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A participação do enfermeiro de saúde pública na saúde familiar.

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Academic year: 2017

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A R TI GO D E ATUA LI ZAÇÃO

A PARTICIPAÇÃO DO ENFERMEIRO DE SAÚDE P Ú BLICA N A SAÚDE FAMILIA R

Zé l i a Sen a Co ta 1 , Josete Luz i a Leite2, F l o rence R o m ij n Toca nt i n s3, Marl i sete R ei d B egosi 4

COST A, Z. S. et aliL A participação do enfermeiro de saúde pública na saúde familiar. R ev. Bras. Enf, Bras ília, 39 (2/3) : 1 0 7- 1 1 8 , abr ./set ., 1 9 86.

R ESUMO. As autoras pa rtem do pressuposto de que o avanço da ep idemiologia tem de­ monstrado que mu itas enferm idades estão associadas a determin adas estruturas sociai s . F ace a u m enfoque c ient ífico, human íst ico e personal izado , o E nfermeiro tem conqu ista­ do u m papel d e destaque j u nto à fam íl ia, uma vez que este grupo social e const itu i em uma via estratégica para u t i l i zação de parâmetro s psicossoc ias t endo em vista a fu nção bá­ sica d e aj uda e apo i o . Considerando que a contribuição do E nferme iro d e Saúde Púb l ica é de vital im portância para a mel horia do n íve l de saúde fa m i l iar, concluem q ue ex iste uma necessidade premente da ap l icação adeq u ada do Processo de E nfe rmagem a n (ve l fa­ m i l iar, p ropondo a inserção da concepção - unidade fam i l iar - como princíp io básico da Assistê nci a de E nfe rm agem .

ABST RACT. The authors assu me that t he prog ress of epidem io logy has showen that many d iseases are co nnected to certa i n soci al stru ctu res. U nd er a scie ntific l ight, humane and personal ized , N u rsing has conque red a h igh role am ong the fam ily u n it . T his soc ial group has been the strateg ic way fo r the ut i l izat ion of the psysoci a l paramete rs , ta k i ng i nto account its main funct ion : to hel p and to suppo rt . Conside ring th at t he n u rse' s con ­ tribuition i s o f vita l importance for the im provement o f t he fam ily's health leve i , t he authors co ncl ude t h at there i s an urgent need fo r the adeq uate e m ployment o f the N ur­ sing Process o This process shou ld be emp loyed in such a way as to stress the notion -fam i l y un ity - as a basic principie of the N ursing.

I N TRODUÇÃO

A fl1ia, célula mater da sociedade , estrutura original da formação do homem e do seu ambiente , está direta e indiretamente inluenciada pelos fato­ res biopsicossociais .

O avnço da ciência e da tenologia nas últimas décadas , predominantemente a epidemiologia, vem demonstrando que várias enfemidades prevalentes no mundo atual estão associadas a determinadas es­ truturas sociais e ao comportamento individual. Há

tamém que se considerar que , durnte muitos anos o interesse pioritário da saúde centrava-se no prolonga­ mento da vida, relegando os aspectos psicossociais a um plano secundário .

Sabe-se que a saúde da famlia não é apenas me­ ra soma das condições ogânicas normais de cada um

de eus membros, tendo em vista a complexidade das relações familiares , o que impede uma avaliação de suas conseqências . Neste enfoque , não se conce­ be o desconhe cimento da estreita relação entre os conceitos e modelos das ciências sociais e biomédicas, uma vez que esta dissociação induziria, e rone men­ te , a segregar o coneito social do proce sso biológico a enfermidade . Considerando-se estes fatos, pode-e inferir que os fatores familiares inte rferem na solução dos problemas de saúde do indivíduo . Pode-se discutir o conceito de famlia em saúde e a signiicação da saú­ de fmiliar , com vistas a uma estutura conceitual e a contribuição das ciências comportentais .

Estudos elaborados pelos representantes da Or­ ganização Mundial de Saúde (OMS), enfocam efusiva­ mente a mportância da Saúde Familiar.

Corroboran-1 . Coordenadora d o Curso de Graduação e m Enfermagem e Ob stetrícia - Coordenadora d o Curso d e Mestrado e m Ciência da Enfermgem da UNI- RIO.

2. Chefe do Depatamento de Enfermgem Médico-Cirúrgica do Curso de Graduação em Enfermgem e Obstetrícia da UNI­ RIO.

3. Professor Assistente do Departamento de Enfermgem de Saúde Pública do Curso de Graduação em Enfermagem e Obs­ tetrícia da UNI-RIO.

4 . rofessor Asistente do Depatamento de Enfermagem Fundamental do Curso de Graduação em Enfermagem e Obste­ trícia da UNI-RIO.

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do com estes estudos, em 1978 , uma Delegação repre­ entativa de 1 34 govenos do mundo reuniu-e na República de Alma-Ata , na Rússia e fonulou a De­ claração, cujos termos fundamentais baseiam-se nos Cuidados Primários de Saúde ao inivíduo, fam1ia e comunidade . Esta declaração conclama todas as or­ ganizações govenmentais e não govenmentais a apoiarem um compromisso ntenacionl, devendo ser considerado , tanto em seu aspecto técnico, qunto i­ losóico . Paralelamente , a Enfenagem , ao implemen­ tar suas ações , sob um prisma técnico-cient íico mais humn ístico e personalizado , conquistou , mediante uma estratégia, um papel poissional inluente junto à faml1ia. A escolha deste recurso pode er justiicada pelo reconhecimento , por parte da comunidade pro­ issionl , do espaço ponderativo que este grupo social detém , atundo como elemento facilitado r n a 9bten­ ção de parâmetros valorativos, qúe servirão, para aná­ ise de maior mplitude , à adequação desta tomada de decisão .

Percebe-se nas atuais avaliações sobre os aspec­ tos demográicos que o número crescente de pessoas pobres e os constrastes sociais vêm-se tomndo mais visíveis , sobretudo nas grndes cidades .

CHAMECKI 5, aina que mais de um milhão de pessoas residem , atualmente , em condições pre ­ cárias e esta situação tende a se agravar nos próximos anos. O Problema toma-e cada vez mis sério nos grndes entros dos paíes em desenvolvimento e , principlmente , nas capitais, onde as favelas abrigam de um terço à metade da população .

Veriica-se , no Brasil, que as famílias, em sua maioria, face à situação em que vivem , diante da pobreza, miséria, gnorância, pomiscuidade e de ­ mais estruturas que condicionm a sua vida , não possuem condições ne cessrias para serem agentes transfonadores da sociedade . Inegavelmente , exis­ tem hoje , no Brasil , numerosas fam11ias incomple­ tas, com grande percentul de mães solteiras , lares abandonados pelos pais e menore s abandonados, o que toma a situação muito mais grave . Entretanto , percebe-se , ainda , nessas pessoas, um grnde desejo de ter o mínimo necessário para desfrutar de uma vida fmiliar.

Os aspectos mis graves do proletariado resi­ dem na superpopulação e flta de seviços sanitári­ os básicos, pois habita em moraias que não possuem gua cnalizada e/ou rede esgoto .

Oberva-se que o elemento básico, indispensá­ vel para mnmização dos problemas de uma socieda­ de em expnsão é a Assistência de Enfenagem de Saúde Púbica à famlla .

