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Academic year: 2017

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CONCEITOS E ESTRUTURA MENTL

Macos Babosa de OLIVEA *

RESUMO: O objeivo da palesra foi o de apresenar m apanhao sucinto da hstóia as in­ vetigações sobre conceitos nas últas decaas, com sso coibuio ara a ivulgção a Cênca Cognitiva. O epsódio cetral dessa hstóia l a guia resutante as pesqusas reai­ zaas por Eleanor Rosch ! ouros, a pair o incio dos aos setena. Etas pesqusas colocm em cheqe a CONCEPÇAO CLASSICA DE CONCEITOS (caratezaa na pimeira pate a exposição). O fato e que o abanono a cocepção cássicg ão l ua aleraiva vidvel, d origm ao que chamos de PROBLEMA DA CONCILIAÇAO, ou seja, o e copaibilzar a concepço cássica com s escoberas moeras. A apresentação se encera com algas su­ gstões para a solução do probea.

UNITERMOS: Conceitos; Ciêia Cogniva; Eeanor Rosch; protótipo; caegoia Msica.

I. ITRODUÇÃO

A apresentação que vou fazer hoje tem por ema, coo o diz o título,

coceios e

esura enl.

Este título na verdade é meio endencioso, pois colca os dois ele­ entos - conceitos e estrutura mental - em pé de igualdade, e assim sugee que vou dedicr tnta atenção a m como a ouro. O que vai ocoer de fato é que vou fa­ lar bastnte de conceitos e s6 um pouqunho, no m, de estrutua mental.

Vou começar esboçndo o oteiro, o itneráio do percuso que pretendo fzer com vcês.

Inicialene vou delinear uma carcterizção de que chmrei de coceço cs­

sca de conceitos.

Esta é a concepço que vigoou na Filosola e na L6gica pelo m­ nos desde ist6eles, e até pouco tempo atás. Seu m1cleo é a idéia de que um con­ ceito coesonde a um conjunto de propiedades necessárias e suicientes. Por exemplo, paa ser um homem - segundo a def"mição de Arist6teles, é claro - uma entidade deve possuir as propiedades de ser animal e rcional, e é isto que indivi­ duliza, que define o conceito de

em.

(2)

Pois bem, a patir da décda de 70 so relizdas 1meras pesquisas empricas na Psicologia e na noologia a eseito da ntueza dos conceitos. Estas pesquisas estbelecem solidmene que os conceitos - em tenos de realidae psicológi­ ca - não coresondem à conceção clássica.

É sobe estas esquisas que vou falar

na segunda pate de mnha exosição.

Na tecea pte vou iscutir o conlito enre a conceção clássica e as descoberts modenas. Vou rgmentar que a alenativa mis óbvia, qual seja, a de abndonar a concepção clássica, não é viável, o que vi então nos deixr com um poblema, a sber, o de

cpabilizar

a concepção clássica de conceitos com as decobts odenas. Vou chá-lo de

probla a cocilço.

O poblema da conciliação consitui a questo centl, o cene de minha exposição. Na quta e 1tima pe vou primeiro explicr ua solução que já foi poposta, depois expessr mnha opinio em relção a ela, ou seja, a de que

esa souço onta

a

direço cera, porn o vai longe o sciente.

Por 1lo, vou faer um esboço muito sumário daquilo que me parece constiuir a abordagem coreta paa o problea da conciliação. E é só nese f'malzinho que vi apecer a noção de esrutua mental.

Esta 1tima pe coresponde ao que jlgo riginl, àquilo que seia minha contri­ buição ao debate. Digo "seria" porque a descrição de minha poposta vi ser, como disse, extremamente sucinta, e tmbém poque não me sinto ainda plenene em condições de defendê-Ia. Apresentar esta proposta não é, entetanto, o objetivo pin­ cipal de minha exposição. Meu popósito é mais modesto, é aens o de divulgar, de tonar mis conhecido todo ese debate que está em cuso hoje a espeito da natueza dos conceitos. Com isto espero tmbém estr conribuindo pra a divulgação da Ciência Conitiva - uma vez que esta radição de esquisa sobre conceitos consitui um exemplo bem típico do trbalho que se fz na nova disciplina conhecida pelo nome - tlvez não muito apropriado - de "Ciência Cognitiva".

ll.

A CONCEPÇÃO CLSSICA DE CONCEITOS

Comecemos então. Gostria em pieiro lugar de fisr que esta expessão "con­ ceção clássica de conceios" não é de minha autoria; ela foi inroduzida por Smith e Medin no livro

Caegories ad Cocepts,

de 198 1 . Minha crceização da concepção clássica não é entretanto idêntica à deles ; é suicienteente semelhnte, por outro lado, para que se justifique o uso do meso nome.

A concepção clássica, como já disse, tem por n1cleo e nço de popridades necessias e sficientes. São estas que deteminam a aplicabilidade de um conceito: um conceito aplica-se a certa entidade se e somente se esta possuir o conjunto de popiedades que o inividualiza.

A lista de porieddes constiui a de'iço de um conceio. Cada popiedde, por sua vez, coresonde a um ouro conceito, ccterizado por a outra lista de propieddes, e assim por diante. Esta seqüência pde dr origem a ua regessão inf'mita; para evitá-la postula-se a exstência de

a

classe de conceitos pimitivos, coespondentes a propriedades atÔmicas, indecoponíveis.

(3)

A este m1cleo da concepção clássica de conceitos acecenta-se uma idéia de precisão, de digitl idade: ou bem m conceito apica-se a ua entidde, ou bem não se plica; não há meio temo,· e se duas entidades quaisquer são exemplaes de um conceito, elas o são a igual tíulo, ou seja, m conceito não se aplica is, ou elor a uma entidade que a qulquer outra; ou inda, em outas palavas, não há melhoes ou pioes repesentntes de um conceito.

Outo asecto da concepção clássica é que, de acordo com ela, os conceitos pdem se orgnizr em txonomias. O exemplo mais prdigmático de taxonomia é o sistema de classiicação biolóica - cujos níveis coesondem a: esécies, gêneros, fias, odens, etc. Do ponto de vista cognitivo, nenhm nível de uma txonomia possui uma especiicidde inínseca, ou seja, um nível distingue-se dos outros apenas por sua posição na hierquia, e não por alguma particularidade cognitiva. Isto vi icar mis clro deois, qundo inicnnos a maneira ela qual esta idéia tem sido contestada.

