• Nenhum resultado encontrado

Avaliação do padrão do ciclo sono-vigília e a cognição em estudantes de medicina com diferentes esquemas de horários de aulas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Avaliação do padrão do ciclo sono-vigília e a cognição em estudantes de medicina com diferentes esquemas de horários de aulas"

Copied!
91
0
0

Texto

(1)

1 FRANCISCA PATRÍCIA DA SILVA

AVALIAÇÃO DO PADRÃO DO CICLO SONO-VIGÍLIA E A

COGNIÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA COM

DIFERENTES ESQUEMAS DE HORÁRIOS DE AULAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

(2)

2 FRANCISCA PATRÍCIA DA SILVA

AVALIAÇÃO DO PADRÃO DO CICLO SONO-VIGÍLIA E A

COGNIÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA COM

DIFERENTES ESQUEMAS DE HORÁRIOS DE AULAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

Orientador: John Fontenele Araujo

(3)

3

AVALIAÇÃO DO PADRÃO DO CICLO SONO-VIGÍLIA E A

COGNIÇÃO EM ESTUDANTES DE MEDICINA COM

DIFERENTES ESQUEMAS DE HORÁRIOS DE AULAS

Francisca Patrícia da Silva 07 de outubro de 2010

Banca Examinadora:

____________________________________________ Prof. John Fontenele Araujo (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN

____________________________________________ Profa. Tânia Fernandes Campos

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN

___________________________________________ Profa. Paula Ayako Tiba

(4)

4 AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, pelo apoio incondicional em todos os momentos. Também por acreditar e estimular minhas escolhas.

À John Araujo, pela orientação e confiança depositada. Além do conhecimento que enriqueceu grandemente este trabalho.

À Rafaella Kaline, pela amizade e por estar ao meu lado em todos os momentos, bons e de crise, que passamos durante os anos de convivência.

Á Profa. Ivanise de Sousa que contribuiu de forma tão positiva com este trabalho, com suas opiniões e sugestões. E, claro, por ter me qualificado.

As amigas, Aline Belísio e Jane Souza, pelas dicas nas análises dos dados.

Aos colegas, Ádison Lima, Gabriella Carminhola e Renata Parente pela colaboração na coleta dos dados.

As companheiras de convivência, Ednara Taíssa (irmã), pela visão romântica que tem do mundo e, assim, me estimular. E a Larissa Dantas, que confesso, sempre atrapalhou meus momentos de introspecção e sono, mas que não poderia deixar de estar aqui.

Á Capes pelo apoio financeiro concedido através de bolsa de estudos.

Á todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia por contribuírem com minha formação profissional e pessoal.

(5)

5 RESUMO

O padrão de sono dos estudantes ao entrarem na universidade, é acompanhado por muitos fatores que podem levar a mudanças nos hábitos de sono, tais como demanda acadêmica, novas oportunidades sociais, diminuição do cuidado dos pais e horários de aulas irregulares. O padrão irregular de sono-vigília é usualmente acompanhado por várias consequências diurnas, como diminuição nos níveis de motivação, desempenho, concentração, atenção e humor, bem como aumento da fatiga e da sonolência. Assim, existem inúmeras razões para apoiar o fato de que, esses estudantes universitários, podem sofrer prejuízos em seu desempenho acadêmico. O objetivo desse estudo foi avaliar o padrão ciclo sono-vigília (CSV) e a cognição em estudantes de medicina com diferentes esquemas de horários de aulas. Uma turma iniciava as aulas às 08 horas da manhã, enquanto a outra iniciava às 07 horas. Para isso contamos com 88 voluntários. Porém, desses, apenas os que participaram das duas etapas no estudo (n=78) realizaram o teste cognitivo. Para a avaliação subjetiva do CSV foi utilizado questionários para verificar a (1) qualidade de sono, (2) cronotipo, (3) sonolência diurna e (4) hábitos de sono. Para avaliação objetiva foi utilizado o actímetro e para avaliação cognitiva o teste MoCA (Montreal Cognitive Assessment). Os resultados indicam que a turma que tem aula mais cedo teve uma maior irregularidade do CSV e um pior desempenho no teste cognitivo. Houve diferença entre os horários da semana e do fim de semana nas variáveis subjetivas, hora de deitar, hora de levantar e duração do sono, em ambas as turmas. E nas variáveis objetivas, tempo na cama na turma das 08h e, hora de dormir, hora de acordar, tempo real de sono, tempo na cama e despertares noturnos na turma das 07h. No teste cognitivo, houve diferença entre as turmas no escore geral e nos domínios de função executiva e evocação de memória. Assim, sugere-se que o horário de início das aulas pode provocar irregularidade do CSV e, essa irregularidade pode provocar um déficit cognitivo leve. Além disso, o teste cognitivo MoCA foi sensível para detectar diferenças entre os estudantes, apesar da diferença entre os horários ser pequena.

(6)

6 ABSTRACT

The sleep patterns of students entering the university, is accompanied by many factors that can lead to changes in sleep habits, such as academic demands, new social opportunities, reduced parental care and irregular teaching schedules. The irregular pattern of sleep-wake cycle is usually accompanied by several daytime consequences, for example, reduced levels of motivation, performance, concentration, alertness and mood as well as increased fatigue and sleepiness.Thus, there are numerous reasons to support the fact that these students may suffer damage in their academic performance. The aim of this study was to evaluate the sleep-wake cycle (SWC) and cognition in medical students with different schemes teaching schedules. One group started classes at 08am, while the other started at 07am. We analyzed the data from 88 volunteers, 39 from each group. However, only those who participated in both stages of the study (n = 78) underwent cognitive testing. For subjective evaluation of the SWC was used questionnaires to check the quality of sleep, chronotype, daytime sleepiness and sleep habits. For objective evaluation was used actigraphy. For cognitive assessment was used the test MoCA (Montreal Cognitive Assessment). The results indicate that the group has class earlier had a greater irregularity of the SWC and a worse performance in cognitive testing. There was a difference between the schedules the week and weekend in the subjective variables, bedtime, wake up and sleep duration in both groups. The objective variables, time in bed showed difference between the schedules the week and weekend to the group started class at 08am and the variables bedtime, get up time, actual sleep time, time in bed and wake bouts in the class at 07am. In the cognitive test, there were differences between the groups in overall score and in the areas of executive function and memory recall. Thus, it is suggested that the class starting time may cause irregularity of the SWC and the irregularity may cause mild cognitive impairment. Moreover, cognitive testing MoCA was sensitive to detect differences among students, although the difference between the schedules is small.

(7)

7 SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 1

Objetivos ... 10

METODOLOGIA ... 11

Caracterização da Pesquisa ... 11

Caracterização dos Participantes ... 11

Critérios de Inclusão e Exclusão ... 11

Procedimentos ... 12

Grupos em Diferentes Esquemas de Horários ... 16

Análise Estatística ... 16

RESULTADOS ... 19

Caracterização Geral da Amostra ... 19

Caracterização do Ciclo Sono-Vigília ... 28

DISCUSSÃO ... 35

CONCLUSÕES ... 40

LIMITAÇÕES ... 41

SUGESTÕES ... 42

REFERÊNCIAS ... 43

(8)

8 INTRODUÇÃO

Fenômenos periódicos permeiam toda nossa existência. A importância destes fenômenos em nossas vidas é de tal ordem que basta imaginar que sem eles não desenvolveríamos a percepção e provavelmente nem sequer o conceito de tempo. A vida de muitos organismos é governada por vários ritmos biológicos que são definidos como oscilações fisiológicas e comportamentais (Jud et al. 2005). Estes ritmos são classificados de acordo com a duração de seus períodos (τ) em: ritmos ultradianos (τ < 20 horas); ritmos circadianos (20 < τ < 28); e ritmos infradianos (τ > 28 horas) (Refinetti 2006).

Além da classificação dos ritmos biológicos baseada na duração dos períodos, uma nova classificação é proposta com base na natureza do ritmo (Araujo & Marques 2003). Os autores propõem a classificação dos ritmos biológicos em: ritmos com correlatos com ciclos geofísicos como, por exemplo, o ciclo sono-vigília e o ciclo de atividade-repouso; e ritmos sem correlatos com ciclos geofísicos como o ritmo de batimentos cardíacos.

