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O P I N IÃO DOS ACADE M I COS D_O CURSO DE GRADUAÇÃO EM E NFERMAGEM E M RE LAÇAO A O E NS I NO BÁS ICO
Iwa Keko Aida Utya * Mitsuko Ohnishi ** Lúcia Mria Maisto *** Maria Inês de Ameida * * *
RESUMO - O s a u to re s , p reocu p a d o s com a c rescente d imi n u i çã o d e a l u nos mat r i c u l ados n o p e ríodo reg u l a r n a p r i me i ra d i sc i p l i n a do c i c l o p rofi s s i o n a l iz a nte, p ro p u se ra m-se a v e r i f i ca r a s c a u s a s d e sta d i mi n u içã o . Detecta ram que esta d i m i n u i ç ã o deve-se em g ra n d e p a rte à r e p rova ç ã o . A i n da o bt i ve ram as ca u sa s de re p rovação a t ri bu íd a s ao d i scente, a o docente, a o cu r
rícu-l o e ao mate r i a rícu-l b i b rícu-l i og ráfico . .
ABST RACT - T h e a ut h o rs, wo r r i ed a bo u t t h e g ra d u a l d i mi n i s h i ng of ' e n ro l l ed stu d e nts to r e g u l a r pe r i o d o n t h e fi rst s u bj ect of p rofess i on a l i z i n g cyc l e , i nt e n d t o v e r i fy t h e cau ses r e l ated t o t h i s d i mi n i s h i n g . T h ey've fo u n d o u t t h at t h i s i s c a u sed i n g e n e ra l , b y S t u d e n t s fa i l u re . T h ey a l so h a ve co n c l u ded t hat t h e ca u ses f o r s u c h fa i l u re s a re d u e to stu d en t s , teache rs, to t h e cu r r i c u l u m a s we l l a s to t h e b i b l iog r a p h y .
1 I NTRODUÇÃO
Os alunos e docentes do Curso de . Gra duação em Enfermagem da Universidade Esta dual de Londrina, no transcorer de suas ativi dades, vêm sentindo uma gradativa diminuição do rendimento discene, que acaba levndo o aluno à repovação. E isso tem sido uma das pecupações, enquanto integrantes de uma ins tituição de ensino superior. Essa deiciência, em geral, é aribuída à falência do sistema de ensi no do 1 2 e 22 graus, que não oferecem requisi tos necessários para o aluno freqüentar a uni vesidade.
M ATOS ' o ama que a má qualidade do ensino secundáio é apontada como a principal causa do baixo nível dos candidatos paa a vaga universitária, e aribui essa baixa qualidade à flta de investmenos or pe do nosso go veno para o ensino de 22 grau - apenas 4,3%, e em tono de 40% para ensino básico e sue rior. evando em consideração a colocação do autor, é oporuno citr as funções atribuídas ao ciclo básico or Sucupira apud CES AR 3, que é completar as deiciências do ensino de 22 grau; rticlar a escola de 22 grau com os crsos su eriores e proporcionar aos alunos condições pra amaduecer sua decisão proissional. Ques tiona-se se essas premissas estão sendo cumpri das elo ciclo básico.
CES AR 3 cita que a universidade
simples-mente foma o proissional e não o homem pro issional. ESPIRTO S ANTO 7 atna que a unção primária das instituições de ensino sue-. rior e o papel do professor ainda hoje são de disseminar conhecientos ou simplesmente r aulas, como na idade média. Isso leva a ques tionar: estão os pofessores vivendo ainda na Idade Média?
Ainda o mesmo autor refee ue o luno, em geral, enconta grnde diiculdade em si tuar-se como essoa, e em interr o conheci mento que adquie em sala de aula com sua ex periência de vida, ficando o ensino desaticula do com sua ealidade essoal.
Entetanto, questiona-se de quem é a es onsabilidade da fomação do aluno. Será do dcente? Será do Depamento? u será da Uiversiade? Nesse contexto, os docentes e os discentes, precupados com a fomação dos alunos do curso de enfermagem, em esecial do ensino básico e o papel do docene enquanto agente ransfomador, inserido em um depta mento de uma instituição de ensino superior, têm reletido sobre o cuso de enfemagem e tamém elo grande número de epovação dos acadêmicos de efemagem nas disciplinas do ciclo básico , segundo dados obtidos da Coode nadoria de Assuntos Educacionais do arquivo geral da Univesidade Estadul d. Lonina.
