagneto de
Heísenberg e a aproximação envolvida na hipótese de se neglige~ ciar a interação cinemática.
3.1 O Estado Fundamental do Modelo de Heisenberg
Ferromagnético
,
,
Uma das principais propriedades do modelo de Heisenberg ferromagnético
é
a existência de um estado fundamental bem defi1
~-nido. Quando ij= J ij e h=O, O modelo definido em (Z.1) possuI
simetria contínua de rotação. Esta simetria pode ser quebrada
pela jntroduç~o de um campo magnético externo h> O na direção
por ele definida, em geral associada â componente z, ou com a
introdução de uma anisotropia no acoplamento entre OS splns.por
exemp 1o com: 11
.1
1lJ.. IJ
>
I
J"
~I
ou E.. J" IJ - tlJ;> O ( 3 I)•Van Hemmen~ Brito e Wreszinski (1983) mostraram que
-(2. t) com á condição (3.l) possui um estado fundamental bem de fInido e vale a Proposição:
Proposição 3.1: O Hamiltoniano de Heisenberg (2.1) possui um es
ta do fundamentai bem definido.
A prova reside em demonstrar que:
2 z z "
+[
'x xS 5 .. 5,
l' -
$ .. 5, +sY,sy'l
( 3, 2 )I J I J
, J
consideremos primeiramente a desigualdade com sinal positivo ou
2,,"'~
S h S, ,5,
r I J
( 3 ' 3)
podese combinar o,:,)spin do sítio
i.t.
e do sítio j .$"
constru'""5-"->
I •indo o spin total t::::: Si + Sj • cujo número quântico {otal varia de O ã 25. (ver por exemplo Messiah (1960) ,Cap.30) e:
...;. - ) - ' )
2
St,St· ( Si + S ,) ~ 2S,(2S+1)~
J ( 3 ,4)
logo, -? ~ ~ 25. (5 + 1) + 2.5 .. 5. ~ 25. (25 + l) ,
I J
( 3 . 5 )
e (J,3) se verifica pois:
S2 - S~
•
~[x x
sY
s~l
I Sj Si Sj + I J3. 6 )
Para verificar a desigualdade com sinal negativo bas-ta considerar uma rotação de ângulo'it ao redor do eixo z, no si
t i o
S~, --:, -5~ S~ - ' ; -5~
57
--;;> s~ ( 3.7)I I I I I
este novo momento angular é equivalente físicnmente ao anterior
e 05 mesmos passos da demonstração de ().6) são válidos e:
S2 - S:S'
:t
- [S~ S~
+ SYsn
I J I J I J ( 3 . 8 )
usando (2.5) e (2. 4 ) temos:
r.
J.)
2. z zH",
#.
z:::
(J' j-IJ.)(
S - S. Sj)::"O<,'j)(1I ( 3. 9 )
e J1." tal que
S:\J1)::. O
'ft i ~I\I
,(.11.. \ )0\, \ Jl. ">
=
O ( 3.10)e um estado que mlnimiza em (3.9). §§.
Desta Proposição segue-se os corolários.
Corolário 3.1.1:- O Hamiltoniano H.... {2..1} com condições periõdi cas de contorno, ou 1 ivre$. possui 2. estados fundamentais.
Basta verificar que os estados com todos os splns ali
-;
..
,,-nhados na di reção z (oposta a z}í). (,l,4 ) tal que
5:\,(1.:> . O
(5.-\il:
> .
O
lV';~A } são estados que minimizamI
H em
I' (3.9) .
§
Coroiârio 3.1.2:- Com condições de contorno definidas, por exe~" pIo, todos os spins do contorno alinhados ná diteção z ( ou no sentido oposto) o Hamiltonl ano HA (2.1), possui um GnJco estado funda
--t n·
menta I.lt- (ou ...I'-A ) .
j A
Prova: ~e$te caso
é
necessário verificar o que se passa na regiao de contorno. Escolhamos, para fixar idela, um
contor-no de A 1 ~/\, com todos os sp i os ali nhados na direção
z. Neste caso somente o estado
11""",
~ minimizá HA em(3.9). O estado.Jl.;. t fornece uma contribuição de
super-,~~ fície de modo que:
<.n;.\IIÀ\J'L,;»O
Ã=Av?JI\
(3.11)
onde • §
~ simples verificar que a introdução de um campo magné
tico externo, h) O, (na di reção z, por exemplo) a simetria global
de rotação de HA ê quebrada e o estado fundamental seria bem de-finido, no caso.i2...
