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Gestão ambiental na indústria do petróleo : fatores associados ao comportamento pró-ambiental de empregados de uma empresa brasileira de óleo e gás

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DE EMPREGADOS DE UMA

EMPRESA BRASILEIRA DE ÓLEO E GÁS por

MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO, 1987

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

SETEMBRO, 2006

© 2006 MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÙNIOR TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O autor, aqui designado, concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.

Assinatura do Autor: _______________________________________________

APROVADO POR:

________________________________________________________________ Sérgio Marques Júnior, Dr. - Orientador, Presidente

________________________________________________________________ Nominando Andrade de Oliveira, Dr. – Membro Examinador

________________________________________________________________ Patrícia Guimarães, Dra. - Membro Examinador Externo

MEMBRO DA SOCIEDADE:

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Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Oliveira Júnior, Mário Marcelino de.

Gestão ambiental na indústria do petróleo : fatores associados ao comportamento pró-ambiental de empregados de uma empresa brasileira de óleo e gás / Mário Marcelino de Oliveira Júnior. - Natal, RN, 2006.

84 f. : il.

Orientador : Sérgio Marques Júnior.

Dissertação (Mestre) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-graduação em Engenharia da Produção.

1 Comportamento organizacional – Dissertação. 2

Comportamento pró-ambiental – Dissertação. 3. Meio

ambiente – Dissertação. 4. Gestão ambiental –

Dissertação.5. Estratégia ambiental – Dissertação.6.

Engenharia de produção – Dissertação. I. Marques Júnior, Sérgio.. II. Título.

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CURRICULUM VITAE

Mário Marcelino de Oliveira Júnior é Bacharel em Ciências Administrativas pela Associação Potiguar de Educação e Cultura – APEC, tem especialização em: Segurança Pública, Administração Geral e Docência no Ensino Superior.

Atualmente desempenha as funções de Secretário do Jurídico/RN Regional do Rio Grande do Norte na PETROBRAS/UN-RNCE.

Outras Atuações Profissionais:

- Professor da Academia de Polícia Militar do Rio Grande do Norte

- Professor do Centro de Estudos Superiores da Polícia Militar do Rio Grande do Norte

- Professor Orientador de Monografia do Curso Superior de Polícia e Aperfeiçoamento de Oficiais - PM/RN.

- Professor Membro de Banca Examinadora do Centro de Estudos Superiores da PM/RN - Professor do Curso de Formação de Soldado do Corpo de Bombeiros Militar do RN - Ex-Professor da Faculdade de Natal - FAL

- Ex-Professor da Faculdade de Ciências Empresariais e Estudos Costeiros de Natal – FACEN - Ex-Professor da Faculdade Unificada para o Ensino das Ciências – UNIPEC

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AGRADECIMENTOS

A Deus, o grande arquiteto do universo.

Aos meus pais (Mario Marcelino de Oliveira – In Memorian – e Áurea Fernandes de

Oliveira) por terem me ofertado a oportunidade de viver.

À minha avó Laura (In Memorian), uma das mulheres mais sábias que conheci.

A meus irmãos Edene e Márcio, pela admiração que sempre sentiram por mim, a

qual me fez ir a busca de mais esta vitória.

Ao Professor Orientador Dr. Sérgio Marques Júnior, pela sabedoria e exemplo de

vida, aliada a simplicidade, seriedade e competência. Obrigado Professor, muito obrigado!

Ao Gerente Geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande

do Norte e Ceará - UN-RNCE, Engenheiro Fernando Ricardo Afonso de Oliveira Lima, por

ter franqueado a minha liberação e o espaço daquela instituição para que esta pesquisa se

realizasse de maneira satisfatória.

Ao Gerente do Jurídico Regional do Rio Grande do Norte – Jurídico/RN, Advogado

Ulpiano Moura Soares de Souza, por ter contribuído com sua paciência e apoio para que meu

trabalho chegasse ao final.

Amiga e colega de trabalho Margareth Costa Andrade, pela sua presteza e atenção à

minha pessoa, pela cessão de material bibliográfico altamente adequado para a construção

deste trabalho. O meu muito obrigado.

Ao Diretor Presidente da Associação Norte-Rio-Grandense de Educação Cultura

(ANEC), Carlos Vasconcelos de Paula, por ter aberto as portas da Faculdade de Natal (FAL),

(5)

Ao meu amigo e Professor MSc. Paulo Sérgio Lopes de Araújo pelo incentivo e

força na hora em que precisei decidir por este Curso, sem você não seria possível estar aqui

hoje.

Ao Grupo das Super-poderosas (Ana Patrícia, Adriana Cavalcante, Glenda, Michele

e Ana Virgínia), pelo convívio harmonioso nas horas difíceis que passamos durante o curso.

Aos meus primos Hildérica e Cícero Holanda, por terem colaborado com sua atenção

e muito carinho para que os obstáculos deste trabalho não fossem empecilho para o meu

sonho.

Aos amigos Ally Delânia, Gláucia Lima e João Rocha, por terem compartilhado das

dificuldades dessa realização e se mostrarem solidários com o esforço despendido para

concluí-la.

A Cleide, secretaria do Programa de Engenharia de Produção (PEP), pela alegria que

sempre nos recebia, e pelo atendimento nota dez.

Enfim, a todos que contribuíram — direta ou indiretamente — para que todos os

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Resumo da Dissertação apresentada a UFRN como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.

GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO: FATORES ASSOCIADOS AO COMPORTAMENTO PRÓ-AMBIENTAL DE EMPREGADOS DE UMA EMPRESA BRASILEIRA DE ÓLEO E GÁS

MÁRIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR

Setembro / 2006

Orientador: Sérgio Marques Júnior, Dr.

Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção

RESUMO

Este trabalho desenvolve um estudo sobre o comportamento pró-ambiental de uma empresa brasileira do setor de óleo e gás, enfatizando a Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRAS em sua Unidade de Negócios de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará – UN-RNCE. O desenvolvimento do trabalho adotou a metodologia da pesquisa bibliográfica associada à pesquisa exploratória descritiva, com o propósito de identificar aspectos relacionados ao conhecimento e à conduta dos empregados da empresa analisada, mediante aplicação da técnica de entrevista com instrumento de coleta de dados com perguntas fechadas do tipo variável com respostas graduadas de 0 a 10. Os resultados permitiram conhecer o grau de conhecimento dos empregados da empresa acerca de aspectos relacionados com a gestão ambiental, além de levar à identificação do grau de envolvimento dos empregados na política de gestão ambiental que a empresa já implementou no setor operacional. Os resultados ainda levaram à constatação do comportamento pró-ambiental dos entrevistados depende de uma atuação mais consistente, não só no interior da empresa, como também no ambiente externo, onde os resultados dessa atuação são mais bem percebidos pela sociedade. Conclui-se que a empresa tem uma política de gestão ambiental de relevância, apenas realçando que os empregados estão recebendo treinamento sobre a sua conduta e assimilando os efeitos de forma satisfatória.

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Thesis presented to UFRN as part of the necessary requirements to graduate as Master of Productionn in Engineering Science.

ENVIRONMENT MANAGMENT IN THE PETROLEUM INDUSTRY: FACTORS ASSOCIATED TO THE PRO-ENVIRONMENT BEHAVIOR OF BRAZILIAN OIL AND GAS ENTERPRISE

MARIO MARCELINO DE OLIVEIRA JÚNIOR

September / 2006

Adviser: Sergio Marques Júnior, Dr.

Course: Master’s Degree in Production Engineering Science

ABSTRACT

This survey develops a study about the pro-environment behavior of a brazilian company of oil and gas sector, emphazing the Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRAS in its Unit of Business of Exploration and Production in the State of Rio Grande do Norte and Ceará − UN-RNCE. The work’s development adopt the bibliographic research methodology with the descriptive exploratory analisys, with the purpouse of identifying related points with the knowledge and the analysed enterprise’s staff conduct, by the aplication of the interview with a instrument of data colecting with closed variable questions from answers that varies from o to 10.The answers allowed us to know the employees knowledge about the related aspects of environmental responsability, knowing also the involvement of the employees with the politics of environmental managment that has been implemented in the operating area of the company. The research led us to an important verification of the pro-environmental behavior of the people interviewed. The results depends of a wise acting, not only inside the company, but also outside, where the results of this acting will be more perceived for the society. Finally, we conclude that the company has a politics of management with a great importance, emphasinzing that the employees are been in constant training about their behavior resulting in satisfaction.

