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O processo decisório no serviço do pessoal

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CADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PÚBLICA - 71

ASTERIO DARDEAU VIEIRA

o

PROCESSO DECISÓRIO

NO SERViÇO DO PESSOAL

"

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

(2)

Direitos reservados da Fundação Getúlio Vargas - Praia do Botafogo,

186 - Rio de Janeiro - GB - ZC--02 - Brasil - Por fôrça do

convênio celebrado com a Fundação Ford.

P edição - 1968

© Copyright da Fundação Getúlio Vargas

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FUNDAÇÃO GETúLIO VARGAS - Serviço de Publicações -

Di-retor, Leosthenes Christino; Assistente da Direção, Ary M. Caldeira; coordenação técnica de Denis Cordeiro Policani; capa de Sérgio

Fra-goso; composto e impresso na Gráfica Editôra Livro SI A, em

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APRESENTAÇAO'

Com esta monografia prossegue a publicação de uma série de livros de texto, monografias e casos especialmente elaborados para o programa de pesquisas sôbre adminis-tração pública brasileira mantido pela Fundação Getúlio Vargas em convênio com a Fundação Ford. Pelo convêniQ', os recursos concedidos pela Fundação Ford se destinam a remuneração dos trabalhos de pesquisa e preparação de originais, cabendo à Fundação Getúlio Vargas os encargos com a publicação das obras e com a infra-estrutura técnico-administrativa para a execução do acôrdo.

O objetivo dêsse programa é o enriquecimento de nossa bibliografia especializada, com trabalhos que espe-lhem a experiência brasileira e encerrem a reflexão dos estudiosos de nossa problemática administrativa.

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VI CADImNQf3 DE ADMINIBTRAÇAO PÚBLICA

A coordenação geral desta série está a cargo do Centro de Pesquisas Administrativas da EBAP, cabendo a coor-denação editorial ao Serviço de Publicações da FGV.

BEATRIZ M. DE SOUZA WAHRLICH

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A RESPEITO DO AUTOR

Astério Dardeau Vieira é Bacharel em Direito pela antiga Universidade do Rio de Janeiro, tendo realizado cursos de especialização em Administração Pública na "American University" de Washington, D.C.

Vem ocupando, desde 1938, cargos de relêvo no ser-viço público federal, principalmente em Administração de Pessoal. Foi Diretor de Pessoal do antigo Ministério da Educação e Saúde, Diretor de Seleção e Diretor de Pessoal do Departamento Administrativo do Serviço Público, Chefe do Departamento de Administração do Banco Na-cional de Desenvolvimento Econômico e Diretor Geral do SESC Nacional. Ultimamente dirigiu a reorganização administrativa do Ministério da Educação e Cultura.

Na Fundação Getúlio Vargas é membro do Conselho Curador, tendo instalado a Escola de Administração de Emprêsas, em São Paulo, da qual foi seu primeiro Diretor. Chefiou, em São Paulo, o Escritório Regional da Comissão de Reforma do Ministério da Fazenda e, no Rio, o Setor de Pessoal da mesma Comissão.

Exerceu funções importantes em organizações inter-nacionais. Na Organização das Nações Unidas (ONU), foi

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VIII OADERNÜ\S DE ADMINISTRAÇAO PúBLICA

de recrutamento, colocação, treinamento e relações de pessoal. Ainda como representante das Nações Unidas, estêve em missão no Canga em 1962, como Administrador de Kamina e, mais tarde, Chefe do Pessoal Civil das Ope-rações da ONU naquele país. Na Organização dos Estados Americanos, integrou o Comitê de Especialistas em Assun-tos de Pessoal.

