R e v is ta d a S o c ie d a d e B ra sile ira d e M e d ic in a T ro p ic a l 1 6 :1 8 4 -1 8 8 , O u t-D e z, 1 9 8 3
TIPOS DE COLÁGENO NAS ÁREAS DE FIBROSE DA
CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA COM LESÃO
VORTICILAR ESQUERDA E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Pedro Raso e Nivaldo Hartung T oppa
Foi feita a identificação dos tipos de colágeno em cortes histológicos de frag
mentos de 15 corações de indivíduos portadores de doença de Chagas crônica com
lesão vorticilar esquerda e ICC. As preparações coradas pelo Sirius Supra Red
F3BA, preconizada por Junqueira e cols e examinadas em microscópio de polariza
ção (Leitz) revelaram colágeno de tipo I e III nas zonas de fibrose.
A sprimeiras
preponderaram nos dois terços externos da região vorticilar, nas áreas de fibrose
endomisial e perimisial do miocárdio sem ou com escasso infiltrado inflamatório
e na região subendocárdica dos músculos papilares. O tipo III foi mais freqüente no
terço interno da região vorticilar, no endocárdio da parede ventricular, em certas
áreas do miocárdio onde a inflamação ainda estava em atividade e nas porções mais
centrais dos músculos papilares. Os AA fazem um breve comentário sobre o possí
vel mecanismo patogenético da fibrose na doença de Chagas.
P alavras ch av es: D o e n ç a d e C hagas. D o e n ç a d e C hagas c o m lesão v o rtic u la r. T ip o s de c o lág en o . P icro -siriu s p o la riz a ç ão .
N a c a rd io p a tia ch ag ásica c rô n ic a c o m in su fi ciên cia c a rd ía c a co n g estiv a (IC C ) são c o n s ta n te s o in filtra d o in fla m a tó rio , a fib ro se, o s fe n ô m e n o s d eg en erativ o s d as célu las m u scu lares card ía c as, as lesões d o s gânglios d o S N A e d o sistem a d e c o n d u ção . É fre q ü e n te , ta m b é m (4 5 % ‘ 2 e 6 5 % * 3 d o s casos), n a p o n ta , u m a lesão p e c u lia r — lesão v o rti cilar 12 13 2 — q u e n a ex p re ssã o d e M ig none ( 1 9 5 8 ) 12 sela o d ia g n ó stic o d e c a rd io p a tia chagá sica crô n ica.
A fib ro se in e x iste n te n a fase ag u d a e m o d es ta n o s casos de m o rte s ú b ita e n o s p a c ie n te s a p a re n te m e n te a ssin to m á tic o s, a d q u ire c a ra c terístic a s p ecu liares n as fo rm a s c rô n icas co m ICC. T rata-se de áreas d e n e o fo rm a ç ã o c o n ju n tiv a , irreg u lares, de e x te n sã o variável, p o u c o cap ilarizad as e q u e m ais ra ra m e n te a d q u ire as c a ra c te rístic a s d o te c id o d e g ra n u la ç ã o 3 . D esenvolve-se n o e n d o e n o m io c á r d io , a o n ív el d e e n d o e p e rim ísio . A q u e se p ro cessa n o e n d o m ísio , em p a rte c o m o fib ro se cicatri- cial in fla m a tó ria , é c o n s titu íd a p o r u m c o n ju n tiv o e scleró tico , re siste n te , q u e in te rro m p e célu las e
T r a b a lh o d o s D e p a r ta m e n to s d e A n a to m ia P a to ló g ic a e M e d ic in a L eg a l d a U n iv e rsid a d e F e d e ra l d e M in as G e ra is e d e B io lo g ia (IC E B ) d a U n iv e rsid a d e F e d e ra l d e O u ro P re to , e x e c u ta d o c o m re c u rs o s d o C N P q e F IN E P . E n d e r e ç o p a ra c o rre s p o n d ê n c ia : P e d ro R a s o - F a c u ld a d e d e M e d ic in a d a U F M G . A v. A lfre d o B a le n a 1 9 0 . 3 0 .0 0 0 . B e lo H o riz o n te -M G .
