w w w . r b o . o r g . b r
Artigo
original
Avaliac¸ão
dos
resultados
do
tratamento
cirúrgico
das
fraturas
da
extremidade
lateral
da
clavícula
pela
técnica
do
amarrilho
duplo
夽
Alberto
Naoki
Miyazaki,
Luciana
Andrade
da
Silva
∗,
Guilhermel
do
Val
Sella,
Sergio
Luiz
Checchia,
Sílvia
Helena
Cavadinha
Cândido
dos
Santos
e
Vitor
Schneider
Chadud
FaculdadedeCiênciasMédicasdaSantaCasadeSãoPaulo(FCMSCSP),SãoPaulo,SP,Brasil
informações
sobre
o
artigo
Históricodoartigo:
Recebidoem17deabrilde2014 Aceitoem24deabrilde2014
On-lineem12desetembrode2014
Palavras-chave:
Fraturasósseas Clavícula
Articulac¸ãoacromioclavicular
r
e
s
u
m
o
Objetivo:avaliaraincidênciadeconsolidac¸ãodotratamentocirúrgiconasfraturasda extre-midadelateraldaclavículapelatécnicadoduploamarrilhosubcoracóideocomousodefio inabsorvívelnúmero5.
Métodos:entremaiode1993ejunhode2013,oGrupodeOmbroeCotovelodonossoservic¸o tratoucirurgicamente116pacientes(116ombros)comfraturadaextremidadelateralda clavícula.Desses,conseguimosreavaliar65.Atécnicacirúrgicausadafoioamarrilhoduplo subcoracóideocomdoisfiosinabsorvíveis.EmdoispacientesclassificadoscomotipoIII
tivemosdeassociarumparafusointerfragmentárioparafixac¸ãodaporc¸ãointra-articular daAC.
Resultados:tivemos 90% de consolidac¸ão da fratura; 14 casos (21%) evoluíram com complicac¸õesmaiores:quatropseudoartroses,cincocapsulitesadesivas,doisretardosde consolidac¸ãoetrêsperdasdereduc¸ão;edoiscasos(3%)evoluíramcomcomplicac¸ãomenor: granulomadepele.
Conclusão:a técnicadoamarrilhoduploparaasfraturas daextremidadelateralda cla-vículapromove aestabilizac¸ãonecessáriaparaquehajaconsolidac¸ãosemnecessidade desíntesemetálica;evitareoperac¸õespararetiradadomaterialdesíntese;alémdeser umprocedimentodebaixocusto,comboareprodutibilidadeepreservac¸ãodaarticulac¸ão acromioclavicular.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora Ltda.Todososdireitosreservados.
夽
TrabalhodesenvolvidonoGrupodeOmbroeCotovelo,DepartamentodeOrtopediaeTraumatologia,FaculdadedeCiênciasMédicas daSantaCasadeSãoPaulo(FCMSCSP),PavilhãoFernandinhoSimonsen,SãoPaulo,SP,Brasil.
∗ Autorparacorrespondência.
E-mail:lucalu01@me.com(L.A.d.Silva).
http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.04.008
Evaluation
of
the
results
from
surgical
treatment
of
fractures
of
the
lateral
extremity
of
the
clavicle,
using
the
double
ligature
technique
Keywords:
Bonefractures Clavicle
Acromioclavicularjoint
a
b
s
t
r
a
c
t
Objective: toevaluatetheincidenceofconsolidationinsurgicaltreatmentoffracturesof thelateralextremityoftheclavicleusingthedoublesubcoracoidligaturetechnique,with nonabsorbableNo.5thread.
Methods: betweenMay1993andJune2013,theShoulderandElbowGroupofourservice surgicallytreated116patients(116shoulders)withfracturesofthelateralextremityof theclavicle.Amongthese,wewereabletoreassess65cases.Thesurgicaltechniqueused consistedofdoublesubcoracoidligaturewithtwononabsorbablethreads.Intwopatients classifiedastypeIII,wehadtocombinethistechniquewithuseofaninterfragmentary screwforfixationoftheintra-articularportionoftheacromioclavicularjoint.