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PR'EFÁCIO

Uma das características mais expressivas do subde-senvolvimento é um permanente curto-circuito no trinô-mio Teoria-Pesquisa-Ação. Gunnar Myrdal diria que não há uma "causação circular" entre aquêles elementos, os quais se desenvolvem mais ou menos isoladamente uns dos outros, sem um municiamento recíproco. Em taÍs circuns-tâncias, a Ação tende à miopia, por lhe faltarem base em-pírica e lastro teórico; a Pesquisa degenera no que Wright Mills denominou "empirismo abstrato" - uma busca de-sordenada (porque carente de qualquer rationale teórico) de associações entre variáveis, em que o computador vez por outra "descobre" alguma correlação inesperada, inima-ginável e sensacional; finalmente, a Teoria, carente de teste empírico e alheia às possibilidades pragmáticas, ten-de a formulações meramente especulativas impressionís-ticas, baseada "na minha opinião ... " ou no "eu acho que ... ", exemplificando-se em trabalhos do tipo conjecturaI, inope-racionalizáveis.

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x

CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PúBLICA

questionários são preparados antes de se formularem hipó-teses e de se operacionalizarem variáveis, ou, pelo menos, de se definirem satisfatoriamente os objetivos específicos da investigação; o "depois se vê o que os dados revelam ... " apenas revela uma atitude não-científica, ingênuamente apressada, que subverte a ordem natural do processo de pesquisa. Finalmente, são incontáveis as teorias de gabine-te, cerebrinas, as mais das vêzes importadas incriticamen-te, exemplos de irredução e de inimaginação sociológicas.

O difícil é ilustrar o oposto, é identificar trabalhos que reflitam um esfôrço de superação do curto-circuito entre Teoria, Pesquisa e Ação. É êste o caso da presente monografia, que o Dr. Astério Dardeau Vieira escreveu, a convite do Centro de Pesquisas Administrativas da EBAP, para o programa de publicações patrocinado pela Fundação Ford.

Como trabalho de Pesquisa, o estudo tem duplo mé-rito. Primeiro, o mérito de cogitar de um problema pre-sente e típico da patologia burocratica brasileira, ao invés de concentrar-se no passado ou de projetar-se para o pas-sado. É um estudo atual, enfocando uma realidade vigente-e objvigente-eto dvigente-e transformação vigente-em futuro mais ou mvigente-enos imvigente-e- ime-diato: a realidade do processo, da supercentralização, dos contrôles parasitários e formalísticos. Segundo, o mérito de desprender-se da mera pesquisa bibliográfica, da rein-terpretação de dados de segunda e terceira mãos, do di-gesto ou exercício de erudição, para buscar dados primá-rios, virgens, especialmente elaborados para os objetivos da pesquisa a que o autor procedeu, como é o caso das tra-mitações de processos que ilustram copiosamente a mo-nografia. É oportuno observar que essas características -foco na realidade brasileira, atualidade e fundamentação em pesquisa primária - , quando presentes num mesmo trabalho, atentam aos mais elevados propósitos do pro-grama Ford.

Como instrumento de Ação, o estudo apresenta ao fim

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PROCESSO DECISÓRIO XI

realidade. As providências descongestionadoras propostas incluem desde alterações legislativas até medidas de reor-ganização interna de serviços, estimando, o autor uma re-dução imediata de aproximadamente 30% da carga de tra-balho burocrático do Ministério da Fazenda, em decorrên-cia de tais providêndecorrên-cias. Considerando-se a analogia das si-tuações e, portanto, a aplicabilidade, pelo menos parcial, das medidas propostas pelo Dr. Dardeau Vieira aos demais órgãos da administração direta e mesmo a entidades da administração indireta, há que concluir-se pela extraordi-nária importância do estudo como instrumento programá-tico e pragmáprogramá-tico, enfim, de Ação.

Finalmente, como peça de Teoria, o estudo oferece evidências e permite interferências das mais significativas a respeito de características, tendências e necessidades da burocracia federal brasileira. Conquanto os aspectos de Pesquisa e Ação tenham muito maior realce que os de Teoria (êsses freqüentemente implícitos) o autor recorre, aqui e ali, a conceitos teóricos, na tentativa de explicar nossa realidade administrativa. Dentre os elementos con-ceituais utilizados destacam-se os de centralização, delega-ção de autoridade, precedência do risco sôbre o custo no contrôle e repartição de competência entre o órgão central ministerial e os órgãos periféricos, especialmente os re-gionais.

