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Seleção de plantas com potencial para fitorremediação de tebuthiuron.

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Academic year: 2017

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1 Recebido para publicação em 28.11.2002 e na forma revisada em 12.12.2003.

2 Doutorando do Dep. de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa – UFV, Bolsista CNPq, 36571-000 Viçosa-MG; 3Prof. do Dep. de Fitotecnia da UFV; 4Prof. do Dep. de Química da UFV; 5Mestrando do Dep. de Fitotecnia da UFV; 6Acadêmico do Dep. de Agronomia da UFV; 7 Prof. do Dep. de Informática da UFV.

S

ELEÇÃO DE

P

LANTAS COM

P

OTENCIAL PARA

F

ITORREMEDIAÇÃO DE

T

EBUTHIURON1

Plant Selection with Potential for Tebuthiuron Phytodecontamination

PIRES, F.R.2, SOUZA, C.M.3, SILVA, A.A.3, QUEIROZ, M.E.L.R.4, PROCÓPIO, S.O.2, SANTOS,

J.B.5, SANTOS, E.A.6 e CECON, P.R.7

RESUMO - Este trabalho teve como objetivo selecionar espécies tolerantes ao tebuthiuron, visando utilizá-las em programas de fitorremediação de solos contaminados com esse

herbicida. Foram avaliadas: Amaranthus hybridus,Crotalaria juncea,Chamaesyce hyssopifolia,

C. hirta, Canavalia ensiformes, Helianthus annus, Pennisetum typhoides, Estizolobium

aterrimum, Raphanus raphanistrum e Crotalaria incana. O experimento foi conduzido em

casa de vegetação, em vasos contendo 3 dm3 de solo de textura argilo-arenosa com 2,18 dag kg-1

de matéria orgânica. O experimento foi delineado em blocos ao acaso, com três repetições de tratamentos em fatorial 10 x 4 x 4, os quais foram constituídos por 10 espécies, quatro doses

de tebuthiuron (0,0; 5,0; 1,0; e 2,0 kg ha-1), aplicadas em pré-emergência, e quatro épocas de

avaliação (15, 30, 45 e 60 dias após a semeadura). Foram avaliadas a fitotoxicidade do herbicida, a altura de plantas e a massa de matéria seca da parte aérea, de raízes e do total

da planta. Canavalia ensiformes e Pennisetum typhoides foram tolerantes ao tebuthiuron na

dose de 0,5 kg ha-1. Estizolobium aterrimum tolerou tebuthiuron até a dose de 1,0 kg ha-1,

apresentando fitotoxicidade menos acentuada e menor redução de altura de plantas e da massa de matéria seca da parte aérea, de raízes e do total da planta em relação ao tratamento testemunha.

Palavras-chave: seletividade, fitotoxicidade, descontaminação, adubos verdes, plantas daninhas.

ABSTRACT - This study aimed to select tebuthiuron- tolerant plants to use them in

phytoremediation programs in contaminated soils. The evaluated species were: Amaranthus

hybridus, Crotalaria juncea, C. hyssopifolia, Chamaesyce hirta, Canavalia ensiformes,

Helianthus annus, Pennisetum typhoides, Estizolobium aterrimum, Raphanus raphanistrum and Crotalaria incana. The experiment was carried out in a greenhouse, with

a sandy-clay soil with 2.18 dag kg-1 of organic matter, in pots of 3 dm3 capacity. The experiment

was arranged in a 10 x 4 x 4 factorial scheme in a randomized block design with three replications.

The treatments consisted of: 10 species, four tebuthiuron doses (0.0; 0.5; 1.0 e 2.0 kg ha-1)

applied in pre-emergence, and four evaluation times (15, 30, 45, and 60 days after sowing). Phytotoxicity, plant height and, above-ground, root and total biomass dry matter were evaluated.

Canavalia ensiformes andPennisetum typhoides were tolerant to tebuthiuron at the dose

of 0.5 kg ha-1, and Estizolobium aterrimum up to the dose of 1.0 kg ha-1, with the latter

showing less phytotoxicity symptoms and a smaller reduction of plant height, above-ground, root, and total biomass dry matter, as compared to the control treatment.

