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Fractais no laboratório didático.

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Academic year: 2017

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Fratais no Laboratorio Didatio

(FratalsinthedidatiLaboratory)

M.Amakuy, M. Morallesz,L. B. Horodynski-Matsushiguey e P. R.Pasholatiy

yInstitutodeFsiadaUniversidadede S~aoPaulo

CaixaPostal66318, CEP05315-970, S~ao Paulo,SP, Brasil

zInstituto dePesquisas EnergetiaseNuleares -Comiss~aoNaionalde EnergiaNulear

CaixaPostal11049, CEP05508-900, S~ao Paulo,SP, Brasil

E-mail: lighiaif.usp.br

Reebidoem19deAbrilde2001. Aeitoem27deNovembrode2001.

E disutida a oneitua~ao de objetos om estrutura fratal, tendo em vista sua utiliza~ao em

experi^enias motivadoras nolaboratorio didatio. Foram estudadas bolas de p~ao amassado, que

podemser empregadasomoontraponto n~ao fratal(D 3;0) as bolas de papel amassado, as

quaisapresentamdimens~aofratal(D2;5),salientandoaneessidade deumalulo orretode

inertezas.Tr^estiposdep~aoforaminvestigados:doisbranos,deformaeitaliano,eumpretodenso,

dotipoalem~aodetr^esgr~aos. Desses,apenasop~aobranoitalianodemonstroupossvelestrutura

fratal, apos oamassamento, araterizadapela dimens~ao fratalD = 2;810;06, enquanto os

resultadosobtidosparaosp~aespretoedeforma,D=2;95 0;06eD=2;98 0;04respetivamente,

n~aoostipiamomofratais. S~aoanalisadososproblemasoneituaisqueresultaramemdimens~ao

fratal2,080,25 paraop~ao,eminforma~aoenontradanaliteraturadeesopodidatio.

Theoneptofobjetswithafratalstrutureisdisussed,intheontextoftheiruseinmotivating

ativitiesforthedidatiLaboratory. Spheresofsquashedbread,whihmaybeemployedas

non-fratalounterexample(D 3;0) to the fratalrumpled paper balls(D 2;5), wereanalysed

andthe needfor orret omputationof the unertaintiesis stressed. Threekinds ofbread were

investigated: two white ones, an usualsandwih and anitalian type, and one very heavy three

graingermandarkbread. Onlythewhiteitalianbreadshowedapossiblefratalstrutureafterthe

squashingproedure,haraterizedby thedimension2:810:06, whilethe resultsfor theothers,

respetively D =2:950:06 and D = 2:980:04, for the darkand whitesandwihbreads, do

not typify them as fratals. The oneptual problems,whihresulted in a fratal dimension of

D=2:080:25 forbread,foundinanartileintheliterature,areanalysed.

I Introdu~ao

A motiva~ao que determinada tarefa possa despertar

nos estudantes e indisutivelmente uma omponente

importante noproessoensino-aprendizagem. Deorre

daque temasde maiorevid^enianamdiapodem ser

exploradosomvantagemematividadesdidatias,

sem-pre que issoesteja em aordoom osobjetivos gerais

oloadosparaourso. Umtemaemrelativaevid^enia

nosultimosanosserefereaestruturasfratais.

Algunsanosatras,MareloA.F.Gomes,da

Univer-sidade Federal de Pernambuo, apresentou no

Ameri-anJournal of Physis[1℄ uma atividade interessante,

queenvolveoestudo depropriedadesfrataisembolas

depapelamassado. Estaatividadetemsidoempregada

jahaalgunsanos,omsuesso,nolaboratoriodidatio

ada omo tereiro experimento, dentro de uma serie

destinada a salientar utua~oes em medi~oes [2, 3, 4℄

para ingressantesnosursos de bahareladodeFsia,

GeofsiaeMeteorologia(FsiaExperimental1).

Em-borao tema sejaestimulante, ouevidente,ao longo

dos anos, que o oneito do que seja um fratal esta

sujeito a onfus~oes. De fato, os alunos ora o tomam

de forma restritaomo se ooneito impliasse numa

auto-similaridadeabsoluta(quen~aoseapliaaospapeis

amassados)ouoassoiamsimplesmenteaporosidadedo

objeto.