JUSTI F ICATIV A DO ESTUDO

A escoha do tema e prende à peocupação constante das autoridades snitárias e dos peritos so­ bre a matéria de que mitas enfeidades, prevlen­ tes no mndo atul, estão ntrinsecamente ligadas a determnadas estrutras sociais e comportamentos dos indivíduos. Daí, o e cohecimento , por parte do En­ feneiro de Saúde ública, da sistematização da As­ sistência de Enfenagem com enfoque na saúde fa­ miliar, e rvndo de estratégia idel para o desenvol­ vimento de sus ações.

Partindo destes pessupostos, estabelecerm-se os objetivos a seguir.

OBJETIVOS

• Ressaltar a importânia da contribuição do Enfeneiro de Saúde Pública n a Saúde Fmi­ liar e no contexto da sociedade em que está inserido este grupo , com vistas à melhoria do eu nível de saúde .

• Despertar, nos responsáveis pelos órgãos for­ madores de proissionais de Enfenagem , a preocupação de inserir no elenco curricular aspectos concenentes à "unidade fmiliar" como princípio básico da Assistência . • Propiciar, aos acadêmicos de enfenagem ,

uma experiênCia de assistência com enfoque na unidade fmiliar, medinte o processo de enfengem .

• Ofeecer subsídios aos estudantes do Curso de Graduação em Enfenagem e Obstetrícia, para melhor deenvolver a sua fonação pro­ issional .

SAÚ D E - FAMlt l A - CONC E PÇÕES T EÓ R I CAS

A Fam z1ia - aracterzsticas Básicas

O vocábulo Fml1ia originou-se do atim fa­ muJus. tendo como signiicado um grupo de pessoas que vivem em comum sob a lidernça de um chefe , ntegrado por pais, ilhos, parentes consangüíneos, sevos e outos indivíduos. Sua concepção baseia-e , essencilmente , na "vida em comm" evelando-se em tenos repreentativos a nidade socil e , como tal , desenvolve atributos e cria relacionmentos em funções dessas propriedades . Deste modo , a fam11ia, caracterizada como pin cipl nidade social , é eco­ nhecida como importante força de desenvolvimento da sociedade , cuja expressividade tona-e compreen­ sível pelo própio caráter da instituição . As funções a ela atribuídas varim de acordo com o tempo . Con­ temporaneamente , a fm11ia conseva grandes fun­ ões, a saber: procriação, educação, treinamento soci­ l , econômico e emocional da prole . Enfocada sob um prisma de e spaço potencial de ação , pelo fato de en­ globar os aspectos humnos e s condições de vida , propicia oportunidades de atuação a n ível biológico , psicológico , sócio-cultural , econômico e educacional (Anexo 1).

A partir do conceito de faml1ia , como matriz que molda e desenvolve o indivíduo , vários estudio­ sos são unânimes em desiná-la como área onde se formam os principais conceitos de valor e os laços emocionais mis fortes , fonecendo , deste modo , ele­ mentos estruturais para a fonação da personlidade e do caráter humno . Seu valor sócio-cultural mani­ festa-se , na maioria das sociedades, ao servir de elo en­ tre s gerações que se sucedem , peparndo a crinça para a vida adulta com maturidade , e propiciar as condições necessáris para lcançar os graus de emn­ ipação fíica, econômica e emocional, para ssnção das responsablidades de cidadnia no ambiente global do País.

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NOGUEIRA9, em uma abordagem nalítica so­ bre o assunto , destaca as inluências do progresso e as conseqüentes alterações do peril familiar contempo­ râneo , apresentando como características principais, os seguintes aspectos:

• diminuição de sua dimensão, ocorrendo de forma mais acentuada nos centros urbanos que nos rurais ;

• erda da sua estabilidade - desquites e di­ vórcios mais feqüentes, dissolvendo o gru­ po familiar ;

• emancipação e solicitação , cada vez maior, da mulher que trabalha fora, mesmo após o matrimônio , o que contibui para alterar os padrões tradicionais ;

• fase de trnsição de uma faml1ia numerosa, no passado denomin ada patriarcal , para uma faml1ia menor, com tendência a framentar­ se , principalmente quando os ilhos crescem e se emancipam ;

• fe qüente mudança de um local para outro , longe das comunidades pimitivas, dos paren­ tes e amigos , fae a busca e/ou oferta de tra­ balho em outras localidades ;

• falta de controle a cisões entre os casis e os ilhos , tendo como resultante a desvaloriza­ ção da igura p atriarcal , a qul , em lgumas egiões, chega a er quase um mito ;

• delegação de cuidados dos ilhos aos pais idosos e/ou s instituições das comunidades . Considerndo a importância da fam1ia no m­ bito educacionl , social , econômico e político, pode ­ se apontar algumas razões para qe esta seja a unida­ de de assistência à saúde:

• a faml1ia é a unidade n atural e fundmental da sociedad e ;

• como grupo, origina, preine, tolera, e corri­ ge problemas de saúde em seu seio ;

• os problemas de saúde das fm11ias estão entrelaçados;

• cada membro atua constantemente em reci­ procidade com o meio físico e socil criado por sua faml1ia ;

• a unidade familiar decide solicitar o u não a atenção à saúde;

• a sua oganização e tarefas sociais atribuídas variam segundo o momento e o lugar ; • o seu tamanho relete as condições sociis ; • a fm11ia se adapta às necessidades de cada

m dos seus membros ;

• a mulher na famlia, cada vez mais emanci­ pada e solicitada, contribui para lterar os padrões tradicionis .

Considerações sobre a Súde - Meta Universal "A preocupação com a saúde do homem é tão ntiga quanto a própria história da humanidade . As citações de obras célebres ratiicam a veracidade desta premissa, a qul pode ser comprovada no ivro Sagrado dos hindus Bravgta Purana, segundo refe­ ência de STALYBRASS. O autor, ao descrever um dos modos de transmissão da peste , tece considera­ ções sobre a representatividade do problema na épo­ ca, ao assolar e dizimar populações e exércitos

ntei-ros. O LEVÍTICO, terceiro ivro do Velho Testamen­ to , na parte do PENTATEUCO, evidencia o contágio da lepra e da gonorréia (SOBREIRA ! 2). O Velho Tes­ tamento destaca, nda , a igura de Moisés , junto ao ovo hebreu e que , além do eu papel de estaista , poeta, guerreiro , moralista , sábio , legislador e adi­ nistrador, assuia uma postura de sanitarista, justii­ cando orientações quanto ao destino adequado dos dejetos e a necessidade de e evitar contatos com os otadoes de lepra, a fim de impedr o apaecimen­ to da doença . Oberva-e que os preceitos , as nomas de higiene e recomendações expressas nas bibliogra­ ias citadas , embora apresentassem , inicialmente , uma preocupação com os aspectos individuis da saúde do homem no seu todo , permitem inferir o estágio em­ brionário de atuação à saúde da comunidade e da fa­ ml1ia.

Segundo RODRlGES l l , outros fatos docu­ mentados em literatura universl contribuírm para modiicar , através dos tempos, alguns aspectos ineren­ tes à saúde individual , fmiliar ou coletiva. A Revolu­ ção Industrial , com início na egunda metade do é ­ culo XVIII, veio deteminar profndas repercussões na estrutura social da hmanidade , sobretudo na saú­ de coletiva. A nível de indústria, percebe-se o au­ mento da mão-deobra e , conse qüentemente , maio­ res possibilidades econômicas e de ofe rtas de traba­ lho . No que se refe re à comunidade , o amento do mercado de trabalho contribuiu para a realização e ssoal e familiar, propicindo melhores perspecti­ vas de vida .