(2)

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de moléculas herbi-cidas com longo efeito residual possibilitou tanto o controle efetivo de plantas daninhas por maior período de tempo como a redução do número de aplicações. No entanto, essa residualidade tem provocado fitotoxicidade em culturas sensíveis plantadas após a utilização

desses herbicidas (carryover). Além disso, com

o uso de herbicidas de longo residual no solo há maior probabilidade de ocorrência de lixi-viação de suas moléculas originais ou de seus metabólitos para camadas mais profundas no perfil do solo, com a conseqüente contaminação do aqüífero subterrâneo.

Dentre os herbicidas que apresentam longo residual no solo destaca-se o tebuthiuron, N-{5- (1,1-dimetiletil)-1,3,4-tiadiazol-2-il}-n,n’-dimetiluréia, recomendado para uso em pré-emergência na cultura da cana-de-açúcar. Sua persistência no solo pode variar de 11 a 14 meses (Blanco & Oliveira, 1987), de 15 a 25 meses (Meyer & Bovey, 1988) ou mesmo estender-se até 7,2 anos (Emmerich et al., 1984). O produto apresenta elevada mobilidade em solos com baixos teores de argila e de carbo-no orgânico, sendo, portanto, fonte potencial para contaminação dos aqüíferos, principal-mente como resultado de aplicações seqüen-ciais ao longo dos anos, na mesma área (Cerdeira et al., 1999). Tanto o potencial de fitotoxicidade por longa residualidade como o de contaminação de aqüíferos podem ser ame-nizados pelo emprego de técnicas que acelerem a retirada desse composto do solo, promovendo sua descontaminação. Dentre essas técnicas destaca-se a fitorremediação.

A fitorremediação utiliza plantas como organismos descontaminantes de solos e água e pode ser usada em áreas contaminadas com substâncias orgânicas e inorgânicas (Cunningham et al., 1996).

A fitorremediação baseia-se na tolerância que algumas espécies exibem a determinados produtos. A tolerância pode ser resultante de processos como a translocação diferencial (maior ou menor) de compostos orgânicos para outros tecidos da planta, com subseqüente volatilização; a degradação parcial ou completa; e a transformação em compostos menos

tóxicos, combinados e/ou ligados nos tecidos das plantas (Accioly & Siqueira, 2000; Scramin et al., 2001). Em geral, a maioria dos compostos orgânicos passa por alguma transformação nas células das plantas antes de serem isolados em vacúolos ou ligarem-se a estruturas celu-lares insolúveis, como a lignina (Macek et al., 2000).

Na fitoestimulação, que é considerada uma forma de fitorremediação, ocorre a liberação de exsudatos radiculares e há o estímulo à atividade microbiana, que degrada o composto no solo, caracterizando, em algumas plantas, a aptidão rizosférica para a biorremediação de compostos tóxicos (Cunningham et al., 1996). Diversos trabalhos relatam o efeito positivo da utilização de plantas na descontaminação do solo (Anderson & Coats, 1995; Kruger et al., 1997; Hoagland et al., 1997). No Brasil, a pes-quisa nessa área é ainda incipiente, não havendo relatos sobre o uso da fitorremediação de tebuthiuron.

A seleção de plantas que apresentam tole-rância ao tebuthiuron é o primeiro passo na seleção de espécies potencialmente fitorre-mediadoras. Entretanto, deve-se evitar a utili-zação de espécies de difícil controle e, se possível, selecionar aquelas que proporcionam outros benefícios ao solo, como é o caso das que são utilizadas como adubos verdes ou para cobertura do solo. Contudo, há poucas pesqui-sas sobre a tolerância despesqui-sas espécies a herbicidas. Silva & Bueno (2000a) avaliaram

a tolerância das leguminosas Pueraria

phaseoloides,Desmodium ovalifolium,Mucuna aterrima e Mucuna cochinchinensis ao 2,4-DB em pós-emergência e ao alachlor, imazaquin e pendimenthalin, em pré-emergência, em cinco

doses de cada herbicida. D. ovalifolium foi a

espécie mais suscetível aos herbicidas nas

doses usadas, exceto ao alachlor. M. aterrima

foi tolerante ao alachlor, imazaquin e pendimenthalin, sendo suscetível apenas ao

2,4-DB.P. phaseoloides e M. conchinchinensis

foram suscetíveis ao pendimenthalin e 2,4-DB. Silva & Bueno (2000b), ao utilizarem acifluorfen, bentazon e lactofen em pós-emer-gência e metribuzin em pré-emerpós-emer-gência,

observaram que M. aterrima apresentou

(3)

Entre os poucos relatos sobre a seletividade de tebuthiuron a adubos verdes pode-se citar o de Dal Piccolo & Christoffoleti (1985). Os autores constataram inibição no crescimento da Crotalaria juncea até 13 meses após a aplicação do herbicida.