A proura de situa~oes experimentais analogas a

ole~ao de papeis amassados, que pudessem ser

uti-lizadasemquest~aodeprovadentrodosistemaavalia~ao

empregado na disiplina[5℄, a equipe de professsores

(2)

inor-sado, publiadanuma dasedi~oesdoPhysisTeahers

[6℄. Chamou a aten~ao o valor indevidamente baixo,

D=2;080;25,obtidoparaop~ao, oqual,

imediata-mente, pode ser assoiado a express~ao,

dimensional-menteinorreta,empregadanaanalise.Examinando-se

melhor otexto,veriou-seque, alemdeste problema,

haviana publia~aooutros, assoiadosa oneitua~ao

do fratal. Ilustrando a quest~ao om dados tomados

para tr^es produtos de pania~ao, os autores do

pre-sente estudo publiaram uma nota na mesma revista

[7℄, em que foi rebatida a informa~ao inorreta, sem,

entretanto, ontarem om espao suiente para uma

disuss~aomaisamplado oneito. Apresenta-se, aqui,

essa disuss~ao. O presente trabalho visa, alem disso,

dirimir uma duvida que permaneeu sobre a

fratali-dadedoobjetop~aoamassado,jaque,ominertezasda

ordemde3%,emboraestasn~aoexlussemadimens~ao

D =3;0,erapossvel,ouateprovavel,queumestudo

mais detalhado epreiso onlusse,porexemplo, que

D2;9paraosp~aes.

Antesdemaisnada,eneessariosalientarquen~aoe

ofato deumobjetosern~ao-homog^eneoouporosoque

otornaandidatoafratal;an~ao-homogeneidadedeve

seguir uma lei de forma~ao, tal que ela se modique

onformeotamanhodoobjeto[8℄. Naproximase~ao

detalha-se essa no~ao. Finalmente, deve-se onsiderar

que as ideias aqui disutidas podem ser estendidas a

outras situa~oes experimentais, por exemplo, enrolar,

emespiralouemformatodebolas,osmetaliosnos.

I.1 A oneitua~ao de fratais

Segundoo trabalhopioneiro deMandelbrot [9℄, os

fratais s~ao denidos omo estruturas auto-similares,

ou seja, aquelas que se apresentam da mesma forma,

qualquer que seja a esala de fragmenta~ao.

Ou-tras deni~oes podem ser enontradas na

literatu-ra, algumas baseadas em propriedades de fun~oes

matematias[10℄. Entretanto, estalaro,hojeemdia,

que aauto-similaridade podeserentendidaomo

pro-priedademedia,doponto devista estatstio,n~ao

pre-isando se apliar a todos os detalhes das estruturas

[8, 11, 12℄. Este e o aso mais omum na natureza

e representa tambem alguns objetos fabriados pelo

homem, em partiular bolas de papel amassado. Um

oneito interessante,nesteontexto,eodadensidade

fratal[11℄.

A diferena prinipal entre estruturas eulideanas

e fratais,sob esteponto de vista, podeserentendida

pela analise da rela~ao entre a massa do objeto M e

uma dimens~ao linear araterstia do mesmo, r. No

asodasestruturaseulideanas,aproporionalidadese

daomr d

,sendodumnumeronatural,enquanto,para

os fratais ela se da om r D

, onde D e um numero

n~ao-inteiro. Issosigniaqueobjetosfrataisn~ao

pos-onstantes,obedeendo,porem,aumalei deforma~ao

tal que e possvel denir uma densidade fratal, n~ao

onstante, (r) [11℄. As rela~oes, aseguir, expliitam

melhorooneito.

Tome-seumobjetoomsimetriaaproximadamente

esferia, om massa M = kr D

e obtenha-se (r) por

onsidera~oesusuaispara umaasa esferiade

espes-suraÆrinnitesimal:

(r)= lim

Ær!0

M(r+Ær) M(r)

V(r+Ær) V(r) =

k(r+Ær) D

kr D

4

3

(r+Ær) d 4 3 r d (1)

(r)= lim

Ær!0 C

r D 1

Ær+[Ær℄ 2

r d 1

Ær+[Ær℄ 2

'Cr D d

: (2)

O atributo fsio que faz om que a distribui~ao

de massa de um objeto fratal obedea a uma lei de

pot^enia(express~ao(2))eaaus^eniadeumaesalaou

omprimento araterstio. Assim, a lei matematia

deforma~aoe,emultimaanalise,oreexodeuma

a-raterstiafsiaapresentadaporobjetos fratais.