Results:weachievedfractureconsolidationin90%.Fourteencases(21%)evolvedwithmajor complications:fourcasesofpseudarthrosis,fiveofadhesivecapsulitis,twoofdelayed con-solidationandthreeoflossofreduction.Twocases(3%)evolvedwithminorcomplications ofskingranuloma.
Conclusion:thedoubleligaturetechniqueforfracturesofthelateralextremityoftheclavicle promotesthestabilizationneededforconsolidationtotakeplace,withouttheneedfor synthesisusingmetalcomponents.Itavoidsreoperationforthesynthesismaterialtobe removed.Moreover,itisalow-costprocedurewithgoodreproducibilityandpreservationof theacromioclavicularjoint.
©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora Ltda.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
Allman dividiua fratura da clavículaem três grupos, com base na anatomia e nos mecanismos de lesão.1 As
fra-turas localizadas no terc¸o médio (grupo I) são as mais frequentes, responsáveis por cerca de 80% dos casos, e ocorrem sobretudo em jovens; as fraturas localizadas na extremidade lateral da clavícula (grupo II) correspondem
a aproximadamente 15%-25%; e, em menor proporc¸ão,
cerca de 5% ocorrem no terc¸o proximal (grupo III).2–4 As
fraturasda extremidade lateral da clavícula(ELC)são clas-sificadas com base na integridade ou não dos ligamentos coracoclaviculares e no comprometimento da articulac¸ão acromioclavicular(AC). Essaclassificac¸ão foi descrita inici-almente por Neer e, posteriormente, complementada por Craig.5,6
SegundoEdwardsetal.7eAnderson,8asfraturasdaELC,
quandodesviadas,têmindicac¸ãodetratamentocirúrgicopor causadoaltoriscodenãoconsolidac¸ão,quepodeatingircerca de30%dospacientes.Essamorbidadeéatribuídaemparteà forc¸adecisalhamentoentreosfragmentos,oquecontribui paraanãoconsolidac¸ãodafratura.9
Nãoháumapadronizac¸ãodométododetratamento cirúr-gicoparaasfraturasdaELC.10Diversastécnicassãodescritas
naliteratura,sejapormeiodeumparafuso,11fixac¸ãocomfios
metálicos,12,13complacaemgancho(hook-plate),14complaca
bloqueadaparaELC15oucomcerclagem.10,16SegundoNeer,16
atécnicadecerclagemcomduploamarrilhoentreaclavícula eoprocessocoracoidepromoveindiretamenteareduc¸ãoea estabilizac¸ãodafratura,compoucalesãoperiosteal.Umavez queaconsolidac¸ãoocorra,osligamentosAC(principalmente
oACsuperior)sãosuficientesparamanteromecanismo sus-pensordoombro.11,16,17
Este trabalho tem o objetivo de avaliar a incidência de consolidac¸ão dotratamentocirúrgico pelatécnica doduplo amarrilhosubcoracóideocomusodefioinabsorvívelnúmero 5nasfraturasdaextremidadelateraldaclavícula.
Casuística
e
métodos
Entremaiode1993ejunhode2013,116pacientes(116ombros) comfraturadaELCforamtratadoscirurgicamentepeloGrupo deOmbroeCotovelodonossoservic¸o.Desses,foram subme-tidosàtécnicadeamarrilhoduplo93,dosquaisconseguimos reavaliar65pormeiodosprontuáriosedasimagens radiográ-ficas(tabela1).
Foramusadoscomocritériodeinclusãotodosospacientes comfraturadaELCsubmetidosaotratamentocirúrgicopela técnicadeamarrilhoduplo,comseguimentonoperíodo pós--operatóriomínimodeseismeses.
Foramexcluídosospacientescomfraturadoterc¸omédio ouproximaldaclavícula,fraturaemossopatológico,lesões oufraturaspréviasdoombroounomembrosuperior ipsila-teral,lesãoneurovascularassociadaepacientesquetinham seguimentoinferioraoestabelecido.
Ospacientesforamseguidosambulatoriamenteportempo médiode11,64meses(seisa180).Amédiadetempoentrea datadotraumaeacirurgiafoide7,6dias,comvariac¸ãodeum a21(tabela1).