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SUMÁRIO

Capítulo 1 Introdução ... 1

1.1 Contextualização ... 1

1.2 objetivo ... 4

1.3 Relevância ... 4

1.4 Organização da Dissertação ... 4

Capítulo 2 Referencial Teórico ... 6

2.1 Evolução da Indústria Mundial do Petróleo ... 6

2.2 Fundamentos, Princípios e Finalidades do Ambientalismo Empresarial ... 10

2.2.1 A evolução do “Ambientalismo Empresarial”... 10

2.2.2 Os fatores direcionadores das estratégias ambientais ... 14

2.3 Conceitos de Clima Organizacional ... 21

2.3.1 Clima Organizacional e Comportamento Humano ... 23

2.3.1.1 As Experiências de Hawthorne ... 24

2.3.1.2 Hierarquia das Necessidaddes de Maslow ... 25

2.3.2 Pesquisas sobre Clima Organizacional ... 26

2.3.2.1 Fatores que Influenciam o Clima Organizacional ... 28

2.3.2.2 Dimensões de Clima Organizacional ... 29

2.3.2.3 Instrumentos para Diagnóstico do Clima Organizacional ... 30

2.3.2.4 Diagnóstico de Clima Organizacional ... 31

Capítulo 3 Metodologia da Pesquisa de Campo ... 33

3.1 Local de Estudo ... 33

3.2 Variáveis do Estudo ... 34

3.3 Amostra ... 36

3.4 Instrumento de Coleta de Dados ... 36

(10)

3.6 Processamento dos Dados ... 37

Capítulo 4 Resultados e Discussão ... 39

4.1 Dados do Perfil dos Entrevistados ... 39

4.1.1 Sexo dos Entrevistados ... 39

4.1.2 Estado Civil dos Entrevistados ... 40

4.1.3 Número de Filhos dos Entrevistados ... 41

4.1.4 Nível de Escolaridade dos Entrevistados ... 42

4.1.5 Renda Familiar dos Entrevistados ... 43

4.1.6 Representatividade das Gerências da Petrobras ... 44

4.1.7 Tipo de Vínculo Empregatício do Entrevistado na UN-RNCE ... 45

4.1.8 Proporção de Cargos dos Entrevistados ... 46

4.1.9 Tempo de Trabalho na Empresa ... 47

4.2 Percepção dos entrevistados Acerca da Competitividade e Estratégia Ambiental ... 48

4.2.1 Nível de Competitividade Mundial ... 48

4.2.2 Importância da Questão Ambiental no Segmento Industrial ... 49

4.2.3 Concorrência Oligopolista ... 50

4.2.4 Importância da Divulgação de Ações de Conformidade Ambiental ... 51

4.2.5 Conhecimento das Questões Ambientais ... 52

4.2.6 Conhecimento Sobre o Protocolo de Kyoto ... 53

4.2.7 Conhecimento sobre Créditos de Carbono ... 54

4.2.8 Conhecimento sobre ISO 14001 ... 55

4.3 Conhecimento das Ferramentas de Conformidade Ambiental ... 56

4.3.1 Conhecimento Relativo às Ferramentas de Conformidade Ambiental ... 56

4.4 Comportamento relacionado a Questões Ambientais ... 57

4.4.1 Participação do Programa de Gestão Ambiental da Empresa ... 57

4.4.2 Realização de Coleta Seletiva Residencial ... 58

(11)

4.4.4 Participação de Reuniões em Alguma Associação/ONG ... 60

4.4.5 Participação de Reuniões em Grupos Religiosos ... 61

4.5 Análise de Regressão Múltipla ... 62

4.5.1 Análise de regressão múltipla entre a variável CONHEC e demais variáveis independentes ... 62

4.5.2 Análise de regressão múltipla entre a variável FPGA e demais variáveis independentes ... 64

Capítulo 5 Conclusões e Recomendações ... 68

5.1 Conclusões da Pesquisa de Campo ... 68

5.2 Recomendações ... 70

REFERÊNCIAS ... 71

APÊNDICES ... 75

Apêndice A – Área de Estudo: A PETROBRAS ... 76

Apêndice B - Formulário de Pesquisa ... 79

Apêndice C – Figuras ... 84

(12)

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Pirâmide representando a hierarquia das necessidades de Maslow...25

Figura 4.1 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao sexo ...39

Figura 4.2 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao estado civil ...40

Figura 4.3 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao número de filhos ...41

Figura 4.4 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto nível de escolaridade ...42

Figura 4.5 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à renda ...43

Figura 4.6 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à representatividade dos Recursos Humanos de cada gerência ...44

Figura 4.7 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao tipo de vínculo empregatício dos seus Recursos Humanos ...45

Figura 4.8 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à proporção de cargos desempenhados no staff da Gerência Geral da UN-RNCE ...46

Figura 4.9 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao tempo de trabalho na Petrobras ... 47

Figura 4.10 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da competitividade para enfrentar as empresas do segmento de óleo e gás ...48

Figura 4.11 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à opinião acerca da importância da questão ambiental e segmento industrial ...49

Figura 4.12 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à concorrência oligopolista influir negativamente para o trato de questões de natureza ambiental ...50

Figura 4.13 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à importância da divulgação de conformidade ambiental ...51

Figura 4.14 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de questões ambientais ...52

(13)

Figura 4.16 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre

créditos de carbono ...54

Figura 4.17 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento sobre ISO

14001 ...55

Figura 4.18 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao conhecimento de

ferramentas de conformidade ambiental ...56

Figura 4.19 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação no Programa

de Gestão Ambiental da Petrobras ...57

Figura 4.20 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à realização de coleta seletiva

residencial ...58

Figura 4.21 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões na

comunidade/condomínio/bairro para tratar de problemas sociais ...59

Figura 4.22 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em

associações/ONG ...60

Figura 4.23 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto à participação de reuniões em

(14)

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 – Variáveis do Questionário Aplicado ...34

Tabela 4.1 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre CONHEC e demais

variáveis ...62

Tabela 4.2 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis

independentes e a variável dependente CONHEC (nível declarado pelo

empregado sobre seu conhecimento das questões ambientais no segmento de

óleo e gás) ...63

Tabela 4.3 – Análise de regressão entre CONHEC e variáveis independentes: Variáveis que se

revelaram significativas ao modelo e parâmetros de regressão ...63

Tabela 4.4 – Variáveis utilizadas na análise de regressão múltipla entre FPGA e demais

variáveis ...65

Tabela 4.5 – Análise de Variância (ANOVA) para o teste de significância entre as variáveis

independentes e a variável dependente FPGA (freqüência declarada pelo

entrevistado com que participa do programa de gestão ambiental da empresa) ...66

Tabela 4.6 – Análise de regressão entre FPGA e variáveis independentes: Variáveis que se

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Capítulo 1

Introdução

1.1 Contextualização

É possível inferir que as dimensões econômicas e mercadológicas das questões ambientais são cada vez mais relevantes. Questões relativas ao meio ambiente têm representado custos e/ou benefícios, limitações e/ou potencialidades, ameaças e/ou oportunidades para as organizações em geral, com ênfase para as indústrias que utilizam os insumos de origem natural. Uma breve análise nos periódicos recentes (jornais e revistas, por exemplo), destinados ao público empresarial e financeiro, é suficiente para comprovar que os vínculos das empresas e dos mercados com as questões ambientais são maiores, mais explícitos e mais positivos na atualidade do que em tempos anteriores.