Não obstante os resultados apresentados, a seletividade dos herbicidas às culturas varia em função do modo de aplicação, do estádio da planta no momento da aplicação e da arqui-tetura foliar, da dose utilizada, das condições climáticas, da adição de surfatantes, da varie-dade ou do cultivar (Almeida, 1986; Azania et al., 2001; Cobucci & Portela, 2001) e de outros fatores.

Este trabalho teve como objetivo selecionar espécies vegetais tolerantes ao tebuthiuron, visando utilizá-las em programas de fitorre-mediação.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram escolhidas 10 espécies de plantas com provável potencial para tolerarem o herbicida tebuthiuron e serem empregadas na fitorremediação do solo. A seleção de espécies de plantas daninhas foi feita com base em informações relatadas em Lorenzi (2000). Também foram selecionadas espécies que apresentam valor agrícola/econômico, visando seu aproveitamento na agricultura. Foram incluídas leguminosas, crucíferas, gramíneas, amarantáceas e compostas, sendo elas:

caruru-roxo (Amaranthus hybridus),

crotalária-juncea (Crotalaria juncea), erva-andorinha

(Chamaesyce hyssopifolia), erva-de-santa-luzia (Chamaesye hirta), feijão-guandu (Canavalia ensiformes), girassol (Helianthus annus),

milheto (Pennisetum typhoides), mucuna-preta

(Estizolobium aterrimum), nabiça (Raphanus raphanistrum) e xiquexique (Crotalaria incana).

O experimento foi conduzido em casa de vegetação do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa. Como subs-trato, utilizou-se material de solo classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo, de textura argilo-arenosa, coletado sob vegetação de mata secundária, na profundidade de 0-20 cm, e peneirado em malha de 0,004 m. Sua caracteri-zação física e química está apresentada na Tabela 1.

O experimento foi delineado em blocos ao acaso, com três repetições de tratamentos em

fatorial 10 x 4 x 4. Estes foram constituídos

por 10 espécies vegetais, quatro doses de tebuthiuron e quatro épocas de avaliação, tota-lizando 160 tratamentos. A unidade

experi-mental foi vaso de polietileno, contendo 3 dm3

de solo. Após o enchimento dos vasos, pro-cedeu-se, no dia 18.4.2002, à aplicação de tebuthiuron, em pré-emergência, nas doses

deH0,0; 0,5; 1,0; e 2,0 kg ha-1 do produto

comercial (Combine 500 SC), equivalendo a 0,

½, 1 e 2 vezes a dose comercial (1 kg ha-1),

simulando diferentes níveis de contaminação do solo. O tebuthiuron foi aplicado com equipa-mento costal pressurizado com gás carbônico

(CO2) e barra com duas pontas de jato plano

110:03 da marca Jacto, espaçadas de 0,50 m, cobrindo a largura de 1 m. O volume de

apli-cação foi de 260 L ha-1.

A semeadura foi feita no dia seguinte à aplicação de tebuthiuron. Depois da aplicação dos tratamentos, os vasos foram irrigados sempre que necessário para manter a umidade

Tabela 1 - Composição físico-química do solo1/

Análise Granulométrica (dag kg-1)

Argila Silte Areia Fina Areia Grossa Classificação Textural

39 11 17 33 Argilo-arenosa

Análise Química

pH P K+ Al3+ Ca2+ Mg2+ H + Al CTC total V m MO

H2O (mg dm -3

) (cmolcdm

-3

) (%) (dag kg-1)

5,8 1,4 123 0,0 3,8 1,4 4,3 9,81 56 0 2,18

1/Análises realizadas nos Laboratórios de Análises Físicas e Químicas de Solo do Departamento de Solos da UFV, segundo a metodologia

(4)

do solo em torno de 80% da capacidade de campo. Para determinar a seletividade de tebuthiuron às espécies, foram avaliadas, aos 15, 30, 45 e 60 dias após a semeadura (DAS), a toxicidade do produto às plantas, a altura de plantas e, aos 60 DAS, também a massa de matéria seca da parte aérea, das raízes e do total da planta.

