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A educação no meio rural de Barreiro-Ijuí-RS

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(1)

, ,

A EDUCAçJ!.O NO M:IO Fllf'AL OC BAAAEIRO

- Ijuí - ll3

-•

(2)

A EDLCAÇÃO NO !.Era RURAL C€ BARfEIRO

- lJU:t -

f5.

-Adelino tla9sarolo

OISSERTAÇÃO SlEt.ETIOA COM) REQlIISITO PARCIAL

PARA A OOTEJoÇÃO 00 GRAU C€ !.ESTRE EM EDUCAÇÃO

Assinatura do Orientador de Dissertação

Rio de Janeiro

-

.

Fundaçao GetUlio Vargas

Instituto de Estudos Avançados em Educação

(3)

SUWÁAIO

~~~~~~~

... .. .... .. ... ... .

SIN(JJSE . •.... • ... . . .• . . . .. . .. . ...••... . •.. .••.• . .. . . . VIII

sYNCPSIS . • •••• •• • •• ••• ••••••••• ••••••.••..••••• •••••••.••• X

=:::::cz:===::::

INTROO~ÃO

o. .. .... .... ... ... .. ... ...

1

====::::==-==

PRIt.EIRA UM:OADE - EVQLÇÃO DAS FORMl\S DE TRN3AlHO E SUA Ir::!

FW~CIA NAS TRADIÇ!l:S SOCIO-CULTURAIS

DE BARREIRO

Os Ciclos de DesenvolvimenbJ de Barreiro

,

la

l li! Ciclo: A SLbsistência

o.. . . ... ... ... .

14 21:1 Ciclo: A PolicuH::ura e a OJrrercialização de

Excedentes

o.... .. . . ... ... .

18

3" Ciclo: A Fase de Trigo e &lja para o M3rcado

Interno e Externo ... . ...•.•....

A Cooperativa - Processo Induzido de M.Jdanças ••• 43

SEGLNOA UM:OADE - AS TRADIÇÕES

sá::r

O-CUL TURAIS CO/,(] FORMAS

DE EDUCAÇÃO EXrRA-ESCQAR E SUAS WJAi'ÇAS 55

1. VAlORIZAÇÃO CULTURAl 00 TRN3AlHO • •••• ••••••••• 56 2 . ORGANIZAÇÃO E EElUCAÇÃO FAMILIAR E SUAS ~WAN

-ÇAS .~.... .. ... . . ... .. .... . ... 59

2 . 1 . MUdanças de Hábitos e Ocstumes

Inte~Fami-liares ••. .•..•.. ..• . .• .. . . . .• ...•...••• 69

3. A RELIGIÃO CO/,(] FORÇA DE COESÃO GFl.PAL E FORMl\

-

,

DE EDUCAÇAO ASSISfEMATICA • • ••••••••••••••• ••• • 7 2

TERCEIRA UNIDADE - A EDUCAÇÃO ESCOLAR DE BARREIRO NA FASE

DA POLICULTURA DA LAVOURA 79

(4)

QUARTA UNIoA[E - O ATUAL srSTEI.'A ESCU.AR DA ÁFEA DE BAAAEIAO • . ••.. . • •. • . •• .. • ••• • ••• • • 1. DO CUARfCULO . ...•.•... ..•• • . ••.•• .. .• •.

2 . OS PLANCS ... .•. ...•.• . •••..•• • • . •••

2.1 . Os ClJjetivu:... . . . • . . . •• 2 . 2. Conte Údos Program~ticos

... . .• . • .. ••

2 . 3 . Atividade s do centes e discentes .... 2 .4 . Av aliação corro Controle da p,prendiza

gem • ••• •.•. • • ••••• •• •••••••••••••• •

2 .5 . t:ecanislTOs de Formação Escolar: o s S:ÍntxJ l os . ... .• .. .. • . . . . ..•• . .. • .••• 3 . AS FUNÇ1lES 00 DIRETOR E AS RELAÇ1lEs COM (6

oEtN\IS AGENTES OI AITOS DA PRÁTICA PEDAGÓ3I CA, FUNCIONÁRIOS E AlUNOS • ••••••• •••• • •• •

4 . A PRÁTICA PEDAC{x;rCA 0(6 PRlFESSDAES, A PERCEPÇÃO [,)uc ELES TEM DOS ALUN(6, A PER -CEPÇÃO QUE ESTES TEM oA(}JELES E DA DIREÇÃO E A PEFCEPÇÃo QUE (6 ALlJN(6 TEM 00 !EU FU-TUAD ••... • ...•. . . .. .•• .. •• •••. .•• •. •• • • • • 5 . A ESCOLA DE ÁFEA DE BAFflEIRo E A um (Un!; dade Ibvel de Iniciação QO :rrumlho) ... ..

5 .1 . A UMIT

OeT 1n e-~e

como

. .

. .

.

..

.

... ... .

90

S2 95

95 100

102

104

1(17

lO?

112

113

117

5 . 2 . Ir stt'umental Físico ... . ... .. 118 5 . 3 . 0'3 Chjetivo s C"l UMIT ... . ... . 12:

S .4 . A Organização da EC'ui('1(! da UMIT de Iju:C 126

5 .5 . Os ClJj etivos Gerais e Espec! ri co s . da

,

UMIT de Ij ul. ... . .. . ...• . ... .• . . 127 5 . 6 . Conte Údos Programá ticos da UMIT para o

o Ano de 1976 .... ... ~ . . . .. . . 128 5 . 7 . Vantagens da ur..u:T e Dificuldades da Egui

pe de Iju{ ... .. . •. . .. •.•• .• .. . . • •••.• ':-.13O

(5)

Ql1rNTA UNIDADE - O INSTITUTO DE EDUCAÇÃO PERM<\NENTE A SERVIÇO· OAS TAANSFORMAÇ'ilEs DE BARREIRO

Os Mátodos fldotados •••••••••••••. • •••• • • •..••

As Diretrizes Fundamentais ..•... . . .. .. .. . Setor Urbano ... . .•. •...•. Setor Rural .. ...•... . ... .. ..

-Instituto de Educaçao de Base ... •..

o Instituto de Educação permanente .•..•••.•..

o

flCS e o IEP das

Ül

tillJJS Mos e

do

Presen te :

Pensando-se I Aedefinindo-se em Busca de f'Dva

133 142 143 144 144 145 147

Posição TeÓrica e Prática de Atuação do "mo 149

CONCLLEÃO ••••••••••••• • •••••• •••••••••.•••••••• •• • • ••• 157

BIBLIOORAFIA . . . 163

(6)

LISTA DE TABELAS

Tabela n ll 1 - Estrutura Fundiária de Barreiro .•••••••••• .• 3D

Tabela nO: 2 - Posse de Trarores par Estrato de Área 34

Tabela n9 3 - M3canização da Lavoura por Estrato de

Área

36

Tabela n2 4 - Consurro de Bens de Uso Duráveis do s Proprieti: •

rios de Terras por Estrato de Area •••••••••• 38

Tabela n 2 5 - ConsuITJJ de Bens de Uso Duráveis entre Propri.!::

táTios de Olarias e Assalariados •• ••• ••• ••• • 41

\

,

\

(7)

LISTA DE ANEXOS

pág~

ANEXO I - Localização de Iju{ na ReQ'ião f'.bro es te do Estado 161

ANEXO 11 - Munic{pio de Iju{ - Área de Barreiro _ • ••• • ~ _. . . 162

(8)

APRESENTAÇÃO

=~== ""=="'= ===

Esta dissertação destina-se a dar cumprim~nt o legal ao Cur se de Mestrado em Educação, no Instituto dE' Estudos Avançados em Educa ção (IESAE), da Fundação Getúlio vargas

(FGV ),

do Rio de Janeiro.

Neste trabalho procurou-se descrever E analisar a educação

no meio rLU"al de Barreiro _ Iju1 - FS , em particular a Escola de lº

Grau, nuna época de mudanças de agricultura. ção

darão

outros detalhes desta dissertação .

A Sinopse e a Introdu

No mai ~ 1 aproveito este espaço para agradecer ao Institut o de Estudos Avançados em Educação (IESAE) pela instrumentalização

teó

rica oferecida durante o curse j aO orientador, Luiz .AI1tônio C. da Cunha que leu os originais com cuidado , criticando e sugerindo modifi-cações muito opor t unas.

L.tn reconhecimento todo especial aOs infonnantes da area de

.

pesquisa que nunca se negaram em dar sua opinião s obre dados que este-vam sendo inv estigados .

Tani::lém meu reconhecimento,

à

Direção de Ensino Superior de

IjUl ,

aos colegas que me incentivaram 'ou, de algum modo, colabor.aram

para que essa dissertação pudesse ser concretizada .

I~

Adelino

~~

(9)

SI N(J>SE

==,...,=::=

o

tema cent ral versa sobre a educação 2xis t~n t e no mei o r u ral de Barreiro. Barreiro e uma pequen a comunida de que se

-

('ncon t r a no interior do muni c1pio de Iju1, ao Nordeste do Es t ado do Rio Grande do Sul . A população dedica-sB às atividades agrícolas.

Como

qUB!. QUBr aglomerado humano , Barreiro tem sua história. História de desen volvimento, de processos de trabalho , de tradições culrurai s· e de for mas de educação .

Partindo do pressuposto de que a inov ação t ecnológica a t ua, não somente sobre as relações técnicas dc homem com a natureza , mas também sobre a s insti tuições e estruturas sociais , proCLa'ou-s e evid e n-ciar a influência da rrodernização da agri c ultura sobre a educação e as mudanças o corridas em relação às tradições .

terra.

Para isso , partiu-se da descrição da forma de ocupaçao da Seguiu-se com um apanhado sobre as fases evolutivas do proce"ê: s o de trabalho, ou seja , das sucessivas inovações tecnolÓgicas . Pro CLa'ou-se mostrar o e v1nculos entre as forma s de trabalho e as conse qnentes mudanças aparadas nas trad ições familiare s , religio s as , educa-cionais e no relacionamento entre os participantes do grupo social Teve-se em mente observar e analisar a in fluência de organismos estra nhos ao grupo, como a Coo perativa

·'ícar