R e c e b id o p a r a p u b lic a ç ã o e m 4 /7 /1 9 8 3 .
fascícu lo s m u scu lares. P o d e a tin g ir o p e rim ísio e se u n ir à fib ro se d e fa sc íc u lo s ad ja c e n tes in te rro m p e n d o , d e ste m o d o , o sin c íc io eletro fisio ló g ico e fix a n d o u n s fascícu lo s ao s o u tro s. C o m o co n se q ü ê n c ia , c o n trib u i p a ra a ICC, p o is im p ed e os m o v im e n to s d e d e te rm in a d o n ú m e ro de fib ras d u ra n te a rev o lu ção c a rd ía c a , re d u z o c o m p rim e n to d e fib ras e fa sc íc u lo s e fo rm a n o v o s p o n to s de a p o io p a ra as fib ras m u scu lares. A lém disso, pela sua in elasticid ad e e e x te n sã o , é u m e le m e n to a m ais a ser tra c io n a d o d u ra n te a rev o lu ção c ard íaca.
G e ra lm e n te , n o m e sm o co ra ç ã o , ex istem fib ro ses em v ário s estág io s evolutivos.
A fin alid ad e d e sta p esq u isa é id e n tific a r os tip o s d e co lág en o q u e se fo rm a m n a região d o v ó rte x e em o u tra s áreas d o v e n tríc u lo esq u erd o d o co ra ç ã o d e p a c ie n te s p o rta d o re s d e d o e n ç a de C hagas c rô n ic a co m ICC. E m seguida, farem o s u m b rev e c o m e n tá rio so b re o p o ssív el m ecan ism o p a to g e n é tic o d a fib ro se n a d o e n ç a de Chagas.
M A T E R IA L E M É T O D O S
R a s o P , T o p p a N H . T i p o s d e c o l á g e n o n a s á r e a s d e f i b r o s e d a c a r d i o p a t i a c h a g á s ic a c r ô n ic a c o m l e s ã o v o r t i c u l a r e s q u e r d a e i n s u f i c i ê n c i a c a r d ía c a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s il e ir a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 1 6 : 1 8 4 - 1 8 8 , O u t - D e z , 1 9 8 3
co rtes de 4 m ic rô m e tro s q u e fo ra m co ra d o s pelas seguintes técn icas: h em ato x ilin a-eo sin a, tricrô m i- co de G o m o ri p a ra colágeno, U n n a-T aen zer-L iv in e p ara o elástico e p elo Sirius S u p ra R ed F 3 B A (d istrib u íd o s p o r V ero n a D y e stu ffs, P O B ox 3 8 5 , Springfield R o a d , U n io n N ew Je rse y ) p a ra id e n tifi cação d o tip o d e co lág en o ,. c o n fo rm e técn ica p reco n izad a p o r Ju n q u e ira e co ls.9 . E stes ú ltim o s foram ex am in ad o s ao m ic ro sc ó p io de p o lariz a ç ão (L eitz).
R E S U L T A D O S
O e stu d o h isto ló g ico d o s 15 casos m o stro u , nos vários co rtes e fe tu a d o s, o q u a d ro clássico d a card ite chagásica crô n ic a co m ICC. E m to d o s eles era c o n sta n te o in filtra d o in fla m a tó rio de in te n si dade variável, a c e n tu a d o em alg uns e m ais d iscre to em o u tro s, em fo co s m ú ltip lo s. E m geral p re d o m in av am lin fó c ito s; o u tra s vezes ex istiam tam b ém m acró fag o s, g ra n u ló c ito s n e u tró filo s e eo sin ó filo s em p ro p o rç õ e s variadas. E ste exsuda- to era m ais p ro n u n c ia d o n o s c o rte s d o te rç o cau d al do v e n tríc u lo e sq u erd o e m ais d isc re to n a região da lesão v o rticilar.