Nestes últimos trinta anos, desde a Conferência de Estocolmo de 1972, a qual foi responsável inserir a preocupação ambiental de forma prioritária e definitiva na agenda internacional, os problemas ambientais mudaram de significado e importância, e estão cada vez mais presentes nos diferentes elementos que influem nas decisões empresariais.

No que se refere à importância, é nítida a crescente incorporação das preocupações com o comportamento pró-ambiental em todas as grandes questões estratégicas da sociedade contemporânea, algo que não ocorria há algumas décadas. Por outro lado, estas preocupações têm deixado de ser tratadas apenas como uma “agenda negativa”1, mesmo nos meios empresariais. Com o passar dos anos, sobretudo a partir da década de 80 do Século XX, o surgimento de novos conceitos, como o Desenvolvimento Sustentável e o Eco-desenvolvimento no campo das teorias de desenvolvimento, e a Produção Mais Limpa e o Gerenciamento Ambiental da Qualidade Total (TQEM) no campo empresarial, foi ressaltando os vínculos positivos possíveis entre preservação ambiental, atividade empresarial e crescimento econômico.

Assim, a questão do comportamento pró-ambiental crescentemente incorporada

1

(16)

aos mercados e às estruturas sociais e regulatórias da economia passaram a ser um elemento cada vez mais considerado nas estratégias de crescimento das empresas, seja por gerar ameaças como também oportunidades empresariais.

Acompanhando estas mudanças de significado e importância passou-se a observar uma mudança de postura das empresas em relação às questões ambientais. Segundo Schmidheiny (1992), as empresas têm abandonado a postura de limitar a poluição e purificar os resíduos apenas para cumprir com as regulamentações governamentais, e adotada uma atitude de evitar a poluição e os resíduos no interesse tanto da coletividade associada quanto na busca de maior eficiência e competitividade.

Várias são as pressões que têm atuado sobre as empresas no sentido de induzi-las ou condicioná-induzi-las a promover mudanças nas suas condutas de comportamento pró-ambiental. Essas pressões provêm basicamente de quatro fontes: 1) das regulamentações ambientais, que têm se desenvolvido em número, especificidade, abrangência e rigor; 2) da sociedade civil organizada, principalmente através dos movimentos ambientalistas, que têm se multiplicado com o aumento do número dos seus integrantes e têm se especializado e profissionalizado, tornando as suas ações cada vez mais eficazes; 3) dos mercados de produtos, que têm apresentado uma crescente tendência dos consumidores em valorizar atributos ambientais de empresas e produtos, o que é também reforçado por um aumento na concorrência interna e externa derivada da abertura internacional dos mercados; 4) e das fontes de recursos naturais, sobretudo água e energia, que têm dado sinais de que podem tornar-se limitantes para o desempenho e crescimento futuro das empresas (KINLAW, 1997; SCHMIDHEINY, 1992; HOFFMANN, 2001).

Todas estas contingências têm implicado no aumento dos custos e riscos por danos ambientais (taxas, multas e mesmo penalidades criminais), no aumento da exposição pública de empresas que degradam o meio ambiente, e no incremento dos custos e riscos derivados da ineficiência no uso dos recursos naturais. Por outro lado, o aumento na concorrência e a necessidade de atendimento às demandas de consumidores cada vez mais exigentes em qualidade trazem a necessidade de reduzir custos e diferenciar produtos, marcas e empresas, o que também tem induzido à consideração das questões ambientais nas práticas competitivas.

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âmbito comportamental das estratégias organizacionais, partindo-se de um passado em que eram consideradas apenas para fins de conformação com as regulamentações, para um presente em que passam a desenvolver complexas relações com as mais diferentes funções administrativas das empresas (HOFFMAN, 2000).

Mesmo com este diagnóstico geral, não se tem ainda elementos teóricos e empíricos suficientes para se inferir sobre algumas das perguntas atuais mais relevantes acerca das questões ambientais, seja para quem se preocupa com o futuro do meio ambiente, seja para quem está envolvido em desenvolver os negócios. Ambientalistas, por exemplo, certamente perguntam-se para onde tem se dirigido as estratégias ambientais empresariais e o quanto se pode esperar das próprias empresas como contribuição ao esforço pela proteção ao meio ambiente. Ou ainda, como se pode influir no comportamento das empresas em relação ao meio ambiente. Por outro lado, empresários e administradores devem se perguntar sobre quais fatores considerar nas decisões ambientais empresariais. Ou como evitar ameaças à empresa provindas de pressões ambientais, e como transformar tais ameaças em oportunidades empresariais, ou ainda como desenvolver uma estratégia ambiental consistente com o ambiente da empresa.

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1.2 Objetivo

Investigar os fatores associados ao comportamento pró-ambiental seus empregados, do seu quadro de recursos humanos próprios e contratados, com ênfase na política de gestão ambiental.

1.3 Relevância

Do ponto de vista acadêmico, este trabalho norteia-se pela promoção de uma educação integral do homem por meio do cultivo do saber em todas as áreas do conhecimento, nas diferentes formas e modalidades, como meio de busca permanente para influenciar o comportamento pró-ambiental de estudiosos da área.

Do ponto de vista prático, este estudo visa contribuir para PETROBRAS/UN-RNCE com a pesquisa que enfocou o comportamento pró-ambiental de empregados. A relação entre as características e necessidades da empresa e a proposta de melhorar sua performance, tanto de fatores de produtos em busca de causas e descobertas que enfoquem a melhoria da qualidade da gestão ambiental.

1.4 Organização da Dissertação

Seguindo a metodologia adotada para o presente estudo, esta dissertação está organizada em cinco capítulos: o capítulo 1 – Introdução; o capítulo 2 – Referencial Teórico; o capítulo 3 – Metodologia da Pesquisa de Campo; o capítulo 4 – Resultados e Discussão; e, finalizando, capítulo 5 – Conclusões e Recomendações.

No primeiro capítulo é apresentada a estrutura do trabalho e aspectos relacionados com a contextualização, justificativa, objetivos e relevância do estudo.

O segundo capítulo, cujo título é Referencial Teórico, traz um conjunto de informações que estabelecem a fundamentação teórica do estudo e que permitem alcançar a identificação dos fatores organizacionais que envolvem a atuação pró-ambiental.

(19)

idealização até a sua conclusão e estabelecimento de recomendações.

O quarto capítulo apresenta os resultados e a discussão no qual são analisados os resultados estatísticos realizados, desenvolve uma discussão dos dados e fundamenta a pesquisa de campo.

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Capitulo 2

Referencial Teórico

2.1 Evolução da Indústria Mundial do Petróleo

A Indústria Mundial do Petróleo teve início com Edwin L. Drake, que perfurou o primeiro poço, em Titusville, Estados Unidos, no ano de 1859. Entre 1860 e 1870 houve uma corrida ao petróleo, com grande número de pequenos produtores explorando o mais rápido e na maior quantidade possível. Essa concorrência anárquica provocou uma enorme flutuação da produção e nos preços e nenhuma sustentação ao negócio petroleiro (ALVEAL, 2003). O mesmo autor lembra que em 1870, inicia-se a segunda fase da indústria petrolífera, que foi marcada pelos avanços tecnológicos e pela ascensão da Standard Oil Company. Essa foi a primeira companhia a obter êxito na redução de custos, com melhoria de produtividade e de qualidade dos derivados. Com isso, passou a dominar o mercado, fundando o maior monopólio da economia americana no final do século XIX, e expandiu-se para o mercado internacional.

No entanto, em 1911, a Suprema Corte Federal dos Estados Unidos acabou por determinar a divisão da grande empresa, em 33 novas empresas. Dessas, algumas viriam a transformar-se em grandes empresas multinacionais: a Standard Oil of New Jersey, atualmente Exxon; a Standard Oil of New York, hoje Mobil Oil; e a Standard Oil of California, agora Chevron (ALVEAL, 2003, p. 3). O autor afirma, ainda, que além dessas, duas outras empresas nascidas das descobertas de petróleo, no Texas, também tornar-se-iam grandes sociedades da Indústria Mundial do Petróleo, a Texaco e a Golf Oill.