AIJUf", os financiamentos ban

cários e a ação do " M:lvimento COm..ani tário de Base " , mantido pela Funda -ç ão de Ensino Super ior de Iju1, enquanto for-ças induzidas de fora , p~

ra provo car mudanç as nos processos de produção agr1cola e de mentalida

de .

(10)

No centro das discussÕes enoontra-se a suposição de que as Tormas de educação extra-escolar, tradicionais, e de que a Ed ucação es colar, não sãe inovadoras por si próprias . A educação em geral está s ujei ta às mudanças e i ntrodução de nova tecnologi a do processo proé~

tive, mais do que a prospecção que a educação passa projetar por sua força intrínseca e própria. Para tal deronstração , proc uro~se exami nar a evolução da escola de Barreiro e v6ri fi car em que medida a i

no-. no-. no-. ,

...

'

.

' .

vaçao do curr1culo e da etuaçao pedaga!;1ca esteve e esta candiC1onad a ' às transformações do processo produtivo, sobretudo, de atueI roderniza ção da agricul tur a . Contudo, deve-se observar que a Lei 5692 do Ensi no Fundamental, fez concretizar a modernização do ensino que o desen -volvi mento tecnológico estava exigindo.

(11)

S'll'JCPSIS

Le theme central de ce traveil a pour sujet 1 'ed ucation dans lé milieu rural de Berreiro. Barreiro c I e s t Ln e peti t e communa.,!:!

à

l ' interieur du municipe de Ijuí, dans Noro ();es t du Ria Grande do Sul. La population s'en occupe dans des activités agricolas . Bar -reiro a aussi, comme quelconque agglomération, sen histoi~e.

Cette histoire est faite de développement, des pro c es s us de travai1, des traditions culture11es et des fomes d'éducetion .

En partant du principe que 1 ' innivation técnolÓgi que a gi t ,

non seulement sur les re1ations técniques de l'honrne av ec l a nature mais aussi sur les insti tutions et strucb"'ures s oci al es, on a c herché mettre en évidence 1 'influen ce de la rrKJdernisation de I 'agriculture sur l ' éducation et las changements survenus en re1ation aux tradi-tions. pour en arriver lã, on a pertiv de la description de la Forme d'occupation de la terre eri faisant un résumé d s s fases évolu tiv es du processus de travail, autrement dit, des successives innovations técno logiques.

Par la sui

te

on a cherché dérrcntrer les l ien s entre les f o!: mes de traveil et les conséquents changements survenus dan s l e s tradi-tions familiales, religieuses, éducationnalles e t dana l es rel a tions entre les participants du groupe social.

Dans ce sans on e observé et analisá 1 'influence des orga -nismes étrangas eu groupe , ains1 conrna la COTRIJUf (Coopérative du blé de Ijuí - Rio Grande do Sul), las financements bancaires at l'action du M::Iwement Communautaire de 8ase, maintenu por la Fondation d ' Ensei a nement Supérieur de Ijuí, en tant que forces induites du d ehors paur

(12)

provoquei"' des changements de menteli

et dens las processus de produc

-tion egricole.

Au coeur das débats ou trowa la CXJrlception selon laquelle las formes traditionnellas dtéducation extl"'as colaire a utant que l'Éd~

cation scolaire ne sont pas innovatrices en 90i memElS. L 'educatiCWl en général depend plus des changemants et de 1 'introduction d'Lrle nau

-velle téc:nologi e du proC85SUS produtif f que de la prospection qu'elle

puisse projeter par 58 propre force intrinseque. Pour f"aire teUe démonstration I on a examiná ltevolut1on de l'école de Barreiro et on II

várt fiá dl!W1s quelle mesura 1 'innovation du "curriculUII" et de l'activi tê pedagogique a été ou est encore conditionnée par les transforne

-tions du proc:ess us pnJductif, surtout de l'actvelle mxlemisation de l ' agricul

ture .

(13)

Este espaço d estina-se a prestar esclarecimentos gerais.

o

problema em questão consiste na descrição e análise da

Educação existente no meio rural de Barreiro . A abordagem do proble-ma abrange dois níveis disti ntos : IQ o processo de trabalho e a tradi-ção cultural como formas de Educatradi-ção extra-escolarj 2º a Educatradi-ção esco lar primária em zona rural .

o

objetivo específico deste estudo centraliza-se nos proce~

505 de educação espontânea , segundo traços culturais da tradição na cOITJ.J'1idade rural de Barreiro (I juí- FS) . Descrição e análise da eva lução 8 métodos da escola de l º grau, bem coro da educação permanente de adultos deste meia rural, induzida pelo mecanismo particular do In~

tituto de Educação Permanent! (IEP) mantido pela Fundação de Ensino Su perior de Ijuí .

Em relação

à

Ed ucação Escolar , obje t iva- se avaliar a adequ~

-

-çao , ou nao , da ReForma do Ensino Fundamental levada para o meio rural de Barreiro .

Em relação

à

Educação extra-escolar, visa-se analisar a s r.'U

danças provocadas pela ação do IEP jlXltO aO!: adultos e pela interven -ção da Cooperativa de Iju:l - "COTRIJUf" _ associando os trabalhadores

daquele meio rural junto a esta cooperativa de comercialização da pr~

-

,

duçao de be'1s agr100las e de consumo de artigos manufaturados .

A escolha pelo estudo da Educação escolar e extra- escolar da comunidade rural de Barreiro , j ustifica58 por ter sido ela a pri

--

,

(14)

2

-Iju! . Somente não veio a tomar-se sede municipal por ter sido zonl

de colonização particular, segundo as informações dos mais antigos

Em seus 90 anos de existência, esta comunidade rural passou por inúm~. r as transformações. HJ uve mudanças acentuadas em relação ao cresci -menta vegetativo , estagnação de ~ua população; deslocamentos populaci~

nais: entrada e êxodo de família s inteiras e de gerações novas; houve progresso, para realizaçã~ e reativação de seu desenvolv imento produt!.

vo agrícola ; e ainda houve mudanças de mui tas de suas tradiçÕes sócia culturais e persistência de outraS.

Além

disso,

a opção

pela

investigação

desta comunidade, ju~ tifica-se pela proximidade que tem da sede municipal de Ijul (cerca de 5 kms) . o que facilita o acesso

à

pesquisa .

Os Procedimentos Metodológico s orientam-se pelos critérios da pesquisa de campo .

"Trabalho de campo significa observar pessoas rrin si tu": descobrir onde estão , permanecer com elas em

uma s ituação que, sendo por elas aceitável , permita tanto a observação íntima de certos aspectos de seu comportamento I COITO descrevê-lo de forma úti l para e.

ciência social , sem prejuízo para as pessoas obser -vadas " .1

são as ciências sociais que mais fazem uso do trabalho de campo . Isto porque~ cada situação hl.ll1ana

é

Ú1ica e nao se repete P,:! ra e simplesmente, corro pcxte ocorrer com uma reação química .2 A

1

2

JLf.JKER, 8uford H.

214 P , p . 8.

A Importância do Trabalho de Carrpo. Lidador, 197],

Cf.: BEArTIE, John. Introdução

à

Antropologia Social. são Paulo

(15)

3

:arefa consiste, então, na observação, registro e relato do comporta

-_ • 3

mente de pessoas vivas , sem intençao de muda-las .

"O trabaltu de campo, praticado aC"l5Íomümente r:], educação, - na assistência soci al, f' em autr'as I3ti...,I'.>.

dades que envolvem relações h~nas nos campos

açli-cados,

é

caracterizado por uma preocupação nter':':.. di

reta com suas contribuições para o conh::cimento, c

por uma preocupação mais imediata em estudar peS50~

ou suas situações, ou a mbas es CXlisas. ,,4

Neste dissertação fica definida a opção pelo estudo de cam