A o u tra lesão, ta m b é m c o n s ta n te , era re p re sen tad a p ela fib ro se em vários estág io s ev o lu tiv o s e de in te n sid a d e variável de caso p a ra caso e nos d ife re n te s c am p o s m icro scó p ico s. E m certas áreas d a fib ro se in terp u n h a-se e n tre g ru p o s de células m u scu lares, em su b stitu iç ã o às células des tru íd a s p ela in flam ação , in te rro m p e n d o o sin cício eletro fisio ló g ico . N as c o lo raçõ es p e la h e m a to x ili n a-eosina e p elo tric rô m ic o de G o m o ri, ap resen ta- va-se sob a fo rm a de u m co lág en o d en so , inelásti- co, e n d o e perim isial, de lim ites im p reciso s, p o u c o v ascularizado. N os c o rte s e fe tu a d o s n a região da lesão v o rticilar, c o m a fa sta m e n to d o s d o is c o r n o s 13 2, a fib ro se era in ten sa, m ais d ifu sa, esp e cialm en te n a região e n d o cárd ica. N este tip o de lesão, o n d e as fib ras m u scu lares eram p ra tic a m e n te in e x iste n te s1 3 2, p red o m in av a ta m b é m u m te c id o denso, p o u c o vascularizado.
Os co rte s co ra d o s p elo Sirius S u p ra R e d ex a m in ad o s à lu z p o larizad a rev elaram a sp ecto s d ife ren tes nas várias áreas d o co ração .
A o nível da lesão v o rtic ila r co m a fa sta m e n to dos feixes b u lb o e sino-espirais su p erficiais, n a zona m ais delgada da p a re d e , d esp ro v id a de m io- cárdio , n o ta m o s d u as zo n as d istin tas. U m a m ais delgada, n o te rç o in te rn o , fo rm a d a p o r fib ras m ais
o u m e n o s paralelas e n tre si, c o n s titu íd a p o r fib ras d o tip o III. Os d o is te rç o s e x te rn o s estav am cons titu íd o s p re d o m in a n te m e n te p o r fib ras m ais espes sas, m ais lo ngas, d e co r am arelo -av erm elh ad a, leve m e n te sin u o sas, d isp o stas p a ra le la m en te u m a às o u tra s ( tip o I). N a z o n a m ais p ró x im a d o epicár- d io , as fib ras de tip o I se d isp u n h a m d e m o d o m ais irreg u lar e eram c u rta s e frag m en tad as, e x ib in d o ,
F ig u ra 1 - L e sã o v o rtic ila r c o m a f a s ta m e n to d o s fe ix e s b u lb o e sin o -e sp ira is su p e rfic ia is. A s fib ra s v e rm e lh o - a la ra n ja d a s d e lo c a liz a ç ã o su b e p ic á rd ic a são d o tip o I, e as e sv e rd e a d a s s itu a d a s n o te r ç o in te r n o são d o tip o III (v e r t e x to ) . P ic ro s iriu s -p o la riz a ç ã o . x 4 8
em algum as áreas, u m a p e rio d ic id a d e c o m a lte r n ân cia das co res am arela e v erm elh a (F ig . 1).
A o n ív el da lesão v o rtic ila r sem a fa sta m e n to d o s feixes b u lb o e sino-espirais su p erficiais, havia u m a m escla de fib ras de tip o I e III, co m p re p o n d erâ n c ia d o p rim e iro , em arran jo s d e so rd e n a d o s, en v o lv en d o células m u scu lares iso lad as o u g ru p o s de células p a rc ia lm e n te d e stru íd a s.
N o v e n tríc u lo esq u e rd o , fo ra d a lesão v o rti cilar, n o s fo c o s d e in fla m a ç ã o h av ia u m a m istu ra de fib ras de tip o I e III, em p ro p o rç õ e s variadas, m as sem p re co m c e rta p re d o m in â n c ia das p rim ei ras, e sp ecialm en te nas z o n as m ais an tig as d e fib ro se.