Contudo , é notório que todo fator de desen­ volvmento tem os seus relexos positivos e negativos. A organização proissional e comercial , naquela épo­ ca, apresentava n s primeiras décadas um caráter ar­ tesnl , onde o indivíduo negociava, na maioria das veze s , em sua própria casa, diretamente com o con­ sumidor. Posteriomente , o desenvolvimento da pro­ dução e a abolição do sistema de negociação ireta ocasionaram a formação de grandes centros de pro ­ dução , casas comerciis e , conseqüentemente, grn­ des concentrações humanas.

A promiscuidade , a ignorância, a falta de hi­ giene e de recursos foram nevitáveis no início desta nova orgnização social , propicindo condições ao desenvolvimento de surto de doenças epidêmicas , o que e ra justiicável pela existência de ntensa densi­ dade migratória de indivíduos do campo para as áreas urbanas, na busca de empregos oferecidos pelas indús­ trias .

Dentre os grupos sociis que absorverm mais este impact o , estava a classe economicamente menos favorecida , pela precariedade de recursos e assistên­ cia. Esta situação se fzia sentir de foma mais grave na produção industrial , medinte o despreparo bio­ psicossocil da população , cujos relexos revelavm de certa foma as deiciêncis do setor de saúde . As doenças infecto-contaiosas incidim indiscriminada­ mente sobre as populações , exiindo soluções mais eicientes e maioes mobilizações de recursos (RO­ DRIGES! ! ).

A problemática surgida no setor saúde propi­ ciou situação econômica séria e grave , gerndo com­ plicações cujos efeitos form desastrosos para a

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dústria , a população e os países , e cujos relexos se traduzim em perdas de vários dias de trabalho , bai­ xa produtividade , implicando em inluências negati­ vas no desenvolvimento da comunidade .

Os governos n ão poderim icar omissos a esta situação , uma vez que naquela época os cuidados à população doente estavam sob a responsabilidade de instituições religiosas que não possuim infra-estrutu­ ra ténicocient íica e recursos fmnceiros para solu­ cionar os problemas de saúde existentes .

As conseqüêncis observadas em razão do des­ locmento das comunidades rurais para as áreas ur­ banas, enfocadas à luz da ciência econômica, incidem , principalmente , na constatação de maiores despess com a nova habitação e novo estlo de vida, resultan­ do numa premência de auxílio fmnceiro aos fami­ liares e na dispersão econômica da família.

No mbito cultural , como n ão poderia deixar de acontecer , ocorre rm grandes modiicações , isto é , aquisição de novos hábitos por inluência de cultu­ rs populares diferenciadas, trnsmissão da cultura tradicional e regional aos novos companheiros de tra­ balho e da sociedade e tentativas da sociedade de me ­ lhorar o seu n ível cultural , para ascender o status da indústria.

Súde e Desenvolvimento - Fatores Intervenientes Reconhece-se que a Saúde e o Desenvolvimento encontram-e subordinados às vrias ações interde­ pendentes dos múltiplos setores do País, principl­ mente no que se pende às prioridades e , conseqüen­ temente , às necessidades globais da população , tais como educação , saúde , nutrição , sne mento básico e adequado investimento em medidas apropriadas à preervação da saúde .

Entre as grandes prioridades traçadas no II Pla­ no Nacional de Desenvolvimento (PND) (BRASIL. SEPLAN1 ), consoante com as estratégias a serem ado­ tadas , estão a saúde e a educação . Até o m da déca­ da de 1970 , uma das perspectivas propostas pelo pla­ no foi a expansão de empego no País e a demanda de mão-deobra no etor primário da economia. Neste eríodo , as autoridades govenamentais , preocupa­ das com o assunto e no intuito de construir uma so­ ciedade mais democrática e mais desenvolvida, esta­ belecerm novas diretrizes e lhas de ação , elaboran­ do um plno cuja lexibilidade constituiu-se em sua característica básica, propicindo, deste modo , a cria­ ção do III PND (BRASIL. SEPLAN2 ). O plnejmen­ to a ser desenvolvido constituiu-e em um proesso cont ínuo , dinâmico e condiionado pela própria evo­ lução -da sociedade e da economia do País.

Oberva-se , ao n alisar as diferentes defmições e opções do Plano Nacionl de Desenvolvmento Eco­ nômico ( 1980- 1985), o esforço nacional para a valo­ rização do homem brasleiro , traduzido na tentativa de garntir condições dins de trabalho e remunera· ção adequada para satisfação de suas neessidades bá­ sicas. A patir deste período , a saúde vem sendo in­ corporada aos plnos nacionais de desenvolvmento , na tentativa de corrigir as distorções existentes , atra­ vés do cultivo de uma nova Flosoia de Ação . A saú­ de passa a ser considerada como um dos pré-re quisitos e/ou fator de desenvolvimento , constituindo-se em

esponsabilidade não s6 dos proissionais de saúde como de todos aqueles que , de uma foma ou de ou­ tra, encontram-se envolvidos direta ou indiretamente no assnto . Responsabilidade esta , cujo signiicado maior é o de estar atento e consciente da aspiração de consagrar "Saúde para Todos" como uma re lida­ de de caráter nacionl , para que a soma das partes venha reve ter-e , no futuro , num a realidade mun­ dial .

Contudo , a multiplicidade e a extensão dos pro ­ blemas que afetam as populações da América Latina e do Caribe têm sido permanente preocupação para as autoridades overnmentais e de saúde . O proble­ ma se avulta ainda mais , ao considerar-se que cerca de 40% dessa população necessita de serviços b sicos de saúde , e que mais de 1 20 milhões de habitantes de nosso hemisfério jamais tiverm contato com um pro­ issional da áe a de saúde ou mesmo com um repre ­ sentante da e quipe de saúde.

Um aspecto especíico a se r destacado em rela­ ção ao nosso País são as diferenças regionais bastante distintas de Note a Sul, em função da sua extensão territorial e de sua ecologia, apresentando diferentes estágios de desenvolvimento e exigindo de igual mo­ do um tratamento diversiicado e especíico para os anseios e expectativas da comunidade , no sentido de corresponder ao que se pretende , dnmizando-se a ação necessária para a melhoria do mbiente e a aten­ ço à saúde comunitária. Objetiva-e , deste modo , atender às próprias recomendações da Confeência de Alma-Ata , que enfatizm que "As Ações de Saúde de ­ vem ser culturalmente aceitáveis , tecnicamente apro­ priadas , controláveis e devidamente escolhidas , em ombinações que satisfaçam as necessidades locais (CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE CUI­ DADOS PIMÁRIOS DE SAÚDE6).

Há que se re alçar, ainda , que o desenvolvimento sócioeconômico deverá visar a realização espiritual , moral e material do homem, como membro da socie­ dade e como indivíduo. Este princípio ilosóico­ humanista detemin a que o curso do desenvolvmento tenha em vista tomar o homem o seu principl be­ neiciário . Este progresso deve ser encarado também omo promessa de mior justiça social e , sobretudo , ser efetivamente capz de favorecer a produtividade , mediante o princípio da e qüidade .

Ao estabelecer-e uma corelação entre a saúde e desenvolvimento , não e pode omitir ou dissociar as responsablidades afetadas s Universidades , como ór­ gãos formadores e aparelhos utilizadores de mão-de ­ obra, pinciplmente qundo estas encontram-se e�­ enhadas não só nas atiidades de ensino , como na In­ crementação das atividades de pesquisa e de extensão , constituindo -se e m fotes liadas à melhoria do n ível de saúde da comunidade .

