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Predição do nível de cooperação em sistemas par-a-par de vídeo ao vivo a partir de métricas de centralidade

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(1)

SISTEMAS PAR-A-PAR DE VÍDEO AO VIVO A

(2)

PREDIÇO DO NÍVEL DE COOPERAÇO EM

SISTEMAS PAR-A-PAR DE VÍDEO AO VIVO A

PARTIR DE MÉTRICAS DE CENTRALIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-GraduaçãoemCiêniadaComputação

do Instituto de Ciênias Exatas da

UniversidadeFederaldeMinasGeraisomo

requisitoparialparaaobtençãodograude

Mestre emCiênia daComputação.

Orientadora: Jussara Marques de Almeida

Coorientador: Alex Borges Vieira

(3)

2012, GlauberDias Gonçalves.

Todos os direitosreservados.

Gonçalves, GlauberDias.

G635p PrediçãodoNível de Cooperação emSistemas

Par-a-Par de Vídeo ao Vivoa partir de Métrias de

Centralidade. / Glauber DiasGonçalves. Belo

Horizonte, 2012.

xiv, 71f. : il.; 29m

Dissertação(mestrado) Universidade Federal de

Minas Gerais. Departamento de Ciêniada

Computação.

Orientadora: Jussara Marques de Almeida.

Coorientador: Alex Borges Vieira.

1. Computação- Teses. 2. Videodigital Teses.

3. Sistemasde transmissão de dados Teses.

I. Orientador. II. Coorientador. III. Título.

(4)
(5)

Gabriela, pelo amor, arinho e inentivo, sabendo administrar om rmeza os muitos

(6)

Aos meus pais Hilton e Juéia, pela presença diária em minha vida, mesmo estando

distantes.

Aosmeus irmãos Glauioe Glauia,peloapoioe inentivo.

Aosmeus familiares em Belo Horizonte, peloarinho eaolhimento.

AAnna Guimarães(minhaalunade iniiaçãoientía),pelaajudaepaiênia

em boaparte desse mestrado.

Aos meus olegas de laboratório (VoD) João, Flávio, Henrique, Kênia, Éder e

Fabiano,peloauxílioe bons momentos ompartilhados.

À professora Dra. Jussara Almeida, pela orientação, pela ompreensão durante

estes dois anos e meio de onvivênia epelos valiosos ensinamentos passados.

Ao professor Dr. Alex Borges, pela oorientação e inentivo nos momentos

difíeis.

Aoprofessor Dr. ÍtaloCunha, pelovalioso auxílioténioe onselhos.

AoConselho NaionaldeDesenvolvimentoCientíoeTenológio(CNPq), pela

(7)

mas pensar o queninguém ainda pensou sobre aquilo quetodo mundo vê.

(8)

AarquiteturaP2Pvemsendoutilizadaomsuessoparadiminuirosustoseaumentar

a esalabilidade dos sistemas de distribuição de vídeo ao vivo pela Internet. Nesses

sistemas, os partiipantes em uma transmissão ao vivo (pares) troam segmentos do

vídeo entre si e ooperam para a distribuição do onteúdo. Alguns desses sistemas

adotam meanismos de inentivo à ooperação dos pares, provendo uma qualidade de

serviço difereniada aos pares mais ooperativos. Para medir o nível de ooperação

dos pares, esses sistemas utilizam apenas as taxas de upload e download oletadas

periodiamente. Contudo, taismedidaspodem ser suseptíveis afalsiaçãoporparte

de pares maliiosos. Esta dissertação investiga meios alternativos para prever o nível

de ooperação dos pares sem onar espeiamente nas taxas de upload e download.

Em partiular, é investigado o potenial de utilizar propriedades topológias da rede

sobreposta para predizer o nível de ooperação dos pares om preisão razoável. As

métrias de entralidade grau, betweenness e proximidade foram utilizadas para a

predição, pois elas indiam a importânia relativa de um par na rede, onsiderando a

sua posiçãonatopologiaounúmero de parerias. Foramrealizados experimentospara

oletar dados de uma das mais populares apliações P2P de vídeo ao vivo, SopCast,

usando um grande número de máquinas do PlanetLab. A partir desses dados, foi

mostradoqueasmétriasde entralidadedeumpartêmumaorrelaçãoaltaomoseu

nívelde ooperação,medidopela razãoda taxade upload pordownload, duranteuma

janela de tempo preestabeleida. A métria grau de saída, espeiamente, foi a que

mostrou maior orrelação. Alémdisso, essa métria se mantém razoavelmente estável

ao longo de janelas de tempoonseutivas. Tendo essas informaçõesomo motivação,

foramdesenvolvidosmodelosbaseadosemregressãoparapredizeroníveldeooperação

de um par na janela de tempo seguinte, dado o seu grau de saída oletado na última

janela de tempo. Os dados oletados foram utilizados para avaliar os modelos e um

modelo polinomial de grau quatro foi o mais preiso. As propriedades topológias da

rede sobreposta aindaforamexploradaspara adeteção de paresmaliiososqueagem

(9)

The P2P arhiteture has been used suessfully to redue osts and inrease the

salabilityofInternet livestreaming systems. In aP2Plivetransmission,users(peers)

exhangevideohunks amongthemselvesand ooperate withthe system todistribute

the media ontent. Some P2P streaming systems adopt inentive mehanisms,

providingadierentiatedqualityofservieformoreooperativepeers. Tomeasurethe

levelof ooperationofpeers, thesesystemstypiallyuseonlytheuploadanddownload

rates, olletedperiodiallyfrompeers. However, suhmeasures maybesuseptibleto

maliiouspeersthatlieabouttheirooperation. Inthiswork,weinvestigatealternative

methodstopreditthelevelofooperationofpeerswithoutrelyingspeiallyontheir

upload and downloadrates. Inpartiular, we assessthe potentialbenetof exploiting

topologialpropertiesofthe P2Poverlaynetworktopredit,withreasonableauray,

the level of ooperation of peers. To that end, we use the entrality metris degree,

betweenness and loseness, as they apture the relative importane of a peer in the

network,onsideringitspositioninthe topologyornumberof partnerships. Ourstudy

relies ondata olleted from one of the urrently most popular P2Plive appliations,

i.e., SopCast, using a large number of Planetlab mahines. We rst show that there

is a high orrelation between the entrality of a peer and its level of ooperation,

whih is dened as the ratio of the total upload to the total download tras the

peer exhanged with its partners. Speially, the out-degree metri has the highest

orrelation. Furthermore, this metri remainsreasonably stable over onseutive time

windows. Motivated by these ndings, we then develop regression-based models to

preditthelevelofooperationofapeerinatimewindowgivenitsout-degreeolleted

inthe previouswindow. Usingourolleteddata, weevaluatethemodels, ndingthat

afourthdegreepolynomialmodelisthemostaurateone. Wealsoexploittopologial

properties of overlay network to detet maliious peers that ollude to inrease their

(10)

2.1 ArquiteturaP2P baseada em árvore. . . 8

2.2 ArquiteturaP2P baseada em múltiplasárvore om dois subuxos . . . 9

2.3 ArquiteturaP2P baseada em malha. . . 9

3.1 Histogramas do tamanho de paotes reebidos e enviados por três

omputadores em uma transmissão de vídeo no sistema SopCast durante

uma hora. . . 25

3.2 NC medido em um determinado par om janelas de tempo

W

igual a 2 e

30segundos . . . 29

3.3 Distribuiçãodooeientede variaçãodonívelde ooperaçãodos paresem

janelas de tempodiferentes . . . 30

3.4 Distribuição do nível de ooperação dos pares em janelas de tempo om

durações(

W

) diferentes . . . 31

4.1 Distribuição dos oeientes de orrelação de Spearman entre medidas de

entralidade evalores de NC obtidosemtodas asjanelas de tempo . . . . 34

4.2 Distribuiçãodasmedidasde entralidadeporparesagrupadosemdiferentes

níveis de ooperação (

W

= 60

segundos) . . . 35

4.3 Distribuição do módulo da diferença entre o grau de saída dos pares em

janelas de tempo

t

e

t

+

k

(

W

= 60

segundos) . . . 36

4.4 Relaçãoentre ograu de saída ea ooperação emjanelas de tempo típias. 37

4.5 Metodologiadeavaliaçãodomodeloondeasletras

T, C, A

signiamtreino,

oleta eavaliação,respespetivamente. . . 39

4.6 Distribuiçãodoserros deprediçãoparaosmodelosexponenialequádruplo

(

W

= 60

segundos).. . . 40

4.7 Distribuição dos erros de predição para a ategoria de pares muito

ooperativosom

NC

10

(

W

= 60

segundos). . . 41

(11)

parâmetro

a

0

(Equação 4.3) esem esse parâmetro (Equação 4.6). . . 43

4.10 Distribuição dos erros de predição para janelas de tempo om tamanhos

diferentes

W

. . . 44

4.11 Valores de

NC

preditos versus medidos . . . 45

4.12 Distribuiçãodos erros de predição emfunção doperíodoem que o modelo

éalibrado dadopor

kW

(

W

=

60

). . . 46

4.13 Distribuiçãodos erros de predição emfunção doperíodoem que o modelo

é alibrado dado por

kW

(

W

=

60

segundos). Categoria de pares muito

ooperativosom

NC

10

. . . 47

4.14 Cenários de onluio om pares maliiosos beneiados (nodos esuros)

e pares maliiosos auxiliares (nodos laros). Em (a) a maioria dos

partiipantes do onluio são beneiados, em (b) apenas dois pares são

beneiados om o onluioe osdemais pares apenas auxiliam. . . 51

4.15 Exemplo ilustrativo de uma rede P2P sobreposta para omputar

ondutânia

c

(

S

(

i

)