Naexpress~ao(2)est~ao-seenfoando,deforma

par-tiular, esferas de raio r, mas onsidera~oes analogas

poderiamserfeitasparaobjetosubios,disosderaio

r,et.

Esse resultado extraordinario permite visualizar

que, se forem tomadas asas esferias on^entrias,

determinando sua densidade volumetria media, esta

seratantomenorquantomaisafastadadoentroda

es-feraaasa estiver,jaquepara estetipode estrutura

d D, e portanto D d 0. Por outro lado, em

vez de olhar omose omportaadensidade dentro de

umauniaesfera,pode-se,deformaequivalente,

anali-saradensidade devariasesferasdemesmaespeie,de

raiosdiferentes. Nota-seimediatamenteque,seD=d,

a deni~ao (Eq. (2)) se reduz a usual, da densidade

volumetria

(r)=C=onstante : (3)

Aexpress~aotambemmostraque, apresentar

densi-daden~ao-onstante,dependentedadist^aniaaoentro,

e ondi~ao neessaria, mas n~ao suiente, para o

ob-jetoseronsideradofratal. Assim,porexemplo,para

rela~oesM/r 1

ouM /r 2

,istoe,seD=1ouD=2,

numerosnaturais,paraobjetostridimensionais,ouseja

omd=3,obt^em-serespetivamente

(r)= C

0

r 2

(D=1) e (r)= C

00

r

(D=2)

(3)

Defato,noprimeiroaso,umainterpreta~aofaile

onsiderarumobjetofeitodelamentosqueseabrem,

a partir de um entro, mas n~ao se ramiam.

Se-ria neessaria a ramia~ao, segundo determinada lei

de forma~ao, para oobjeto tornar-seum fratal. Um

exemplolassiodefratalembebidonadimens~aod=2

eafolhadesamambaiarendadaoudepositosmetalios

residossobertasondi~oeseletroqumias[12℄.

Umadas maneirasmais diretas deestudar as

pro-priedadesfrataisdeobjetose,portanto,analisaromo

se omporta a massa em fun~ao de alguma dimens~ao

lineararaterstia,segundoahipotese

M =kr D

: (5)

Detalhando-se, tomando-se uma ole~ao de

obje-tos de massas e tamanhos diferentes, mas fabriados,

aparentemente, de modo similar, mede-se alguma

di-mens~ao linear(di^ametro, aresta,et...) eamassa de

ada objeto, veriando-se, em seguida, se e possvel

denir uma rela~ao entre as grandezas que apresente

valores onstantes para k e D. Se, ainda, D resultar

emumnumeron~ao-natural,esta-searaterizandoesta

ole~aode objetos omofratais. A analise graa da

Eq. (5)linearizada,logM=logk+Dlogr,eamaneira

maisdiretadeseobterainforma~aodesejada,pois

re-sultaemumaretadeoeienteangularD,noasoda

hipotese feita sedemonstrar verdadeira.

II Proedimento Experimental

O presente artigo estuda, atraves de uma ole~ao de

dados mais extensa, medi~oes mais ontroladase

em-pregandoumavariedademaiordep~aes,sepropriedades

fratais podem ser atribudas a este alimento t~ao

o-mum, depois deamassa-lo. O experimentoem si ede

failexeu~aoepodeserutilizadotambemomo

ativi-dadedidatiarotineira.

O experimento onsistiu em medir as massas e os

di^ametros de bolas amassadas obtidasa partirde

u-bosdep~aobrano,deformaeitaliano,eumtipodep~ao

pretomultigr~aoalem~ao,bemdenso. Osdoisprimeiros

foram omprados em uma padaria, n~ao-fatiados,

en-quanto o ultimo eindustrializado porMestemaher

e omerializadopela WICKBOLD r

(tr^es gr~aos) e

fatiado. O p~ao de forma foi obtido ja sem asa e os

outrostiveramaasaretirada. Osubosforam

amas-sados, semprepela mesmapessoa eda mesma forma,

tentando-se obter um objeto de forma esferia. Apos

amassadas, as bolas de p~ao foram deixadas para

res-pirarpormais de20minutosantes deseremmedidas,

paragarantirquetodasfossemmanipuladasjaem sua

mente esferiaehaapresena dealgumas rahaduras

pelafaltadeligamentodamassadop~ao.

