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Sociodrama com estudantes de enfermagem de saúde pública.

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Academic year: 2017

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ARTIGO CIENTIFICO

SOCIODRAMA COM ESTU DANTES DE ENFERMAGEM DE SAÚ D E PÚ BLICA

Maria Hel ena Pessi n i de Ol ivei ra" Edna Paciência",

Flávio Fortes D 'Andrea3

OLIVEIRA, M. H. P. de et alii Sociodrama com estudantes de enfermagem a Saúde Pública. Rev.

Bras. Enl., Brasilia, 37( 1 ) : 44-49, 194.

RESUMO. O presente estudo expõe uma experiência com um grupo de estudantes do quarto ano de enfermaQem, Habilitação em Saúde Pública da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto­ USP, no qual por meib da técnica do sociodra ma, procurou-se identificar as necessidades e conflitos mais freqüentes vivenciados por este grupo. Foram realizados dois grupos: grupo expe­ rimentai (sociodrama) e grupo controle (verbal). Como resultado constatou-se ser o sociodrama uma técnica facilitadora da expressão de emoções suprimidas ou recalcadas, enquanto o grupo verbal tendeu a intelectualizações. Em ambos os grupos evidenciaram-se importantes temas liga­ dos i problemática desta população, neste estágio de formação, caracterizando-a como uma população de alto risco portanto sujeita a estados de crise e conseqüentes desequi l íbrios emo­ cionais.

ABSTRACT. The authors present a experiment fulfiled with nursing fourth grade students in Public Health Habilitation. The technique used was the 'sociodrama through which they proposed to identify the needs and conflicts often shown by this group of university s!udents. The popu­ lation of 333 students were divided in two groups : experimental (sociodrama) and control (ver­ bal). The results showed sociodrama confirmed as a facilitating technique for cathartic expression of suppressed or repressed emotions. The verbal group tended to intelectualizations. In both groups important themes about the problems of this population were atested. This population, because of its conflicts, may be defined as a high risk population and therefor threatened by crises and consequent emotional disturbances

INTRODUÇAO

A motivação básica para a elaboração do trabalho que ora apresentamos surgiu de as­ pectos observados na vivênCia com estudan­ tes. No cotidiano das atividades docentes, exercidas na fomação de enfermeiros, temos observado um significativo grau de insatisfa­ ção, tensão, insegurança e mesmo reações

agressivas frente aos programas de ensino e, por extensão, aos professores. A maneira libe­ ral pela qual tem sido ministrada a disCiplina de Saúde Pública na Escola de Enfermage.m de Ribeirão Preto - USP, principalmente pelo uso das técnicas de discussão em pequenos grupos, tem propiCiado a livre expressão de sentimentos e opiniões por parte dos àlunos. Estes sentimentos e idéias são manifestados

1 . Professor Assistente do Deoartamentn de Enfe.gem Geral e Especializada a Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP. COREn-SP 88.

2. Professor Assistente do Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Hs da Escola de Enfermagem de Ribeirão Pret-USP, COREn 265.

3. rofessor Adjunto do Deparmeno de Neuropsiquiatria e Psicologia Médica a ule de Mi­

a de io e-UP.

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por una confusa preocupação com tenas con­ flitivos, onde os tenas da disciplina confun­ dem-se com influências s6cio-econômicas e políticas originadas de vivência dos estudantes que saem em campo e sentem-se impotentes para resolver problemas de ordem social. Tal fato produz um deslocamento de hostilidade para os programas de ensino, os quais julgam não corresponder às suas necessidades, esta­ belecendo-se assim um "jogo político" de oni­ potência - incompetência, envolvendo profes­ sores e estudantes. Estes criticam aqueles por não lhes darem subsídios para enfrentar os pro­ blemas que se lhes apresentam. Os estudantes são criticados por não se motivarem suficien­ temente nos temas de saúde e dispersarem-se em envolvimentos com temas paralelos. � cla­ ro que não se pretende minimizar as inter-re­ lações entre saúde social e sistema social, mas as reações dos estudantes parecem traduzir-se muito mais em problemas psicol6gicos de quem se encontra em fase de transição.

