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Distribuição de macrófitas aquáticas em relação a variáveis ambientais em ecossistemas lóticos da Bacia do rio Itanhaém

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unesp

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

(BIOLOGIA VEGETAL)

DISTRIBUIÇÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM RELAÇÃO A

VARIÁVEIS AMBIENTAIS EM ECOSSISTEMAS LÓTICOS

DA BACIA DO RIO ITANHAÉM

ROBERTO LEUNG

Tese apresentada ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Rio Claro, para a obtenção do título de Doutor em Ciências Biológicas (Área de Concentração: Biologia Vegetal)

Rio Claro

(2)

Distribuição de Macrófitas Aquáticas em Relação a

Variáveis Ambientais em Ecossistemas Lóticos

da Bacia do Rio Itanhaém

ROBERTO LEUNG

Orientador: Prof. Dr. Antonio Fernando Monteiro Camargo

(3)

574.5263Leung, Roberto

L653d Distribuição de macrófitas aquáticas em relação a variáveis ambientais em ecossistemas lóticos da bacia do rio Itanhaém / Roberto Leung. – Rio Claro : [s.n.], 2005

132 f. : il., gráfs., tabs.

Tese (doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro

Orientador: Antonio Fernando Monteiro Camargo

1. Ecologia aquática. 2. Estuário. 3. Vegetação ciliar. 4. Morfologia de canal. 5. Competição I. Título.

(4)

Los actos en ..el “teatro ecológico” se representam en varias escalas de espacio y

tiempo. Para entender el drama, debemos verlo en la escala apropiada.

(5)
(6)

iii

AGRADECIMENTOS

Sou grato a todos aqueles que contribuíram para a conclusão deste trabalho.

Ao Prof. Dr. Antonio F. M. Camargo pela orientação e pelo apoio em todas as etapas

deste trabalho.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela Bolsa de Doutorado (Proc.00/10810-0) e pelo Auxílio à Pesquisa (Proc.00/12386-0), que permitiram a concretização deste projeto.

Aos assessores da FAPESP pelas sugestões e críticas construtivas que contribuíram para melhorar o trabalho.

Ao Centro de Pesquisas do Litoral da Prefeitura de Itanhaém pelo apoio logístico nas coletas realizadas neste município.

Ao Sr. Carlos F. Sanches - técnico do Laboratório de Ecologia Aquática, ao Sr. Arthur C. F. Tavares, ao Sr. Sérgio Monteiro, ao Sr. Rogério E. Valério, ao Sr. José M. de Oliveira e à Sra. Neusa M. A. de Oliveira pelo auxílio nas coletas de campo e/ou análise de laboratório.

Ao Dr. Tarciso S. Filgueiras do IBGE - Brasília, à Dra. Aparecida D. de Faria do

INPA, ao Dr. George Shepherd e à Dra. Maria do Carmo E. do Amaral da UNICAMP, ao Dr. Fabio A. Vitta do Instituto Botânico - São Paulo pela identificação das macrófitas aquáticas.

Ao Prof. Dr. Orlando Necchi Jr. do Departamento de Botânica - UNESP Campus de

São José do Rio Preto por disponibilizar o seu laboratório para a realização do experimento de estresse salino.

Ao Prof. Dr. Massanori Takaki do Departamento de Botânica - UNESP Campus de Rio

Claro pelo seu auxílio prestado para a montagem e condução do experimento na casa de vegetação.

Ao Prof. Dr. Tarlei A. Botrel do Departamento de Engenharia Rural da ESALQ - USP

pelo dimensionamento hidráulico do sistema de recirculação de água. Ao Eng. Robert King

pelo projeto do controle automatizado. Ao Sr. Marcos S. N. Cardoso pelas sugestões que

melhoraram o desempenho do sistema.

Ao Prof. Dr. Quirino A. C. Carmello do Departamento de Nutrição de Plantas da

ESALQ - USP pelas sugestões no experimento de competição.

Ao Prof. Dr. José A. Barela, ao Prof. Dr. Reinaldo Monteiro e ao Prof. Dr. Victor J. M. Cardoso pelo auxílio prestado nos momentos em que estes se fizeram necessários.

Ao Dr. Lucio A. Pereira pela confecção do mapa digital da bacia do rio Itanhaém.

Aos professores, funcionários e amigos do Departamento de Ecologia - UNESP -

(7)

iv

Ao Sr. Fohad Chacur e à Sra. Maria Aparecida M. Chacur pelas sugestões e correções

do português.

Aos funcionários da biblioteca pelo apoio nos levantamentos bibliográficos, na

correção das referências e na elaboração da ficha catalográfica.

Aos velhos e novos colegas do Laboratório de Ecologia Aquática do Departamento de

Ecologia - UNESP Campus de Rio Claro pelos momentos compartilhados. À minha família pelo amor e incentivo ... sempre pronta a apoiar.

À Cecilia pelo seu amor, amizade, cumplicidade, companheirismo e pelo auxílio nas

coletas de campo, nas análises laboratoriais, na condução dos experimentos e pelas sugestões que permitiram melhorar o trabalho.

A Deus pela proteção, saúde, força ... muito obrigado!

(8)

v

ÍNDICE

RESUMO... 1

ABSTRACT... 4

INTRODUÇÃO GERAL... 7

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA... 12

Capítulo 1 DISTRIBUIÇÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM RELAÇÃO A VARIÁVEIS AMBIENTAIS DA ÁGUA E DO SEDIMENTO 1. RESUMO... 16

2. INTRODUÇÃO... 17

3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Área de estudo... 18

3.2 Amostragem... 19

3.3 Análise de Dados... 23

4. RESULTADOS 4.1 Amostragem... 24

4.1.1 Amostragem Prévia... 24

4.1.2 Amostragem Definitiva... 28

4.2 Distribuição das Macrófitas Aquáticas... 30

5. DISCUSSÃO... 41

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA... 46

7. APÊNDICE... 52

Capítulo 2 DISTRIBUIÇÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM RELAÇÃO A VARIÁVEIS AMBIENTAIS DA MORFOLOGIA DO CANAL E DA VEGETAÇÃO CILIAR 1. RESUMO...54

2. INTRODUÇÃO... 55

3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Área de Estudo... 56

3.2 Amostragem... 58

3.3 Análise dos Dados... 59

4. RESULTADOS 4.1 Trecho do Rio Itanhaém... 60

4.2 Trecho do Rio Preto... 64

4.3 Trecho do Rio Aguapeú... 67

5. DISCUSSÃO... 70

(9)

vi

Capítulo 3

ESTRESSE SALINO NA FOTOSSÍNTESE E NO CRESCIMENTO DE Cabomba furcata E Egeria densa

1. RESUMO... 77

2. INTRODUÇÃO... 78

3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Descrição do Experimento... 80

3.1.1 Estresse Salino na Fotossíntese... 80

3.1.2 Estresse Salino no Crescimento... 82

3.2 Análise de Dados... 84

4. RESULTADOS 4.1 Estresse Salino na Fotossíntese... 85

4.2 Estresse Salino no Crescimento... 90

5. DISCUSSÃO... 93

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA... 95

Capítulo 4 COMPETIÇÃO E COEXISTÊNCIA ENTRE DUAS ESPÉCIES DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS FLUTUANTES Pistia stratiotes E Salvinia molesta 1. RESUMO... 98

