• Nenhum resultado encontrado

Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) de capoeira do Município do Paço do Lumiar, Estado do Maranhão, Brasil: Área de transmissão de leishmaniose.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) de capoeira do Município do Paço do Lumiar, Estado do Maranhão, Brasil: Área de transmissão de leishmaniose."

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Flebot omíneos (Dipt era, Psychodidae)

de capoeira do M unicípio do Paço

do Lumiar, Est ado do M aranhão, Brasil.

Área de t ransmissão de leishmaniose

Sand flie s (Dip te ra, Psycho d id ae )

in a se co nd ary fo re st are a in the co unty

o f Paço d o Lumiar, Maranhão , Brazil:

a le ishmaniasis transmissio n are a

1 Dep artam en to d e Biologia , Un iv ersid a d e Est a d u a l d o M a ra n h ã o. Pra ça M a d re Deu s 2, Sã o Lu ís, M A 65025- 560, Bra sil. 2 N ú cleo d e Patologia Trop ica l e M ed icin a Socia l, Dep a rt a m en t o d e Pa t ologia , Un iv ersid a d e Fed era l d o M a ra n h ã o. Pra ça M a d re Deu s 2, Sã o Lu ís, M A 65025- 560, Bra sil.

Vera Lú cia Lop es Ba rros 1 José M a n u el M a cá rio Reb êlo 2 Fra n cin a ld o Soa res Silv a 2

Abst ract T h is p a p er a n a lyz es t h e w ea lt h of sp ecies, rela t iv e a b u n d a n ce, sea son a l flu ct u a t ion , a n d n oct u rn a l a ct iv it y of sa n d flies. T h e field su rv ey w a s con d u ct ed in a “ca p oeira” (secon d a ry forest ) a rea in t h e cou n t y of Pa ço d o Lu m ia r, M a ra n h ã o, w h ere cu t a n eou s a n d t ra n sm ission of v iscera l leish m a n ia sis freq u en t ly occu rs. Sa n d flies w ere ca p t u red b y CDC- t yp e ligh t t ra p s from 6:00 PM t o 6:00 AM , on ce a m on t h , from M a rch 1997 t o Feb ru a ry 1998. A t ot a l of 489 sp ecim en s w ere collect ed (251 m a les a n d 238 fem a les), d ist rib u t ed a m on g 10 sp ecies:Lu tzo m yia a n tu n e si (45.19%),Lu t zo m yia wh it m a n i(29.4%),Lu t zo m yia lo n gip a lp is(7.56%),Lu t zo m yia so rd e lli (6.34%),Lu tzo m yia fla viscu te lla ta(4.5%),Bru m p to m yia a ve lla ri(4.09%),Lu tzo m yia e va n d ro i (1.85%),Lu t zo m yia u m b r a t ilis(0.61%),Lu t zo m yia co r o sso n ie n sis(0.41%), a n d Lu t zo m yia t r isp in o sa(0.41%). T h e sa n d flies w ere p resen t yea r rou n d , w it h h igh er a b u n d a n ce d u rin g t h e rain y season . Th ey w ere p resen t in all in t ervals st u d ied , w it h t h e h igh est frequ en cy bet w een 12:00 PM an d 1:00 AM (31%).

Key words Lu tzom yia; Ph lebot om in ae; Psych od id ae; Leish m an iasis; In sect Vect ors

Resumo Ap resen t a m -se a riqu ez a d e esp écies, a a bu n d â n cia rela t iv a , a flu t u a çã o sa z on a l e h o-rá ria d os fleb ót om os est u d a d os em u m a ca p oeira d a Ilh a d e Sã o Lu ís – M A, á rea d e t ra n sm issã o d e leish m an ioses t egu m en t ar e v isceral. Os flebót om os foram cap t u rad os em arm ad ilh a lu m in o-sa , d a s 18h à s 6h , u m a v ez p or m ês, d e m a rço d e 1997 a fev ereiro d e 1998. Fora m colet a d os 489 esp écim en s (251 m a ch os e 238 fêm ea s) d e d ez esp écies:Lu tzo m yia a n tu n esi(45,19%),Lu tzo m yi wh itm a n i(29,4%),Lu tzo m yia lo n gip a lp is(7,56%),Lu tzo m yia so rd ellii(6,34%),Lu tzo m yia fla -viscu tellata(4,5%),Bru m p tom yia avellari(4,09%),Lu tzom yia evan d roi(1,85%),Lu tzom yia u m -b ra tilis(0,61%),Lu tzo m yia co ro sso n ien sis(0,41%) e Lu tzo m yia trisp in o sa(0,41%). Os fleb ót om os est iv eraom p resen t es o an o in t eiro, coom om aior abu n d ân cia n a est ação ch u v osa (jan eiro a ju -n h o), e em t od os os h orários, p ri-n cip alm e-n t e e-n t re 0h e 1h .