, t

)

, onde o nodo esuro

i

e os nodos inzas formam

o grupo

S

(

i

)

, as arestas traejadas são as parerias internas e as arestas

pontilhadassão asparerias externas. . . 53

4.16 Relação entre as métrias grau de saída e ondutânia para os grupos de

k

% pares om o maiorgrau de saída narede . . . 54

4.17 Distribuições de referênia para as métrias grau de saída e ondutânia

para osgrupos de

k

%pares om o maiorgrau de saída . . . 55

4.18 Conguração de onluio onde um par maliioso (nodo esuro) realiza

algumas parerias verdadeiras (arestas ontínuas) om pares honestos

(nodos branos) e algumas parerias falsas (arestas traejadas) om pares

auxiliares(nodos laros) . . . 56

4.19 Porentagem dedeteção (linhasontínuas) emédiadonívelde ooperação

(NC) dos pares maliiososom uma onança de 95% (linhas pontilhadas). 57

4.20 Conguração estratégia de onluio entre um par maliioso beneiado

(nodo esuro) e pares maliiosos auxiliares (nodos laros) para aumentar

(12)
(13)

Agradeimentos vi

Resumo viii

Abstrat ix

Lista de Figuras x

Lista de Tabelas xii

1 Introdução 1

1.1 Sistemas de Distribuiçãode Vídeo . . . 1

1.2 Motivação . . . 2

1.3 Objetivos . . . 4

1.4 Contribuições . . . 5

1.5 Organização daDissertação . . . 6

2 Contextualização 7 2.1 Arquitetura P2Pde DistribuiçãoVídeo ao Vivo . . . 7

2.2 Cooperação emSistemasP2P . . . 11

2.2.1 Sistemas P2Pde Compartilhamentode Arquivos . . . 11

2.2.2 Sistemas P2Pde Vídeo aoVivo . . . 13

2.3 Métrias de Redes Complexas . . . 18

3 Análise da Cooperação no SOPCast 23 3.1 O SistemaSopCast . . . 23

3.2 Metodologia de Coleta de Dados noSopCast . . . 26

3.3 Cooperação de Pares noSopCast . . . 29

(14)

4.2.2 Metodologia de Avaliação . . . 38

4.2.3 Resultados . . . 39

4.3 Considerações Prátias . . . 47

4.4 Resistênia a Conluio . . . 50

4.4.1 Uma Abordagempara Detetar Suspeitas de Conluio . . . 52

4.4.2 Análise da Abordagempara Deteção de Conluio . . . 56

5 Considerações Finais 60 5.1 Conlusões. . . 60

5.2 Trabalhos Futuros. . . 62

(15)

Introdução

Neste apítulo serão abordados brevemente sistemas de distribuição de vídeo na

Internet. Aseguir,sãoapresentadosasprinipaismotivaçõeseobjetivosdessetrabalho,

assim omoas ontribuiçõesobtidas.

1.1 Sistemas de Distribuição de Vídeo

Distribuição de vídeo é atualmente um dos serviços mais populares na Internet.

Relatóriosreentes mostramque44%de todotráfegotransmitidoem2010foide vídeo

e as projeções para 2015 é queessa proporção aumente para 58% [Ciso, 2010℄. Logo,

vídeo pode ser o onteúdo mais onsumido na rede mundial de omputadores nos

próximos anos. Essa grande demanda impõe desaos para que a distribuição desse

onteúdo possa ser feita eientemente onsiderando os ustos, a esalabilidade e a

qualidade de serviço.

Adistribuição devídeonaInternetpode ser ategorizadaemvídeosobdemanda

ouvídeoaovivo. Nadistribuiçãosobdemanda,oonteúdoéarmazenadonoservidore

osusuáriospodemassiti-loaqualquermomento,omooorreporexemplonossistemas

Youtubee Vimeo 1

. Na distribuição ao vivo, o vídeoé distribuído emtempo real, e os

usuários que estão assistindo devem estar sinronizados om servidor do vídeo, omo

oorre porexemplo nos sistemasJustin.tv e SopCast 2

. Ambas as ategorias requerem

largura de banda alta para distribuir vídeo a muitos usuários simultaneamenteo que

aumentaos ustos, podendodiminuira esalabilidade desses sistemas. Essa demanda

é partiularmentealtanadistribuição aovivodevido às ondiçõesrestritasde entrega

de onteúdoem tempo real.

1

http://www.youtube.om,http://www.vimeo.om

2

(16)

A arquitetura lássia de serviços de distribuição de vídeo, liente-servidor, tem

se mostrado não esalável o suiente para atender a demanda desse serviço na

Internet [Silverston etal., 2009; Ullahetal., 2011℄. Isso porque, nessa arquitetura,

ada liente estabelee uma onexão exlusiva om o servidor de vídeo o que leva

a um onsumo exessivo de banda e aumento de ustos lineares om o número de

usuários simultâneos. Umaarquitetura alternativaé baseada emredes de distribuição

de onteúdo (CDN)[Liu etal., 2008℄. Nessas redes, a arga entral é distribuída em

múltiplos servidores instalados em loalizações geográas estratégias na Internet.

Assim, requisições dos usuários são redireionadas para os servidores mais próximos,

diminuindo o atraso na visualização do vídeo e a sobrearga no servidor entral.

Todavia,ainfraestruturadeumaCDNtêmustosaltosparainstalaçãoemanutenção.

A arquitetura Par-a-Par (P2P) vem sendo utilizada omo uma alternativa para

distribuir vídeo pela Internet om baixo usto e esalabilidade. Essa arquitetura é

empregada tipiamente na distribuição ao vivo, porque o fato dos usuários estarem

sinronizados na mesma parte do vídeo favoree o ompartilhamento dos fragmentos,

ou hunks do vídeoentre eles [Shen etal., 2011℄. Assim, ossistemas P2P de vídeo ao

vivo utilizama apaidadede upload dos usuários (pares)para ajudarna distribuição

do onteúdo. Quando esses pares aessam o sistema, eles estabeleem parerias,

organizando-se em uma rede virtual, sobreposta à rede físia. Um par pode soliitar

aos seus pareiros hunks da mídia, liberando o servidor entral da responsabilidade

e dos ustos assoiados de atender todos os lientes. Alguns sistemas de distribuição

de vídeo ao vivo que utilizam essa arquitetura, tais omo SopCast e PPLive 3

, são

muitopopularesatualmentenaInternet,ontandoommilharesdeusuáriosregistrados

[Borges etal.,2012℄.

1.2 Motivação

ObomfunionamentodesistemasbaseadosnaarquiteturaP2Peaqualidadedeserviço

providodependemdoomportamentodosparesenvolvidosnadistribuiçãodoonteúdo,

o que pode tornar esses sistemas suseptíveis a problemas de segurança e ooperação.

A segurança diz respeito à integridade do onteúdo. Por exemplo, Liang et al. [2005℄

destaam oproblema depoluiçãode onteúdoondepares maliiososalteramouforjam

o onteúdo sendo ompartilhado, tornando-o inútil para os demais pares da rede. A

ooperaçãodizrespeitoaoomportamentoonheidoomofree riding,termonomeado

porAdar & Huberman[2000℄para denominarparesqueusufruemdoserviço, masnão

3

(17)

ontribuem em um nívelaeitável, ouseja, reebemonteúdo dos seus pareiros, mas

não oreenviampara outros pares.

Os problemas aima menionados já foram bem estudados em sistemas P2P

de ompartilhamento de arquivos [Walsh &Sirer, 2005; Costa & Almeida, 2007;

Levin etal.,2008;Xia &Muppala,2010℄. Umadasformasdeproteçãoontrapoluição

é a veriação da autentiidade dos hunks do arquivo em onjunto om sistemas de

reputação para identiar e eliminar os pares que espalham hunks poluídos. Em

sistemasP2Pde distribuiçãode vídeoaovivoapoluiçãode onteúdo pode ser tratada

om ténias similaresàquelas utilizadasemsistemasP2P de arquivo, om asdevidas

adaptações para o ambiente de transmissão ao vivo [Borges etal., 2008; Wang et al.,

2010℄.

Oproblema de ooperaçãoentre osparesemsistemasP2Pde ompartilhamento

de arquivos vem sendo tratado om a apliação de ontribuição bilateral, e.g.