Dentre esses ritmos, o mais evidente na natureza e, portanto, o mais estudado é o ritmo circadiano. Este ritmo tem um período de, aproximadamente, 24 horas sincronizado ao claro-escuro ambiental (Cardinali & Esquifino 2005). Assim, várias espécies estão submetidas a eventos geofísicos, recorrentes e periódicos, de modo que a seleção natural favoreceu a sobrevivência dos organismos capazes de antecipar-se a esses eventos e transmitir essa característica genética às gerações seguintes (Roenneberg & Merrow 2002).

(9)

9 três componentes: vias de entrada, incluindo aferências retinianas, para permitir a sincronização dos ritmos aos ciclos ambientais; um marcapasso principal, responsável pela geração do sinal circadiano; e vias de saída, que dão acesso aos efetores comportamentais (Moore 1999). O núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo é esse marcapasso principal, responsável pela geração dos ritmos circadianos, sobretudo nos mamíferos (Reppert & Weaver 2002).

Porém, hoje sabemos que sistema circadiano é um modelo mais complexo em que o NSQ exerce influência sobre vários outros osciladores que estão localizados tanto em tecidos centrais quanto periféricos. Assim, as oscilações nesses tecidos dependem desse núcleo para ajuste de fase, manutenção de amplitude e frequência (Araujo & Marques 2003). Além disso, os ritmos com diferentes períodos que não o circadiano, podem ser modulados pela oscilação circadiana. Neste modelo, o NSQ está sincronizado tanto a sinais ambientais quanto aos eventos fisiológicos e comportamentais que agem como um mecanismo de retroalimentação.

Assim, diferenças na habilidade do marcapasso central e osciladores periféricos em sustentar uma ritmicidade coerente, por exemplo, na ausência de estímulos periódicos, podem provocar diferenças no grau de acoplamento entre “células-relógios” em diferentes tecidos, provocando uma desordem temporal interna (Rosenwasser 2009). Como essas células são caracterizadas como osciladores auto-sustentáveis que geram um ritmo diário e regulam muitas funções fisiológicas, uma desordem temporal significa um desajuste fisiológico (Okamura 2004).

(10)

10 1996), ingestão de alimento (Mistlberger 1994) e níveis hormonais na circulação (Refinetti & Menaker 1992).

Em condições constantes, o ritmo circadiano continua a ser expresso durante dias, meses ou anos. Essa oscilação contínua do ritmo caracteriza a expressão endógena do marcapasso circadiano (Marques, Golombek & Moreno 2003). Quando, na ausência de pistas ambientais, o ritmo continua a ser expresso, diz-se que este esta em livre-curso. Porém, nem todas as pistas ambientais possuem a capacidade de sincronização; contudo as que possuem são denominadas zeitgeber (Aschoff 1954 apud Marques & Menna-Barreto 2003), agentes arrastadores (Pittendrigh 1960); sincronizadores (Halberg et al. 1977); ou como CRONADOR (uma tradução literal de cronador; do alemão, zeit = tempo; geber = doador) .

O ciclo claro-escuro é o principal cronador para a espécie humana, no qual também é responsável pela ritmicidade diária da nossa exposição aos outros sinais ambientais (Roenneberg et al. 2007), porém são principalmente os fatores sociais que modulam o nosso tempo de exposição à luz (Czeiler & Khalsa 2000). Como consequência, esse tempo de exposição pode afetar a magnitude da mudança de fase entre os ritmos (Lack & Wright 2007).

(11)

11 em atraso de fase, já quando o estímulo ocorre no meio do dia promove pouco ou nenhum efeito (Khalsa et al. 2003).

O ritmo circadiano mais evidente na espécie humana e também o mais pesquisado, claramente sincronizado ao ciclo geofísico de claro-escuro é o ciclo sono-vigília (CSV). O CSV é regulado por dois processos: o processo Homeostático ou S e o processo Circadiano ou C (Borbély 1982; Breesma & Gordijn 2007).

O processo S é referente ao aumento da propensão ao sono que se acumula durante a vigília, representando assim, a necessidade de sono. Dessa forma, durante a vigília ocorre o acúmulo de substâncias promotoras de sono onde sua concentração é proporcional ao tempo acordado e se dissipa durante o sono (Borbély 1982). Nesse mecanismo existe a presença de adenosina, um neurotransmissor endógeno promotor de sono (Basheer et al. 2004). A adenosina atua como um neuromodulador do sono-vigília porque sua produção e concentração no espaço extracelular aumentam durante a vigília, em decorrência do aumento da atividade metabólica neuronal (Porkka-Heiskanen et al. 1997).

(12)

12 A interação entre os processos C e S é responsável pelas flutuações temporais nos parâmetros neurofisiológicos. Assim, em um dado momento, a magnitude da sonolência, alerta e fatiga são determinadas por essa interação (Schmidt 2007). Porém, fatores como cognição e emoção, podem influenciar o mecanismo homeostático. Algumas pessoas podem se manter acordadas quando realizam atividades estimulantes, mesmo quando as pressões homeostáticas ao sono estão elevadas. Além disso, podem exibir um comportamento antecipatório de despertar, na iminência de um evento importante, o que reflete um processo preparatório na antecipação do fim da noite de sono (Born et al. 1999).

A partir da perspectiva cognitiva, o modelo dos dois processos de regulação do sono-vigília, implica que a eficiência neurocomportamental pode mudar ao longo do dia, devido ao aumento das pressões homeostáticas, além da ação do sistema circadiano que apoia a eficiência do desempenho ótimo na realização de tarefas em um determinado horário do dia, ou ainda devido à combinação dessas influências (Carrier & Monk 2000).

Sabemos também que as propriedades circadianas dependem de genótipos específicos. Essas variações genéticas são, em parte, responsáveis pelas diferenças individuais (Roenneberg et al. 2007).

(13)

13 sono. Os vespertinos preferem realizar suas atividades no fim do dia ou começo da noite, acordar e dormir tarde, além de frequentemente sentirem dificuldade em acordar pela manhã. Os intermediários apresentam uma preferência na alocação das suas atividades durante o dia (Horne & Ostberg 1976; Ferrara & Gennaro 2001).

O nosso laboratório propôs que um grupo de sujeitos poderiam ter uma preferência matutina para algumas tarefas e vespertinas para outras. Estes sujeitos foram classificados em bimodais e sugerem que estes sejam mais flexíveis aos horários preferenciais de dormir, acordar e realizar suas atividades (Martynhak et al., 2010).

Os cronotipos extremos possuem um deslocamento de fase de acordo com sua ritmicidade circadiana, ou seja, seus picos de marcadores fisiológicos circadianos, tais como temperatura e melatonina, ocorre mais cedo (tipos matutinos, avanço de fase) ou mais tarde (tipos vespertinos, atraso de fase) em relação às pistas ambientais, quando comparado ao cronotipo intermediário (Baehr et al. 2000; Duffy et al. 2001). O mais importante, além dos parâmetros fisiológicos, é que algumas variáveis neurocomportamentais também são dependentes do cronotipo, como por exemplo, os picos de desempenho em diferentes horas do dia (West et al. 2002; Intons-Peterson et al. 1998).

(14)

14 Como já é amplamente documentado, os adolescentes apresentam modificações importantes no CSV, consistindo numa tendência a dormir e acordar mais tarde devido ao atraso de fase, comum nessa época da vida, provocadas por mudanças fisiológicas (Carskadon et al. 2001). Porém, os horários de início das aulas geram um conflito entre a necessidade fisiológica e os horários sociais resultando, dentre outras conseqüências, em aumento da sonolência diurna, maior incidência e duração de cochilos (Sousa et al. 2007).

Esse conflito persiste e também é encontrado durante os primeiros semestres do curso universitário (Veldi et al. 2005). O padrão de sono dos estudantes, ao entrarem na universidade, é acompanhado por muitos fatores que podem levar a mudanças nos hábitos de sono, tais como demandas acadêmicas, novas oportunidades sociais, diminuição do cuidado dos pais, horários de aulas irregulares, emprego em meio período (Carskadon & Davis 1989).

Dessa forma, é compreensível que durante os anos na universidade, muitos estudantes possam desenvolver padrões e hábitos de sono inadequados. Nos estudantes universitários, as dificuldades de sono mais bem documentadas são atraso nos horários de dormir e acordar (Carskadon & Davis 1989) ou mesmo o desenvolvimento da síndrome do atraso de fase (Lack 1986), além de irregularidades no horário de dormir e acordar (Manber et al. 1996; Medeiros et al. 2001), duração insuficiente de sono (Hicks et al. 1989; Hicks & Pellegrini 1991) e problemas como a insônia (Geisecke 1987) que, em conjunto, exacerbam uma tendência endógena.