Embora sejam reconhecidos os esforços inces­ santes realizados em busca de medidas efetivas rela­ cionadas à promoção , proteção e recuperação da saú­ de em nosso País, constata-se que o nível de saúde na­ cional contnua deicitário em vários spectos, os quis odem ser desencadeados , segundo SOBREI­ RA 1 2, por determinantes como:

• prevalência da morbi-motalidade por enfer­ midades transmissíveis, predomnntemente

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no grupo infantil , sobretudo aquelas con­ troláveis pela vacinação ;

• elevada incidência de desnutrição protéico­ clórica, associada aos problemas das enfe r­ midades infecto-parasitárias , e m menores de 5 anos;

• pecariedade de sneamento básico, em es­

pecil no que se refe re ao tratamento e abas­ tecimento de água e destino adequado dos dejetos;

• meio mbiente socil , econômico e culturl precários;

• crescimento demográico urbano atingindo

elevados percentuais;

• escassez de ecursos inanceiros , materiais

e humanos frente aos nseios de melhoria da qulidade de vida das populações;

• maior ênfase à assistência curativa em de­

trimento à peventiva , quer pelas instituições formadoras de proissionis , como por aque­ las fornecedoras de serviços;

• flta de valorização da prevenção primária e da racionalização da assistência à saúde , re ­ tratando uma tendência inlacionária na economia;

• falta de est ímulo à Educação para a Saúde ,

uma vez que o incremento do processo de comunicação associado aos progressos tec­ nológicos podem modiicar, sobemodo , o coneito da população sobre a SAÚDE;

• grande demanda assistencil esultante da defmição do processo Saúde-Enfermidade , responsável pelas lterações na vida famliar e da comunidade , inluencindo nas relações sociais dos grupos familiares e comunitários, gerando , conseqüentemente , conlitos e ten ­ sões prejudiciais às mesmas ;

• baixos índices de alfabetização .

Acrescenta-e , ainda, o fato do Brasil constituir­ se em um espaço representativo das principais doen ­ ças que atingem as crianças na faixa etária de

O

a 5 nos , destacando-se entre els as doençs diaréicas , a pneumonia , o sarampo , a coqueluche , a diteria e in­ fecções respiratórias gudas , que atacm , principal­ mente , as crinças desnutridas , ocasionndo números óbitos.

Os relatos cientíicos referem que o estado de nutrição e as condições de saúde do homem brasilei­ ro desenvolveram-se e evoluíram ao longo de toda a ida em ciclos suessivos de desnutrição, nfecção e/ ou d.e resultantes dos existentes entre um e outro . Conigurados de foma cíclica, constituem -e cír­ culo vicioso , quando mães e pais pobres e desnutridos germ tamém ilhos desnutridos incapazes de cres­ erem normalmente , os quais , por sua vez , tonar-se ­ ão poteriomente pais pobres e desnutridos . Prle­ lamente , a flta de snemento básico , a educação e a má distribuição dos recursos assistenciais p ropicim à população detemnados problems como elevada mortalidade infntil , baixa espernça de vida ao nas­ er, grande ocorrência de doenças infecto-parasitá­ rias e lta mortalidade materna, contrastando com os países deenvolvidos , onde á predominância de doenças degenerativas. Interam-se a estas , as doenças

trnsmissíveis e não t rnsmissíveis que indiferenciada­ mente incidem sobre as populções urbanas e rurais , reduzindo o tempo de vida dos indivíduos , assinalan­ do-se como mais freqüentes a Doença de Chagas, a esquistossomose , a mlária, o bócio endêmico , a tu­ berculose , a hneníae , o tétano , acrescidas das doen ­ ças cárdio-vasculares , neoplásicas e diabetes .

Súde Famliar - O Enfemeiro e a Saúde Famliar

Conside ra-e a Saúde Familiar como o ajuste e o equilíbrio entre os elementos intenos e extenos , en­ tre o ecossistema e o netassistema. Compreende -se a saúde do indivíduo, sob o ponto de vista epidemiológi­ o , como um e qulíbrio ecológico entre este e o seu mbiente , o qual engloba a tríade indivíduo , ambien ­ te e os agentes intenos e extenos (Anexos 2 e 4) (CAMPOS et alii3).

A Saúde Familir apresenta-se como assunto de suma impotância, à medida que inluencia na de ­ terminação dos n íveis do bem-estar socil das futuras gerações . Constata-se que , em muitos países, as insti­ tuições assistenciais continuam dirigindo seus interes­ ses para enfemidades sob um caráter individual , dis­ tancindo-se cada vez mais do enfoque de oferta de serviços que visam a saúde da fam1ia como m todo , utlizando recursos tecnológicos soisticados , relegan­ do a prevenção da doença e a pomoção da saúde a um plno secundário , contribuindo , desta foma, pa­ ra que a famt1ia continui a ser mera circunstância.

Veriica-se , como fator de consenso geral , que as primeiras atitudes para com a saúde oriinm -se na fam1ia, entretanto , grnde parte das práticas domés­ ticas curativas e tradicionais , de conteúdo válido e re ­ cohecidas através dos tempos , vêm sendo destruídas elo progresso , não apenas em rzão das inevitáveis mudanças sociais , mas tamém , em decorrência de um proissionlismo argentário e equivocado .

Outro specto a ser ssinalado como re alidade socil de hoje é a constatação de que a maioria dos pais que trabalham fora é constrangida a trnsferir suas responsabilidades e os cuidados das crinçs às entidades proissionais ou semiproissionais s quis assumem gradativmente as funções desempenhadas , outrora, pelos membros da fm llla e , lgumas vezes, elos vizinhos.

Paralelamente , as atuais instituições de assistên­ cia à saúde insuicientemente preparadas para assumir esta responsabilidade , omitem-se ou se dedicam de foma incompleta e incorreta aos cuidados da fam1ia . Tom a-se necessáio , potanto , uma conscientização bem mais clara e objetiva dos problemas com que se defronta o atendimento prmáio desse grupo de saú­ de . Justifica-se a afirmativa face a estratégia utilizada , ao restrinir-se a uma série de rotin s coniadas ao essoal auxiliar ou a própia faml1ia. O cene da ques­ tão reside na capacidade dos proissionais de saúde em atenderem às necessidades e anseios da população , pressuposto que requer para o alcance dos objetivos inais que se proeda uma verdadeira trnsformação conceptul por parte destes proissionais , uma vez que o fator saúde interessa não só à fm ia, mas prin­ ciplmente à comunidade . Tais serviços de saúde de­ verão reestruturar -se no sentido de objetivar de modo sistemático o aumento do bemestar do homem e ,

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conseqüentemente , todas s mudanças de ordem ins­ titucional e de caráter ético ocorridas , as quais cons­ tituir-se -ão em m prenúncio para a melhoria da saú­ de de todas as famllla e mior integração na comuni­ dade .

A defmição adotada pela Orgnização Mundial de Saúde (OMS) realça, com justiça, o specto posi­ tivo e pluridimensional da saúde . Contudo , para efei­ to deste estudo , elegeu-se a deinição proposta pelo biólogo americano R. Dubos.

"Uma potencialidade : a aptidão do indivíduo ou do grupo socil de se modiicar incessante­ mente , não só para melhor funcionar no pre­ sente , como também para se preparar o fu turo". A escolha deste conceito legitimase ao apre

-entar a singularidade de englobar tanto o aspecto individual como coletivo e de Ser ao mesmo tempo dinâmico e projetante , características essas con­ soantes com o elemento famIlia, grupo socil pri­ mordial , em constante evolução que , embora viva no presente , forja constantemente o futuro , especial ­ mente através de seus membros mais jovens (MAN­ CIAUX8).

