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Estratégias para Utilizar o Programa Prometeus na Alteração das Concepções em Mecânica.

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(1)

Estrategias para Utilizar o Programa Prometeus na

Altera~ao das Conep~oes em Me^ania

Shirley Takeo Gobara 1

, Paulo Riardo daSilva Rosa 2

, Umbelina GiaomettiPiubeli 3

,

eAline KassabBonm 4

1

[gobarad.ufms.br℄, 2

[rosad.ufms.br℄, 3

[umbelinad.ufms.br℄, 4

[larineenersulnet.br℄

UniversidadeFederalde MatoGrosso doSul,Departamentode Fsia

79070-900CampoGrande, MS,Brasil

Reebidoem9deabril,2002. Aeitoem12dejunho,2002.

Este artigo desreveexperimentosemque foramutilizadas simula~oes omoferramentaspara

al-terarasonep~oesespont^aneasapresentadasporestudantes,demodoaexploraraspossibilidades

apontadaspelaestrategiadeonitoognitivo(Posneretal., 1982). Os experimentosforam

on-ebidosparatentarmodiarasonep~oesespont^aneasapresentadasemMe^aniaporestudantes

denveluniversitariobasionodesenvolvimentodoonteudo `LeisdeNewton'. Nossaabordagem

ao problemabaseou-se nouso deum programade simula~aohamadoPrometeus, espeialmente

desenvolvidoparaesseobjetivo. Realizamostr^esexperimentosparaveriaraeaiadoprograma

e propor amelhorestrategia deensino aser adotada ao utiliza-lo. Iniialmente, oprograma foi

testado independentementeda sequ^enia formal de ensino desenvolvida pelo professor. Embora

a abordagem utilizada tenha serevelado util para levar os estudantes a questionar suas renas

pessoais,a estrategiausadanoprimeiroexperimento, baseadanousodoprogramade forma

iso-lada,n~aofoisuienteparapromovermudanassigniativasnasideiaspreviasdosestudantes.No

segundo experimento,o programafoiinserido noplano deensinodadisiplina omoum reurso

instruional,sendointroduzidoaposaformaliza~aodoonteudo`LeisdeNewton'. Comoos

resulta-dosobtidosn~aoforamsatisfatorios,realizamosumtereiroexperimento,omalgumasmodia~oes

emrela~aoaoanterior. Osresultadosdestesugeremqueanovaestrategia,somadaamotiva~aodo

grupoexperimental,inuenioudeformasigniativaamodia~aodasonep~oesdosestudantes

dessegrupo.

This paperdesribesthreeexperimentsinwhihomputersimulationswereemployedastools to

modify spontaneousoneptionsheld bystudents,thusexploringthe possibilities pointed outby

theognitiveonitstrategy(Posneretal.,1982). Theexperimentsweredesignedtotrytohange

spontaneousoneptionsfoundinMehaniamongstudentsintheir earlyyearsofollege, during

the studyof thelaws of Newton. Ourapproahwas basedontheuseof Prometeus, anew

simu-lation software speially designed for this purpose. Three experimentswereperformed to verify

the suitabilityof thesoftwareand toidentifythebestteahingstrategytoaompanyitsuse. In

therstofthem,theprogramwasemployedalone,withoutonnetionwiththeteahingsequene

adopted by the teaher. Althoughuseful for leading students to question their personal beliefs,

this strategy was not enough to bringabout signiant hangesin the ideas theyalready held.

Inthe seondexperiment,the programwas employedas aninstrutional resoureintegratedinto

the formalteahing, butitwas introdued afterthelasses dealing withthelawsof Newton had

beenoered. Beause theresults were stillnot satisfatory, a thirdexperiment was arried out,

with some modiations. Its results suggestthat the use of Prometeus within the newstrategy,

inonjuntionwiththemotivationfeltbythisthirdgroup,signiantlyfavoredtheoveromingof

misoneptionspreviouslyheldbythesestudents.

I. Introdu~ao

Um dos assuntos frequentemente disutidos pelos

pesquisadores do ensino de Ci^enias esta relaionado

omasonep~oesespont^aneasqueosestudantes

apre-sentam, independentemente de sua esolariza~ao.

Es-sas onep~oes s~ao esquemas expliativos onstrudos

pormeiodaintera~aodoindivduoomomundofsio

(2)

e revelam a maneira omo ada indivduo interpreta

os fen^omenos de seu otidiano. Algumas dessas

on-ep~oes referem-se aoneitos de Fsia, muitasvezes

antag^onias aos modelos aeitos e utilizados no meio

iento.

Pesquisasempreendidasnadeadade70busaram

levantarasdiferentesonep~oesapresentadaspelos

es-tudantesemrela~oesadiversosoneitosdeFsia.

En-tre os primeiros desses trabalhos enontra-se ode

Vi-ennot (1979), realizado om estudantes franeses, que

evideniou quais eram as onep~oes mais frequentes

em Me^ania | mais espeiamente om rela~ao ao

oneito de fora e as leis de Newton |, sendo por

isso de grande interesse para a pesquisa que

desen-volvemos. Trabalhosposterioresdediaram-sea

identi-ar onep~oes em outrasareasda Fsia,omo T

er-modin^amia, Eletriidadee

Optia.

Nadeadade80,aspesquisasapresentaram

mode-losque,iniialmente,propunhamalterarasonep~oes

apresentadas pelos alunos ou mesmo substitu-las por

onep~oes ientas. As pesquisas tambem

reve-laram que uma das prinipais araterstiasdas

on-ep~oes espont^aneas e sua forte resist^enia a

modi-a~oes. Mesmo professores de Fsia podem

apre-sentar algumtipode onep~aoespont^aneaem algum

ampodaFsia.Outroproblemarelaionadoomtais

onep~oeseque oensinoformalofereidonasesolas

nemsempreesuienteparaqueomodeloientose

inorporeaestruturaognitivadosestudantes. Muitos

deles, mesmo apos terem ursado a disiplina Fsia,

ontinuamsevalendodeseusmodelosespont^aneospara

expliar fen^omenosfsios.