Tit-for-tat[Cohen, 2003℄, onde o par aumenta a sua probabilidade de reeber dados

dos pareiros à medida em que ele fornee dados. Contudo, Tit-for-Tat pode não

ser eiente em sistemas P2P de vídeoao vivo, pois os hunks têm utilidadedurante

um intervalo urto de tempo. Isso implia em menos hanes de troa de hunks

diferentes entre os pares [Silverston etal., 2008℄. Além disso as oportunidades de

ompartilhamento são diferentes para os pares: por exemplo, os pares próximos

ao servidor de vídeo tem hunks mais novos e interessantes do que os pares

mais distantes, ujos hunks são mais antigos e perdem a utilidade rapidamente

[Piatek &Krishnamurthy,2010℄.

Logo, a ooperação entre os pares em sistemas P2Pde vídeo aovivo vemsendo

tratado por abordagens mais espeías. Algumas delas foam em detetar pares

pouo-ooperativos [Guerraoui et al., 2010; Azzedin, 2010℄ e removê-los do sistema.

Outras foam em explorar os pares mais ooperativos e ofereer algum benefíio em

troadasuaontribuição[Piatek etal.,2010;Chatzidrossos et al.,2010℄. Emambosos

asos, essesmétodospreisamestimarperiodiamenteonívelde ooperaçãodospares,

porque ela variaao longo dotempo por motivos diferentes, tais omo pares entrando

e saindoda rede(hurn) [Stutzbah & Rejaie, 2006℄e falhasnoprotooloque ausam

desoordenação entre os pares [Pioni& Massoulié,2008; Liang et al., 2008℄.

Para estimar o nível de ooperação do par, os métodos itados aima utilizam

métrias baseadas em medições das taxas de upload e download dos pares. Alguns

deles ainda empregam meanismos de segurança para se tornarem robustos a pares

maliiosos que reportam medições falsas [Jin etal., 2006; Jin& Chan, 2010℄. Por

(18)

enquanto que no meanismo LiFTing[Guerraoui et al., 2010℄, os pares monitoram os

seus pareiros, veriando se eles repassam ada hunk reebido. Esses meanismos

de segurança aumentam a sobrearga do sistema om proessamento (odiação e

deodiação de reibos) eomuniação (envio de mensagens aos pareiros indiretos).

Dadoqueestimaraooperaçãodoparapenasommedidasdeupload edownload

aarreta emaumentode ustospara sua veriação, éinteressanteproporalternativas

para estimar a ooperação que não dependam exlusivamente dessas medidas. Uma

motivaçãoespeialparaissoéquealémdessasmedidas,sistemasP2Pdevídeooletam

periodiamente outros dados sobre os pares omo a qualidade de vídeo reebida e

parerias reentes [Wuet al., 2007; Liet al., 2008a℄. Em partiular,a oletaperiódia

das parerias permite a reonstrução da rede sobreposta em um ponto entralizado

da rede, por exemplo o traker ou o servidor de logs. Isso torna possível explorar

propriedades topológiasdarede P2Ppara obter mais informaçõessobre ospares.

Há uma série de trabalhos que araterizaram propriedades topológias da rede

sobrepostaemsistemasP2P[Stutzbah et al.,2008;Wu etal.,2008;Tang etal.,2009℄,

utilizando métrias de redes omplexas omo entralidade, agrupamento e mundo

pequeno (small worlds) [Newman, 2003℄. Dentre esses, há alguns trabalhos que

indiaram métrias promissoras para predizer o nível ooperação de um par. Por

exemplo, Oliveira et al.[2010℄eGkorou etal.[2011℄utilizammétriasde entralidade

para identiar pares importantes em uma rede P2P, respetivamente, super pares e

pares fazendo o papelde onetores darede (hubs).

Estadissertaçãotemopropósitodeavançarnousodepropriedadestopológiasda

rede P2Ppara predizer oníveldeooperaçãodos pares. Essa informaçãoéimportante

para os meanismos de inentivo em sistemas P2P de vídeo ao vivo, pois ela serve

para identiar tanto os pares muito ooperativos omo os pares pouo ooperativos

(free riders). Nesse ontexto, as métrias de entralidades serão exploradas, pois elas

informam aimportâniarelativade um par emuma rede [Freeman,1979℄. Dadoessas

métrias, esse trabalhobusa responder aseguinte pergunta:

As métrias de entralidadede um par podem ser exploradas para predizer om

preisão razoável o seu nível de ooperação em sistemas P2P de distribuição de

vídeo aovivo?

1.3 Objetivos

Este trabalhotem porobjetivoprinipalinvestigarouso de propriedadesdarede P2P

(19)

ooperaçãodos pares durantea distribuição de vídeo aovivo. Esse objetivo prinipal

pode ser delineado nos seguintes objetivos espeíos:

Propor modelos para predizer o nível de ooperação de um par utilizando

propriedades da rede P2P sobreposta. O nível de ooperação resulta da

utilização da largura de banda disponível no par pelo sistema P2P de vídeo,

e aspropriedades topológiasfoam emmétrias de entralidadedopar.

Utilizar propriedades da rede P2P sobreposta busando mitigar a ação pares

maliiososque venhama ataaro sistema forneendo dados falsosou agindoem

onluio.

1.4 Contribuições

As prinipais ontribuições dessa dissertação são disutidas a seguir. Algumas delas

foram publiadas nos seguintes trabalhos [Gonçalves etal., 2011,2012a,b℄.

Correlação de métrias de entralidade om o nível de ooperação do

par.

Foi investigada aorrelaçãoentre aentralidadede um par naredesobreposta e

o seu nível de ooperação em janelas de tempo suessivas durante transmissões

de vídeo ao vivo em um sistema P2P. O nível de ooperação de um par é

estimado pela razão entre o volume de bytes edidos (upload) pelo volume de

bytes reebidos (download) na troade dados om os pareiros. As métrias de

entralidade onsideradas foram o grau, betweenness e proximidade [Freeman,

1979℄. Essas métrias, juntamente om o nível de ooperação dos pares, foram

obtidas pormeiode experimentosom osistemaP2P de vídeoaovivo SOPCast

e omputadores do PlanetLab[Chun et al., 2003℄, omo édisutida naseção 3.2.

O grau de saída foi a métria mais orrelaionada, apresentando oeiente de

orrelação de Spearman [Kendall& Gibbons, 1975℄ maior que 0.8 em 90% das

janelas de tempo analisadas. A proximidade de saída e betweenness foram,

respetivamente, a segunda e a tereira métria mais orrelaionadas. A seção

4.1 traz as distribuições das orrelações e uma disussão mais detalhada sobre

(20)

Modelo de prediçãodo nívelde ooperação de umpar usando métrias

de entralidade.

Foram propostos vários modelos de regressão não lineares para estimar o nível

de ooperação de um par na janela de tempo seguinte, dada sua entralidade

na última janela. Para onstruir e avaliar esse modelo foi utilizada a métria

de entralidademais orrelaionada om a ooperação,ou seja, o grau de saída.

Primeiramente foi mostrado que essa métria se mantem razoavelmente estável

ao longo de janelas de tempo onseutivas de 60 segundos. A seguir o modelo

foi onstruído e avaliado utilizando os dados oletados nos experimentos om

o sistema SOPCast. Um modelo polinomial de grau quatro foi o que obteve

melhores resultados, pois apresentou erros absolutos menores ou similares aos

demaismodelos avaliados. Omodelo desenvolvidoproduz prediçõesrazoáveisdo

nívelde ooperaçãodos pares,omo é mostrado naSeção 4.2.2.

Abordagem para identiar onluio de pares maliiosos usando uma

métria de agrupamento.

A topologia da rede sobreposta foi ainda explorada om o objetivo de detetar

suspeitas de pares agindo emonluio narede. Nesse aso espeío, um onluio

oorrequando um grupo de pares agem oordenadamentepara formar parerias

falsas e pareerem mais ooperativos do que eles realmente são. A métria de

agrupamentoondutânia[Leskove etal.,2008℄foiutilizadaomessepropósitoe

paraavaliarasuautilizaçãoforamanalisadosenáriosdeonluio. Essamétriase

mostrouútilparadistinguirosparesmaliiososdosparesooperativoslegítimos,

emalgunsenários, omo,pares maliiososutilizandoidentidadessintétiaspara

aumentar o seu grau de saída, ou ainda, utilizando algumas parerias legítimas

para dissimular a maioriade parerias falsas.

1.5 Organização da Dissertação

Orestantedestadissertaçãoestáorganizadodaseguinteforma. OCapítulo2apresenta

umaontextualizaçãosobreaarquiteturaP2Pparadistribuiçãodevídeo,aooperação

entre ospares emsistemasP2Pe métriasde redes omplexas. OCapítulo3 desreve

ametodologiadeoletade dadosnoSopCast eanalisaonívelde ooperaçãodospares

nesse sistema. O apítulo 4 apresenta o modelo de predição do nível de ooperação

dos pares, e uma abordagem para identiar pares maliiosos em onluio. Por m, o

(21)

Contextualização

2.1 Arquitetura P2P de Distribuição Vídeo ao Vivo

OsustosparadistribuirvídeoaovivonaInternetusandoaarquiteturaliente/servidor

lássia ouredes de distribuiçãode onteúdo(CDN) são altos [Shen et al., 2011℄. Isso

motivoua busa por uma arquitetura que distribui a arga dosistema, espeialmente

a banda de rede, entre os usuários assistindo o vídeo. Assim, a arquitetura P2P

(Peer-to-Peer ou Par-a-Par) aparee omo uma alternativa viável para a distribuição

de vídeo ao vivo, já que o seu propósito fundamental é fazer om que os reursos

omputaionais sejam ompartilhados diretamente entre os usuários (pares), om o

mínimo de suporte ou intermédiode um servidorentral [Ullah etal.,2011℄.