R a s o P , T o p p a N H . T i p o s d e c o l á g e n o n a s á r e a s d e f i b r o s e d a c a r d i o p a t i a c h a g á s ic a c r ô n i c a c o m le s ã o v o r t i c u l a r e s q u e r d a e i n s u f i c i ê n c i a c a r d í a c a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s il e ir a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 1 6 : 1 8 4 - 1 8 8 , O u t - D e z , 1 9 8 3
F ig u ra 2 - M io c á rd io d o te rç o c a u d a l d o v e n tr íc u lo es q u e rd o . F ib ro s e e n d o m is ia l c o m a lte rn â n c ia d e c o re s a m a re lo -a la ra n ja d a s ( t ip o I) e e sv e rd e a d a s ( t ip o III), c o m p r e d o m ín io d a s p rim e ira s. O s e s p a ç o s e s c u ro s re p re s e n ta m as fib ra s m u sc u la re s . P ic ro s iriu s -p o la riz a ç ã o x 120.
O n d e a d e stru iç ã o d o m io c á rd io fo i m ais in te n sa , as fib ras d e tip o I fo rm av am feixes de esp essu ras variadas, lo n g o s o u cu rto s, fra g m e n ta d o s o u n ão , d isp o sto s em várias d ireçõ es q u e se en tre m e a v am co m os feixes de tip o III, sem p re m ais d elg ad o s e e m a ra n h a d o s.
N o e n d o c á rd io v e n tric u la r o n d e além da fib ro se ex istia m ta m b é m fo co s de e x su d a to infla- m a tó rio , p re p o n d e ra v am as fib ras de tip o III.
A o n ív el d o s m ú scu lo s p ap ilares, p ro fu n d a m e n te a lte ra d o s p ela in flam ação e p e la fib ro se re su lta n te , as célu las m u scu lares re m an escen tes, isoladas o u em p e q u e n o s g ru p o s, estav am im ersas
em u m c o n ju n tiv o c o n s titu íd o p o r fib ras de tip o I e III em p ro p o rç õ e s variadas. N a z o n a su b en d o - c árd iaca p re p o n d e ra v am as p rim eiras. E stas te n d ia m a fo rm a r lo n g o s feix es c o m p a c to s, fo rte m e n te refrin g en tes, p aralelo s e le v em en te sinuosos, am a relad o s. N as regiões m ais c e n tra is as fib ras d e tip o I eram m ais fin as e irreg u lares e fre q ü e n te m e n te estav am e n tre m e a d a s p o r fib ras de tip o III, sem p re m ais d elg ad as e e m a ran h ad as, q u e, p o r vezes, p re d o m in a v a m so b re as p rim eiras.
D IS C U S S Ã O
N o m io c á rd io , c o m o n o m ú scu lo esq u elético d o h o m e m e d o b o i, fo ra m id e n tific a d o s os tip o s I e III d o c o lá g e n o 1 ° . O co lág en o e n d o e p erim isial d o m ú scu lo c a rd ía c o , d e te rm in a d o p o r im u n o flu o - rescên cia e o co lág en o d as válv ulas p o r análises b io q u ím ic a s ta m b é m são d o s tip o s I e I I I 1 1 6 7.
D e ac o rd o c o m n o sso s resu ltad o s, na card io p a tia ch agásica crô n ic a co m lesão v o rticilar e ICC, nas zo n as d e fib ro se id en tificaram -se fib ras conjun- . tivas d o tip o I e d o tip o III, n a m aio ria d as vezes co m p re d o m in â n c ia d as p rim eiras. E stas prep o n - d eram n o s d o is te rç o s e x te rn o s d a região d a lesão v o rtic ila r c o m a fa sta m e n to de feix es b u lb o e sino- e sp ira is1 3 , n as áreas de fib ro se m io cárd ica sem o u co m escasso in filtra d o in fla m a tó rio e na região su b e n d o c á rd ic a d o s m ú scu lo s pap ilares. H ouve p re d o m in â n c ia d o tip o III n a região su b en d o c árd ica d a lesão v o rticilar, n o e n d o c á rd io da p are de d o v e n tríc u lo e sq u e rd o e em alg um as áreas de fib ro se n a p o rç ã o m ais c e n tra l d o s m ú scu lo s p ap i lares e d o m io c á rd io v e n tric u la r o n d e a in flam ação ain d a estava em ativ id ad e. E stes resu ltad o s preli m in ares, id e n tific a d o s p e lo u so d o m é to d o p icro si riu s-p o larização devem ser c o m p le ta d o s p o r estu dos im u n o c ito q u ím ic o s. M o stram , e n tre ta n to , que o co lág en o de su b stitu iç ã o , d en so e p o u c o vascula riz a d o , q u e se in te rp õ e m e n tre as células m u scu la res e o e n c o n tra d o n o s fo co s o n d e a in flam ação ain d a está em ativ id ad e, são d o m esm o tip o e n co n tra d o n o co ra ç ã o n o rm a l11 10 6 1 . Isto significa, p o rta n to , q u e n a d o e n ç a d e C hagas n ão h á desvios e n em e stím u lo s p a ra fo rm a ç ã o de o u tro s tip o s de c o n ju n tiv o . Pode-se p o r ta n to , co m c e rta seguran ça, afirm a r q u e as célu las estim u lad as a secretar co lág en o p a ra su b stitu ir os esp aço s d eix ad o s pela d e stru iç ã o d as célu las m u scu lares p ro v o cad a pela trip a n o so m ía se são as m esm as d o s te c id o s pré-exis- te n te s . A d m itim o s q u e , p ro v av elm en te, o co rra o m esm o em o u tra s c a rd io p a tia s o n d e ex iste fibrose (e n fa rte d o m io c á rd io , o u tra s m io c a rd ite s, etc).