A concepção clássica, como já dissemos, foi a que pedominou ao longo de quae tda a história da Filosoia e da ógica. Com algum exagero, pode-se dizer que ela foi na verdade a 1nica concepção bem desenvolvida que existia, e em um m1ero enome de teorizaçes dos mais difeentes tipos ela apece siplesmente como um pressuposto aut-evidene, não questionado e nem ao menos explicitdo. Natrl­ mente não quero dizer com isso que nunca tenha havido controvérsias a espeito da natueza dos conceitos; na verdade, ta. a polêmica sobe os universais que vem desde Platão pode ser entendida como uma disputa sobe a natueza dos conceitos. Mas - de novo, possivelmente com ceto exagero - o que podeímos dizer é que isto que estou chmando de concepção clássica constitiu o tereno comum, a a de acrdo implícito enre as vias pates envolvidas nestas secules contovésias.

Foi pens em meados dese século, a meu ver, que a concepção clássica coeçou a ser colcada em questão. O pioneiro nisso foi Witgenstein -

s

sobre Witgenstein falrei mis tade. O desaio à concepção clássica que me interessa mais de perto é o que veio de observações epúicas, de experimentos na Psicologia, e, secundria­ mente, na Antopologia. Antes de falar desses exerimentos gostaria, enetnto, de cracterizr a osição da concepção clássica de conceitos no inteior da Psicologia.

Já nei que a concpção clássica foi a pedominne ao longo de quase toda a istória da Filosoia e da ógica; pois em, o mesmo vle pa a Psicologia. Até a

década de 70 a concepção clássica esteve Irmemente rraigda na Psicologia, tanto na Cogniiva quanto na behaviourista. Pra r uma idéia mais pecisa, vou descever gora para vocês m certo exerimento psicológico, um expeimento típico dos estudos sobre conceitos ealizados na tradição cognitivista pelo enos desde a década de 20 aé a década de 0 de nosso século. (Quanto à traição behaviourista, veja-se por exemplo 12, p. 285-6)

Gostia então que vcês imainassem um conjunto de crtes, de catas, como as de barlho, havendo em cada cta uma igua. Os aributos dessas iguas variam o longo de certas ensões. Quanto à foua, por exemplo, a igura ode ser m cculo,

(4)

m quadrdo,

a

cuz, etc.; quanto à cor, pde ser, digamos, veelha, ela ou verde; e quanto ao tmanho, pequena, média ou grande.

ste é um exeento sobre a formação de conceitos, e o que são então os con­ ceitos neste contexto? Em completo acodo com a concepção clássica, os conceitos são concebidos como conjuntos de atibutos. No caso, o que teos não são conceitos péexistenes, naturis, por assim dizer, mas conceitos iciais, inventdos aens coo pte do exeiento. Por exemplo, o conceito

cabel

ode coresponder aos aributos

cfculo

e

vere.

Ou seja,

a

figra é

cabel

se e soente se ossuir a propriedae e ser crculo e a popriedde de ser vede, odeido, quanto ao tamnho, er equena, média ou gnde. A concordncia da idéia de conceito que serve de base ao experimeno com a concepção clássica, em seus vios asectos, não pecisa ser enfatizda: ela slta aos olhos.

E qual é então o expeimento? A taefa' do sujeito, ou seja, da cobia do experi­ ento é for o conceito de "cabel", ou, em outrs palavras, descobrir o signiicado o temo "cel" . O exeentador vai apeentndo as cartas, e paa cda ma delas o sujeito declra se se trata de

a

cta "cbel" ou não. Depois de cada tentaiva, o exeimentador infoma ao sujeito se a resposta esá ceta ou erada, aé que o sujeito asse a acerr consisenteente, o que sinliza a descoerta do conceito de "cael" . Tata-se, na vedade, de um tio de poblema que, muitos de vocês terão notado, coe feqüenteente em teses de inteligência. Por eio de vriçes dese esquema básico, os psic6logos puderam estudr relaçes ene os vários fatoes que intevêm no exerimento, tais como: o mero de tentativas necessáias paa o descobriento do conceito, em função da idade do sujeito, de seu nível de escolaidade, da comple­ xidade dos conceitos, das esratégias utilizadas, etc.

xperimentos dese tipo form ealizados por Vygotky e seus colaoradoes nas décadas de 20 e 30 (f. 2 1 , capo 5.) ; na décaa de 50 um longo e meiculoso estudo foi levado a cabo por rês pesquisadoes mericanos - Bruner, Goodnow e Austin - e publicado no livo que se tomou um clssico na ea, o livro que tem por título

A

Sy of Thking

(Um

Eo sobre o Pensmento)

(4). Muito de ineressnte foi descoberto nestas esquisas; o que eu diria, enretanto, é que elas têm cetas limi­ tações e defeitos fundmentais os quis decoem pecisaente do fato de que elas om a concepção clássica de conceitos como um pessuposto básico, não questio­ nado. Meu objetivo, entretanto, não é o de desenvolver esta crítica: tda esta traição de esquisa sobre conceitos foi encionada aenas pra slientr a poundidae da uptra que representou o novo pardigma que se instara a pir do início da éca­ da de 70.

m.

AS DESCOBERTAS MODENAS

Anes de inicir a descrição popiente dita dessas pesqisas mais recentes, alguns prolegômenos so ainda necessáios.

(5)

Em primeiro lugar, gostria de frisr que a quntidade dessas pesquisas é muito nde, é enone a lieratura que descreve seus resultados, e epesenta as inúeras onrovésias que têm surgido. De fato, a questo da nateza dos conceitos tem sido um dos principais focos de investigação nos últimos temos não aenas na Psicologia, mas em tdo o domnio multidisciplinar da Ciência Cognitiva. Ou seja, não apenas psic610gos, s também il6sofos, lingüistas, esecilistas em Inteligência icil, nrop610gos e nerologists têm se ineressado bstnte pela questão dos conceitos. Não pretendo aqui naturalmente recpitulr toda esta literatura (Nota A). Meu pop6-sito é bem ais modesto, pretendo apenas descever sumriente alguns dos expe­ mentos mais signiicativos, do ponto de vista da conceção clássica de conceitos, ou is pecismente, alguns dos expeimentos que contrrim, que colocm em cheque a conceção clássica. Mesmo com esta estição de ponto de vista, meu levan­ mento estaá longe de ser exaustivo. Esta é ainal a exposição intodut6ria, muito genérica, e pela limitação de temo teria que passar por cima de muitas questes, de muitas indagaçes que podeim ser levntadas.

O signiicdo principal deste novo pradigma de pesquisa sobre conceitos foi, de fato, o de colocar em cheque a concepção clássica. Esta, enetnto, não foi sua mo­ tivação inicial.

O noe mis imone assocido ao novo pradiga é o da pesquisadoa ameri­ cana Eleanor Rosch. Rosch foi orientanda de Roger Brown, um psic610go e linüista muio influene, e Brown por sua vez trbalhou bastane em colboação com Eric enneberg - cujo interesse mior esidia nos aspectos biol6gicos da linguagem (enneerg é o autor do clássico

Bological Foatos of Langage

( 14» .