Sabedores de que toda a observação hu­ mana está envolta em natural subjetividade e que observador e observado acabam por se confundir, não quizemos discursar sobre o problema sem antes procurarmos diminuir, à medida do possível, o grau de subjetividade. Entre os métodos de objetivação da observa­ ção encontramos no sociodrama, a forma ideal para abordagem sistematizada da problemática descrita, principalmente pelo fato dos estudan­ tes já estarem acostumados com trabalhos em grupo. A literatura tem mostrado em diferen­ tes níveis, a vantagem desta técnica na abor­ dagem de problemas de universitários e estu­ dantes em geral.

Em trabalhos realizados com estudantes -de medicina e estudantes de enfermagem, usando técnicas dramáticas, um dos autores1 deste tra­ balho constatou que, basicamente, o estudan­ te universitário vive uma "crise de identidade" que se traduz por conflitos em várias áreas, mas especificamente relacionadas com a decep­ ção e frustração frente à própria profissão es­ colhida. Isto quer dizer que o grupo de estu­ dantes fica aflito e desorientado diante das contradições da pr6pria sociedade e cultura, onde estão inseridos.

HINSIE E CAMPBELV definem a "crise de identidade como um conflito entre os pa­ péis sociais percebidos pelo indivíduo; a perda do sentido de identidade pessoal e a continui­ dade histórica ou uma incapacidade para acei­ tar ou adotar o papel que a pessoa acredita que a sociedade espera dela. A crise de iden­ tidade é freqüente na adolescência e, ao

apa-recer é causada por una combinação do au­ mento repentino da intensidade dos impulsos com súbitas mudanças do papel social, edu­ cativo e vocacional esperado pela sociedade".

O método sociodramático tem por um dos seus objetivos colocar em ação em laboratório, estes sentimentos e emoções e buscar caminhos menos conflitivos para a abordagem das con­ tradições sociais. MOREN03, seu criador, de­ fite sociodrama "como um método de pesqui­ sa ativo e aprofundado das relações que se for­ mam entre gupos e das ideologias coletivas. Usando técnicas dramáticas à maneira de um jogo teatral improvisado, o sociodrama realiza seus objetivos no grupo. O grupo é a perso­ nagem principal que se organiza através dos papéis sociais e modelos culturais de que sãO' portadores os indivíduos participantes. Estes indivíduos em interação apresentam e repre­ sentam seus problemas comuns. A função do sociodrama é elaborar métodos de ação em que se trabalha com instrumentos representà­ tivos de uma dada cultura em vez de simples indivíduos. Sua finalidade é resolver proble­ mas de grupo fornecendo meios para uma ca­ tarse social . . . ".

O sociodrama, assim, pode simultaneamen­ te explorar e propor situações para conflitos internacionais entre setores amelos, por exem­ plo, educação x política, setores menores, co­ mo professor x alunos; entre valores sociais e culturais e mesmo entre sintomas coletivos.

Este trabalho pretendeu estudar aspectos da "crise de identidade" de uma classe de alu­ nos çursando o quarto ano de Enfermagem, Habilitação em Saúde Pública, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, usando como instrumento o sociodrama. A premissa básica seria os alunos discutirem problemas de Saú­ de Pública, suas dificuldades encontradas nos estágios, os quais supúnhamos referirem-se ao relacionamento enfermeira x paciente, enfer­ meira x equipe, enfermeira x comunidade. Os autores dividiram-se nas seguintes funções: 1 . Coordenador dos grupos : Enfermeira psi­

quiátrica com treinamento psicodramático. 2 . Observador participante: Enfermeira de Saúde Pública, responsável pela disciplina. 3 . Supervisor: Psiquiatra. Teve como função, discutir com os demaIS autores, dificulda­ des técnicas e analisar aspectos do binô­ mio subjetividade-objetividade.

PROCEDIM ENTO

Trinta e três alunos, cursando a disciplina de Saúde Pública, foram divididos em dois grupos: "experimental" e "controle"; o

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meiro composto de 22 alunos e o segundo de onze.