A massa das bolas foi medida uma unia vez om

uma balanaanaltiaommenordivis~ao de0,0001g.

Entretanto,dadaavaria~aodamassadaboladurante

o proesso de medida, provavelmente devido a

evapo-ra~ao da agua da superfie, a inerteza estimada foi

tomada omo 0,001g. O di^ametro foi medido, om

umareguademetalalibrada,demenordivis~aode0,1

m,emoitoposi~oesdiferentes paraseobter umvalor

representativodo di^ametro da bola. As medi~oes dos

di^ametrosforamrealizadas omabola de p~aosobre a

regua,lendo-senavertialosvaloresdaesaladaregua,

omouidadodeseevitaroefeitodeparalaxe.

Os resultados obtidos para as grandezas massa e

di^ametrodasbolass~aoapresentadosnaTabela1.

Con-forme se nota, houve preoupa~ao de n~ao apenas

o-lheruma grandequantidadededados(de8a12bolas

de tamanhosdiferentes), omo estenderointervalode

massas investigado. Para o p~ao de forma foram

pro-duzidas seis bolas de massa aproximadamente 6,5 g

para se veriar a reprodutibilidade do proesso de

amassarop~ao. Esseonjunto debolasserareferido,a

partirdeagora,omogrupoontrole. Aboladep~aode

formademassa103gfoimedidaduasvezes: umalogo

aposoproessodeamassareaoutraerade20

minu-tosdepoisparaveriaroefeitodesuarespira~ao. Esse

efeitoproduziuumavaria~aodedi^ametrode5,630,07

mpara5,710,07m,valoresestatistiamente

equiv-alentes.

III Analise dos Resultados

A analise dos dados e refereniada na rela~ao

M =K D

(Eq. (5), esritapara o di^ametro, = 2r,

omK=k=2 D

),jaqueasmedi~oess~aodosdi^ametros

dasbolas. Paralineariza~aodaurvaquerepresentaos

dados experimentais, os alunos normalmente utilizam

a logaritmiza~ao, onstruindo grao em papel di-log

omerial. Esteapresentatr^esdeadasnoeixo

horizon-taleapenasduasnovertial;poronveni^eniaopta-se,

ent~ao,portransformaraEq. (5)em

=

M

K

1

D

: (6)

Destaforma,

log= 1

D log

1

K +

1

D

logM; (7)

sendo,ent~ao,

y = b+ax, om y = log;x = logM, a = 1

D e

b= 1

D log

1

(4)

Tabela1: MassaM edi^ametromediodasbolasdep~aoobtidasporamassamento. Entrepar^entesesseenontram

indiadasasinertezasassoiadasaosvaloresmediosdosdi^ametros. A inertezanovalordasmassasfoi estimada

omo0,001g,exetoparaasduasultimasmassasdep~aopreto,paraosquaisfoitomadaomo0,01g,porquehavia

apossibilidadedabolasoltarpequenosfragmentosduranteasmedi~oes.

P~aode forma P~ao preto tr^esgr~aos P~ao italiano

M (g) (m) M (g) (m) M(g) (m)

0,167 0,680,05 0,407 0,900,05 0,149 0,630,05

0,196 0,730,05 0,686 1,080,05 0,805 1,140,06

0,266 0,830,06 1,835 1,490,06 2,186 1,600,06

0,426 0,930,05 2,055 1,540,07 5,455 2,280,06

0,742 1,130,05 6,261 2,210,06 5,635 2,210,07

1,369 1,340,06 10,545 2,690,08 10,927 2,690,09

2,715 1,690,06 19,660 3,260,07 37,565 4,410,07

3,313 1,780,05 25,40 3,550,10 51,148 5,010,11

6,420 2,180,06 42,71 4,350,06

6,437 2,180,07

6,456 2,260,07

6,470 2,210,05

6,489 2,280,06

6,510 2,230,05

12,090 2,860,06

29,558 3,830,06

102,606 5,710,07

Tabela 2: Resultados obtidospara adimens~aofratal D eonstante K,deaordoomaEq.(6),paraasbolasde

p~aoamassado.

tipode p~ao dimens~ao fratalD onstanteK (gm D

)

P~ao de forma 2,980,04 0,5700,018

P~aopreto tr^esgr~aos 2,950,06 0,5790,030

P~ao italiano 2,810,06 0,5780,031

*nesteaso,tomou-setambemarela~aoqueresulta deD=3.