téi-R a s o P , T o p p a N H . T i p o s d e c o l á g e n o n a s á r e a s d e f i b r o s e d a c a r d i o p a t i a c h a g á s ic a c r ô n i c a c o m l e s ã o v o r t i c u l a r e s q u e r d a e i n s u f i c i ê n c i a c a r d í a c a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 1 6 : 1 8 4 - 1 8 8 , O u t - D e z , 1 9 8 3
ca. A ad ição de P G E 2 e /o u CA M P à c u ltu ra de fib ro b lasto s estim u la a ativ id ad e m e ta b ó lic a , in d i cada pela sín te se de g lico sam in o g lican 4 5 ; fib ro b lasto s ex p o sto s ao M -F A F a u m e n ta m a sín te se de p ro te ín a s colágenas e n ão co lá g e n a s1 6 . A p ro life ração de fib ro b la sto s e a sín te se de co lág en o na sede da in flam ação p o d e ser c o n tro la d a p elo m acró fag o , in d ire ta m e n te , p ela ativ ação de co m p o n en tes d o soro o u p ela n e u tra liz a çã o d e su b stâ n cias in ib id o ras p rese n te s n o so ro p o b re em p laq u
e-tas. A colagenase d o p o lim o rfo n u c le a r h u m a n o e d o c o e lh o dig ere p rin c ip a lm e n te o co lág en o tip o I, e n q u a n to q u e a co lag en ase d o s fib ro b la sto s e d o s m acró fag o s a tu a ig u alm en te so b re o I e o I I I 8 .
É provável, c o m o a d m ite T a fu ri (W L T afu ri: d ad o s n ão p u b lic a d o s) q u e o T . c r u z i , ao p ro d u z ir a flo g o se, ative o m ac ró fa g o p o r m ec a n ism o sem e lh a n te . E m resu m o , a fib ro se re su lta n te , n a d o e n ça de C hagas, seguiria as e ta p a s sin te tiz a d a s n o Q u a d ro I.