Grupo experimental (sociodrama) - Fo­ ram realizadas sete sessões de sociodrama de uma hora e meia de duração, obecedendo ao seguinte esquema operacional: 1. aquec

mento _ 20 minutos; 2. dramatização -40 mmutos; 3. comentários e conclusões - 30 minutos. No período de aquecimento, os estudantes eram convidados a interagir, trocando idéias até o aparecimento de um tema de interesse comum. Este tema era em seguida dramati­ zado, num espaço cênico onde se vivenciavam os papéis e subpapéis pertinentes ao tema. Por exemplo, se o tema fosse um incêndio, obvia­ mente teriam que aparecer determinados pa­ péis : vítimas, bombeiros, médicos, enfermei­ ras,' curiosos etc. Da situação "caótica" sur­ giria o principal setor interacional de interesse da enfermagem. Após a dramatização o grupo discutia as emoções vividas, as contradições percebidas e as respostas estereotipadas ou renovadoras das situações.

Grupo controle (verbal) - Foram reali­ zadas cinco sessões de uma hora e meia de duração de interação verbal, obedecendo ao seguinte esquema operacional: 1 . comunica­ ção verbal livre - 1 hora; 2. comentários e conclusões - 30 minutos.

Todas as sessões de grupo foram transcri­ tas e sistematicamente supervisionadas. O grupo controle teve por objetivo ser um ponto de referência comparativo, uma vez que as técnicas dramáticas não são habituais em nos­ so meio.

RESULTADOS

Os Quadros 1 e 2 apresentam os principais dados obtidos, respectivamente, no grupo ex­ perimentaI e no grupo controle.

ANALISE DOS RESULTADOS

Comparando-se os resultados obtidos no grupo de sociodrama e no grupo de controle, observamos significativas diferenças.

No grupo de sociodrama houve uma se­ qüência "natural" de temas onde os aspectos interacionais tomaram adequadamente seu lu­ gar. Os temas foram apresentados por ordem de importância tendendo a uma evolução "pa­ ra o alto" (elevação de propósitos à medida que os insights iam ocorrendo e as reações p6s-insight dirigiram-se da fuga para a luta),

mostrando a capacidade de elaboração ideati­ va por parte dos membros do grupo.

?

s as­ pectos principais abordados foram relativos à própria profissão e habilitação escolhida; suas dificuldades pragmáticas e os conflitos de pa­ péis e interpessoais advieram das dificu

da

_des universais encontradas em todas as proflssoes, ocorrendo dentro de um dado sistema cultural. O resultado global pode ser sintetizado numa experiência de correção emocional, onde os aspectos catárticos e introspectivos se mescla­ ram, levando à tendência à reconstrução e re­ paração, com reforço a sentimentos positivos frente ao futuro. A ansiedade paranóide foi mínima e o grupo se manteve coeso.

No grupo controle, os temas apresentaram­ se confusos e envoltos em prejudiciais tensões. Como as interações não eram dramatizadas, reforçaram-se as tendências defensivas de coarctação, aumentando a ansiedade. Não houve desenvolvimento de insight e as rea­ ções tiveram características de acting-out. Os aspectos principais referiram-se a conflitos en­ tre áreas profissionais, principalmente à com­ petição entre enfermeiros e assistentes sociais no campo da Saúde Pública, às dificuldades em reagir frente às pressões sociais e institu­ cionais. O resultado global pode ser sinteti­ zado como uma experiência de frustração, onde predominaram a confusão entre fantasia e realidade, levando ao reforço da ansiedade persecutória e pessimismo, quanto ao futuro. O grupo tendeu à não coesão.

As diferenças entre os dois gupos, em nosso entender, deveram-se predominantemen­ te às diferentes técnicas utilizadas. No grupo de sociodrama, houve uma perfeita integra­ ção entre tempo, espaço e realidade. O con­ vite era para a ação e a experimentação de confrontos, incentivando-se os jogos de espe­ lho e inversão de papéis. O coordenador foi elemento integrante no grupo. O maior nú­ mero de participantes também foi uma con­ dição favorável.

No grupo controle, a técnica aproximava­ se da ortodoxia analítica, isto é, valorização da comunicação verbal, posição neutra do coordenador. O menor número de participan­ tes e de sessões também teve importância.