(15)

15 existem inúmeras razões para apoiar o fato de que, esses estudantes universitários, podem sofrer prejuízos em seu desempenho acadêmico (Atienza et al. 2004; Frey 2004; Drummond et al. 2000; Wright et al. 1997), além de estarem sujeitos a déficits cognitivos relativos a aquisição de novas informações, consolidação e recuperação de memórias (Walker & Strickgold 2006). Funções executivas também são afetadas, o que é alvo de grande preocupação, uma vez que se trata de um domínio cognitivo que inclui funções complexas, tais como planejamento, flexibilidade cognitiva e tomada de decisão (Muzur et al. 2002).

Durante os dias de semana, os horários de dormir e acordar obedecem aos horários de início das aulas e a demanda acadêmica, resultando em diminuição da quantidade e qualidade do sono. Porém, maus hábitos próximos ao horário de dormir, resultam em dificuldade de adaptação à rotina acadêmica. Vários estudos ainda mostram que, estudantes privados de sono durante a semana, tentam repor esse débito, aumentando a quantidade de sono no fim de semana (Lima et al 2002; Yang et al 2005; Manber 1996; Huen 2007).

(16)

16 relativos a irregularidade do sono e a aspectos cognitivo (Lima et al. 2002; Almondes & Araujo 2003; Epstein et al. 1998; Meijer et al. 2000).

Tendo conhecimento dessas informações é importante alertar pais, professores e alunos da importância de se ter um sono de boa qualidade. Para os estudantes universitários, saber que uma queda de desempenho pode estar sendo provocada pela irregularidade dos horários de dormir é importante, tendo em vista que esse fato pode ser considerado como um estímulo para mudanças de hábitos.

(17)

17 OBJETIVOS

Objetivo Geral

Avaliar o padrão ciclo sono-vigília e a cognição em estudantes de medicina com diferentes esquemas de horários de aulas.

Objetivos Específicos

- Caracterizar o padrão do ciclo sono-vigília em estudantes de medicina com esquemas diferentes de horários de aulas;

- Analisar a função cognitiva em estudantes de medicina com esquemas diferentes de horários de aulas.

HIPÓTESE (H) E PREDIÇÕES (P)

H1. O horário de início das aulas influencia no padrão do CSV.

P1. Os estudantes que iniciam as aulas as 07h da manhã apresentarão maior

irregularidade do CSV do que os estudantes que iniciam as aulas as 08h da manhã.

H2. A irregularidade do CSV influencia o desempenho cognitivo.

P2. Os estudantes que iniciam as aulas as 07h apresentarão pior desempenho no

(18)

18 METODOLOGIA

Caracterização da Pesquisa

Trata-se de um estudo observacional, uma vez que não há intervenção durante a coleta de dados (Vieira & Hossene 2002).

Caracterização dos Participantes

A população foi composta por 88 jovens saudáveis, de ambos os sexos, estudantes da UFRN, regularmente matriculados no curso de Medicina, compreendidos na faixa etária de 18 a 25 anos.

Critérios de Inclusão e Exclusão

- Inclusão

- Estar dentro da faixa etária estabelecida;

- Estar devidamente matriculado no curso de Medicina da UFRN;

- Não fazer uso de medicamentos que alterem a arquitetura do sono;

- Não apresentar qualquer patologia que comprometa a qualidade do sono, níveis de atenção e concentração.

- Exclusão

- Ausência durante qualquer etapa da realização do estudo;

(19)

19 Procedimentos

Primeiramente o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes, em que obteve parecer favorável (protocolo 311/2009) (Anexo 01). Em seguida, foram adotados protocolos para identificação do voluntário, avaliação do ciclo sono-vigília (questionários e actimetria) e realização do teste cognitivo.

- Identificação do Voluntário

Inicialmente os alunos foram convidados a participarem da pesquisa, mediante explicações sobre o estudo. Os voluntários que concordaram e atenderam aos critérios de inclusão e exclusão, passaram a integrar a lista de participantes e receberam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo 02), uma ficha de identificação pessoal - Anamnese (Anexo 03) e questionários para a avaliação subjetiva do sono.

- Avaliação Subjetiva do Ciclo Sono-Vigília

O ciclo sono-vigília foi avaliado, subjetivamente, por meio de questionários desenvolvimentos para análise de parâmetros relativos ao sono.

Os questionários aplicados foram:

(20)

20 Questionário de Horne e Ostberg (HO) - destinado à classificação da amostra segundo o cronotipo, ou seja, caracteriza a amostra de acordo com horários preferenciais para dormir em: matutino (extremo e moderado), intermediário e vespertino (extremo e moderado). Também é possível caracterizar a amostra de acordo com os escores obtidos depois da análise. Assim, sabe-se quando o sujeito tende a matutinidade ou a vespertinidade (Anexo 05);

Questionário de Sonolência Diurna (Sonolência Epworth - ESE) - aplicado a fim de mensurar o nível de sonolência diurna da amostra. A escala é constituída de oito situações associadas a diferentes possibilidades de cochilo e apresenta um enunciado bastante claro para diferenciar a situação de cansaço de sonolência. A escala varia de 0 (não cochilaria nunca) a 3 (grande chance de cochilar). Escores acima de 10 são considerados indicativos de sonolência diurna excessiva (Anexo 06);

Questionário “A Saúde e o Sono” – destinado a avaliar os hábitos de sono mais freqüente dos voluntários. A versão utilizada foi a adaptação para estudantes feita por Andrade (1997) (Anexo 07).

A aplicação dos questionários se deu em duas etapas conforme distribuído no quadro abaixo:

1º dia 2º dia

TCLE IQSP

Anamnese HO

Saúde e Sono Sonolência Epworth

(21)

21 - Avaliação Objetiva do Ciclo Sono-Vigília

O ciclo sono-vigília foi avaliado por meio do actímetro. Essa ferramenta trata-se de um aparelho portátil, semelhante a um relógio, que registra o nível de atividade do seu usuário em um determinado período de tempo e tem sido amplamente usada no estudo do sono e ritmos circadianos (Morgenthaler 2007).

Nesse estudo, os voluntários usaram o actímetro no punho não-dominante durante o período de 15 dias. Juntamente com o actímetro, os participantes receberam o diário de sono (anexo 08), bem como as instruções de uso do aparelho (anexo 09). Além disso, os voluntários foram orientados a fazerem a marcação no actímetro de alguns eventos, tais como horários de dormir e acordar, cochilos e retirada do aparelho. No diário de sono foram orientados a anotarem os horários de dormir e acordar, os horários dos cochilos, retiradas do aparelho seguido do motivo e qualquer outro evento importante.

A captação das informações pelo aparelho foi realizada no intervalo de 02 minutos. Os dados obtidos para análise foram horários de dormir e acordar, tempo real de sono, tempo na cama, eficiência do sono, latência do sono e despertares noturno. Todas essas informações referentes à semana e fim de semana. O programa utilizado para fazer essas análises foi o Actiwatch®-16 – Software version 3.4. Os actogramas, gráfico de atividade e repouso ao longo dos dias, de todos dos voluntários está disponível no anexo 11.

(22)

22 - Avaliação Cognitiva

A avaliação cognitiva foi realizada por meio da aplicação do teste MoCA (Anexo 10). O MoCA (Montreal Cognitive Assessment) é um instrumento de avaliação de Déficit Cognitivo Leve. Esse teste avalia diferentes domínios cognitivos: atenção e concentração, funções executivas, memória, linguagem, capacidades visuo-construtivas, capacidade de abstração, cálculo e orientação. Para isso, esse instrumento exige que o voluntário realize um conjunto de tarefas curtas. Cada domínio tem uma pontuação. A soma dessa pontuação implica no escore do teste, cuja pontuação máxima possível é de 30 pontos. Somatório igual ou superior a 26 é considerado normal (Nasreddine et al. 2005).

Não existe consenso para definir a melhor ferramenta cognitiva para avaliar prejuízos cognitivos leves que podem levar a demência. Porém, o MoCA tem sido amplamente utilizado para este fim. A versão brasileira do MoCA foi apresentada e validada com resultados preliminares (Bertolucci et al. 2008).

Para uso clínico, educacional e de pesquisa, feito por universidades, fundações, profissionais de saúde, hospitais, clínicas e institutos de saúde pública, o MoCA pode ser utilizado sem permissão. Porém, autorização por escrito e licenciamento de acordo é necessário se financiado por entidade comercial ou farmacêutica.