Na Europa, a indústria do petróleo surgiu de maneira menos explosiva do que a americana devido a grande competição do carvão, alcatrão, turfa e linhita. Mesmo assim, o desenvolvimento da indústria européia foi semelhante a da indústria americana: houve concentração em torno de duas grandes empresas, hoje denominadas de Royal Dutch Shell e

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A partir da Primeira Guerra Mundial, onde o petróleo e o motor de combustão ganharam fundamental importância no cenário internacional, iniciou-se a terceira fase da Indústria Mundial do Petróleo. Essa fase foi marcada pelas disputas para tomar posse das jazidas de petróleo do Oriente Médio, Ásia e América Latina por parte dos governos e das grandes corporações da Europa e dos Estados Unidos. Seguindo a análise do estudo deste autor, é possível verificar que no início do século XX, começava a competição entre o grupo Shell e a Stardand Oil of New Jersey, a maior e mais forte empresa remanescente da Standard Oil Company. A tecnologia européia acabou prevalecendo e, em 1918, o grupo europeu controlava 75% da produção petroleira mundial, fora do mercado americano (ALVEAL, 2003).

Nesse contexto, o governo americano se esforçou para manter uma política de portas abertas para as companhias norte-americanas de petróleo no exterior, o que aumentou ainda mais a rivalidade europeu-americana. Já nesta época as sete grandes empresas petrolíferas internacionais (cinco grandes empresas americanas e duas européias) disputavam acirradamente novas e melhores jazidas. Estas empresas viriam a serem conhecidas como as sete irmãs ou majors. Segundo Siqueira (1999), majors é a composição das maiores empresas de petróleo do mundo, entre as quais estão: Shell, Texaco, Enterprise, BFZ, BP, EXXON e

ELF.

Somente em 1928, com o Acordo de Achanacarry2 o período de alta competição oligopólica se encerrou. Esse período teve efeitos negativos para as empresas, que apresentaram uma redução no crescimento e nos lucros devido à excessiva competição, e só com a realização de acordos seria possível racionalizar a indústria (ALVEAL, 2003).

Com o estabelecimento de acordos posteriores de controle das condições de novos entrantes na indústria e de fixação de preços e quotas de produção, as sete irmãs iniciaram a fase mais duradoura de expansão relativamente estável na Industria Mundial do Petróleo – IMP. O sistema regulador do cartel fortaleceu a posição das majors no cenário internacional, permitindo a penetração e a dominação de vários mercados estrangeiros. Os acordos negociados com os países detentores das melhores jazidas eram sempre favoráveis as majors, já que essas empresas negociavam em conjunto enquanto os governos atuavam isoladamente. Em 1950, as sete irmãs controlavam 65% das reservas mundiais, mais de 50% da produção de

2

(22)

óleo bruto e detinham a propriedade de 70% da capacidade de refino e de cerca de dois terços da frota mundial de petroleiros, além dos mais importantes oleodutos (PENROSE, 1968).

Durante os anos seguintes a Segunda Guerra Mundial, tornou-se mais claro o caráter estratégico da indústria petrolífera, juntamente com a indignação dos países detentores de grandes jazidas. Muitos deles começaram a usar a força de seus estados para contrabalançar o poder de monopólio das majors e possibilitar o desenvolvimento da indústria petrolífera. As soluções encontradas por esses países foram: a intervenção direta dos governos, centrando-se no desenvolvimento de empresas estatais de petróleo e/ou a intervenção indireta, através da renegociação do sistema de concessões. Essa última alternativa deu origem, em 1960, à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que objetivava justamente enfraquecer as companhias petrolíferas internacionais e fixar as normas gerais da política petrolífera dos países membros. A partir dos anos 60, o reinado das sete irmãs começa a se debilitar. Além dos fatores supracitados, o surgimento de novos produtores, o retorno do petróleo russo ao mercado europeu e a entrada de companhias independentes norte-americanas e companhias européias estatais na indústria contribuíram para minar o poder de cartel das majors (ALVEAL, 2003).

A renegociação dos sistemas de concessões e o surgimento progressivo de empresas estatais nos países exportadores de petróleo reunidas na OPEP foram os grandes responsáveis pela mutação da IMP. As reservas e a produção mundial passaram a ser concentrada pelas empresas dos países da organização, consolidando a estrutura industrial dos monopólios petrolíferos estatais e estabelecendo barreiras institucionais à entrada das companhias internacionais na exploração e na produção. Esse contexto conferiu à OPEP um significativo poder de mercado até o fim da década de 70 do Século XX, permitindo aos países produtores estabelecer os preços internacionais de referência do petróleo. Em 1973, a OPEP, em represália ao apoio dos Estados Unidos e da Europa Ocidental à ocupação de territórios palestinos por Israel, decide estabelecer cotas de produção e quadruplicar o preço do petróleo (ALVEAL, 2003).

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que era o segundo maior exportador da OPEP, fica praticamente fora do mercado. O preço do barril do petróleo, então, atinge níveis recordes e a recessão econômica mundial do início da década de 80 do Século XX é agravada (ALVEAL, 2003).

No entanto, o alto preço do barril melhorou ainda mais a situação financeira das estatais dos países detentores de hidrocarbonetos e de todas as empresas produtoras da indústria. A situação das sete irmãs mantinha-se confortável, mesmo com o aumento da dificuldade de acesso às melhores jazidas. O alto preço do petróleo permitia que os vários atores desta indústria obtivessem rendas consideráveis. Após os choques da década de 70 do Século XX, o cenário de preços em alta promoveu, por um lado, uma nova fase de abertura da indústria com o ingresso de novos produtores e o aumento da competição. E por outro lado, o mercado internacional de energia começou a se reestruturar e a importância dos derivados de petróleo foi reduzida no cenário mundial. Quase todas as nações desenvolvidas resistiram aos preços promovendo políticas energéticas visando minimizar sua dependência em relação ao petróleo importado, através de uma série de medidas de substituição de derivados. Na década de 80 do Século XX, o meio ambiente passou a fazer parte da agenda de política dos governos, dos organismos internacionais e das empresas. Novas legislações de preservação ambiental, que objetivavam reduzir o nível de emissão de gases que podem provocar o efeito estufa foram implementadas. Estas legislações se traduziram na criação de impostos e taxas sobre a produção e o consumo de derivados de petróleo (ALVEAL, 2003).

O fortalecimento das regulamentações ambientais e as políticas energéticas desenvolvidas provocaram uma forte redução das taxas de crescimento da demanda de petróleo, para a qual também contribuíram a queda do ritmo de crescimento econômico mundial (PINTO JÚNIOR E FERNANDES, 1998).

A oferta de hidrocarboneto continuou abundante, devido ao aumento da produção dos países não pertencentes à OPEP e das companhias internacionais. A fim de diminuir a dependência em relação aos países produtores, os países consumidores, além das políticas energéticas, passaram a desenvolver novas áreas de exploração. Com o aumento da concorrência, a OPEP viu seu poder de influenciar os preços no mercado internacional enfraquecido. Estes passaram, a ser determinados pelas cotações do mercado Spot3 .

3 Negócios realizados com pagamento à vista e pronta entrega da mercadoria. A entrega, aqui, não significa

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A queda dos preços do petróleo após 1986 e a relativa estabilidade dos mesmos na década de 90 do Século XX acarretaram mudanças estratégicas na IMP, levando às companhias petrolíferas a implementarem políticas de redução de custos. Isso implicou no aumento da competição intra-indústria o que fez acelerar o ritmo de inovação tecnológica na produção e na utilização de energias concorrentes ao petróleo. O final do século XX foi marcado por fusões e parcerias na indústria mundial de petróleo. Elas visavam à reunião de forças para enfrentar os riscos ambientais e a pressão da sociedade sobre qualidade e proteção ao meio ambiente, a necessidade de redução de custos, a demanda tecnológica para produção de petróleo em novas fronteiras e adequação do parque de refino e da frota mercante. Assim, grandes empresas passaram a se unir e se proteger cada vez mais para enfrentar os novos desafios. Os quais incluem tecnologias e métodos de prevenção e conscientização dos trabalhadores para questões ambientais (ALVEAL, 2003).