Reforçando a idéia de que. a curto prazo, a técnica sociodramática é mais eficaz, temos que considerar resultados adicionais, tais co­ mo: os e�tudantes do grupo sociodrama esta­ beleceram, a partir da experiência, um melhor relacionamento entre colegas e com os pro­ fessores, mostraram maior rendimento escolar e não apresentaram intercorrências. Os do

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a

I

i

-'

...

i

)

i

Sesso Temas

predominantes

Motivos e conflitos

1 motivacionais na

es-coha da profissão

Vocação e livre

arbi-2 trio

Relação

professor-aluno

3

Relação entre colegas 4

Amizade e amor 5

6 Relação aluno e

ins-tituição

Avaliação da experi-ência sociodramática 7

----QUADRO 1 . Principais dados obtidos no grupo experimental (sociodrama).

N .· de

patici- Insights

Interações pentes na Emoções e defesas principais

dramati-zação

Aluno x aluno I nsatisfação O enfermeiro

sente-Aluno x instituição 4 Frustração se impotente frente

Aluno x paciente Revolta a miséria social

Aluno x aluno 6 Ansiedade A liberdade de ação

Aluno x instituição Desilusão é obstaculisada

pe-Apatia las normas do

siste-ma

Aluno x professor I nsegurança Não resolução do

Desconfiança conflito com

autori-Medo dade leva ao medo

1 1 Sentimento da liberdade de abandono

Sentimento de manipulação

Aluno x aluno Insegurança A competição.

ciú-Aluno x paciente 1 5 Pessimismo mes. inveja. reforçan-Apatia do a desunião da

classe

Aluno x professor Afetividade O enfermeiro é antes

Aluno x aluno 14 de tudo um ser

hu-Indivíduo x si próprio mano

Aluno x rofessor 1 6 Ambivalência A enfermagem é uma

profissão. não uma opção de vida

Aluno x professor Ansiedade Os grupos de vivên·

Aluno x aluno 22 de separação cias sociodramáticas

Aluno x instituição Reparação são impotantes para

integração dos alunos

Reações

ós-insight Opção

Catarse

Fuga

Depressão e crítica

ao sistema Fuga

Catarse

Fuga

Tentativa de

recons-trução e integração Luta

Proposta para se

au-mentar o número de Luta sessões de

sociodra-ma

O grupo organiza um

jantar e convida os Llta coordenadores

O grupo sugere que

experiências como

(5)

t I

l

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.. '

...

...

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QUADRO 2. Principais dados obtidos no grupo controle (verbal).

N.· de

Temas patici- Inalghs

Sessão predominantes I nterações pantes na Emoções e defesas principais

dramati-zação

Conflitos de papéis e Enfermeiro x assis- Orgulho ferido Não houve

conflitos com tente social Sentimento de

Inferi-1 .' outros profissionais Aluno x instituição 1 1 ridade

Raiva Desânimo

O mesmo tema Enfermeiro x assis- Ansiedade Não ve

2.' anterior tente social 8 I nsegurança

Aluno x instituição Sentimento de inveja

Aluno x aluno Ambivalência

Conflito com Aluno x instituição Insatisfação Não houve

3.' autoridade Aluno x paci.ente 8 Insegurança

Conflito vocacional Indivíduo e si próprio Medo

Revolta

Expectativa da Aluno x professor Ansiedade O estudante de

sociedade em relação Insegurança enfermagem frutra-se

ao enfermeiro Sentimento nas expectativas

4.'· 9 de incapacidade idealizadas que tem

Sentimento de si mesmo

de abandono

Controle do compor- Aluno x professor I nsegurança Não houve

5.' tamento pelo sistema Aluno x instituição 7 Desconfiança Ansiedade persecu-tória

• Não havendo inaight as reações póe-inaight devem ser entendidas como actl.

Reações·

póe-Inalght Opção ou actlng-out

Queixas e reclama-ções

-Trocar de lugar com a assistente social -Pilhérias

Acusações ao sistema

-Tensão

Desejo manifesto de deixar a profissão

Fuga

O grupo "psicotisa"

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-grupo controle, dispersaram-se, passaram a enxergar-se como reforço negativo, uma vez que tinham fracassado, mas apegaram-se aos professores pedindo ajuda individual, em certo sentido reforçando o esquema patenalista que tanto criticam.