É

com Brown e enneerg que a hist6ria que nos inteessa tem início, na década de 50. Havia nesta épca tanto ene lingüistas quanto ente psic610gos e anrop6logos m nde inteesse ela

Hpóese de Sapir-Who.

Whof, como vocês devem lemrar, foi um lingüista que se dedicou ao estudo das línguas indígenas da mérica do Norte e, inluenciado pelas iéias de seu meste Spir, veio a fonular a hip6tese que leva seus noes - e é também conhcida como o

Pincpio a Reatvade Lingütca

- é este o nome que vou usr daqi por dine. Esse pincípio diz,

grosso mdo,

que a estutura cognitiva de um ser humno depende fortemente de sua lngua matena, ou, em tenos menos técnicos, que a lngua atena coniciona a mneira como uma pessoa lê - e vive - o mundo. Pra tomr m pouco ais nítido o esprito do Princípio a Relatividade Lingüística, vou. citar duas passagens, cada uma de um desses autes. A primeira é de Whorf:

"Dissecmos a natreza em coes pescritos pr nossas línuas matenas.

s categorias e tipos que isolamos do mundo dos fenômenos, não os encon­ rmos por eles nos saltem aos olhos; ao contrrio, o mundo apresenta-se num luxo cleidosc6pico de impessões que deve ser orgnizado por nossas menes - e isto quer dizer, em grnde pte pelos sisemas lingüsticos que temos em nossas mentes. Seccionmos a nateza, orgnizm-Ia em concei­ tos, e aibuímos signiicados da maneia como o fzemos em gande medida porqe somos pate de um acordo pra organizá-la assim - um acordo que

(6)

vigoa para tda a comunidade lingüística e é cdificda nos pares de nossa lugua. ( ... ) nenhum indivíduo é livre pra descever a natueza com absoluta impcialidae, mas é coagido a cetos modos de intrpeação meso qun­ do se julga is livre" (22, p. 2134).

E agora a de Sapir:

completa iluso maginr que lguém se ajuse à reaidde essencial­ mente sem o uso da linguagem, e que a linguagem é enas uma mneira idên­ ica de resolver problemas espcicos de comunicaço ou reflexão (Nota B). O fato incontestável é que o mundo "el" se constrói inconscientemente, em grnde pate, na bae dos hábitos ingüsicos do gupo. Não há duas lin­ guagens suicientemente precidas pra que se possa consider que epe­ enem a mesma ealidade scil. Os mundos em que difeentes scieddes vivem são mundos disintos, não memente o mesmo mundo com ótulos diferenes aixados" ( 19, p. 162) (Nota C).

Voltndo então a Bown e Lenneberg: como tantos ouos na épca, eles inhm gndes simptias elo incípio da Relaividade ingüística. Julgavm, enretnto, que este não havia ainda sido siciente�ente coroborado, ou seja, que as eviên­ cias empicas aduzidas or Whorf e Sapir não bastavam para compovr e fato sua hipótese. Teve início assim um pogrma de esquisa destinado a trazer à luz tis evidências.

s siemas de noencltura de cores são um dos asectos mis 6bios em que

línguas de diferentes falias difeem. Por esta e outras razões, Bown e enneerg deciiam fcalir suas pesquisas sobre os conceitos de cor, e suas vriçes de l9ua para língua. O objetivo então era o de coroborr, pra este donio circunscrito, o

Pincípio da Relatividae Lingüística. esenola-se, a p

deste ponto, uma hist6ia

bastante inteesnte - oém bastnte inrincda tmém - uma ist6ia que o pópio Brown elata muito bem num longo aigo publicado em 1976 - uma eça escrita em hoenagem a seu colega enneerg, que cabra de flecer (3). Pois em, tdo este episódio - que não terei emo de contr em detalhe - foi essencialente uma hist6ia de quem foi buscr lã e siu tosquiado. Explico. mbora os primeiros esultados das esquisas aparentemente coroborssem o rincípio da Relatividade Lingüística (inda que numa versão fca), na etapa fmal - e í o trablho de Elenor Rosch já teve um pael cucial - ficou ptente que as evidências empi­ cas obtidas aontavam exatamente na dieção oposta, ou seja, elas efutavm o Pncípio em questo. O que se perceeu foi que por baixo da apente diversi­ dade, havia nos sistemas de nomenclatura de cores uma uidade profunda. Mis pecismente: constatou-se que o sistema de nomenclatura de cores poe vir de ma lngua para outra, mas esta viação não é leat6ria, não é qualqur viação ossível, mas deve oedcer a certos pincípios, os quais so universais, comuns a todas as línguas hnas. Ou seja, apesar das difeenças nos conceitos de cor, a mneia como os sees humanos vivem as cores não depende em nada de funda­ mental de sua lngua matena.

(7)

Poém o que nos inteessa mis de erto nesta históia tda é que, além de conri­ buir pa a eutação do rincípio da Relatividde Lingü{sica, as evidências empricas obtidas por Rosch paecim entrr em choque tmém com a concepção clássica de conceitos.

A pir dí Rosch, seus colaboradores, e muitos ouos depois deles, prieiro, constataram que os asectos apenteente adversos à concepção clássica que havim sido detectados nos conceitos de cor apaecim tmém em váios outos ios de onceitos; e segundo, estabelecem muitos ouos esultados que, de iversas maneias, mbém entravm em choque com a concepção clássica.

* * *

Antes e dar início à beve descrição dests pesquisas que petendo fzer, ainda,

a observação é ncessária. Meu objetivo é relcionr todas as evidências contrias à conceção clássica, e não aenas as decoetas por este prdigma de pesqisa do qual Rosch foi a pioneira. O fto é que há observaçes não-sistemáicas, não "cientí­ ics", que, no nimo, não se coadunm muito bem com a concepção clássica.

Considee-se, por exeplo, o requisito de diitalidade, de pecisão que mencionei nteriomente como ma propiedde undental dos conceitos, de cordo com a conceção clássica. Numa oura passagem anei que esta concepção é um pessu­ osto implícito de quase toda a 6gica. Ocasionlmente poém encontrm-se manifes­ açes explícitas. Quanto ao requisito de pecisão, por exemplo, pode-se ler em Fege: "No que se refee aos conceitos, temos

[

...

]

o reqisio, de que, paa qualquer argumento, eles tenham por vlor um valor de verdade; que seja deteninado, pa qualquer objeo, se ele ci sob o conceito ou não. Em ou­ tas palavrs: em elação a conceitos existe um equisito de delimitção pe­ cisa: se este não estivesse saisfeio, seria impossível estbelecer leis 16gicas pa eles" (8, p.