2.2 Fundamentos, Princípios e Finalidades do Ambientalismo

Empresarial

2.2.1 A evolução do “Ambientalismo Empresarial”

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como parte das responsabilidades sociais das empresas. Nestes dois períodos, portanto, as mudanças de práticas ambientais foram uma resposta das empresas tanto a sanções legais (penalidades civis, administrativas e criminais) quanto sociais (protestos, pressões negativas, redução na reputação e na imagem da empresa). O mesmo autor reitera que, desta forma, no período de 1970 a 1985 viu-se o começo de uma integração, embora fraca, entre preocupações ambientais e estratégias de negócios, o que alguns autores chamaram de “adaptação resistente”. A partir deste período, as empresas começaram a criar departamentos especiais para tratar das questões ambientais. Após a segunda metade da década de 80 do Século XX começou a surgir uma espécie de “ambientalismo de livre mercado”, que trocou a ênfase das regulações dos insumos e das atividades para os resultados. Os novos instrumentos de política ambiental mudaram as possibilidades de utilização das ações ambientais como instrumentos de marketing e estratégia competitiva pelas empresas (MENON e MENON, 1997).

Na década de 90 do Século XX muitas empresas começaram a integrar o meio ambiente nas suas estratégias de negócios, havendo o surgimento de um novo e estratégico paradigma ambiental, o qual Varadarajan (1992) chamou de “enviropreneurial marketing”, que pode ser definido como as atividades de marketing benéficas empresarial e ambientalmente, que atendam tanto à economia da empresa quanto aos objetivos de performance social. As ações das empresas na área ambiental se tornaram mais proativas e passaram a ser utilizadas como estratégia competitiva, vinculando-se a boa performance ambiental principalmente à melhoria na reputação das empresas.

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de mercado e que é central para os objetivos das empresas (HOFFMAN, 2000).

Assim, uma série de novas situações do ambiente institucional passou a dirigir as estratégias ambientais das empresas, tais como: investidores e acionistas, que estariam interessados em correlações positivas entre as performances econômica e ambiental; bancos, que estariam associando performances ambientais ruins a risco financeiro mais elevado; e associações comerciais, educacionais e religiosas, que passaram a institucionalizar determinadas demandas ambientais.

Desta forma, além das pressões regulatórias e sociais, atualmente pressões ambientais podem ser impostas sobre a empresa por supridores e compradores, por acionistas, bancos ou investidores, por consumidores e/ou por concorrentes. As práticas ambientais corporativas, com isso, têm se tornado menos uma questão pró-ambiental propriamente dita e mais uma questão de estratégia competitiva, de marketing, finanças, relações humanas, eficiência operacional e desenvolvimento de produtos (HOFFMAN, 2000).

Embora havendo uma tendência geral, esta evolução ocorre em cada empresa e em cada indústria diferentemente. Hoffman (1999 e 2001) pesquisou as indústrias química e petrolífera entre 1960 e 1993 para entender como estas indústrias se moveram de uma postura de veemente resistência ao ambientalismo para uma postura proativa, e por que esta transformação ocorreu.

Estudando a evolução dos autores e das instituições associadas a cada indústria e a cultura e estrutura interna das organizações, Hoffman (1999 e 2001) identificou quatro distintos períodos no ambientalismo corporativo: (1) ambientalismo industrial (1960-70), que focava sobre a resolução interna de problemas como um adjunto para a área de operações; (2) ambientalismo regulatório (1970-82), cujo foco era sobre a conformidade com as regulamentações, dada a imposição externa de novas leis ambientais cada vez mais rigorosas; (3) ambientalismo como responsabilidade social (1982-88), cujo foco era sobre a redução de poluição e minimização de resíduos dirigidos externamente por associações de indústrias e iniciativas voluntárias; e (4) ambientalismo estratégico (1988-93), que focava na integração de estratégias ambientais proativas a partir da administração superior.

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regulamentações mais rigorosas. Por outro lado, de uma fase para outra houve uma expansão no campo organizacional. Por exemplo, a indústria atuava praticamente sozinha durante a primeira fase, enquanto que na segunda o governo se tornou um ator importante, na terceira as mudanças foram dirigidas por associações de indústrias e Organizações não governamentais - ONGs, enquanto que investidores, companhias de seguro e competidores apareceram como forças importantes na última fase. A conclusão é de que o desenvolvimento do ambientalismo corporativo é um produto da coevolução de instituições externas e das estruturas e estratégias internas das empresas.

Sharma et al (1999) estudaram a evolução do ambientalismo nas empresas, por meio de pesquisa com sete empresas do setor petrolífero canadense. Tendo como meta central do trabalho identificar os fatores associados com a resposta das organizações às questões ambientais e os mecanismos através dos quais estes fatores operam, os autores subdividiram a evolução das estratégias ambientais em quatro fases: gestação, politização, legislação e litigação. Na fase de gestação (1980-85) tanto a intensidade regulatória quanto a preocupação pública com a preservação ambiental eram de baixo nível. Contudo, grupos ambientalistas mobilizaram-se neste período para aumentar a consciência social sobre os danos ambientais causados pelas indústrias do petróleo.

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a motivação para a redução de riscos ambientais neste período foi evitar perturbações e perdas financeiras.

Souza (2004) também considera que na fase de litigação (1993 em diante) o nível de preocupação pública com as questões ambientais permaneceu alto e, em 1993, regulações federais e provinciais foram consolidadas e os administradores passaram a ser considerados responsáveis criminalmente pelos acidentes e danos ambientais causados por suas companhias. Este foi o grande “evento crítico” desta fase. Estas regulamentações causaram pânico, pois representavam perda pessoal aos gestores das empresas, obrigando-as a incorporar definitivamente as preocupações ambientais em suas decisões e ações. O autor, também, informa que no Brasil, embora não existam estudos similares, pode-se deduzir que estes períodos são diferentes, sobretudo em relação ao estudo de Hoffman. A grande fase de regulamentação ambiental brasileira iniciou-se na década de 80 do Século XX, após a promulgação da Lei nº 6.938, que dispõe sobre a política nacional do meio ambiente. Na década de 70 do Século XX, fase de intensa regulamentação nos países desenvolvidos, as indústrias brasileiras quase não sofriam restrições ambientais. Houve, portanto, uma defasagem de tempo nas pressões sofridas pela indústria brasileira em relação à dos países desenvolvidos.

2.2.2 Os fatores direcionadores das estratégias ambientais

Como visto anteriormente, na fase atual as ações ambientais das empresas têm assumido um papel cada vez mais integrado às diferentes funções administrativas, de marketing, finanças, produção, qualidade, desenvolvimento de produtos, entre outros. Neste item explora-se melhor as fontes primárias que levam as empresas a preocuparem-se crescentemente com a sua política ambiental.

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reduzam o seu risco ambiental, pela pressão de consumidores e pela própria concorrência.

Lau e Ragothaman (1997) desenvolveram em 1997 um estudo com 69 empresas americanas, com o objetivo de proporcionar um sumário de estatísticas descritivas sobre questões estratégicas da gestão ambiental da indústria química americana. Segundo os resultados da pesquisa, as principais forças a dirigir a implementação de programas de gestão ambiental são, em ordem de importância, as regulamentações ambientais, a reputação da companhia, iniciativas da alta administração, a redução de custos e a demanda dos consumidores. O estudo conclui que a maioria das empresas desenvolvem suas ações ambientais mais como resposta às regulamentações ambientais do que como uma política proativa que vá ao encontro dos interesses de toda a sociedade e possivelmente está relacionado ao fato da indústria química ser um setor fortemente regulamentado em função de seus potenciais impactos ambientais.