Ao recohecer a importância da saúde da famí­ ia como um todo , a Organização Mundial de Saúde (OMS) propõe , como parâmetro básico da assistência global , todas as ações que envolverem : atendimento pré-natal , consumo de alimentos, o nascimento , aten­ dimento pós-natl , amamentação e desmame , comple­ mentação alimentar, supervisão do crescimento e de ­ senvolvimento da criança , imunizações , controle pe ­ riódico da saúde , melhoria da habitação , creche s , a saúde e a escola, nutrição, planejamento familiar , aci­ dentes , saneamento ambiental , doenças sexualmente transmissíveis e educação em saúde (GUIA da saúde familiar 7).

O reconhecimento da importância desses com­ ponentes propostos em detrimento do lcnce limita­ do das ações executadas a nível de assistência à saú­ de familiar é negáve l . Uge , portanto , que a mesma eja enfocada sob um prisma de prioridade , desenvol­ vida e din mizada , principalmente , no grupo mater­ no-infantil com o aproveitamento mximo de suas ossiblidades . Este intento políico , conduzido pe­ lo Ministério da Saúde , enseja a maximização e o al­ cance da Assistência à Saúde , sem abdicar da com­ preensão plena de todos os eus determinntes .

Otimizar as ações a n ível de assistência à saúde familiar em nosso meio signiica estender a cobertura dos serviços de saúde a frações da população ainda não beneiciadas e envidar esforços na resolução dos problemas de saúde mais relevantes . Estes compo ­ nentes e as diferentes áre as de funcionmento de uma fm11ia deverão er enfocadas com vistas ao seu desen­ volvimento hrmônico de acordo com o ciclo vitl dos inivíduos que a compõem e a saúde familiar , considerada mediante as inter-relações e a interde­ pendência dos indivíduos que vivem em comum (MANCIAUX8).

Em todos os países do mundo , a Enfe rmgem tem um papel de capital impot ância na promoção da saúde famliar e no seu desenvolvimento . Em um siniicativo âmbito de assistência , a enfermeira, co­ mo proissional de saúde , envolve um mplo camo

de ação para a promoção e proteção da saúde e a re­ cuperação e a reablitação de enfermidades que afe ­ tam com maior freqüência o indivíduo , a famlla e a comunidade , num esforço de hamonizar elementos constituintes iferenciados em resultados positivos.

Na tarefa de implementar uma assistência plane ­ jada junto à fam ia, torna-se indispensável que o En­ fermeiro de Saúde ública a considere como uma uni­ dade global , rejeitando ações assistenciis tendencio­ sas de desmembramento dos seus elementos consti­ tuintes . Dente todos os proissionais da Equipe de Saúde , o Enfermeiro desfruta de uma posição de real­ ce na capacidade de obter facilmente acesso aos lares e às comunidades , devido ao seu tradicional relaciona­ mento terapêutico reconhecidamente contributivo a este n ível .

Como o s objetivos tangíveis convencionalmente voltados para a comunidade , o proissional atua em diversas áreas assistenciais que abrangem toda popu­ lação, inclusive a família. Entretanto , como agente no processo de mudança social , deverá reconhecer a ne­ cessidade efetiva de integrar de uma forma distinta o grupo familiar a este processo , envidando esforços no sentido de estimular a conduta para uma atuação con­ junta e multiproissional .

A atual relação cliente/médico , cliente/enfer­ meiro ou outro proissionl de saúde é nitidamente decorrente de suas atribuições e visivelmente comple ­ mentares quanto ao aspecto de solução dos problemas de saúde , coletiva e individual .

Obeva-se , contudo , que , dentre estes proissio­ nis , o Enfermeiro de Saúde ública, no desenvolvi­ mento de suas ações na comunidade , egula a execu­ ção de seus procedimentos a partir do grupo familiar quando são apreciados fatores pertinentes à melhoria do n ível de vida de seus integrantes, através do reco­ hecimento e da busca dos recursos existentes e dis­ oníveis na comunidade . Caberá , potanto , aos servi­ ços de saúde e aos proissionais a eles vinculados , de­ tectarem os fatores causais intervenientes , para que estes possam ser removidos , pois a efetividade dos cui­ dados de saúde é fator preponderante para conecu­ ção dos objetivos da saúde familiar .

O Enfermeiro ao lidar com as faml1ias utiliza como estratégia de ação o oferecimento de cuidados primários em um ambiente de mbulatório e/ou co­ munidade , medinte a avliação do status físico , emo­ ional e o desenvolvimento dos ndivíduos e das famí­ lias. Ao anlisar os comportamentos relativos à saúde nos diversos tipos de personlidade , estilos de vida e de cultura, além de intervir positivamente para man­ ter, restaurar ou melhorr a saúde , estará atribundo uma avliação crítica da qualidade e eicácia de seu trablho .

Desnecessário se faz frisar que , em seu campo de ação , o Enfermeiro inclui todos os níveis de pre­ venção , isto é, promoção da saúde , proteção especí­ ica contra a doença, diIóstico precoce , tratamen­ to imediato , limitação da incapacidade e eabilitação .

PAP E L DO P R O FI SSI O N AL

A tividades Básicas

A Enfermagem , como parte integrante do sis­ tema de saúde , é um dos subsistemas que atulmente

(7)

vêm se defrontando com uma grande escssez de re ­ cursos humanos , o que diiculta a prestação de uma assistência quliicada à população . Este quadro con­ igura-se como um dos óbices apontados para o alcan­ ce das metas propostas no PLANO DECENAL DE SAÚDE PÚBLICA PARA A AMÉRICA LATINA

(ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE

10).

No desenvolvimento de uma ssistência centra­ da nas necessidades básicas e especíicas da pessoa hu­ mana, em um contexto lobal , o enfermeiro conven­ ciona suas ações a partir do est ímulo ao desenvolvi­ mento das potencilidades do cliente para paticipar ativa e conscientemente na solução dos problemas . Para tanto , se utiliza de um enfoque epidemiológico , medinte o emprego sistemático dos elementos do processo de enfermagem , visando assegurar aos inte­ grantes da famllia uma percepção global de suas ne ­ . cessidades de saúde .

Considera-e que a assunção concreta do pa­ pel do Enfermeiro de Saúde Pública implica na de­ inição de suas funções , levando-se em conta as con­ dições sócioeconôics da região e as diversas situa­ ções de trabalho apresentadas .

Portanto , toma-e fundamental que ocorram mudanças profundas e bruscas na enfermagem , s quais implicarão em mutações do ENFERMEIRO co­ mo proissionl , quer seja eI relação ao seu peril co ­ mo s suas perspectivas . E vitualmente necessário que ocorra o afastamento de atuações a n ível tecnicis­ ta e rotineiro com preocupações tradicionais de or­ dem física e clínica, e direcioná-las para o homem na sua relidade sócio-cultural , impondo , ao pro issio­ nl , um desempenho de cunho mais cient íico , tendo em vista os aspectos biológicos , psicossociais e psico­ espirituais do cliente .

Historicamente , os documentos de nálise re­ trospectivas registram que três aspectos marcaram , de maneira decisiva, o desenvolvimento da enferma­ gem , o qul pode ser caracterizado da eguinte forma:

• Enfermagem essencialmente técnica , funda­ mentada em princípios cient íicos que orien ­ tavam a execução dos procedimentos , sendo este considerado o elemento chave para o en­ sIo e o exercício proissional de enferma­ gem ;

• Enfermagem com enfoque na assistência glo­

bl ao homem , envolvendo ações ssisten ­ ciais abrangentes direcionadas para o aten­ dimento das necessidades básicas , tanto do indivíduo qunto da fm lia e comunidade ; e

• Enfermagem atual , evidenciando a formula­

ção de um perfil cient íico pela busca de ba­ ses teórics que possm garantir a iIdepen ­ dência e a validade da área da saúde e que parlelamente insiste na necessidade de sis­ tematização de novos métodos que justii­ quem , realmente , a enfermagem como CBNCIA e como proissão liberal .