O CorolárIo 3.1.2 encerra uma aparente contradição. O Harnlltoniano Hh
ê
expresso por um produto escalar, exibindo si-metria de rotação em torno de qualqer eixo.Como entao justificar a existência de uma direção pre ferencial para o alinhamento dos sptns? Sob este ponto de vista deveria existir um conjunto não enumerãvel de estados fundamen -tais, contrariando o Corolário
3.1.2.
Esta contradição só pode ser elucidada a partir de
u-ma anáT ise do comportamento dos auto estados (12: e
.n.~)
noJ i-rnite termodinâmico
U"\->
a ' ) . Uma abordagem rigorosa doproblema foi desenvolvida por Streater (1967) o que torna desnecessã -rio a discussão dos detalhes formais neste trabalho·
Consideremos, para simplificar o raciocínio, o çaso
') ') '"?
mais simples $= 1/2, ou S =1J' (\! ~ matrizes de Pau.1i).
+
Para fixar as idéias, considerese o estado
.nA
J euma rotação e em torno de um eixo definido pelo vetor
O" ev.~1í~i~.~
'tll , Para facilitar o raciocínio) considere-se
~
IJ' ':. <;S' 'I: ~ fixando o eixo de rotação na direção x. O estado
" .<!!; - . )I
6 {+l I!<:..}:<t
+
I1., '"
U
9Jt"
=
e '.
r.;:: ••
.n
A( 3.12)
•
possui a mesma energia que..o.", • ou seja:
a
e _ ' "
+)=0
(li.
I
HASl,)-
(!lA \
11•
.!lA
( 3.13)contudo
.n.
e
,
eJ1.~
nao são necessariamente ortogonais pois:6 I....'
e'f
o
(Jl:
I
nA
>
=l,o'n
*"
o
(3.14)
+
ê evidente que e",1l' representa o estado
J1:
~ e o r togona I ã11"
e ambos são os únicos auto-estados disjuntos, de acordo portan to com o CoroJãrio 3.1.2.
A sltuaçio i diversa no limite termodinimico, pois
\ to,S,6
I
<
ili",
~
Ocomo
n:
I
il.: )
~
.:
Sl+1S1' /
=
l~\ ... OO
( 3.15)
• Q
e 05 as ta dos Jl •
n
são ortogonais. Neste caso elesprodu-zem representações unitárias inequivalentes d.as relações de c~
mut.ção de SU(2) (ver Sue.ter (1967l ([ S:,
s~J'
é'"
s~
ô'y,x.~,z')
'2' inteiros, e existe uma lIbarreira energética infinita.!J entre
~a d - - •
os estados ...u .. correspon entes a rotaçoes
e
diferentes.3.2 A Estimativa de Dyson da Interação Cínemãtica
A vantagem do uso dos operadores bosônicos reside na fací 1 idade do cálculo do Traço no espaço de Fock (2.11). Ares
trição introduzida pelo projetor Ps não só é inevitável. uma
vez que estamos fazendo a correspondência entre operadores li~
7 ~
mitados ~ e não 1 Imitados o como
e
causa de sério embaraço. O mapeamento no espaço bosônico só será útil caso esta restri-ção possa ser eliminada de alguma forma.Dyson denominou esta restrição de Interação Cinemã-tica. pois ela
ê
intrtnseca ao formal ismo matemático e não de-pende da dinâmica estabelecida pejo Hamiltóniano de Heisenberg .Calcular a função de partIção Incluindo a restrição cinemática é tão complexo quanto estimar Q função de partição associadQ ao Hamiltoniano de Heisenberg no espaço dos spins (2.14). Em que
limites de temperatura e magnitude de spin S, estQ interação po de vir a ser desprezada? Oyson I I, Sec.3J dedica uma atenção es pecial a este problema e, a nosso ver~ não logrou obter uma
so-lução satisfatória.