135)

(Nota D).

Pois bem, não é necessrio nenhm exeimeno psicol6gico para que nos con­ vençmos de que pelo menos ma boa prte dos conceitos não satisfaz este requisito, não tem lmites pecisos (Nota E). O exemplo ds coes é paadigmático: seguindo ao longo do eseco, encontrmos tonalidades intermediárias, que não são nem ma cor nem outra. Todos os conceitos coespondentes a popriedades fsicas que vaiam coninumente conceitos como alto e bixo, leve e pesdo, e tntos outos -mbém eses clente carecem de pecisão, de limies bem deinidos. nf .. m, não é

necessário nsisir no óbvio; is inteessnte é saber de que mneira 16icos como

frege. aesr da obvidde da vaueza dos conceios, susentavm o requisito de peciso. A esposta é que eles não im nde diculdade neste conito, conside­ ando a ipcisão dos conceitos simplesene como um defeito das linguagens naturis, a qual não devia, evidenteene, ocorer nas linuagens iciis dos sis­ emas 16gicos

(f. 1 1 ,

p.

162-3.).

O quanto esta esosta é ins'aisfat6ria vi icar clo a pir de quae tudo o que tenho ainda a dizer hoje.

(8)

Ouro componene da conceção clássca é a idéia de que conceitos podem ser def'midos, consisindo esta def'mição na lista de propieddes necessias e sui­ cientes. Tmbém não é preciso ealizr investigações pra mosrar que, de novo, isto não é o que pece acontecer com os conceitos das linguagens nauris. Considee-se, por exeplo, o conceito de cão. Uma das propriedades deinidoras deste conceito eria presmivelente a poriedade de ser qua1ede, de ser um animal de quato patas. Quando poém vemos um cão que perdeu uma pata num cidente, não lhe negmos a nateza de cão; dizemos que se trata de um co com tês patas. Talvez se ossa dizer que isto mostra penas que ter quo patas não é uma popriedade dei­ nidoa do conceito de cão, ou, em outras palavras, que ser qua1pede não faz pe da essência da "canidade", que coresponde enas a um ributo cidental. O po­ blea, porém, é que quilo que corre em relação à popriedade de ter quaro patas

acontece tmém com toas as ouras cnidatas ossíveis ao estatuo de propriedae

essencil, definidora.

Considee-e também a deinição aristotélica de homem como l racional. De novo não é ifícil encontr contra-exemplos. Uma essoa insana, um louco, concee­ e noalene como um ser desprovido de razão, como um ser irracional. Mas em­ boa possmos negr os loucos alguns dos dieitos e prerogativas dos sees humanos

nois, não lhes negmos o atibuto de hnidde: um louco não deixa de ser um

hoem, é um homem irracionl. .

nm, a conluso a que se chega aós levntmenos sistemáticos a repeito de

conceitos de vrios tipos diferenes é de que, com exceção do donio das chamads ciências exatas, da Maemáica, esecialene, são poblemáticas tods as de'miçes que se tenta estabelecer denro do esquema de popriedaes necessárias e sicienes.

* * *

Mencionei Wittgenstein anteiomente, e a muitos de vcês esta dicussão sobre a deinibilidade dos conceitos deve lembar a fmosa passagem das

Ivestigaçes Fi­

los6icas

(23), onde Wittgenstein desaia o leitor a apontr a, qe seja, propriedade

comum a tdos os jogos - jogo� de cas, de tbuleiro, de bola, etc. Deois de examinr e rejeitr sucessivente vias cndidatas, Wittgenstein conclui ela não existência de tl propriedade comum a tdos os jogos. Então pope que a ertinência ao conceito, neste caso, é função de "uma ede complicada de semelhanças", e a esta rede ele dá o nome de

smes fmilres

(par. 6-67).

Logo a segir nas

Ivestigçes

Wittgensein rata do t6pico da pciso dos con­

ceitos. Witgenstein coloca-se como um defensor da impecisão, ou seja, ele aonta sua existência nos conceitos comuns e, oondo-se explicimente a Frege, argumenta que nem por ser impeciso um conceito deixa de ser 1til (pr. 7 1 ) .

Não h á d1vida então de que, e m elaço a estes dois quesitos - a def'mibilidde e a pecisão dos conceitos - Wittgensen foi um prcursor do questionento da

(9)

concepção clássica. le n a verdae foi lido, e é encionado explicitente por Rosch (Cf. 16, p. 99). Minha ipessão, entetnto, é de que s idéias de Wittgenstein sobre conceitos form absorvidas mais enquno pare de ma conceção geral - ou eja, coo pte de sua segunda ilosoia - e enos enqunto questionmento da con­ ceção clássica. Váios fatoes que coniburm pra isso podem er aonados; não desejo, entetanto, me alongr sobe este assunto, estava queendo aenas, de maneira o beve qunto possível, justiicr a pouca atenção que será dispensda s idéias de Wittgenstein sobre conceitos neste rblho. e qualquer forma, no há ddvída de ue, enqunto questionento da concepção clássica, as investigaçes psicol6icas que passo a descever agora tiveam um ipacto muito ior que s sugestes de Wittgenstein.

* * *

Passemos agoa a a terceira caracerísica dos conceitos, de cordo com a con­ cepção clássica, a saer, a não existência de melhoes ou pioes epesentnes de um conceio, de repesentntes mais ou menos típicos. Esta crcteística relciona-se naturalmente com a pecisão ou vagueza dos conceitos. Se um conceito não é peciso, e há casos-limite, entidades s quis um conceio nem bem se aplica nem bem no se plica, então certmente eiste uma gadação de repesentatividde. Podemos, entetnto, imaginr a situação em que há casos-limie, porém na qual ente os casos centris, não duvidosos, não haja hierrquia de epesentaividade. Ou seja, um conceito oe ser vago, havendo, enretnto, casos aos quais ele com certeza se aplica, de tal neira que enre eses casos não há gação de epesentatividade, são todos igualmente típicos.

Pra osrr que, mais uma vez, este asecto da concepção clássica não se coaduna com a elidde dos conceitos, pra tnto já se fazem necessias observaçes e exerimentos psicol6gcos propimente ditos.

Podemos coeçar com o caso das coes. Ests pesquisas sobre os conceitos de cor foram epeendidas, como já mencionei, com o objetivo de coobor o Princípio da Relaividde Lingüística, e uma das razes pa isso foi a varibilidde bem conhe­ cida dos sistemas de nomenclatura de coes nas Ilguas naturais. Cada língua tem um eto ndmero de temos básicos (Nota F) paa designar as coes, um ndmero qe via de um máximo de 1 1 no inglês e outas Ilguas indoeuropéias, a um mlimO de dois - este é a caso da Ilgua dos Dni, um povo da Nova Guiné que ossui aenas o temo "mola" pa as cores clars e quentes, e "ili" pa os tons escuos e fios (p. 146) . A maioria das Ilguas indígenas norte-mericnas têm apenas um temo pra designar as coes que n6s disinguimos como verdes ou azuis; em muitos casos, o termo em questão é tmb�m a plavra que designa o mr (p. 130) .