O Conelho Federal de Enfermagem (COFEN), estabelece que "a esponsabilidade do Enfermeiro es­ tá dividida em quatro spectos: promove r a saúde , pevenr a doença, restabelecer a saúde e liviar o so­ frimento". Em consonncia com os aspectos legais precoizados , a enfemagem participa na detecção e

no tratamento das doenças , implementa ações de pre­ venção da doença e de fatores nocivos que podem co­ locar em risco a saúde do homem , atuando ainda na condição de conselheiro e educador em assuntos de saúde . Acrescenta-se a estas, a sua responsabilidade pe­ la coordenação das atividades dos demais membros da equipe de enfe rmgem e a integração desta equipe com outros proissionais de saúde .

O Enfermeiro , ao desenvolver a assistência pri­ mária de saúde , centra suas ações nas necessidades da fam1ia e da comunidade , apoiando-se nas potenciali­ dades do grupo para desenvolvê -las, estimulando os a participar ativa e conscientemente nas soluções e de­ cisões da comunidade .

CASTR04, em um contexto global , de ine que as áreas de atuação do enfermeiro podem ser repre ­ sentadas por atividades que englobam:

ASSIST�NCIA - a n ível hospitalar, ambulatorial e de comunidade .

ENSINO formação proissio­

nal -

Pós-Gradua-EDUCAÇÃQ CQNTI�UADA­ E EDUCAÇAO A SAUDE PESQUISA

ADMINISTRAÇÃO

INTEGRAÇÃO COMUNITARIA

ção sensu lato e sensu stricto.

iItra e extra-insti­ tucional .

a n ível normativo e ope racion al .

a n ível normativo , operacionl e de coordenação .

através da educação na comunidade e a participação desta na

equipe de saúde . A mesma autora enfatiza que , tendo em vista a realidade sócioeconômica e cultural da famia, as funções do enfermeiro podem ser expicitadas elas atividades desenvolvidas na prática ssistencial , e afr­ ma também que a função básica do Enfemeiro de­ senvolve -se no âmbito da assistência propriamente di­ ta, centrada em atividades terapê uticas diretas que en­ globam :

CONSULTA DE ENFERMAGEM, Ic1uiIdo : • entevista e exame físico

• diagnóstico de enfemagem • plano assistencial de enfemagem • prognó stico de enfermagem • implementação da assistência VISITA DOMICILIAR

EXECUÇÃO DE TÉCNICAS DE ENFER­ MAGEM

ATENDIMENTO À CLIENTELA

No que se refere às atividades Idiretas , achm­ e enquadradas àquelas relacionadas à função adminis­ trativa, as quais , embora sejm deenvolvidas longe do ciente , têm por inlidade assistí-Io, envolvendo prin­ ciplmente :

• revisão e provisão de Recursos Materiais e Ambientais ;

• coordenação de Recursos Humnos;

• treiIamento e supevisão de Pessoal;

• plnejamento e avaliação das Atividades Di­

retas.

(8)

Nece ssário se faz enfatizar que um dos aspectos mais importantes da assistência de enfe rmagem é o da orientação ao cliente e à sua famíli a, objetivndo oientá-los e conduzi-los à tomada de inici ativa , quan ­ to às medidas ne ce ssárias à sua proteção contra in­ luên ci s adve rsas do meio e à m nutenção de sua ca­ pacidade de de fesa. Um dos fatores a mere cer maior realce nesta o rientação relacion a-se à necessidade de estarem os enfermeiros alertas aos fatores mbien ­ tis que possam ame açar a saúde e o conhecimento das me didas a e rem adotadas para que , tanto quan­ to posível , s residências dos clientes e o locl onde eles se situam sejam livres de elementos causadores de doença . Nesta etapa, a prática visa , sobretudo , en co­ raj ar as pessoas a desenvolverem hábitos sadios em re­ lação à saúde , através de uma dieta balance ada, do de­ envolvimento de atividade s e da promoção da higiene mental para o descanso ne cessário e o alívio das ten ­ sões , tendo estes como fatores básicos que ajudam a reduzir a suscetibilidade individul à doença .

As fun ções e ducativas constituem parte impor­ tante da assistência de enfermagem e envolvem ativi­ dades diversas , como o aconselhamento s jovens mães quanto aos cuidados com a alimentação dos be­ bês , e s medidas de proteção contra s doenças, no que se re fere ao aux ílio à clientela e sua fm íi a, no planej amento dos cuidados ao re cém-nato em domicí­ lio , e ao aconse lhamento de como lidar com os pro­ blemas de saúde , estabele cendo um esquema base pa­ ra superá-los .

Ob serva-se que , n o contexto comunitário , a po­ pulação , freqüentemente , desconhe ce ou tem dii­ culdade de acesso aos serviços apropriados que· lhes oderá prestar aux ílio nos problemas de saúde . O enfe rmeiro o derá atuar ne ste proce sso , como ele ­ mento facilitador ou mediador de contato entre o doente e as instit uições . O desempenho deste papel é considerado como um a extensão das funções atu is do Enfermeiro e realiza-se através do desenvolvimento e da utilização mais eicaz da cap acidade e ds habli­ dades té cnico-cient íicas ine rentes à proissão e ao pro issionl . Pode -se ainda cit ar que o enfemeiro ex­ periente , conhece dor do ambiente em que vivem os seus clientes, detém as condições essenciais para inlu­ enciar, educar assistir aos familiares , convencendo-os a ace itar e a cumpir s re comendações que hes são trnsmitidas , lém de encorajá-los a aiem de modo inteligente na solução dos problemas, solicitando aos e rviç os de saúde , as ações de promoção , prevenção , cura e recupe ração da saúde nos domic íios .

o Pocesso de Enfemagem e a Saúde ública

O papel do Enfermeiro de Saúde Pública , jun­ to as famias , é de vital importância . A repre senta­ tividade deste signiicado justiica as ações de imple ­ mentação de uma metodologia assist enci al , com vistas

à sistematização das intervenções de Enfe rmagem a partir das re is necessidades deste grupo .

Ao e considerar as áre s de funcionmento da famlua (Anexo 1 ), pode-se inferir que a atuação do enfemeiro e stá explícit a e/ou implicitamente especi­ icada nas subáre as de reprodução , aimentação , pro­ teção da saúde , recuperação , segurnça emocional , proteção sicológica e ensino de atitudes relativas à

saúde . O enfoque destes spe ctos constiti :se em componentes b ásicos de nálise para o HISTORICO DE ENFERMAGEM, cuj a fin idade é o levntamen ­ to e a identiicação de dados relativos às necessidades biopsico ssociis afetadas e aos recursos da fam ia. A síntese desses dados permitirá estabelece r m

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM, o qul especii­ ca as ne ce ssidades que reque rem a Assistência do En­ fermeiro quer a n ível n dividul ou de grupo . A partir e dest e , a metodologia avança para o planej mento objetivo , seja a curto ou a longo prazo , as ações e progredindo, após a testagem , para a sua operaciona­ ização e fetiva.