po. Is to porque, a investigação s obre a educação d e comunid ade de

8arTeiro comporta , entes de mais nada, um exame antropolÓgico e socio-lógico .

Dentro da pesquisa de - camPO, selecionar- se-á duas técrlicas:

8 observação participante e a entrevista. A observação

é

utilizada

di ariamente por todos nós. Ela serve também de instrumento cient{ f i-5

co.

A

observação pode ser assistemática ou então sistemática.

A

observação assistemática ou espontânea, segundo Oracy

No

gueira , vem sendo largamente empregada na .Antropologia Social. Esta técnica toma a forrre de observação participante .

o

observador desem-penha algum ou vários papéis dentro do grupo que está interessado em descrever a analisar . Evidentemente, o conteú:lo a ser obsent ado deve

3

4

5

JLNKER, Buford H. [\:l. Cit., p. 2 .

Idem , Ibidem, p. 1-2 .

Cf .: SELLTIZ, Claire et alii. ciais . são Paulo. J-i:lrder I

Método s de PeSquisa nas relações

(16)

_ 4

estc1!" de aconio com os objativos que o s pe!;q ui ~d or e5 tem em mmte.

"Tento nas ci~clas 3Óciopsicológicas COITO nas ChB~ das ' CiÊncias Naturais ', por mais elaborado e abstZ"!!

to que seja o corpa de conhecimentos construído a

partir das observações sensoriais, o conneciMento

c:!.

en.tífico começa com os dedos obtidos através dos sE12 tidas e t ermina com eles 1 uma vez que 'a confirmação

pelos sentidos

é

sempre necessária para a prova fi

nal' .,,6

Numa palavra, corro conhecelTOs o mundo f1sico pelo contato

com Os sentidos I estes são os primeiros receptáculos tanbém para a

ob~('rJação e coleta de dados do rrLlndo social. Na observação

particl-pente I msSll'O que espontânea , c umpre estar aten to aO tipo de participEI!:!,

tas , à s diversas si

tuaçbas

sociais , os rotivas que determinaram a reu niôo dos participantes, o comportamento social.

Segunda Sellti z e outros, muito do que se disse da observa-ção assistemáticfl, va le também para a sistemática. Segundo os auto -res , a maior diferença reside no fato de que , nesta, se visa uma des-c..'r"Í.ção mais ordanada ou se procura verificar hipÓteses causais. Neste celSO, o pesqui sador sabe, de ant~mão, quais são os aspectos signifi~

th'o:J para os seus objetivos de pesquiSa, e portanto , pcx:j9 estabelecer

7

um plano para r6gürtrar , observar e releta r os dados coletados. E, segundo Oracy Nogueira , a observação 13istemática pressupÕe uma delimi-tação precisa

8

do C~1r.-:pa da investigação, tanto no te~ 0000 no aspa

ço .. .

Com a

témica

da observação sistemática, o pesquisador não p~ derá deixar-se le:\:ar pela novidade ou o pi t oresco . Ele deve saber que o cotidiano e o b~nal podem ser tão relevantes quanto os ~fatos

6 NOOLEIRA , Oracy . F'esqui5a Social. são Paulo, Cia. Edi tora Nacional,

1968 , ~9 p. p . 82.

7

Cf .: SELLTTZ, Cleira et alii. ~. Cit., p. 247. 8

(17)

9 mais s ofisticados num grupo social.

5

-A entrevista é outra técnica útil para a coleta d e dooos As técnicas de observação participante se orientam para a descrição e

-compreensao do comportamento , tal coro ele ocorre no grupo. Enquanto isso , a entrevista é uma fronte de infonnações sobre o passado , o com-portamento íntimo, o que se obtém, através da descrição verbal de in

la

formantes .

Além das té cnicas de observação assistemática e sistemáti ca, bem COIOO da entrevista , para a pesquisa em questão, se lançará mão também de documentos escritos sobre os temas da educação, quand o hOu -ver e esti-verem

à

disposição .

Os dados relacionados e analisad os nesta dissertação foram por mim coletado s junto

à

Comunidade d e Barreiro .

te o caso, será indicada a fonte.

Quando não for es

A coleta de dados em Barreiro foi i niciada em março de

1974. Terminou em novembro d e 19'75 . Os contatos eram feitos em

fins de semana. Ap5s noverrbro de 19'75 , as vis! tas eram fei tas quando howesse necessidade de esclarecer pontos dwido sos .

Em

ou tubro de 1975 foi por mim aplicado um questio nário ao

chefe de família ou

à

dona de casa, na ausência daquele , abrangendo to das as 164 famílias de Barreiro, com a finalidade de coletar dados 50

.

9

10

Idem , Ibidem, p . 88 .

(18)

-6

cio- econôrri oos dessa popula ção.

Em diversas oportunidades, durant e o perfodo de pesquisa , foram feitas entrevistes gravadas com elementos mais velhos e outros

d e i dade madura da ccmU1idade de Barreiro .

Para as entrevistas

se

gui~se LI'T1 formulário especialmente preparado para a coleta de dados

do que se desejava provas cu rejeitar .

o

fonnulário obedeceu um as -quema bastante flexível na indagação das questões .

Os dadas sobre a Escola de Barreiro foram por nUm' · col eta do s em entrevista s com a Direção, professores r alunos e pais de alu

nos . Além di s so , a Direção ced eu os

sunt os di versos , atravÉs dos quais se

namenta f aquela unidade de ensino .

livros da escola que ~tam as

- I

pod e obter informBÇDes do funcio

De igual rodo , os dados sobre a rrLhidade MJvel de

Inicie-ção aO Trabalho" (UMIT ) , foram por mim pesquisados em entrevistas com

a "s L.pervisora de ensino li da UMIT de 1974-5, com a atual sL4Jervisora e

professores que atuam presentemente nesta unidade de ensino . Foram , além disso, cedidos os livros de orientação do trabalho da

UMIT

elabO-r ado s pela SecelabO-retaelabO-ria de Educação e Cul ture. (SEC) do Estado do Rio Gr ande do S:.Jl , além do s planos dos PrÓprios professores .

Enquanto se procedia o levantamento de dados, eram feitas leituras sobre bibliografia pertinente aO assunto . Assim, com o aces 50 ao campo de pesquisa e às fontes bibliográficas foi possÍvel chegar a este resultado.

Aqui, se pretende defender a idéia de que, na comLl'üdade de Barreiro, as transformações sócio- culturai s - seja ao n{vel da BSCO la , seja da educação dos adultos tiveram corro fator decisivo a pro -gressiva inovação tecnol~gica dos meios de trab alho ali adotados pela comuni d ade . Evidentemente ,

contribuições da escola e do IEP", de

(19)

7

-d e nova t e cnolo g- a na pro-dução agrÍcola, -determinou o mais arrplo n{vel de mudanças daqULla comunidade. Breve fundamentação dessa 8. _~ ... ,.tIÇtr.

pode ser enrontr .. ::Ia ao lo ngo da história hunana . Os romen5 de cada

grL.pO estiveram, je l.In rrodo ou outro, diretamente vinculado s

à

tecr.elo

gi8

existente .

Quando a inova ção tecnológi ca de alguém, ou de um p!:. queno grupo , se f az aceita numa população i nteira , então, as t ransfor-mações s oci ais dEcorrem corro consequência da introdução da nova t l2

cno-logia. ~ sÓ a tecnologia existente, mas tarrtlém as idéi as , as trad!,

ções , B maior ou menor ligação oom os sen timentos coletivos, tudo, en

fim, pode ser 1T(l- .. VO de mudanças nLlTla sociedade. Contu::1o, para o p~ sente esb.do, se

privilegiado o ponto de vista de que

é

a

inovação

tecnológica que rovoca as mt..danças mais profundas e rápidas n uma 50

dedade. Com ba se nisso I pode-se levantar a seguinte hipótese que

serve de guia nee ta dissertação:

A progressiva introdução de tecnolo gia fl'Odema na zona rural de Barrci r- , ITOdi ficou as formas de produçêo agrtcola, gero,f"lCI ...

diferenciações 5- gnificativas nos sistemas sócio-cultural daquela pop~