T abela 1 – Dados ger ais dos pacientes com fr a tur a da ELC submetidos à técnica do amarr ilho duplo Se xo Idade Dom Clas T MT Cons TS Cirur g ia M = 50 (77%) 14 a 83 D = 37 (57%) II = 42 (65%) 01 a 19 A = 48 (74%) C = 59 (90,7%) 3 a 180 Só cer cla g em = 63 (97%) M = 37.7 M = 7,6 M = 11,6 PI = 02 (3%) F = 15 (23%) ND = 28 (43%) III = 06 (9%) B = 17 (26%) NC = 06 (9,3%) IV = 01 (1,5%) V = 16 (24,5%) M, masculino; F, feminino; Idade , em anos; M, média; Dom, Dominância; D, dominante; ND , não dominante; Clas, classificac ¸ão; T, interv alo de tempo entr e o tr auma e a cirur g ia em dias; MT , mecanismo de tr auma: A, alta ener g ia; B, baixa ener g ia; Cons, consolidac ¸ão; C, consolidado; NC, não consolidado; TS , tempo de se guimento em meses; PI, associac ¸ã o com par afuso interfr a gmentário
. Emrelac¸ãoaomecanismodetrauma,74%(48casos)foram
portraumadealtaenergiae26%(17casos)pordebaixaenergia (tabela1).
Deacordocomaclassificac¸ãodeCraig,ospacientesforam agrupados:42casosdotipoII(65%),seisdotipoIII(9%),um dotipoIV(1%)e16dotipoV(25%)(tabela1).
O procedimento cirúrgico foi feito com o paciente em posic¸ãodecadeiradepraia.Usamosaviadesabrelocalizada medialmenteaotrac¸odefratura.Abrimosafáscia deltotra-pezoidal,comaexposic¸ãodofocodafratura edoprocesso coracoide, semvisualizac¸ão daarticulac¸ãoAC.Fizemosum orifíciocentralnaclavícula2cmmedialàfratura.Passamos doisfiosinabsorvíveisnúmero5porbaixodoprocesso cora-coideepeloorifíciofeitonaclavícula;fizemosareduc¸ãoda fraturapormeiodeumamanobracomabaixamentodaporc¸ão proximaldaclavículaeasuspensãodaELCcomcompressão docotoveloipslateraledepoisamarramosseparadamenteos fiosjuntoàclavícula(fig.1);osnósforamlevadosemdirec¸ão aoprocessocoracoideparaevitarproeminêncianapele.Em doispacientesclassificadoscomotipoIIItivemosdeassociar umparafusointerfragmentárioparafixac¸ãodaporc¸ão intra--articulardaAC(fig.2).
Noperíodopós-operatório ospacientes foram imobiliza-dosatéaconsolidac¸ão dafratura (aproximadamenteseisa oito semanas). Foram permitidos nesse intervalo somente movimentos de rotac¸ão lateral do ombro e flexoextensão do cotovelocom o brac¸ojunto ao tronco.Após constatada aconsolidac¸ãoradiográfica,permitiu-seaospacientesfazer movimentosemtodos osplanos,comretornogradativoàs atividadeshabituais.Todosospacientesforamavaliados radi-ograficamentenopós-operatório.
Foifeitaumaanálisedescritivapormeiodeconstruc¸ãode tabelas de frequênciaegráficos dos dados. Como a amos-tra resultouem grupos, paracada variável de interesse de tamanhos,muitoreduzidos,foramusadosapenastestesde hipótesenãoparamétricos,comníveldesignificânciade5%. Foram,portanto,rejeitadasashipótesescujostestes apresen-taramníveldescritivo(valor-p)inferiora0,05.
Paratestaraindependênciaentreparesdevariáveis ale-atórias foiusado otestedeFisher,baseadonadistribuic¸ão hipergeométrica.Paratestarsehádiferenc¸aentreamédiade doisgruposfoifeitootestedeMann-Whitneyeparatestar aigualdadeentremaisdetrêsmédiasfoiusadaaanálisede variânciadeKruskall-Walis.Aanálisefoifeitacomoauxílio doprogramaestatísticoMinitab®versão16.
EstetrabalhofoiaprovadopeloComitêdeÉticaePesquisa sobonúmero14312013.0.0000.5479.
Resultados
Verificamosqueaconsolidac¸ãodaELCocorreuem59dos65 casos(90%).