Entretanto, n~ao existe onsenso, na omunidade

dos pesquisadores em ensino de Fsia, sobre a

me-lhor maneira de levar um estudante a modiar suas

onep~oesespont^aneas,enemmesmoseissoonstitui

umobjetivovalido. Dentreasproposi~oesquesugerem

a modia~ao das onep~oes espont^aneas, aquela

ex-pressa porPosner et al. (1982) aponta para a

possi-bilidade de mudana oneitual quandoos estudantes

s~aooloadosfrenteasitua~oesemqueasapaidades

preditivasdesuasonep~oesespont^aneasfalham. Essa

ideiae, noentanto, difil de seroloada em pratia.

Porum lado, uma vez queas onep~oes espont^aneas

s~ao onstrudas em ontato direto om o mundo real,

torna-se muitodifil enontrar situa~oes do otidiano

quepossamestaremontradi~aoomas previs~oes

ad-vindas das ideias previas dos estudantes. Por outro

lado, n~ao e possvel, por exemplo, riar em

labora-torio situa~oes em que inexistam foras resistivas, de

modo a obter movimentos sem nenhum atrito. Essa,

noentanto,seriaumademonstra~aodeisivapara

on-deapliarforasparaqueummovimentosemantenha.

O uso de omputadores em Edua~ao abre novas

perspetivas e desaos para as pesquisas nessa area,

empartiular em ensino deFsia. Nonal do seulo

XX,aintrodu~aodosomputadorespessoaispromoveu

odesenvolvimento de grande numero de apliativose

resultouemumamaiorfailidadedemanuseioena

pos-sibilidadededesenvolveraplia~oesmenosustosasom

objetivoseduaionais. Como onsequ^enia, inumeros

artigosabordandoformasdeintroduzireutilizaro

om-putador nos meios eduaionais (formais e informais)

t^emsurgidonasultimasdeadas. Asdiversasformasde

utiliza~ao de programas eduaionaisapresentadas na

literaturapodemseragrupadasemseisategorias:

Ad-ministra~ao, Simula~ao, Instru~aoAssistida por

Com-putador, Controle de Experimentos, Analise de Dados

eOutrasAplia~oes (Rosa, 1995). Umprograma

usa-doomobjetivoseduaionaispode serlassiado(e

geralmenteesseeoaso)emduasoumaisdessas

ate-gorias.

Nestetrabalho,nossointeressereaisobrea

atego-riaSimula~ao, aqual pode serdividida em duas

sub-ategorias: Simula~ao Passiva eSimula~ao Din^amia.

Por Simula~ao Din^amia, entendemos aquela que

ex-igedosestudantesaria~aodemodelosou, aomenos,

a deni~ao dos valores dos par^ametros de uma dada

situa~ao. Por outro lado, entendemos por Simula~ao

Passiva aquela que n~ao envolve qualquer proesso de

deis~ao por parte do estudante. O programa que

de-senvolvemos para esta pesquisa, hamado Prometeus

(Rosaet al., 1997), pertene a primeira subategoria.

Trata-se deum programaqueexige queosestudantes

faamesolhasentre diferentesmodelospropostos.

Nossoobjetivo,aooneberesseprograma,foiriar

ondi~oes similares aquelas que provoam o

aparei-mentodasonep~oesespont^aneas. Paratanto,zemos

usodeumambientedesimula~aoemmiroomputador.

Comesse proedimento, tivemosem mente induziros

estudantes a levantar quest~oes para si mesmos sobre

suasideiasanterioreseleva-losaompararessasideias

omosresultadosobtidosapartirdesimula~oesfeitas

pelo programa.

Dentre as muitas quest~oes que podem ser

levan-tadas sobre esse assunto, aquela que permeou o

pre-sente trabalhofoi aseguinte: epossvelalteraras

on-ep~oesespont^aneasapresentadas pelos estudantes em

Me^ania ao fazerem uso de um programa apaz de

riarem miroomputador um mundo virtualno qual

essasonep~oessejamverdadeiras?

Realizamos tr^es experimentos para veriar a

(3)

es-2 e apresentada uma disuss~ao suinta do programa;

nase~ao3, uma sntesedos dois experimentos iniiais

eseusresultadosmaisrelevantes;nase~ao4,umrelato

doultimo experimento. Asse~oes5e6trazem,

respe-tivamente,asprinipais onlus~oeseabibliograa.

II. O programa Prometeus 1

Prometeus e um programa esrito na linguagem

C++.

E projetadopara rodarsob osambientes DOS,

Windows eOS/2, sem neessidade de reompila~ao,e

sobossistemasoperaionaisSystem 7e 8eUnixom

pouas modia~oese reompila~ao, uma vez que seu

odigo-fonten~aoutilizareursosdosistemademaneira

intensiva.

Oprogramaomp~oe-sededoismodulos: ummodulo

de ger^enia (a serusado porpesquisadores ou

profes-sores)eumdeusuario(aserutilizadopelosestudantes).

Oprimeiromoduloexeutaastarefasdeger^eniado

sistema pelo professor, registrandotodasasintera~oes

dosalunosomoprograma.Essemoduloeompostode

doissubmodulos: Inlus~ao/Exlus~aoeRelatorios. Ode

Inlus~ao/Exlus~aopermiteaogerentedosistema

adas-trarusuariosnovoseexluirantigos. Osubmodulo

Re-latoriospermiteaogerenteobterinforma~oes,tantoem

nvelindividualomoemnveldegrupo,sobreo

desem-penho dos estudantes enquanto utilizam o programa:

esolhasfeitas,tempoutilizadoemadase~ao, valores

mediosdetempoutilizadoporse~aoet.

O segundo modulo, responsavel pela apresenta~ao

das simula~oes, traz ainterfae graa naqual oorre

aintera~aoentreoestudante eoprograma. Parausar

o programa,e neessario o uso de uma senha, aqual

eforneidaautomatiamente pelo programaquando o

estudanteeadastrado.

Oprogramaontemquatrotiposdeproblemas

rela-ionadosomsitua~oesdootidiano: V^olei,Saque,

Cir-ular ePlanetas. Aideiabasiaereproduzirsitua~oes

do mundo real e dar ao estudante a oportunidade de

omparar os resultados das simula~oes om sua

ex-peri^eniadevida.