lação. Desta f

rma ,

as influências positivas da educação escol ar e da ação do IE?, e m coro da Cooperativa contribuiram no sentido de a ce lerar o processo de mu:lanças de mentalidade e tomá-lo mais expl{cito. Contu:lo , o papel mais decisivo parece que coLiJe

à

rrodemização da la voura.

11

" fibdSITlização da agricultura e rTOdemização do a gricul ror constitui , na realidade, lITl todo único , i n tegrado e solidário , um sistema aberto d e real i -mentação positiva constante, onde a máquina e o rendimento vão reforçar as nDtivaçÕes iniciais e v.ão exigir maior racionalização da vida e mwanças

cul turais , mesrrc CXJITD condição para o avanço da

prÓpria t é cnica ".ll

MARQUES , Mario Osorio.

p . 82 .

(20)

8

-Por fim, cabe salientar nes ta introrlução , que esta disser tação comporta quatro grandes L.I1idades . AqLd.. serão susci tamente BP l'!. sentad a s , rono visão geral do que se pretende desenvolver.

A primeira Unidade - será desenvolvida em torno do proces so de Colonização e Inovação Tecnológica de Barr-eiro , através do Proces so de migrações internas havidas em todo o Rio Grande do Sul e m terras de mata .

Na

seg und ~ Unidade será relatada a evolução e processo de

ensino existente entre os rolonizadores da área de Barreiro . AqLd.. se poderá observar em q ue tledida a educação escolar era o u não valorizada pelo s rolo nos e que condiçÕes de educação escol ar tinham duran te os anos de colonização, propriamente dita .

Na terceira Unidade será apresentada a atual escola de Barreiro, a Escola de Área e SUaS três

~col6s

trib utárias da U

à

.

.

sene. AqLd.. se terá a preo cupação de evidenciar a adequação da Refor ma do Ensino aplicada aO meio rural , o u viabilidade de mudanças .

(21)

PR; 1.EIRA UNIDACE

EVCl..I.ÇÃD DAS FORM<\S DE TRAElAIJ-ID E SliI\ HFLLêJCIA f'II\S

TAl\-DIÇ1Es SOCIO-CLUURAIS DE BAIflElAO

8a:noeiro si tua-se aO sLdoeste da sede do mll1ic{pio de

I J U> , · , Sua área geográfica rred e cerca de 2 . 204 ha .

Sua população a

tua..l.

é

de aproxilflBdsmente 720 pessoas . Cerca de 400 constituem a p~

pu! .ção jovem : crianças e adol Bscentes . Os demais formam a mé:lia e

ve1na geração . Na

área do Barreiro residem atualmente 164 fam!lias

Ex:i tem algumas poucas famÍli as em que o casal peroeu LIll dos parceiros

po r contigência da t11Jrte . (m algum caso , houve desquite. Entre aS

154 f amí'U as I existem 9? quo ~ ão proprietários de terras. Em sua

maioria absol uta , suas prop r.ed~ des s~o consideradas minifÚndios, pois

são cansti tuidas abaixo da trÓdulo rural de região flbroeste do

Estada

grande

.. 12 _ ..

que: e de 44 , 35ha . M3.s o problema nao e somente esse. A

12

MÓdulo rural

é

a área explorável que , em determinada posição - do

País, direta ou pessoi'11men te explorada por um conj LI1to farrd..liar equivalente. a quatro peSSOas ad ultas , corresponde a 1 . 000 jorna-das anuais , lhe absarve tocla a força de trabaHlJ em face do nível tecnológico adotado - naouela posição geográfica e confbrme o tipo de exploração considerado , proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsi stên cia e o progresso social e econômiro " (Osc . 55 . 891, de 31- 03-1965 , capo 1 , seção III). Nestas condi-ções , L.rTIa boa estrutura fLrldiária seria caracterizada pela con

-centração das propried ades rurais nun intervalo de área que con tivesse o rtÓdulo rural calculado pera a região coro ' acima foi d; finido .

O nDdulo rural mé:lio d, área de influência da "COTRIJUfu

(Coope-rativa Tri ticola d e IjlJ) , que compreende 16 munic1pios, corres-ponde 8 . 44 , 35 ha., seg-tndo estldos feitos pela equipe do Institu

to de Pesquisa e Planej, ... n.en to (IPP) da FLndação de Ensino SUpe rior de Iju! em seu trabal h:l sobre: "Estu:los de ViabilidadeF8

(22)

_ 10

-maioria possui, em médi3,

metade de uma colonia: 12,5

" t~. 13

Dentre

os 164 f mÍlias que I='üs5L!em propriedade, 9 fa: llias são proprietária. '

ola....-f.,_1. .• As demais fanÍlias que não possuem terra prÓprias 00

olarias, são trabalhadc-'es assalar ... ldo5 de olarias ou da luvoura. E

xistem algLl15 casos em :::{ue são hcristas ou biscateiros.

P4Jro

xirna:!

a

mente a metade da população jovem freqOenta uma das quatro escolas e •

xistentcs naquela area.

Três dessas escolas ministram a instrução da

11

à

4' série. A autr3

é

consti tuida Esoo· a de

k-ea

e está

localizo-da no centro localizo-da sede dE colonização.

Exis em também dois

bolicros que dispõem de mercadOrtBS de ccnsUTC para fi venda

à

poPlJlaçeo, em ca

se de eMergência. A r 3.ior parte da população faz suas co"lJras na pr~

pria sede municipal. Jentro da área geogr~fica de Barreiro existem

duas capelas da religi~:J católica que faz acendi/rento periÓdico S.JS

seus mentJros.

A grande ~artD da população está envolvida com as cul ~u

ras de trigo e soja o E" '10 todo.

fabricação de tijolos E telhas .

Umas pouc~s famIlias se ocupam com a ContLdo t o estágio atual de deS9f1\/o!

vimento de Barreiro nãc

é

produto isolado. Nem

á

rasul tado de

surto il ,J~perado de pregresso. Ele tem a 3ua história.

É

o que se

, ,

.

; .

vera naS proXl.mas pagl.nas.

.

O Barreirc. atua.! faz parte de una ares que era forma.da de

mata.

Esta ocupava a área que forma. as cabeceirBs d;:) Rio Ijui, nUIT.a extensão de 150 kms de

localizeva-se

entre

os

Palmeira das Missões.

13

comprimento por 50 kms de lai~gur~. Esta faixa campos de Cruz Alta, Santo Ângel", Tupanciretã e

.

~~

,

I-bje, esta area compreende os mLn~Cl.pios de

Una colônia compreer,de urna área de 25 ha., e cada hectare corrsS!Xl!!.

de a 10.000 metros quadrados.

(23)

11

IjLÚ, Ajuricaba , Augusto Pestana, parta de Catu{pB e parte de PejLÇB

-ra .

f\iJ Rio Grande do Sul , as extensas regiões de flo resta e

ram propriedade do estado .

o

antigo Iju{ fazia parte deste quadro

Em

1890 ,

o

Estado resolve colonizar esta área.

A Corrdssão de Terras

para a Colonização fez abrir uma clareira em meio

à

mata . A sede de Ijul está situada neste espaço originalmente aberto.

ntigrantes de I j LlÍ procederam diretamente d a Europa .

Os primeiros i

Entre eles havia poloneses, teuto-russos , letos , austr!acos, italianos, etc .

o

maior

contin~nte,

porém pro cedeu das antigas colônias de roloniza ção do Esta do . Assim , mui tas famílias provinham de são Leopoldo e cercanias e de Caxias ~o Sul e cercanias . Aqueles que vieram a constituir a ~

pulação do Barreiro , porém, eram provenientes de Silveir a Martins, zo na de colonização italiana , nas proximidades de Santa Maria.

Contudo , antes de ser instalada a sede d e colonização de Iju!, havia-se formado um ~úcleo de colonizadores no Barreiro . Por volta de ],.850 , o govelTlO do Estado mandara a brir uma. picada em meio

à

floresta com a final idade de interligar Cruz Alta e Santo .angelo

Antes, o contato entre essaS duas populações Fazia-se pelo sUl de Tu panciretã. Esta estrada , chamada "Estrada das Carretas", tornava o

contato entre Cruz Al ta e Santo Ângelo , 10 a 12 léguas mai~ longo Com a abertura da picada na ilha de florclsta , ond~ se s i tua o Barrei ~

hoje, permitiu que aS comunicações ent .... e a3 duas pop~lla95es fosse sen