Q u a d ro I - P a t o g ê n e s e d a f i b r o s e n a d o e n ç a d e C h a g a s c r ô n i c a
M a c r ó f a g o s e n s i b i l i z a d o ( f o c o i n f l a m a t ó r i o )
L isosom as Elastase Colagenase
D estru ição tecid o s D estru ição colágeno I e III
M ed iad o r solúvel (fib ro n e c tin a )
1
M igração de fib ro b lasto s
F a to r a tiv a d o r d o fib ro b la sto (M -F A F )
S ín te se e x p o rta ç ã o de co lág en o e
L ib e ra ç ão de f a to res in ib id o reç da colagenase
A tiv a p ro d u ç ã o de P G p e lo fib ro b la sto
i
P ela via PG -A M Pr
S ín te se p ro te ín a s (g lico sam in o g lican )
S U M M A R Y
H i s t o l o g i c t y p i n g o f c o l l a g e n f i b e r s f r o m 1 5
h e a r t s o f p a t i e n t s w i t h c h r o n i c C h a g a s ’ d i s e a s e
w a s m a d e b y u s i n g t h e S i r i u s S u p r a R e d F 3 B A
s t a i n a c c o r d i n g t o J u n q u e i r a ’s m e t h o d . A l i p a
t i e n t s h a d c o n g e s t i v e h e a r t f a i l u r e a n d l e f t v o r t i c i
l a r l e s i o n . T h e p r e p a r a t i o n s w e r e s t a i n e d w i t h
S i r i u s S u p r a R e d F 3 B A a n d w e r e e x a m i n e d u n d e r
p o l a r i z e d l i g h t ( L e i t z p h o t o m i c r o s c o p e ) w h i c h
r e v e a l e d c o l l a g e n f i b e r s t y p e s I a n d I I I i n t h e f i b r o
-t i c a r e a s . T y p e I w a s p r e d o m i n a n t i n t h e v o r t i c i l a r
a r e a , b u t i t w a s a l s o p r e s e n t i n o t h e r a r e a s o f t h e
m y o c a r d i u m , s u c h a s e n d o m y s i u m a n ã p e r i m y
-s i u m o f t h e l e f t v e n t r i c l e a n d i n -s u b e n d o c a r d i a l
a r e a s o f t h e p a p i l l a r y m u s c l e s . T y p e I I I w a s m o r e
o f t e n e n c o u n t e r e d i n i n n e r t h i r d o f t h e v o r t i c i l a r
l e s i o n s , e n d o c a r d i u m o f l e f t v e n t r i c u l a r w a l l a n d
i n t h e a r e a s o f t h e m y o c a r d i u m w h e r e t h e i n f l a m
-m a t i o n w a s s t i l l p r e s e n t .
K ey w ords: C hagas’ disease. C hagas’ disease w ith vorticilar lesion. C ollagen fib e r ty p es.
A G R A D E C IM E N T O S
A gradecem os ao P ro f. L uiz C arlos U ch o a Ju n q u eira pela gen tileza de te r fo rn e c id o o c o ra n te Sirius R ed usado n esta pesquisa.
R E F E R Ê N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S
1. A lita lo K , V a h e ri A , K rie g T , T im p l R . B io s y n th e s is o f tw o s u b u n its o f ty p e IV p ro c o lla g e n a n d o f th e b a s e m e n t m e m b ra n e p r o te in b y a h u m a n tu m o r cell lin e . E u ro p e a n J o u r n a l o f B io c h e m is try 1 0 9 :2 4 7 - 2 5 5 , 1 9 8 0 .
2. A lm e id a H O . A le s ã o v o rtic ila r d a c a rd io p a tia ch ag á si c a c rô n ic a . T ese d e D o u to r a m e n to . U n iv e rsid a d e F e d e ra l d e M in as G e ra is, B e lo H o r iz o n te , 1 9 7 6 .
3. B o g lio lo L . M io c a rd ite c h ag á sica . In : B o b lio lo L (e d ) P a to lo g ia 3 ? e d . G u a n a b a ra K o o g a n , R io d e J a n e iro , p. 3 5 9 -3 7 0 , 1 9 8 1 .
4 . C a s to r CW . C o n n e c tiv e tis su e a c tiv a tio n . V I T h e e f fe c t o f c y c lic n u c le o tid e s o n h u m a n sy n o v ia in v itro . J o u r n a l o f L a b o r a to r y a n d C lin ic a i M e d icin e 8 3 : 4 7 -5 5 , 1 9 7 4 .
5. C a s to r CW . C o n n e c tiv e tissu e a c tiv a tio n . V II. Evi- d e n c e s u p p o rtin g a ro le f o r p r o s ta g la n d in s a n d c y clic n u c le o tid e s . J o u r n a l o f L a b o r a to r y a n d C lin ic a i M e d ic in e 8 5 : 3 9 2 - 4 0 4 ,1 9 7 5 .
6. C o llin s D , L in d b e rg K , M c L ee s B , P i n n e ll R S .T h e c o lla g e n o f h e a r t valve. B io c h im ic a B io p h y s ic a A c ta 4 9 5 : 1 2 9 - 1 3 9 ,1 9 7 7 .