Tabela 3: Resultados obtidosparaa dimens~ao fratal D eonstante Kpara asbolas dep~aobrano, p~aopreto e

bolodotrabalhodeAmakuetal. [7℄.

tipode p~ao dimens~aofratal D onstante K(gm D

)

P~ao de forma (PANCO r

) 2,910,12 0,6300,038

P~aopreto 2,870,07 0,5970,028

Bolo 2,810,11 0,6350,039

Assim, se o modelo adotado para a rela~ao entre

massaedi^ametrodasbolasdep~aoamassado(Eq. (6))

for adequado, ograo delog versus logM deveser

uma retaeadimens~aofratal D podeserobtida

dire-Os graos linearizados, loglogM para os tr^es

tiposdep~aos~aoapresentadosnaFig.1epode-se

apre-iar que os dados s~ao bem representados por retas.

(5)

partiu-bolas de p~ao uja massa varia de um fator maior do

que 500. Para esse p~ao, foi analisadoum onjunto de

seisbolasfabriadasapartirdeubosdep~aoortados

iniialmente de forma muito semelhante para resultar

empedaosde6,5g (grupoontrole).

0,1

1

10

100

1

10

50

5

5

0,5

0,5

Pão Italiano

Massa (g)

1

10

5

0,5

Pão Preto

D

iâm

et

ro (c

m

)

1

10

5

0,5

Pão de Forma

Figura1. Di^ametrodasbolas dep~aoamassadoemfun~ao

damassa,emesalalogartmia, paraostr^estipos dep~aes

analisados.

Fazendo-se um ajuste, pelo metodo dos mnimos

quadrados, entre resultadosexperimentais eaEq. (7),

foramobtidososvaloresdeDeKdaTabela2. AFig.2,

que apresenta uma amplia~ao do grao mostrado na

Fig. 1 na regi~ao do grupo ontrole, demonstra que o

proessodeamassamentoebastantereprodutvel,mas

que e difil produzir bolas que possam, de fato, ser

onsideradasdemesma massa.

NaTabela 3s~ao retomadosos valores obtidos

an-teriormente pelos autores [7℄ para um p~ao de forma

(maraPANCO r

),semelhanteaoanalisadonase~ao

r

menosdensodoqueodaWICKBOLD r

,epara um

bolo de oo (maraPANCO r

). Um numero menor

depontosnosgraoseumproessodemedi~aomenos

ontrolado haviam,ent~ao, levado a inertezasmaiores

doqueasobtidasnopresente trabalho. Nota-sequeo

proessoe reprodutvele que,em partiular, op~aode

forma amassado,o qualfoi retomadono presente

tra-balho, tem dimens~ao ompatvel om D =3. Ambos

os p~aes pretos, embora originalmente de onsist^enia

muito diferente, resultaram em bolas om arater

s-tias muito semelhantes aesferas eulideanas, jaque,

pelasTabelas2e3,s~aoompatveisomD=3dentro

de dois desvios-padr~ao. Ounio tipo de p~ao que n~ao

admite D=3,dentro detr^esdesvios-padr~ao,eotipo

italiano.

Finalmente, observando-se os valores de K nas

Tabelas 2 e 3, nota-se que s~ao bastante proximos.

No aso de esferas eulideanas, om D = 3(situa~ao

muito proxima a observada experimentalmente),

re-sultaK ==6, om adensidade volumetria,

on-stante. Perebe-se, pois, que todas as bolas de p~ao

amassadoapresentamdensidadevolumetriapareida,

umpouoaima dadensidade daagua. Issoenotavel,

poispartiu-sedeubosdedensidadesvolumetrias

ori-ginalmente muito diferentes,sendo osp~aes branosos

mais leves e o p~ao preto tr^es gr~aos, de longe, omais

denso. A Tabela 4 ompara adensidade volumetria

dos p~aes, antesde seremamassados, omadensidade

volumetria que resulta do valor de K obtido

experi-mentalmente,onsiderando-seD =3,para todos. No

proessode amassamento,aparentemente,hegou-sea

umtipodeagregamentotpiodosonstituintesusuais

dosp~aes.