sivelmL'lte encLn"'tado . O governo do Cstaéo con i jrJU a t8.refa a Lill cida

dão de Cruz Alta . Em contra,partioH, o cidadão reLebeu uma porçao

-de terra , equivalente a duas léguas , la-deando a abertul~ da estrada . Alguns anos depois , o proprietário déis terras inicio u a venda de par

-•

tes de sua terra de floresta . É esta porção de terra que veio consti tuir-se o a tual Barreiro . f\t!s p:ri, .. eirCJs a nos de coloni<:ação levava no nome de Picada Conceiçã~ d evido Q dEt'Joção do povo

à

Virgem da Con

(24)

CorrJoJ aci :1B foi di to, 05 coloni zadorE:s do Barreiro quase todos procedentes da Colônia oficial da Silveira Martins.

12

-ar<. n Elo.

são

B

consequên cia de um largo movimento de migrações internas havidas

no Rio Grande do Sul em toda fi região de mata . V~es ' . saC as causes

-que determinaram o proo ' ssc d o migra~es internas. A primeira causa

reside no ~ ato d i ~ os 1m .grantl.ls europeus receberem aqui. LII1 pequeno ' 0

te por fBmIlia . Até 1854 ,

o imigrante receoia

75 ha . Depois ,

a t ei

1850; rec..:bia 5 0 ha . p,pÓS B3Sa data seu lote era de apenas Lma

colô-A segunda causa que determinava as migrações internas, era

constituição de famÍlias numel'Osas. Eram e~ geral , mais ~e

la

m • bras .

Ora, isso exigia que , quando os mais velhos chegassem

aO cas ~ -mer1to r procuras ~ 1m nova ) terrns.

o

lote

qLe

os pais receberam ou que

haviam pag com luita e "onomiJ durante anos, era insuficiente para i r s talar os f .H(H .. ..tue Qas .... vam. A terceira ceusa pode ser ligada com a

absoluta f t i r.;"'! ind u:ltriali..:ação do Estado. Não restava aos colo

nos senão p roCUl"ur tS1T 15 paro cu! tiver . Além disso, corro quar .. a

causa, pod9-se apontar o fato de que, em geral, o imigrante SLa'Opeu trazia larga ansiedade de ser proprietário.

Por

isso, empenhava tudo para obter urn pe>!aço de terra , soja para tre:balhar ele prÓprio , se j a para dar 0 ...1 d ei x. U' em h rança aos filhos ~

ternas vei 9rltu,' a ~se ror volta de 1920 ..

o

processo de migraç ~ es

i !!

Foi então que as mi gra~ E: s internas extE'nde:ram o rn ;smo p ~ 'Ocesso para os Estados de Santa Ca tari na

e Paraná , pelo l ado Oeste.

o

processo se l~pete em nossos dias

com

a ocupação de wato Grosso e da Amazônia.

por sua vez , o imigrante europeu foi fO!'Ç ndo a

por d iversas causas . )uas p. tracem mais significativas . refe:re-se a o pro ,;asso dl ocup ,3,ção da terra na Europa.

o

emigrar A primeira FeujalisllP não oport unizava a que 3 grarJo ma ioria tiv ~ sse sua terra prÓpria para

trabalhar. A Dnsia do trabalhador do C6m~ para ter SUa terra era

mui to grande I CO ldO se poda ver em cartas env iadas pelos imigrant es

(25)

13

-va de sobrevivência a opção d e multidões foi emigrar para a .Alnéri ca • tl,b período das imigrações européias, somente para o Brasil "";'l3ram rais de 5 milhÕes. Em um milhão e meio de italianos fizerem parte desse total de imigrantes para o Brasil . Do contingente de imigrantes

ita-lianos , 76 ndl vieram para o Estada da Rio Grande do Sul, onde fora m instalados em região de mata . Os maiores contingentes de imigrantes europeus chegaram aO Rio Grande do Sul procedentes da Aleman ha e da Itália . Esse rrovi mento iniciava-se em 1824 CXlm imigrantes alemães e

em 1875 com imigrantes italianos . Eles foram destinado s a Ocupar as terras de mata do Estado . Foi uma colonizaç ão orientada pelo Estado e of;;'cial . Com alguns perfodos de paralização do prr Cê~5Q mipratóriq pode-se dizer que aS imigrações européias persistiram durante mais de um século .

Foi desses contingentes de imigrantes que , aos poucos se irradiou por todo o estado

um

processo de migrações internas espontâ -neas. As r azões desse fato social,

as ad uzinus acima . Jean fb

dle, falando d esses des locamentos de massaS de trabalhadores do -' c~

diz : "Porque eram proprietários, mais precisamente pequenos propriet~

r ios, os colonos foram condenados a deixar o lote desbravado pelos

. i 1 . . 14

pals e a cont nuar ou vo tar a ser pJ.onel.ros" .

o

mesrro autor chama a este rrovimen t o m ::gro~-éri o interno

ce

"enxamagem" e distingue 4 distintas fase . A terceira fase inicia-se em 1890, quando foram ocupadas as terras do t-brte e Nordeste

do Estada. Foi também nesta da"ca qU2 se in:i.c:'..J..o ti colonização oH

eial do:: Ijui .

em 1912,

Ijul

con seguia sua emancipação política

As

a~i' dades básicas da população dividiam-se entre a a gri cultura , co

14

ROCHE , Jean. Alegre , Ed.

~~ .C!. nizaç ~o_!.~e~ c o

Globo. 1969, p. 139.

(26)

..

14

-márcio e o artesanato da pequena indústria familiar.

Contu:lo, a aO.

vidade que Ocupava a maior parte de mão de o bre, era a agricul b..a-a Corro aqui se quer rrcstr~r a evollção dos processos de trabalho, a

ino-vação tecnológica e as mu:lanças sÓci~cul turais de L.ma c::omll1idade ru

ral, serão descri tas e analisadas, agora, as três grandes fases de de

ssnvolvimento sócia-Bconômico e cultural de Barreiro. (;)Janela se fala

da cultLa"B de Barreiro, aqui entende-se o c:xmjlrl'to de tradiç~Bs que

constituiarn a base da educação daquela comunidade, seja ao nível da fa

m!lia, seja

aO

nível da escola, ou das pressões culturais

existentes

na prÓpria comLnidade. f,tis sobre o tema pl'Upriamente dito da educa

-ção se vaI terá nos prÓxirros cap{ tulos .

Os Ciclos de Desenvolvimento de Barreiro

A absarvaç~o e análise do desenvolvimento econômico, 50

ciel, cultural e educacional de Barreiro roostrou que se pode dividir t

seu progresso em três ciclos. Aliás, esses ciclos não são dissocia ~

dos do resto de Iju~ e mesno da regi~o, uma vez que o processo de de senvolvimenta

é

o mesno.

llil: Ciclo: A Subsistência

A

fase de subsistência foi muito c~ta. 8n ISS? cheg~

vam os colonizadores ao Barreiro.

Em

1890 era fundada a colonia I j uL Já

em

1895 realizava seu" desenvolvimento básico. A experiênci a dos agricultores , vindos das nCol~niBs Velhas", facilitou a superação da fase de subsistência. UM3srrO" lutando com as d ificuldades iniciais , ;

já em

1896 a populaç~, que era formada de 4.644 habitantes conseguia

assegurar uma poli cultura de subsistência e apresentava elementos de

uma

agricultura de

15

~ 15

exportaç~o" •

(27)

15

-NLmB fase de subsistência no meio agr{cola, d iversos as pectos ~ão relevantes. Assim, aS relações do romem rom a natureza

,

o processo de trabalho utilizado pelos colonizadores, a tecnologia Em

pregada e os instrunen tos de que dispunham para faz eõ:r frente

à

roloni-z ação , podem ser tomados corro elementos de descrição e análise da evo lução histórica da comunid ade rural.

Quanto ao aspecto das relaç~es da romem oom a naturBZa e

,

lfci to se dizer que, todo grupo social traz em si mesllD uma eXl.genc~a

. ,

.

de equil:fbrio entre a satiSfação das suas necessidades materiais, o u seja , a obtenção dos meios de subsistência extraídos do seu meio

fÍsi-co, e a organização social do mesrro WL.pO para alcançar este e qui ll . -brio físico e SOcial . Por isso , LmB população ercontra- se

diretamen-te vinculada a dois fatores quanto

à