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XII OADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PúBLICA

aspectos técnicos, tanto ou mais quanto os éticos, para o modêlo burocrático, inversamente ao que configura o mo-dêlo institucional-legal. Em têrmos sumários (e, por isso mesmo, algo simplistas), o modêlo burocrático é de inspira-ção e finalidade técnica, enquanto o institucional-legal é de inspiração e finalidade ética.

Em condições ideais, o modêlo institucional-legal re-presenta um govêrno de leis, e não de homens. Em tais circunstâncias, a teoria e a prática administrativas preo-cupam-se prioritáriamente com problemas tais como a in-vasão de esferas de competência, a minimização de con-dições para o abuso de autoridade, e a adequação das rela-ções internas e externas dos órgãos oficiais. Isso porque - para mencionar a crítica de Leonard White ao ensino de Administração nos Estados Unidos, à década dos 30 - o que importa, em Administração Pública, é o "Pública" e não o "Administração". A legalidade e, pois, não necessà-riamente a racionalidade - é o fundamento do processo decisório. O p~pel do administrador é predominantemente o de intérprete e aplicador da lei, e não o de um executi-ve, responsável pela formulação de objetivos e de estraté-gias para alcançá-los.

Desejo concentrar-me, neste prefácio, nalguns aspectos disfuncionais do modêlo institucional-legal. A título de hipótese, sugiro que os aspectos funcionais tendem a pre-valecer apenas em burocracias menos formalísticas, isto é, /

aquelas em que a distância entre lei e comportamento é mínima, face à compatibilidade entre legalidade e necessi-dade. A melhor ilustração da predominância do modêlo institucional-legal com resultados funcionais é possivel-mente, a burocracia francesa.

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PROCESSO DECISÓRIO XIII

das variadas manifestações da orientação processualística. Ela se caracteriza pela concentração nos meios, pela pri-mordialidade dos instrumentos, pela subordinação de obje-tivos a estruturas, pela aceitação integral da falsa premissa de Willoughby, que tanto mal nos fêz, de que a existência

de meios eficientes é suficiente para a eficiência adminis-trativa. Não tem sido outra a premissa norteadora da ex-periência federal brasileira de reforma administrativa. Como nosso futebol tende à filigrana, nossa Administração Pública tende ao processo: tendências, ambas, a um "jôgo de meio de campo" ... num campo sem balizas, sem metas. No dizer de Merton, os valôres instrumentais têm priori-dade sôbre os terminais (finalísticos).

Outra disfunção importante do modêlo institucional-legal, especialmente no caso brasileiro, é uma tendência a despachar, ao invés de decidir. A distinção é profunda, já que a decisão envolve uma opção entre duas ou mais alter- / nativas, enquanto o despacho é, quase sempre, mera homo-logação de opinião anterior, em geral da imediatamente anterior. O juridicismo brasileiro criou até uma tipologia do despacho. Com efeito, temos o despacho interlocutório, o protelatório, o homologatório e o decisório.

O primeiro gera um ao-ao-ao interminável (que o ane-dotário administrativo poderá registrar como despacho ca-nino) em busca de informações que geralmente não aumentam a eficiência do contrôle. Em verdade, o despa-cho interlocutório funciona mais como válvula de escape à

responsabilidade, como apólice de seguro, ~libi que o bu-rocrata, êsse expert in insurance against blame, aprende a utilizar com maestria. Assim como jogar por distração, por necessidade de recreação pode transformar-se no vício de jogar, também a necessidade de informar para decidir pode resultar no vício de informar por informar. São exemplos, ambos, do que Allport denominou, com invulgar sensibilidade, de "autonomia funcional dos motivos".

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XIV OADERNOO DE ADMINISTRAÇAO PúBLICA

sentido de não-necessário), é previsto, antecipado, ao passo que o despacho protelatório, imprevisto e imprevisível, pode fazer o processo retroceder vários passos (quando, por exemplo, um informante discorda de um despacho que tenha servido de fundamento para vários outros des-pachos; ou quando um informante resolve solicitar a jus-tificativa de determinado despacho; ou, ainda, quando o informante resolve "baixar" o processo em exigências). Para voltar à imagem do futebol, tanto o despacho inter-locutório quanto o protelatório são formas de "cêra". No primeiro, contudo, a bola permanece em movimento; no segundo é atirada alta, longa e violentamente na direção das arquibancadas.