* Enfermeira - Professor-Asistente - Dept� de Enfermagem da Universidade Esadual de Londrina
** Enfemeira - Pofesor-Adjunto - Dept� de Enfermagem da Universide Estadual de Londria
*** Aluos do Curso de Gradução m Enfemagem da Univesidade Esadual de Londrina
Taela 2 -Opinião dos Acadêmicos sobe os Motivos da Repovação no Curo de Gaduação em
Enfenagem.
Moivos a ReDrovaAo
Difiuldade na elção e ompreenão do onteudo - Dificuldade em adaptar ao estilo de prova
- Nevosimo durante a prova - Falta de dedicação ao estudo - Fala de emo para estuo - Problems pesoais e familiares - Ensino básio deficiente (1 º e º graus) - Falta de infomação sobre a Enfemagem - Fala de paticipação em aulas
- Não simpatiza cm o profesor - Falta de interese pela diciplina - Sem reSDOsta
. ota I"
" ssinalaram mais de uma altemativa
Na Tbela 2, verifica-se os motivos que le vam à repovação dos acadêmicos de enfer magem no ciclo básico. A principal causa ari buída elos alunos à epovação é a diculdade
na seleção e compreensão do conteúdo (21,0%);
seguida de diiculdades em adaptar-se ao estilo de pova (12,0%); nevosismo duante a prova
(11,3%); falta de dedicação ao estudo (8,3%);
falta de tempo para estudar (7,1 %); problemas essois e familiares (6,8%); ensino básico de ficiente (12 e 22 gaus) (6,4%); falta de infor mação sobe a enfenagem (6,4%); flta de pr ticipação em aulas (6,0%); não simpatiza com o professor (5,6%); falta de interesse ela disci plina (3,8%) e sem esosta (5,3%).
A diiculdade na seleção e compeensão do coneúdo (21,0%) citada elos alunos, talvez deva-se à diiculdades pr6prias dos alunos, ela tiva à compreensão do texto e/ou à falta de es
clarecimento por parte do professor. quanto ao objetivo da aula.
Pra Mager apud MIY AMOTO", o objeti vo é a descrição de um desempeho que o pr fessor deseja que seus alunos sejam capzes de atingir, explicitando o resultado que se pretende alcnçr com o ensino; ainda, eseciica a es taégia e ao esmo tempo dieciona a seleção
f .
56 21,0
2 12,0
0 11,3
22 8,3
19 7,1
18 6,8
17 6,4
17 6,4
16 6,0
15 5,6
10
�,�
14
?A 1nn
de métodos e ecursos audiovisuais dequados, bem como a escolha de meios para avliar o e sulado da apendizagem.
URRA 20 pope o uso de objeivos oera
cionais aos pofessores, porque ese procedi mento fcilita o plnejmento das etapas que o esudane deve cumprir para atingir o objetivo. Além diso, fcilitm a seleção de coneúdos, evem como guia pra avaliação do endimento e peitem ao estudante saber anecipadene o que ele deve aprender, citado também or SALDANHA'6 e TABA19.
Os autoes mostram clamene a imporân cia em se elaborrem os objetivos esecicos de fona pecisa, citeriosa, explicitando os compomentos que o aluno deve adqur no rmal da apendizagem. Mas, por ouro lado, é imo!e analisar as diiculdades póprias dos alunos, relaivas, à compreensão do conteúdo. Tal diiculdade foi deectada pór OHNISHI' 3 e
SOUBIA, RODRIGUES 17 • Pa mimizr essa deficiência SOUBHIA'6 realizou Progrma de Treinamento em Estatégias Facilitadoras da Compeensão de Texto, aos allnos do Curso de Gaduação em Enfenagem, como atividade ex acurricular e veiicou melhora no deseme nho desses alunos em compeensão de texto acadêmico.
Taela 3 -Causas da Repovação no Ciclo Básico, Relacionadas ao Docente, apontadas pelos
Acadêmicos.