2. INTRODUÇÃO... 99

3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Sistema de Cultivo com Recirculação... 101

3.2 Delineamento Experimental... 103

3.3 Análise de Dados... 104

4. RESULTADOS 4.1 Competição em Baixa Concentração de Nutrientes... 105

4.2 Competição em Alta Concentração de Nutrientes... 108

5. DISCUSSÃO... 113

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA... 117

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 122

(10)

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi estudar a distribuição das macrófitas aquáticas em rios da

planície costeira da bacia do rio Itanhaém. A abordagem adotada foi uma combinação de

estudos observacionais e experimentais. No primeiro capítulo, estudou-se a distribuição das

macrófitas aquáticas em relação a variáveis ambientais da água e do sedimento em 97 km

de rios em duas estações do ano (verão e inverno). A salinidade foi a principal variável

ambiental responsável pela separação das macrófitas aquáticas em duas comunidades

distintas, a do estuário e a dos rios. As principais espécies que ocorreram no estuário foram

Spartina alterniflora, Crinum procerum e Scirpus californicus, sendo que a primeira

ocorreu em trechos de maior salinidade, a segunda em trechos com salinidade intermediária

e a última em trechos de menor salinidade. As espécies de água doce mais freqüentes foram

Egeria densa, Eichhornia azurea, Eichhornia crassipes, Pistia stratiotes, e Salvinia

molesta. Egeria densa tendeu a ocorrer em trechos com maior transparência, menor

nitrogênio total e maior fração areia no sedimento. Eichhornia azurea tendeu a ocorrer em

locais com alta transparência e baixas concentrações de nitrogênio total. Pistia stratiotes

tendeu a ocorrer em trechos de rios com maiores concentrações de nitrogênio total na água.

A freqüência de ocorrência das principais espécies não diferiu entre o verão e o inverno,

provavelmente devido a ausência de uma estação seca. No segundo capítulo, se estudou a

ocorrência das macrófitas aquáticas em função da vegetação ciliar e da morfologia de canal

em três trechos distintos de rios. No estuário do rio Itanhaém, a ocorrência de macrófitas

aquáticas emergentes foi correlacionada com o sombreamento das árvores de mangue e a

(11)

superfície, que funcionavam como substrato de fixação de macrófitas aquáticas enraizadas

com folhas flutuantes ou área de ancoragem para as macrófitas flutuantes livres. No rio

Aguapeú com uma vegetação ciliar rala e uma área litorânea com alta declividade, a

ocorrência de macrófitas enraizadas com folhas flutuantes foi associada com a

disponibilidade de luz apenas. No terceiro capítulo, se estudou a influência da salinidade na

taxa fotossintética líquida e no crescimento de duas espécies de macrófitas aquáticas

submersas Cabomba furcata e Egeria densa. Nos experimentos de fotossíntese, rametes de

C. furcata e E. densa foram submetidos a 5 salinidades (0‰, 1‰, 2‰, 4‰ e 8‰) por um

período de 6h. Nos experimentos de crescimento, rametes das duas espécies foram

cultivadas em solução nutritiva e submetidas aos mesmos tratamentos por um período de 30

dias. Houve uma depressão na taxa fotossintética líquida nas duas espécies de macrófitas

aquáticas, sendo que a redução da fotossíntese líquida foi mais acentuada em E. densa do

que em C. furcata. No entanto, no experimento de crescimento, as duas espécies foram

tolerantes à baixa salinidade (1‰). O efeito da salinidade na diminuição do crescimento de

C. furcata e E. densa não diferiu significativamente entre si. A salinidade na qual o

crescimento das macrófitas cessa foi estimada em 7,6‰ para C. furcata e em 9,9‰ para E.

densa, não diferindo significativamente entre si. As diferenças na distribuição entre C.

furcata e E. densa não foram relacionadas com a tolerância ao estresse salino, portanto

outras variáveis devem ser responsáveis pela distribuição destas espécies na bacia do

Itanhaém. No quarto capítulo, se estudou a influência da concentração de nutrientes na água

na competição entre duas espécies de macrófitas aquáticas flutuantes, Pistia stratiotes e

Salvinia molesta. As macrófitas aquáticas foram cultivadas em um sistema de recirculação

de água em baixa e alta concentração de nutrientes durante oito semanas. Os tratamentos

seguiram uma série de substituição com cultivos mistos e monoespecífico. As proporções

(12)

concentração de nutrientes, as taxas de crescimento relativo nos cultivos mistos não

diferiram significativamente das monoculturas, indicando uma ausência de competição por

espaço entre as espécies. Quanto cultivadas em alta concentração de nutrientes, a taxa de

crescimento relativo de S. molesta foi significativamente maior no cultivo monoespecífico

do que nos cultivos mistos, indicando que esta espécie sofreu um efeito negativo devido à

competição de P. stratiotes. Por outro lado, a taxa de crescimento relativo de P. stratiotes

foi significativamente maior nos cultivos mistos do que no cultivo monoespecífico. Os

resultados indicam que em baixa concentração de nutrientes, a capacidade competitiva de

P. stratiotes foi reduzida facilitando a coexistência com S. molesta, enquanto que em alta

concentração, a capacidade competitiva de P. stratiotes foi aumentada resultando em uma

diminuição da taxa de crescimento relativo de S. molesta, podendo levar a exclusão

competitiva de S. molesta se o experimento fosse continuado por um tempo maior. O

experimento de competição em alta concentração de nutrientes mostrou que as macrófitas

aquáticas flutuantes necessitam de uma restrição de espaço para que haja competição entre

elas. Como o rio é um ambiente aberto, ao contrário de lagos, a restrição de espaço

raramente ocorre, então a competição entre macrófitas flutuantes parece ser bastante

(13)

ABSTRACT

The aim of this research was to study the distribution of aquatic macrophytes in coastal

plain rivers of Itanhaém basin. The research approach was based on observational and

experimental studies. In the first chapter, the distribution of aquatic macrophyte was

correlated to water and sediment environmental variables in 97 km of rivers and in two

periods (summer and winter). Salinity was the most important environmental variable to

separate the aquatic macrophytes in two distinct communities: estuarine and freshwater

communities. The main species found in the estuary were Spartina alterniflora, Crinum

procerum and Scirpus californicus. The first species was found in water with higher

salinity, the second in water with intermediate salinity and the latter in less saline water.