O despacho homologatório é eminentemente parasitá-rio, por ser inócuo. Como salienta o autor, os casos de re-visão de decisões, não apenas com relação a qüinqüênios mas a outros benefícios ou direitos, reduzem-se pràtica-mente a zero. Ainda segundo observação do autor, o des-pacho homologatório é o caso típico do custo maior que o

risco, em que a medida racionalizadora seria a simples eliminação da necessidade de homologação. Para se ter uma idéia do impacto de tal medida, no processamento de licenças para tratamento de saúde haveria uma redução imediata de cêrca de 6.000 processos por ano; e na conces-são de qüinqüênios, cêrca de 2.400 dos 3.400 processos anuais seriam eliminados.

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PROCESSO DECISóRIO

xv

que se expandisse a capacidade decisória, numérica e qua-litativamente.

Uma terceira disfunção é a tendência ao desenvolvi-mento de garantias legais, de que a estabilidade funcional e a vitaliciedade da cátedra são ilustrações das mais ex-pressivas. A famosa advertência de Sayre, sôbre the, triumph of technique over purpose, pode ser ajustada ao caso brasileiro como "a vitória da lei sôbre o objetivo", ou como "a vitória do 'legalismo' sôbre a necessidade", o que se reflete, na linguagem do Dr. Dardeau Vieira, numa legislação "prolixa, esparsa e contraditória", na atuação dos órgãos de pessoal como "fiscais da legislação", para os quais assistência social se reduz a "policiamento de faltas e licenças". O artigo 123 do atual Estatuto dos Funcioná-rios Públicos Civis da União, que releva até 3 faltas men-sais motivadas por doença comprovada em inspeção mé-dica é outro exemplo da tendência ao desenvolvimento de garantias legais. O autor examina com agudeza algumas das conseqüencias disfuncionais dêsse dispositivo, dentre elas a manutenção altamente onerosa (por volta de .... NCr$ 120.000,00 anuais) de uma equipe de médicos para visitas domiciliarés, o custo das despesas indiretas e ser-viços auxiliares correspondentes, e a desmoralização decor-rente dos laudos médicos graciosos.

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XVI OADERNOS DE ADMINISTRAÇãO PúBLICA

segundo o qual "o poder de nomear implica o de exonerar". Ê:sse mecanismo de raciocínio reflete bem que a legalidade

- e, pois, não necessàriamente a racionalidade - é o fun-damento do prOcesso decisório. Outro aspecto negativo da verdadeira fobia ao abuso de autoridade - típica do mo-dêlo institucional-legal - é ilustrado de forma contunden-te pelo autor quando, com base em sua experiência, pes-soal, afirma (Capítulo IX):

Por incrível que pareça, os funcionários infor-mantes, ao tempo da Diretoria Geral do Expediente do Ministério da Educação e Saúde Pública, eram

proibidos de se avistar com as "partes" e de emitir opinião sôbre os assuntos de que tratavam. Limita-vam-se, por dispositivo regulamentar, a dar infor-mação sôbre os fatos e a legislação aplicável à espé-cie reservando-se ao Chefe de Seção o direito de opi-nar, e ao Diretor-Geral a competência para decidir.

O excerto dispensa maiores comentários. O resultado mais nítido da tendência a restringir a área de discriciona-lidade do administrador é o estrangulamento do processó decisório mediante a interpolação desnecessária de despa-chos entre o cliente e o agente decisório, fenômeno que o autor analisa em detalhe. Dentre as medidas corretivas que preconiza alinham-se a "descentralização para o âmbito

re-gional", a "atribuição de maior responsabilidade à chefia para decidir", e a "eliminação de certos tipos de processos, mediante contato pessoal do servidor com a autoridade própria", de modo a aproximar, tanto quanto possível (ou, se se quiser, sempre que o custo fôr maior que o risco), os pontos de decisão dos pontos de ação; e, ainda, a "con-cessão automática de determinados benefícios" (qüinqüê-nios, por exemplo) procedendo-se a revisões apenas em caráter excepcional. São ilustrações pragmáticas de prin-cípios teóricos como o da fixação da competência decisória nos pontos em que a ação ocorre (Simon) e o princípio da exceção (Taylor).