Caua Relacionada ao ocente Falta de clareza no enunciado da prova Falta de inovação do método didáico Greve dos pofessores
Má comunicação Fala de preparo didáico Falta de incenivo aos alunos Falta de disponibilidade do docene Sm resposta
To t a l" "
Alguns alunos aSinalaram mais de uma altemativa
A Tabela 3 mosra que os motivos relacio nados com os dcentes que levm à epr vção dos acadêmicos de enfenagem foram: falta de clreza no enunciado da prova 19,8%, flta de inovação do método didáico 19,3%, geve dos pofessores 18,5%, má comunicação
f %
47 19,8
46 19,3
4 18,5
31 13,0
0 12,6
19 8,0
10 4,2
11 4 6
?R 1n: n
13,0%, falta de preparo didático 12,6%, falta de incentivo aos alunos 8,0%, falta de disponibili dade do docene para com os alunos 4,2%.
Segundo ESPÍRITO SANT07, o professor que apresentar falta de habilidade para ensinr, falta de interesse na função didática e excessivo
-Dinte dessa situação, os autoes neste esudo, popõem-se a veicr af vriáveis que possam estar interfeindo na diminuição de alunos do período egular, matriculados na primeia disci plina do ciclo proissionalizante do Curso de Gradução em Efemagem da Universidade Estadual de Londrina (U.E.L.).
Cabe ressaltr que o ciclo básico da U.E.L., onde foi ealizado o estudo, coresponde aos ês prieiros períodos, totalizando 43 ,63% da carga horária do curso ; portanto, o aluno pssa quase a metade do curso receendo infomações te6ricas. Acedita-se que este fator tamém me rece discussão, no inuito de ofeecer pouco mais de aplicação práica pra auxiliar na for mação do aluno paa o desemenho da práica proissional.
Não se peende esgotr o assunto, nem esponder a todos os questionmenos, mas for necer discussão em tomo dos pontos levantados quanto ao ensino básico, maco conceitual, per ll do luno que se petende fomar e a ealida de da práica proissional.
2 METODO LOG I A Popu lação
Foram selecionados aleat6rente 1 08
alunos de ambos os sexos do Curso de Gra duação em Enfemagem da Universidae Esta dual de Londrina, mariculados no segundo, eceiro, quarto, quinto, sexto e sétmo eío dos. De acordo com os dados fonecidos ela Coodenadoria de Assuntos Educacionais, em abrl d� 1 989, o total de lunos maticulados do segundo ao sétmo períodos era de 1 6. Os alu nos do pimeiro eríodo foram excluídos, pois a maioia cursava pela pimera vez as disciplinas deste eríodo.
I nstrumento
Para coleta de dados foi elaborado inicial mente um questionário composto de conjuntos de erguntas abertas e fechadas, relativo à re provação nas disciplinas do ciclo básico. E este foi submetido a teste piloto, sendo aplicado pa ra doze alunos do curso de enfemagem. A6s o teste, o insuento soreu mdiicações devido
à diiculdade apresentada por pate do luno na compreensão do enunciado, e pelo fao da mioria dos íens serem questes abetas , ge rando respostas que diicultaam a tabulação dos dados. Em unção deses fatores modii cou-se o insruento, peservando as mesmas erguntas mas com o pedomínio de questões fechadas (ANEXO 1 ).
Co leta de dados
Efetuou-se a coleta de dados em maio de 1989. Form enegues 108 questionáios e de volvidos 10. O questionio foi espondido na presença dos autoes e oito devolveram sem peencê-lo.
Os ddos foram tabuldos manualmente e submetidos à nálise estatísica.
3 R E� U L TADOS E D I SC USSÃO
OS dados enconrados no presente estudo serão apresentados sob foma de Tabelas atavés de uma disibuição numérica e ercen� tual, seguida de discussão.
As Tabelas oedcerão a seqüência do ins trento ( ANEXO 1 ) e objetivo proposto no início do trabalho. .
A Tabela 1 trata da esposta dos acadêmi cos sobre eprovação em alguma disciplina do ciclo básico; as Tabelas 2, 3 , 4 e 5 mosam as causas aibuídas à reprovação, segundo opinião do ,aluno, causas essas relacionadas ao discene, ao docente, ao crículo e ao material bibliográ ico, resectivamente.
Tabela I -pinião dos Acadêmicos do Curso de Graduação em Enfemagem da Universidade Esta dual de ondina em disciplinas do ciclo básico.