Na avaliação da fitotoxicidade atribuíram-se notas de 0 a 100, de acordo com os sintomas de intoxicação na parte aérea das plantas, em que 0 representa ausência de sintomas e 100 a morte da planta. A altura das plantas foi medida do colo até o meristema apical nas dicotiledôneas e até a extremidade da última folha nas demais espécies. Para determinar a massa de matéria seca da parte aérea, das raízes e do total da planta (parte aérea + raízes), o material colhido foi seco em estufa de circu-lação de ar forçada (70 ± 2 ºC) por 72 horas.

Como os dados não atenderam às pressu-posições de normalidade e homogeneidade para a realização da análise de variância, fez-se a análise descritiva dos dados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Analisando os resultados apresentados na Tabela 2, observa-se que a mucuna-preta foi a espécie que apresentou maior tolerância ao tebuthiuron, com sintomas de toxicidade menos acentuados e menor redução de altura de plantas e de massa de matéria seca da parte aérea em relação ao tratamento testemunha. Resultados semelhantes foram obtidos por Silva & Bueno (2000 a, b). A mucuna-preta também apresentou a menor redução de massa de matéria seca de raízes e do total em relação à testemunha. Esse resultado foi observado até

a dose de 1,0 kg ha-1(dose comercial

reco-mendada). No entanto, quando se utilizou a

dose de 2,0 kg ha-1, nenhuma das espécies

sobreviveu ao tebuthiuron. O feijão-guandu e o milheto exibiram tolerância à dose de

0,5 kg ha-1. Na dose de 1,0 kg ha-1 os sintomas

de toxicidade foram mais acentuados e as reduções de altura e de massa de matéria seca foram pronunciadas. O amplo espectro de ação do tebuthiuron e seu longo efeito residual (Dal Piccolo & Christoffoleti, 1985; Blanco & Oliveira, 1986) corroboram a dificuldade de identificar espécies que lhe sejam tolerantes e

que, concomitantemente, apresentem interesse agronômico, características estas desejáveis numa planta fitorremediadora.

A evolução dos sintomas de toxicidade causada pelas três doses do herbicida, nas dez espécies testadas, dos 15 aos 60 dias, está

re-presentada na Figura 1. Na dose de 0,5 kg ha-1

(metade da dose comercial recomendada) observa-se que, desde a primeira avaliação (15 DAS), erva-andorinha, crotalária-juncea, nabiça, caruru-roxo, xiquexique e erva-de-santa-luzia apresentaram sintomas de toxi-cidade superiores a 80% em relação à teste-munha sem herbicida. Nessa dose, por ocasião da última avaliação (60 DAS), houve morte das plantas, exceto de nabiça, na qual se observou fitotoxicidade de 84%. Milheto e girassol apresentaram fitotoxicidade semelhante até os 15 DAS, porém o primeiro recuperou-se, che-gando à ultima avaliação com cerca de 43% de fitotoxicidade. O girassol, por sua vez, mostrou-se mais mostrou-sensível, com 60% de fitotoxicidade aos 60 DAS.

As espécies que apresentaram maior

tole-rância ao tebuthiuron na dose de 0,5 kg ha-1

foram a mucuna-preta, sem fitotoxicidade, e o feijão-guandu, com 20% de fitotoxicidade até

os 60 DAS. Na dose de 1,0 kg ha-1, a evolução

dos sintomas de fitotoxicidade foi semelhante para a maioria das espécies testadas. O milhe-to, com cerca de 76%, e a mucuna-preta, com 20%, foram as únicas espécies que não foram totalmente controladas com a aplicação da dose

de 1,0 kg ha-1. Novamente, a mucuna-preta foi

a espécie que exibiu maior tolerância ao tebuthiuron, contrariando a informação de Rodrigues & Almeida (1998), os quais afirmam que normalmente as leguminosas são muito suscetíveis ao tebuthiuron.