Figura1–A,ilustrac¸ãoquedemonstraafraturadaELC;B,imagemradiográficadoombroesquerdo.Incidênciadezanca queevidenciafraturadaELC.C,ilustrac¸ãodatécnicacirúrgicadoamarrilhoduplo;D,imagemradiográficadoombro esquerdo.Incidênciadezancaqueevidenciaconsolidac¸ãodafraturaapósamarrilho.
dotipoIIe33%(quatro)dotipoV.Dasqueconsolidaram,64% (31)eramdotipoIIe24%(12)dotipoV(tabela1).
Onúmero totalde complicac¸ões foide 16(24%). Dividi-mosascomplicac¸õesemmaioresemenores.Foiconsiderada maioraquelaqueinfluenciounoresultadofuncional.Tivemos 14casos(21%)decomplicac¸õesmaiores–quatro pseudoartro-ses,cincocapsulitesadesivas,doisretardosdeconsolidac¸ão etrêsperdasdereduc¸ão–edoiscasos(3%)decomplicac¸ão menore–granulomasdepele(tabela2).
Na análiseestatísticanão conseguimosdetectar relac¸ão entremecanismodetraumaeconsolidac¸ão(p=0,648)eentre sexoeconsolidac¸ão(p=1,000).Tambémnãohouvediferenc¸a estatisticamentesignificanteentreasmédiasdosintervalos de tempo entre o trauma e a cirurgia, tanto para os gru-poscomesemconsolidac¸ão(médiacomconsolidac¸ãoigual a 7,8 dias e sem consolidac¸ão igual a 5,3 dias, p=0,351) comoparaosgruposcomousemcomplicac¸ões(médiacom
Tabela2–Descric¸ãodascomplicac¸ões
Capsuliteadesiva 5(31,2%)
Granuloma 2(12,5%)
Retardodeconsolidac¸ão 2(12,5%)
Perdadereduc¸ão 3(18,8%)
Pseudoartrose 4(25%)
Total 16
complicac¸ãoiguala6,2diasesemcomplicac¸ãoiguala8,1dias; p=0,313).
Houve diferenc¸a estatisticamente significante entre as médias das idades tanto para os grupos com e sem consolidac¸ão(médiacomconsolidac¸ãoiguala36,3anosesem consolidac¸ão iguala51,3anos;p=0,048)como paraos gru-poscomousemcomplicac¸ões(médiacomcomplicac¸ãoigual a45,7anosesemcomplicac¸ãoiguala35,1anos;p=0,011).
Figura3–Imagensradiográficasdoombroesquerdo.A,fraturadaELC;B,nãoconsolidac¸ãoapóstratamentocirúrgico inicialcomamarrilhoduplo;C,consolidac¸ãodafraturaapósnovoprocedimentocomousodeplacabloqueada.
Asidadesforamsuperioresquandonãohouveconsolidac¸ãoe quandohouvecomplicac¸ão.
Discussão
Areconstruc¸ãodomecanismosuspensordoombropodeser feitademaneiradireta,porosteossínteseentreos fragmen-tosósseos,5,14,15,18–20ouindireta,porsínteseentreaclavícula
eoprocessocoracoide, sejapormeiode umparafuso11 ou de umacerclagem.10,16 Há também diferentes técnicas em
relac¸ão à via de acesso, que pode ser feita por via aberta ouartroscópica.21,22 Essastécnicasaproximamos
fragmen-tosósseosepermitem aconsolidac¸ão dafratura.Uma vez queessaocorra,osligamentosAC(principalmenteoAC supe-rior)sãosuficientesparamanteromecanismosuspensordo ombro.11,16,17
Asdiversastécnicascirúrgicasparaotratamentodas fratu-rasdaELCnãoestãoisentasdecomplicac¸õespós-cirúrgicas. LeppilahtieJalovaara descreveramqueatécnicaqueusaa fixac¸ãocomfiosmetálicosestáassociadaàmigrac¸ãodofio eàinfecc¸ãodotrajetodopino.12Shinetal.13relataram
ero-sãoclavicularprovocadapelomaterialdesuturadurante a reconstruc¸ãodosligamentoscoracoclavicularesem11%dos casos. Tais complicac¸ões não foram observadas na nossa casuística.