ReDrovacAo no Ciclo Básio f
rmn 76
Não 24
T o t a l 1 00
A Tabela 1 mosa que 76% ds cadêi cos de enfemagem epovm s disciplins do ciclo básico e 24% nunca epovam. Este dado vem de encontro com a dinuição de
_ alunos que estão cursando o eído regulr e
que se maticulm na primeira iscipina do ci clo proissionaliznte (Fundentos de Enfer magem) da Instituição.
48 R. Bs. Efem., Bsia, 44 (4): 47-54, ouldez. 1991
DE SORDI et alii' detecam também nú ero excessivo e alunos com dependências no ciclo básico.
comproetimento com ativides paicules, rene pdeá ser um bom instutor, não im
ota quantos títulos tenha. E enfatiza que o en sino ica mais rico qundo o docene atuliza e intera na sua bagagem novos desenvolvimen tos elacionados à disciplina.
A Tabela 3 mosra exatamente o oposto as qulidades de um bom insutor, peconiados elo auor, tais como a flta de pepro didái co, a falta de inovção do método didático, a fla de disponibilidade do docene para com o aluno. Tlvez estas deiciências tenhm conri buído na epovação dos lunos de enfemagem. A cracterísica QOs dcentes do ciclo bási co, encontada no pesene estudo, merece con sideração e relexão. Acredita-se que haja ne cessidde de uma atualização edag6gica de l guns docenes visando a melhoria do pocesso ensino-aprendizagem.
A geve dos professores, citada pelos lu nos como um dos motivos que levrm à epo vação, é o dado que fez com que fosse realiza do um estudo etrospecivo da hist6ria da Uni versidade Estadual de Londrina. Evidenciou-se que a Insituição vem enfentndo uma sucessão de geves pa eivindicr elhores salários, elhores condiçes de tablho e ensino ao g veno estadual. Verica-se que a paralisação das aividades vem afetando e desgastndo os
aspctos edag6gicos ,do crso.
Segundo nfomações colis dos alunos, em conseqüência ds geves, na aioia das ve zes os professoes do ciclo básico pa cone plr o conteúdo prormático é�staelecido, cabam minisrndo os esmos conteúdos em enor tempo do que a prormação nterior, e aé mesmo excedendo o temo e/ou apovein- . do o hoário de almoço e os sbdos pa minis
r todo o conteúdo progrmdo naquele se ese. Este pocedimento sem dúvida. tem in erferido negaivmente no apendiado do alu no. Pornto, é eqüente o coenio ene lunos que os professoes fem sua geve, os alunos apoiam a greve, mas quem si pejudica do com tudo isso é o aluno, devido ao predi mento citado.
E com elação à flta de disonibilidade dos dcentes pra com os lunos, alvez esteja elcionada ao excesso de atividades dos dcen es, em conseqüência de má disribuição de h ras destinadas ao docente, esulndo poucas horas de eanência pra orientação dos alu nos. Pra solucionr esta deiciência fz-se ne cessrio a Instuição readequar as horas pa ca da unção docente, destinando mais horas de enência pra esolução das questes didá- . ticas.
Taela 4 -Causs da Reprovação no Ciclo Básico, Aribuídas ao Cuículo, apondas pelos Acadêmicos.
Causas Aiburdas ao Cuículo
Conteúdo programático exteno Fala de direcionamento da disciplina Má disribuião das disciplinas Aulas om divesos cursos
Aulas continuas om o mesmo pofesor Sem resposta
T o t a l '
, Alguns alunos aSSinalaram mais de ua altemaiva
Na Taela 4, verica-se que o coneúdo programático extenso é indicado por 23, 1 % dos acadêicos, seguído de 2 1 ,2% elacionado à fala de direcionamento da disciplina, 20,6% à má distibuição ds diciplinas, 1 7 ,6% aulas com diversos cursos e por úlo aulas contí nuas com o mesmo pofessor, 1 2, 1 % , na opi nião dos alunos, form estes os motivos que os levm à reprovação.
Segundo Rides apud PEDRAZZANI" , "ao proor objetivo de ensino deve deÍmir de forma objetiva cada um dos comportmentos que o aluno deve desemenhr qundo no exercício de sua unção". Na concepção do autor, a unção da escola é formr poissional; ene nto, estes comportamentos devem ser adquiri dos pelos lUnos enquanto acadêmicos, acres centando que a esrutura fomal deve grantr que o poissional seja capaz e incoorr es tas atitudes no local em que for rabalhar.
