• Nenhum resultado encontrado

Tratamento da colite amebiana não disentérica com dose única de Teclozan.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Tratamento da colite amebiana não disentérica com dose única de Teclozan."

Copied!
3
0
0

Texto

(1)

T R A T A M E N T O D A C O L IT E A M E B IA N A N Á O D IS E N T É R IC A COM

D O SE Ú N IC A D E T E C L O Z A N *

D o n a ld H u g g in s * * e C íc e ro S . S . M a r t in s * * *

Os autores trataram 3 0 pacientes portadores de colite amebiana não disentéri-

ca, de ambos os sexos (1 7 homens e 13 mulheres), com idades compreendidas entre

15 (dois casos) a 5 5 anos (um doente), na Disciplina de Doenças Infecciosas. Para­

sitárias da Universidade Federal de Pernambuco.

A posologia administrada fo i de 1.500 mg em dose única e os resultados ava­

liados pelas técnicas de H offm an, raspado da mucosa retaí, retossigmoidoscopia (em

16 enfermos) e exame direto com ou sem coloração pelo lugol

,

foram de 80% (24

doentes) de cura clínica e laboratorial.

Nenhuma manifestação colateral fo i relatada petos pacientas e concluem os

autores que o Teclozan adm inistrado em nova posologia, representa valioso subsídio

no tratam ento da amebíase intestinal.

IN T R O D U Ç Ã O

O T e c lo z a n ( W I N — 1 3 .1 4 6 ) a m e b ic id a la r­ g a m e n te u tiliz a d o p ara o tr a ta m e n to d a a m e -b fa s e in te s tin a l, v e m sendo a tu a lm e n te e m ­ p re g a d o , c o m sucesso, e m esque m a s te r a p ê u ­ tic o s re d u z id o s e e m c o m p rim id o s c o n te n d o 5 0 0 m g d a s u bstânc ia a tiv a . E m tra b a lh o s a n ­ te rio re s 6 ' 7 usam os esquem as te ra p & u tic o s d e d o is e tr ê s d ia s , o b te n d o b o n s re s uttad os . P o s te rio rm e n te , H ug gins 8 a p lic a n d o -a e m tr a ta m e n to d e 2 4 h o ra s, c o n s eg u in d o ta m ­ b é m b o n s res ultado s.

O u tra s pesquisas s u rgira m , u tiliza n d o -s e doses s im p lific a d a s e m d o is , trê s dias e e m 2 4 h ora s, ,o u e m dose ú n ic a , v e rific a n d o -s e s e m p re re s u lta d o s c o m p e ns a do re s.

C o m o a tu a lm e n te a te ra p ê u tic a a n tip ro -to z o á r ia está s im p lific a d a , o u seja, e m p reg o d e m e d ic a m e n to p o r u m o u d o is d ia s , sèm p e rd a d e e fic iê n c ia e c o m e x c e le n te to le r â n ­ c ia , ju s tific a m s e novos ensaios c lín ic o te r a -p ê u tic o s o om T e c lo z a n , m e d ic a m e n to a lt a ­ m e n te e fic a z n o c o m b a te d a a m e b ía s e .

Dessa m a n e ir a , a in vestigaçáo a tu a l re p re ­ sen ta m a is u m a c o n trib u iç ã o ao e stu d o d a

s ubstância e m te la , usando-se e squem a poso-ló gico c o m dose ú n ic a.

M A T E R I A L E M É T O D O S

O nosso m a te ria l é c o n s titu íd o p o r 3 0 p a­ c ie n te s p o rta d o re s d e c o lite am eb ia na não d is e n té ric a , sendo 1 7 d o sexo m as cu lin o e 1 3 d o fe m in in o , c o m idades c om p re e nd id a s e n­ tr e 1 5 (d o is d o e n te s ) e 5 5 anos (u m caso) e o peso v a riá v e l e n tre 3 2 a 8 0 K g , tra ta d o s na D is c ip lin a d e D o e n ç a s Infecc ios as e Parasitá­ rias d a U n iv e rs id a d e F e d e ra l d e P ern am b uc o .

O m e d ic a m e n to e ra fo rn e c id o e m c o m ­ p rim id o s c o n te n d o 5 0 0 m g da substância ba­ se, e a d m in is tra d a na p osologia d e 1 .5 0 0 m g e m u m a ú n ic a to m a d a , m e ia h o ra após o des-je ju m e c o m supervisão m é d ic a .