Na arquitetura P2P, os pares são organizados em uma rede lógia sobre as

onexões físias, omumente hamada de rede sobreposta. Nessa rede, há um

partiipante espeial que produz o video ao vivo, o servidor de vídeo. Ele partiiona

o vídeo em pedaços, hamados hunks, e os distribui entre os pares para exibição. À

medida em que os pares obtêm os hunks e visualizam o vídeo, eles são habilitados a

ompartilharem seus hunks om os demais pares dosistema. Isso ontribui de modo

signiativoparaaliviaraargadoservidor,assimomodaredeemgeral. Essemodelo

de distribuiçãopode utilizar tiposdiferentes de rede sobreposta: árvore oumalha.

Os sistemas baseados em árvore formam uma rede sobreposta bem estruturada,

om oservidor de vídeonaraiz dessaárvore, omoéilustradonagura 2.1. Cadapar

reebe hunks de um par paie os retransmite aos seus pares lhos automatiamente.

Essa arquitetura é onheida omo tree-push [Liuet al., 2008℄. Dessa forma,osdados

são transmitidos em uma únia direção, o que ontribui para diminuir atrasos na

reprodução do vídeo. Porém, uma das preoupações que devem ser levadas em

(22)

aloar mais pares em largura do que em altura para que os pares nos últimos níveis

não tenham muito atraso na reepção dos dados, omparado aos pares que estão

nos primeiros níveis. Exemplos de sistema que adotam a arquitetura tree-push são

ESM [Chu etal., 2000℄, Zigzag [Tran et al., 2004℄ e mais reentemente TURINstream

[Magnetto etal., 2010℄.

Figura2.1: ArquiteturaP2P baseada em árvore

Um problema da arquitetura baseada em árvore é que ela não utiliza a largura

de bandados pares emsuabase (nodos folhas), umavez queeles não ontribuempara

o sistema efetivamente fazendo upload. Uma proposta para lidar om esse problema

é utilizar múltiplas árvores. Com essa arquitetura o servidor divide a transmissão do

vídeo em subuxos e os transmite em árvores diferentes. Assim, um par se oneta

em mais de uma árvore para assistir o vídeo, omo é mostrado na gura 2.2. Assim,

os nodos folhas em uma árvore podem se tornar nodos internos em outra, fazendo

melhor uso da largura de banda disponível de todos os pares. Exemplos lássios de

sistemasqueutilizammúltiplasárvoresparadistribuiçãodevídeoaovivosãoCoopNet

[Padmanabhanet al., 2003℄ eSplitstream [Castro etal.,2003℄.

Uma vez que os pares podem entrar ou sair da rede a qualquer momento,

omportamento dinâmiotambém onheido omo hurn [Stutzbah& Rejaie, 2006℄,

manter a estrutura da árvore torna-se uma tarefa não trivial. Quando um par sai

da rede, ele ausa uma interrupção na transmissão dos seus pares lhos até que a

árvore sejareonstruída. Asténias de reonstrução disponíveisainda não tornamos

sistemas itados aima robustos o suiente a hurn [Maghareiet al., 2007℄, porque o

vídeo pode ter perdas onsideráveis de qualidade om as frequentes reonstruções da

árvore [Liuet al., 2008℄.

(23)

Figura2.2: ArquiteturaP2P baseada emmúltiplas árvore om dois subuxos

Figura2.3: Arquitetura P2P baseada emmalha

lara entre os pares da rede. Um par é servido por múltiplos pares, omo é ilustrado

na gura 2.3. Assim, se um de seus pareiros sai do sistema abruptamente, esse par

tem outrasfontes.

A formação da rede P2P baseada em malha tipiamente oorre de modo a

suportar o dinamismodos pares. Quando um novo par ingressano sistema,elereebe

uma lista om um onjunto de pares ativos do traker da rede P2P. Em seguida,

o par tenta interagir om os pares dessa lista, estabeleendo parerias para troa de

hunks. Dessaforma,quandoumpar deixaarede,seuspareirosontinuamreebendo

hunks de outros vizinhos, evitando interrupções na transmissão do vídeo. Contudo,

na estrutura de malha, os hunks podem hegar fora de ordem no par dado que eles

são reebidos via diferentes aminhos. Logo, é neessário reordená-los e armazená-los

em uma porção de memória (buer) antes de exibi-los. Os pares mantém mapas de

(24)

etroamesses mapasentreside modoqueosparessabemaquemrequisitaroshunks

faltantes.

Na rede P2P om estrutura de malha, oshunks são requisitados entre os pares

tipiamenteusandorequisiçãoexplíitade dados,arquiteturatambémonheidaomo

mesh-pull. Com essa arquitetura o par soliita hunks a determinados pareiros

orientado pelos mapas de hunks reebidos. O hunk a ser requisitado pode ser

esolhido por diferentes ritérios, por exemplo, pode ser adotadaa esolha de hunks

raros, ou seja, disponíveis em pouos pareiros, ou a esolha de hunks na ordem

sequenial de utilização. A esolha de hunks mais raros é omumente adotada no

sistema BitTorrent para ajudar a repliar esses hunks na rede. Porém dadas as

restriçõesdetemporealnatransmissãoaovivo,oshunkstendemaserrequisitadosna

ordem de utilização namaioria dos sistemasP2P de vídeo aovivo prátios existentes

[Hei et al., 2007℄.

Arquiteturas híbridas, também onheidas omo push-pull, que ombinam as

vantagens das estruturas de árvore e de malha vêm sendo propostas. Os sistemas

híbridos omumente usam uma rede baseada em malha para se tornarem resistentes

ao hurn e enaminhamento automátio de um grande volume de hunks para

diminuir o atraso do vídeo. Nesse aso, requisições explíitas e mapas de hunks

ontinuam sendo utilizadospara um par requisitaraum determinadopareiroo iníio

do enaminhamento automátio, assim omo o m desse quando o buer de vídeo

for preenhido. Exemplos de sistemas que adotam essa arquitetura são GridMedia

[Zhang etal., 2005, 2007℄e o novo Coolstreaming [Liet al., 2008a℄.

Embora existam abordagens híbridas omo mostrado aima, a arquitetura

mesh-pull é adotada na maioria dos sistemas omeriais existentes [Hei etal., 2008℄.

Alguns desses sistemas omo PPLive, UUSee e SopCast 1

são populares na Internet

e também vem despertando a atenção dos pesquisadores [Sentinelli et al., 2007;

Hei et al., 2007; Wuet al., 2007; Tang et al.,2009℄. As pesquisas sobre esses sistemas

visam prinipalmente entender seu funionamento e avaliar seu desempenho para

propor arquiteturas P2P de distribuição de vídeo ao vivo mais eientes. Nesta

dissertação há o interesse em estudar espeialmente o sistema SopCast, porque além

de ser muito popular, ele disponibiliza um liente para sistemas operaional Linux,

failitando assim experimentação em larga esala na plataforma de testes Planetlab

[Chun etal.,2003℄. ASeção3.1apresentaosdetalhessobreofunionamentodosistema

SopCast, osexperimentosrealizados e asinformaçõesobtidasa partir desses.

1

(25)

2.2 Cooperação em Sistemas P2P

Esta seção apresenta alguns estudos sobre a ooperação de pares em sistemas P2P e

sobre meanismos de inentivo à ooperação. A seção 2.2.1 foa nos sistemas P2P

de ompartilhamento de arquivo, onde o referido tema já foi amplamente estudado

em apliações popularesomo BitTorrent 2

. Emseguida, naseção 2.2.2 são disutidos

trabalhos maisreentes quetratamdeooperaçãonossistemasP2Pde distribuiçãode

vídeo aovivo.

2.2.1 Sistemas P2P de Compartilhamento de Arquivos

A ooperação entre os pares foi originalmente analisada no sistema de

ompartilhamento de arquivos Gnutella. Adar & Huberman [2000℄ rastrearam esse

sistema por um período de 24 horas e observaram que 70% dos usuários não

ompartilhavam arquivos e que apenas 25% dos usuários atendiam 99% de todas

as onsultas no sistema. A partir desse trabalho o problema de baixa ooperação

em sistemas P2P ganhou notoriedade, tendo sido denido o termo free riding, para

indiaropadrãodeomportamentoemqueosparesusufruemdoserviçoP2P,masnão

ontribuemparaaredeouparaosoutrosparesemum nívelaeitável[Karakaya etal.,

2009℄.