AategoriaV^oleiapresentavariassitua~oesemque

umgarotofazumsaquesobreumaredeemumaquadra

dev^olei. Nasegundaategoria,Saque,omesmogaroto

batenabolademodoaarremessa-laparaimaepeg

a-laquandoelaretorna. Natereiraategoriade

proble-mas,Cirular,ogarotogiraemtornodesi,emrulos,

umabolaligadaporumaordana. Porm,a

atego-riaPlanetas mostraum planeta quegira em tornodo

Sol. A orbita e a veloidade do planeta obedeem as

leisdeKepler.

Para ada ategoria de simula~ao existem tr^es

ou quatro subsitua~oes, entre as quais ha pequenas

varia~oes (por exemplo, o ponto em que a imagem e

ongelada). Asitua~aoaserexploradaedeesolhado

estudante. Paraada uma,ele disp~oedeino op~oes,

ada uma apresentando um diagrama de foras que

mostraumaoumaisforasques~aoaspossveisausas

do movimento observado.Umadas op~oes ofereidase

aquelaaeita omoorretapela omunidade ienta,

e as demais orrespondem as onep~oes espont^aneas

omumentedetetadasempesquisassobreoassunto.

Omodusoperandi do programaeoseguinte: o

es-tudanteesolheumadadasitua~aoeoprograma

simu-la tal esolhade aordoomasleis daFsia orretas

para aquele aso. Aposalguns segundos, o programa

para eongela aimagem na tela, perguntando ao

es-tudante qual dentre as op~oes apresentadas e a

or-reta. Aposoestudanteter esolhidoumadelas,o

pro-grama prossegueasimula~ao, mas desta vez seguindo

a lei proposta pelo estudante. A nova trajetoria dos

variosobjetosealuladaatravesdasolu~aonumeria

dasegundaleideNewton,usandoomoforaresultante

aquela proposta pelo estudante. Apos alguns

segun-dos,oprogramaperguntaaoestudantesedeseja

onti-nuarutilizandoaquelasimula~aooutrabalharemoutra

situa~ao. As simula~oes podem ser repetidas quantas

vezesousuariodesejar.

O programa Prometeus foi onebido de modo a

apresentarduasaraterstiasprinipais:

As simula~oes sempre seguem as regraspropostas

pelousuario.

Oprograman~ao revelaarespostaorreta. Mesmo

quandoarespostadoestudanteeaorreta,oprograma

n~aolhe informasehouveaertooun~ao.

A estrategia geral adotada e, ent~ao, a de levar o

estudante aviveniar umonito entresuas renas e

os resultados da simula~ao que esolheu desenvolver.

Talonito ognitivosemanifestarasemprequesevir

frente a um resultado inesperado, que dira daquele

previstoapartirdesuasonep~oesespont^aneas.

Ape-nas a esolha da simula~ao orreta evitara esse

on-frontoonituoso.

Umasotpiodetrabalhoonsisteemsimularuma

dadasitua~aohabitualmenteenontradaemproblemas

apresentados em livrosdidatios de Fsia. A Fig. 1

mostraumexemplo,daategoriaPlanetas,emqueum

planeta(1),aTerraporexemplo,estarepresentadopela

esfera menor e o Sol (2) pela esfera maior. A

simu-la~aoomeaom oplanetagirando em torno doSol,

seguindoasleisdeKepler.

1

(4)

Aposoplanetahaverexeutadoalgumasvoltasem

torno do Sol, a simula~ao e interrompidae a imagem

e ongelada, omo mostra a Fig. 2, e o estudante e

questionadosobreas forasquegovernamofen^omeno.

Isso lhe permite esolher entre ino op~oes, exibidas

nalateraldireitadaimagem.

Das op~oes disponveis, uma e orretaeas demais

s~ao aquelasdetetadasporpesquisassobre onep~oes

espont^aneas (Viennot, 1979; Driver e Ekison, 1983;

Ogborn, 1985; Gilbert e Zylberztajn, 1985; Peduzzi

e Peduzzi, 1985 a,b; Silveira et al., 1986; Guimar~aes,

1987). Com esse proedimento, visou-se nessa etapa

apresentaraosestudantesosaminhosepistemologios

que eles naturalmente trilhariam ao seguir suas

on-ep~oes espont^aneas. A esolha de uma das op~oes

apresentadas leva o programaa simular o movimento

do planeta de aordo om a lei de fora proposta

pelo estudante. Feitasalgumas repeti~oes, oprograma

prop~oeduas alternativas: oestudante pode prosseguir

omamesmaesolhaouomearumanovasimula~ao,

baseada em outra das op~oes. Estas duas

alternati-vass~aopropostasmesmo noasode umaresposta

orreta.

(5)

III. Sntese dos dois experimentos

iniiais

Ostr^esexperimentos foramrealizadosomo

obje-tivo de analisar omo o uso do programa Prometeus

inuenia a altera~ao das onep~oes espont^aneas de

alunos em nvel universitario basio. Faremos aqui

uma disuss~ao suinta sobre os pressupostos teorios

que nortearam a pesquisa e um relato brevedos dois

experimentosiniialmenterealizados.

Variostrabalhosabordandoonep~oesespont^aneas

s~ao enontrados na literatura, sendo o de Viennot

(1979), realizado om estudantes franeses, um dos

primeiros. Resumidamente,seus prinipaisresultados,

referentes ao oneito de fora e as leis de Newton,

revelaramasseguintesonep~oesespont^aneassobre a

rela~aoentre foraeveloidade:

a) Exist^eniade uma fora intrnseaao orpoem

movimento,queexpliaaperman^eniadeste em

movi-mentoaposserlanado;

b)Proporionalidadeentreforaeveloidade,sendo

que avaria~aoda foraorrespondeavaria~ao da

ve-loidade;

) Indiferenia~aoentre foraeenergiainetia.