The most frequent freshwater species were Egeria densa, Eichhornia azurea, Eichhornia

crassipes, Pistia stratiotes and Salvinia molesta. Egeria densa tended to be present in river

sections with high water transparence, low total nitrogen, and high sand fraction in

sediment. Eichhornia azurea tended to occur in sections with high water transparence and

low total nitrogen. Pistia stratiotes tended to occur in river sections with high total

nitrogen. The frequency of occurrence aquatic macrophytes did not significantly differed

between summer and winter, due probably to the absence of a dry season. In the second

chapter, we investigated the influence of riparian vegetation and stream channel

morphology on aquatic macrophyte distribution in three streams with distinguished

landscape. In the estuary of Itanhaém River, the occurrence of emergent macrophytes was

correlated with mangrove shading and slope of littoral region. In Preto River with a dense

tropical riparian forest, the occurrence of aquatic macrophyte was correlated (p<0.001) with

light availability and presence of branches and trunks of trees laying across the stream

(14)

macrophytes with floating leaves or anchorage for free-floating ones. In Aguapeú River

with low density riparian vegetation and littoral region with steep slope, the occurrence of

rooted macrophytes with floating leaves was associated with light availability only. In the

third chapter, the influence of salinity on net photosynthetic rate and growth of two

submersed aquatic macrophytes Cabomba furcata and Egeria densa was studied. In the

photosynthesis experiment, C. furcata and E. densa received 5 salinities (0‰, 1‰, 2‰,

4‰ e 8‰) for a period of 6h. In the growth experiment, individuals of both species were

cultivated in nutrient solution with the same 5 salinities for a period of 30 days. There was a

depression of net photosynthetic rate in both species of aquatic macrophytes, but it was

more intense in E. densa than C. furcata. In the growth experiment, both species were

tolerant to low salinity (1‰). The effect of salinity on growth decrease was not significant

different between C. furcata and E. densa. The salinity in which the growth of aquatic

macrophyte ceases was estimated as 7,6‰ for C. furcata and 9,9‰ for E. densa, but they

did not differed significantly. The difference in distribution between C. furcata and

E. densa was not related to their salinity tolerance, so other variables may be related to the

distribution of these species in Itanhaém basin. In the fourth chapter, the influence of

nutrient concentration in water on competition between two floating aquatic macrophyte

Pistia stratiotes and Salvinia molesta was studied. The aquatic macrophytes were cultivated

in low and high nutrient concentrations in a water recirculation system for 8 weeks. The

treatments were a replacement series with monospecific and mixed cultures. The

proportions between two species were: 4:0, 3:1, 1:1, 1:3 and 0:4. When cultivated in low

nutrient concentration, the relative growth rates in the mixed cultures did not differed

(15)

monospecific culture than mixed cultures, indicating that this species was under a negative

effect exerted by P. stratiotes. On other hand, the relative growth rates of P. stratiotes were

significantly higher in mixed cultures than monospecific one. The result shows that in low

nutrient concentration, the capacity to compete of P. stratiotes was lowered allowing it to

coexist with S. molesta. However, in high nutrient concentration, the capacity to compete of

P. stratiotes was increased leading to a negative effect over S. molesta with a decrease of its

relative growth rate. This situation could lead to a competitive exclusion of S. molesta if the

experiment were continued for a long time. The experiment in high nutrient concentration

showed that a space restriction is necessary for competition between free-floating aquatic

macrophytes. Because rivers are open systems, there is not a space restriction, so the

(16)

INTRODUÇÃO GERAL

As macrófitas aquáticas desempenham um importante papel ecológico e são de

interesse fundamental no manejo dos ecossistemas aquáticos. Contribuem para a produção

primária, são refúgios para peixes, zooplâncton e macroinvertebrados, participam da

ciclagem de nutrientes, diminuem a velocidade de corrente em rios aumentando a

sedimentação de material em suspensão (Wetzel 1975, Esteves 1988, Camargo e Esteves

1995, Matthews 1998, Thomaz e Bini 2003). No entanto, constituem um problema quando

apresentam um crescimento maior que o desejado (Pieterse e Murphy 1990), como em

algumas represas hidrelétricas (Marcondes et al. 2003), ou quando são introduzidas fora de

seu ambiente natural, alterando a dinâmica original da comunidade (Boylen et al. 1999).

Por outro lado, também são utilizados para auxiliar a recuperação de ambientes degradados

(Scheffer 1998).

Uma questão central no estudo das macrófitas aquáticas é estabelecer as variáveis

ambientais que determinam a sua distribuição e abundância. Apesar do grande número de

trabalhos, nem sempre é possível inferir com precisão necessária sobre as várias mudanças

que ocorrem na assembléia de macrófitas aquáticas em um determinado espaço e tempo a

partir de conceitos científicos, principalmente, quando as alterações no sistema são tênues

(Searcy-Bernal 1994, Ricklefs e Miller 2000). Esta situação ocorre devido à complexidade

dos ecossistemas, ao pouco conhecimento que se tem de sua dinâmica em escalas espaciais

e temporais adequadas e ao pequeno tamanho da amostragem (Cairns 1990, Duarte e Kalff

1990, Schneider 1994, Searcy-Bernal 1994). No entanto, padrões gerais de distribuição

(17)

exploram diferentes nichos ecológicos particionando o habitat de forma a minimizar a

competição (French e Chambers 1996). Como conseqüência, há freqüentemente uma

sucessão de espécies ao longo de gradientes ambientais (Collot et al. 1983, Ward e Talbot

1984).

A intensidade luminosa é um das principais variáveis abióticas que determinam a

distribuição das macrófitas aquáticas submersas e está intimamente relacionada com a

profundidade do substrato e a transparência da água. A zonação das macrófitas aquáticas

em lagos é bastante conhecida. Collot et al. (1983) observaram no Lago Titicaca no Peru

uma clara seqüência de táxons conforme a profundidade do substrato: Lilaeopsis e

Hydrocotyle ocorreram na região rasa (0,0 - 0,2 m); Myriophyllum e Elodea, na região rasa

à intermediária (0,2 - 2,5 m); Schenoplectus tatora na região intermediária (2,5 - 5,5 m);

Characeae e Potamogeton, na região profunda (4,5 - 9,5 m). Ward e Talbot (1984) também

verificaram uma zonação no Lago Alexandria na Nova Zelândia onde Isoetes alpinus se

distribui da parte rasa à intermediária (0,7 - 4,0 m), Myriophyllum triphyllum e Nitella

hookeri na parte intermediária (2,0 - 6,0 m) e Charaglobularis e Chara corallina na parte

profunda (4,0 - 11,0 m). A profundidade máxima de colonização de uma espécie é em

grande parte função da transparência da água e da adaptação de cada espécie para explorar

diferentes intensidades luminosas (Duarte e Kalff 1986, 1987).

A velocidade de corrente é importante para a ocorrência e distribuição de macrófitas

aquáticas em ambientes lóticos. No Rio Nechako, no Canadá, os musgos estão adaptados a

altas velocidades de corrente (>0,6 m s-1). Algumas macrófitas aquáticas estão adaptadas a

velocidades de corrente intermediárias como Ranunculus aquatilis (0,4 - 0,6 m s-1), e outras

a baixas velocidades de corrente como Potamogeton richardsonii, Potamogeton pectinatus,

Potamogeton berchtoldii, Myriophyllum exalbescens e Ceratophyllum demersum (0,0 - 0,2

(18)

As concentrações de nutrientes na água e no sedimento, principalmente do

nitrogênio e do fósforo, são fatores determinantes na distribuição das macrófitas aquáticas

(Bini et al. 1999). Macrófitas flutuantes ocorrem freqüentemente em locais com alta

concentração de nutrientes na água e as macrófitas emersas nos locais com alta

concentração de nutrientes no sedimento. Bini et al. (1999) observaram no reservatório de

Itaipu que Salvinia auriculata, Lemna minor, Spirodela cf. polyrhiza e Pistia stratiotes

ocorreram em águas com altas concentrações de fósforo total, nitrogênio total Kjeldahl e

altos valores de condutividade elétrica. Por outro lado, macrófitas aquáticas emergentes

como Commelina nudiflora, Urochloa plantaginea e Polygonum hydropiperoides

ocorreram em locais ricos em fósforo no sedimento, e espécies submersas como

Potamogeton obtusifolius, Potamogeton pusillus, Ludwigia, Egeria najas e Egeria densa

tenderam a ocorrer em locais com baixa concentração de nutrientes tanto na água quanto no

sedimento.