A im de se deteminar o progresso obtido em função das ações implementadas , é mportante des­ tacar a necessidade de se realizar , após cada contato om o grupo fmiliar, uma avliação dos resultados comparndoos com os objetivos planej ados , o que permitirá os ajustes ou modiicações requeridos para o alcance das necessidades famili ares em termos de saúde .

Assistência à Fam 7ia

As ações que vism a uni dade fmiliar vêm sen ­ do preconizadas nas disciplin s Enfermagem de Saúde Pública I e 11, que as dire cion aram como m do s seus propósitos referenciais de implementação de ensino, e o desenvolvimento das atividades acadêmicas junto as fam lus nas favelas vinculadas aos Centros Mni­ cipais de Saúde de suas respectivas Regiões Adminis ­ trativas da Cidade do Rio de Janeiro .

Para a operacionlização deste plano , form ela­ borados instrumentos com vista à padronização de conduta e viabilização do processo , j á apicados por NOGUEIRA9, istados a seguir :

a) manul de instruções ; b) luxogrma das atividades ; c) cadastro de dados sobre a fam íia;

d) impresso-formulário do Histórico de Enfe r­ magem ; e

e) impressoesquema básico do Plano Assisten ­ cial .

A elaboração de m Manual de Instruções se prende , fundamentalmente , à ne ce ssidade de padro ­ ização das orientações aos docentes/discentes , em­ enhados no trabalho de Assistência de Enfermagem à famia. Na pte introdutóia apresenta a explicita­ ção dos objetivos e s fmalidades do programa . A primeira e a segunda parte constituem -se de um i­ chário sobre a importnci a do grupo fmiliar como fator de mudanças soci ais e de m roteiro de uma orientação , quanto à organização e à operacion aliza­ ção dos trabalhos , respe ctivmente . O intuito da ela­ bo ração deste mnual foi o de cont ribuir decisiva­ mente para o planejamento e o desenvolvimento das ações. Entretanto , tom a-se oportuno o esclarecimen ­ to qunto à sua despretensão de esgotar o ssunto , mas de unicamente servir de " roteiro" para o usuário . As orientações apresentadas são fruto s de expe riên ­ cias te stadas com bons resultados por p arte dos pro­ ission ais .

O luxograma tem por fmlidade demonst rar o processamento seqüencil ds etaps do trabalho i ­ recionado à racionlização das atividade s , me dinte a sua representação em gráicos .

(9)

Os próprios termos refe renciais do cadastro jus­ tiicam a sua inclusão como fator básico para efetii­ dade do programa. Inclui, ainda, o registro em ichs­ índices, dos nomes dos responsáveis e/ou Chefes das fmias.

Levando-se em conta que a Assistência de En­ fermagem é fundamentada ns necessidades b sics universis do ser humano , as quais variam de família para fam1ia em seus níveis de dependência, elaborou­ e m formulário-roteiro para orientação , sem risco de omissão , de dados no momento do levantmento dos problemas .

A im de nivelar a interpretação dos dados na fase do planejamento das ações , foi preparado um impresso para o Plano Assistencil , de foma a que ermitisse a visualização global e uniforme do referen­ damento dos procedimentos propostos para o atendi­ mento , correção , reversão ou ajustes das necessidades afetadas em termos de prioridades . Deste modo , o impresso modelo propiciou, aos executores , compor­ tamentos similares qunto ao seu preenchimento de forma racional, objetiva, contínua e sistematizada, sem o detrimento das especilidades de atitudes a se ­ rem adotadas para cada grupo fmiliar de per si.

A fase de implementação da assistência à fmí­ lia, face às característi�as singulares do plano de açã? ,

exiiu para a sua efetivIdade , um levntamento prévIO de um conjunto de in formações necessárias para o diagnóstico da área e conseqüentemente viabilização das ações , tendo sido pesquisados os seguintes conjun­ tos:

• análise topográica da região ;

• investigação sobre as condições atmosféricas,

climáticas e telúrics ;

• análise demográica - estimativa populacio­ nal"

• lev

tamento dos recursos da comunidade ;

• investigação sobre as condições de sane amen­

to básico ;

• análise dos conceitos que governam a percep­ ção populacional sobre a sua relidade ; e • catalogamento das residências .

A análise seguiu-se de um trabalho de divulga­ ção do progrma a ser implantado junto à comunida­ de , tendo em vista a sensibilização dos seus membros para esta ntervenção assistencil especíica.

A avaliação do programa relizou-se mediante a utilização de métodos de anáise das práticas em saúde e das ciências sociais , no intuito de veriicar o impacto do progrma, a n ível comunitário, pelo fe­ nômeno da progressão, mas , sobretudo da famlia qunto a um posicionmento independente na ado­ ção de medidas de poteção à saúde , com a utliza­ ção dos recursos materiis existentes , e o momento certo para utlização das instituições fom alizadas do sistem a saúde , as quais buscam , entre outras , apimo­ rr as ações de viilncia epidemiolóica, progrma­ ção de saúde e a participação responsável dos prois­ sionis e usuários ns atividades de interesse socil , tendo -se a fmília como ponto propulsor.

CONC L USÕeS

A compreensão e fetiva do objeto refeente ao presente trabalho sugere o envolvmento de

ques-tões no mbito das ciências biológicas e sociais, exi­ gindo uma abordagem teórica e metodológica sob m enfoque epistemológico das duas áe as . Inclui ainda, o estudo das deteminantes da produção socil das doenças , da organização socil dos serviços de saúde , da istoricidade do papel do grupo fmilir na socie­ dade , da ssistência de enfermagem e das práticas em saúde .

A visão mais dmensionada e abrngente destes aspectos deve est ar calcada nos conceitos de famlia, de saúde e de n íveis de assistência à saúde da popula­ ção . Sob esse prisma, observa-se a existência de um consenso em tomo da importncia de análise das ten­ dências atuis da prática em saúde , como m instru­ ento de avliação .

A veriicação do curso que vem tomando as ações de saúde versus produtividade cient íica conver­ te-se -á em uma arma imortante tanto para a elabora­ ção de novas medidas como para a defmição de prio­ idade s , visando auferir o máximo de proveito dessas ações .

O desenvolvmento de um programa de ssistên­ cia a famllla é de fundamental importncia na adoção de estratégias cujo enfoque global possibilite condi­ ções ótims ao atendimento , à aceitabidade e eicá­ cia da dinmica das relações famliares intenas para a prevenção e proteção das doenças e educação em saú­ de .

As estratégias deverão estar alicerçadas no prn ­ cípio biossociolóico d e que a saúde famiiar é fruto das nter-relações e da interdependência do estado de higidez física e mentl dos seus membros, os quais determinam e são em prte os responsáveis pelo seu efetivo funcionamento .

Em um sentido mplo, constata-se que o campo de cohecimento e a prática comum às várias modali­ dades de capacitação dos recursos humnos para o se­ tor saúde vêm-se caracterizndo pela busca de uma compreensão crítica do processo saúde doença como fenômeno coletivo e da deteminação socil dos ser­ viços de saúde , rticulados com as propostas de inter­ venção dos serviços. Estes fatores só lcançarão seus objetivos a partir de uma compreensão da sociedade , através da compreensão da famlla e a conscientiza­ ção de que a dnâmica da saúde familiar constitui-e em elemento para o desenvolvimento das ações de saúde , ao invés de uma etapa secundária da prática de cada proissional .

Todavia , faz-se mister assinalar que , de acordo com NOGUEIRA9 , a assistênci a de enfe rmagem , no seu âmbito geral à n ível de fmIlia, varia:

• de uma sociedade para outra;

• de acordo com a eicácia e a eiciência das atividades desenvolvidas pelos proissionis; • de acordo com as funções das diferentes ca­

tegois dos proissionis de saúde ; e

• medinte a compreensão dos proissionais sobre a importância do papel socil deste grupo.