Embora as pesquisas tenham disutido

exausti-vamente a forte resist^enia dos estudantes a

aban-donar suasonep~oes espont^aneas, elas tambem t^em

mostradoqueoensinoformal nem sempreesuiente

para queo modeloientosejainorporado a

estru-turaognitivadoindivduo. Muitosestudantes,mesmo

apos terem ursado a disiplina Fsia, geralmente

nos primeiros anos de urso, ontinuam utilizando

seus modelos espont^aneos para expliar fen^omenos

fsios. Issomostra aneessidadede sedesenvolverem

metodologiasde ensino quelevem em onsidera~ao as

ideiaspreviasdosestudantesequepromovama

substi-tui~aodeoneitosespont^aneosporientos.

Umadaspropostasdesenvolvidasomesseobjetivo

e omodelo de mudana oneitual, de Posner (1982).

Segundoesseautor,eneessarioriarsitua~oesquen~ao

possamsersatisfatoriamente expliadaspelosmodelos

espont^aneos, de modo a evideniar um onito

og-nitivo e, a partir das insatisfa~oes assim provoadas,

levaroestudanteaonstruironovooneito. Essas

in-satisfa~oesomomodelodisponvelorrespondemaos

hamados\desequilbrios"na teoriadePiaget (Piaget

eInhelder,1971;Piaget,1975;Piaget1978),queserviu

de base para o trabalho de Posner. De aordo om

Piaget, um indivduo onstroi, atravesda experi^enia

direta om o mundo fsio, esquemas de assimila~ao

aosquais v~ao seinorporandonovasexperi^enias om

o passar do tempo. Quando uma nova situa~ao n~ao

pode ser expliada por esquemas presentes na

estru-turaognitiva,oorreumdesequilbrioquepode levar

assimila~ao, quandouma novaideiae\transformada"

paraadaptar-seaestruturaognitiva,antesdehegara

seinorporaraela. Podetambemoorreraomoda~ao,

quandoosesquemassemodiam e,emonsequ^enia,

aestrutura ognitiva sealtera parainorporaranova

ideia. Ha,ainda,apossibilidadede refuta~ao danova

situa~aopelosujeito,quemanteminalteradasua

estru-turaognitiva.

O modelo de mudana oneitual de Posner tem

por objetivo levar a aomoda~ao de novos oneitos.

Para que isso oorra, porem, o estudante deve

mani-festar insatisfa~ao om rela~ao as onep~oes de que

disp~oe. Alemdisso,onovooneitodeveserinteligvel,

plausvel, prever novos fen^omenos e possibilitaro

de-senvolvimento de novasindaga~oes. Casoontrario, o

estudanten~aosentiraneessidadedemudana.

III.1. Delineamento e resultados do

Ex-perimento I

No primeiro experimento (Gobara et al., 2000), o

programaPrometeusfoitestadoindependentementeda

sequ^eniaformaldeensinodesenvolvidapeloprofessor.

Comessaabordagem,visamosriarnosestudantesum

onito oneitualdamaneiraapontadaporPosner et

al. (1982): umainsatisfa~aoomsuasideiasanteriores

quandoestasperdemseuaraterpreditivo.

De modo ainvestigaraei^enia da estrategia

es-olhidaparaalterarasonep~oesespont^aneasdos

es-tudantes, optamos porumdelineamento experimental

utilizando pre e pos-testes, simboliamente

represen-tadopelodiagrama1(CampbellandStanley,1979):

O 1 O 2 O 3 X O 4

Diagrama1-Delineamentoexperimental.

Neste tipo de diagrama, o tempo ui da esquerda

para adireita,eadalinha mostra asequ^eniade

ob-serva~oes feitas sobre ada grupo. O

1

representa a

primeira observa~ao sobre oprimeiro grupo. Essa

ob-serva~aoe seguida por outra, simbolizada porO

2 . O

smboloX indiaqueapliamos umtratamento ao

se-gundo grupo,eque elesedeu entre aprimeira ea

se-gunda observa~oesdesse grupo(aquisimbolizadaspor

O 3 eO 4 ).

Eimportante salientarqueaobserva~ao

ro-tuladaomoO

1

paraoprimeirogrupoefeita

onomi-tantementeomaobserva~aorotuladaomoO

3 parao

segundogrupo.

Em nosso Experimento I, o grupo de ontrole e

o experimental, ambosom 15 estudantes, provieram

de uma turmaaqual seministravaadisiplinaFsia

Teoria no urso de Engenharia da Universidade

Fe-deral de Mato Grosso do Sul. Essa disiplina obre

onteudos de Me^ania e Termodin^amia. Como em

(6)

aleatoriamente a partir da popula~ao total. Logo, os

grupos de ontrole e experimental, embora formados

poresolhaaleatoriadentrodaturma,ondeaatribui~ao

de um aluno da turma ao grupo de ontrole ou ao

grupoexperimentalfoifeitaporsorteio,n~aosatisfazem

oriteriodeesolhaaleatoriadentrodapopula~ao;da

aneessidadedeumdelineamentodetipoexperimental

ompre-teste(CampbelleStanley,1979).

O programan~ao foi usado no ambiente de sala de

aula omo ferramenta instruional por parte do

pro-fessor. Os estudantes do grupo experimental, porsua

vez, reeberamasseguintesorienta~oessobreousodo

programa:

a) Seu ompareimento ao laboratorio de

om-puta~ao seria opional, e eles o frequentariam em

horariosdiferentesdoshorariosdeaula.

b) Eles teriam livre aesso ao laboratorio de

om-puta~ao.

Tornamos opional o uso do programapelo grupo

experimental por pretendermos veriar uma segunda

quest~ao: se o programa, por si so, seria apaz de

es-timularosestudantesautiliza-loquandon~aohouvesse

obrigatoriedadedefaz^e-lo.

O grupo de ontrole n~ao teve nenhuma intera~ao

om oprogramadurante oexperimento. Nenhum dos

grupostiveraontatoanterioromoprograma. Ambos

os grupostiveramomesmoprofessor.

Opre-teste omp^os-sedetr^esveria~oes

indepen-dentes.