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PROCESSO DECISÓRIO XVII

leitor, ao correr do estudo. Espero havê-lo encorajado ao desafio, que é fascinante e compensador. Apraz-me, ao concluir, registrar a satisfação e o confôrto que me dão a autoria dêste prefácio. Satisfação pelas relações pessoais que me ligam ao Dr. Dardeau Vieira, sob cuja orientação já tive o privilégio de trabalhar. E confôrto em ver que minha geração pode contar com a dos pioneiros, no esfôr-ço de compreensão e mudança da realidade administrativa brasileira. Uma das tarefas críticas desta geração de téc-nicos em Administração é fazer a história atual, corrente, da burocracia brasileira, mediante pesquisa primária e de orientação pragmática, isto é, visando a intervenções deli-beradas, planejadas, intencionais que a transformem numa administração para o desenvolvimento. A monografia ela-borada pelo Dr. Dardeau Vieira, por sua atualidade e obje-tividade, é uma contribuição inestimável ao esfôrço dos novos pioneiros.

KLEBER NASCIMENTO

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o

PRO'BLEMA

Quando o autor funcionou, em 1966, como Diretor-Executivo do Grupo de Trabalho de Pessoal, que a Fun-dação Getúlio Vargas instituira na sua Comissão de Re-forma do Ministério da Fazenda, teve a atenção despertada, entre outras coisas, para a excessiva carga de trabalho e a lentidão do processo decisório no Serviço de Pessoal. As informações colhidas apontavam a existência de 200.000 processos por ano, o que, para um total de 25.800 funcio-nários, significava que cada um dava origem, anualmente, a cêrca de 8 processos, exigindo do Serviço, aproximada-mente, 800 decisões por dia! 1 A primeira vista, o Serviço

achava-se suficientemente aparelhado para enfrentar êsse volume de trabalho, com uma equipe de 360 funcionários, que correspondia à média de 1 por 71 jurisdicionados. Mesmo feita abstração de 110 afastados por motivos vários, ainda se disporia de 250, isto é, 1 por 103, proporção sufi-cientemente baixa para que os serviços transcorressem de

1) Cfr. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, COMISSÃO DE

RE-FORMA DO MINISTÉRIO DA FAZENDA, Um Progmma de

Administração de Pessoal para o Ministério da Fazenda,

Depar-tamento de Imprensa Nacional, 1966, pág. 117. Foram

conside-rados 250 dias úteis por ano: - 52 semanas de 5 dias menos

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xx

OADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PúBLICA

forma impecável, se as outras condições fôssem satisfató-rias. Tal, porém, não era o caso. Os defeitos de localiza-ção, estrutura, equipamento e métodos de trabalho, nota-damente o excesso de centralização, aliados a uma legis-lação prolixa, esparsa e contraditória, comprometiam sen-sivelmente a eficiência dos serviços conforme acentuou em seu relatório o mencionado Grupo de Trabalho, 2 de

cujas conclusões e recomendações vale destacar as seguin-tes: 3

"16. Criar uma rêde de órgãos regionais de pes-soal, inclusive na Guanabara, para a coordenação dos trabalhos atualmente esparsos por pequenas secções, turmas etc., concedendo-lhes uma soma de atribui-ções executivas capaz de desafogar, na medida do de-sejável, o órgão central e propiciar aos servidores do Ministério rápido atendimento de seus interêsses.

"17. Como condição para essa medida, promover a elaboração de manuais de serviços, treinamento do pessoal lotado nos órgãos regionais e inspeções perió-dicas de seus trabalhos.

"18. Fixar nova estrutura para o órgão central de pessoal, reservando-lhe as funções normativas e de contrôle e o estudo dos problemas de caráter geral.

"19. Racionalizar as rotinas do Serviço do Pes-soal com a eliminação de fases desnecessárias e a formulação adequada dos fluxos de trabalho".