obtenção dos meios de subsistên -cia: de um lado o meio físico e o equipamen to técnico disponível para essa população i e de outro, a forma corre esse grL4JO socialmente se ar ganiza em suas atividades para a obtenção de seus fins. l..ina. comLJ1ida de se congrega pelo impulso de busca dos meios e a satisfação concreta das suas necessidades de sobrevivência. E t odo este processo Ja

.

' e ,

em si mesmo um modo daquele grupo realizar a vida soci al. fJp necessi dades humanas , tanto biológicas corro psicológi cas , têm, pois, um duplo car áter : natural e social. As necessidades biológicas se merirestam sob pressão dos impulsos primários . Esse fato exige rr:ui.tiplicaçào de

iniciativas

humanns

para poder satisfazê-las . Essas i r,i ciativas vao

-co nsti~u ir -se nu modc d~ sociedad e orga~izor - se para obtenção --- dos

m91.0S materiais que possam proprorcionrrr. Ul\El relati\la colTJfJ80sação das

16

CÂ~I DO, Antônio. Os Parcf'iros do Rio 80ni

to •

são

pqulo, ~uas

(28)

l ô

-necessidades básicas.

"O eql.d.11brio depEnde em grande parte da corre

-lação entre as necessidades e sua manifestação.

Sob este ponto de

vista, 65 situaçÕes de crise aparecem COIJD dificuldades, ou seja, 1m

• 16

possibilidades de correlaciona-lasll •

Durante o perfodo de subsistência na colonização de

Barrei

ro, CXJrrD de resto em toda esta região, a relação do homem com a natLa"!.

Za pautava-sB pala necessidade imediata de extrair dele aqueles elemen

tos absolutamente indispensáveis ao .seu sustento.

Corro em qualquer sociedade, o 9rfllrego da força de trabalh:J

c:onstltuia-se a meIa mestra pera a sobrevivência e para tentar a p~ gresso • 8n tenros ~los, o trabaUo pode ser concebido cone "o Pl"2. cesso de transformação de U'TI objeto determinado, seja este em

estado

natLa"al, ou

trabalhado, em lITl produto determinado, transformação e

-fetuada por uma atividade humana detenninada, utilizanqp instrunentos 17

de trabalho determinados" . Ein sentido ronc.reto , Georges Friedmann diz que o trabalh:l pode ser entendido como "0 ronjLrlto de açÕes que o

h:lmem exerce, com um fim pratico , com a aju:la de seu cerebro , de suas mãos , de instrumentos o u de máquinas , sobre a matéria, açÕes que , por

18

sua vez, reagem sobre o h:llJElm, nDdificando-o" ..

Assim CO"1Jree~dido, o traball-o encontra-se na origem de toda e qualquer sociedade . Ele funda a organiza9~o eronômica e ao cial de qualquer gT4Jo humaro. ~ a rondição de todo o horrem na vida

16

CÂNDIDO , AntôniO . Os Parceíros do Rio B:lni tD • são Paulo,

Duas

Cidades, 1971, p . 23 .

17

HAff'JECt<E A , flerta. Os Conceitos Elementais do f.BterialisnD Históri

co .

(s . n.t)

p. 28 .

18

(29)

-

17-de socieda17-de • Com os desbravadores do f\tlroeste de Estado, as coisas

nao se passaram de nodo diferente de outros grt..4)os hLm'l8nos •

.

.

Os colonizadores deste ciclo dispunham de precanos

instru-mentes de trabalho. Se se cof'1sioera que eles deviam fazer frente

à

floresta, esses instrumentos -ornavam-se nais rL.dimentares ainda . Com

19

s errote puxado por dois hJmen s , com machado, foice e "veldora" de viam fazer a derrubada, desfiAr as tábuas e construir a moradia.

A

1 d . 2 0 . i

90 pes e "saraqua" , abnr uma COVa onde depos tar as sementes . Co

lher e proceder a debulha dos cereais

à

base da braço. A técnica em

pregada para a orodLÇão tarrbéfT' era mui

to

primitiva. Em particular, a

técnica da queimada da mata posta aO chão, determinava estragos consi-daráveis às terras . A predileção do agricultor pela técnica da

Quei-mede, o uSo do fogo e do ferro, errpobreceram TF.l.pidamente as terras do

colonizador.

Enfim, foi pelo processo d e trabalho , pelo empreg;J da SUB

força de trabalho, utilizando tÉcnicas e instrumentos de proch.ç~o

ao

seu alcance neste perÍodo de desenvolvimento sÓcio-soonôrrd..oo que o a

gricultDr ronseguiu as transformações necezsárias sobre a natureza

Sua finalidede imediata consistia em reproduzir sua vida biológica e

19

20

,.

Vald~ra

é

chamado L.m

~nstrLrnento

menual, co,." o qual

são

aplainadas

tabLn.nhas de pinro que sel"VE'!m para a cobertura de casas, no meio ru

ral d"n Rio Grande do Sul.

Por saraqué , no Rio Grande do Sul, entende-se

qual Senl9 de instrumento para cavar pequenas

tem as sementes d e miIh::J e feijão .

uma

cavadeira, 8

(30)

18

-social. As muc:lenças sociais o:.se s e ~ eg uem serão o resultado da 1no vação tecnológica dos instrumentos de t.rabalro, aceitos e adotados P! la população em estudo.

,? P. Ci clo: A Policultura e a ():Jrnerciali zação de Excedentes

Superado o perÍodo de dific ... ldades iniciais, garantida a subsistência da fem:'Ua e de população, começou um longo período da p~ licul tura e da comercialização de excedentes agrícolas.

A partir de 1396 a população em estu::lo , corro todos os traba

,

lhadores do carrpa r em IjuJ. r podiam dispor de algumas sobras pare ven

-der BO CDmércio local ou de Cruz AI ta. Este ciclo se firma e ganara-liza com 8 meHoria dos t ransportes. Em J.911, chega a estrada de fer

TO até Ijuf, ligando Cruz Alta a esta nova COlônia.

Isto feeili teu o

es coamento de excedentes da levoura . Foi um estimulo aO aLnlento da

produção •

Esta ccntinLDu crescendo até 1924, feeiIi tada pelo incre -menta que a primeira Grande GJerre trouxe até esta re~o.

A

partir desta data, a produção da lavoura passou a decrescer até 1939, quando voltou a reetivar-se pelo estimulo gerado pela sBgLrlda Grande Guerra l.Uldial. Depois desta, reincidiu no marasmo . As terras estavam can

sedas . M forças produtivas sem horizontes. D oomércio estagnava. A recuperação do processo somente vai acontecer a partir de 1957-1960, quando se instaLO"El o 311 Ciclo que será abordado adiante.

Per

ora,

CURllre descrever e analisar LIlI pouco mais o 211 Ciclo. Seu

desenvol-vimento, iRllasses, mudanças tecnológicas e as dec:odncias sociais p!!. ra a população em estudo. Os seguintes dados de Jean A:lche podem ser vir de fLl1Cfamentação para caracterizar este 211 ciclo:

"D valor da exportação de Iju1 mantivera-se. estacio nário até 191D e dirrd.nuira meSrrD entre 1904 e 1910 j

(31)

be1t-o

nomie

e da

Na

.

19

-transporte dos produtos, os rolanos eram abrigadas a vender apenaS OS mais col'rllElnsadores. Graças ao BS tabel ecimento da estrada de ferro em 1911, a produ ção de 1912 aumentou 27~ relativamente

à

de 1904, a a exportação de 3?~, e a importação de 4~ ( • • • ) . Aumentando a capacidade dos transportes , a relação entre a exportaç ~ e a produção sobe de ~ para 6r1/a e a relação entre importação e exportação de ~ p~ ra 8~ : o ' nível de vida da ' colônia, eleva-se com o progresso do comércio, graças ao - - dos

transportes ( ••• ) .21

O caminhão foi o instrunento de verdadeira revolt...ção

econômi~

nas colônias: a produção al.fl1enta, pois

p~

de escoar-se facilmente . A fl exibilidade de sua u tilização e a prática do porta-a- porta favoreceu o

.

22

produtor, isto

é,

o colono" •

area em

estt..do,

a

lenta transformaç ~ do processo

de tra

~

,

tecnol ogia empregada permi tiu a evolução progressiva

da eba

de subsistência para a de comercializaç~o. Ev1dentenente ,

naO

-foi apenaS o uso da tecnologia que determinou trans forma~BS no gr~.