Pois bem, de acordo com o Pincípio da Relatividade Lingüística, esta difeença entre as línguas iplicria uma difeença nas mneias de as essoas verem, ou viveem as coes. Ms como testar epiricente esta ação? Resposta: fazendo

(10)

expeimentos em que são ddas aos sujeitos tefas cognitivas' e avalindo seu desem­ enho. Um dos exeimentos, or exeplo, consisia no seguinte: mosrava-se ao sujeio uma mosta e cor num crtão, drante ceto espç� de temo, digos, cinco segundos; deois eserava-se 30 segndos, e em seguida edia-se ao sujeito para indicr qual a cor que coesondia à que lhe havia sido mosada anes, a ptir de um quaro com quaenta coes difeentes - incluindo, ntlmente, a cor morada no início (p. 16). A idéia então era de que a diiculdade enconda elo sujeito eletisse as caaceísticas do sistema de nomenclatura de coes de sua lugua maena. Por exemplo, se a cor mosrada inicilene fose um vee, e a coleção de 40 coes · incluísse tabém um azul, era de se espear que um flante de inglês tivesse mais fclidade para fazer a ideniicaço creta do que um índio cuja língua matena não istingue o verde do azul.

Os expeentos, entetanto, paa surpresa de Bown e enneberg, não detectarm · difeença signicativa alguma. Ou seja, o fao de uma lngua er um nome paa

deter-· minada cor, não a toma mais fcilmene reconhcível.

O que se descobiu é que de fto exisem difeenças enre as coes; algumas são mais facilmene identicáveis que ouras. Ao longo de oda a gma de coes existentes,

á cetas reies bem deinidas em que a fcilidae de reconheciento atnge um pico. Estas regiões corespondem às chamdas cores fcas, e estas são em nnero de 1 1 . A constatação que conraria o Princípio da Relatividade Lingüística é de ue s coes fcais não vaim de lngua para língua, de cltura pra cultura. Elas constituem um

niersal cogniivo

e reletem uma crcterística básica, estrutrl, do apelho visul hno. Esta conclusão a que os experimentos psicol6gicos conduzem, coaduna-se mbém com resultados de estudos neuroisiol6gicos sobre o apaelho visul humano (p. 1 52) .

o ponto de vista de minhas consideraçes sobe conceitos, enretnto, o que inte­ essa is é o fato de que eiste ma elação entre as coes focis e os sistemas de noenclaura de coes nas váias línguas. No vou entr em detalhes aqui, diei aenas, tomndo o português como efeência, que os flntes dessa língua considem lgmas tonliddes como mis epesentaivas de cada cor que outrs; e mais, que pra cda cor há uma tonlidde relativmente em deinida que é consideada como a is epesentaiva de todas. Exise, portanto, um vede

por celênca, um veelho

or ecelêca, e assim por dine. Estas tonlidades corespondem

s cores focais, e constituem prot6tipos associados aos emos básicos de cor do ortuguês.

* * *

Chmeos de

tipiaie

o fenômeno da existência de pot6tipos num detemi­ nado domínio conceitul já que prototipiclidde seria longo emis). s esquisas que acaei de relatar estabeleceram, potanto, a tipiclidade dos conceitos de cor. Es­ te esltado, como mencionei anterioente, foi a seguir, pela pr6pia Eleanor Ros­ ch, e por muitos ouos esquisadores, estendido para vários outros domnios

(11)

uis, tais como os eferenes a esécies biológicas, a atefaos - peçs de moblia, fementas e veículos - is geoméicas, etc (Cf. 1 6).

O qe se veifcou para tdos eses casos foi, prieiro, que existe uma con­ oncia muito gnde ene as essoas a eseito de quais são os exeplaes is ou enos rpreenaivos, as ou menos típicos de um conceito. Quae ninguém contesta, or exemplo, a imção que uma vaca ou ua cbra são epesentntes as típicos do conceito de "amífeo" do qe uma baleia, um morcego ou um tatu.

O que se constatou em segundo lugr foi que o gau de tipicalidde dos vios exemples de um conceito é um faor crucial no desemenho de um ndmero muito gmnde de tefas cognitivas, trefas estas que envolvem várias fculdades, ou fnções cognitivas: a ercepção, a memória, a imaginação, etc. Infemene não vou er tepo de exempicr muito esta aração, nem vou descever em detalhes os exerimentos. Alguns esultados são bastnte plausíveis. Por exeplo, o tempo que ua pessoa gasta para classiicar uma bleia como mffero, é ior que o tempo nessrio pra a plicação do mesmo conceito a uma vca. Já outros esultados são

m is supeendentes, por exeplo, o que envolve a relaço de seelhança, ou

de silridde. Estmos acostados a pensar a elação de similridade como sié­ ica, ou seja, dados dois objetos A e B , A é tão pecido, to seelhne a B , quanto

B é semelhnte a A. Pois bem, exerimenos - cujos detalhes não vou pder des­ rever agoa - mosm que há uma tendência a que os exemplres menos típicos ejam consideados mis semelhanes em relação os mis típicos do que vice-versa.

u seja, um mocego é considerdo is pecido com ua vaca do que uma vca é

pecida com um mocego ( 1 6, p. 97).

Outro esul

o curioso é o de que este fenôeno da tpicalidde nifesta-se até mesmo em elação ao conceito matemico de pidde - a popriedde de um ero er par ou par. Constatou-se - numa pesquisa de 1983 - que, por exemplo, 22 é um mero par mis típico que 1 8 ; 22 é por assim dizer, is pr que 18, e 7 é mais par que 23, e assim por diante ( 1).

* * *

Passemos agora ao 1ltimo dos aspectos dos conceitos, de acordo com a concepção . clássica, que é contestada pelas modenas descobertas psicológicas. Ese é o aspecto

que se refee às esuturas em que os conceitos se organizam, s taxonois. Ao des­

crever a conceção clássica no início, disse que segundo ela as taxonómias têm a segine crcteística: que os níveis de uma. taxonomia distnguem-se uns dos outros aenas por sua posição na hierrquia; isse também que esta fnção iia icar mis claa numa Casio poseior. Essa era a ocasio a que estava me refeindo.