Quando foram aplicados 2,0 kg ha-1 de

(5)

Tabela 2 - Fitotoxicidade e redução da altura de plantas e da biomassa de matéria seca da parte aérea aos 60 DAS1/. Porcentagem em relação ao tratamento testemunha

Tebuthiuron (kg ha-1)

0,0 0,5 1,0 2,0 Espécie

M2/ S3/ M S M S M S

Fitotoxicidade

Caruru-roxo 0,0 0,0 99 1,15 100 0,0 100 0,0

Crotalária-juncea 0,0 0,0 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Erva-andorinha 0,0 0,0 99 1,15 100 0,0 100 0,0

Erva-de-santa-luzia 0,0 0,0 73 30 91 14 100 0,0

Feijão-guandu 0,0 0,0 20 35 100 0,0 100 0,0

Girassol 0,0 0,0 60 40 100 0,0 100 0,0

Milheto 0,0 0,0 43 21 76 24 100 0,0

Mucuna-preta 0,0 0,0 0,0 0,0 20 17 100 0,0

Nabiça 0,0 0,0 83 29 100 0,0 100 0,0

Xiquexique 0,0 0,0 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Altura de Plantas

Caruru-roxo 100 1,0 94 2,0 100 0,0 100 0,0

Crotalária-juncea 100 15 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Erva-andorinha 100 0,3 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Erva-de-santa-luzia 100 0,4 81 0,9 94 0,2 100 0,0

Feijão-guandu 100 5,1 3 3,8 100 0,0 100 0,0

Girassol 100 1,5 56 23 100 0,0 100 0,0

Milheto 100 27 18 19 42 13 100 0,0

Mucuna-preta 100 44 28 30 23 53 100 0,0

Nabiça 100 8,7 48 43 100 0,0 100 0,0

Xiquexique 100 3,5 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Massa de Matéria Seca da Parte Aérea

Caruru-roxo 100 0,9 97 0,01 100 0,0 100 0,0

Crotalária-juncea 100 0,5 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Erva-andorinha 100 0,3 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Erva-de-santa-luzia 100 0,4 81 0,9 94 0,2 100 0,0

Feijão-guandu 100 1,2 43 0,9 100 0,0 100 0,0

Girassol 100 1,4 68 3,1 100 0,0 100 0,0

Milheto 100 2,6 22 2,4 80 1,0 100 0,0

Mucuna-preta 100 2,6 50 2,3 13 1,0 100 0,0

Nabiça 100 1,3 80 2,6 100 0,0 100 0,0

Xiquexique 100 0,8 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Massa de Matéria Seca de Raízes

Caruru-roxo 100 3,4 69 1,7 100 0,0 100 0,0

Crotalária-juncea 100 0,5 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Erva-andorinha 100 0,7 + 8 2,3 100 0,0 100 0,0

Erva-de-santa-luzia 100 0,9 76 1,2 93 0,2 100 0,0

Feijão-guandu 100 2,0 47 0,2 100 0,0 100 0,0

Girassol 100 2,5 95 0,3 100 0,0 100 0,0

Milheto 100 2,5 29 1,2 80 1,1 100 0,0

Mucuna-preta 100 2,1 + 33 1,0 29 0,3 100 0,0

Nabiça 100 3,4 79 1,9 100 0,0 100 0,0

Xiquexique 100 0,4 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Massa de Matéria Seca Total

Caruru-roxo 100 4,1 83 1,7 100 0,0 100 0,0

Crotalária-juncea 100 0,7 100 0,0 100 0,0 100 0,0

Erva-andorinha 100 1,0 35 2,3 100 0,0 100 0,0

Erva-de-santa-luzia 100 0,5 78 2,1 93 0,5 100 0,0

Feijão-guandu 100 3,2 18 1,2 100 0,0 100 0,0

Girassol 100 3,7 77 3,0 100 0,0 100 0,0

Milheto 100 5,1 26 3,5 80 2,3 100 0,0

Mucuna-preta 100 4,7 + 44 3,3 19 1,2 100 0,0

Nabiça 100 2,9 80 4,5 100 0,0 100 0,0

Xiquexique 100 1,0 100 0,0 100 0,0 100 0,0

(6)

Figura 1 - Fitotoxicidade do tebuthiuron a dez espécies vegetais após a sua aplicação. Avaliações realizadas aos 15, 30, 45 e 60 dias após a semeadura.