1. Umtesteesritosobreonep~oesespont^aneas;

2. A analise dos esores no exame de Fsia do

vestibular;

3. UmTestedeAssoia~aoNumeriadeConeitos.

Opos-teste,porsuavez,tambemseomp^osdetr^es

veria~oesindependentes:

1. Umteste esrito sobre onep~oes espont^aneas,

masdiferente dopre-teste;

2. A analise de entrevistasrealizadas enquanto os

alunosutilizavamoprograma;

3. UmTestedeAssoia~aoNumeriadeConeitos,

tambemdiferente dopre-teste.

Os resultados obtidos om esses diferentes

instru-mentos, somados aos resultados das entrevistas

re-alizadas om os estudantes do grupo experimental,

mostraram que a estrategia baseada no uso do

pro-grama, mas de forma independente do trabalho em

sala, n~ao se mostrou eaz para modiar as

on-ep~oesespont^aneas. Asentrevistasrevelaram,porem,

que aonana dosestudantes em suasideiasprevias

atenuou-se apos a intera~ao om o programa.

Ape-sar disso, eles n~ao mostraram uma lara modia~ao

dessasrenas em dire~ao as ideias ientas. Ao

es-olherem a op~ao que simulava uma das onep~oes

espont^aneas, eles se surpreendiam e busavam outras

op~oes. Em nenhum momento, expliitamente,

mani-festaramduvidasquanto averaidadedassitua~oes

si-muladas pelo programa. Todos aeitaram a hipotese

deque oprogramaestavaorreto, oque sugere queo

omputadorgeranosestudantesonanaabsoluta.

Asop~oesesolhidasnasdiferentes simula~oes

on-rmaramasonep~oes espont^aneasdesses estudantes

anteriormente detetadas no pre-teste esrito. O

pro-grama, portanto, pode ser usado omo ferramenta de

dete~aodessasonep~oes,emlugardetestesesritos.

Os resultadosdesse primeiro experimento, embora

n~aotenhamonduzidoosestudantes asmudanasque

esperavamos,nos levaram asuporque, seoprograma

fosse inserido no plano de ensino da disiplina omo

umaferramentaregular,sendorespeitadosospreeitos

da estrategia de onito ognitivo, seus efeitos

pode-riamsermaisforteseobservaveis.

III.2. Delineamento e resultados do

Ex-perimento II

Osegundoexperimento (Bonm, 2000) foi

realiza-do levando em onta os objetivos e os resultados do

primeiro. Oprograma Prometeus, neste aso, foi

uti-lizadoomomaterialinstruionalduranteo

desenvolvi-mento do onteudo `Leis de Newton' para os alunos

da disiplina Fsia Geral e Experimental do urso

de Matematia, Lieniatura Plena, no ano 2000, na

mesma institui~ao. Esse grupo era iniialmente

on-stitudopor18estudantes. Nodeorrerdasatividades,

alguns deles desistiram da disiplina e ate mesmo do

urso, o que e omum em ursos da area de Exatas.

Apenas 11estudantesonluramadisiplina.

A impossibilidade dedividir o grupo esolhido em

doissubgruposfezomqueexeutassemosum

delinea-mento pre-experimental,apenas om pre epos-testes,

representado pelo diagrama 2 (Campbell e Stanley,

1979),ou seja, um delineamento que inluiu apenas o

grupoexperimental. .

O

1

X O

2

Diagrama2-Delineamentopre-experimental

Adotou-se omo metodologia de pesquisa a

(7)

7

Pós-teste

Pré-teste

Formalização do

conteúdo

Teste

intermediário

Uso

individual do

programa

Discussão

em grupo

Diagrama3{MetodologiadoExperimentoII

A primeira atividade realizada no

desenvolvi-mento desta pesquisa foi a aplia~ao de um pre-teste

(7/4/2000) para identiar as onep~oes do grupo.

Em seguida, o onteudo `Leis de Newton' foi

intro-duzido eformalizado durante asaulas. Apos essa

for-maliza~ao, osestudantes zeramo testeintermediario

(30/5/2000),ujo objetivoeraveriar sealguma

mu-dana havia oorridoapenas omo estudo formal das

leisdeNewton.

Na aula seguinte ao teste intermediario, oorreu a

primeiraintera~ao,individualeobrigatoria,omo

pro-grama Prometeus. Nessa oportunidade, foi sugerido

aosestudantesquevoltassemautilizaroprogramaem

novas intera~oes. Apos a primeira intera~ao, houve

uma disuss~ao em sala de aula, no mesmo dia, sobre

assitua~oes proporionadaspelo programa,para

veri-arseestehavialevadoosestudantesapereberem

in-satisfa~oesomrela~aoasuasonep~oesespont^aneas.

Aposumintervalodeumm^esealgunsdias,foiapliado

opos-teste(11/7/2000).

A analise dos testes da amostra onsiderada (8

alunos que partiiparam dos tr^estestes) onsistiu em

omparar qualitativamente as respostas apresentadas

no pre-teste (doqual partiiparam 16 alunos que n~ao

haviamaindainteragidoomoprograma),asrespostas

do teste intermediario (11 alunos que haviam

partii-padodasaulassobreoonteudo`LeisdeNewton')eas

respostasdopos-teste (12alunosquehaviam

interagi-doomoprograma). Tambemfezpartedaanaliseuma

entrevistarealizadaomoprofessordadisiplina.

Analisandoopre-teste apliadoaosestudantes,

ve-riamos que as onep~oes mais frequentes para o

grupode 8alunosonsideradoforamas mesmas

suge-ridaspelotrabalhopioneirode Viennot(1979). Todos

os estudantes se revelaram possuidores de onep~oes

espont^aneas exaustivamente repertoriadas pela

litera-turajaitada.

Nas subse~oes seguintes, ser~ao apresentados os

re-sultados das analises de ada teste, relatando-se as

possveis mudanas nos modelos espont^aneos dos

es-tudantes, bem omo sua perman^enia e resist^enia a

III.2.1 Resultados do pre-teste e doteste

inter-mediario

A analise do pre-teste dos estudantes que

partii-paramdoExperimentoIInosonrmou,omojaera

es-perado,queasonep~oesapresentadasporessegrupo

eramasmesmasapontadaspelotrabalhodeViennot.