50 R. Bs. Enfem., Bsia, 44 (4): 47-54, out.ldez. 1 99 1
f �
8 23,1
35 2 1 , 2
4 20,6
29 1 7, 6
20 1 2,1
09 5 4
i R> 1 nn
DURAN et lu· formula cinco questões bá sicas que devem ser nalisadas quando se pe tende pogrmr uma disciplina: 1 ) o proissio nl que se pretende for; 2) o locl de aba lho dese poissionl; 3) o objetivo do abalho do proissionl; 4) as ptes funcionis do m biene que o poissional vai enrr em contato; 5) as respostas funcionais do proissionl quan do entra em contato com o mbiente. AÍa que o professor, ao planejr o progrma de sua disciplina respondendo estas questes, terá coniçes de auxilir na formação do aluno pa ra urmente desemenhar a sua unção po issionl e, conseqüentemente, sintonizrá o en sino com a práica proissional.
unções do enfemeiro, talvez pelo fato de exis tirem várias categorias de enfemagem, diicul tando o discenimento das unções esecíficas por pare dos docentes.
Diane dessas considerações, questiona-se mais uma vez, como os docentes que desconhe cem as funções do enfemero, elaboram o con teúdo programático da disciplina. Talvez sigam o que PEDRAZANI" efee: a programação dos cursos e ds disciplinas são fomuladas a prtr de conteúdo pé-esabelecido e às vezes são até c6pias de um professor mais antigo ou ainda, em alguns casos, são c6pias de ouras es colas. Se os docentes seguem esta referência, tona-se um tanto incoerente os professores aju darem na formação do aluno e diecionarem o conteúdo espcico da áea em questão.
Outra siuação que diiculta o direciona ento do conteúdo para área especica é aula ministrada pelo docente aos diversos cursos.
Com a eforma universitária de 1968 , no ci clo básico das universidades em geral, é comum alunos de difeentes cursos terem a mesma dis ciplina, minisrada elo mesmo professor no mesmo local e horário, recebendo eses alunos os mesmos conteúdos e as mesmas habilidades. Esta 'situação ocore também na Universidade em questão. Acredita-se que a manutenção des te sistema de ensino diicultará o decionamen to do conteúdo e habilidades para iferentes cursos por pate dos dcentes, e de certa foma
inteferirá na fomação dos alunos.
Espera-se que estas deiciências relaciona das ao curículo, como a má disribuição das disciplinas, aulas com diversos cursos, e aulas contUas com o mesmo professor mostrada na Tabela 4, poderão ser minimizads com a im planação de novo sistema de ensino na Insti tuição, que se enconra em discussão.
O conteúdo progrmático extenso e falta de direcionamento da disciplina paa o curso de enfemagem foram uma das bareiras para apr vação nas disciplinas do ciclo básico, segundo opnião da amostragem. Esses dados, enconra dos ambém por DE SORDI et aliP , são conra dit6rios à amação de PEDRAZANI" , quan do faz eferência à imponcia dos docentes programem os conteúdos da disciplina consi derando a eseciicidade de cada curso, de m do a ministrar aos alunos aquilo que é relevnte pra a formação do enfemeiro, enfatizando que não se deve prender em detalhes e esecificida de do saber do docente. MORAIS ' 2 concorda com a aimação de PEDRAZANI1 4 e acres centa que ensinar é uma ação que propõe fe cundr idéias básicas que tomem o educando cpaz de, por si s6, caminhar no pensamento.
Supõe-se que se o dcente ensinr o luno a "ensar" , já está fazendo o suiciente ao cumprmento de sua função, capacitando o alu no a enfrentr difeentes siuações da prática proissionl, através a criatividade, racionali dade e espito cíico.
Tabela 5 -Causas da Reprovação no Ciclo Básico, Relacionadas ao Material Bibliográico, apontadas elos Acadêmicos.
Causas Relacionadas ao Material Biblioaráfio
Poucos livros para empréstimo
Livros desatualizados
Poucos livros e periódicos para consula Sm resQsta
T o t a l '
, Alguns alunos aSinalaram mais de uma alternativa
Obseva-se na Tabela 5 a indicação que há
48,5% livos pra empéstmo, que 29, � % dos
livros disponíveis são desatualizados , que há 14,/0 livros e peiódicos para consulta, sendo que 7,5% dos alunos não responderm a questão.