(23)

23 A aplicação desse teste foi feito em esquema de entrevista. Presentes no momento da entrevista estavam o pesquisador responsável, acompanhado de, no mínimo, mais um pesquisador envolvido no estudo. O horário de aplicação do teste foi o mesmo para todos os voluntários, feito sempre após o término das aulas matutinas, entre 10h e 11h30min da manhã.

Todos os questionários e o teste MoCA serão organizados e arquivados em pastas. Depois de digitalizados, esses dados, juntamente com os da actimetria, foram armazenados no computador do Laboratório de Cronobiologia (LabCrono) e no computador pessoal do pesquisador responsável, com acesso exclusivo aos pesquisadores integrantes do LabCrono. Também poderá ser disponibilizado para pesquisadores de outros laboratórios, mediante não identificação do voluntário.

Grupos em Diferentes Esquemas de Horários

Setembro – Dezembro / 2009 Análise Estatística

A análise dos aspectos subjetivos do sono foi feita através da interpretação dos questionários, em que foram descritos a qualidade do sono, escores de matutinidade e vespertinidade e sonolência diurna. Aspectos relativos aos hábitos de sono, discriminando semana e fim de semana, tais como hora de dormir e acordar, duração do sono, padrão de restrição-expansão também foram caracterizados.

(24)

24 A análise dos aspectos objetivos do sono foi feita através da interpretação dos dados da actimetria, em que consta média e desvio padrão dos horários de dormir e acordar, duração do sono, eficiência e latência do sono, tempo total de sono e quantidade de despertares noturno. Todos esses dados discriminando semana e fim de semana, e ainda a descrição da irregularidade.

Foi feito o teste Shapiro-Wilk’s W test para verificar a normalidade da amostra. O teste do qui-quadrado (X2) para avaliação das respostas dadas ao questionário de hábitos do sono.

As variáveis da actimetria foram comparadas entre os estudantes nos diferentes esquemas de horários. A escolha do teste foi feita de acordo com o resultado da normalidade da amostra. Para as amostras paramétricas foi utilizado o teste t de student independente na comparação entre as turmas, e test t de student dependente para comparar os dados de semana e fim de semana de uma mesma turma. Foram utilizados os análogos desses testes para as amostras não-paramétricas, o teste de Mann-Whitney e de Wilcoxon, respectivamente.

A irregularidade do CSV foi analisada por meio do índice de irregularidade do sono. Este índice foi calculado a partir da diferença entre os valores da semana e fim de semana (delta) registrados no actímetro e pareados com os dados do diário de sono.

Os dados de todos os questionários foram comparados entre os dois grupos. O padrão de expansão-restrição foi calculado através da diferença dos horários de dormir da semana e do fim de semana.

Os dados do teste cognitivo seguiram o mesmo padrão de análise dos dados dos questionários.

(25)

25 Para todo tratamento estatístico foi utilizado o programa StatisticaTM

(26)

26 RESULTADOS

Caracterização Geral da Amostra

Participaram do estudo 48 voluntários do sexo masculino e 40 do sexo feminino, com média de idade de 20,18 ±2,04 anos. Dentre esses, 24 homens e 17 mulheres eram da turma 2009.1, com início das aulas as 08h da manhã e média de idade de 20,10 ± 1,76 anos. A turma 2009.2, com início das aulas as 07h da manhã, foi composta por 24 homens e 23 mulheres com média de idade de 20,26 ± 2,32 (Tabela 01). Dos 88 voluntários, todos participaram da 1ª etapa de aplicação dos questionários (TCLE, Anamnese e “Saúde e Sono”). Desses, 78 participaram também da 2ª etapa (IQSP, HO e

ESE). O teste cognitivo foi aplicado aos 78 voluntários presentes em ambas as etapas.

Tabela 01. Caracterização Geral da Amostra

Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Idade, média ± DP 20,18 ±2,04 20,10 ± 1,76 20,26 ± 2,32

Gênero

Masculino, n (%) 48 (54,55) 24 (58,54) 24 (51,06)

Feminino, n (%) 40 (45,45) 17 (41,46) 23 (48,94)

DP = Desvio-padrão

(27)

27 Tabela 02. Aspectos físicos e sócio-econômicos (Distribuição Percentual)

Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Nº de pessoas que moram na casa 60,23 63,42 57,45

Nº de pessoas que dormem no mesmo quarto 68,18 63,41 72,34

O quarto não incomoda 93,18 92,68 93,61

Transporte utilizado 81,61 80 82,97

Atividade Física 59,09 65,85 53,19

Trabalho 90,75 90 91,49

Em relação as condições de saúde e hábitos que podem interferir do CSV, 43,18% dos voluntários relataram ter algum problema de saúde (X2= 1,86; p<0,17). Dentre os problemas, a maior queixa (38,94%) foi com problemas respiratórios (X2= 38,47; p<0,01). Nenhum estudante relatou fazer uso de cigarros antes de dormir, nem de ingerir bebidas alcoólicas (X2= 50,00; p<0,01). Quanto à ingestão de alguma bebida estimulante, 93,62% afirmaram que não ingerem café antes de dormir (X2= 77,42; p<0,01) e nem refrigerante (93,3%) (X2= 75,00; p<0,01) (Tabela 03).

Tabela 03. Aspectos relacionados às condições de saúde (Distribuição Percentual)

Condições de Saúde Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Tem problema de saúde 43,18 41,46 44,68

Problema respiratório 38,94 41,03 36,84

Ingestão de substâncias

Não faz uso de cigarros 100 100 100

Não ingere bebidas alcoólicas 100 100 100

Não toma café 93,62 95,12 93,62

Não toma chá 100 100 100

Não toma refrigerante 93,30 95,12 91,49

(28)

28 Tabela 04. Forma de despertar da semana e fim de semana (Distribuição Percentual)

Semana Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Muito difícil 29,55 26,83 31,91

Pouco difícil 54,55 48,78 59,57

Fácil 15,91 24,39 8,51

Fim de Semana

Muito difícil 13,64 4,88 21,28

Pouco difícil 38,64 31,71 44,68

Fácil 46,59 63,41 34,04

Figura 01. Distribuição percentual relativa a forma como os voluntários despertam em dias de semana e fim de semana. *P< ,05 na comparação entre semana e fim de semana.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Com o despertador Alguem chama Acorda sozinho

Forma de despertar (08h)

Semana Fim de Semana

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Com o despertador Alguem chama Acorda sozinho

Forma de despertar (07h)

(29)
(30)

30 Figura 02. Distribuição percentual dos motivos que levaram os estudantes da turma das 08h a acordarem numa determinada hora, nos dias de semana e fim de semana. *P< ,05 na comparação entre semana e fim de semana.

*

* *

% de

v

o

lu

n

ri

o

(31)

31 Figura 03. Distribuição percentual dos motivos que levaram os estudantes da turma das 07h a acordarem numa determinada hora, nos dias de semana e fim de semana. *P< ,05 na comparação entre semana e fim de semana.

*

*

*

* *

% de

v

o

lu

n

ri

o

(32)

32 De acordo com os dados expostos nas duas tabelas anteriores, o principal motivo para acordar nos dias de semana, é o horário de início das aulas. Já nos fins de semana, a maioria dos estudantes da turma das 08h relatou não sentir mais sono, por isso acordaram, e a turma das 07h porque tinham que estudar.

Em relação ao cronotipo, a maioria dos voluntários é intermediário (55,12%), seguido por vespertino moderado (27%), matutino moderado (12,8%), vespertino extremo (3,8%) e matutino extremo (1,28%) (X2= 74,23; p<0,01) (Figura 04). Os valores percentuais de cada turma podem ser observados na tabela 05.

.

(33)

33 Os dados do questionário IQSP apontam que 52,57% dos voluntários apresentaram escores acima de 05 (X2= 5,33; p<0,21), com média de 5,99 ± 2,4. Entre as turmas, a turma 09.2 (07h) (X2= 23,96; p<0,01) apresentou uma média maior (6,64 ± 2,18) que a turma 09.1 (08h) (5,33 ± 2,45). Isso significa que a durma das 07h apresentou uma pior qualidade de sono (Figura 05).

Figura 05. Distribuição dos resultados obtidos com o questionário IQSP referente a qualidade subjetiva do sono. Ambas as turmas tem n=39.