Klein et al.14 descreveram que com a técnica da placa
emgancho,muitoemboratenhamnotadoresultados positi-vosquantoàconsolidac¸ãoóssea(94,7%)eàreabilitac¸ãodos pacientes,tiveramcomplicac¸ões(15,8%),taiscomoinfecc¸ões, fraturasaoredordoimplanteefalhadomaterialdesíntese; alémdesernecessárioumsegundo tempocirúrgico paraa retiradadosimplantes,paraquehajaumareduc¸ãonoimpacto subacromialedoriscodefraturadoacrômio.
Andersenet al.15 avaliaram retrospectivamente16
paci-entes submetidos à fixac¸ão com placa bloqueada para ELC e obtiveram 94% de consolidac¸ão. Relataram como complicac¸õesumcasodepseudoartroseinfectadaeumde fraturaperimplante.
Emrelac¸ãoaosoutrosmétodosdefixac¸ãodescritos ante-riormente,nãovemosmotivosparausá-los,umavezquea técnicadoamarrilhoduploémaissimples,maisbarata,com menoscomplicac¸õesenãonecessitadeumsegundo procedi-mentopararetiradadomaterialdesíntese.
Yangetal.10fizeramestudoretrospectivocomaaplicac¸ão
detécnica semelhante àusada nestetrabalho,porém com fitadematerialinabsorvível,semfazeroreparoligamentar
ou usarimplantes, emostraram 100% de consolidac¸ão (29 pacientes). No entanto, foram observados alguns casos de complicac¸ões relacionadas àcapsulite adesiva (um caso)e desconfortonapeleprovocadapelaprotrusãodonódasutura (um caso). Tivemos complicac¸ões semelhantes às de Yang etal.:10cincopacientesapresentaram-secomcapsulite
ade-siva,foramsubmetidosaotratamentoconservadorpormeio debloqueiosseriadosdonervosupraescapular23eevoluíram
comconsolidac¸ão dafratura;doispacientesevoluíramcom granulomasuperficialeforamtratadossatisfatoriamentecom limpeza,desbridamentoeretiradadofiodesuturadapele.
Os dois pacientes que evoluíram com retardo de
consolidac¸ão não necessitaram de outro procedimento cirúrgico, evoluíramparaaconsolidac¸ãodafraturacomaté 10meseseatingiramumaamplitudedemovimentonormal emrelac¸ãoaoladocontralateral.
Nostrêscasosemquehouveperdadereduc¸ão,um con-solidousatisfatoriamente,apesardaconsolidac¸ãoviciosados fragmentos;osoutrosdoistiveramdeserreabordados,com 15diasecomummêsdaprimeiracirurgia,pormeiodeum novo amarrilho associado àfixac¸ão com fiosde Kirschner; evoluíram comconsolidac¸ãoda fraturaeboaamplitude de movimento.
Nanossacasuísticativemos10%denãoconsolidac¸ãoda fratura (quatropacientes). Emumdospacientesa pseudo-artrose estava clinicamente assintomática e optou-se pela observac¸ão combom resultado funcional. Foram reaborda-doscirurgicamentetrêspacientes.Emumdoscasosfoiusada placabloqueadaparaELCassociadaaenxertoósseo;nooutro, foiusadaapenasplacabloqueadaparaELC(fig.3);eno ter-ceirocasoforamassociadosfiodeKirschnereenxertoósseo. Essespacientesreabordadosobtiveramconsolidac¸ãoda fra-tura ebom resultadofuncional.Dos19 pacientesavaliados porShinetal.,13apenasum(5%)evoluiucompseudoartrose
sintomáticaefoisubmetido posteriormentearessecc¸ãodo fragmentodistaldafratura.
Observamosqueospacientesmaisjovenstiverammenos complicac¸õeseafraturaseconsolidoumaisdoquenos paci-entes maisvelhos. Possivelmente esse resultado sedeve à qualidadeósseaeaumamelhorformac¸ãodecaloósseo.
Conclusão
Aidadefoiaúnicavariávelestatisticamentesignificante noresultadodaconsolidac¸ãodasfraturasdaELCqueforam submetidasàtécnicadoamarrilhoduplo(commédiamaior noscasosnãoconsolidados[51,3anos]).