A5 mLdanças gerais da sociedade, ao n{val da educação e das relaç~es I

com a SOciedade geral, tamb~m influiram .

A economia de subsistência coexistiu com a agricultura de comercialização interna dos excedentes . A ruptura entre uma

rorma

de produç~ e outra não poderia arontecer de um dia paro outro. Além

disso, a passagem da subsistência para a comercialização estava depen-dente do n{vel de desenvolvimento de cada Lrlidade de produção: a fam! lia e o nÚmero de braços de que podia dispôr para a lavoura, além das

21

'-AOCHE , Jean . ~ . Cit. , p. 25.

22

(32)

-20-condições e canô mi c~s de cada colo ni zador que ali chegava.

!\ti período de comercialização dos excedentes, os agricul to-res providenciam pri meiramente pelas suas necessidades familiato-res . .•••

Somente vendem o que não lhes

é

necess~o

à

slbsistência. CDm a co

mercializBÇ~ de algU15 produtos , PQdem corrprar alguns gêneros

al1tren-t icios que não conseguem obal1tren-ter em suas al1tren-terras. Junto ao

comércio

local procuram cafa, açucar , ro~as, calçados .

Neste ciclo de desenvolvinEnto de Barreiro, o pr1Jceseo de

trabaH'c ali executado pelos trabalhadores sofre transfot'fl13.r~es

à

med!

da que novos instrumentos de atuação são introduzidas ,

B:à

l'JII:dida que nova tecnologia está

à

dispo sição do agricul ter ou p6de CM .. ~la por conta , face às necessidades.

o uso da técnica da queimada e derribada da floresta 'foi uma constante . Ainda hoje

é

empregada . A queimada ocasiona a quase

Co~leta extinção da vegetação e calcine as terras. Da técnica de

plantar aS sementes de milro e feijão com saraq~ 1 passou-se

à

máquina manual de diversos tipos.

o

trigo, porém, sempre fbi BEnBadd' e cober

to

por enxada.

Lin infonnante relatou que I com o telllX1, os colonos des cobri

ram que as terras podiam ser rasgadas com arado • Os prilEiros arados

usadas nesta ares de pesquisa eram e.rTanjos de forquilhas de madeira •

grossa e resistente . As forquilhas, esfalquejadas na parte extrema ,

1 _

dese~enhavF ~ funçao de rasgar

as terras .

"Com una jlX1ta de bois ,

esfregava-se aquele cepo pela chão, abrindo pequenos sulcos, ande se depositavam as sementes", diz um informante . Com o passar da t~,

(33)

- .:..1

-mal CO ITO auxiliar da produção . Com o emprego da força animal, o ho mem pode produz jr mais. ~ sobras são vendidas . t-ilvo nível de vida torna-se a constante da IXIPulação neste ciclo de comercialização. Is t o foi viável pelo processo dI"' ino\. ação tecnoló.;ica .

Se na f ase de subsistência , tLdo era feito a "muque", na

expressão de um informante, agora eF1 co ntra-sB na tração anirrel B na carroça LIl'l meio de transporte para inÚneras finalidades . ssne

..

de instrLll'lBntos e inovaçÕes tecnológicas introduzidas na área ora em

!

nálise, possibilitou melhores condições na obtenção e acondicionamento dos produtos agrtC:Olas.

o

processo de trabalho e a inovação tecnoló-gica progr'OOiram até um ponto em QUB a mecanização da lavoura dos dias de hoje tornou-s e o centro de rodo o processo de evolução a proch.,ção •

Sobre a mecanização da agricul tU!"a se falará no 3" ciclo .

Parece oportuno destacar outras formas de trabali"o que exis tiram, sobretudo, no 2" ciclo . Estas formas de trabaUo podem ser chamadas de "artesanato colonial", ou pequenas indústrias de prepara

-ção e

transformação de produtos coloniais. Assim I surgiram d usa

ser-rerias, quatro moinhos, uma carpintaria , uma 'ferraria e t.rne. tamancaria..

Todo este arte sanato passou por diversas rrodifi:::ações no decorrer rle sua existência , segundo revelam Q.S inforrJlC!ntes . Ainda segundo eles ,

o Barreiro de 30 ou 40 anos pasnados er~ mai or r,1I .... C1 dA hoje. I sto

porque o artesanato coloni al f\1i condenado

à

extinção . "-ti.

tas são as

tro da fabriQuetaj eXigências 18.:8is de higiene.: a melhoria das

estra-das, dos transportes; a ' proximidade com a ç:idadBi os comerciantes

P2.

diam en ~ regar manufaturas adquiridas

em centros

maiores por preços mais compensado res do que o a rtl.:-::ãa lo cal podia oferecerj a crescente industrJ 3.1ização . [sta[; e !:Iutl'as causas, determinaram a norte do ar

(34)

,

-22-Cabe fazar uma menç~o do artesanato de transfo~ ' de Bar reiro, qua nto

à

preparação de erva-mate e fBbricaç~ de ced1a.ça. Sem dúvida , esses dois produtos foram os mais importantes dos ÚltitTDS tem

pos do ciclo de aJm3rcialização de excedentes ..

A planta de erva-mate na

área

de Barreiro, corro de outras t

partes da região, era nativa. Os colonos não conhed..am suas pl'Opl

ia-dadas e nem seu uso. Foram os caboclos que chamaram a ~ção aos agricul tores europeus sobre seu valor . Com esse. intonuação, os colo-nos deixaram de pôr por terra as plantas. Passaram

e.

plantar mais e cul tiver aS existentes. Segu;1do os informantes, o processo de fabri-cação de erva-mate passou por v~rias adaptações, oonsegu1.ndo obtê-la

por melhores processos. Era consrcializada na r egião e, sobretudo naS fronteiras do oeste do Estado. Somente no Barreiro existi8111 mais de dez fábricas de preparação dessa erva-mate.

I.ld tas eram as famflias que se dedicavam

à

ext~ e pr!

pal"B.ç~o da erva-mate. Depoimentos de informantes l'B'IIelam que ning~m

enriqueceu com essa atividade. APenas verificou-se uma melhoria --de cartas condiç.ões gerais de vida por parte daqueles proprie~QB r' 'quf!:

cultivavam quadros maiores de erva. 'Ias não se pode pensar que tenha

sido grande negÓcio .. Essa atividade produtiva

que

teve

momentos

al tos d\.Q"8nte este ciclo no Barreiro, nos últirros 15 anos foi reduzi.da a estaca zero. ~ apenas aS indústrias es~ paradas, mas

também

as

,

plantas de erva-mate forem extintas e substituidas pelas culturas ver

des de trigo e soja. As dependências destinadas às máquinas de secar e canchear e1Va-mate forem destruídas ou abandonadas e, em algLl1s ca sos, convertidas em depÓsito de cereais ou garagem de máquinas

e.gr!c;o.:..

las.

(35)

-

23-ninguh ~ pod i a a t ender as exigên ci as desse Ins tituto , foram obrigados a

i F'!::har ...;was fabriquetas artesanaü:.

que a questão de higiene . foi apenaS LIII pretexto. A

razão

real teria s ijo a pressão exercida pelos produtores mais organizados do rarJD 50

bre

°

órgão responsável , a fim de que adotasse medidas restri tiVBS, ca

pazes de eliminar a mul tid.ão de pequenos concorrentes no mercado. N:J entanto , parece que as razões do desaparecimento do artes.-.ato de erva 'mate

é

rttai s complexo do que os I7O t ivos alegados pelos informantes. M

t ransformaçÕes econômicas globais do país , a índustrialização

crsscen-t e lO: a mecanização (ja lavoura J bem corre a especialização da produção

j:.iJr zonas climáticas adequadas, teriam sido as f orças dessa alteração' d a erva- mate pela planta de trigo e soja. Este enfoque de RUianças geraís

será

discutido no 32 ciclo de de~envolvimento de Barreiro.

Cabe , aínda, considerar a fabricação de cachaça, COnD outro rremento econômico ilTlJortante das atividades familiares de Barreiro du ran t e o ciclo da comercialização interna. A fabricação de cachaça e

re

feita por

uma

pequena indústria familiar que ocupava mão-de-obra fa nd.1iar • Alguns fabricantes assalariavam trabalhadores extra -fa~lia,