Um estudo do DAUIMEC' contatou que a utilização de biblioteca por prte dos lunos do curso de enfemagem é irisória, e aonta as possíveis razões pra o pouco uso da biblioteca, tais como: a inexistência de liros em quantida
de e qualidade suicientes, ais prticulmente a inexistência de livros escritos em português ; a
não previsão de tempo nos programas de ensino para leitura de material bibliogáico; biblioteca fechada à noite, aos sábados, domingos e feria
dos, privando o aluno de enfemagem de ui
lizá-la.
-f �
65 48, 5
39 29, 1
20 1 4,9
10 7 5
l ill ll
Se comparr os dados mostrados na Taela
5, com os dados constatados por DAUMEC' ,
ode-se concluir que a estutura encontrada na
área de biblioteca não sofreu gandes avanços nesses 1 5 nos, pois as mesmas falhas persistem como a fala de livros e periódicos para consul ta. Mas, na realidade, a Biblioteca Central da Universidade possue livos e peri6dicos consi deravelmene suicientes paa consultas. Bus eândo infomação junto a vários alunos, consta tou-se que esta falta de livros, citada por eles, ocoe no eríodo imediatamente anteior à ea lização das provas. Tendo em vista que na tema de cédito, em geral as provas pra todos os cursos de uma detenada disciplina são realizadas no mesmo dia ou com espaço de al guns dias ( 1 a 2) de uma uma pra outra, e é
examente neste período que esgota o material . para empéstimo. A solução a esta questão, lvez, é aquisição pela Bibliotca Central, de mais livros que rotineirmente são de uso mais eqüente, ou compra de livros pelos pr6prios alunos, ou ainda que as disciplinas pograem as povas para difeentes cusos ou tumas, de modo a não haver coincidência ene els.
Os dados que ercem desaque na Taela 5,diz reseito à arnção de 29, 1 % dos lunos de que os livos são desaados. Em se ta ando de uma instituição de ensno superior, uma das funções do dcene é atualzação de conheciento aravés da elzação de pesquisa ou leitura de todas as esquisas ralizadas; sen do assim, é necessário que a biblioeca moder nie o eu acevo bibliorico.
Perante as deficiêncis apontadas elos alunos elacionada ao currículo e aos dcentes a Universidade Estadual de ondrina, que de sencaderam a reprovação dos alunos do ciclo básico, considera-se de extema imotância a realização de um enconto para discussão sobre o marco conceitual e o perfil , do profissional que se pretende fomar, com a presença de to dos os docentes envolvidos no curso de efer magem; e a patir dos aspectos elaboados e de fiidos, deve-se ealizar também discussão a pla sobe o conteúdo programático do curso, e levantar uma poposta dag6gica para o curso com o intuito de levantar alenativas que con ibuam para a melhoria das condições de ensi-no.
4 CO N C LU SÃO
Os dados encontrados neste estudo pemi tem concluir que:
1 ) Os 76% dos acadêmicos que
compuse-ram a amosta form epovados em dis ciplinas no ciclo bsico.
2) As res elacionaas ao dicene que levm à epovação êm como maior pecentual (22,6%) a diiculdade na se leção e compeensão do conteúdo, se guida de diculade em adapr ao estilo de prova ( 12,9%), nevosismo durante a
prova ( 12, 1 %) e falta de dedicação ao estudo (8,8%).
3) Os motivos que levarm à reprovação re lacionada ao crrículo, segundo opinião dos alunos, em maior ercentual (23 , 1%) são aribuídos ao conteúdo proramático extenso, em seguida à falta de diecio namento da disciplina pra enfemagem (21 ,2%), em teceiro à á disribuição das disciplinas na rade curiculr (20,6%) , seguida de aulas com diversos cursos ( 1 7 ,6%) e por último auls contí nuas com o mesmo professor ( 12,1%) como uma das condiçõe,s que inerfeem no aprendizado do aluno.