(2)

Int rodução

As leish m a n ioses sã o a tu a lm en te u m d os m a-iores p rob lem as d e saú d e p ú b lica n os Mu n icí-p io d e Sã o Lu ís, Sã o Jo sé d e Rib a m a r, Pa ço d o Lu m iar e Rap osa, tod os situ ad os n a Ilh a d e São Lu ís, Esta d o d o Ma ra n h ã o. Além d e con stitu í-rem -se em u m a d as p rin cip ais en d em ias, d es-co n h ecem -se o s veto res d a d o en ça e a s cir-cu n stân cias em qu e vem ocorren d o o p rocesso d e tran sm issão.

No in ício d a d éca d a d e 80, a leish m a n io se viscera l a m erica n a (LVA) a tin giu o Mu n icíp io d e Sã o Lu ís e, p o sterio rm en te, o s Mu n icíp io s d e Sã o Jo sé d e Rib a m a r e d o Pa ço d o Lu m ia r (Nascim en to et al., 1994; Silva et al., 1997). Em 1994, essa en ferm id a d e o co rreu em to d o s o s m eses d o an o, n os três m u n icíp ios d a Ilh a, sen -d o 135 ca so s em Sã o Lu ís, 125 em Sã o Jo sé -d e Rib am ar e 66 n o Paço d o Lu m iar.

A leish m a n io se tegu m en ta r a m er ica n a (LTA) tam b ém vem ad qu irin d o im p ortân cia n a Ilh a d e São Lu ís. Em 1996, Ferreira et al. relata-ra m a existên cia d e, p elo m en o s, 46 ca so s d e LTA, sen d o 32 em São Lu ís, oito em São José d e Rib a m a r e t r ê s e m Pa ço d o Lu m ia r (Fe r re ira e t a l., 1996). A m a io r p reva lên cia in cid iu ju s-t a m e n s-t e e m á re a s d e e xp a n sã o p e r iu rb a n a , em virtu d e d a im p la n ta çã o d e gra n d es p ro je-t o s a gro p e cu á r io s e in d u sje-t r ia is (Co n só rcio ALUMAR, Com p an h ia Vale d o Rio Doce) e d as in vasões q u e vêm ocorren d o u ltim am en te.

Lu t z om yia lon gip a lp is é u m a esp écie b a stan te com u m n a Ilh a d e São Lu ís, esp ecialm en -te n a s lo ca lid a d es o n d e o ca la za r é en d êm ico (Nascim en to et al., 1994). Pod e ser en con trad a n as áreas ru rais, b em com o n os b airros p erifé-ricos, fazen d o com q u e a m oléstia assu m a u m caráter u rb an o. Além d e L. lon gip alp is, existem rela to s ta m b ém d a p resen ça d e Lu t z om yia w h it m a n i, Lu t z om yia fla v iscu t ella t a , Lu t z om -yia w ellcom ei eLu tz om yia u m bratilisem áreas d e o co rrên cia d e LTA (Reb êlo et a l., 1999), to -d as relacion a-d as com o p eri-d om icílio n a zon a ru ral d a Ilh a.

Neste trab alh o, fez-se u m levan tam en to d as esp écies d e fleb o to m ín eo s n u m a ca p o eira d o Mu n icíp io d e Pa ço d o Lu m ia r, á rea d e tra n s-m issão d e LVA e LTA, cos-m o in tu ito d e d eters-m i-n a r a s esp écies q u e a ii-n d a m a i-n têm esto q u es silvestres, d an d o a con h ecer a flu tu ação sazon a l, a freq ü êsazon cia h o rá ria , a riq u eza e a a b u sazon d ân cia relativa d as esp écies. O p rop ósito é am -p lia r o s co n h ecim en to s so b re a b io eco lo gia d esses in setos e au xiliar n o con trole d as leish -m an ioses n a Ilh a d e São Lu ís.