Nesta Secção faremos uma releitura do desenvolvimento de Dy$onn I I, com o intuito de mostrar a insuficiências dos seus argumentos bem como simplificar o complexo arrazoado por ele en gendrado.
Caso a restrição Ps nao seja levada em consideração o
Hamiltoniano
{2.4Só}
não será limitado inferiormente, uma vezque o operador numero
n
não será 1 imi ta do e (1~ n/2S):)CO quandon~CO Para evitar esta díflculdade~ que torna impossíve1 o O
r
dilcul0 da função de partição (2,47). Oyson J (equação 26) in
troduz uma nova definição para fs(n},
0/25 n= 0,1" .. ,2S.
fs(n) =
o
n ~ 25 + 1 ( 3.16)sob o argumente de que esta nova interação adicio.na ao Hamílt2 niano um operador que tem elemento de matriz nulo em todos os estados impróprios alem de não modificar em nada e Hamiltonia-no original nes estados próprios.
Com esta nova definição fs(n) , a função de partição está bem definida e~
.. O
Zo" Te exp(-;3 PHOp) = Te P exp( -"f>HO ) = Te (:I - P).exp(-pH ) =
O .J.. O
= Te exp(-
I>
H ) - Tr P exp(-í3
H ) ..LondeP definido em (2.38)~ p + P
=i
e Zo '" ZT ZI,usando (2."2)( 3.17)Para Oyson 11 ZI pode ser desprezado. caso for propor-cionai à exp (1>A), com A)O, pois no. limite de baixas tempe-raturas. quando (3» 1. a correção. introduzida por l i seria ex ponencialmente pequena. O ponto central reside em demonstrar a existência de uma lacuna no espectro de
HD O.lb) entre os es-tados imprõprios de energia mais baixa e os estados próprios,Para melhor compreender este argumento reescreveremos os passos essenciais do desenvolvimento da Sec.3 de Dyson I I e verificar-se-á que tal lacuna inexiste.
Corno o Hamiltoniano HO é, para todos os efeitos fisica mente relevantes~ equivalente ao HamIltoníano HHP (Proposição -2.1) vamos utilizar a representação de HohteinPrimakoff que-simplifica em muito as operaçoes. O Hamiltoniano de Heisenberg com um campo magnético externo na representação de HolsteinPri makoff pode ser reescrito como:
HP ""' L 1/2 + 1/2 ' " "
H = "-' J .. f (n.) . . . .f (n.) +L,.J .. f (n.)". + h'i:n.
Il IJ s J 1 J S J il lJ S 1 J I I
0.18) Seguindo Dyson J J 1 sej a
9
um conjunto consistindo deum número finito de pontos da rede (jef\l) e M um conjunto de in-teiros Mj cor respondendo a todo j em:t' , satisfazendo:
".';;25+1
Je::r;
JSeja QM o espaço composto de combInações lineares des-tes estados do modelo (atuando em todo o espaço de Fock na rede)
para o qual:
e
n. = M.
J
~ 'X. n.$25",,8
J J J
<3.19) .
Seja PM o operador projeção sobre o espaço UM' Em par-
ticular, quando :J:;;. \4l' I QM ê o espaço todo e PM é o opera-
dor projeção Ps definido em (2.38). Quando% é não vazio, UM é o espaço de estados lmprôprios com respeito a um conjunto de pon-tos da rede 'X"::.
{i
In.
,
= M.,
). 251
.
A função de partição-no espaço de Fock ( ZT em (3.12)) compreende a soma sobre todos os setores definidos por M:
" HP
ZT = ~ Tr exp( PMH PM)
M 0.20)
Com a redefinição de fs{nj) (3.11) a única
contribui-çao nao trivial ã função de partição ZT 0.15) em cada setor
UM. advém sõmente de parte do Hami 1 toniano (3.13). a saber:
HHP =
5':",
J ..[.+.f (n.).( •. •.)1
+ hí:n.
+ J2:
M.. f (n )W~\l' IJ J S ! J
[:.I
i I i.E.6{ J s l"
...
com J .. = J .. = J eM.) 2$. ict:
I) [J J (3.21)
e obtêmse assim o mesmo resultado de Dyson (eq.33 em Dyson I I) .