4) As causas aribuídas ao docente que le varm à reprovação foram a falta de cla reza no enunciado da pova ( 1 9,8%), fal ta de inovação do métdo didático ( 1 9,3%) , greve dos professores ( 1 8,5%), má comunicação do professor ( 1 3%) , fal ta de preparo didático ( 1 2,6%), falta de incentivo aos alunos (8,0%) , falta de disonibilidade do professor pra com os alunos (4,2%).
5) Os motivos de eprovação relacionados ao material bibliográico foram: pouco livro para empréstimo (48 ,5%) , livos desatualizados (29 , 1 %) e oucos livros e peri6dicos para consulta ( 1 4,9%).
R E F E R Ê N C I AS B I B L I O G RÁ F I CAS
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t ,
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1 97 1 . .
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26p. (apostila).
16 SALDANHA, L.E. Tecnooga educacional. Porto Alegre: Gloo, 1 978. p. 55-65 .
1 7 SOUBHIA, Zeneide, RODRIGUES , Ana Irma. Compor amento de ler: identiicação de variáveis elacionadas com o comporento de ler. ea. 7 ( 1): 1 0- 1 5
j/abril, 1 986. Londrina. '
18 SOUB�IA, Zeneide. Prograa educaivo em' estratégas
facültadoras da copreesão e teto. Ribeirão Peto. 1 990. 1 08p. fese de Mestrado - Universidade de So Paulo - Ecola de Efemagem - Ribeião Peto.
19 f ABA, Hilda. Eaboacon ei cucuo. B uenos Aies:
frquel, 1 976, p. 60- 70 e 26 1 .
20 f URRA , C.M.G. e t alii. Panejaento de esino e ava ação. Porto Alege: Emma, p. 60-70-e 283.
2 1 U f YAMA, Iwa Keiko A . et alii. Análise do conhecimento das categorias e funçes da enfemagem pelos docentes de uma instituição de ensino superior. Rev. Gaúcha de Enf •• Porto Alegre, 8(2): 168 - 1 80, lul, 1987.
AN EXO 1
Q U E S T I O NÁR I O
NOME: _______PEÍODO: ____________ _
2 Você já reprovou em alguma disciplina do ciclo básico?
SIM ( ) NÃO ( )
3 Assinale abaixo os motivos que levaram a eprovação no ciclo básico.
3. 1 Relacion�dos ao Aluno :
( ) 2? grau deficiente não dando base para a faculdade
( ) falta de infomação sobre a enfemagem
( ) falta de paticipação (ativa) em aulas te6ricas e práticas ( ) falta de interesse ela disciplina por não achá-la importane ( ) tuma heterogênea em idade e conhecimento
( ) falta de dedicação ao estudo ( ) não simpatizou com o professor
( ) diiculdade de compreensão dos conteúdos de aula (não con�egue sintetizr os conteúdos) ( ) falta de tempo pra estudar
( ) nevosismo durante as provas
( ) diiculdade em adaptr-se ao estilo de povas ( ) não adaptação e integração com os c.olegas ( ) problemas pessoais e familiares
Ouros (especifique): ____________________________ _
3.2. Relacionados ao Docene:
( ) falta de disponibilidade dos professoes para consulta fora do horário de aula
( ) pofessor não dá opotunidade pra erguntas e solução de dúvidas em sala de aula
( ) falta renovação de método didático do professor
( ) pofessor não inceniva a sala para estudr
( ) falta claeza ao enunciado ds provas (questões confusas)
( ) má comunicação do professor (fala baixo, confuso, prado, etc.)
( ) falta de pepro pévio do professor (não tem seqüência, esquece de dr conteúdos, não
utiliza audio visual adequadmente) .
) sente que o professor não simpatiza com o aluno
) quebra de seqüência do conteúdo devido greve de professores
Ouros (especifique): ___ � ______________________ _
3 . 3 Relacionados ao Currículo:
( ) falta de diecionamento da disciplina para enfemagem ( ) coíteúdo pogramático exenso
( ) má distribuição das matéias durante os períodos do curso (na grade curricular)
( ) aulas com diversos cursos
( ) aulas contínuas com o mesmo professor
Outros (especifique): ___________________________ _
3 .4 Relacionados ao Material Bibliográfico:
( ) poucos livros e eriódicos para consulta na biblioteca
( ) poucos livros para empréstimo
( ) livros desatualizados
Outros (especiique) : __________________________ _