O presente estudo pode ser considerado uma continua-cão dos trabalhos da Comissão de Reforma do Ministériô da Fazenda, já agora sob a responsabilidade pessoal do Autor e no sentido de aprofundar as pesquisas que leva-ram o Grupo de Trabalho de Pessoal àquelas Conclusões e recomendações acima transcritas. Utilizou-se (Ü Inétodo

combinado de investigação direta e entrevista, com a

de-2) Ibidem

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PROCESSO DECISóRIO XXI

cidida colaboração dos dirigentes do Serviço do Pessoal do Ministério da Fazenda, a quem deixamos consignados nossos sinceros agradecimentos.

Muito agradecemos, também, ao Técnico de Adminis-tração Júlio de Almeida França, que conduziu a pesquisa, e ao Estagiário Wilson Pizza Jr., aluno da Escola Brasileira de Administração Pública, que com êle c~laborou no le· vantamento dos dados.

o

trabalho reveste-se de caráter objetivo, procurando fornecer elementos concretos em apoio de medidas que muito poderão contribuir para elevar o nível de coeficiên-cia, não só do Serviço do Pessoal do Ministério em foco, mas, também, de todos os outros que se dispuserem a ado-tar certas providências simples de adequação dos meios

aos fins.

Rio de Janeiro, 29 de maio de 1967

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SUMÁ'RIO

Apresentação ... V

A respeito do A 'Itor ... VII

Prefácio ... IX

o Proble-ma ... XIX

1. A Carga de Trabalho ... 3

2. Licenças para Tratamento de Saúde ... 19

Anexo ... 27

3. Gratificação Adicional por Tempo de Serviço (Qliin-qliênios) 40 4. Salário-Família ... 44

5. Licença Especial ... 54

li . Aposentadoria ... 64

7. ReInação ... 74

8. A Estrutura do ServiQO ... 78

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1. A CARGA DE TRABALHO

A mensuração da carga de trabalho foi feita por amos-tragem.

Cada processo nôvo que entra é fichado na Turma de Protocolo da Seção de Administração, onde as fichas são grupadas por algarismo final do número do processo e cada grupo é arquivado numa gaveta à parte. Há, por-tanto, em cada ano, pelo menos 10 gavetas, correspondentes aos finais 1 a O. Cada gaveta comporta cêrca de 4.000 fichas.

Escolheu-se ao acaso uma gaveta e apurou-se que, de janeiro a setembro de 1966, haviam sido recebidos 3.279 processos novos, versando sôbre grande variedade de as-suntos, sob 339 diferentes títulos, alguns pouco ou nada expressivos, porque apostos pelo órgão central de Comuni-cação do Ministério, desaparelhado para classificar corre-tamente os assuntos. É o caso, por exemplo, das seguintes classificações:

averbação boletim

comparecimento consulta

(22)

4 OADERNOO DE ADMlNISTRAÇAO PúBLJCA

débito

esclarecimento inscrição para cargo levantamento de impôsto material

ocorrências ofício penalidade

permanência de funcionário portarias

projeto de decreto quadro demonstrativo referência informação

referência ocupação de tempo remessa de expediente

salário benefício solicitação de débito telegrama

via de portaria

Não obstante, foi possível identificar os principais tipos de processos novos entrados durante o período em causa (Quadro I), destacando-se, por ordem decrescente de freqüência, os seguintes:

1 - Licença para tratamento de saúde ... .

2 - Q ü i n q ü ê n i o s (Gratifica-ção adicional por tempo de serviço) ... , .... .

3 - Licença Especial (1 i c e n ç a-prêmio) ... "

4 - Salário-Família

5 - Aposentadoria

6 - Remoção

753 (23,0%)

256( 7,8%)

215 ( 6,5%)

135 ( 4,1 %)

103 ( 3,1 %)

66 ( 2,0%)

(23)

PROCESSO DECISÓRIO 5

Verifica-se, portanto, que quase metade dos processos se distribui por essa meia dúzia de assuntos, e pouco menos da quarta parte se refere a licenças para tratamento de saúde.