IV Disuss~ao e Conlus~ao

Atividades motivadoras, entradas em topios

moder-nos, enerram em si a possibilidade de induzir ou

re-foraroneitoserr^oneos. Sabe-se, poroutrolado,que

pre-oneitosinorretos,maisdoqueaus^eniade

qual-quer informa~ao, diultam a~oes pedagogias

poste-riores. No transorrer da disiplina de Fsia

Exper-imental 1, foram detetadas diuldades oneituais

assoiadas a fratais na atividade [4℄ que estuda

bo-las de papel amassado. A preoupa~ao foi

intensi-ada quando se veriou que havia publia~ao, na

oneituada revista Physis Teahers [6℄, a qual, ao

(6)

alem de outros. Como onsequ^enia, aquele trabalho

[6℄ oloavaa publio uma dimens~ao fratal

extrema-mente baixa (D = 2;080;25) para um p~ao brano

amassado, objeto tridimensional. Os autores do

pre-sente estudo tiverama oportunidadede retiar a

in-forma~ao em nota urta publiada na mesma revista

[7℄. O equvoo estava relaionado a tr^es distor~oes

oneituais, aparentemente omuns,e para asquais e

neessarioatentardurante aaula:

(i)eimpossvelaraterizarumunioobjetoomo

fra-tal,semanalisa-loporpartes;

(ii)n~aoepelofatodeumobjetoserpouohomog^eneo,

porosoouonstitudoporlamentosqueelee,por

na-tureza,andidatoaserfratal;e

(iii) todas as express~oes fsias, mesmo em areas

no-vas ou modernas, preisam adequar-se a uma analise

dimensional onsistente, para representarem

resulta-dosinvariantes pormudanadeunidade. Apenas este

ultimoaspetop^odeserabordadona notaretiadora

[7℄.

Tabela4: Densidadevolumetriadosp~aesantesdeseremamassados,emompara~aoomadensidadevolumetria

queresultadovalorK obtidoexperimentalmentedepoisdeamassados,onsiderandoD=3;0.

tipode p~ao densidade dop~ao densidade dop~ao

antes doamassamento aposoamassamento

(gm 3

) (gm

3

)

P~ao de forma 0,1400,006 1,0700,013

P~ao preto tr^esgr~aos 0,6980,025 1,0870,023

P~aoitaliano 0,2610,009 1,0660,027*

P~ao deforma (PANCO r

) 0,1840,008 1,2030,073

P~ao preto 0,2530,007 1,1400,053

Bolo 0,4020,014 1,2130,074

*nesteaso,tomou-setambemarela~aoqueresulta deD=3.

Figura2. Di^ametrodasbolasdep~aodeformaamassadoem

fun~aodamassaomaesalaexpandidanaregi~aodogrupo

ontrole. Aurvadograoorrespondeafun~aodadapela

Eq. (6), ajustada aoonjunto total dos17 valores

experi-mentais,ujospar^ametrosseenontramnaTabela2.

Alem disso, um aspeto interessante a ser

men-denirum objeto omo fratal. Umobjeto que

apre-sente poros om tamanho araterstio regular ou

aleatorio n~ao deve apresentar estrutura fratal. Por

outro lado, a fratalidade deve resultar da aus^enia

de um omprimento araterstio dos poros,

rela-ionada, omo ja menionamos naSe~ao I, auma lei

deforma~ao.

Aosonjuntosdebolasdep~aofabriadoamassado,

apartirdevarios tipos deprodutos depadaria, tanto

osutilizadosnotrabalhoanterior[7℄,quantoosdo

pre-sente estudo, foi apliada uma analise analoga aquela

apresentadaomopropostadeexperi^eniadidatiaem

1987porM.A.F.Gomes [1℄,emrela~aoabolasde

pa-pel amassado. Este ultimo tipo de atividade didatia

temsidoempregadanadisiplinadeFsia

Experimen-tal 1do Instituto de Fsia da USP desde 1995, om

resultadosque onrmam ovalorD 2;5para bolas

feitasompapeisomdensidadessuperiaisproximas

ado papel sulte usual. Do ponto de vista

instruio-nal, dentro da disiplinado IFUSP, aexperi^enia dos

papeisamassadosvisaareforarooneito de

desvio-padr~aoparaumadistribui~aoderesultadosdemedi~oes

(7)

linearizadasatravesdetransforma~oesde variaveis. A

atividade vem onrmando sua omponente

motiva-ional, mas demonstrou, tambem, que o oneito do

que seja umfratal ede difil assimila~ao. Ha, pois,

neessidadedeprourarsitua~oesomplementares,que

favoreamadisuss~aodasexpetativasinorretas,om

osestudantes.