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
r
e
f
e
r
ê
n
c
i
a
s
1. AllmanFLJr.Fracturesandligamentousinjuriesofthe clavicleanditsarticulation.JBoneJointSurgAm. 1967;49(4):774–84.
2. NordquitA,PetersonC.Theincidenceoffracturesofthe clavicle.ClinOrthopRelatRes.1994;(300):127–32.
3. RobinsonCM.Fracturesoftheclavicleintheadult. Epidemiologyandclassification.JBoneJointSurgBr. 1998;80(3):476–84.
4. PostacchiniF,GuminaS,DeSantisP,AlboF.Epidemiologyof claviclefractures.JShoulderElbowSurg.2002;11(5):452–6.
5. NeerCS.Fracturesofthedistalclavicle.ClinOrthopRelatRes. 1968;(58):43–50.
6. CraigEV.Fracturesoftheclavicle.In:RockwoodAC,Matsen FA,editors.Theshoulder.Philadelphia:Saunders;1990.p. 367–412.
7. EdwardsDJ,KavanaghTG,FlanneryMC.Fracturesofthe distalclavicle:acaseforfixation.Injury.1992;23(1):44–6.
8. AndersonK.Evaluationandtreatmentofdistalclavicle fractures.ClinSportsMed.2003;22(2):319–26.
9. HessmannM,KirchnerR,BaumgaertelF,GehlingH,GotzenL. Treatmentofunstabledistalclavicularfractureswithand withoutlesionsoftheacromioclavicularjoint.Injury. 1996;27(1):47–52.
10.YangSW,LinLC,ChangSJ,KuoSM,HwangLC.Treatmentof acuteunstabledistalclaviclefractureswithsingle
coracoclavicularsuturefixation.Orthopedics. 2011;34(6):172–7.
11.BallmerFT,GerberC.Coracoclavicularscrewfixationfor unstablefracturesoftheclavicle:areportoffivecases.JBone JointSurgBr.1991;73(2):291–4.
12.LeppilahtiJ,JalovaaraP.MigrationofKirschnerwires followingfixationoftheclavicle:areportof2cases.Acta OrthopScand.1999;70(5):517–9.
13.ShinSJ,RohKJ,KimJO,SohnHS.Treatmentofunstabledistal claviclefracturesusingtwosutureanchorsandsuture tensionbands.Injury.2009;40(12):1308–12.
14.KleinSM,BadmanBL,KeatingCJ,DevinneyDS,FrankleMA, MighellMA.Resultsofsurgicaltreatmentforunstabledistal clavicularfractures.JShoulderElbowSurg.2010;19(7): 1049–55.
15.AndersenJR,WillisMP,NelsonR,MighellMA.Precontoured superiorlockedplatingofdistalclaviclefractures:anew strategy.ClinOrthopRelatRes.2011;469(12):
3344–50.
16.NeerCS.Fractures.In:NeerCS,editor.Shoulder reconstruction.Philadelphia:Saunders;1990.p.403–12.
17.ChecchiaSL,DoneuxPS.Complicac¸õesapósaressecc¸ãoda extremidadedistaldaclavícula.RevBrasOrtop.
1995;30(8):593–8.
18.NeviaserRJ.Injuriestotheclavicleandacromioclavicular joint.OrthopClinNorthAm.1987;18(3):433–8.
19.KalamarasM,CutbushK,RobinsonM.Amethodforinternal fixationofunstabledistalclaviclefractures:early
observationsusinganewtechnique.JShoulderElbowSurg. 2008;17(1):60–2.
20.LeeYS,LauMJ,TsengYC,ChenWC,KaoHY,WeiJD.
Comparisonoftheefficacyofhookplateversustensionband wireinthetreatmentofunstablefracturesof.thedistal clavicle.IntOrthop.2009;33(5):1401–5.
21.ChecchiaSL,DoneuxPS,MiyazakiAN,FregonezeM,SilvaLA. Treatmentofdistalclaviclefracturesusingarthroscopic technique.JShoulderElbowSurg.2008;17(3):395–8.
22.TakaseK,KonoR,YamamotoK.Arthroscopicstabilizationfor Neertype2fractureofthedistalclaviclefracture.Arch OrthopTraumaSurg.2012;132(3):399–403.