Desde então, surgiram soluções variadas para mitigar o free riding em sistemas

P2P.Dentreelas,omeanismodeinentivo"tit-for-tat" (TFT)doprotooloBitTorrent

[Cohen, 2003℄ é uma das soluções mais onheidas e avaliadas [Sirivianoset al., 2007;

Konrathet al., 2007; Liuet al., 2010℄. O meanismo TFT inentiva a ooperação

bilateral (reiproidade) entre os pares. Seu funionamento onsiste basiamente em

ada partiipante avaliar, em um determinado intervalo de tempo, os pareiros que

lhe forneeram mais dados e retribuí-los, no intervalo de tempo seguinte, atendendo

às suas requisições. Espeiamente, TFT implementa um algoritmo para medir a

ontribuição dos pareiros em intervalos de tempo a m de determinar para quais

pareiros um dado par deve fazer upload (unhoked) e para quais ele deve suprimir

o upload (hoked). No intervalo seguinte o algoritmo também determina mais um

pareiropara upload desonsiderandoa suaontribuição(optimisti unhoked),om

o intuito de enontrar novos pareiros om taxas de upload e download melhores que

os atuais. Embora TFT seja um meanismo simples e prátio para desenorajar free

riding em sistemasP2P,elepossui algumasvulnerabilidadesqueforamanalisadas nos

trabalhos aseguir.

2

(26)

Em [Sirivianoset al., 2007℄ foi proposto um experimento para araterizar o

omportamentodefree-riders emensuraradegradaçãodedesempenhoqueelesausam

emsistemasP2Pdeompartilhamentodearquivos. Osautoresmodiaramumliente

do protoolo BitTorrent de modo que ele tivesse uma visão privilegiada do sistema,

podendoassimexplorarooptimistiunhoke domeanismoTFTeseonetaratodos

os pares ao seu alane. A seguir, eles inseriram um número determinado de lientes

modiados para atuarem omo free-riders. Foram realizados experimentos em uma

rede ontrolada no PlanetLab e em ambiente aberto da Internet. Assim, em ambos

os asos foi observado quepares free-riders (os lientes modiados) tiveram taxasde

download superior aos pares honestos e a taxa média de download no sistema sofreu

um delíniosigniativo om oaumentodesses pares privilegiadosnarede.

Em[Konrathet al.,2007℄tambémfoi demonstradopormeiode simulaçõesqueo

meanismoTFTnãoésuienteparamanteraeiêniadoBitTorrentomapresença

de pares mentirosos. Nesse aso, foi explorado um ataque onde um bando de pares

mentirosos anuniamhunks que eles não possuempara torná-losesassos nosistema.

Um outro ataque explorado nesse trabalho foi ouso de identidades sintétias (sybils).

Essas identidadessão pares quenão realizamdownload nem upload,mas têm afunção

apenasdeaumentaronúmerode ataantesnarede. Cadaum dessesataquesprovoou

atrasos em todos os downloads da rede e falhas quando metade dos pares na rede

efetuava o ataque.

Os trabalhos de Konrath etal. [2007℄ e Sirivianos etal. [2007℄ mostraram

vulnerabilidades no meanismo TFT que podem ser exploradas por pares maliiosos,

ou seja, partiipantes que estudam o funionamentodo sistema para realizarataques.

Independente dessas vulnerabilidades disutidas, existem aspetos para inentivar a

ooperação entre os pares que não são onsiderados em TFT, omo mostram os

trabalhos aseguir.

Liuet al.[2010℄argumentamqueomeanismoTFTfoanorelaionamentoentre

pares que têm interesses emomum. Logo, pares queompartilhamonteúdo quenão

são de grande interesse para os demais, não têm oportunidade de ontribuir para o

sistema. Para essa situação os autores propuseram um meanismo de inentivo onde

osparesformamumaredesoial: quandoopartiipanteAforneealgumonteúdopara

opartiipanteB,ambospertenentes àmesmarede soial,A obtémréditodeB edos

amigosdeB,ouseja,paresquerelaionamomB.Meulpolder etal.[2009℄observaram

que TFT inentiva a ooperação entre os pares apenas enquanto eles estão fazendo o

download de um arquivo. Então os autores propuseram o meanismo de reputação

(27)

inluídas emTFT: o par om maior reputação reebe upload prioritariamenteatravés

do optimisti unhoke e os pares om reputação baixa (menor que um determinado

limiar) não reebem nenhum tipode upload.

O meanismo BarterCast baseia-se em propriedades topológias da rede P2P

sobreposta,assim,oseufunionamentoserádisutidonaseção2.3,juntamenteaoutros

trabalhos queutilizamtais propriedades.

2.2.2 Sistemas P2P de Vídeo ao Vivo

Os sistemas P2P de distribuição de vídeo ao vivo mais populares omo

PPLive e SopCast não provêem inentivos aos pares que mais ooperam

[Piatek &Krishnamurthy, 2010; Tang et al., 2009; Hei etal., 2007℄, bem omo não

imputampunições aospares pouo ooperativos,omoé analisadonaseção 3.3. Esses

sistemasonamnoaltruísmodeparesquedisponibilizampartedesuabandadeupload

para arede P2P, sem obtergarantiasde retorno emqualidade de vídeo. Talfatopode

se tornar um problema pois havendo uma redução em larga esala na ooperação dos

paresosistemapodeentraremolapso. Existempropostasnaliteraturademeanismos

que busam mitigar esse problema. Disute-se a seguir os aspetos mais importantes

desses meanismos.

FlightPath [Li etal., 2008b℄ é uma proposta de sistema P2P de vídeo ao vivo

que impõemrestrições aos pares taisomo troabalaneada de dados entre pareiros,

númeropequeno de pareiros (2a ada ilode 2segundos), forneimentolimitadode

hunks a ada pareiro por ilo e limitações naseleção de parerias. Em FlightPath

as parerias de um par estão restritas a um grupo pequeno de pares em ada ilo.

Essa restrição é para evitar prinipalmenteparerias estratégias de pares maliiosos

para ataar o sistema. Os

n

pares ativos no sistema são partiionados em

log

(

n

)

grupos e a ada ilo um par deve esolher um pareiro de um grupo. Esse grupo

é determinado pelo número identiador do par e do ilo orrente e os outros pares

da rede veriam o grupo de onde um par esolheu um pareiro. FlightPath ainda

introduz uma porentagem de relaxamento(10%) nas troas de dados para ajudar os

pares inapazes de ontribuirde formatotalmentebalaneada.

As restrições aima utilizadas pelo meanismo FlightPath ofereem ondições

para uma análise mais formal desse protoolo quanto às possibilidades de

omportamentobizantino dospares (freeriding eataques). Todavia,oprotoolopode

ter poua eiênia em redes onde a apaidade de upload ou download dos pares é

heterogênia (enários reais), omo seargumenta aseguir.

(28)

balaneamento na troa de dados não é apropriado para o enário de distribuição

ao vivo porque: (1) devido às restrições de tempo real, hunks tem utilidade em um

intervalo de tempo urto, o que implia em menos oportunidades de troa de hunks

diferentes entre ospares; (2)troas de hunks estritamentebalaneadasentre ospares

podemdeixarparesomtaxadeupload abaixodamédiadaredesemhunks suientes

para assistirovídeo; (3)relaxarobalaneamento(FlightPath)aindatemefeitosimilar

ao balaneamento estrito, ambas as formas dependem da existênia de hunks de

mútuo interesse entre dois pares, o que oloa pares distantes da fonte de vídeo em

desvantagem dado que seus hunks tendem a perder utilidade mais rapidamente; (4)

a taxade download é limitadapelaproduçãode hunks noservidor de vídeo (taxade

vídeo), oqueimpliaqueparesom taxade upload aimadesselimiarnãopoderãoser

reompensados om taxa de download similar,omo oorre emBitTorrent.

Considerando que o balaneamentona troade dados não é efetivo em sistemas

P2P de vídeo ao vivo, Silverston etal. [2008℄ propuseram um meanismo para

inentivar a ooperação dos pares que não depende apenas da distribuição de dados.

Nesse meanismo, um par impossibilitadode servir hunks aos pareiros india pares

apazes de lhes ofereerem novos hunks. As indiações podem ser feitas a partir dos

mapasdehunksqueumparreebedosseuspareiros,indiandooshunks disponíveis

e faltantes em ada pareiro. Logo, as informações ontidas nesses mapas podem

ser utilizadas para indiar poteniais parerias. Assim, um par menos favoreido na

rede, porexemplo, um par distantedo servidor de vídeo, inentiva osseus pareiros a

ontinuar lhe provendo dados emtroa de informaçãosobre novasparerias.

A proposta de Silverston etal. [2008℄ é interessante porque preserva a

reiproidade entre os pares na rede P2P, omo proposto pelo meanismo TFT, mas

não hágarantiasde melhorianaqualidadede serviço paraos paresmais ooperativos.