Para começar, é peciso intoduzir outros exemplos de txonoia. Além do sist­ ma de clasicação biológico que já mencionei, fom esudaas vias taxonoias nã-cienticas, ou seja, já pesentes nas linguagens natris, no senso comum. Seja, por exemplo, o conceito de atefato, isto é, de objeto consuído elo hoem. A ptr

(12)

dele existem hiearqias em que os outos níveis coespondem a: moblia, caeia, cadera de balanço; ou ao longo de outo ramo: veículo, crro, cro esporte; ou ainda: instumento musical, piano, piano e cauda, e assim por dinte.

Pois bem, o que as investigaçes dos psic610gos revelram, paa um miero muito grnde dessas hiearquias, foi que em cada uma delas existe um nível esecial - que

foi denominado nível básico por Eleanor Roch (18). Numa taxonomia, os conceitos

etencentes ao nível básico são chmados de categors bcs. Pa não destoar

da nomenclatura de Rosch, vou passr a usar, ao discur este t6pico, o temo categoia

em vez de coceito; a mudança, enretanto, é apenas de r6tulo: no pesente conexto,

"categoia" é um sinônimo erfeito de "conceito".

Rosch inrduziu também mis duas ouras nções, as quais se elacionm com a e caegoria básica, a saer, as nçes de caegorias, ou níveis sperodeos (sperordiae) e ubordidos (ubordie). A idéia é bem simples. Por exemplo, se "crro" é uma categoria básica, "veículo" é uma categoia suerordenada, e "car­ o esorte" a caegoa subordinada.

Bem, mas o que são, ainal, as caegorias básicas? São categorias que apesentm uma série muito grnde de paricularidades cogniivas. São as ctegorias que:

1. so apendidas prieiro pelas crianças: "gato", por exemplo, é uma caegoia básica, e é prendida antes da categoria suerodenada "animal", e nes da suordi­ nda "gato simês";

2. so as caegorias ais rapidmente aplicadas, ou seja, o tepo médio, medido em exerimentos psicol6gicos, que uma pessoa leva pra identicr um objeto como um teo (outra categoia básica), é menor que o tempo gasto paa identiicá-lo como uma frrena , ou como um mateo e virceiro;

3. corespondem em nível mis alto pra o qual uma 1nica iagem mental é asso­ ciada à categoria como um todo;

4. corespondem em nível is alto em que uma pessoa usa pogrmas motores seehntes para interair com as entiddes às quis o conceito se aplica.

Esta lista poderia ser, inda, batante alonga. Há um tigo rcente de Geore koff, onde se encona uma lista semelhnte - a qul tem nada enos que one iens (13, p. 107).

É

esta abundncia de pticulriddes cog

itivas, todas elas conver­ gindo para um mesmo nível de cda taxonomia, que ipessiona, que faz com que a

constatação da existência s caegorias básicas coresponda realmente a ua ga escobeta ciefca.

Para deixar clo que a existência ds caegorias básics, no mlimo, não está pevista na concepço clássica, basta observar que na ógica istotélica, que é natu­ almente solidáia à concepção clássica não há refeencia alguma a um nível básico; há uma hierrquia de níveis, orém cada um s6 se distingue dos demais por sua posição na hiequia, e não por pticulaiddes de qulquer ouo tio.

* * *

(13)

Com isto encero ese relato extemente suio, infelizmente, das mdenas descoetas psico16icas e antropo16gicas que colOc-am em questão a concepção

lássica de coceitos. Devo acescentar que estas descobertas delm

a

tii­

dde te6ica muito vigoosa; ieras teorias ou concepçes a espeito dos conceitos têm sido popostas, teoias e concepçes que tentm dr conta, tentm explicar os fatos a eseito dos conceitos que foram estaelecidos pela esquisa empica (Cf., or

exeplo, 20). Não é possível, pornto, falr

a

conceção mdena, já que exisem

ias. É por isso que não oponho a concepção clássica a uma

coceço

odena, e

sim às

decobes

odenas.

IV. O PROBLEMA DA CONCILIAÇÃO

Havos chegado ao ponto de onde se decoinava um conlito: de um ldo a concepção clássica dos conceitos, de outro as descobetas mdenas. Dinte deste quaro, o lance mais 6bvio seria o de abn

onar a concepção clássica: se ela está em desacordo com as descoertas mdenas a reseito de conceitos, e se estas - como crdito ser o caso - já frm suicienteente corooradas para afastar qualquer ddida azoável, então nda mais nos estaria a não ser considerr a conceção clás­ ica como reutda, e, coneqüenemente, rejeitá-la.

Há vrias razes, enetnto, que mlitm conta esta linha de ação. m pmeio lugr, se a concepção clássica não tem fundamento lgum no el, ica difícil explicar como pôde se oiginr, e se manter por mais de dois milênios a ilusão de que ela rpresentaria ielmente a nareza dos conceitos.

A segunda consieração não é independene da peira, e tem como base o fato de que a concepção clássica sustenta-se, na verdade, em certas intuiçes bastnte univesais e profundas - fato ese compovado inclusive por investigaçes psicol6-icas empírpsicol6-icas (Nota G).

A teceira razão, finalene, tem a ver com a Lógica e a rcionalidade. A con­ cepção clássica, como já encionei, é solidria a, é um pessuposto de quase tda a ógica, tnto a aistotélica qunto a modena (Nota H). Qunto a seu estatuto, por outo lado, a óica é consideada nomalmente como uma disciplina do mesmo tio que a Éica, isto é,

a

disciplina

oatva.

A L6gca, no dier de Fege, pesceve a maneira como devemos raciocinr, a maneira como devemos faer infeências (Cf. 9, p. 4 e 1 28 ; e 7, p. 1 2). Oa, infeências são compostas de proosiçes, e proposiçes são fomadas de conceitos; os conceitos são, " or assim dizer, os átomos de que se cmpõem as demais eniddes l6icas. Segue-se daí qe podemos legitimmente caacterizar o objeivo da Lógica como sendo o de rescever como devemos tratar os conceitos que temos em nossas menes, e com o auxlio dos quis conhecemos o mundo. Os conceitos de que flm os l6gicos, entretanto, são os coresondentes à conceção clássica. Ora, se, inepetaos as descoertas modenas como estbele­ cendo que os conceitos que de fato teos não coepondem à concepção clássica, então todo o conedo nomativo da Lógica toma-se vazio, toma-se inaplicável

(14)

ao nosso rciocínio. Seria como ua douina éica, ou talvez a noma de boas ma­ neias, que pescevesse como devêssemos bater s asas. ue senido fria l norr�,

dado ue, coo é do conhciento gerl, os sees hnos não são ovidos e asas?