O d ia g n ó s tic o d a parasitose fo i fe ito pelos s eguintes e x a m e s : D ir e t o c o m o u sem c o lo ra ­ ç ã o c o m lug ol (e m to d o s os p a c ie n te s ); H o f f­ m a n , Pons e J a n e r c o m s e dim e ntaç ão espon­ tâ n e a e m água d u ra n te 2 4 horas (em to dos os d o e n te s ) e p e la retos sigm oid os co pia com ra spado d a m u co sa e m 1 6 casos.

* D is c ip lin a d e D o e n ç a s In fe c cio sa s e P ara sitá ria s d a U n iv e rs id a d e F e d e ra l d e P ern a m b u co .

* * P ro f. A d ju n to e C o o rd e n a d o r d a D is c ip lin a .

* * * A c a d ê m ic o E s ta g iá rio .

(2)

214

Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

Vol. X I N ? 6

N a re to : -o m o is d o s c o p ia , e v id e n c ia m o s m u co sa re ta i n o rm a l e m c in c o e n fe rm o s e a l­ te ra d a em 11 , sendo as seguintes a lte ra ç õ e s e n c o n tr a d a s :

a ) P o n tilh a d o h e m o rrá g ic o . . . 11 vezes b ) C o n g e s t ã o ...' 1 0 vezes c ) E d e m a ... 5 vezes

N a p re s e nte pesquisa, a fa s ta m o s a q ue les d o e n te s c o m associaçSes p a ra s itá ria s , n o ta d a -m e n te esquistosso-m ose -m a n s ô n ic a , p ois o c a ­ s io n an do lesões n a m u c os a re ta l, p o d e ria p re ­ ju d ic a r a a v a lia ç ão d o s re s u ltad o s .

A s in to m a to lo g ia a p re s e n ta d a pe lo s nos­ sos p a cien te s está re la c io n a d a n o Q U A D R O I :

Q U A D R O I

S in to m a to lo g ia N P Casos

C ólic a s a b d o m in a is 3 0

" E m p a c h a m e n to " 2 2

D ia rré ia 2 0

M eteorisrrv 1 9

C o n s t ip a ç í 1 4

Ir rita b ilid a d e 1 0

In s ô nia e te n e s m o 6

P ux os 5

O c o n tro le d e c ura p a ra s ito ló g ic a f o i re a ­ liza d o c o m as m esm as té c n ic a s , n o 7 P , 1 4 P e 3 0 ? dias após o tr a ta m e n to , p a ra os e x a m e s c o p ro p a ra s ito s o ó p ic o s , e n q u a p to a retossig-m o id o s c o p ia c o retossig-m ras pa do d a retossig-m u co s a re ta l e ra e x e c u ta d a n o 8 9 e 3 0 ? d ia s ap ós a te r a ­ p ê u tic a .

R E S U L T A D O S

O s re su lta do s o b tid o s na p re s e r*

ti-gaçâb fo ra m os seguintes: c u ra p a i ^ i a

através dos m é to d o s já c ita d o s e m

24

1c>

-

tes , o u seja, 8 0 % . O s e n fe rm o s e ra m c o n s id e ­ rados c u ra d o s q u a n d o a p re s e n ta v a m to d o s os e x am es negativos.

A c u ra c lín ic a (regressão to t a l da s in to m a ­ to lo g ia ) ta m b é m fo i o b tid a e m 2 4 d o e n te s — 8 0 % .

A re to s s ig m o id o s c o p ia to rn o u -s e n o rm a l e m n ove e p e rm a n e c e u in a lte ra d a e m d o is e n fe rm o s .

A to le râ n c ia f o i e x c e le n te , nã o sendo re la ­ ta d a n e n h u m a m a n ife s ta ç ã b c o la te ra l.

C O M E N T Á R I O S

A t u a lm e n t e , a te n d ê n c ia m o d e rn a é s im ­ p lific a r a te r a p ê u tic a das e n te ro p a ra s ito s e s , s in te tiz a n d o os la b o ra tó rio s substâncias a lta ­ m e n te e fic a ze s , o u e n tã o , m o d ific a n d o a a p re se n ta ç ão d a s m es m as , a p o n to d e se t o r ­ n a re m a d e q u a d a s ao tr a ta m e n to e m voga. D a í a p ro c u ra in te n s a d a in d ú s tria fa rm a c ê u ­ tic a d e s ub stâ nc ias a p lic á v e is e m doses únicas. F o i o q u e o c o rre u c o m T e c lo z a n ( W I N — 1 3 .1 4 6 ) , d ro g a e n sa ia d a há cerca d e 1 4 anos p o r S im a s e F e rre ira 9 .