No teste intermediario, n~ao foram onstatadas

altera~oes signiativas nas onep~oes espont^aneas

desses estudantes. Eles ontinuaram apresentando a

ideiadequeaforaeapliadanadire~aodomovimento.

Eoquemostramsuasrespostasaquest~ao1desseteste,

aqualtratavadeumapedralanada horizontalmente.

Todasasrespostasenvolveramduasforas: uma

hori-zontal,quefazoorpoirparaafrente,eoutravertial,

que fazoorpoair. A analise do teste intermediario

nosonrmouqueoensinoformalofereidoaposopr

e-teste n~ao foi suiente para levar esses estudantes a

abandonarseusmodelosespont^aneos,servindotambem

paranosertiarmosdequen~aohaviamoorrido

mu-danasantesdepassarmosaotratamentoexperimental

queseseguiria: autiliza~aodoprogramaPrometeus.

III.2.2 Analise da intera~ao dos alunos om o

programa Prometeus

Aposaprimeiraintera~aoomoprograma,os

estu-dantestiveramaessolivreaele |inluindoinentivo

a seu uso | ate o pos-teste ser apliado. Os dados

armazenados no proprio programa revelaram, porem,

que as intera~oes foram pouas, n~ao orrespondendo

a nossas expetativas, o que interpretamos omo um

desinteressedessesestudantespelo programa.

Aposaprimeiraintera~ao,oorreuadisuss~aoom

o grupo. Nela, analisaram-se as situa~oes do

pro-grama, as quais foram disutidas uma por uma, no

quadro-negro, om os estudantes. Segundo a

profes-sora responsavel pela disiplina e pela exeu~ao da

metodologiaadotada,duranteadisuss~aoosestudantes

n~ao mostraram estar insatisfeitos om seus modelos

espont^aneos. Aolongodessadisuss~ao,segundoa

(8)

III.2.3 Analisee resultados dopos-teste

O pos-teste foi onstitudo de 11 quest~oes de

multiplaesolhaapliadasapososestudantesterem

in-teragido omoprogramaPrometeus edisutidosobre

as situa~oesdoprogramaomoprofessor. Oobjetivo

desse teste foi veriar aoorr^eniade altera~oes das

onep~oes apresentadas no pre-teste e no teste

inter-mediario.

Nasquest~oes 1a4soliitava-seaos estudantes que

assinalassem a alternativa que representava as foras

queestavamagindosobreoorpoem movimento.

Aquest~ao1tratavadeuma bola desinuaque, ao

reeber uma taada de um jogador, movia-se sobre a

mesa em dire~ao aaapa. Comexe~ao deum

estu-dante,todosassinalaramalternativasqueapresentavam

umaforanadire~aodomovimentodabola,revelando,

assim,aperman^eniadeummodeloespont^aneo.

Aquest~ao2tratavadeumblooqueerajogadode

baixo para ima ao longo de um plano inlinado liso.

(A guranoteste representavaoorposubindo.) N~ao

houve aertos nessa quest~ao. Dois estudantes,

entre-tanto, onsideraram uma fora agindo na dire~ao do

plano, embora em sentidoontrario ao do movimento

do bloo. O restante do grupo onsiderou uma fora

na dire~aodoplano eagindo sobre obloo no mesmo

sentidodomovimento(\puxando-oparaima").

Na quest~ao 3, que tratava de uma pedra lanada

horizontalmentedajaneladeumedifio,enaquest~ao

4,referenteatrajetoriaparaboliadeumabolalanada

porumjogadordegolfe,oorreuumgrandenumerode

aertos. Aquest~ao3dopos-testeeaquest~ao1doteste

intermediarioeramid^entias. Aoveriarmoso

desem-penhodosestudantesemambosostestes,onstatamos

uma melhorasigniativa nonumero de aertos,

pas-sandodezerono testeintermediario para seisnop

os-teste. Esseresultadonospareeuindiar queesses

es-tudantes, ao interagiremomoprograma,teriam sido

inueniados a ponto de questionar e reavaliar as

re-spostasdessas quest~oes, visto queoprograma

Prome-teus ofereeumasitua~aosemelhanteasquest~oes3e4

dopos-teste. Trata-se da situa~ao em que um garoto

daumsaquenumaboladev^olei,sendoaimagem

on-geladaaposabolaatravessararede(Figura3). O

pro-gramapedeent~aoqueoestudanteesolhaaalternativa

queapresentaasforasqueatuamnessasitua~ao.

A analise dasdemais quest~oes do pos-teste,

entre-tanto,revelouafortepresenade onep~oesja

obser-vadas no pre-teste e no teste intermediario. Os

estu-dantes ontinuavamassoiando aumento de foraom

aumento develoidade.

No geral, veriamos que os estudantes n~ao

ob-tiveram bons desempenhos. A analise dos testes

mostrou que nem o ensino formal nem o

pro-grama Prometeus foram, no espao de tempo

obser-vado,potenialmente eazes para alteraros modelos

espont^aneos da maioria dos estudantes dogrupo

on-siderado.

(9)

A esse resultado soma-se a desmotiva~ao

manifes-tadaporessesestudantesemrela~aoadisiplinaFsia

Geral e Experimental, ja que se tratava de alunos de

um urso de Matematia. Entretanto, de aordo om

a professoraresponsavel pela disiplina, oomentario

que se ouviu dos estudantes foi o seguinte: \O

pro-grama serviuparanosmostrarquen~aosabemosasleis

de Newton, omo pensavamos saber." Essa arma~ao

podeseranalisadasobdoisaspetos: umqueonrma

oresultadoobservadono Experimento I,emrela~ao a

onanaabsolutanoprograma,eoutroqueesta

rela-ionadoaopapelauto-avaliativodoprograma,

eviden-iadonosomentariosespont^aneosdosestudantes.

Essesresultados,emboran~aotenhamonduzidoao

objetivomaior,queeraodeprovoarumaaltera~aodas

onep~oes desses estudantes, revelaram algumas

mu-danas em seuomportamento em ompara~aoom o

primeiroexperimento, guardadasaslimita~oes

ompa-rativasentreosexperimentos. Restavaaindainvestigar

outrashipotesesquen~aotinham sidoesgotadasnesses

doisexperimentos: a intensia~aodasdisuss~oes,

en-treestudanteseprofessor,dassitua~oespropostaspelo

Prometeus eamotiva~aopelo assunto.