Terminada a experiência, todos os estudan­ tes receberam atenção especial e puderam ser protegidos de qualquer fixaçãq negativa. Isto quer dizer que a busca de insight e elaboração continuou para ambos os grupos ap6s a expe­ riência.

COMENTÁRIOS E CONCLUSOES

Além dos comentários sobre os aspectos metodol6gicos já expressos na análise dos re­ sultados, cabe ainda discutir alguns aspectos temáticos.

Um dos temas discutidos em ambos 8

grupos diz respeito à opção pela habilitação em Saúde Pública, onde se evidencia o modo

como os jovens realizam sua escolha profis­ sional. Esta é feita por exclusãl, interesse em trabalhar com a comunidade, desinteresse em trabalhar no hospital, facilidade de conciliar a vida profissional com a vida social (casa­ mento, gravidez), etc. Desse modo, a escolha geralmente é feita muito mais por conveniên­ cia e circunstância que por interesse e voca­ ção. Em conseqüência, o grupo se sente desen­ corajado a prosseguir sua escolha, frustram-se diante das expectativas que não correspondem às suas reais aspirações profissionais, revol­ tam-se contra a estrutura social, criticando o sistema e tentando perverter as normas sociais.

Outro tema, o da liberdade e livre arbí­ tio reflete as causas que levaram os estu­ dan

t

es a oparem por esta ou aquela profis­ são, os direitos e deveres dos estudantes, as responsabilidades sociais do profissional de enfermagem, a defasagem entre teoria e prá­ tica, bem como as contradições do sistema

educacional. Sentimentos tipo decepção e de­

fesas tipo apatia surgem e os grupos apresen­ tam-se deprimidos.

Liberdade e competição foram dois temas muito relacionados, no qual os estudantes questionaram o espaço do profissional

enfer-meiro em relayão aos demais profissionais no sistema de saúde e no mercado de trabalho. Aparecem as inseguranças, o pessimismo, a

desconfiança e o medo de enfrentar a reali­ dade.

O relacionkmento professor x aluno, pro­

fessor x instituição, aluno x paciente, emerge através de queixas, reclamações, protestos e dificuldades de relacionamento com a autori­ dade, despertando sentimentos e fantasias per" secut6ias. Protestam contra o poder e se sen­ tem impotentes frente aos seus pr6prios pro­ blemas, incapazes de reagir e buscar soluções eficazes para enfrentar situações emergentes. Esta impotência se reflete nas situações so­ ciais que envolvem a atuação do profissional

de saúde (impotência diante da miséria) . Jus­ tificam, assim, seus pessimismos e a acomo­ dação de alguns profissionais que acabam por se adaptar ao sistema.

Constata-se assim, um elevado nível de in­ satisfação, frustração, tensão, insegurança, re­ volta por parte desta população, o que a ca­ rácteriza como uma população de alto risco, portanto, sujeita a estados de crise e conse­ qüentemente mais vulnerável a desequilíbrios emocionais e psicossomáticos. Uma população "carente" de apoio e orientação e evidente­ mente em crise· de identidade.

Entretanto, é 6bvio que uma pequena ex­ periência de livre expressão e comunicação, não é, por si s6, suficiente para trazer solu­

ções a curto prazo a estudantes em crise. So­

luções, é o que eles mais buscam. Portanto, experiências desta natureza precisam ser sis­ tematicamente repetidas e por sua eficácia são recomendáveis. A riqueza vivencial de expe­ riências como esta, a recomendam como im­ portante recurso auxiliar na compreensão dos problemas que afligem os estudantes de en­ fermagem.

OLIVEIR., M. H. P. de et alU Socia with nursing students in Public Health. Rev. Bras. Enl.,

BrasUia, 37( 1 ) : 49, 194.

REFERENCIAS BIBLlOGRAFICAS

1. D'ANDREA, F. F. Psicodrama com estodiantes de medicina: la crisis de identidad. Educ. Med. Salud, Wahington, 5 (3) : 221-235, 1971 .

2. HINSIE, L. E. & CAMPBELL, R. J. J. Psichiatry

dicioary. 4. ed. New York, ford Universiy Press, 1970.

3. MORENO, J. L. Who soU survive? New York, Beacon House, 1953;

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