(34)

34 Figura 06. Distribuição percentual dos resultados obtidos com o questionário de Sonolência de Diurna de Epworth.

Tabela 05. Caracterização Subjetiva do Padrão de Sono

Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Escore do Questionário HO, média ± DP 46,96 ± 10,24 48,59 ± 10,45 45,33 (9,90)

Matutino Extremo, n (%) 01 (1,28) 01 (2,53) -

Matutino Moderado, n (%) 10 (12,8) 07 (17,94) 03 (7,69)

intermediário, n (%) 43 (55,12) 21 (53,84) 22 (56,41)

Vespertino Moderado, n (%) 21 (27) 09 (23,07) 12 (30,76)

Vespertino Extremo, n (%) 03 (3,8) 01 (2,53) 02 (5,12)

Escore do IQSP, média ± DP 5,99 ± 2,4 5,33 ± 2,45 6,64 ± 2,18

IQSP > 5, n (%) 41 (52,57) 15 (38,46) 26 (66,67)

Escore da ESE, média ± DP 8,37 ± 2,98 7,87 ± 3,17 8,87 ± 2,73

ESE ≤ 10, n (%) 58 (74,36) 31 (79,49) 27 (69,23)

Na comparação das médias, entre as turmas, do IQSP e do ESE, a qualidade de sono apresentou valor estatisticamente significativo, apesar de ambas as turmas atingirem valor acima de 05. Já na sonolência diurna não houve diferença significativa (Tabela 06).

Tabela 06. Comparação dos valores dos questionários IQSP e ESE

2009.1 2009.2 p

IQSP 5,33 ± 2,45 6,64 ± 2,18 0, 015*

ESE 7,87 ± 3,17 8,87 ± 2,73 0, 143

% de

v

o

lu

n

ri

o

s

(35)

35 Caracterização do Ciclo Sono-Vigília

A tabela 07 mostra a caracterização subjetiva dos hábitos de sono sobre os horários de deitar, de levantar, duração de sono e padrão de expansão-restrição. A última variável é calculada a partir da diferença nos horários de dormir da semana e fim de semana. As médias dessas variáveis foram avaliadas de forma geral e, em seguida, discriminando as turmas.

A turma com início das atividades acadêmicas as 08h da manhã, deita e levanta mais tarde que a turma com início das atividades as 07h. Porém, a duração do sono é bastante semelhante entre as turmas. Quanto ao padrão de expansão-restrição, a turma das 08h apresenta uma diferença maior entre o horário de deitar da semana e fim semana. Logo, essa turma apresenta um sono mais irregular.

Tabela 07. Caracterização Subjetiva do Sono, média ± DP

Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Hora de deitar 00h04min ± 01h05min 00h14min ± 01h17min 23h54min ± 53min

Hora de levantar 07h44min ± 01h56min 07h54min ± 01h39min 07h34min ± 02h13min

Duração do sono (min) 459 ± 51 459 ± 23 458 ± 80

Padrão de Expansão-Restrição 91,64 ± 23,90 108,53 ± 87,76 74,73 ± 91,30

Comparando as médias dos horários da semana com os horários do fim de semana de uma mesma turma, todas as variáveis analisadas obtiveram valor estatisticamente significativo. O delta (Δ), calculado como a diferença entre os horários da semana e do fim de semana, apresentou valores elevados na turma das 08h, para os horários de

deitar e levantar. Já na turma das 07h, a hora de levantar e duração do sono, apresentaram

(36)

36 Tabela 08. Comparação entre Semana e Fim de Semana, média ± DP

2009.1(08h) Semana Fim de Semana Δ p

Hora de dormir 23h20min ± 53min 01h08min ± 01h54min 108,54 min 0, 0001*

Hora de acordar 06h43min ± 31min 09h04min ± 01h42min 140,85 min 0, 0001*

Duração do sono (min) 443 ± 47 475 ± 90 32 min 0, 0452*

2009.2 (07h)

Hora de dormir 23h17min ± 59min 00h32min ± 01h21min 74,73 min 0, 0001*

Hora de acordar 05h59min ± 23min 09h07min ± 01h20min 188,14 min 0, 0001*

Duração do sono (min) 380 ± 60 515 ± 95 135min 0, 0001*

*P< ,05.

(37)

37 Tabela 09. Comparação entre das Semanas e Fins de Semanas entre as Turmas, média ± DP

Semana

p Fim de Semana p

2009.1 (08h) 2009.2 (07h) 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Hora de deitar 23h20min ± 53min 23h17min ± 59min 0, 8336 01h08min ± 01h54min 00h32min ± 01h21min 0, 0843

Hora de levantar 06h43min ± 31min 05h59min ± 23min 0, 0001* 09h04min ± 01h42min 09h07min ± 01h20min 0, 8563

(38)

38 As tabelas seguintes, relativas aos hábitos de sono, referem-se aos dados objetivos obtidos por meio do actimetria. As variáveis analisadas foram hora de dormir e acordar, tempo real de sono, tempo na cama, eficiência e latência do sono e número de despertares noturnos. A tabela 10 apresenta os valores dessas variáveis, levando em consideração a amostra como um todo e separado por turma. Ambas as turmas dormem e acordam em horários similares. O mesmo ocorre com a eficiência e latência do sono.

Tabela 10. Caracterização Objetiva do Padrão de Sono, média ± DP

Geral 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Hora de dormir 00h16min ± 60min 00h17min ± 01h20min 00h16min ± 36min

Hora de acordar 07h19min ± 55min 07h12min ± 01h15min 07h27min ± 27min

Tempo real de sono (min) 316,02 ± 42 310,6 ± 38 321,44 ± 47

Tempo na cama (min) 427 ± 44 412,08 ± 35 441,93 ± 48

Eficiência do sono (%) 75,24 ± 8,37 75,25 ± 8,78 75,23 ± 8,32

Latência do sono (min) 10 ± 04 9,86 ± 4,76 10,48 ± 3,49

Nº de despertares noturnos 18,39 ± 5,08 17,66 ± 3,93 19,13 ± 6,11

A turma das 08h dorme e acorda em horários similares nos dias de semana e fim de semana. Essas variáveis não apresentaram diferença estatisticamente significativa. O mesmo ocorreu com as variáveis, tempo real de sono, eficiência e latência do sono. Já o tempo na cama foi significativo. Isso mostra que essa turma, tenta compensar nos dias de fim de semana, o déficit de sono acumulado nos dias de semana. Porém, como as variáveis, eficiência e latência do sono, não mostram alterações, não se pode apontar para privação parcial de sono (Tabela 11).

Tabela 11. Comparação entre Semana e Fim de Semana da Turma 2009.1 (08h), média ± DP

Semana Fim de Semana Δ P

Hora de dormir 00h14min ± 01h20min 00h25min ± 01h37min 11 min 0, 772

Hora de acordar 06h57min ± 01h09min 07h51min ± 01h43min 54,02 min 0, 386

Tempo real de sono (min) 302,47 ± 44 330,96 ± 63,29 28,49 min 0, 203

Tempo na cama (min) 400,51 ± 32 441,02 ± 82,95 40,51 min 0, 043*

Eficiência do sono (%) 75,25 ± 9,40 75,23 ± 7,60 0,02 0, 985

Latência do sono (min) 9,21 ± 4,85 11,40 ± 7,59 2,19min 0, 325

(39)

39 Já a turma das 07h, dorme mais tarde nos dias de fim de semana, quando comparado aos dias de semana, bem como acorda mais tarde. Consequentemente, o tempo real de sono e o tempo na cama também apresentaram valores maiores no fim de semana. O número de despertares noturnos acompanhou essa tendência. Porém, a eficiência e a latência do sono não se mostraram alteradas (Tabela 12).

Tabela 12. Comparação entre Semana e Fim de Semana da Turma 2009.2 (07h), média ± DP

Semana Fim de Semana Δ P

Hora de dormir 23h53min ± 29min 01h15min ± 01h05min 81,83 min 0, 000178*

Hora de acordar 06h38min ± 29min 09h28min ± 01h16min 170,62 min 0, 000027*

Tempo real de sono (min) 300,22 ± 52,36 374,50 ± 59,07 74,28 min 0, 009375*

Tempo na cama (min) 404,14 ± 41,09 479,71 ± 78,82 75,57 min 0, 007336*

Eficiência do sono (%) 74,87 ± 7,92 75,59 ± 10,06 0,73 0, 731

Latência do sono 10,98 ± 3,57 9,98 ± 4,35 1,00min 0, 383

Nº de despertares noturnos 16,87 ± 4,60 21,39 ± 8,18 4,52 0, 011896*

A comparação dos valores de delta (Δ) entre as turmas mostrou diferença

significativa para as variáveis, hora de dormir e hora de acordar. Os valores de delta da turma

das 07h foram maiores que os valores da turma das 08h para todas as variáveis, com exceção da

latência do sono. Isso sugere que a turma das 07h pode ter apresentado irregularidade mais

acentuada que a turma das 08h, devido ao horário de início das aulas (Tabela 13).