Feita a extrapolação para o período de um ano, tería-mos, em números redondos, o seguinte volume de proces-sos novos:

1 - Licença para tratamento de saúde.. 10.000

2 - Qüinqüênios

3 - Licença-Prêmio

4 - Salário-Família

5 - Aposentadoria

6 - Remoção

7 - Outros

3.400

2.900

1.800

1.300

900

23.700

44.000

Ficamos, portanto, muito aquém daquela cifra de 200.000, que fôra objeto de informação ao Grupo de Traba-lho de Pessoa1. É verdade que o volume se multiplica pela baixa de processos em diligência e retôrno ao Serviço de Pessoal, mas sôbre êsse movimento não existem dados es-tatísticos. De positivo, subsiste o total de 44.000 processos novos, o que representa a média de 1,7 por funcionário. Em outras palavras, todo ano cada grupo de três funcio-nários do Ministério, em média, dá origem a 5 processos, o que parece realmente excessivo.

(24)

CADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Não duvidamos que "a função entorpecedora do amanhã" faça "parte essencial do comportamento do buro-crata público ou privado", como frisa Guerreiro Ramos, 1

nem que se tenha tornado famosa até no exterior, como sabemos de experiência própria. É mais um fator negativo a combater, por meio de treinamento adequado, mas nem por isso invalida a tese de que a situação exige medidas corretivas de caráter objetivo, tais como:

a) eliminação de fases desnecessárias; b) descentralização para o âmbito regional; c) eliminação de certos tipos de processo, me-diante contato pessoal do servidor com a autoridade própria; e

d) medidas de caráter legal.

QUADRO I

PROCESSOS NOVOS ENTRADOS NO SERVIÇO DO PESSOAL DA FAZENDA NO PERÍODO

DE JANEIRO A SETEMBRO DE 1966

ASSUNTO

1 - Abono de faltas ... . 2 - Ação ordinária ... . 3 - Aceitação de apólice ... . 4 - Aceitação de consignação ... . 5 - Aceitação de endôsso ... . 6 - Aceitação de fiança ... . 7 - Acumulação de férias ... . 8 - Adicional ... . 9 - Adoção de tempo integral ... . 10 - Afastamento de servidor ... . 11 - Agradecimento ... . 12 - Ajuda de custo ... . 13 - Alteração de nome ... .

Número rl.e Processos Entrados JanjSetj66

3 3 3 1

1

8

1

2

1

3

1

17

1

(25)

PROCESSO DECISÓRIO

ASSUNTO

14 - Anexação de documento a processo .. 15 - Anotação em ficha funcional ... . 16 - llnulação de posse ... . 17 - Aposentadoria ... . 18 - Apostilas ... . 19 - Apresentação de funcionário ... . 20 - Apresentação de título eleitoral ... . 21 - Arbitramento de percentagens ... . 22 - Assentamento individual ... . 23 - Atestado médico ... . 24 - Autorização de pagamento ... . 25 - Auxílio doença ... . 26 - Averbação ... . 27 - Averbação de certidão ... . 28 - Averbação em fôlha de pagamento .. 29 - Averbação de prêmio ... . 30 - Averbação de tempo de serviço ... . 31 - Averbação de títulos ... . 32 - Benefício Lei n.o 4.863/65 ... . 33 - Benefício Lei n.o 4.054/62 ... . 34 - Boletim ... . 35 - Boletim de freqüência ... . 36 - Boletim de merecimento ... . 37 - Boletim de pessoal ... . 38 - Cancelamento de aluguel ... . 39 - Cancelamento de averbação ... . 40 - Cancelamento de consignação ... . 41 - Cancelamento de desconto ... . 42 - Cancelamento de pedido ... . 43 - Cancelamento de portaria ... . 44 - Cancelamento de salário-família ... . 45 - Carteira funcional ... . 46 - Cartões de identificação ... . 47 - Casamento ... .

7

(26)

CADERNOS DE ADMINISTRAÇãO PúBLICA

ASSUNTO

48 - Certidão de tempo de serviço ... . 49 - Certidões ... . 50 - Chefia de Exatoria ... . 51 - Comparecimento ... . 52 - Complementação de salário mínimo .. 53 - Compulsória ... .