M at erial e mét odos

Área de est udo

O estu d o foi realizad o n a p eriferia d e u m a ca -p o eira d e 68 h ecta res, n a lo ca lid a d e d a s Mer-cês, n o Mu n icíp io d o Pa ço d o Lu m ia r, Esta d o d o Ma ra n h ã o. Essa á re a fo i se le cio n a d a p a ra o estu d o em ra zã o d a existên cia d e ca so s d e leish m an iose h u m an a d etectad os d esd e a d é-cad a d e 80.

O Mu n icíp io d e Pa ço d o Lu m ia r situ a -se a 2o30’ LS e 44o7’ LW, n a Ilh a d e São Lu ís, Esta-d o Esta-d o Maran h ão, ten Esta-d o u m a altitu Esta-d e m éEsta-d ia Esta-d e 15 m . A vegetação caracteriza-se p ela p resen ça d e ca p o eira s e m a n gu eza is, sen d o in ten so o d esm atam en to q u e vem acon tecen d o n as ú lti-m a s d u a s d éca d a s, leva n d o a o p red olti-m ín io d e á rea s a b erta s co m fo rte in tru sã o d e b a b a çu , Orbygn ia p h alerata(IBGE, 1984). O clim a é tro-p ical m esotérm ico e ú m id o, com d u as estações b em -d efin id as. A ch u vosa, d e jan eiro a ju n h o, co n cen tra , em m éd ia , cerca d e 94% d o to ta l a n u a l d a s ch u va s; a esta çã o seca , d e ju n h o a d ezem b ro, co n cen tra a p en a s 6%. O to ta l p lu -vio m étr ico m éd io é d e 1.900 m m a n u a is. As tem p eratu ras são elevad as d u ran te o an o tod o (m éd ia d e 26o C) com variação an u al p equ en a, p rin cip alm en te n os m eses d e ab ril, m aio e ju -n h o (IBGE, 1984).

Amost ragem

Os fleb ó to m o s fo ra m ca p tu ra d o s em d u a s a r-m a d ilh a s lu r-m in o sa s tip o CDC, in sta la d a s er-m u m a cla reira d a ca p o eira a 1,5 m d e a ltu ra e 6 m d e d istâ n cia en tre si, n o p erío d o d e m a rço d e 1997 a fevereiro d e 1998, u m a vez p or m ês, d as 18h às 6h – 12 h oras in in terru p tas –, totali-za n d o 144 h o ra s. Os fleb ó to m o s ca p tu ra d o s a ca d a h o ra era m a co n d icio n a d o s em câ m a ra s m o rtífera s à b a se d e a ceta to d e etila e em se gu id a con servad os em tu b os d e en saio con ten -d o álcool a 70%. No lab oratório, o m aterial foi m on tad o en tre lâm in a e lam ín u la e id en tifica-d o segu in tifica-d o a classificação p rop osta p or You n g & Du n can (1994).

(3)

Result ados

Riqueza de espécies e abundância relat iva

Foram coletad os 489 esp écim en s (251 m ach os e 238 fêm eas) d e fleb ótom os d e d ez esp écies, a sa b er: Lu t z om yia a n t u n esi Co u tin h o, 1939, Lu tz om yia corosson ien sis Le Pon t e Pajot, 1978, Lu t z om yia ev a n d roi Co st a Lim a e An t u n e s, 1936, Lu t z om yia fla v iscu t ella t aMa n ga b e ira , 1942, Lu t z om yia lon gip a lp is Lu t z e Ne iva , 1912,Lu tzom yia sord ellii Sh an n on e Del Pon te, 1927,Lu t z om yia t risp in osa Man gab eira, 1942, Lu t z om yia u m b ra t ilis Wa rd e Fra h ia , 1977, Lu t z om yia w h it m a n i An t u n e s e Co u t in h o, 1939 eBru m p tom yia avellari Costa Lim a, 1932. L. a n t u n esifo i a esp écie m a is freq ü en te n a á -rea d e estu d o, sen d o rep resen tad a p or 45,19% d os esp écim en s cap tu rad os. Segu em -se, n a or-d em or-d e p reva lên cia , L. w h it m a n i(29,04%), L. lon gip alp is(7,56%), L. sord ellii (6,34%), L. fla-viscu tellata (4,50%) e B. avellari(4,09%). As d e-m ais esp écies rep resen tarae-m ju n tas 3,28%. As d u as esp écies m ais ab u n d an tes n a área, L. an -t u n esie L. w h it m a n i, rep resen ta ra m 74,23%, sen d o, p ortan to, m ais freq ü en tes d o q u e tod as as ou tras ju n tas (Tab ela 1).