Logo, a maioriadaspropostas parainentivaraooperaçãoemsistemasP2Pde vídeo

ao vivo se baseiam em medições diretas da ooperação do par. Isso tipiamente é

feito oletando astaxas de upload e download dos pares. Assim, podem ser apliadas

penalizações para os pares que redistribuem pouos hunks (taxa de upload baixa)

tais omo remoção da rede ou menor prioridade de serviço, ou podem ser providos

benefíios para os pares om volume de upload alto, tais omo onexão direta om o

servidor de vídeo.

ServerGuarantedCap(SGC)éumexemplodemeanismoqueprovêinentivoaos

pares mais ooperativos, proposto por Chatzidrossos etal. [2010℄. Nesse meanismo,

uma fração da apaidade do servidor de vídeo é reservada para manter a qualidade

(29)

que tal meanismo é importante para pares om apaidade de upload limitada, por

exemplo usuários om dispositivos móveis. Uma das premissas desse meanismo

é que um par ooperativo requisita dados ao servidor de vídeo apenas quando

os seus pareiros não podem atendê-lo. Logo, esse meanismo não onsidera a

existênia de pares mentirosos, ouseja, pares que reportamdados falsos para estarem

permanentemente onetados ao servidor de vídeo. Tais pares teriam omo benefíio

uma qualidade de serviço difereniada dos demais pares, por exemplo menor atraso.

A seguir é apresentado um meanismo que provê benefíio semelhante aos pares

ooperativos,porém propõe meiospara veriar aooperação.

O meanismo de inentivo Contrats [Piateket al., 2010℄ utiliza estimativas do

nível de ooperação dos pares para reestruturar a rede sobreposta. Assim, pares

ooperativos são trazidos para perto da fonte do vídeo, reebendo uma qualidade de

serviço melhor, enquanto pares pouo ooperativos am mais distantes da fonte. A

ooperaçãode um par é estimadapelovolumede hunks queelefornee aos pareiros

em um determinadoinstantede tempoe essa estimativaéinrementada por um fator

de ooperação efetiva 3

aso esses pareiros sejam ooperativos. As estimativas de

ooperação do par podem ser aluladas no traker a partir de dados oletados dos

pares periodiamente, ou pelos seus vizinhos a partir de dados espalhadas na rede

pelos próprios pares (ooding). No primeiro modo, o traker reestrutura a rede

determinando novos pareiros aos pares; no segundo, os pares reestruturam a rede

lentamente estimando a ooperação dos vizinhos para seleionar suas parerias. Em

ambos os asos, reibos riptografados são utilizados para veriar as informações

oletadas, i.e. ovolume dehunks forneidopelospares,issolevaaoaumentodousto

omputaionalnosparesounotraker devido aoonstanteproessamentodereibos 4

.

Há outros meanismos que foam em detetar os pares pouo ooperativos

ou free-riders na distribuição de vídeo. Diferentemente de SGC e Contrats, esses

meanismosatuamdemodooerivo;baseando-senapremissadequeimputarpunições

é uma forma eiente para desenorajar baixa ooperação para o sistema. Neste

aso, esses meanismos assumem que muitos pares pouo ooperativos têm reursos

para ontribuir para o sistema, mas deliberadamentenão ontribuem. Azzedin [2010℄

props a deteção de pares pouo ooperativos em sistemas multimídia em geral

através de um meanismo de reputação. Os pares espalham pela rede mensagens de

reomendação dos pareiros ooperativos. Então alguns pares monitores do sistema

3

AooperaçãoefetivaéumamétriaadiionalutilizadapelomeanismoContratsparabeneiar

umparqueforneehunksaparesmuitoooperativos. Essamétriaorrespondeasomadosvolumes

individuaisforneidosaadapareiro,ondeadavolumeéponderadopelaapaidadedeupload desse

pareiro.

(30)

oletam essas mensagens e determinam se um par é free-rider omparando o número

de reomendações reebidas em uma janela de tempo do passado om o presente.

Contudo, as reomendações não são veriadas. Logo free-riders poderiam forneer

reomendações falsasdeles própriosoude seus pareiros para não serem detetados.

Guerraoui etal.[2010℄apresentaramLiFTinG,umprotooloparaidentiarfree

riders e removê-los do sistema P2P de vídeo om veriação das ontribuições. Em

LiFTing, ada par avaliaseus pareiros pormeio de veriaçõesdiretas e ruzadas: o

primeirotipode veriação foanaproporçãode requisiçõesde hunks atendidas pelo

pareiroeosegundotipoveria seopareirofornee aoutrosparesoshunks quelhe

foram forneidos. Opar reporta afalta de ooperaçãodos pareiros aos monitores da

rede quetêmapermissãoparabanirdosistemaosparesqueultrapassamdeterminado

esore de queixas. Embora o propósito de LiFTing seja não sobrearregar o sistema

om esquemas de autentiação, a veriação ruzada eleva o número de mensagens

entre os pares. Por exemplo, uma rede onde ada par fornee hunks a pelo menos

n

pareiros, o usto de mensagens para realizar a veriação ruzada é

O

(

n

2

)

, para

ada par. A onguração ideal desse meanismoseria fazer averiação ruzada para

ada hunk oqueaumentariamuitoataxadedeteção defreeriders. Entretanto,essa

onguração levaa um usto ainda maior.

Dos meanismos de inentivo para sistemas P2P de vídeo ao vivo estudados

aima, apenas três deles tratam o problema de pares maliiosos agindo em onluio

para benear uns aos outros om parerias falsas entre si. São eles os sistema P2P

de vídeo ao vivo FlightPath [Liet al., 2008b℄, os meanismos de inentivo LiFTinG

[Guerraoui et al., 2010℄ e Contrats [Piateket al., 2010℄.

O sistema FlightPath restringe a esolha de pareiros de um par onforme a

estratégia mostrada anteriormente, o que diminui efetivamente as possibilidades de

onluio entre pares maliiosos. O meanismo de inentivo LiFTing [Guerraouiet al.,

2010℄ assume que os sistemas P2P de vídeo tipiamente adotam a polítia de seleção

de parerias aleatórias. Nessa polítiaospares reebemperiodiamentedosistemaum

subonjunto de poteniais pareiros esolhidos de modo aleatório e uniforme. Logo,

esse meanismo analisa o histório de parerias dos pares para detetar parerias

tendeniosas. Assim, os pares que têm os mesmos pareiros om uma determinada

frequênia são suspeitos de onluio.

A desvantagem dos dois meanismos aima é que eles limitam a apliação de

outrasabordagensparaseleçãodepareriasnossistemasP2P.Porexemplo,abordagens

que exploram o potenial para priorizar parerias entres pares no mesmo provedor de

(31)

omo épropostonomeanismo Contrats [Piateket al.,2010℄. As pareriasdentrodo

mesmo ISP ontribuem para diminuiros ustos dos provedores de Internet e também

a distânia na onexão físia entre os pares, o que implia em menor atraso na

omuniação. As parerias entre pares om nível de ooperação similares ontribui

para melhorar a qualidade de serviço prestado aos pares mais ooperativos, servindo

de inentivoà ooperação nos sistemas P2P.

OmeanismoContrats[Piateket al.,2010℄analisaseovolumededownload dos

pares está de aordo à taxa de vídeo do anal. Isso porque os pares maliiosos que

reportam volumes de hunks falsos entre si e assistem o vídeo om hunks providos

por pares honestos, terão taxa de download superior à taxa de vídeo. Dessa forma,

essa abordagem limita a formação de um onluio entre pares maliiososque assistem

ao vídeo e ainda reportam o reebimento de dados falsos entre si para inaionar as

suas taxas de upload. Por outro lado, ela não é totalmente eaz aso seja utilizado

identidades sintétias (sybils) no onluio, ou seja, pares que não assistem ao vídeo

verdadeiramente, mas apenas reportam reebimento de dados falsos para favoreer

alguns pares maliiosos,omo édisutido naSeção 4.4.

Enm, os trabalhos disutidos nesta seção mostram que identiar o nível de

ooperação dos pares é uma tarefa essenial para inentivar a ooperação nas redes

P2Pde vídeo. Contudo,osmétodosexistentesonamapenasemmediçõesdovolume

de hunks troados entre os pares uja veriação pode inorrer em sobrearga para

o sistema, por exemplo, um número exessivo de mensagens entre os pares omo

em LiFTinG [

Guerraoui et al., 2010℄ ou proessamento intensivo de dados omo em

Contrats [Piateketal., 2010℄. Esta dissertação investiganovosaspetos para estimar

e predizer a ooperação dos pares explorando propriedades topológias da rede P2P

sobreposta. Ela investiga também omo essas propriedades podem ser utilizadaspara

veriar a ooperação dos pares om menor usto e também identiar pares agindo

em onluio.