A influência da alcalinidade na distribuição de macrófitas aquáticas submersas está

relacionada com a capacidade fisiológica de certas espécies em utilizar o bicarbonato como

fonte de carbono para a fotossíntese além do CO2. Essa capacidade é mais importante nos

ambientes lacustres do que em ambientes lóticos (Vestergaard e Sand-Jensen 2000). Riis et

al. (2000), estudando macrófitas aquáticas em rios da Dinamarca, verificaram que

Pomatogeton estava associado a alcalinidades altas (3,50 meq L-1); Sparganium,

Callitriche, e Batrachium, a alcalinidades médias (2,36; 1,16; 2,44 meq L-1

respectivamente); e Myriophyllum alterniflorum, a alcalinidades baixas (0,64 meq L-1).

Algumas espécies são adaptadas a ambientes extremamente ácidos como Juncus

(19)

Em ecossistemas estuarinos, a influência da salinidade na distribuição das

macrófitas aquáticas é importante. As macrófitas aquáticas estuarinas possuem adaptações

fisiológicas para enfrentar a pressão osmótica exercida pela salinidade. No entanto, estas

adaptações consomem certa quantidade de energia da planta, diminuindo, assim o seu

crescimento, mas possibilitando que elas colonizem outras áreas que as macrófitas

aquáticas sem as adaptações não poderiam (Larcher 2000, La Peyre et al. 2001). Howard e

Mendelssohn (1999) verificaram, em laboratório, diferentes tolerâncias ao estresse salino

de várias espécies de macrófitas aquáticas estuarinas do Golfo do México. As espécies mais

tolerantes em ordem decrescente foram: Scirpus americanus, Eleocharis palustris,

Sagitaria lancifolia e Panicum hemitomon. Esta ordem coincidiu com a seqüência de

ocorrência das espécies no estuário ao longo do gradiente de salinidade.

Embora menos estudadas, as interações biológicas também desempenham um papel

importante na distribuição das macrófitas aquáticas (Snow e Vince 1984, Bertness 1991, La

Peyre et al. 2001). Em pântanos salgados, nas regiões de menor salinidade, a competição

interespecífica é importante para determinar os padrões de distribuição das espécies,

enquanto que, em trechos do estuário com alta salinidade, a competição é um fator

secundário (Snow e Vince 1984, Bertness 1991, La Peyre et al. 2001). Os autores citados

verificaram que em ambientes com baixa salinidade, a competição tende a ser mais

acentuada favorecendo as espécies com maior capacidade competitiva.

A bacia do rio Itanhaém é rica em diversidade biológica e ambiental, com estuário,

rios de água doce com água branca, preta e clara, rios poluídos e conservados, e tem sido

local de intensas pesquisas limnológicas que vão desde os estudos da influência da

fisiografia nas características químicas da água, da produção primária, da paleolimnologia

passando pelos estudos das diferentes comunidades de macrófitas aquáticas, peixes,

(20)

1995, Camargo et al. 1996, Camargo et al. 1997a 1997b, Oliveira 1999, Camargo e

Florentino 2000, Pereira e Camargo 2004, Leung e Camargo 2005). A riqueza de ambientes

e das comunidades biológicas faz da bacia do rio Itanhaém um local ideal para estudos

ecológicos.

O objetivo deste trabalho foi determinar as variáveis ambientais abióticas e bióticas

que estão correlacionadas com a distribuição das macrófitas aquáticas em rios da planície

da bacia do Itanhaém. As informações geradas ampliarão o conhecimento sobre a ecologia

de macrófitas aquáticas e poderão ser utilizadas como subsídio para a elaboração de

programas de manejo, conservação ou recuperação da área de estudo e de outras bacias com

características semelhantes.

A abordagem adotada foi uma combinação de pesquisas observacionais (Capítulos 1

e 2) e experimentos em laboratório (Capítulos 3 e 4). As pesquisas observacionais

permitem encontrar padrões de distribuição das macrófitas e gerar hipóteses que

explicassem esses padrões. Enquanto que as pesquisas experimentais permitem testar

algumas hipóteses em condições controladas (Gould 2002). No Capítulo 1, as variáveis

ambientais relacionadas com água e sedimento foram correlacionadas com a distribuição

espacial das macrófitas aquáticas no verão e no inverno. No Capítulo 2, as variáveis

relacionadas com a morfologia de canal, velocidade de corrente e vegetação ciliar foram

correlacionadas com a distribuição das macrófitas aquáticas em três rios inseridos em

diferentes paisagens. No Capítulo 3, a performance de duas espécies de macrófitas

aquáticas submersas foi testada em função da salinidade. No Capítulo 4, a competição entre

duas espécies de macrófitas aquáticas flutuantes foram testadas em função da concentração

(21)

2. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Bini, L. M., S. M. Thomaz, K. J. Murphy, e A. F. M. Camargo. 1999. Aquatic macrophyte distribution in relation to water and sediment conditions in the Itaipu Reservoir, Brazil. Hydrobiologia 415: 147-154.

Boylen, C. W., L. W. Eichler, e J. D. Madsen. 1999. Loss of native aquatic plant species in a community dominated by Eurasian watermilfoil. Hydrobiologia 415: 207-211.

Cairns, J. C. 1990. Lack of theoretical basis for predicting rate and pathways of recovery. Environmental Management 14: 517-526.

Camargo, A. F. M., L. M. Bini, e S. E. R. Prado. 1995. Variação nictemeral de alguns parâmetros limnológicos em dois ecossistemas lóticos do litoral sul paulista. Páginas 75-85 in F. A. Esteves, editor. Oecologia Brasiliensis: estrutura, funcionamento e manejo de

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Camargo, A. F. M., e F. A. Esteves. 1995. Influence of water level variation on fertilization of an oxbow lake of Rio Mogi-Guaçu, State of São Paulo, Brazil. Hydrobiologia 299: 185-193.

Camargo, A. F. M., R. A. R. Ferreira, A. Schiavetti, e L. M. Bini. 1996. Influence of physiography and human activity on limnological characteristics of lotic ecosystems of the south coast of São Paulo, Brazil. Acta Limnologica Brasiliensia 8: 231-243.

Camargo, A. F. M., P. R. Nucci, L. M. Bini, e U. L. Silva Jr. 1997a. The influence of the geology on the limnological characteristics of some lotic ecosystems of the Itanhaém River Basin, SP - Brazil. Internationale Vereinigung fur Theoretische und Angewandte Limnologie 26: 860-864.

Camargo, A. F. M., A. Schiavetti, e M. Cetra. 1997b. Efeito da mineração de areia sobre a estrutura da comunidade de macrófitas aquáticas em um ecossistema lótico do litoral sul paulista. Revista Brasileira de Ecologia 1: 54-59.