Flut uação sazonal

A riq u eza d e esp écies va rio u d u ra n te o a n o, sen d o m en or d o fin al d a estação ch u vosa (m ai-o) a o in ício d a esta çã o seca (a gostai-o). Nos m e-ses d esse p eríod o d e tran sição, foi registrad a a o co rrên cia d e d u a s a q u a tro esp écies, rep

re-sen tan d o m en os d e 50% d aq u elas con h ecid as n a á rea . Já d e setem b ro a a b ril, q u e in clu i a m aior p arte d os p eríod os seco e ch u voso, o n ú -m ero d e esp écies p resen te e-m ca d a -m ês fo i sem p re igu a l o u su p er io r a cin co. Po rta n to, m ais d e 50% d as esp écies estavam p resen tes n a área n a m aior p arte d o an o (Tab ela 2).

Co m rela çã o à freq ü ên cia sa zo n a l d o s fle-b otom ín eos, fora m ofle-b serva d a s d iferen ça s es-tatisticam en te sign ificativas (p <0,01) n os p er-cen tu a is d e esp écim en s en co n tra d o s en tre a s esta ções, sen d o 60% (294 esp écim en s) ca p tu -ra d o s n a esta çã o ch u vo sa (ja n eiro / ju n h o ) e 40% (195 esp écim en s) n a estação seca (ju lh o/ d ezem b ro). Ap esar d e os fleb ótom os p red om i-n arem i-n o p eríod o ch u voso, a d istrib u ição d os esp écim en s fo i m a is u n ifo r m e n o p erío d o se -co.

No p eríod o ch u voso, a freq ü ên cia d e esp é-cim en s n o m ês d e m arço foi sign ificativam en te m aior (p <0,01) d o qu e n os d em ais m eses. Além d isso, o m aior n ú m ero d e esp écies e d e esp éci-m en s ca p tu ra d o s fo i co in cid en te n o éci-m ês d e m arço; já n o p eríod o seco, n ão se ob servou tal p a d rã o, p o is o m a io r n ú m ero d e esp écies fo i en con trad o em ou tu b ro e o d e esp écim en s em n ovem b ro.

L. an t u n esieL. w h it m an iocorreram o an o in teiro, am b as com m ais freqü ên cia n o m ês d e m arço (Tab ela 2). L. lon gip alp isap resen tou u m p ico d e fevereiro a m a rço, d eca in d o sen sivelm en te até d esap arecer esivelm n ovesivelm b ro/ d ezesivelm -b ro. L. sord elliie B. a v ella ria p resen ta ra m p a d rões sim ilares d e ocorrên cia, estan d o p resen -tes d e m ead os d o p eríod o seco até m ead os d o

Tab e la 1

Esp é cie s d e Phle b o to minae e nco ntrad as numa áre a d e cap o e ira d a lo calid ad e d as Me rcê s, Municíp io d o Paço d o Lumiar, Maranhão , 1997-1998.

Flebót omos M achos Fêmeas Indivíduos %

L. antune si 169 52 221 45,19

L. c o ro sso nie nsis – 2 2 0,41

L. e vandro i 1 8 9 1,85

L. flavisc ute llata – 22 22 4,50

L. lo ng ip alp is 17 20 37 7,56

L. so rde llii – 31 31 6,34

L. trisp ino sa 2 – 2 0,41

L. umb ratilis – 3 3 0,61

L. whitmani 42 100 142 29,04

B. ave llari 20 – 20 4,09

Espécimens 251 238 489 100,0

(4)

p eríod o ch u voso. Não foram d etectad as n as ar-m ad ilh as d u ran te cin co ar-m eses ou ar-m ais. L. fla-v iscu tellataten d eu a ocorrer irregu larm en te o a n o in teiro, em m eses a ltern a d o s, sen d o a s m aiores freq ü ên cias registrad as n os m eses d e jan eiro, m arço e n ovem b ro. As esp écies L. tris-p in osae L. u m b ra t ilis o co rrera m a p en a s d o is m eses d u ra n te to d o o a n o, sen d o u m m ês n o p erío d o ch u vo so e o o u tro n o p erío d o seco. Lu t z om yia ev a n d roi o co rreu p red o m in a n te -m en te n o p eríod o seco.