q uando fl mão-de-obra familiar fosse insuficiente .

Na

area

em estudo,

°

cul tivo da cana-de-açúcar, iniciou-se desde o in{cio da coloniZação. Con t t.do, a f abrica~o de cachaça teve seu melhor rremento na década de 50 , Depois do auge, sobrevêm a rrorte. M culturas de erv&-m!!lte e cana-da-açÚCar coexistiram durante toda a fase de comercialização de

,

e,;cedenbls agncoles. Na área de Barreiro exis tiam B fábricas de a •

gua- 'L ~e " te . Na década de 60, as fábricas de cachaça

e as

terras C1Jl tivadas <::em cana-de-açÚCBr, de um dia para o outra, viram-se condena

da~ ao de s aparecimento .

A venda de água-arde'1te fazia-se nas mesmas fronteiras onde se vendia erva-mate . Não havia produçã o s uficiente pl!U"8. atender o me:rcado consumidor. Para o produto r , er a boa fonte d e renda, caso e

(36)

-24-de cachaça conseguir ,rn evoluir relativamente

bem,

a

ponto

de

caminhão nnra. faciIi

ter

a venda nas fro nteiras. Sagl..l"lda U!II

1nfanuan-~~ s segLl"'ldo outro, "ningUém

enriqua-ceu cem Bsse corrércio, bem COItrJ com erva-lQate".

admitir que as unidades produtivas de erva-ne.te e cact-,aça , apshas afe

receram algumas melhorias na economia doméstica.

mula de capital. Tanto

é

verdade que essas ind.;.stria9 at-tesanais

não

cons eguiram subsistir nem se trensformar em outras unidadêe. ue

produ

-ção

similares no gênero, quando a economia brasileira sof"n!u trsnsfol"-R8Ções ros Úl tirros 10 B 15 anos. I-bje, apenaS a mete«1e c10s propriet!

rios dessas irdÚstrias extrativ as

são

donos de lIle lavo~ mecanizada .

Esse fato rrostra que essas febriquetas não tinham suporte ' para fazer frente às mu:lanças provocadas na laVOlQ""B, através da.

sntrada

da máqui-na.

Na opinião de vários informactes, quem forçou

a

desapareci-mento dos alarrtliques locais forem as fábricas de álCGKll de

são

Paulo Destilavam a cachaça do álcool e a davam colocada por preços inferio ras aOS da cachaça aqui fabricada. Esta ce.usa JX)de ter sUIo tIfta

""

tre

outras. o que parece mais decisivo

é

o proce!!SQ

gersf

d9' .trans'f\!' rraçÕeé a que a região I a Estada e o Pa{s v inham se redefinindrt em ter

ITOS de prodUC)ão regionalização da divisão social de trabalha e nodekJ eCOhômiCXl dos últirros anos.

o

contexto geral, no que diz respeito

à

si tuaç&e sacidl da

# ,. I ' I '

area em estLLlo I durante o pen.ado aurso da Btva-mei..te 9 da

cana-d9-sçlJ-car, pode ser descrita nestes termos:

• • 23

Os proprietarios de carijos ou barbaquas ,meios de prod~

ção de erve-mate seca, e os proprietários de alaA"biquss

são

~'"' os

23

por carijo ou barbaquát no Rio Grende do Sul, en~ un asb:ac:to

!:!Obre o qual se 001008 a erv~te verde e por ba:l..Jtl QQ q.J. se

.!

(37)

-25-donos de terras com aS culturas de erva e cana .

a mãO-de-obra f amiliar

é

excassa para fazer frente

à

colheita e

prepao-ração

dos produtos . Para o corte da cana e da enta-DIBte, os

proprie-tários dos artesanatos de transformação recorrem

à

mão-de-obra

assa1&-riada. I\e maioria dos casos, os proprietários não podia .. f10BI'

com

mais de um ou dois assalariados durante o ano boda.

que se buscava fora da famÍlia era , en t ão, por tenpora~a : .. teq:lO que durasse o corte da safra .

o

contrato entre

ato

dono e

o

trabalhador

as

salariado

era

feito pelo corte das culturas per hectantL, Dai ~

ta-da, ou por carroçadas. Em geral, os trabalhadores

exa.

f _ l i a da

vem

o

corte

e colocavam o produto junto

à

indústria que procedia

a

a transformação.

o

trabalhJ familiar concentrava-se na fabricação dire

ta,

seja da erv~tef seja da cachaça.

Existiam duas categorias de trabalhadores não ptoprietá rios: os peões que moravam sobre a terra do dono. Estes prestavam ~ viçoS o ano todo ao proprietário. E existiam os trabalhadores

a tanporad a. Estes, corro foi di to f ganhavam pela tarefa executada

Depois , o destino destes era "vagabundar"

até

encontrar

outras

frentes

de trabalho. A propÓsito, um informante comentou: "e5SilB eratl os co!, tadinros, corro sempre . lY=Iueles que não tinham outras meios de vida •

Era feito durante o invBlT1D . Em meio

à

Esse era um serviço brabo.

gea:la ou garoa, o dia todo. A cana , apÓs aS primeiras geades , set:a -v •• Então, lascava-se fogo' para queimar as folhas . Co,. esse proce,!

se,

o carvão da cana pegava

no

trabalhador. N:J fim da tarde, ele se parscia com romem da

cor,

quando realmente não era hJmem de

cor.

CO

.-Ire hoje, quem nao

-

tem trabalho , resigna-se pegar as tarefas mois difí-cais e desprezadas . Esses são os considerados vagabundos, sao

-

aque -l es qLB estão no pior serviço. Os romens de bem não peganl nos aervi-ço s pesados coro cortar cana, puxar barro para olaria etc. tl, concluia

(38)

-26-Os poucos dados aqui relatados sobre o longo per.!odo de

comercialização

de excedentes da pollcultura

são

iniciadores gerais

do quadro psico-social e cul tural desta população em estu::lo. SaaI

.

-

-dwida, I"Dwe transfonnaçoes nos processos de prod~t [ a l i ) ac1.m ftI1

apontado, ro we reorganiz ação daquela pequen a sociedade l"UJ'&l an

ter>-ITDG de relaçÕes entre eles e outros trabalhadores assalal"dados por

te"'fJOrada de serviço.

Aqui pod e ser apontado un elemento irrportanta na.

organiza-ção social de Be.rreiro durante o ciclo de subSli1stêncie e princ1pa1met.l te da comercialização da policul tura: o mutir.ãc. . Sobre este tania se voltará na prÓxima unidade.

Visto em sua global idade , o ciclo de comercializaçãD da

P2.

licultura de Berrei ro, pouco se diferenciou de uma eUlftOlAia de slbsis tência, uma. vez que a primeira preocupação de toda família

em prover SUa sobrevivência . Isto faz crer Que as mwançes tlDlCiais e culturai s não tenham sido muito profundas e nem muito aqJlas.

e

per1odo de produção pare o mercado vai gerar t.rn oonjunto de

transfoI"mações mui to mais profll1das, tran sformaçÕes estas que foram percebi -das pelos prÓprios agricultores, oorrc se poderá ver no prÓxirrc ciclo.

3Q Ciclo: A Fase de Trigo e Soja ,para M:rcado Interno e ExtBlTlO

Este ciclo teve início pelo ano de 1957.

ta,

vem ocorrendo mu::lanças no processo' de produpão

Desde esta d!!, "\tra

-•

ves do uso de nova tecnologia. Plém disso , vem acontecenda l.IIIe, nova distribuição da população na oCLCJBção da terra.

E

mais,

sÓc1o-culturais, especialmente, de mentalidade que se reflete nt.l'lla no

-va concepção de vida familiar, educacional e de relaçpee ~61s • Em princ!pio, novos valores. c:orrportamentos e atitu::les estão elZl Viaá de formação naquele meio rural.

desta exposição.

Imagem

Tabela  nO:  2  - Posse  de  Trarores  par  Estrato  de  Área  34
Tabela  n l.'!  1  - Estrutura  Fundiária  de  Barreiro
Tabela  nQ  2  _  Posse  de  Tratores  por  Estrato  de  Área  Estrato  de  Área  Trator  Tem  trator  ~c  tem  trator  Total  N' 2  10 12  010-- 00 I  '/o  16,67 83,33 100,00  N' 2 12 14  00 1- 11 I  '/o  N' 14, 29 1 65,11  16 100,00 &lt;O  ll~  16 I  '/o
Tabela  n2  3  - M3:canização  da  Lavoura  por  Estrato  de  Área
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Referências

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