(22)

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(25)

Capítulo 1

DISTRIBUIÇÃO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS EM RELAÇÃO A

VARIÁVEIS AMBIENTAIS DA ÁGUA E DO SEDIMENTO

1. RESUMO

O objetivo deste trabalho foi determinar a distribuição das macrófitas aquáticas em relação

às variáveis ambientais relacionadas com a água e o sedimento em rios da planície costeira

da bacia do rio Itanhaém. A área de estudo formada por 97 km de rios foi estratificada

através de uma amostragem prévia. Duas amostragem definitivas foram realizadas, uma de

verão e outra de inverno. A salinidade foi a principal variável ambiental responsável pela

separação das macrófitas aquáticas na área de estudo em duas comunidades, a do estuário e

a dos rios. As principais espécies que ocorreram no estuário foram Spartina alterniflora,

Crinum procerum e Scirpus californicus, sendo a primeira mais tolerante à salinidade, a

segunda intermediária e a última menos tolerante. S. alterniflora e C. procerum ocorreram

trechos com maior salinidade, nitrogênio total na água e menor transparência. As espécies

de água doce com maior ocorrência foram Egeria densa, Eichhornia azurea, Eichhornia

crassipes, Pistia stratiotes, e Salvinia molesta. Egeria densa tendeu a ocorrer em trechos

com maior transparência, menor nitrogênio total e maior fração areia no sedimento.

Eichhornia azurea tendeu a ocorrer em locais com alta transparência e baixas

concentrações de nitrogênio total. Pistia stratiotes tendeu a ocorrer em trechos de rios com

maiores concentrações de nitrogênio total na água. A freqüência de ocorrência das

principais espécies não diferiu entre o verão e o inverno, provavelmente devido a ausência

de uma estação seca.

(26)

2. INTRODUÇÃO

A distribuição das macrófitas aquáticas em relação a variáveis ambientais abióticas

é um dos temas mais tradicionais na ecologia de macrófitas tanto em ambientes lênticos,

lóticos ou marinhos (Earle e Kershaw 1989, Onaindia et al. 1996, Gafny e Gasith 1999). A

importância de cada variável, que influencia a distribuição, pode mudar entre os diferentes

ambientes. A velocidade de corrente é uma variável tradicionalmente associada com a

distribuição de macrófitas em ambientes lóticos. Diferentes espécies possuem diferentes

adaptações a diferentes velocidades de corrente. Em ambientes de cabeceira com alta

correnteza, normalmente os musgos se desenvolvem aderidos firmemente às rochas (French

e Chambers 1996). Conforme se desce o riacho, a velocidade de corrente tende a diminuir e

outras espécies mais adaptadas a menor velocidade de corrente passam a colonizar as

margens. A luminosidade é importante para explicar a ocorrência de macrófitas aquáticas

submersas. Em lagos com alta transparência, é comum ocorrer uma sucessão de diferentes

espécies de macrófitas aquáticas ao longo do gradiente de luz (Collot et al. 1983, Ward e

Talbot 1984). Diversas variáveis ambientais podem influenciar a distribuição das

macrófitas aquáticas em diferentes ambientes: temperatura (Holm 1977), pH (Sand-Jensen

e Rasmussen 1978), alcalinidade (Riis et al. 2000), concentração de CO2 (Vestergaard e

Sand-Jensen 2000), salinidade (Earle e Kershaw 1989), nutrientes na água e no sedimento

(Srivastava et al. 1995, Bini et al. 1999), e presença de substrato de fixação (Hynes 1970).

A bacia hidrográfica do Itanhaém possuiu uma planície costeira com rios ricos em

espécies de macrófitas aquáticas (Pereira 2002a). A diversidade ambiental também é grande

com estuário, rios com águas brancas, pretas ou claras e com rios poluídos ou conservados

(27)

distribuição de macrófitas aquáticas em ecossistemas litorâneos. O objetivo deste estudo é

determinar as variáveis ambientais da água e do sedimento correlacionadas com a

distribuição das macrófitas aquáticas nos rios da planície litorânea da bacia do Itanhaém.

3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Área de Estudo

A área de estudo se localizou na bacia do rio Itanhaém, litoral sul do Estado de São

Paulo, Brasil (Fig. 1) e correspondeu a 97 km de canais de rio. De acordo com Ponçano et

al. (1981), três unidades geomorfológicas podem ser reconhecidas na bacia: (I) região alta e

escarpada em uma área montanhosa (700-800 m) em terrenos Pré-cambrianos com alta

declividade (>30 %), alta densidade de drenagem e alta velocidade de corrente, coberto pela

Mata Atlântica; (II) região de planície costeira com terraços marinhos em terrenos

Holocenos, Pleistocenos ou Quaternários, baixa densidade de drenagem com rios

meandríticos e baixa velocidade de corrente, coberto por Mata Atlântica ou restinga; (III)

região de planície marinha próximo ao nível do mar em terrenos Holocenos, com baixa

densidade de drenagem, baixa velocidade de corrente e coberto por restinga ou vegetação

de mangue. A área montanhosa fica distante da linha da costa permitindo a formação de

uma planície costeira extensa. A precipitação média anual varia entre 1500 mm e 2000 mm.

A temperatura média anual é maior que 20°C. De acordo com o sistema de Köppen, o clima

na região de planície é classificado como Af, clima tropical úmido sem estação seca, e em

direção à região montanhosa o clima é Cfa, ameno de média latitude sem estação seca e

(28)

310 320 330 7340

7330

7320

300

B R A S I L

ITANH AÉM

7350

N

Rio Preto

Rio Itan

haé m

Rio Ag uape

ú Rio Br

anco

Rio Ag

uapeú

R io M am

bu Rio Mi

neiros

Rio Guaú Rio Ca mpinin

ha

Rio Bleudo Rio Poço

Figura 1. Mapa da bacia do rio Itanhaém com os pontos de coleta de água e sedimento da coleta prévia. Coordenadas reais em UTM (Universal Transverse Mercator).

3.2 Amostragem

O mapa da bacia hidrográfica, digitalizado e georeferenciado por Pereira (2002a) e o

GPS foram utilizados para a determinação e localização dos pontos de amostragem. As

coletas foram realizadas com o auxílio de um barco alumínio equipado com motor de popa.

O delineamento amostral adotado foi aleatório, estratificado e em dois níveis (Krebs

1989, Orr 1995). O trabalho de campo foi dividido em duas fases (Fig. 2). Na primeira fase,

estabeleceu-se a estratificação da área de estudo, separando-a em subáreas homogêneas

(29)

Figura 2. Esquema de amostragem dividido em duas fases: (1) Estratificação da área de estudo; (2) Amostragem aleatória, estratificada em dois níveis.

A amostragem prévia para definição dos estratos foi realizada em 28 pontos (Fig.1).

Os parâmetros medidos foram: (A) da água - temperatura, pH, condutividade, salinidade,

turbidez, O2, alcalinidade, material em suspensão, nitrito, nitrato, nitrogênio amoniacal,

nitrogênio total, ortofosfato e fósforo total; (B) do sedimento - matéria orgânica, nitrogênio

total e fósforo total.

Na segunda fase, cada estrato recebeu um número de pontos de coleta proporcional

ao seu tamanho em termos de quilômetros lineares de canal conforme equação adaptada de

Krebs (1989):

Coleta prévia em vários pontos dos rios que serão amostrados

Definição dos estratos

Primeiro Nível: sorteio do trecho do rio (500 m)

Segundo Nível: sorteio dos subtrechos de coleta (50 m)

Dentro de cada estrato

(30)

CT CE TP NP=

onde: NP = número de pontos de coleta no estrato;

TP = total de pontos de coleta na bacia;

CE = comprimento de canal no estrato (km);

CT = comprimento total de canal na área de estudo (km).