Apesar desta predominância das regulamentações como fonte de direcionamento das ações ambientais das empresas, a questão da reputação aparece como um fator também importante. Um dos mais importantes fatores, segundo o estudo de Lau e Agothaman (1997) foi a “necessidade de relações públicas”. Os resultados mostraram também que a responsabilidade social das corporações está relacionada principalmente à redução de risco financeiro das empresas, na forma de redução de multas e ações judiciais. Os dados do estudo apontaram que reduzir custos e aumentar a lucratividade potencial não foram fatores importantes no direcionamento das ações ambientais das empresas estudadas.

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existência no Brasil de um conjunto de empresas em que a gestão ambiental passava a integrar sistematicamente a organização, com efeitos sobre os produtos, o processo de trabalho, os recursos humanos e o uso de insumos.

A pesquisa CNI/BNDES/SEBRAE, realizada por estas três entidades no segundo semestre de 1998, já apontou um quadro em transformação no Brasil. O estudo, realizado com 1.451 empresas de todo o país e de todos os setores e tamanhos, buscou avaliar a gestão ambiental na indústria brasileira. Segundo os resultados, as exigências das regulamentações ainda figuravam entre as principais razões da adoção de práticas ambientais pelas empresas. Porém, a maioria das indústrias de médio e grande porte tinham na política social uma razão mais destacada para a melhoria da performance ambiental da empresa.

Destacavam-se, ainda, a busca de redução de custos e a melhoria da imagem da empresa como fatores importantes na motivação para as práticas de comportamentos pró-ambientais. Ou seja, embora uma parte significativa das empresas ainda tivesse nas regulamentações ambientais a mais importante razão para a melhoria na performance ambiental, emergiu como predominante em muitas empresas um fator interno, que era a sua política social. Da mesma forma, outros fatores endógenos, como a redução de custos e a melhoria da imagem da empresa, mostraram-se influentes em um número significativo delas. Deve-se considerar que a importância das regulamentações no direcionamento das ações ambientais das empresas se deve principalmente ao fato de que, sobretudo durante as décadas de 80 e 90 do Século XX, houve um intenso processo de criação e implementação de novas leis ambientais, que aumentaram muito em termos de número, abrangência, especificidade e rigor.

No Brasil, por exemplo, até o final da década de 70 do Século XX, o número de dispositivos legais ambientais federais (incluindo leis, decretos e decretos leis) não passava de duas dezenas. Na década de 80 do Século XX foram adicionados 64 novos dispositivos legais e na década de 90 do Século XX (até 1996) outros 159 (Governo do Estado do Paraná, 1991 e Pinto, 1996). Com isso, é natural que esta intensa regulamentação imponha uma pressão sobre as empresas muitas vezes maior do que outros fatores, sobretudo quando se analisa setores com alto potencial poluidor (NEDER, 1992).

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produtos), Porter e Linde (1995) argumentam que as regulamentações (aquelas inteligentemente orientadas para os resultados e para as inovações) são necessárias, dentre outras razões, por criarem pressões que motivam as empresas a inovar, por alertar e educar as empresas acerca da provável ineficiência no uso de recursos e áreas potenciais para melhoramentos tecnológicos, por criar demandas para melhoramentos ambientais, e por evitar que empresas que sejam ambientalmente irresponsáveis obtenham vantagens competitivas em função disso.

De outro lado, muitos estudos ressaltam os fatores concorrenciais. Toms (2001) apresenta conclusões a partir de pesquisas extensivas que incluem surveys com profissionais de investimento e análise de 695 relatórios anuais das 250 maiores companhias britânicas em 25 diferentes setores. Para o autor, as maiores vantagens de uma boa gestão ambiental são melhorar a reputação das empresas e permitir a diferenciação de produtos. Segundo ele, a melhoria na gestão ambiental pouco tem acrescentado para a melhoria da eficiência e da produtividade. Outra conclusão importante diz respeito aos investidores, que estariam mais atentos ao potencial de redução dos riscos que traz uma boa gestão ambiental do que propriamente à possibilidade de aumento de lucratividade. Ou seja, o valor da firma depende de custos explícitos e implícitos. Se a empresa ignora as suas responsabilidades sociais, muitos custos implícitos podem se tornar explícitos.

Assim, se a empresa descuida de suas práticas ambientais, as agências governamentais podem impor regulamentações mais rigorosas. Similarmente, se a empresa continua a agir de maneira irresponsável, outros stakeholders podem duvidar de que ela honrará com os compromissos para consigo (bancos, por exemplo). Desta forma, empresas que apresentam alto nível de responsabilidade social e ambiental teriam menores custos implícitos do que aquelas que ignoram estas responsabilidades. Assim, a redução do risco é um importante condutor no direcionamento das estratégias ambientais das organizações (LAU e RAGOTHAMAN, 1997).

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(MILES e COVIN, 2000). Concluindo que a reputação é fonte de vantagem competitiva e melhora a habilidade para a empresa criar valor. Ela permite explorar opções de mercado lucrativas e incrementa o valor de mercado da firma. A reputação da empresa é função da credibilidade, confiabilidade e responsabilidade, de forma que ela pode ser melhorada com uma performance ambiental superior. Assim, empresas que são negligentes com a proteção ambiental ficam tanto sujeitas a custos explícitos como multas e encargos, como podem sofrer erosão em sua posição competitiva devido a danos em sua reputação.

Em pesquisa sobre marketing ambiental com 31 administradores sênior e 24 administradores de marketing, Menon e Menon (1997) estudaram a relação entre reputação e performance da empresa. Segundo os autores, uma das funções do marketing ambiental é melhorar a reputação das empresas. A reputação da empresa pode resultar de percepções de "comportamento cidadão" da empresa ou do tipo de associações feitas pelos consumidores. O comportamento cidadão de uma organização seria o criterioso comportamento corporativo que promove o bem estar da sociedade. Pelos resultados da pesquisa, o maior nível de marketing ambiental representa uma maior capacidade para projetar uma mensagem consistente acerca de suas preocupações com a sociedade e o meio ambiente, e seriedade por ir além da conformidade com padrões legalmente impostos, o que melhora a reputação da empresa. Com isso, a empresa ganha visibilidade e uma vantagem competitiva sobre seus competidores.

Além da reputação, algumas empresas estão usando estratégias ambientais para obter vantagem competitiva seja pela redução de custos através do contínuo melhoramento de processos e redução de resíduos (estratégia baseada em custos), seja por alcançar vários segmentos de mercado que são ambientalmente mais sensíveis (estratégia baseada na diferenciação). Diferenciação de produtos e melhoria na imagem da empresa levam a ganhos de mercado, enquanto que melhoria na eficiência de recursos e redução de risco conduzem a reduções de custo (que podem ou não levar a ganhos de mercado) (MILES e COVIN, 2000).

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investimentos ambientais são lucrativos para as empresas e esta pode alinhar melhores performances ambientais e econômicas. Esta situação é uma das hipóteses mais relevantes em gestão ambiental, e estratégias proativas geralmente são alimentadas por ela. Karagozoglu e Lindell (2000) realizaram um trabalho visando testar esta hipótese a partir de entrevistas com 83 diretores de companhias americanas. Os autores concluíram que a hipótese "ganha-ganha" é factível, e que há uma relação positiva entre inovatividade ambiental e vantagem competitiva, e entre a performance ambiental, financeira e competitiva das empresas. Por outro lado, o estudo também comprovou que uma superioridade geral na performance ambiental não necessariamente conduz a uma vantagem competitiva. Algumas vezes, práticas ambientalmente sadias podem aumentar o custo dos produtos ou reduzir a expectativa dos consumidores com relação à qualidade percebida. A implicação disto é que, do ponto de vista da lucratividade, as empresas necessitam buscar um balanço entre medidas ambientais e expectativas do mercado. Ou seja, a hipótese “ganha-ganha” está sujeita a determinadas condições. A conclusão deste estudo, portanto, é de que, tanto do ponto de vista dos consumidores quanto das empresas, o processo de formação de estratégias ambientais consistentes é evolucionário e conduzido pela aprendizagem. Assim, um dos desafios cruciais associados com este processo é a realização dos requisitos de mudança organizacionais que capacitarão a empresa à implementação bem sucedida de estratégias ambientais. A complexa relação entre o meio ambiente e o mundo dos negócios requer boas técnicas administrativas e habilidade organizacional para que as empresas alcancem a aprendizagem necessária para transformar suas estratégias ambientais em vantagens competitivas e financeiras. Apesar de confirmar parcialmente a hipótese “ganha-ganha”, o trabalho de Karagozoglu e Lindell (2000) coloca condicionantes para a lucratividade dos investimentos ambientais.