As propriedades topológias de redes vem sendo amplamente exploradas em

diferentestiposdesistemasquefunionamsobreaInternet[Easley& Kleinberg,2010℄,

omoasredessoiaisvirtuais,emails,hyperlinksetambémossistemasP2P,emboraos

trabalhos estudados nesta seção não exploram tais propriedades. As redes modeladas

nessessistemassãoomumentehamadasderedesomplexas pelofatodeseremgrandes

(milhares de vérties e onexões entre eles) e apresentarem propriedades diferentes de

modelosderedesteórios. Apróximaseçãodisuteaspropriedadesderedesomplexas

(32)

2.3 Métrias de Redes Complexas

Segundo Newman[2003℄,apesquisa emredesestá testemunhandoumanovatendênia

nos últimos anos, om seu foo se movendo do estudo de pequenos grafos ou de

propriedades de vérties e arestas espeíos para o estudo baseado na análise

estatístia e em larga esala do grafo omo um todo. Essa mudança está sendo

possível devido, prinipalmente, ao aumento dopoder omputaional, aprimoramento

dosmétodosestatístioseaoresimentodasredesdeinformações,quepermitemobter

e analisar dados em uma esala ada vez maior. No entanto, mesmo om o auxílio

dessasferramentas,aindaéumdesaoresponderquestõesaeradaestruturadeuma

rede quando elapossui milhõesou bilhões de vérties. Nesse ontexto, asmétrias de

redes omplexas assumem um papel importante, pois elas possibilitamaraterizar a

estrutura de diferentes redes, sejamelas de omputadores, soiais ou biológias,a m

de entendero omportamentodos sistemas quesobre elas funionam.

Uma análise importante em redes omplexas é a identiação dos vérties mais

entraisoumaisinuentes narede. Paraisso,métriasde entralidade[Freeman,1979℄

podem ser utilizadas. Essas métrias expressam a importânia relativa de um vértie

na rede e grau, betweenness e proximidade são asprinipais métriasque apturam a

entralidadedessevértie. Essasmétriassãodenidasaseguir,ondearedeémodelada

omo um grafo

G

não direionadoom

N

vérties.

(1) Grau de um vértie

i

é medido pelo número de vérties

j

adjaentes ou

vizinhos no grafo,dado por:

G

(

i

) =

X

j

G,i

6

=

j

a

(

i, j

)

onde

a

(

i, j

) = 1

se os vérties

i

e

j

estão onetados poruma arestae

a

(

i, j

) = 0

aso

ontrário.

(2) Proximidade de um vértie

i

é medida pela distânia relativa desse vértie

para os demais nografo,dado por:

P

(

i

) =

P

N

j

G,i

6

=

j

d

(

i, j

)

onde

d

(

i, j

)

é adistâniageodésiaentre os vérties

i

e

j

,ouseja, onúmerode arestas

entre esses vérties onsiderandoo aminhomais urto.

(3) Betweennness de um vértie

i

é medido da seguinte forma. Para ada par

de vérties

jk

, o número de aminhos mais urtos entre

j

e

k

que passam por

i

,

(33)

representado por

g

jk

. Isso somadosobre todas asombinaçõesde pares de vérties

jk

em

V

.

B

(

i

) =

X

j,k

G,i

6

=

j

6

=

k

g

jk

(

i

)

g

jk

As métriasaima podem ter algumasmodiaçõesdependendo doontexto em

que arede émodelada. Por exemplo,umarede tambémpode ser vistaomoum grafo

omarestasdireionadas,logohaverágraudesaídaeentrada,assimomoproximidade

de saída eentrada e betweenness direionado. Adiionalmente, ograu e obetweenness

podem ser expressos relativos ao número de vérties no grafo. Assim, quando houver

alguma modiação dessas métrias ao longo dessa dissertação, uma nova denição

formal da métria será apresentada. A seguir são desritos alguns trabalhos que

modelaramgrafosa partir de sistemasreais eapliaramalgumasdessas métriaspara

obter informaçõesrelevantes sobre esses sistemas.

Chen etal. [2004℄ analisaram as propriedades topológias do sistema P2P

Gnutella 5

de ompartilhamentode arquivosutilizandoastrês métriasde entralidade

mostradas aima. Os autores reonstruíram a topologia oletando dados de lientes

desse sistemana Internet om busa emlargura por meio de um rastreador (rawler)

próprio. Osautoresobservaram quebetweenness reseproporionalmenteomograu

dovértie. Contudo existemparesombetweenness altoegraubaixo, oquepodelevar

à perda de desempenho ou onetividade na rede aso esses pares deixem o sistema.

Por outro lado, não há uma orrelação forte entre grau e proximidade, indiando que

pares omgraus bastantes diferentes podem teruma proximidadesimilar,ouseja,eles

podem alançar outros pares na rede om a mesma failidade. Os autores também

observaramqueadistribuiçãodograusegueumaleide potêniasimilarmenteaoutras

redes omplexas omo redes soiais, biológiasea Internet[Boalettiet al., 2006℄.

Contudo, Stutzbah etal. [2008℄ realizaram um novo estudo das propriedades

topológiasdoGnutellaeobservaramqueograudosparesnãoseguemumadistribuição

de lei de potênia. Isto porque há um pio em torno do grau 30, indiando que o

liente Gnutella tenta manter 30 vizinhos por par. Os autores ainda armaram que

o uso de oletores lentos levam a dados inonsistentes sobre a topologia de sistemas

P2P, omo foi reportado em trabalhos anteriores. Então, utilizando um rastreador

mais veloz querastreadores de trabalhos anteriores,e.g. [Chen etal., 2004℄,foi obtido

novas informações sobre a estrutura topológia do sistema Gnutella. Por exemplo,

foi observado que pares mais antigos no sistema formam um omponente onetado

entralom um grau de agrupamentoalto, enquanto pares maisnovos formamgrupos

de menor onetividade, mas ligados ao omponente entral. Com essa organização,

(34)

a rede éextremamente resiliente à saída de pares, pois, mesmose 50% dos pares om

maior grau forem removidos da rede, era de 75% dos pares restantes ontinuam

onetados.

Gkorou etal. [2011℄ utilizaram a métria de betweenness para melhorar o

desempenho do meanismo de reputação Barterast, desrito na Seção 2.2.1. Nesse

meanismo ada par mantém loalmenteum grafoonde vérties representam ospares

easarestassãoponderadaspelovolumededadostroadosentreeles. Umparidentia

areputação dos outrosparesalulandoouxo máximo dedados apartirdelepara os

demais pares na rede e vie-versa (algoritmo de uxo máximo). Contudo, os autores

pereberam que as reputações são mais exatas se o par alular o uxo máximo a

partir do vértie om maior betweenness ao invés dele próprio, isso porque valores de

betweenness alto indiam pares om arga de omuniação alta. A diuldade em

implantaressapropostanomeanismoBarterastéqueosgrafosloaisde umpartêm

uma visão parialda rede aopasso que betweenness é uma propriedadeglobal dopar.

Logo, a preisão do método é maior quanto mais ompleta for a visão da rede, então

ele seria mais preiso em um ambiente om uma visão global da rede, ou seja, uma

abordagementralizada, omoproposta nesta dissertação.

Em Onnelaet al. [2007℄ os autores analisaram a rede de omuniação formada

a partir das ligações de telefones elulares de aproximadamente 20% da população

dos Estados Unidos. No grafo onstruído, os vérties orrespondiam aos usuários dos

elulares e uma aresta era inserida entre dois vérties se os usuários orrespondentes

realizaram hamadas reiproamente no período de 18 semanas. Foi observada a

existênia de um únio omponente onetado que inluía era de 84% dos vérties

da rede. Além disso, foram identiadas arestas om um betweenness alto ligando

pequenos omponentes onetados no grafo (omunidades). Os autores observaram

que a remoção dessas arestas ausavam o desapareimento do omponente onetado

gigante, o que india a importâniadessas arestas 6

. Além disso, foi observado que o

grau dos vértiesseguem uma distribuição próximade uma leide potênia,indiando

quemuitosusuáriosseomuniavamom pouosindivíduosaopasso queumaminoria

se omuniavaom dezenas.

Tang et al. [2009℄ estudaram algumas propriedades topológias do sistema

SopCast. Eles realizaram experimentos om omputadores do PlanetLab onetados

a um anal privado do SopCast e reonstruíram a topologia ompleta da rede P2P a

partir de traços da omuniação entre os omputadores. O estudo foou apenas no

grau dos pares, mas foi onsiderado grau de entrada e de saída, ou seja, a quantidade

6

Betweenness dearestaséaluladodamesmaformaquedevérties.

B

(

e

) =

P

j,k

N,j

6

=

k

g

jk

(

e

)

g

jk

,

(35)

de pareiros dos quaisopar reebe epara osquaisopar enviavídeo, respetivamente.

Foi observado que o grau de entrada segue uma distribuição normal om média em

torno de duas parerias e a distribuição do grau de saída segue uma lei de potênia,

o que implia em pouos pares om grau de saída muito alto e uma maioria de

pares om grau de saída baixo. Uma questão deixada em aberto nesse trabalho foi

o tamanhoadequado de uma janela de tempopara estudar a dinamiidadedos pares.

Nos experimentos realizados não foi onsiderado hurn e foram utilizados janelas de

tempo muito urtas (2 segundos). Nessa dissertação realizamos experimentos om o

sistemaSopCastonsiderandohurn eanalisamososefeitosdadinamiidadedospares

em janelas de tempoom tamanhos diferentes, onforme disutido na seção 3.3.