Supondo-se que foram calculados n pontos para o estrato X, a etapa seguinte foi

localizar estes n pontos no mapa através de um sorteio, que foi realizado em dois níveis

para facilitar o processo de amostragem (Fig. 2). No primeiro nível, escolheram-se

aleatoriamente trechos de 500m dentro de cada estrato. No segundo nível, o trecho sorteado

foi subdividido em 20 subtrechos de 50m, 10 subtrechos em cada margem, que foram

sorteados, a fim de fornecer um ponto de coleta de água, sedimento e macrófita aquática

(Fig. 3).

Cálculo dos

n

pontos de amostragem para o estrato

X

segundo Krebs (1989)

Localização no mapa dos

n

pontos calculados para o estrato

X

através do

sorteio em dois níveis: (1º) trecho 500 m => (2º) subtrecho 50 m

Localização dos

n

pontos no campo através de GPS

(31)

As variáveis da água medidas foram temperatura, oxigênio, pH, condutividade e

salinidade com equipamento Horiba Water Quality Checker modelo U10, e radiação na

superfície e a 20 cm de profundidade com radiômetro subaquático Li-Cor Quantum

LI-192SA. Amostras de água foram coletadas para determinação de alcalinidade, nitrogênio

total Kejadahl (Mackereth et al. 1978) e fósforo total (Golterman et al. 1978). Alíquotas das

amostras de água foram filtradas (Watman filter GF/C) para determinação de nitrogênio

amoniacal (Koroleff 1976), nitrito, nitrato (Mackereth et al. 1978) e ortofosfato (Golterman

et al. 1978). O material em suspensão foi determinado por gravimetria com filtragem de um

volume conhecido de amostra através de um filtro GF/C previamente seco em estufa

(105°C, 24h) (Mudroch e Macknight 1991). A velocidade de corrente foi medida por um

fluxômetro General Oceanics 2030R6 com rotor de alta resolução para medidas em baixa

velocidade (6-100 cm s-1). O coeficiente de extinção da luz foi calculado segundo equação

descrita em Esteves (1988).

O sedimento foi amostrado com draga nos pontos de amostragem de macrófitas

aquáticas, acondicionado em frascos e congelados. No laboratório, determinou-se a

granulometria, a matéria orgânica (Suguio 1973), o teor de nitrogênio Kejadahl e o teor de

fósforo (Strickland e Parsons 1960).

As macrófitas aquáticas encontradas nos pontos de coleta foram anotadas e o local

de ocorrência foi determinado através de um sistema de posicionamento global Garmin

GPS II Plus. Várias espécies de macrófitas aquáticas já eram conhecidas em estudo anterior

realizado por Pereira (2002b) e as espécies desconhecidas foram herborizadas e enviadas a

(32)

3.3 Análise de Dados

Uma análise de fator e uma análise de agrupamento hierárquico aglomerativo

combinadas foram utilizadas para se estabelecer os estratos (Johnson e Wichern 1992,

Manly 1994, Hair et al. 1998). A análise de fator foi empregada para ordenar os pontos

amostrados em relação aos gradientes ambientais e a análise de agrupamento foi empregada

para separar os pontos em grupos que serviram de base para se estabelecer os estratos. Na

análise de fator, a rotação varimax foi utilizada para simplificar a estrutura dos dados e

facilitar a interpretação dos resultados (Hair et al. 1998). A análise de agrupamento foi

realizada empregando-se a distância euclidiana e o algoritmo de agrupamento pela média

(Johnson e Wichern 1992) a partir dos valores calculados nos três primeiros eixos da

análise de fator (Manly 1994).

A presença das macrófitas aquáticas foi correlacionada com as variáveis ambientais

através de uma análise de correspondência canônica, que é adequada para o estudo de

variáveis que se dividem naturalmente em dois grupos, biológico e ambiental (Ter Braak

1986, Ter Braak e Prentice 1988). Uma análise exploratória foi realizada para se determinar

a estrutura de correlação dos dados (Tukey 1977) e selecionar as variáveis ambientais que

foram utilizadas na análise. Ter Braak (1986) e Ter Braak e Prentice (1988) recomendam

que se utilize o menor número de variáveis ambientais e que estas não sejam

correlacionadas para que a análise de correspondência canônica seja mais eficiente.

Somente as espécies mais freqüentes durante as amostragens (>5 ocorrência em cada

estação do ano, verão ou inverno) foram consideradas.

Utilizou-se teste de chi-quadrado para verificar se houve diferença entre as

(33)

4. RESULTADOS 4.1 Amostragem

4.1.1 Amostragem Prévia

Na análise de fator, os pontos da amostragem prévia foram ordenados em função de

três gradientes ambientais: poluição, influência marinha, e matéria orgânica no sedimento

(Fig. 4), que juntos explicaram 74,2% da variância total dos dados (Tab. 1). Estes

gradientes foram identificados através da análise das correlações entre as variáveis

ambientais e os fatores 1, 2 e 3 (Tab. 1 e Fig. 4). Verifica-se que o fator 1 foi

correlacionado com baixa concentração de oxigênio, alta alcalinidade e alta concentração

de nitrito, nitrogênio amoniacal, nitrogênio total, ortofosfato e fósforo total, sendo,

portanto, interpretado como poluição orgânica. O fator 2 foi correlacionado com alto pH,

condutividade, salinidade e material em suspensão, sendo, portanto, interpretado como

influência marinha. O fator 3 foi correlacionado com altas concentrações de nitrogênio e

fósforo no sedimento e alta porcentagem de matéria orgânica, sendo, portanto interpretado

como matéria orgânica no sedimento.

A análise de agrupamento separou os pontos em seis grupos (Fig. 5). Estes grupos

podem ser identificados pela intersecção entre o dendrograma e a linha de corte que passa

no nível de 1,7. Os grupos formados foram: (a) não poluído, não salobro e alta matéria

orgânica no sedimento, (b) não poluído e não salobro, (c) poluído e/ou salobro com alto

material em suspensão. Os três grupos restantes foram considerados outliers, pois possuem

(34)

Confrontando-se os resultados da Fig. 4 e 5 com o mapa da Fig. 1, verifica-se que:

(a) os pontos “não poluídos, não salobro e alta matéria orgânica no sedimento” foram

formados pelo rio Aguapeú a montante do rio Mineiros; (b) os pontos “não poluídos e não

salobro” foram formados por trechos dos rios Itanhaém, Preto, Branco, Aguapeú e

Mineiros; (c) os pontos “poluídos e/ou salobro com alto material em suspensão” foram

formados por trechos dos rios Itanhaém, Guaú, Campininha e Poço; e (d) os pontos outliers

foram formados pelo ponto 1 - foz do rio Itanhaém com alta salinidade e material em

suspensão, e pelos pontos 5 e 7 - pontos altamente poluídos nos rios Bleudo e Campininha.