D e lá p a ra c á , h o u v e to t a l m o d ific a ç ã o e m sua p os o log ia e a p re s e n ta ç ã o , passando d e 1 0 0 m g /c o m p r im id o , p a ra 3 0 0 e h o d ie rn a -m e n te , p a ra 5 0 0 -m g.

T ra b a lh o s inic ia is d e H u g gins 6, 7 , m o s tra ­ ra m q u e a re fe rid a su bstância não d im in u ia sua e fic á c ia a m e b ic id a , q u a n d o a d m in is tra d a e m d o is e tré s d ia s , o b te n d o , re s p e c tiv a m e n ­ t e , 9 4 e 8 8 % d e c u ra p a ra s ito ló g ic a , cifra s q u e ju s tific a v a m a c o n tin u a ç ã o das p e s q u i­ sas, p a ra o b te n ç ã o d e c o m p rim id o s c o n c e n ­ tr a d o s e d e m a io r n ú m e ro d e ensaios te r a ­ p ê u tic o s .

. R e c e n te m e n te , c o m a in tr o d u ç ã o d e c o m ­ p rim id o s c o n te n d o 5 0 0 m g d e T e c lo z a n , sur­ g ira m v á rio s ensaios c lín ic o s , usando-se a d o­ se d e 2 4 h o ras e p o s te rio rm e n te , d ose única. F e rn a n d e s e S a n t 'A n n a 2 e m 4 0 p e n ite n ­ c iá rio s c o m a fo rm a in te s tin a l c rô n ic a , a d m i­ n is tr a ra m o T e c lo z a n n a d os e d e 5 0 0 m g em 2 4 h oras ( 8 e m 8 h oras ) e conse guiram 9 7 ,5 % d e c u ra p a ra s ito ló g ic a .

E m o u tr a pesquisa, F e rn a n d e s e c ols .3 tr a ta r a m 6 0 d o e n te s c o m T e c lo z a n na dose t o t a l d e 1 .5 0 0 m g e m 2 4 h o ras , o b te n d o 9 3 ,3 3 % d e c u ra p a ra s ito ló g ic a e e x c e le n te to le râ n c ia .

H u g g in s 8 c o m o m e s m o e sque m a usado p o r F e rn a n d e s e co ls.3' 3 v e rific o u eficá cia a m e b ic id a e m 7 5 % e e x c e le n te to le râ n c ia .

A le n c a r e A lm e id a 1 a p lic a n d o id ên tico e s q ue m a p o so ló g ic o , c o ns e gu ira m 1 0 0 % de c u ra p a ra s ito ló g ic a .

G u a r ín e c o ls .5 u tiliz a r a m , p e la p rim eira v e z , 1 .5 0 0 m g e m d os e ú n ic a e o b tiv e ra m 9 5 % d e c u ra p a ra s ito ló g ic a , sugerindo a a p li­ cação d o t e c lo z a n e m c a m p a n h a s sanitárias d e S a ú d e P ú b lic a e m d ose ú n ic a , p ara tr a ta ­ m e n to e m massa.

(3)

-Novembro-Dezembro, 1977

Rtv. Soc. Bras. Med. Trop.

21S

za n e m

dose única,

o b te n d o ín d ic e s d e c ura p a ra s ito ló g ic a na o rd e m d e 8 6 ,3 7 % e e x c e ­ le n te to le râ n c ia .

P o r ta n to , p e lo q u e a c a b a m o s de re la ta r, o T e c lo z a n , desde a sua in tro d u ç ã o n o a rsenal

te ra p ê u tic o para o c o m b a te da am ebíase in­ te s tin a l, ató p estágio a tu a l e m sua ad m inis-tra ç ã o e m dose ú n ic a , representa sem d ú v i­ d a u m a s ubstância d e elevado p ode r a m e b i-c id a e d e s p ro v id a d e to x ii-c id a d e ..

S U M M A R Y

The authors report their experience w ith Teclozan in the treatment o f 30

patients w ith chronic intestinal amebiasis, administering a new dosage 1.500 mgm

in a single o ra l dosa.

A fte r a follow -up in the 7th, 14th, and 30th days after the treatment, the

para sito togical cure rate obtained was 80% (2 4 cases) and no side-effects were

observed.

The authors concluded that the drug (Tectozine) is a very safe and effective

agent in the treatm ent o f amebiasis.