R a s o P , T o p p a N H . T i p o s d e c o l á g e n o m s á r e a s d e f i b r o s e d a c a r d i o p a t i a c h a g á s i c a c r ô n i c a c o m le s ã ò v o r t i c u l a r e s q u e r d a e i n s u f i c i ê n c i a c a r d í a c a . R e v i s t a d a S o c i e d a d e B r a s il e ir a d e M e d i c i n a T r o p i c a l 1 6 : 1 8 4 - 1 8 8 , O u t - D e z , 1 9 8 3
7. G a y S , V ija n to J , R a e k a llio J , P a t ti n e n R .C o l l a g e n ty p e s in e a rly p h a s e o f w o u n d h e alirig in c h ild re n . A c ta C h iru rg ic a S c a n d in a v ic a 1 4 4 : 2 0 5 -2 1 1 , 1 9 7 8 .
8. H o u w itz A L , H a n e e A J , C y s ta l R G . G r a n u lo c y te c o lla g e n a se : se lec tiv e d ig e s tio n o f ty p e I re la tiv e to ty p e III c o lla g e n . P ro c e e d in g s o f N a tio n a l A c a d e m y o f S c ie n c e s U S A 7 4 : 8 9 7 - 9 0 1 ,1 9 7 7 .
9 . J u n q u e ir a L C V , B ig n o la s G , B r e n ta n i R R . P ic ro siriu s s ta in in g p lu s p o la r iz a tio n m ic ro s c o p y , a sp e c ific m e th o d f o r c o lla g e n d e te c t i o n in tis su e se c tio n s. H is to c h e m ic a l J o u r n a l 1 1 : 4 4 7 - 4 5 4 ,1 9 7 9 .
10. M c C la in P E . C h a r a c te r iz a tio n o f c a rd ia c m u sc le c o lla g e n . M o le c u la r h e te r o g e n e ity . J o u r n a l o f B io lo g ic a l C h e m is try 2 4 9 : 2 3 0 3 - 2 3 1 1 ,1 9 7 4 .
11. M o rris S C , M c C la in P E . H e te ro g e n e ity in t h e c y a n o - g e n b r o m id e p e p tid e s f r o m s tr ia te d m u sc le a n d h e a r t valv e c o lla g e n . B io c h im ic a B io p h y s ic a R e se a rc h C o m m u n ic a tio n 4 7 : 2 7 -3 4 , 1 9 7 2 .
12. M ig n o n e C . A lg u n s a s p e c to s d a a n a to m ia p a to ló g ic a
d a c a id ite c h a g á sic a c rô n ic a . T ese P ro fe s s o r C a te d rá - tic o , U n iv e rsid a d e d e S ã o P a u lo , S ã o P a u lo , 1 9 5 8 .
1 3 . R a s o , P . C o n tr ib u iç ã o a o e s tu d o d a le sã o v o rtic ila r ( e s p e c ia lm e n te d o v ó r te x e s q u e rd o ) n a c a rd ite chagási c a c rô n ic a . T e se d e L iv re D o c ê n c ia , U n iv e rsid ad e F e d e ra l d e M in as G e ra is, B e lo H o riz o n te , 1 9 6 4 .
14. T a u k a m o to Y , H e lse l W E , W ah l SM . M a c ro p h a g e p r o d u c ti o n o f f ib r o n e c tin , a c h e m o a ttr a c ta n t fo r fib r o b la s t. J o u r n a l o f I m m u n o lo g y 1 2 7 :6 7 3 -6 7 8 , 1 9 8 1 .
15. W ahl, SM , W ah l LM , M c C a r th y JG , C h e d id L , M ar- g e n h a g e n S E . M a c ro p h a g e a c tiv a tio n b y m y c o b a c te - ria l w a te r so fu b le c o m p o u n d s a n d s y n th e tic m u ra m y l d ip e p tid e . J o u r n a l o f Im m u n o lo g y 1 2 2 : 2 2 2 6 -2 2 3 1 , 1 9 7 9 .