A partir da análise dos resultados, estabeleceram-se três estratos na área de estudo

(Fig. 6): I - trechos com influência marinha e/ou poluídos; II - trechos de água doce com

pouca ou nenhuma influência marinha e não poluídos; III - trechos de água doce com

(35)

factor1<1 and factor2<1 factor2>1 and factor2<2, factor3<-2,5

factor1>1 and factor1<3 factor1>3 factor2>2,5 27 28 26 25 12 16 15 13 14 17 19 21 18

2324 7 5 3 2 20 22 4 1 6 8 9 10 11

não poluído e não salobra

poluído e/ou salobra com alto M.S. não poluído, não salobra e alta M.O. altamente poluído

altamente poluído alta salinidade e M.S.

Figura 4. Ordenação pela análise de fator dos 28 pontos da amostragem previa da área de estudo em relação às variáveis da água e do sedimento. M.S. = material em suspensão, M.O. = matéria orgânica no sedimento.

Distância de Ligação 5 7 1 9 8 6 4 2 3 10 13 16 17 12 18 22 20 19 14 23 21 24 25 11 15 28 26 27

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0

não poluído, não salobra e alta M.O.

não poluído e não salobra

poluído e/ou salobra com alto M.S.

outliers

(36)

Tabela 1. Correlação entre as variáveis ambientais e os fatores 1, 2 e 3 da análise de fator. As duas últimas linhas indicam a variância explicada por cada fator. Correlações maiores que 0,7 em valor absoluto foram destacados em negrito.

Variáveis Ambientais (Poluição Fator 1 Orgânica)

Fator 2 (Influência

Marinha)

Fator 3 (Matéria Orgânica

no Sedimento)

Temperatura 0,033 0,266 0,247

pH 0,257 0,857 0,033

Condutividade 0,141 0,930 -0,151

Salinidade -0,042 0,929 -0,125

Turbidez -0,003 0,402 0,115

Oxigênio -0,708 -0,128 0,419

Alcalinidade 0,872 0,477 -0,039

Material em

Suspensão 0,174 0,907 -0,025

Nitrito 0,865 0,020 0,080

Nitrato -0,355 -0,318 0,273

Nitrogênio Amoniacal 0,818 0,263 -0,052

Nitrogênio Total 0,947 -0,012 0,099

Ortofosfato 0,962 0,008 0,012

Fósforo Total 0,961 0,027 0,003

Matéria Orgânica

no Sedimento -0,120 -0,059 -0,935

Fósforo

no Sedimento 0,126 0,186 -0,875

Nitrogênio

no Sedimento 0,040 -0,095 -0,947

Variância Explicada 5,705 3,979 2,920

Proporção da

(37)

4.1.2 Amostragem Definitiva

Para se executar o primeiro nível de sorteio da amostragem aleatória, estratificada,

em dois níveis, os rios estudados foram subdivididos em 194 trechos de 500m (31 no

estrato I, 152 no estrato II, e 11 no estrato III) como mostra a Fig. 6. Setenta e cinco trechos

foram sorteados: 12 no estrato I, 58 no estrato II, e 5 no estrato III. A quantidade de trechos

sorteados em cada estrato foi proporcional ao que cada um representou em relação ao total

da área estudada em termos de extensão de canais de rio: o estrato I representou 16,0%; o

estrato II, 78,3%; e o estrato III, 5,7%.

Após o sorteio dos trechos, procedeu-se a segunda etapa da amostragem com o

sorteio dos subtrechos. O trecho sorteado foi subdividido em 10 subtrechos de 50m em cada

margem. Estes, por sua vez, foram sorteados a fim de fornecer um ponto de coleta de água,

sedimento e macrófita aquática. Caso o subtrecho sorteado não possuísse macrófita

aquática, um novo subtrecho seria sorteado dentro do trecho escolhido até que se

encontrasse um com macrófita.

Duas amostragens foram realizadas, uma de verão e outra de inverno. Como elas

foram independentes uma da outra, os trechos e subtrechos sorteados não foram

(38)

7340 7330 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1617 18 19 20 21 22 23 2425 26 27 28 29 3031 3233 34 35363738

39 40 41 42 43 44 4546 4748 49

50 51 5253 5455

56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68

69 7071 72 7374 7576

77 78 79 80

81 82

83 84 85 86 8788 89

90 91 92

93 94

95 969798

99 100

01 02

03 04 0506

07 08 0910 11 12 13 14 15 16 17 1819 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 3132 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 75 74 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94

I

III

II

Rio Gua ú

Rio Ca

mpini nha R io It an h m Rio Preto

Rio Aguap

Rio Aguapeú

Rio Mineiros

Rio Bran

co

OCEA NO AT

(39)

4.2 Distribuição das Macrófitas Aquáticas

Um total de 40 espécies pertencentes a 21 famílias foram identificadas (Tab. 3). A

distribuição das espécies mais freqüentes foi resumida na Tab. 4. As variáveis físicas e

químicas da água e do sedimento para cada estrato estudado foram apresentadas na Tab. 5.

As mesmas variáveis físicas e químicas nos locais de ocorrência das macrófitas aquáticas

foram apresentadas na Tab. 6.

A caracterização limnológica realizada durante a amostragem prévia para a

estratificação da área de estudo se confirmou também nas coletas definitivas de água e

sedimento. O estrato I se caracterizou por possuir uma maior influência marinha e/ou da

poluição (Tab. 5) com maior salinidade, condutividade, pH, alcalinidade e coeficiente de

extinção da luz, e com maiores concentrações de material em suspensão e de nitrogênio e

fósforo na água. Os estratos II e III se caracterizam por possuírem pouca ou nenhuma

influência marinha ou da poluição com valores mais baixos de salinidade, condutividade,

pH, alcalinidade e coeficiente de extinção da luz e com menores concentrações de

nitrogênio e fósforo na água (Tab. 5). O estrato III difere do estrato II por possuir uma

maior proporção de matéria orgânica no sedimento.

As macrófitas aquáticas que ocorreram no estrato I foram Crinum procerum,

Spartina alterniflora, Scirpus californicus, Polygonum ferrugineum, Hydrocotile

bonariensis, Eichhornia crassipes e Pistia stratiotes (Tab. 4). Spartina alterniflora, C.

procerum e S. californicus são típicas de estuário e são mais tolerantes à salinidade.

As espécies de água doce mais freqüentes foram Egeria densa, Eichhornia azurea,

(40)

Tabela 3. Espécies de macrófitas aquáticas encontradas agrupadas por família.

Família Espécie Família Espécie

Amaranthaceae Alternanthera philoxiroides Lentibulariaceae Utricularia foliosa

Amaryllidaceae Crinum procerum Menyanthaceae Nymphoides indica

Apiaceae Hydrocotile bonariensis Najadaceae Najas sp

Araceae Pistia stratiotes Nymphaeaceae Nymphaea rudgeana

Axollaceae Azolla sp Onagraceae Ludwigia elegans

Cabombaceae Cabomba furcata Poaceae Hymenachne amplexicaulis

Cyperaceae Calyptocarya sp Hymenachne donacifolia

Cyperus giganteus Echinochloa polystachya

Eleocharis montana Eriochloa polystachya

Eleocharis interstincta Panicum pernambucense

Fuirema umbellata Panicum pilosum

Fuirema robusta Panicum repens

Oxycaryum cubense Spartina alterniflora

Rhynchospora sp Polygonaceae Polygonum ferrugineum

Scirpus californicus Polygonum acuminatum

Haloragaceae Myriophyllum brasiliensis Pontederiaceae Eichhornia azurea

Hydrocharitaceae Apalanthe granatensis Eichhornia crassipes

Limnobium leviagatum Ricciaceae Ricciocarpus natans

Egeria densa Salvinaceae Salvinia molesta

Lemnaceae Lemna minor Scrophulariaceae Bacopa sp

Tabela 4. Distribuição das macrófitas aquáticas analisadas nos rios estudados em cada estrato e estação do ano; 1 = presença.