Freqüência horária

Os fleb ó to m o s estivera m p resen tes em to d o s o s h o rá rio s ( Ta b ela 3). As esp écies q u e a p re -sen ta ra m p erío d o s m a is a m p lo s d e a tivid a d e foram L. an tu n esi, L. w h itm an i,L. lon gip alp is, L. sord ellii,L. fla v iscu t ella t a e B. a v ella ri, m a s so m en te a s d u a s p rim eira s o co rrera m rigo ro -sam en te em tod os os h orários. As m aiores fq ü ên cia s d e fleb ótom os ca p tu ra d os fora m re-gistra d a s en tre 0h e 1h , ta n to d e esp écim en s, q u an to d e esp écies. O n ú m ero d e esp écim en s en con trad os en tre 0h e 1h foi sign ificativam en -te m a io r (p <0,01) d o q u e em q u a lq u er o u tro h orário. Já a d istrib u ição d as esp écies foi m ais h om ogên ea , va ria n d o d e q u a tro a oito n a p ri-m eira ri-m etad e d a n oite e d e cin co a n ove n a se-gu n d a m etad e.

L. a n t u n esiin icio u su a a tivid a d e co m m o-d erao-d a freqü ên cia, o-d im in u in o-d o o-d ep ois o-d as 21h , p a ra ressu rgir co m a lta d en sid a d e en tre 0h e 1h , d eclin an d o em segu id a até às 6h . Pad rão si-m ila r fo i o b ser va d o p a ra L. w h it m a n ie L. fla

-viscu tellata.L. lon gip alp ise L. sord elliiap re-sen taram freq ü ên cias m ais regu lares n a m aio-ria d o s h o rá rio s. En treta n to, a s m a io res fre-q ü ên cia s fo ra m o b ser va d a s d ep o is d a s 22h , com p ico às 3h . B. avellariap resen tou -se com m ais freqü ên cia d ep ois d as 2h e n ão foi en con -trad a n os d ois p rim eiros h orários (Tab ela 3). L. trisp in osaocorreu n as p rim eiras h oras d a p ri-m eira ri-m etad e n oite e L. u m bratilisn as p rim ei-ras h oei-ras d a segu n d a m etad e. Já L. evan d roi es-teve p resen te n os q u atro p rim eiros h orários e irregu larm en te n a segu n d a m etad e d a n oite.

Discussão

As esp écies d e fleb ótom os en con trad as n a cap o eira d a s Mercês recap resen ta m a cap roxim a d a -m en te 45,5% d a s d e o co rrên cia co n h ecid a n a Ilh a d e São Lu ís. En tre as esp écies en con trad as n este estu d o, som en te L. corosson ien sis,L. sor-d ellii,L. t risp in osa eB. a v ella ria in d a n ã o fo -ram en con trad as n os am b ien tes d om iciliares. Esses d a d o s a sso cia d o s à q u eles rela ta d o s p o r Reb êlo et a l. (1999) p o ssib ilita ra m u m a n ova a b o rd a gem so b re a d istrib u içã o d o s fleb ó to -m os n a Ilh a, p ois -m ostra-m a existên cia d e u -m a fa u n a d iversifica d a , co m esp écies restrita s a o am b ien te silvestre e ou tras ap arecen d o em h a-b itações ru rais e até m esm o em a-b airros p erifé-ricos d a zon a u rb an a.

A m aioria d as esp écies foi en con trad a irregu larm en te d istrib u íd a d u ran te o an o. Nen h u -m a co-m p ortou -se co-m o esp écie sazon al, e som en te d u as esp écies forasom con sid erad as an u

-Tab e la 2

Fre q üê ncia me nsal d as e sp é cie s d e Phle b o to minae e nco ntrad as numa áre a d e cap o e ira d a lo calid ad e d as Me rcê s, Municíp io d o Paço d o Lumiar, Maranhão , 1997-1998.