A L6gica - e aqui aprece o vnculo de minhas considerçes com o tema geal essa Jonda, ou, mis pecismente, com a idéia, tabém nomtiva, de rcionli­ dde - a L6ica, coo eu dizia, é em gerl vista como estreiamente associada à rzão, à rcionalidade. Ser l6gico é condição certmente necessia; pra muitos é na vedae a condição nuclear, a condição mis essencil pra que e possa aibuir a uma entidde o estatuto de ser rcional. Se alguém sistematicamente comete conra­ diçes e infeências invlidas, a tendência é que ele seja consierado como

iracio-nal, como despovido de razão. .

Ora, se o abandono da conceção clássica de conceitos tem como conseqüência o

esvaziento do conteddo nomativo da 6gica, então a pr6pria noção de racioni­

dade tem que passar por a efomulaço rdical, não levando em conta, é lo, a

ltenativa de abndonar também o ideal de racionalidde.

* * *

Vios ento tês razes que mostam ser inceitável a rejeição pura e simples da conceção clássica de conceitos. Meso se nenhuma das tês for por si s6 considea­ da conclusiva, em conjunto els são is que suicientes paa que se prcue alguma saída para o impasse que não envolva a rejeição da concepção clássica. Chegos assim ao problema que constitui o foco desta exosição, a saber,

oproblea de con­

cilar a cocepço cssca com s escobs e

s

a repeito os conceios.

Pra fcilitr a exosição, chrei este poblema de

o probea a cociiço.

v. CONCEITOS E ESTRUTURA MENTL

Não sou o pieiro a adotar os pontos de vista que conduzem o poblema da conciliação, ouros autores já erceberam sua exisência, e entarm esolvê-lo. m seu livro

Categoies ad coceps,

Smith e Medin tom emprestada de Miller e Johnson-ad ( 1 7) a idéia de que um conceito tem dois asectos, ou facetas, a saer m cene ("coe") - ao qual estão asscidas as elçes de um conceito com outros -, e um

prcedmeno e deniicaço

("identification prcedue") que enra em cena quando a questão é aplicar ou não um conceito a uma entidade ecebida atavés dos senidos. A sugestão de Smith e Medin para o problema da conciliaço - sugestão que se tomou bastante popular ente os psic6logos - consiste na idéia de que os asectos clássicos e modenos dos conceitos não são, na vedade, incom­ patíveis, e isto poque eles se refeem a facetas difeentes dos conceitos, os aspecos lássicos releindo, natualmente, o cene, e os modenos o pocediento de identi­ ficação.

(15)

Minha posição é de que a poosta de Smih e Medin aponta na deço ceta, poém não vai longe o suiciente. O rciocnio é o egunte:

Os exerimenos psicológicos que evidencim os aspectos odenos dos conceitos envolvem trefas cognitivas que mobilizm vrias faculades mentais: a ercepção, a imaginação, a memóia, a inferência, a linguagem e outras. Se, à mneira e Fodor (em

Te Muiy of Mi. (6»

postulamos, em coresondência com cada

uma

dessas faculddes um

luo,

então teemos um núcleo, um esbço de

uma

teoria sore a

esrura menOl.

O que obsevçes não sistemáticas inicm, e os exeri­ mentos psicológicos deixam patente, é que as enidades mentais a que chammos conceitos paticipm eVios pocessos entais ifeentes. Tomemos, como exemplo,

o conceito de cão. Este conceito entra em cena quando vejo um er à minha frente e

o identiico como m

co,

quando iagino m

co,

quando e lembro de m

co,

qundo faço a infeência que me leva de

'x é co'

a

'x é qpee',

etc.

Um pres­

uosto ão plfcito, e boa pate as invesigçes que jf form feits sobre con­

ceits, é o de

qe

é

a

meá eniae menal

- no caso,

o coceio e

co

- qe

ptcipa e tos eses prcesos.

A poosta de Smith e Medin dá um pimeiro passo ao aribuir dois spectos, ou cetas, a esta entidade. Nós vamos mis longe, pimero afndo que, em princípio, um conceito pode ter no aenas duas, mas vias facetas, cada uma corespondendo a um processo mentl, e segundo, admitindo tmbém a possibilidde de que não se trta na vede de váris fcetas de ma mesma entidade, mas sim de vias eniddes difeentes, as quais têm ene si deteminadas relções de corespondência. De acordo com este ponto de vista, o

coceito de co

não designa a entidde, s sim

uafmaia

de entiddes entais,

cada membro corespondendo a um mdulo, ou, em outras plavas, cda membro epesentndo um modo de ser do conceito, enquano paticipnte de cada tio de processo mentl. Uma conseqüência evidente deste onto de vista é o princípio segundo o qual o estaelciento da natureza dos conceitos pessupe uma

teora sobre a

esrtra e o ncio

e

no a mente ha.

Ou seja, só pdemos conhecer os

mebos de cada falia de enidades entais, que corespondem a um conceito, qundo dispuemos de uma teoria que explique qunos e quis são os módulos de que se compõe a mente humna, como é o uncionamento de cada um deles, como eles se inter-relacionam, etc.

Pa tomar mais inteligível - e mais plausível - minha poposta, podemos inro­ duzir nese onto a questão de se os animais têm ou não conceitos. Por um lado, os onceitos, por assim dizer, têm um pé na linguagem; exise no mnimo

uma

relação muito esteita entre um conceito e a palavra que o designa. Se considemos este aspecto dos conceitos como essencil, então somos levdos a afirmr que os nimais não têm conceitos, já que não têm o dom da linguagem (Nota 1). Por outro lado, é evidente que os anais são cpazes de excutar tarefas cognitivas, que odem ser intepretadas muito naurlmente em temos de conceitos. Por exeplo, se um cão iscrina um osso como comestível, e passa a ro-Io, ento não é estpafúrdio r que o animal aplica o conceito de

comia

a certo objeto. A sída do dilema consiste naturlmente em distingur os conceitos que os niis possuem daqueles possuídos

(16)

pelos ees hnos. Dizeos assim que os

coceitos anias

têm alguns, mas no todos os asectos dos

conceios has;

eles constituem uma versão, ou fora primitiva deses. Ao usr as expresses "conceitos animis" e "conceitos hnos", estmos falando coo se o objeto de nosso icurso fosse dois tipos diferentes de uma mesma enidade; a outra altenaiva é usar expressões diversas, que correson­ derim, então, a entidades difeentes - mas que terim entre si cetas relaçes de correspondência. Esta segunda altenativa é a adotada, or exemplo, por dois autoes

que trtm ecenteente destas questes. Anrew Woodield, em seu

Schmas nd

Potconceps: a Two-ier Mel fCocept Foaton

(24), usa a expessão

esque­

s pecepuas peceptal schs) par! designar aquilo que chmos conceitos

is, enquanto R. Bogdn, em

Wt o we need cceptsfor?