Tabela 13. Comparação entre os Valores de Delta (Δ) entre as turmas, média ± DP 2009.1 (08h) 2009.2 (07h) P

Hora de dormir 11 min 81,83 min 0, 008*

Hora de acordar 54,02 min 170,62 min 0, 001*

Tempo real de sono 28,49 min 74,28 min 0, 110

Tempo na cama 40,51 min 75,57 min 0, 308

Eficiência do sono (%) 0,02 0,73 0, 749

Latência do sono 2,19 1,00 0, 165

Nº de despertares noturnos 3,57 4,52 0, 676

(40)

40 Tabela 14. Comparação entre das Semanas e Fins de Semanas entre as Turmas, média ± DP

Semana

p Fim de Semana p

2009.1 (08h) 2009.2 (07h) 2009.1 (08h) 2009.2 (07h)

Hora de dormir 00h14min ± 01h20min 23h53min ± 29min 0, 563 00h25min ± 01h37min 01h15min ± 01h05min 0, 150

Hora de acordar 06h57min ± 01h09min 06h38min ± 29min 0, 525 07h51min ± 01h43min 09h28min ± 01h16min 0, 014*

Tempo real de sono (min) 302,47 ± 44 300,22 ± 52,36 0, 910 330,96 ± 63,29 374,50 ± 59,07 0, 272

Tempo na cama (min) 400,51 ± 32 404,14 ± 41,09 0, 810 441,02 ± 82,95 479,71 ± 78,82 0, 525

Eficiência do sono (%) 75,25 ± 9,40 74,87 ± 7,92 0, 915 75,23 ± 7,60 75,59 ± 10,06 0, 920

Latência do sono 9,21 ± 4,85 10,98 ± 3,57 0, 318 11,40 ± 7,59 9,98 ± 4,35 0, 580

(41)

41 Na avaliação do teste cognitivo MoCA (Montreal Cognitive Assessment), a turma das 08h obteve valores maiores que a turma das 07h no escore geral e em todos os domínios, exceto no domínio Atenção. O escore geral, a função executiva e a evocação foram significativos (Tabela 15 e Figura 07).

Tabela 15. Comparação do Teste Cognitivo (MoCA) entre as Turmas, média ± DP 2009.1 (08h) 2009.2 (07h) p

Escore Geral 26,39 ± 1,40 24,94 ± 2,27 0, 001*

D1-Função executiva 4,94 ± 0,22 4,65 ± 0,58 0, 005*

D2-Nomeação 2,97 ± 0,16 2,89 ± 0,31 0, 169

D3-Atenção 5,50 ± 1,04 5,71 ± 0,82 0, 932

D4-Linguagem 2,68 ± 0,78 2,21 ± 1,06 0, 579

D5-Abstração 1,58 ± 0,59 1,50 ± 0,69 0, 782

D6-Evocação 2,60 ± 1,10 1,97 ± 1,46 0, 036*

Figura 07. Distribuição dos escores alcançados no teste cognitivo MoCA por ambas as turmas. *P< ,05 na comparação entre os grupos

*

*

(08h)

(42)

42 DISCUSSÃO

Avaliamos o padrão CSV e a cognição de estudantes universitários do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte em diferentes esquemas de horários de aulas. Um dos grupos iniciava as aulas as 08h da manhã, enquanto outro grupo iniciava as aulas as 07h. Como já é amplamente documentado, o sono é essencial para o processamento cognitivo. Assim, os estudantes que iniciavam as aulas mais cedo e apresentaram uma maior irregularidade do CSV, e com um pior desempenho no teste de cognição MoCA, sugerimos que o avanço de uma hora do início das aulas é suficiente para provocar alterações na ritmicidade circadiana e consequentemente déficit cognitivo leve.

Em termos de características demográficas da nossa amostra, encontramos uma homogeneidade entre as duas turmas. Entre os estudantes que concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, 54,55% eram do sexo masculino e 45,45% do sexo feminino. O número mais freqüente de indivíduos que moram no mesmo imóvel foi de 03 a 04 pessoas (60,23%) e a maioria relatou que dorme sozinho (68,18%).

(43)

43 Sobre a saúde, 43,18% relataram ter tido algum problema, e os mais citados eram referentes ao sistema respiratório. Em relação a forma de despertar, 84,09% dos estudantes necessitam do despertador para acordarem. Esse fato sugere que os voluntários não têm um despertar espontâneo nos dias de semana. Possivelmente essa dependência pode estar sendo provocada pelo horário de início das aulas, uma vez que a maioria dos voluntários apontaram esse fator como o principal agente que modula o despertar nos dias de semana.

Em relação ao cronotipo, a maioria dos estudantes foi classificada como intermediário, caracterizando-se por uma maior flexibilidade nos horários de sono. Mesma distribuição foi encontrada em estudos realizados por Lima et al. (2010); Lima et al. (2009) e Huen et al. (2007). Apesar da amostra ser classificada como intermediário, foi observada uma tendência a vespertinidade.

Estudantes nos primeiros anos de curso universitário podem exibir um padrão semelhante aos adolescentes. Na nossa amostra encontramos estudantes com curta duração de sono (380 min ± 60 min) nos dias de semana, valor bem abaixo dos 510 min recomendados por Carskadon et al. (2001) para adolescentes. Assim como estudantes universitários observados em estudos feitos no Brasil por Lima et al. (2009); Medeiros et al. (2001) e Azevedo et al. (2008).

Outro padrão observado em adolescentes e que também encontramos em nosso estudo, foi o atraso de fase. Os voluntários iam dormir, em média, as 00h04min ± 01h05min, valor similar a pesquisas feitas no Brasil e também em outro países (Huen et al. 2007, Forquer et al. 2008 e Lund et al. 2010).

(44)

44 nossa amostra. Esse padrão indica irregularidade do CSV e uma possível privação parcial de sono. Isso pode estar relacionado a um conflito entre a necessidade fisiológica e a imposição dos horários de início das aulas e demanda acadêmica, que não permite ao estudante dormir a quantidade necessária de sono (Epstein, et al. 1998).

Como conseqüência da irregularidade do CSV pode ocorrer modificações na ordem temporal interna dos estudantes, resultando numa redução da qualidade de sono. Este fato deve ser a explicação para os nossos achados, pois 52,57% dos estudantes apresentaram sono de qualidade ruim, ou seja, com escore acima de 05 (5,99 ± 2,4), segundo o IQSP. Em estudo realizado por Medeiros et al. (2001) e Lima et al. (2009), com estudantes de Medicina da mesma Universidade e utilizando o mesmo instrumento, foi encontrado um padrão similar.

Na comparação entre as duas turmas, a turma das 07h obteve escore maior no IQSP que a turma das 08h, em que foi encontrada uma diferença estatisticamente significativa. Uma pior qualidade de sono para a turma que inicia as aulas uma 1h mais cedo, sugere que o horário de início das atividades acadêmicas está interferindo no CSV dos estudantes.

(45)

45 compensar no fim de semana, o débito de sono acumulado nos dias de semana. Isso promove alterações no CSV que pode, por sua vez, interferir numa ampla variedade de funções corporais. A irregularidade também pode ser provocada por fatores sócio-culturais, que podem atuar como sincronizador (Louzada 2000), somados a fatores endógenos, relativo a uma tendência natural de atrasar o início do sono nos dias livres (Ashoff, 1965).

Além da irregularidade, os estudantes podem estar sofrendo de privação parcial de sono. Nessa população, a turma das 08h teve duração de sono de 443min ± 47min, na semana e 475min ± 90min, no fim de semana (p<0,0452), segundo dados subjetivos. Já a turma das 07h, teve duração de 380min ± 60min na semana e 515min ± 95min, no fim de semana (p<0,0001). Além da duração de sono, hora de deitar e levantar da semana e fim de semana também foi significativo em ambas as turmas.

Comparando as turmas, a duração de sono foi a única variável significativa. Isso sugere que a turma que tem aula 1 hora mais cedo está mais parcialmente privada de sono que a turma que tem aula mais tarde. Esses achados também foram encontrados na análise objetiva do CSV, actimetria. Embora os estudantes tenham exibido essa irregularidade, variáveis como a eficiência e latência do sono não mostraram alterações. Isso sugere que a regulação homeostática do sono não foi afetada pelos horários, nem pela demanda acadêmica.