O trabalho expeimentl realizado pelos acadê ­ icos de enfe rmagem , no desenvolvimento de um programa de assistência metodológica de enfermgem centrada no grupo fmiliar , revelou-se pelos resulta­ dos imediatos obtidos, rzão pela qul o estudo deve

(10)

rá ser considerado como uma abordagem inicil nes­ ta áre a , tanto em suas expressões numéricas como em suas causas e conseqüências , conigurando -se sua vali­ dade nos seguintes spectos:

• oportunidade de demonstrar a possibilidade de desenvolver uma metodologia assistencil a n ível familiar;

• evidenciar a efetividade das ações de enfe r­ magem , centralizadas no grupo familiar; • popiciar , aos acadêmicos de enfermagem ,

uma expeiência vivencil de assistência com enfoque no grupo socil ; e

• proporcionar aos docentes e acadêmicos uma concepção diferencial entre assistência ndi­ vidualizada e assistência familiar .

Do exposto, pode-se inferir que cabe ao enfer­ meiro a responsabilidade de não só atuar diretamente junto a população , mas , especilmente , direcionar suas ações a partir do núcleo fmiliar para a comui­ dade . Este compomisso deve ser ainda orientado para o apoio efetivo aos progrmas de assistência primária , medinte a criação de um ambiente de opiniões posi­ tivas , tendo em mente que o seu objetivo a longo pra­ zo é o de capacitar os beneiciários de uma assistência· familiar a utilizarem-se dos cuidados primários de saú ­ de , como parte d o seu deenvolvimento geral e dentro de um espírito de auto-coniança.

COSTA, Z. S. ct a1ii. Public heaJth nurse's contribuit ion in the family health. R ev. Bras. En. , Bras ília, 39(2/3) : 107-1 1 8, Apr ./Sept ., 1 9 86.

R E F E R � NC I AS B I B L I O G RA F ICAS

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2. _ . II Pano Nacional d e Desenvolvimento. Basília,

1 9 80/1 9 85 .

3 . CAMPOS, N. H. et alü. Famiia y salud familiar. Un en­ foque para la atención primaria. Boi. Of Sanit. Panam . , Washington , 98(2 ) : 1 44-8 , feb. 1 9 8 5 . 4 . CASTRO, I . B . A spectos criticas do desempenho das fun­

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5 . CHAMECKI, S. Um terço da humanidade vive em favelas . O Correio UNESCO, Rio de Janeiro , 4(8): 10-1 , ago . 1 9 7 6 .

6. CONFE�NCIA INTERNACIONAL SOBRE CUIDA­ DOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE, Alma-Ata, URSS, 6-1 2 de seI . de 1 9 7 8. Cuidados pimdrios de saúde.

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8 . MANCIAUX, M . A saúde da família . A Súde do Mundo, Genebra, :4 , ago ./set . 1 9 7 5 .

9 . NOGUEIRA, M . J. C . Assistência d e enfermagem à famÍ­ lia. Rev. En. Novas Dimens., São Paulo, 3(6) :327-46 , nov./dez . 1 9 7 7 .

1O . ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE. Plan decenal de salud para las A méricas; informe final de la 3! reu nón especial de ministros de sa/ud de las A éricas, Santiago , Chile, 2-9 de octubre de 1 9 72. Washington , 1 9 7 3 . (Documento Oficial, 1 1 8).

1 1 . RODRIGUES, B. A. Fundamentos de administração sani­ tária. 2 .ed. Bras ília , 1979.

1 2 . S0BREIRA, N. R. Enfemagem comunitária. Rio de Ja­ neiro , Interamericana, 1 9 8 1 .

AN EXO 1

AREAS D E FUNCI ONAME NTO DA FAMfL lA

Biológica Psicológica ócio-Cu ltu ral Eonômica Educacional

i)Repodução i) Segurnça i) Transfeência de i) Aquisição de i)Ensino de

da esécie emocionl dos valores de recursos para aptidões,

membros compotamento , o cumprimente atitudes e tradição, língua e de outras conhecimentos

costumes funções elativos a outras

funções

ii)Ciação dos ii) Sentido de ü) ocilização dos ii)Distribuição ii)Preparação para

filhos identidade dos lhos de recursos, a vida adulta

membros despesas e

oupanças

ü) imentação iii) madurecimento üi) Formulção de iii) Apoio ii) Cumprimento

de fmliares da personlidade nomas de econômico do papel de

ompotamento em dos membros de adulto todas as fases do da faml1ia

desenvolvimento e da vida adulta

iv) Proteção da iv) Proteção , saúde dos psicológica famliares de

todas as idades .

v) Recre ação dos v) Capacidade de

membos da elacionamento

famlia exteno

FONTE: GUIA da Saúde familiar. A Saúde do Mundo, Genebra: 229 , ago ./set . 1 9 7 5

(11)

ANEXO 2

MODELO MULTIV ARIADO E INTERATIVO DE AJUSTE FMILIAR

TO DE JUSTE FAMIUAR

FONTE : CAPOS N. H. et alii . F1ia y Slud familiar. Un enfoque para la atencion primária.

Boi. 0. anit. anam . Washington, 98 (2) : 1 44-8 , feó . 1985 .

ANEXO 3

HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

.. levantamento e reistro de dados das con­

dições psicolóicas sociis e sanitárias e das necessidades e recursos da faml1ia.

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM

ASSIST�NCIA DE ENFEMAGEM

avliação das necessidades e recursos qua a faml1ia possui;

avliação das conseqüências do não atendimento dessas necessidades;

prestação e delegação de cuidados;

supevisão e avaliação ; avliação do tipo de depenência da fmlia para ôr em execução as atividades de promção , proteção e recuperação da saúde ;

eisto de dados

decisão do que fazer e/ou orientar a famllia para fzer;

registro de dados.

PLANO DE ASSISTnNCIA DE ENFERMAGEM

estabelecimento de objetivos a curto, a médio e a longo prazo;

estabelecimento de prioridades para atendimento ; eleição dos métodos a serem usados;

progrmação das atividades;

estabelecimento dos meios de avliação e supevisão ; egistro de dados.

FONTE : NOGUEIRA, M. J. Assistência de enfemgem à fmlia. Rev. nf. Noas tmens., São Paulo , 3(6) : 327-46 , nov.fdez. 1977 .

(12)

l

ANEXO 4

VISÃO INTEGRAL DA FAMÍLIA (TIPO DE FAMÍLIA) SISTEMA MACROSOCIAL

(FATORES CONDICIONANTES : ECONÔMICOS, CULTURAIS SOCIAIS, ETC.)

FUNÇÕES FAMILIARES DE ACORDO COM O CICLO IN­ DIVIDUAL E FAMILIAR

y

PROCESSO DE INTEGRAÇÃO FAMILIAR

)

INDIVÍDUOS

(+.)

FÍSICA E MENTALMENTE

SADIOS E SOCIALMENTE

<

ADAPTADOS

COM DESAJUSTES FÍSICOS MENTAIS E SOCIAIS DE

�-)

CARÁ TES TRANSITÓRIO OU

PERMANENTE

l�

________

_

______

_ )

y

S A Ú D E F A M I L I A R

FONTE : CAMPOS, N. H. et alü. F1ia y Salud familiar . Un enfoque para la atencion primaria. Boi .

0. Sanit . Paam . Wasington ,

98 (2):

1 44-8 , feb . 1985

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