VERÃO - Estratos: INVERNO - Estratos:

I II III I II III

Espécies It an ha ém G ua ú/ B le ud o C am pi ni nh a P re to B ra nc o A gu ap eú M in ei ro s A gu ap eú It an ha ém G ua ú/ B le ud o C am pi ni nh a P re to B ra nc o A gu ap eú M in ei ro s A gu ap eú

C. procerum 1 1 1 1 1 1

E. densa 1 1 1 1 1 1

E. azurea 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

E. crassipes 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

E. montana 1 1 1 1 1 1

H. bonariensis 1 1 1 1 1

L. minor 1 1 1 1 1 1

O. cubense 1 1 1 1 1 1 1 1 1

P. stratiotes 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

P. ferrugineum 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

S. molesta 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

S. californicus 1 1 1 1 1 1 1

(41)

Tabela 5. Média e desvio-padrão das variáveis físicas e químicas da água e do sedimento nos diferentes estratos. MS = material em suspensão, NA = nitrogênio amoniacal, NT = nitrogênio total, PT = fósforo total, K = coeficiente de extinção da luz, MO = matéria orgânica.

VERÃO - Estratos: INVERNO - Estratos:

Variáveis I II III I II III

Água

Temperatura (°C) 26,13±0,81 24,09 ±1,81 22,54±1,01 18,48±1,04 17,00 ±0,82 18,84±0,82

PH 7,40±0,41 6,26 ±0,85 5,38±0,12 7,56±0,21 6,46 ±0,35 6,13±0,11

Condutividade (µS cm-1) 12239±6515 756 ±1569 30,00±1,00 7400±4143 936 ±2244 38,00±2,92

Salinidade (‰) 7,1±3,9 0,4 ±0,8 0,0±0,0 4,1±2,5 0,4 ±1,1 0,0±0,0

Oxigênio (mg L-1) 3,31±2,54 5,74 ±1,12 3,60±0,82 5,38±2,87 7,56 ±0,85 7,24±0,28

Alcalinidade (meq L-1) 1,12±0,59 0,24 ±0,26 0,23±0,02 0,65±0,38 0,15 ±0,07 0,17±0,01

MS (mg L-1) 26,65±10,32 6,80 ±6,79 2,53±1,64 16,03±20,53 3,10 ±2,40 3,35±1,11

NA (µg L-1) 102,12±105,5 13,16 ±26,21 8,29±5,34 63,38±90,68 2,21 ±4,01 2,74±0,86

NO2 (µg L-1) 5,38±5,32 7,67 ±3,73 7,20±0,73 5,78±3,92 4,68 ±1,91 8,73±10,71

NO3 (µg L-1) 35,25±13,73 53,40 ±17,15 30,52±16,14 48,61±17,50 68,07 ±26,28 71,05±15,67

PO4 (µg L-1) 126,83±265,4 5,11 ±13,95 2,14±0,32 52,33±53,70 14,38 ±10,10 16,11±1,32

NT (mg L-1) 2,19±3,17 0,39 ±0,35 0,25±0,02 1,13±0,91 0,32 ±0,13 0,27±0,02

PT (µg L-1) 189,11±294,2 19,55 ±19,81 15,42±7,97 106,28±96,12 33,31 ±11,67 34,89±11,08

K (m-1) 7,46±6,27 4,03 ±2,15 4,34±2,64 3,79±1,75 2,14 ±0,87 1,52±0,80

Velocidade (cm s-1) 5,86±9,17 6,77 ±9,52 6,33±6,43 1,79±4,71 6,39 ±9,47 11,65±5,77

Sedimento

MO (%) 14,35±9,13 6,89 ±5,46 36,69±10,28 9,05±9,14 9,66 ±8,46 34,96±5,75

NT (%) 0,20±0,13 0,13 ±0,09 0,67±0,25 0,15±0,16 0,15 ±0,17 0,80±0,18

PT (%) 0,11±0,09 0,04 ±0,04 0,06±0,04 0,10±0,08 0,06 ±0,04 0,14±0,09

Areia (%) 47,26±33,21 71,29 ±21,93 40,32±28,78 57,47±34,58 54,10 ±27,10 13,47±9,46

Silte/Argila (%) 52,74±33,21 28,71 ±21,93 59,68±28,78 42,53±34,58 45,90 ±27,10 86,53±9,46

O teste de chi-quadrado mostrou que não houve diferença significativa entre as

proporções (χ2=6,84; g.l.=13; p>0,05) de ocorrência das espécies de macrófitas aquáticas

entre o verão e o inverno (Tab. 6). A freqüência de ocorrência das macrófitas foi muito

próxima entre os dois períodos amostrados.

A matriz de correlação entre as variáveis da água e do sedimento é apresentada na

Tab. 7 e foi utilizada para se selecionar as variáveis que foram utilizadas na análise de

correspondência canônica. Dentro de um grupo de variáveis altamente correlacionadas,

escolheu-se apenas uma variável para a análise. Por exemplo, analisando a Tab. 7,

verifica-se que há uma alta correlação (>0,50 em valores absolutos) entre as variáveis salinidade e

(42)

tanto a condutividade quanto o material em suspensão na análise de correspondência

canônica, não sendo necessário utilizar as três variáveis simultaneamente. Este mesmo

raciocínio foi utilizado para analisar as outras variáveis. Ao final, 8 variáveis foram

selecionadas para a análise: temperatura, salinidade, nitrogênio total da água, nitrato,

coeficiente de extinção da luz, velocidade de corrente, matéria orgânica e fração areia do

sedimento.

As espécies de macrófitas aquáticas analisadas se dividiram em dois grupos: as de

estuário com tolerância à salinidade (localizaram-se no mesmo sentido do vetor salinidade,

no lado positivo do eixo 1), e as de água doce com baixa ou nenhuma tolerância à

salinidade (oposto ao vetor salinidade, no lado negativo do eixo 1) (Fig. 7). Entre as

espécies de estuário, S. alterniflora foi a mais tolerante à salinidade, seguido por C.

procerum e, por último, Scirpus californicus, tanto na coleta de verão quanto na coleta de

inverno.

Verifica-se que, na análise com as 14 espécies, o primeiro par de eixos canônicos foi

responsável pela maior proporção da variância explicada dos dados (Tab. 8). A proporção

da variância explicada pelo segundo par de eixos canônicos foi muito menor (Tab. 8). A

conseqüência desse resultado é que o eixo 1 tem um peso muito maior do que o eixo 2 para

explicar a ordenação das espécies. O eixo canônico 1 foi associado com o vetor salinidade,

que possui uma grande projeção sobre o eixo 1 (Fig. 7). Já o eixo 2 está mais associado

com a temperatura, tanto no verão quanto no inverno, e com a matéria orgânica no

sedimento apenas no inverno, estas variáveis possuem uma grande projeção sobre o eixo 2

(Fig. 7). Resultados adicionais da análise de correspondência canônica se encontram no

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