Est ação chuvosa Est ação seca Tot al

jan fe v mar ab r mai jun jul ag o se t o ut no v d e z

L. antune si 11 17 82 3 3 10 10 22 10 4 42 7 221

L. c o ro sso nie nsis – – 2 – – – – – – – – – 2

L. e vandro i – – – – – 1 – 3 – 1 4 – 9

L. flavisc ute llata 5 – 6 – – 1 – – – 1 7 2 22

L. lo ng ip alp is – 21 12 1 – 1 1 – 1 – – – 37

L. so rde llii 8 8 3 5 – – – – – 4 1 2 31

L. trisp ino sa – – – 1 – – – – 1 – – – 2

L. umb ratilis – – 2 – – – – – – 1 – – 3

L. whit mani 9 3 58 1 14 – 20 6 8 5 13 5 142

B. ave llari 5 1 – – – – – – 2 1 5 6 20

Espécimens 38 50 165 11 17 13 31 31 22 17 72 22 489

(5)

ais, L. a n t u n esie L. w h it m a n i, as q u ais estive-ram p resen tes o an o in teiro e tam b ém d u ran te tod a a n oite. A ocorrên cia d esta ú ltim a esp écie o a n o in teiro é p a rticu la rm en te im p o rta n te, em virtu d e d o seu recon h ecid o p ap el com o ve-to r d e Leish m a n ia. É u m a d a s esp écies m a is com u n s n os a m b ien tes silvestres e d om icilia-res em á rea s ru ra is d a Am a zô n ia m a ra n h en se (Ready et al., 1997) e da Ilha (Rebêlo et al., 1999).

A p resen ça d e L. flaviscu tellatan a cap oeira d a s Mercês revestiu -se d e gra n d e sign ifica d o ep id em io ló gico, p o is esse fleb ó to m o p o d e atu ar com o vetor d a Leish m an ia. am azon en sis, o agen te resp on sável p ela m aioria d os casos d e leish m a n iose cu tâ n ea d ifu sa (LCD) n o Esta d o d o Maran h ão (Costa et al., 1992). Essa esp écie era con sid erad a estritam en te silvestre (Talh ari et al., 1988), m as, ao qu e p arece, n a Ilh a d e São Lu ís, ela vem ad ap tan d o-se n ão só às áreas d e vegetação secu n d ária (cap oeira), com o ao am -b ien te d om iciliar (Re-b êlo et al., 1999).

L. u m bratilistem sid o en con trad a n o Mara-n h ão freq ü eMara-n tem eMara-n te associad a com áreas sil-vestres (Reb êlo et al., 1996), em b ora p ossa ser en con tra d a em b a ixa freq ü ên cia n o a m b ien te d om iciliar (Reb êlo et al., 1999). É u m a esp écie ep id em io lo gica m en te im p o rta n te n a regiã o am azôn ica, n a q u al o Maran h ão está in clu íd o, p ois tran sm ite Leish m an ia gu yan en sis, u m d os a gen tes etio ló gico s d a LTA (La in so n & Sh a w, 1987).

Nos estu d os realizad os, até o m om en to, n o Ma ra n h ã o, o s fleb ó to m o s L. corosson ien sis,L.

Tab e la 3

Fre q üê ncia d as e sp é cie s d e Phle b o to minae e nco ntrad as numa áre a d e cap o e ira d a lo calid ad e d as Me rcê s, Municíp io d o Paço d o Lumiar, Maranhão , 1997-1998.