Dose de 0,5 kg ha-1

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 10 0

Ca r u r u r u xo

C r o ta lá r ia ju n c e a

E r va a n d o r in h a

Er v a d e -s an t a lu zia

Fe ijã o g u a n d u

G ir a ss o l Mi lh e to Mu c u n a p r e ta

N a b iç a X iq u e -xi q u e

15 30 45 60

15

30

45

60

Dose de 1,0 kg ha-1

Caruru ruxo

Crotalária juncea

Erva andorinha

Erva-de-santa luzia

Feijão guandu

Girassol Milheto Mucuna preta

Nabiça Xique-xique

15

30

45

60

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dose de 2,0 kg ha-1

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Caruru ruxo

Crotalária juncea

Erva andorinha

Erva-de-santa luzia

Feijão guandu

Girassol Milheto Mucuna preta

Nabiça Xique-xique

15 30 45 60 15

30

45

60

Fi

to

toxi

ci

da

de (

%

)

Fi

to

toxi

ci

da

de (

%

)

Fi

to

toxi

ci

da

de (

%

(7)

Planta Daninha,

V

içosa-MG

, v

.21, n.3, p.451-458, 2003

457

Figura 2 - Altura de plantas de dez espécies vegetais após a aplicação de tebuthiuron. Avaliações realizadas aos 15, 30, 45 e 60 dias após a semeadura.

0 20 40 60 80 100 120

Caruru rux o Crotalária junc ea

E rva andorinha

E rva-de-s anta luzia

Feijão guandu

G irassol M ilheto M uc una preta

Nabiç a Xique-xique

A

ltu

ra

d

e

p

lan

tas

(

cm

) 15 30 45 60

0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 00 1 20

Caruru rux o

Crotalária juncea

E rva andorinha

E rva-de-s anta luz ia

Feijão guandu

G irass ol M ilheto M uc una preta

Nabiç a Xique-x ique

15 30 4 5 60

A

ltu

ra

d

e p

lan

tas

(

cm

)

Dose de 1,0 kg ha

-1

0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0

C aruru rux o Crotalária junc ea

E rva andorinha

E rva-de-s anta luz ia

F eijão guandu

G irass ol M ilheto M uc una preta

N abiç a Xique-x ique

1 5 30 4 5 6 0

A

lt

ura

de

pl

ant

as

(c

m

)

Dose de 2,0 kg ha

-1

0 2 0 4 0 6 0 8 0 1 0 0 1 2 0

C aru ru rux o

C ro talária jun c e a

E rva an do rin h a

E rva-d e-s a nta luz ia

F e ijã o g u an du

G irass ol M ilheto M uc u na p reta

N ab iç a Xiqu e-x iq ue

1 5 3 0 4 5 6 0

A

lt

ura

de

pl

ant

as

(c

m

(8)

Houve redução progressiva da altura das plantas com o aumento das doses de tebuthiuron (Figura 2), refletindo seu efeito na

arquitetura da planta. Na dose de 0,5 kg ha-1,

apenas a mucuna-preta e o feijão-guandu não tiveram sua altura reduzida em relação à

testemunha. Na dose de 1,0 kg ha-1, apenas a

mucuna-preta não apresentou redução repre-sentativa na altura das plantas; na dose de

2,0 kg ha-1, aos 15 DAS, praticamente todas

as espécies apresentaram altura de plantas próxima a zero (mortas).

Nas condições ambientais em que o expe-rimento foi conduzido, pode-se concluir que, dentre as espécies avaliadas, o feijão-guandu e o milheto exibiram alguma tolerância

ao tebuthiuron, na dose de 0,5 kg ha-1. A

mucuna-preta apresentou maior tolerância ao

tebuthiuron até a dose comercial (1,0 kg ha-1),

com menores sintomas de fitotoxicidade e menor redução de altura de plantas e de massa de matéria seca da parte aérea, das raízes e do total em relação ao tratamento testemunha, indicando seu potencial de utilização para posteriores estudos de fitorremediação de tebuthiuron em solo.

LITERATURA CITADA

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Tabela 1 - Composição físico-química do solo 1/
Tabela 2 - Fitotoxicidade e redução da altura de plantas e da biomassa de matéria seca da parte aérea aos 60 DAS 1/
Figura 1 - Fitotoxicidade do tebuthiuron a dez espécies vegetais após a sua aplicação
Figura 2 - Altura de plantas de dez espécies vegetais após a aplicação de tebuthiuron

Referências

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