IV. Metodologia e

desenvolvi-mento do Experimento III

Comoontinuidadeanossotrabalho, paraveriar

se o programa Prometeus poderia ontribuir na

al-tera~aodeonep~oesespont^aneasdosestudantes,

im-plementamosumnovoexperimentoomuma

metodolo-giasemelhanteadoExperimentoII,emboraparauma

amostra experimental diferente, visto que, neste aso,

estavamos interessados em veriar oaspeto

motiva-ional do onteudo do programa (Bonm e Gobara,

2001). Ogrupoesolhidofoi uma turmadealunos do

urso deBahareladoemFsia,2001, onstitudapor

alourosealunosquehaviamsidoreprovadosna

disi-plina Me^aniaeTermodin^amia F.

O delineamento utilizado para o desenvolvimento

do Experimento III foi o mesmo utilizado no

Experi-mentoII,ouseja,apenasomumgrupoexperimental.

Adiferenaentre asmetodologiaseque,nestetereiro

e ultimo experimento, os estudantes interagiramuma

uniavezomoprograma. N~aofoiapliadoteste

inter-mediario,mas intensiou-seadisuss~aodassitua~oes

apresentadasnoprograma. Essaesolhaderivoudos

re-sultados daspesquisas anteriores(Gobara etal.,2000;

Bonm,2000). Odiagrama4apresentaametodologia

dapesquisadesenvolvidanesteexperimento nal.

Primeiramentefoiapliadoopre-teste(10/4/2001)

e, em seguida, foi ministrado todo o onteudo `Leis

de Newton'. Apos a formaliza~ao do onteudo, os

estudantes interagiram om o programa Prometeus,

seguindo-se ent~ao a disuss~ao em grupodas situa~oes

apresentadas pelo programa. A ultima atividade da

sequ^eniafoiaaplia~aodopos-teste(1/6/2001),sendo

que no perodo entre a intera~ao om oprogramae o

pos-teste os estudantes realizarama provanormal do

ursosobreoonteudodeDin^amia.

Pré-teste

Formalização do

conteúdo

Interação com

o programa

Pós-teste

Prova normal

do curso

Discussão

em

grupo

Diagrama4-MetodologiadapesquisadoexperimentoIII.

Do grupo iniial, 26 estudantes realizaram o pr

e-teste,21realizaramopos-testee21interagiramomo

programa. Como nosso riteriofoi inluirna amostra

nal apenas osestudantes que houvessempartiipado

dastr^esatividades,pudemosanalisarsomenteostestes

de14estudantes.

Opre-testefoielaboradoom6quest~oesdemultipla

esolha,asquaisjahaviamsidoutilizadas noteste

in-termediarioparaogrupodeestudantesdeMatematia.

Alemdeesolheremumaalternativa,osestudantes

de-veriam,destavez,justia-la.

As mesmas onep~oes observadas no pre-teste do

grupodeMatematiaforamidentiadasparaogrupo

JustiativadoestudanteSAparaaquest~aoemque

umapedraeralanadahorizontalmente: \Existemduas

foras agindo sobre a pedra, uma horizontal, que fez

om que a pedra fosse lanada para fora da janela, e

outra vertial para baixo, atraindopara osolo".

(Con-ep~aoA.)

JustiativadoestudanteDEparaaquest~aoemque

um garoto empurrava uma aixa: \(...) pois a fora

apliadaeumpouomaiorqueaforadeatrito,logo a

veloidadevaiseronstanteetambempequena".

(Con-ep~aoB.)

Nopos-teste, queonteve as quest~oes jautilizadas

(10)

mu-teste, sobre o garoto empurrando a aixa, justiou

desse modo sua esolha de uma alternativa baseada

emonep~aoespont^anea: \Seafora diminuir oma

a~ao de uma fora externa ontraria aela, sua

veloi-dade tambem diminuiria". Jano pos-teste, para uma

quest~ao sobre um elevador, que explora uma situa~ao

fsia semelhante a da quest~ao sobre a aixa, o

estu-dante assim justiou sua esolha da alternativa

or-reta: \Mesmoqueaforaapliadapelomotordiminua,

ontinuasendomaiorqueopeso,ent~aoexisteuma

ae-lera~ao eaveloidade aumenta".

Aanalisedopos-testemostroutambemqueomaior

numerodeerrosoorreunas quest~oes5e6,referentes

aomotorexerendoforasobre oelevadoreque

abor-damaonep~aodeforaproporionalaveloidade.

Na Tabela 1, ompara-se o desempenho dos

estu-dantesemambosostestes: (S=sim,presenade

on-ep~oes, e N = n~ao, aus^enia de onep~oes).

Con-lumos, om a analise dos testes, que todos os

estu-dantes aqueseatribuiu \S"nessatabela ontinuavam

apresentando a onep~ao B. Os estudantes AL, DE,

ROeVIforamosunios queontinuaramapresentando

tambemaonep~aoA.

Aluno Acertos

Concepções

Pré-teste Pós-teste Pré-teste Pós-teste

AF 6 7 N N

AL 0 3 S S

AP 1 7 S N

CL 2 7 S N

DA 1 7 S N

DE 0 0 S S

GE 1 6 S S

HA 1 5 S S

KE 1 3 S S

RA 0 7 S N

RO 1 3 S S

SA 0 7 S S

VI 0 2 S S

YA 0 4 S S

Tabela1.Tabelaomparativadedesempenhodosestudantes.

O que a Tabela 1 mostra e que amaioria dos

es-tudantes evoluiudopre-testepara opos-teste,oquee

revelado pelos numeros de aertos nas quest~oes. As

exe~oes, omo pode ser visto, foram os estudantes

DE,quen~aoapresentounenhuma evolu~ao,eAF, que

n~aoapresentouonep~oesespont^aneasemnenhumdos

testes.