Com o estudo mais ompleto aqui apresentado

onluiu-se que, se forem amassados p~aes de

diver-sostipos,obter-se-~aoesferaspratiamenteeulideanas,

mesmo para p~aes originalmente muito pouo

ho-mog^eneos, omo os p~aes pretos ou bastante porosos,

omoosp~aesde forma. Op~ao branodotipoitaliano

eo uniop~ao, dosinvestigados,que pode resultar em

bolas omaraterstias de fratal. Nota-seque esse

apresentaertaelastiidadeaotoqueepodeserque,em

fun~aodesta,aabeporaomodar-sedeformadiferente

pertodassuperfies.

A experi^enia dos p~aes amassados pode, ent~ao,

ser exploradaomo um ontraponto n~ao fratal a

ex-peri^enia,maisonheida,dasbolasdepapelamassado

[1℄, para as quais a estrutura fratal e veriada em

media. Sugere-se,porexemplo,quemetadedosgrupos

dealunosdeadalassetrabalheomumaououtradas

situa~oes: p~ao, de diversos tipos, e papel. Isso, apos

onfronta~ao dosresultados dentro de suasinertezas,

demonstraaneessidadedeonsideraraspreis~oesdas

medidasparainformarseD6=3;0oun~ao. Outra

possi-bilidadeesoliitarquemetadedosestudantesdalasse

molhem os papeisantes deamassa-los, oquetambem

resultaemesferaspratiamenteeulideanas.

E importante, ainda, salientar que as ideias aqui

desenvolvidas podem ser apliadas a outras situa~oes

experimentais,porexemplo,enrolar,alternativamente,

os metalios ou barbante, seja em forma de espirais

planas,sejaemformadebolas.

Agradeimentos

MAmakuagradeeoapoio naneirodaFAPESP

ePRPasholatioapoionaneirodoCNPq.

Referenes

[1℄ MAFGomes,AmJ Phys55;649-50(1987)

[2℄ L B Horodynski-Matsushigue et al., Planning an

in-trodutory laboratory for physis freshmen: Ten years

of growingunderstanding atS~ao Paulo University, in

Atas da Confer^enia Interameriana sobre Edua~ao

em Fsia, Canela, RS, 3 a 7 de Julho de 2000,

edi-tada por Maro AntonioMoreira, Institutode Fsia

daUniversidadeFederaldoRioGrandedoSul,Porto

Alegre, 2000,CD-ROM.

[3℄ LBHorodynski-Matsushigueetal., Inertezas

Exper-imentais:

EpossvelConvener osAlunosde sua

Uti-lidade? XIII SimposioNaional de Ensino deFsia,

25 a 29-01-1999, Braslia, DF, painel, in Caderno de

ResumosePrograma~ao, pag.18

[4℄ J H Vuolo et al., Fsia Experimental I, apostila,

IFUSP,2001,S~aoPaulo.

[5℄ L B Horodynski-Matsushigue et al., Assessing in the

laboratory: an it be signiant?, in Atas da

Con-fer^enia Interameriana sobre Edua~ao em Fsia,

Canela,RS,3a7deJulhode2000,editadaporMaro

AntonioMoreira, Instituto deFsia daUniversidade

FederaldoRioGrandedoSul,PortoAlegre,2000,

CD-ROM.

[6℄ DHEsbenshadeJr,PhysTeah29;236-6(1991)

[7℄ M Amaku, L B Horodynski-Matsushigue e P R

Pasholati,PhysTeah 37;480-1(1999)

[8℄ JFeder,Fratals,PlenumPress,NewYork,1988

[9℄ B B Mandelbrot, The Fratal Geometry of Nature,

Freeman,SanFraniso,1982

[10℄ M F Barnsley, Fratals Everywhere, 2 a

edi~ao,

Aa-demiPress,Boston,1993.

[11℄ ROrbah,Siene231;814-9(1986)

Imagem

Tabela 2: Resultados obtidos para a dimens~ ao fratal D e onstante K, de aordo om a Eq.(6), para as bolas de
Figura 1. Di^ ametro das bolas de p~ ao amassado em fun ~ ao
Figura 2. Di^ ametro das bolas de p~ ao de forma amassado em

Referências

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