(2), ntrduz, com

o mesmo objeivo,

caegoas cpotmentas (behaioral ctegoies).

Seja qul

for o nome que se lhes queira atribuir, o fato é que tais entidades estão peentes tmbém nos seres hunos - na medida em que há tefas cognitivas que são leva­ das a cabo essenciaente da esma mneira os homens e nimais, tefas das quais

paicipam as

caegoras cmpotmenas

(para usr a expressão de Bogdn). Note­

se tamém a elação esteita - porém não de identidde - que há entre, e um lado, a istinção cene/pcedimento de identiicação, de outo a disinção conceito (po­ priamente dito)/categoia compormental.

* * *

Minha poosta consise, então, essencialente em ua tese e um coolio. A t­ se é a de que um conceito é na verdade uma famlia de entidades, cada qual coes­ pondendo a um prcesso mental; dela decoe o corolário segundo o qual a investi­ gação sobe a natureza dos conceitos s6 pode ser elizada no contexto de a Teoria da Estutura Mental.

Como encionei no início, não vou, or vrios motivos, fazer a defesa dessas teses agora. Gostria, entretanto, de concluir esta exposição com uma réplica quela que talvez seja a pimeira objeção que minhas poostas podem provcr. Um crítico p­ deia dizer-me o seguinte:

Vcê prtiu de um poblema relativamente simples, relativamente bem definido - o problema de conciliar a conceção clássica com as descobertas modenas - e em vez de resolvê-lo, colocou em seu lugr tdo um conjunto e roblemas. Ou seja, ntes tnhamos apenas um ipo de entiddes - os conceitos - cuja natreza pecisávmos elucidr. A tarefa agoa é a de esclecer a natreza não aenas de um, mas de vários tios de eniddes, e também a natueza das relções que existem ene eles. Além disso - contnuia o crítico - vcê reete a solução desses problemas a uma Teoria da Estrutura Mental - que é ealmente um epeendimento enorme.

É enoe na

edida em que uma teoia como esta eve dar conta, pesumivelente, não aenas dos fatos refeentes a conceitos, s de tudo o que se sbe de esencil sobe todos os demis asectos e funçes da mente. Em resumo, na tenttiva de eliminar um onsro, eu teria dado origem a váios outos, muito mais terríveis.

(17)

Respondo: a culpa é minha. Eu insistiria nas minhas popostas, reucando ao cítico que se o poblema da conciliação aparece como sendo muito difícil nesta abodagem, é porque ele é de fato muito difícil; e se há uma persectiva a partr da qual ele paece fcil, esta perseciva é engnosa.

A moal da hist6ia pra mim é a seguinte: que a esratégia e dividir pra conquistar, a estratégia de isolr os fenômenos, que deu tão bons resultados em tntas ciências, no funciona bem em relação aos fenômenos da ente. A ente humna é um sistema holístico; holístico neste sentido, de que , muito mais do que em outros domínios, é impossível compreender as pes sem entender o tdo.

NOTAS

A - Pra um levntmento desta literatua, são convenientes como ponto de pida as bibliogrias das obas mencionaas, a seguir. O capítulo

12 (A word

caegorize),

do livro de Gadner (e

Min' s New Science)

( lO), constitui uma boa introdução para o estudo das esqisas cogniivistas sobre conceitos. Do ponto de vista da Psicologia, so bstante dteis os

review atiles,

e Mevis e Rosch, e de Medin e Smith, mbos na nl Review oi Pchooy,

198 1 ( 16)

e

1984 ( 15),

resectivmente. Os principais aspectos ilos6icos do tema em pauta são tatados no ndmero esecial, dedicado a conceitos, da evista

Mid d Language,

que foi publicado em

1989

(ver refeências a atigos de koff ( 13) e Bogdan)

(2).

B - No original ... d

that. lnguage is merey n encal ens oi solving specc

problems oi comuncaion or relection

• . •

C - Existe tradução basileira, de J. Matoso Cmaa Jr., em

Lingüsica

C0)

Cênca ( 19)

(p.

20).

A tradução apeentada é de minha autoia, poém não difere em nada de essencil da de Matoso Câmra.

D - Existe tadução brasileira, de Paulo Acoforado, em

ógca e Filsoia a

Lingagm (8)

(p.

48).

A tradução apesentada é de minha autoia, poém não difere em nda de esencial da de Paulo Alcofordo.

E - O que não signiica que tais expeentos não tenhm sido realizaos. A impe­ cisão dos conceitos nifesta-se na inconsisência em sua aplicação; ou seja, oa julga-se que um conceito aplica-se, oa que não se aplica a a deteminada entidde. Esta inconsistência foi detectada exerimentalmente tnto em julga­ mentos de sujeitos difeentes quanto em julgamentos de um mesmo sujeito, em ocsies difeentes. Cf. Mervis e Rosch,

Categozaion oi Natral Objecs

( 16), p.

101 .

F - Para a noção de 'emo básico de cor', v. Bown (3), p.

141.

Este texto de

Brown é a fonte principal do relato que se segue no exto; as indicções de ndmeo de página ente paênteses referem-se a este atigo.

G - McNa e Stenerg, citados por Medin e Smith

(20),

p.

122.

(18)

H - As exceçes são alguns rmos ecenes da 6gica, piculaene os sistems da chmada zy

logc.

A 6gica zy, enetnto pode-se zer que fz pe do movimento de contestção da concepção clássica; seu ponto de paida é a pemissa de que os conceitos têm na verdade limies imprcisos.

I -No levando em conta, naturamente, a tese de Fdor (em

Te angage of

Thought (5» ,

segundo a qual o prcessaento cognitivo dos is, tno quanto o dos sees hnos, e dá nua

lngagem o pes

e

nto.

OLIVEIRA, M . B . de. Concepts and mental structre. Trans/Fonl Ação, São Paulo, v. 14, p. 73- 9 1 , 199 1 .

ABSTACT: The a m of the a k was to present a bief account of the hisoy of invesigaions about concepts in the lst ecades, thereby conibuing to the dfusion of cognive science. The cenral episoe in that hstoy is the tuming point that resulted rom the researches caied out by Eleanor Rosch and others rom the beginning of the 70's. Those researches contue a calenge o the CLASSICAL VIEW OF CÓNCEPTS (whch is escribed in theirt part ofthe exposiion). The fat that the rejecion of the cassical view is not a viabe aemaive generaes what we caled

e PROBLEM OF CONCIUATON - that is, the problm of cociliating the clasical view with

the modem empircal results. The exposiion ends wth some suggesions owards the soluon of the problem of cociliation.

KEYWORDS: Concepts; cogniive sience; Eleanor Rosch; prooype; bsic categoy.

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Referências

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