Como já é amplamente documentado, a irregularidade do CSV e a privação parcial de sono afetam as funções cerebrais, incluindo alerta, atenção, formação de memórias, funções executivas, velocidade do processamento cognitivo, dentre outras (Atienza et al. 2004; Walker 2006; Born et al. 2006; Rauchs 2005).

(46)

46 ± 1,40) (p<0,001). Entre os domínios que compõem o teste, a função executiva e a evocação de memória também apresentaram diferença estatística. A turma das 08h obteve melhor escore em todos os domínios, exceto na atenção.

Uma diminuição do desempenho cognitivo em estudantes com CSV irregular pode ser explicada pela dessincronização interna do ritmo. Neste estudo não demonstramos que os estudantes estão internamente dessincronizados, mas a irregularidade do CSV sugere que isto esteja ocorrendo.

A dessincronização que ocorre entre o CSV e as variáveis fisiológicas é uma forma de estudar as alterações do ritmo. Quando isso acontece, o ritmo circadiano de sono-vigília prorroga seu período endógeno de cerca de 25h (Wever 1979), enquanto o desempenho cognitivo e outras funções fisiológicas não acompanham essa alteração (Aschoff & Wever 1962 apud Åkerstedt 2006). Dessa forma, essa diferença nos períodos leva a uma ampliação da diferença temporal entre o sono e a cognição.

(47)

47 CONCLUSÕES

Neste estudo, avaliamos o padrão CSV e a cognição de estudantes universitários em diferentes esquemas de horários de aulas e comparamos os resultados obtidos entre as turmas. Com base nesses resultados conclui-se que:

 O horário de início das aulas interfere no CSV provocando irregularidade e privação parcial de sono.

 A turma que inicia as aulas mais cedo apresentou maior irregularidade do CSV, vista a partir da diferença dos horários da semana com os do fim de semana. Essa diferença foi mais representativa para as variáveis, hora de dormir e acordar.

(48)

48 LIMITAÇÕES

Este trabalho apresentou algumas limitações que nos impediram de ter resultados mais robustos e conclusivos. Por se tratar de um estudo transversal, não podemos inferir como as variáveis do CSV e o resultado do teste cognitivo se comportariam caso os mesmos voluntários fossem submetidos a esquemas diferentes de horários de aulas. Para isso, é necessário um estudo longitudinal, com acompanhamento desses estudantes durante 02 semestres.

A amostra de voluntários que usou o actímetro foi muito pequena. Seria importante que um número maior de voluntários tivesse participado da coleta dos dados objetivos. Porém, nosso laboratório contava com um número reduzido de aparelhos.

(49)

49 SUGESTÕES

Para caracterizar os estudantes universitários não se pode ficar restrito a apenas um curso de graduação. Portanto, sugerimos ampliar esse estudo, integrando na amostra, estudantes de outras graduações.

Além do uso do actímetro para avaliar o CSV, utilizar a polissonografia (PSG) é importante para análise da arquitetura do sono desses estudantes, e se eventos específicos associados à memória, que ocorrem durante o sono, se relacionam com o resultado do teste cognitivo.

(50)

50 REFERÊNCIAS

Almondes, K.T. & Araujo, J.F. 2003. Padrão do ciclo sono-vigília e sua relação com a ansiedade em estudantes universitários. Estudos de Psicologia, 8, 37-43.

Araujo, J.F. & Marques, N. 2003. Intermodulação de freqüência dos ritmos biológicos. Em: Marques, N. & Menna-Barreto, L (orgs). Cronobiologia: Princípios e

Aplicações. São Paulo: EDUSP, 85-94.

Aschoff, J. 1965. Circadian rhythms in man. Science, 148, 1427-1432.

Atienza, M.; Cantero, J.L. & Stickgold, R. 2004. Posttraining sleep enhances automaticity in perceptual discrimination. Journal of Cognitive Neuroscience, 16, 53-64.

Azevedo, C.V.M.; Sousa, I.; Paul, K.; MacLeish, M.Y.; Mondéjar, T.; Sarabia, J.A.; Rol, M.A. & Madrid, J.A. 2008. Teaching Chronobiology and Sleep Habits in School and University. Mind, Brain and Education, 2, 34-47.

Åkerstedt, J. 2006. Altered sleep/wake patterns and mental performance. Physiology

and Behavior, 1, 1-10.

Baehr, E.K.; Revelle, W. & Eastman, C.I. 2000. Individual differences in the phase and amplitude of the human circadian temperature rhythm: With an emphasis on morningness–eveningness. Journal of Sleep Research, 9, 117–127.

(51)

51 Bertolucci, P.H.F.; Sarmento, A.L.R. & Wajman, J.R. 2008. Brazilian portuguese version for the montreal cognitive assessment (MoCA) and the preliminary results. Apresentado a Associação Internacional de Alzheimer na Conferência da Doença de Alzheimer. Alzheimer's and Dementia, 4, p. T686-T686.

Bórbely, A.A. 1982. A two process model of sleep regulation. Human Neurobiology, 1, 195-204.

Born, J.; Hansen, K.; Marshall, L.; Mölle, M & Fehm, H.L. 1999. Timing the end of nocturnal sleep. Nature, 397, p.29.

Born, J.; Rach, B. & Gais, S. 2006. Sleep to remember. The Neurocientist, 5, 410-424.

Breesma, D.G.M. & Gordijn, M.C.M. 2007. Circadian control of the sleep-wake cycle. Physiology & Behavior, 90, 190-195.

Buysse, D.J.; Reynolds, C.F.; Monk, T.H.; Berman, S.R. & Kupfer, D.J. 1989. The Pittsburg sleep quality index: a new instrument for psychiatric practice and research.

PsychiatryResearch, 28, 193-213.

Cardinalli, DP & Esquifino, AI. 2005. Ritmos Biológicos em Neuroendocrinologia. Em: Antunes-Rodrigues et al. Neuroendocrinologia Básica e Aplicada, Guanabara: Rio de Janeiro, 192-209.

Carrier, J. & Monk, T.H. 2000. Circadian rhythms of performance: New trends.

Chronobiology International, 17, 719–732.

(52)

52 Carskadon. M.A.; Acebo, C. & Seifer , R. 2001. Extended nights, sleep loss, and recovery sleep in adolescents . Archives Italiennes deBiologie , 1, 301 – 312 .

Costa. G. 1997. The problem: shiftwork. Chronobiology International, 2, 89-98.

Czeiler, C.A. & Khalsa, S.B.S. 2000. The human circadian timing system and sleep-wake regulation. Em: Kryger, M.H; Rooth, T; Dement, W.C. Principles and practice of

sleep medicine. Philadelphia: WB Saunders Company, 353-375.

Daan, S.; Beersma, D.G. & Borbély, A.A. 1984. Timing of human sleep: recovery process gated by a circadian pacemaker. American Journal of Physiology, 246, 161-183.

DCSC - Diagnostic Classification Steering Commitee. 1990. The International Classification of Sleep Disorders. Diagnostic and Coding Manual. American Sleep

Disorders Association. Kansa: Allen Press.

Drummond, S.P.A.; Brown, G.G.; Gillin, J.C.; Stricker, J.L.; Wong, E.C. & Buxton, R.B. 2000. Altered brain response to verbal learning following sleep deprivation. Nature, 403, 655–657.

Duffy, J.F.; Rimmer, D.W. & Czeisler, C.A. 2001. Association of intrinsic circadian period with morningness–eveningness, usual wake time, and circadian phase.

Behavioral Neuroscience, 115, 895–899.

Epstein, R.; Chilag, N. & Lavie, P. 1998. Starting times of school: effects on daytime functioning fifth-grade children in Israel. Sleep, 21, 250- 256.

Frey, D.F.; Badia, P. & Wright, K. P. 2004. Inter- and intra-individual variability in performance near the circadian nadir during sleep deprivation. Journal of Sleep

(53)

53 Ferrara, M. & Gennaro, L. 2001. How much sleep do we need? Sleep Medicine

Reviews, 4, 1-26.

Forquer, L.M.; Camden, A.E.; Gabriau, K.M. & Johnson, C.M. 2008. Sleep patterns of college students at the public university. Journal of American College

Health, 5, 563-565.

Gallup. 1998. Omnibus Sleep in america poll. The Gallup Organization, 1-70. Disponível em: http://www.gallup.com.br/home.aspx

Giesecke, M.E. 1987. The symptom of insomnia in university students. Journal of the

American College Health, 35, 215-221.