Nadisuss~aoomessegrupodeFsia,assitua~oes

do programa foram apresentadas utilizando-se um

datashow. De aordo om a professora 22

, o

ompor-tamento dos estudantes de Fsia foi muito diferente

daqueledosdeMatematia.

Segundo a professora, os estudantes mostraram-se

animadosjanaatividadedeintera~aoomoPrometeus,

inlusive fazendo disputas para ver quem onseguiria

aertar as quest~oes om o menor numero de

tentati-vas. Nafasededisuss~aoemsaladeaulaelestambem

semostrarammaispartiipativos,fazendoperguntase

tambemdebatendounsomosoutros.

Essa diferena de omportamento em rela~ao a

turma de Matematia pode ser expliada

prinipal-mentepelointeressedosestudantesdeFsiapela

disi-plinaepeloonteudo`LeisdeNewton'. Osintegrantes

desse grupo,segundoaprofessora,tiverammaior

inte-ressenaatividadedeintera~aoomoprograma,sendo

que alguns deles manifestaram vontade de mostra-lo

paraolegasquen~aoursavamFsia,amde\test

a-los". Elarevelouaindaque,omparando-seasturmas

experimentaisdeMatematiaedeFsia,aprimeirase

mostroumais apatiaepassivaduranteaexeu~aodo

programaeprinipalmentenadisuss~aoemgrupo.

Em onjunto, osresultados obtidos da analise dos

testes sugerem que a nova metodologia adotada,

so-madaamotiva~aodosestudantesdeFsia,ontribuiu

paraobomdesempenho obtidono pos-teste, em

om-para~aoomasonep~oesapresentadasnopre-teste.

V. Conlus~oes

Sabe-se que, a partir da intera~ao om o mundo

fsio,aspessoas,epartiularmenteosestudantes,

ons-troem os hamados modelos espont^aneos, e os p~oem

ent~aoemusoparaexpliarosfen^omenosobservadosno

dia-a-dia. Taismodelos,omonossa pesquisa tambem

onrmou, diilmente se alteram atraves da simples

exposi~aodosestudantesaonteudosientos.

Asprinipais onep~oesespont^aneasemMe^ania

apontadas na literatura foram identiadas nos pr

e-22

(11)

testes dos tr^es experimentos. A intera~ao dos

estu-dantes omoprogramarevelou-sepotenialmente util

paradetetaressasonep~oes.

Cabe aqui reforarmos que oobjetivo prinipal de

nossapesquisan~aofoitestaraqualidadedoprograma

Prometeus,masidentiarsuaspossveisinu^eniasna

altera~aodeonep~oesespont^aneasquandoinseridono

desenvolvimentodo onteudode uma disiplina.

Nos-sos resultados mostraram queuma estrategia baseada

apenas na intera~ao isolada do estudante om o

pro-graman~aoea maisadequada, omo revelouaanalise

dostestesdoExperimentoI.

No segundoexperimento, aprimeira intera~ao dos

estudantes omoprogramaPrometeus oorreuaposo

testeintermediario,quandojahaviamestudadotodoo

onteudo`LeisdeNewton'. Foi-lhessugeridoque,alem

daprimeiraintera~aoobrigatoria,retornassemao

labo-ratorio para utilizar o programa outras vezes. Nossa

expetativa, ao inserirmos o programa no

desenvolvi-mentodoonteudodamaneiraomoozemos,eraque

os estudantes viessem a utiliza-lo varias vezes, lev

an-tando quest~oes que,pouoapouo, pudessem leva-los

a substituir seus modelos espont^aneos pelo iento.

Como visto na analise da intera~ao dos alunos om o

programa,afaltadeinteresseeaten~aonessaatividade

foi umfatorqueontribuiudesfavoravelmentepara os

resultadosobtidosaonaldessaetapadotrabalho.

Outro fator queontribuiu paratais resultados

in-satisfatorios foi a falta de motiva~ao dos estudantes

quantoadisiplinaFsiaGeraleExperimental,oque

talvez se deva ao fato de serem alunos do urso de

Matematia. Emdeorr^enia dessesresultados,

desen-volvemos uma nova estrategia que apresentava

seme-lhanas aque forautilizadaomesses estudantes. Os

resultados obtidos para essa nova amostra foram

sa-tisfatorios,mesmotendooorridouma uniaintera~ao

om o programa. Esse resultado pode ser atribudo,

neste aso,aointeressedosestudantespelo programa,

oqueosmotivouasedediaremasatividades e,

prin-ipalmente,apartiiparemenergiamentedadisuss~ao

das situa~oes. Essadisuss~ao foi onsideradaporesse

grupo omo uma das atividades mais importantes, e

mostrou-sefundamental para queogrupopudesse

es-gotar asinsatisfa~oesprovoadaspelassitua~oes

apre-sentadas pelo programa. Neste aso, uma unia

in-tera~ao,masompossibilidadedevariastentativas,foi

suiente para o bom desempenho veriado no p

os-teste.

As estrategiasquedesenvolvemosutilizando o

pro-gramaPrometeus,omoobjetivodelevarosestudantes

a alterar seus modelos espont^aneos, substituindo-os

por modelos ientos, podem servir de refer^enia

para professores que queiram trabalhar as onep~oes

espont^aneasdeseusestudantes. Assitua~oespropostas

por esse programa n~ao se esgotam apenas nas

simu-la~oesrealizadaspelosestudantes. Comoos

experimen-trategias adequadas, as quais devem ser busadasem

fun~ao das araterstias de ada grupo, de modo a

permitirqueasonep~oesespont^aneas,alemdeterem

sua exist^enia reonheida,sejam adequadamente

tra-balhadas, mesmo que se mostrem muito resistentes a

mudanas.

Copias doprogramaPrometeus podemser

adquiri-das em http://www.d.et.ufms.br ou entrando em

ontato,viae-mail,omosautores.

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Imagem

Figura 1. Simula ~ ao do movimento de um planeta em torno do Sol.
Figura 3. Tela do Prometeus em situa ~ ao da ategoria V^ olei.
Tabela 1. Tabela omparativa de desempenho dos estudantes.

Referências

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