Wu et al. [2008℄ araterizaram as propriedades topológias do sistema P2P

de vídeo ao vivo UUSee om traços da rede oletados nos servidores de log desse

sistema, onseguindo assim reonstruir a topologia inteira da rede. A propriedade

topológia mais explorada foi o grau dos pares. Assim omo [Stutzbah et al., 2008℄,

os autores observaram que a distribuição do grau não segue uma leide potênia, pois

há piosem grausespeíos de aordoom a horado dia. Tambémforamanalisadas

as distribuições do grau de entrada e de saída separadamente. Observou-se que a

distribuição do grau de saída segue aproximadamente uma lei de potênia de dois

segmentos no sistema UUSee, ao passo que a aproximação para uma lei de potênia

om segmento únio foi mais preisa no sistema SopCast [Tang et al., 2009℄. Outra

análise interessante foi aorrelação entre ograu de entrada/saídae as taxasde dados

reebida/enviada. Nãofoiobservada umaorrelaçãoentreograudeentradadovértie

e taxade dadosreebida pelopar porque oprimeirovariasigniativamenteenquanto

o segundo permanee estável emtorno da taxa de vídeo. Por outro lado, observou-se

uma orrelaçãopositiva entre grau de saída e a taxade envio.

Dadaessa orrelação,osautorestambémexploraramabase dedados dosistema

UUSee para predizer a taxa de envio de um par, espeiamente o throughput, em

função do seu grau de saída [Wuet al., 2007℄. Contudo, o uxo de hunks entre os

pares foi analisadoonsiderando a hora do dia e o provedor de Internet (ISP) de um

par. Foram propostos modelos diferentes para ada hora do dia e para ada tupla de

ISP formada pelopar forneedor epar reeptor de hunks. Esses modelos são lineares

om dois parâmetros,interepção einlinaçãodareta, estimadosom regressão linear.

A intenção dos autores é que os modelos sejam utilizadosporum par para seleionar

pareiros baseado napredição dothroughput. Porém, mesmo onsiderandopadrões de

tráfego entre ISPs ehoráriosdodia, asprediçõesde throughput pelos modelos lineares

(36)

ranking depares,masbusapreverumaestimativadoníveldeooperaçãomaispreisa,

que pode ser utilizada para produzir um ranking também.

Oliveira et al. [2010℄ exploraram propriedades topológias do sistema SopCast

para araterizar super pares na rede P2P. Eles orrelaionaram as métrias de

entralidade grau, proximidade e betweenness om ataxa de upload dos pares. Assim

omo emTang et al. [2009℄, osautores analisarama topologia ompleta da rede P2P,

obtidaapartirdeexperimentosomomputadoresdoPlanetlabeumanalprivadodo

SopCast. Foi observada uma orrelaçãopositivaaltaentre asmétriasde entralidade

e a taxade upload, om oeiente de orrelação de Pearson emera de 0,85 para as

3 métrias de entralidade. As orrelações foram aluladas entre o índie ordenado

(ranking)das duas medidassendo orrelaionadas.

Otrabalhodesenvolvidonestadissertaçãoiniiouanalisandoaorrelaçãoentre as

métriasdeentralidadeeoníveldeooperaçãodospares,estimadopelataxadeupload

pordownload de dados. Masdiferentedotrabalhode Oliveira et al.[2010℄,ofoonão

foidireionadoapenasparaoranking,mastambémparaorelaionamentodasmedidas

diretas dessas métrias. Isso permitiu inferir relações interessantes que levaram para

o projeto de um modelo de predição do nível de ooperação. Similarmente, o modelo

propostoporWu etal.[2007℄tambémfoaemranking dospares,poiseleéummodelo

linear simples e a sua onstrução é baseada em dados sobre os pares sumarizados ao

longo de dias diferentes. O modelo proposto nesta dissertação, ao ontrário, é não

linear e busa predizer o nível de ooperação de um par em valores absolutos om a

maior preisão possível. Para isso, ele é onstruído dinamiamente em intervalos de

tempos suientes para apturar as onstantes mudanças da rede P2P. O apítulo 4,

(37)

Análise da Cooperação no SOPCast

Neste apítuloserádadaumavisãogeraldaarquiteturaedofunionamentodosistema

SopCast, que é a apliaçãoP2P de vídeo ao vivo utilizada omo base de dados dessa

dissertação. Em seguida será mostrada a metodologia apliada para oletar dados

dessa apliação em uma transmissão de vídeo ao vivo om pares se omportando de

modosemelhantea partiipantes reais de um anal transmitindo um evento. Por m,

é apresentada uma análise donívelde ooperaçãodos pares nesses dadosoletados.

3.1 O Sistema SopCast

SopCast é um sistema P2P de distribuição de vídeo ao vivo que é muito popular

na Internet. Segundo as medições do serviço Google Trends 1

, o volume de busas

por esse sistema nos últimos doze meses (07/2011 a 06/2012)é superior ao de outros

sistemas P2P populares omo PPLive e UUSee. O sistema SopCast mantém vários

anais públios, ujoaesso é irrestrito,mas tambémpermite que serie um anal ao

vivoprivadoquetransmitaonteúdoparaum onjuntorestritodelientes. Cadaanal

transmite onteúdo aovivoatravésde sua própria rede P2Psobreposta, independente

de quaisquer outros anaismantidos pela apliação.

O sistema SopCast usa arquitetura mesh-pull [Hei etal., 2008℄, logo a rede

sobreposta de ada anal é baseada em malha om pedido explíito de dados. Nessa

arquitetura, um servidor, que gera o onteúdo ao vivo, divide a mídia em pedaços,

hamados hunks, e os distribui na rede P2P para posterior exibição. Para reeber

o onteúdo ao vivo, um par faz um pedido explíito de todos os hunks de mídia

neessários aos seus pareiros, isto é, aos seus vizinhos na rede sobreposta. Os

pares usam o protoolo UDP (User Datagram Protool) para realizar todo tipo de

1

(38)

omuniação no sistema SopCast. Essa omuniação ompreende paotes de ontrole

e paotesde dados. Ospaotes de ontrole orrespondemàsmensagens de sinalização

entre ospares de aordoa arquitetura mesh-pull e ospaotesde dadossão mensagens

transmitindo hunks.

Visto que o foo desta dissertação é na ooperação estimada pelos paotes

de dados, é neessário identiar esse tipo de mensagem na omuniação entre os

pares. Contudo, o sistema SopCast é um protoolo proprietário e a identiação de

paotes de dados não é trivial. A forma omumente utilizada para identiar esses

paotes épeloseu tamanhoe ospadrõesorrespondentes de entrega [Hei et al., 2007℄.

Nesse propósito,a omuniação entre os pares nosistema SopCast foi analisadanesta

dissertação. A base para essa análise foram os trabalhos de Sentinelli etal. [2007℄ e

Tang etal.[2009℄queinvestigaramofunionamentodesseprotoolo. Foramutilizados

também traços de tráfego de redes em uma transmissão de vídeo ao vivo, obtidos

de alguns omputadores onetados a um anal popular do SopCast. Assim, para

identiarospaotesdedadosfoiestudadodetalhadamenteomoosparesestabeleem

parerias eretransmitem osdados, omo édesrito aseguir.

Quando um par ingressanosistema, elereebeuma listade pares ativosnarede

(subonjuntode todosos pares)do traker einiia imediatamentea troar paotesde

ontrole om esses pares para estabeleer parerias. Dado um onjunto de pareiros,

um par faz pedidos explíitos de hunks a alguns deles. Após reeber o pedido, o

pareiro entregauma série de paotes de dados para opar requisitante. Noaso desse

parneessitardemaishunksumnovopedidodeveserfeito,poronseguinte,umanova

sériedepaotesdedadosentregue. DeaordoasestimativasdeTang etal.[2009℄,ada

hunk noSopCasttemumtamanhode10KBytes. Então,opareiroatendeumpedido

segmentando os hunks requisitados em paotes om tamanhos menores, seguindo os

prinípiosdefragmentaçãodoprotooloIP.Otamanhomáximode umpaotededado

estabeleido noSopCast é 1362 bytes. Logo, a entrega de hunks é realizadaporuma

sequênia de paotes de dados om tamanho máximo e é nalizada tipiamente por

um paotemenor portando fragmentosde hunks.

A Figura 3.1 mostra histogramas do tamanho de paotes troados por três

omputadores que partiiparam de uma transmissão de vídeo ao vivo no sistema

SopCast por uma hora. Eles são representativos dado que foram omputados

histogramas para outros 284 omputadores e os resultados foram similares. O eixo

x

representa otamanhodos paotesagrupadosemlasses omintervalosde50bytese

oeixo

y

representaaporentagemde paotesde umalasseespeíaqueopar enviou

Imagem

Figura 2.1: Arquitetura P2P baseada em árvore
Figura 2.2: Arquitetura P2P baseada em múltiplas árvore 
om dois subuxos
Figura 3.1: Histogramas do tamanho de pa
otes re
ebidos e enviados por três
Figura 3.2: NC medido em um determinado par 
om janelas de tempo W igual a 2 e
+7

Referências

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