Halberg, J.F.; Carandente, F.; Cornelissen, G. & Katinas, G.S. 1977. Glossary of chronobiology. Chronobiology 4, Suppl. 1.

Hicks, R.A. & Pellegrini, R.J. 1991. The changing sleep patterns of college students.

Perceptual and Motor Skills, 72, 1106.

Hicks, R.A.; Pelligrini, R.J. & Hawkins, J. 1979. Test anxiety levels of short and long sleeping college students. Psychological Report, 44, 712-714.

Horne, J.A. & Ostberg, O.A. 1976. Self-assessment questionnaire to determine morningness-eveningness in human circadian rhythms. International Journal of

Chronobiology, 4, 97-110.

(54)

54 Intons-Peterson, M.J.; Rocchi, P.; West, T.; McLellan, K. & Hackney, A. 1998. Aging, optimal testing times, and negative priming. Journal of Experimental

Psychology: Learning, Memory, and Cognition, 24, 362–376.

Jean-Louis, G.; Kripke, D.F.; Ancoli-Israel, S.; Klauber, M. & Sepulveda, R.S. 2000. Sleep duration, illumination, and activity profiles in a representative sample: effects of gender and ethnicity. Biological Psychiatry, 4710, 921-927.

Johns, M.W. 1991. A new method for measuring daytime sleepiness: The Epworth Sleepiness Scale. Sleep, 14, 540-545.

Jud, C.; Schmutz, I.; Hampp, G.; Oster, H. & Albrecht, U. 2005. A guideline for analyzing circadian wheel-running behavior in rodents under different lighting conditions. Biological Procedures Online, 7, 101-116.

Lack, L.C. 1986. Delayed sleep and sleep loss in university students. Journal of the

American College Health, 35, 105-110.

Lack, L.C. & Wright, H.R. 2007. Chronobiology of sleep in humans. Cellular and Molecular Life Sciences, 64, 1205-1215.

Lewy, A.; Sack, R.; Fredrickson, R., Reaves, M.; Denney, D. & Zielske, D. 1983. The use of bright light in the treatment of chronobiologic sleep and mood disorders: the phase response curve, Psychopharmacology Bulletin, 19, 523-525.

(55)

55 Lima, P.F.; Medeiros, A.L.D. & Araujo, J.F. 2002. Sleep-wake pattern of medical students: early versus late class starting time. Brazilian Journal of Medical and

Biological Research, 35, 1373-1377.

Louzada, F. M. 2000. Um estudo sobre a expressão da ritmicidade biológica em diferentes contextos sócio-culturais: o ciclo vigília/sono de adolescentes. Tese de

doutorado, Universidadede São Paulo.

Khalsa, S.B.; Jewet, M.; Cajochen, C. & Czeiler, C.A. 2003. A phase response curve to single bright light pulse in human subjects. Journal of Phisiology, 549, 945-952.

Manber, R.; Bootzin, R.R.; Acebo, C. & Carskadon, M. 1996. The effects of regularizating sleep-wake schedules on daytime sleepiness. Sleep, 19, 432-441.

Marques, M.D.; Golombek, D. & Moreno, C. 2003. Adaptação Temporal. Em: Marques, N. & Menna-Barreto, L (orgs). Cronobiologia: Princípios e Aplicações. São Paulo: EDUSP, 55-98.

Martynhak, B.J.; Louzada, F.M.; Pedrazzoli, M. & Araujo, J.F. 2010. Does the chronotype classification need to be updated? Preliminary findings. Chronobiology

International, 6, 1329-1334.

Mathias, A; Sanchez, R.P.; Andrade, M.M.M. 2006. Incentivar hábitos de sono adequados: um desafio para os educadores. Em: Pinho, S.Z. & Saglietti, J.R.C. eds.

Núcleos de Ensino da Unesp. Unesp: São Paulo, 718-731.

Medeiros, A.L.D.; Mendes, D.B.F.; Lima, P.F. & Araujo, J.F. 2001. The relationships between sleep-wake cycle and academic performance in medical students.

(56)

56 Meijer, A.M.; Habekothé, H.T. & Van Den Wittenboer, G.L.H. 2000. Time in bad, quality of sleep and school functioning of children. Journal SleepResearch. 9, 145-153.

Mistlberger, R.E. 1994. Circadina food anticipatory activity: Formal models and physiological mechanisms. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, 18, 171-195.

Minors, D.S.; Folkard, S. & Waterhouse, J.M. 1996. The shape of the endogenous circadian rhythm of rectal temperature in humans. Chronobiology International, 13, 261-271.

Moore, R.Y. 1999. Circadian timing. In: Zigmond, M.J et al. Fundamental

Neuroscience. Academic Press, San Diego. cap. 45.

Muzur, A., Pace-Schott, E. F., & Hobson, J. A. 2002. The prefrontal cortex in sleep.

Trends in Cognitive Sciences, 6, 475–481.

Nasreddine, Z.S.; Phillips, N.A.; Bédirian, V.; Charbonneau, S.; Whitehead, V.; Collin, I.; Cummings, J.L. & Chertkow, H. 2005. The montreal cognitive assessment, MoCA: A brief screening tool for mild cognitive impairment. American Geriatrics

Society, 53, 695-699.

National Sleep Foundation. 2000. Adolescent Sleep Needs and Patterns. pp. 1-26.

Okamura, H. 2004. Clock genes in cell clocks: roles, actions, and mysteries. Journal

Biological Rhythms, 19, 388-399.

(57)

57 Porkka-Heiskanen, T.; Strecker, R.E.; Thakkar, M.; Bjørkum, A.A.; Greene, R.W. & McCarley, R.W. 1997. Adenosine: A mediator of the sleep-inducing effects of prolonged wakefulness. Science, 276, 1265-1268.

Rauchs, G.; Desgranges, B.; Foret, J. & Eustache, F. 2005. The relationships between memory systems and sleep stages. Journal Sleep Research, 14, 123-140.

Refinneti, R. 2006. Circadian Physiology. 2ª ed. Flórida: Taylor & Francis Group.

Refinetti, R. & Menaker, M. 1992. Evidence for separate control of estrous and circadian periodicity in the golden hamster. Behavioral and Neural Biology, 58, 27–36.

Reppert, S.M. & Weaver, D.R. 2002. Coordination of circadian timing in mammals.

Nature, 418, 935-941.

Rodrigues, R.N.D.; Viegas, C.A.A.; Abreu e Silva, A.A.A. & Tavares, P. 2002. Daytime sleepiness and academic performance in medical students, Arquivo de

Neuropsiquiatria, 1, 6-11.

Roenneberg, T. & Merrow, M. 2002. Life before the clock - modeling circadian evolution. Journal of Biological Rhythms, 17, 495-505.

Roenneberg, T.; Daan, S. & Merrow M. 2003. The art of entrainment. Journal of

Biologcal Rhythms, 18, 183–94.

Roenneberg, T.; Kuehnle, T.; Jud, M.; Kantermann, T.; Allebrandt, K.; Gordijn, M. & Merrow, M. 2007. Epidemiology of the human circadian clocks. Sleep Medicine

Referências

Documentos relacionados

El hombre del Tercer Cine, ya sea desde un cine-guerrilla o un cine-acto, con la infinidad de categorías que contienen (cine-carta, cine-poema, cine-ensayo,

Soneto Dormindo vi a cândida Poesia Testemunhos impressos – Obras de Domingos dos Reis Quita, chamado entre os da Arcadia Lusitana Alcino Micenio, segunda edição correcta, e

regresso à diocese do Porto, para proceder à dedicação do altar da Igreja do Mosteiro de Paço de Sousa (conc. de Penafiel), como nos testemunha um diploma dessa data que regista

Buscando avaliar a condição da mulher atualmente, este trabalho realizou uma pesquisa com mulheres servidoras públicas da Prefeitura Municipal de Itaituba-PA onde

The challenges of aging societies and the need to create strong and effective bonds of solidarity between generations lead us to develop an intergenerational

No primeiro, destacam-se as percepções que as cuidadoras possuem sobre o hospital psiquiátrico e os cuidados com seus familiares durante o internamento; no segundo, evidencia-se

O caso de gestão estudado discutiu as dificuldades de implementação do Projeto Ensino Médio com Mediação Tecnológica (EMMT) nas escolas jurisdicionadas à Coordenadoria

Assim, este trabalho buscou descrever o processo de construção do Plano de Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal de Viçosa e verificar a presença