Flebót omos Horários Tot al

18 19 20 21 22 23 00 01 02 03 04 05

19 20 21 22 23 00 01 02 03 04 05 06

L. antune si 18 20 19 11 9 11 63 22 29 9 5 5 221

L. c o ro sso nie nsis – – – 1 – – 1 – – – – – 2

L. e vandro i 2 1 1 1 – – 2 – – 1 1 – 9

L. flavisc ute llata 1 3 1 2 2 – 8 2 – 2 1 – 22

L. lo ng ip alp is 3 2 1 3 – 6 4 4 1 7 2 4 37

L. so rde llii 2 – 2 1 5 4 1 – 4 6 3 3 31

L. trisp ino sa 1 – 1 – – – – – – – – – 2

L. umb ratilis – – – – – – 2 1 – – – – 3

L. whitmani 8 23 8 6 8 7 48 6 13 9 3 3 142

B. ave llari – – 2 1 1 – 1 1 7 3 3 1 20

Espécimens 35 49 35 26 25 28 130 36 54 37 18 16 489

Espécies 7 5 8 8 5 4 9 6 5 7 7 5

sord ellii,B. avellari e L. trisp in osasó foram en -con tra d os n o a m b ien te silvestre, sen d o este o p rim eiro registro n a Ilh a d e Sã o Lu ís p a ra a s três p rim eiras esp écies. L. lon gip alp is tem sid o a m ais freq ü en te d as esp écies en con trad as n o am bien te dom iciliar e, talvez, a m ais bem adap-ta d a a o co n vívio co m o h o m em e o s a n im a is d o m éstico s em á rea s d e en d em ism o d e LVA (Na scim en to et a l., 1994; Reb êlo et a l., 1999). Ela se en co n tra d istrib u íd a em q u a se to d a a Ilh a, in clu in do as zon as p eriféricas dos aglom e-rad os u rb an os, as p roxim id ad es d a orla litorâ-n ea, litorâ-n o litorâ-n ível do m ar e locais descam p ados com fran ca ven tilação, fu gin d o, d esse m od o, d as ca-racterísticas ep id em iológicas ap resen tad as n as d em ais localid ad es d a região n eotrop ical.

O p ad rão d e ocorrên cia d os fleb ótom os, ao lo n go d o a n o, n a ca p o eira d a s Mercês p a rece in d icar q u e tan to o p eríod o ch u voso, q u an to o seco, favorecem o d esen volvim en to d a m aioria d as esp écies. Isso p orqu e a Ilh a d e São Lu ís es-tá situ ad a n a zon a trop ical equ atorial, d e b aixa altitu d e e com os valores térm icos e d e u m id a-d e p ou co va riá veis a-d u ra n te o a n o. O fa tor q u e tem in flu ên cia m a is d ireta n a flu tu a çã o a n u a l d os fleb ótom os seria a p recip itação p lu viom é-trica, já qu e o p ico n o n ú m ero d e in d ivíd u os d a m aioria d as esp écies foi ob servad o n o p eríod o ch u voso.

(6)

Referências

COSTA, J. M. L.; SALDANHA, A. C. R.; MELLO-SILVA, A. C.; SERRA NETO, A.; GALVÃO, C. E. S.; PEDROSO-SILVA, C. M. & SILVA. A. R., 1992. Estad o atu al d a leish m an iose cu tân ea d ifu sa (LCD) n o Esta d o d o Maran h ão. II. Asp ectos ep id em iológicos, clín icos e e vo lu tivo s. Rev ist a d a Socied a d e Bra sileira d e Med icin a Trop ical, 25:115-123.

FERREIRA, T. C. A.; RODRIGUES Jr., G. F. F.; PINHEIRO, C. R.; SILVA, L. S.; MARQUES, A. L. B.; BRANCO, F. C. & COSTA, J. M. L., 1996. A leish m a n io se tegu -m en tar a-m erican a n a Ilha de São Luís – Maran h ão. In : XIV Jorn ada de Parasitologia e Medicin a Trop i-ca l d o Ma ra n h ã o, Resu m os,p. 53, Sã o Lu ís: Un i-versidade Federal do Maran h ão.

IBGE (Fu n dação In stitu to Brasileiro de Geografia e Es-tatística), 1984. Atlas d o M aran h ão. Rio de Jan eiro: Su p erin ten d ên cia d e Estu d o s Geo grá fico s e Só-cio-Econ ôm icos.

LAINSON, R. & SHAW, J. J., 1987. Evolu tion , classifica-tion an d geograp h ical d istrib u classifica-tion . In: Th e Leish -m an iasis in Biology an d Med icin e (W. Peters & R. Killick-Ken drick, eds.), p p. 1-120, Lon don : Acade-m ic Press.

NASCIMENTO, M. D. S. B.; FIORI, B. I. P.; CARNEIRO, L. S.; GONÇALVES FILHO, M. & BURATINI, M. N., 1994. Esta d o a tu a l d a le ish m a n io se visce ra l n o Maran h ão: Asp ectos ep id em iológicos p relim in a-res. Rev ist a d a Socied a d e Bra sileira d e M ed icin a Trop ical, 27 (Su p. 1):242.

REBÊLO, J. M. M.; MENDES, W. A.; COSTA, J. M. L. & CAVALEIRO, N., 1996. Lista p relim in ar d as esp é-cies d o gên ero Lu tzom yia Fran ça 1924 (Psych od i-d a e, Ph le b o to m in a e ) i-d o Esta i-d o i-d o Ma ra n h ã o, Brasil. Cad ern os d e Saú d e Pú blica, 12:545-549. REBÊLO, J. M.; ARAÚJO, J.; CARVALHO, M.; OLIVEIRA,

S. T. & SILVA, F. S., 1999. Fleb ótom os (Lu tz om yia, Ph leb otom in ae) d a Ilh a d e São Lu ís, zon a d o Gol-fão m aran h en se, Brasil. Revista d a Socied ad e Bra-sileira d e Med icin a Trop ical, 32:247-253.