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possibilidades dependem de condições como os fundamentos econômicos das empresas, a estrutura do setor no qual a empresa está inserida, sua posição dentro desta estrutura e suas competências organizacionais. Já Orsato (2002) desenvolveu um modelo baseado nas estratégias genéricas de Porter (1995) para auxiliar na identificação das condições que justificam o investimento das empresas no verde; ou seja, condições em que elas podem lucrar ou melhorar sua competitividade a partir de investimentos ambientais. Para isso, o autor preconizou quatro estratégias ambientais genéricas: produtividade de recursos, liderança de custo ambiental, além da conformidade legal, e produtos e serviços eco-orientados. Da mesma forma que Reinhardt (1998), o enquadramento das estratégias em um ou outro tipo depende, segundo Orsato (2002), da estrutura do setor no qual a empresa opera, do seu posicionamento dentro do setor, dos tipos de mercado que a empresa atende e de suas competências.

Nestes trabalhos as associações verbais e entrevistas focalizadas foram feitas para explorar as ligações entre a percepção de meio-ambiente e comportamento pró-ambiental, assim como o tipo de relação construída pelo camponês com seu meio-ambiente. O fundamental nestes dois últimos trabalhos, porém, é exatamente o sentido dado à problemática dos investimentos ambientais nas empresas, na qual o importante passa a não ser se eles são ou não potencialmente lucrativos e/ou competitivos, mas em que condições eles podem ser. De uma certa forma eles tratam, assim como se propõe nesta dissertação, dos fatores que influem e condicionam as estratégias ambientais empresariais.

É importante perceber que as empresas respondem de forma diferente às pressões ambientais e percebem-nas diferentemente. Frente a isso, neste item pretende-se aprepretende-sentar alguns estudos empíricos que resultaram em tipificações das estratégias ambientais, suas razões e implicações. Em geral, as tipificações centram-se: (a) na forma como as empresas respondem às pressões ambientais e (b) no foco das ações ambientais. (a) Tipologias quanto à forma de resposta às pressões ambientais Em estudo na indústria química americana e alemã que visava tipificar as estratégias ambientais empresariais, Brockhoff e Chakrabarti (1999) identificaram quatro tipos de empresas quanto às respostas estratégicas às pressões ambientais: As defensoras de

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novas regulamentações e padrões (quase todas as empresas deste grupo têm uma política ambiental explícita); as escapistas, que atendem às regulamentações mas dão pouca importância à antecipação de normas e padrões, e buscam abandonar mercados correntes para explorar novos mercados (poucas têm uma política ambiental explícita); as inativas ou indiferentes, empresas de tamanho médio que envolvem baixo risco ambiental e pequeno potencial de mercado para bens ambientais (tem uma política explícita mas não parecem fazer uso dessa); e as ativistas, semelhantes às defensoras de portfólio, mas que jogam grande importância em explorar novos mercados. Os autores ressaltam que as diferentes estratégias ambientais não são simplesmente respostas a pressões ambientais diferenciadas (mas sim uma resposta diferenciada a pressões ambientais semelhantes), uma vez que não foi encontrada nenhuma diferença significativa nos grupos de estratégias entre os países pesquisados.

2.3 Conceitos de Clima Organizacional

Os estudiosos do Desenvolvimento Organizacional enfatizam a importância do Clima Organizacional – que se constitui como o meio interno de uma organização; a atmosfera psicológica característica em cada organização. O assunto Clima Organizacional, apesar de já ser objeto de estudo há algumas décadas, não possui uma definição uniforme. Os pesquisadores que se dedicaram ao tema fornecem uma variedade enorme de conceitos na tentativa de explicar este fenômeno organizacional. Diante deste fato, será exposta uma seleção de algumas destas definições, disponíveis na literatura especializada, no intuito de se dimensionar a importância deste estudo, bem como, obter uma maior clareza do que se trata realmente Clima Organizacional.

Existem inúmeras situações em que se pode definir o clima de uma organização, contudo, a mais utilizada considera-o um conjunto de propriedades mensuráveis do ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente, pelos indivíduos que vivem e trabalham neste ambiente e que influencia a motivação e o comportamento das pessoas. Por isso mesmo é que o clima organizacional influencia o comportamento profissional e age como uma variável interveniente que interfere nos fatores do sistema organizacional e no comportamento individual.

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uma mesma empresa, formando um sistema interdependente, altamente dinâmico e que vem despertando a atenção dos gestores pelos impactos que causa no desempenho organizacional.

Segundo Oliveira (1995), o clima é dado por vários conjuntos de descrições feitas pelas pessoas e correspondendo à interpretação que elas fazem do contexto da empresa, baseadas em suas percepções sobre esse contexto. Na visão de Gladys (2000), o clima organizacional se define como um conjunto de propriedades do ambiente de trabalho percebidas direta ou indiretamente pelos seus empregados.

Para Kanaane (1995), clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que (a) é percebida ou experimentada pelos membros da organização e (b) influencia o seu comportamento. Isso significa dizer que o clima organizacional é uma representação daquilo que se percebe no ambiente de trabalho de uma empresa e que influencia o desempenho pessoal e coletivo de forma considerável.

Segundo Oliveira (1995), o clima é dado por vários conjuntos de descrições, feitas pelas pessoas correspondendo à interpretação que elas fazem do contexto da empresa, baseadas em suas percepções sobre este contexto.

Chiavenato (1997) conceitua Clima Organizacional como sendo um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização. Essa afirmação deixa perceber que todos os aspectos inerentes ao ambiente de trabalho estão incluídos na caracterização do clima organizacional.

Conforme a citação anterior, é comum encontrar nas definições de Clima uma certa confusão com o conceito de Cultura Organizacional. Entretanto, aquele consiste no resultado das variáveis desta.

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dela em dado momento, estado momentâneo e passível de alteração mesmo em curto espaço de tempo em razão de novas influencias surgidas, e que decorre das decisões e ações pretendidas pela empresa, postas em prática ou não, e/ou das reações dos empregados a essas ações ou à perspectiva delas. Este estado interno pode ter sido originado de desdobramentos em acontecimentos, decisões e ações internas. Neste contexto, o autor considera, ainda, que o clima é percebido de maneira diversa por diferentes indivíduos. Assim, pode-se dizer que o clima organizacional é constituído por características próprias que distinguem uma organização de outra e que influencia o comportamento das pessoas na organização. Em muitos casos está diretamente ligado ao conceito de motivação, pois está relacionado ao comportamento das pessoas, e varia de acordo com o grau de motivação dos indivíduos em seu ambiente de trabalho. Está relacionado a fatores como cultura, motivação, satisfação das pessoas com o trabalho, entre outros.

A análise do clima abrange diversos temas internos à empresa como rotatividade, freqüência e atrasos dos empregados, qualidade de trabalho e produtividades, assim como fatores subjetivos como relacionamento entre as pessoas e a confiança depositada na chefia e nos colegas. Não se pode deixar de considerar ainda as influências externas à empresa que possuem um real efeito sobre o comportamento dos indivíduos, ou seja, o papel profissional do indivíduo não pode ser separado dos demais papéis representados por ele na sociedade (SOUZA, 1978).

Essas informações conceituais permitem considerar que o clima é um conjunto de comportamentos e atitudes que os empregados evidenciam nos seus conteúdos profissionais. Assim, a maioria das definições de Clima Organizacional considera a diversidade social da empresa. Existem técnicas destinadas a avaliar, de forma global, o estado de espírito da organização, uma delas é a análise do clima.