R E F E R Ê N C I A S B IB L I O G R Á F I C A S

1. A L E N C A R , J . E . & A L M E I D A , D . M . -R e la tó r io s o bre T e c lo z a n —5 0 0 m g . 1 9 7 4 . 2 . F E R N A N D E S , P. 8c S A N T A N N A , I. B . — A s p e c to s a tu a is d a s e n te ro p a ra s ito s e s n a C o lô n ia P e na l e A g r íc o la \'D r . J o ã o C h a v e s " , o b je tiv a n d o n o v o e s q u e m a t e r a ­ p ê u tic o c o m W I N - 1 3 .1 4 6 (T e c lo z a n ).

Folha Med.

, 6 9 : 1 3 9 - 1 4 4 , 1 9 7 4 .

3 . F E R N A N D E S , P ., S A N T 'A N N A , I.B . & L I M A , D . C . — T r a ta m e n t o d a a m e b ía s e in te s tin a l e m 2 4 h o ras c o m n o v o e s q u e m a p o s o ló g ic o d o T e c lo z a n .

Folha M ed., 6 9 :

2 9 3 - 2 9 8 , 1 9 7 4 .

4 . F E R N A N D E S , P ., L I M A , D . C ., G O U ­ V E I A , D . P. A . & A L M E I D A , M . A . M . -0 e m p re g o d o T e c b z a n na a m e b ía s e in ­ te s tin a l e m d os e ú n ic a . A n a is d o X X V C ongresso B ra s ile iro d e G a s tro e n te ro lo -g ia , S a lv a d o r, 11 a 1 7 d e ju lh o , 1 9 7 6 . (Pág. 1 8 4 ).

5 . G U A R Í N , A . F ., P A E Z , P. E . P ., G U T I E R R E Z , A . J. & S C H E L E S IN G E R , B .

A m e b ia s is in te s tin a l. T ra ta m ie n to e m d o -sls u n ic a d e T e c lo z a n .

Tribuna Med. (Co-

lom bia), 4 9 :

2 1 - 2 4 , 1 9 7 4 .

6 . H U G G IN S , D . — T ra ta m e n to intensivo d a a m e b ía s e in te s tin a l crônica.

Hospital

(R io ), 7 5 :

1 .0 3 6 - 1 .0 3 9 ,1 9 6 9 .

7 . H U G G IN S , D . - T ra ta m e n to intensivo d a a m e b fa s e in te s tin a l c rônica com o W I N -1 3 .-1 4 6 (T e c lo z a n ). A p lic a ç ã o da dose t o ­ t a l e m tr ê s dias.

Hospital (R io), 78:

2 3 5 -2 3 9 , 1 9 7 0 .

8 . H U G G IN S , D . — E nsaio c lín ic o c o m T e ­ c lo z a n — 5 0 0 m g , n o tr a ta m e n to da c o lite a m e b ia n a n ã o d is e n té ric a . (R e s ulta d o s c o m e s quem a te ra p ê u tic o d e 2 4 horas). (E n v ia d o p ara p u b lic a ç ã o )

9 . S I M A S , A . M . & F E R R E I R A , H . L . -N o t a p ré v ia sobre a açao d o W I -N —1 3 .1 4 6 (T e c lo z in e ) na a m e b ía s e in te s tin a l. Ensaio c lín ic x K e ra p ê u tio o c o m u m novo a m e b i-c id a .

H ospital (R io ), 6 2 :

1 .3 4 3 -1 .3 4 8 ,

Referências

Documentos relacionados

A fábrica do gelo tinha depois uma câmara, uma abertura, em que a gente atravessava ali pra ir lá pra dentro, prás câmaras de gelo…Depois tinha o elevador que levava as pedras do

O PDDFCI de Faro visa estabelecer a estratégia distrital de defesa da floresta contra incêndios (DFCI), através da definição de medidas adequadas para o efeito e do

Chamamos a atenção sobre o relato que faz outra professora, que não de sua sala de aula, em que Cláudio, dentro da escola, tem a possibilidade de se envolver em uma atividade escolar,

Doença Mental é a perturbação mental ou psíquica de qualquer ordem, capaz de eliminar ou afetar a capacidade de entender o caráter criminoso do fato ou de

Novembro-Dezembro, 1977 Rev... Novembro-Dezembro,

Compreendemos que a inclusão escolar poderá se concretizar pelo desenvolvimento de culturas, políticas e práticas (SANTOS, 2003) que permitem o

preenchendo o Inquérito Final e partilha, via Twitter ou Facebook, a tua opinião com os outros embaixa- dores da Campanha. E se tiveres o teu próprio Blog, aproveita ainda para

Como acontece Uma Comissão Mista 4 formada para a gestão dessa etapa (constituída preferencialmente por professores, familiares, alunos e outros agentes) planeja como recolher