READY, P. D.; DAY, J. C.; SOUZA, A. A.; RANGEL, E. F. & DAVIES, C. R., 1997. Mitoch on d rial DNA ch arac-terization of p op u lation s of Lu tz om yia w h itm an i (Dip tera: Psych od id ae) in crim in ated in th e p eri-d om estic an eri-d silvatic tran sm ission of Leish m an ia sp e cie s in Bra zil. Bu llet in of En t om ologica l Re-search, 87:187-195.

SILVA, A. R.; VIANA, G. M. C.; VARONIL, C.; PIRES, B.; NASCIMENTO, M. D. S. D. & COSTA, J. M. L., 1997. Leish m a n io se viscera l (ca la za r) n a Ilh a d e São Lu ís, Maran h ão, Brasil: Evolu ção e p ersp ecti-va s. Rev ist a d a Socied a d e Bra sileira d e M ed icin a Trop ical, 30:359-368.

TALHARI, S.; ARIAS, J. R.; CUNHA, M. G. S.; NAIFF, R. D.; NAIFF, M. F.; FREITAS, R. A. & BARRETT, T., 1988. Leish m an iose n o Estad o d o Am azon as: As-p ectos eAs-p id em iológicos, clín icos e teraAs-p êu ticos. An ais Brasileiros d e Derm atologia, 63:433-438. Agradeciment os

À Fu n d a çã o d e Am p a ro à Pe sq u isa n o Ma ra n h ã o (FAPEMA), p e la co n ce ssã o d a b o lsa d e in icia çã o cien tífica p ara o p rim eiro au tor, e à fam ília Doyh ara, p o r ter ced id o gen tilm en te o seu sítio p a r a a execu -ção d este trab alh o.

esp écies e, ta m b ém , o d e tra n sm issã o d a leis-h m a n io se p a ra a p o p u la çã o lo ca l. Co n tu d o, n esse h o rá rio, a s p esso a s n o rm a lm en te n ã o têm o h áb ito d e en trar n as cap oeiras, a n ão ser em casos excep cion ais, com o o d os caçad ores.

Segu n d o d ep o im en to d e m o ra d o res d o sí-tio d as Mercês, a cap oeira ali existen te, ap esar d e sofrer con stan tes m od ificações an tróp icas, ain d a serve d e h áb itat p ara an im ais silvestres, com o a rap osa, m u cu ra (Did elp h is) e roed ores, qu e, em vegetação d e cap oeira, são os m am ífe-ro s q u e m a is se d esta ca m . A p resen ça d esses an im ais exp lica em p arte a riqu eza e ab u n d ân -cia d os fleb ótom os n aqu ela área.

Con clu in do, ch am a-se a aten ção p ara o fato d e q u e este estu d o, p lan ejad o p ara d eterm in ar o s fleb ó to m o s a sso cia d o s co m a m b ien tes sil-vestres, p erm itiu en co n tra r a lgu m a s esp écies q u e ain d a n ão h aviam sid o registrad as n a Ilh a

Referências

Documentos relacionados

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

As variáveis canônicas explicaram a maior parte da variância total dos dados, mas a den- sidade básica da madeira, característica funda- mental na avaliação de clones de

A 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) serve como marco mais importante para as políticas públicas em saúde que temos hoje, considerando que o Brasil é o único país com essa

No presente estudo avaliamos a composição, riqueza, abundância, diversidade e similaridade das comunidades de invertebrados em 11 cavernas calcárias situadas no município de

Pretendo, a partir de agora, me focar detalhadamente nas Investigações Filosóficas e realizar uma leitura pormenorizada das §§65-88, com o fim de apresentar e

Na população estudada, distúrbios de vias aéreas e hábito de falar muito (fatores decorrentes de alterações relacionadas à saúde), presença de ruído ao telefone (fator

Modeladora  –   Equipamento profissional para indústria alimentícia destinado à. modelar massas pela sua passagem entre

Na Figura 4.7 está representado 5 segundos dos testes realizados à amostra 4, que tem os elétrodos aplicados na parte inferior do tórax (anterior) e à amostra 2 com elétrodos