2.3.1 Clima Organizacional e Comportamento Humano

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mesmo foi chamado de o pai real da administração de pessoal pelos primeiros escritores da administração científica (CHIAVENATO, 1997).

O surgimento da ciência administrativa, que impulsionou as mudanças organizacionais na segunda revolução industrial, caracterizou-se pela fragmentação do trabalho e pelo surgimento de novas tecnologias e princípios de gestão objetivada em melhorar a eficiência técnica do trabalhador. Infelizmente, apesar do aumento da produtividade do trabalhador e o desenvolvimento industrial, as idéias restritas de Taylor vieram a contribuir para uma inadequação do homem com o seu trabalho, ao limitar-se apenas aos aspectos biofísicos do trabalhador, desconsiderando os demais domínios da esfera do ser humano.

Entretanto, a partir 1920, nos EUA, surgiram os primeiros estudos inspirados na problemática psico-comportamental do trabalhador e sobre os seus reflexos na produtividade do mesmo. Dentre os quais, se destacam os trabalhos abordados a seguir.

2.3.1.1 As Experiências de Hawthorne

É reconhecida a importância dada aos fatores psico-social no estudo do comportamento humano ficou evidenciada a partir das investigações realizadas em Hawthorne. A partir desses estudos realizados por Elton Mayo e seus colaboradores da universidade de Harvard, entre o período 1924 e 1931, estabelecera-se a primeira estrutura acadêmica voltada ao estudo do comportamento humano (CHIAVENATO, 1997). Isso tudo ocorreu através de descobertas acidentais e posterior aplicação de pressupostos e reflexões das teorias sociológicas aos experimentos industriais na Western Eletric Company, que a equipe de Elton Mayo concluiria que a organização é um sistema social e que o trabalho é o mais importante elemento desse sistema. Seus experimentos mostraram que o trabalhador não é uma simples ferramenta, mas uma personalidade complexa interagindo numa situação grupal de difícil compreensão.

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apesar das inúmeras críticas aos resultados do estudo, seus princípios teóricos consolidaram-se como um marco referencial para os futuros estudos do comportamento humano nas organizações.

2.3.1.2 Hierarquia das Necessidades de Maslow

Após o surgimento da Escola das Relações Humanas, emergiram novas abordagens e enfoques sobre o comportamento humano no trabalho, dentre as quais, o estudo da motivação humana. Um dos primeiros teóricos a merecer especial destaque fora Abraham Maslow, que propõe uma orientação teórica sobre os fatores motivacionais do trabalhador no ambiente de trabalho.

Segundo Stoner e Freeman (1985), o ser humano é dotado de várias necessidades que obedecem a uma linha hierárquica. A partir do momento que uma delas é satisfeita, automaticamente, surge uma outra necessidade em seu lugar, visto que as necessidades humanas, consideradas de forma holística, são uma integração dinâmica dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais, obedecendo a níveis de seqüência hierárquica.

Necessidades fisiológicas Necessidades de segurança e estabilidade

Necessidades de participação Necessidades de estima

Necessidades de auto-realização

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Os autores destacam Maslow, através de seu modelo teórico, afirmando que as pessoas possuem necessidades que buscam satisfazer e estas serão os principais elementos de motivação até o momento em que são realizadas. Essa hierarquia é composta por cinco necessidades básicas.

1 – Fisiológicas: Apresentando-se no nível mais baixo da pirâmide hierárquica representam as necessidades de alimentação, descanso e exercício;

2 – Segurança: Localizada em um nível superior às necessidades fisiológicas representam a necessidade de estabilidade e proteção contra ameaças de perigos ou de privações;

3 – Sociais: Nível de necessidade superior ao de segurança, representa a necessidade do indivíduo de ser aceito no grupo em que convive ou se sociabilize com o mesmo;

4 – Reconhecimento: Localizado acima das necessidades sociais, representa a necessidade do indivíduo de auto-estima, independência, status, etc.;

5 – Auto-realização: Localizada no topo da pirâmide, representa a necessidade do indivíduo de se realizar plenamente como pessoa com relação às suas aspirações e potencialidades.

Apesar das constantes críticas feitas à teoria da hierarquia das necessidades, é inegável a sua contribuição para o desenvolvimento de outras pesquisas cientificas do campo social, além de contribuir para estudos aprofundados sobre as necessidades do indivíduo no trabalho.

2.3.2 Pesquisa de Clima Organizacional

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e canalizar suas qualidades em prol da organização.

Para Oliveira (1995), a pesquisa de clima caracteriza-se como um canal de comunicação entre a direção e o corpo de empregados da organização. Representa um modo constante de obter e de fornecer feedback, mantendo o foco voltado para as necessidades dos empregados. Orienta e democratiza a participação dos funcionários no processo de gestão, uma vez que as decisões passam a incluir também as tendências e os pontos de vista dos empregados que foram manifestados através da pesquisa. Contudo, os resultados surgirão a médio e longo prazo, pois envolvem pessoas que pensam e agem de formas distintas. A empresa é um agregado de diferentes públicos internos, com diferentes interesses, posturas profissionais, visões de mundo.

A pesquisa de clima organizacional resulta no diagnóstico organizacional. A análise de clima realizada por Kanaane (1995) teve por objetivo determinar o clima organizacional através da medição do grau de motivação dos membros da organização, ou seja, identificar o “estado de saúde” da organização com base no diagnóstico fornecido pela análise de clima, para saber onde é necessário mudar.

O mais importante na elaboração e na execução de uma pesquisa de clima organizacional é a abertura que a empresa dá aos seus empregados, a fim de que possam expressar o que estão sentindo, seus anseios dificuldades e falta de entrosamento com colegas. É fundamental que a administração esteja preparada para ouvir e tentar corrigir os erros apontados.

O mesmo autor argumenta que ouvir e levar em conta a expressão do colaborador traz inúmeras vantagens para a organização, como a melhoria nas relações de trabalho, identificação de oportunidades, estímulo à criatividade das pessoas, entre outros.

Muitas empresas procuram criar programas que motivem os empregados, baseados em prêmios e bônus financeiros, mas a maioria desses programas não sensibiliza ou envolve as pessoas. É necessário que se descubra àquilo que toca a equipe, e geralmente os problemas são simples de resolver, basta apenas dar a oportunidades para que os empregados possam se expressar, é preciso ouvi-los.

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todos aqueles presentes no ambiente de trabalho.

Vale ressaltar que, todo esse processo de avaliação e desenvolvimento do clima organizacional precisa ser cíclico, apesar de possuir metas e prazos específicos; enquanto programa, deve ser encarado como processo de melhoria contínua, com prazo indeterminado.

2.3.2.1 Fatores que influenciam o clima organizacional

De acordo com Schemerhorn, Hunt e Osborn (1999), os fatores que influenciam o clima organizacional são os seguintes:

− Fatores externos de natureza econômica social, tecnológica ou cultural, que interferem no funcionamento da organização (políticas, legislação, mercado, região);

− A cultura do grupo profissional dominante;

− Evolução histórica da empresa, influência dos fundadores, ciclos de desenvolvimento, grupo dominante de proprietários e acionistas, grupo econômico a que pertence,

− Estatuto jurídico da empresa, dimensão, ou outros fatores de proteção local, regional ou nacional;

− Origem, formação e estilo de liderança dos atuais gestores de topo;

− Tipo de tecnologia dominante e grau de modernização tecnológica, entre outros.

Para que o colaborador sinta-se reconhecido e valorizado, sua liderança deve:

− Conceder oportunidades de opinião;

− Proporcionar liberdade para que o empregado expresse o que pensa;

− Aceitar críticas e sugestões;

− Atuar com transparência;

− Dar retorno quando lhe é solicitado auxílio,

− Avaliar o resultado do trabalho executado pelo subordinado;

Imagem

Figura 4.1 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao sexo.  Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005)
Figura 4.2 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao estado civil.  Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005)
Figura 4.3 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao número de filhos.  Fonte: Dados primários – Pesquisa Direta (2005)
Figura 4.4 – Distribuição da freqüência dos entrevistados quanto ao nível de escolaridade
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Referências

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