54 - Comunicação ... .

v~ - Comunicação de afastamento ... . 56 - Comunicação de alcance ... . 57 - Comunicação de apresentação de

fun-cionário ... . 58 - Comunicação de cumprimento de

obri-gação eleitoral ... . 59 - Comunicação de desanexação ... . 60 - Comunicação de enderêço ... . 61 - Comunicação de exercício ... . 62 - Comunicação de falecimento ... . 63 - Comunicação de freqüência a sessões 64 - Comunicação de recebimento de

quo-tas-partes ... . 65 - Comunicação referente a salário mí-nimo ... . 66 - Comunicação reservada ... . 67 - Concurso para preenchimento de vaga 68 - Concessão de crédito ... . 69 - Consignação em fôlha ... . 70 - Consignação de pensão alimentícia .. 71 - Consulta ... . 72 - Consulta sôbre requisição ... . 73 - Cópia de portaria ... . 74 - Cópia de expediente ... . 75 - Crédito para pagamento ... . 76 - Crédito para substituição ... . 77 - Crédito suplementar ... .

(27)

PROCESSO DECISÓRIO

ASSUNTO

78 - Débito ... . 79 - Débito ao Hospital dos Servidores do Estado ... . 80 - Decreto n.o 57.370/65 ... . 81 - Depósito numerário p/ pagamento de percentagem ... . 82 - Desconto ... . 83 - Desconto em fôlha ... . 84 - Designação ... . 85 - Designação Exatoria ... . 86 - Designação de servidor ... . 87 - Designação de substituto eventual .. . 88 - Desistência de licença ... . 89 - Desligamento de servidor ... . 90 - Destaque de verba ... . 91 - Devolução de processo ... . 92 - Devolução referente a desconto

inde-vido ... . 93 - Diárias ... . 94 - Diferença de nível ... . 95 - Diferença de percentagem ... . 96 - Diferença de vencimentos ... . 97 - Dispensa ... . 98 - Dispensa de comissão ... . 99 - Distribuição de créditos ... . 100 - Documentos para arquivar ... . 101 - Efetivação ... . 102 - Encaminhamento de apólice ... . 103 - Encaminhamento de atos para

publi-cação ... . 104 - Encaminhamento de boletim ... . 105 - Encaminhamento de certidão ... . 106 - Encaminhamento de circular ... .

9

(28)

10 OADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PúBLJCA

ASSUNTO

107 - Encaminhamento de comprovante de doação de sangue ... . 108 - Encaminhamento de cópias de

desli-gamento ... . 109 - Encaminhamento de cópias de expe-diente ... . 110 - Encaminhamento de cópia de portaria 111 - Encaminhamento de declaração de bens ... . 112 - Encaminhamento de documentos ... . 113 - Encaminhamento de fôlha de

paga-mento ... . 114 - Encaminhamento de freqüência .... . 115 - Encaminhamento de guia de venci-mentos ... . 116 - Encaminhamento de laudo médico .. 117 - Encaminhamento de mapa ... . 118 - Encaminhamento de papeletas de

ins-crição ... . 119 - Encaminhamento de pasta de assen-tamentos ... . 120 - Encaminhamento de petição ... . 121 - Encaminhamento de portaria ... . 122 - Encaminhamento de processo ... . 123 - Encaminhamento de registro ... . 124 - Encaminhamento de relação de férias 125 - Encaminhamento de requerimento .. 126 - Encaminhamento de via de portaria . 127 - Enquadramento ... . 128 - Entrega de documentos ... . 129 - Esclarecimento ... . 130 - Estôrno de verba ... . 131 - Exame de saúde ... . 132 - Exercício ... .

(29)

PROCESSO DECISóRIO

ASSUNTO

133 - Exercícios findos ... . 134 - Exercício de função ... . 135 - Exoneração ... . 136 - Expedição de portaria ... . 137 - Expedição de título ... . 138 - Exposição de motivos ... . 139 - Fiança ... . 140 - Fôlha de gratificação de representante 141 - FÔlha de pagamento ... . 142 - Fôlha de representação ... . 143 - Fôlha de substituição ... . 144 - Fornecimento de declaração ... . 145 - Freqüência ... . 146 - Função gratificada ... . 147 - Funeral ... . 148 - Gratificação ... . 149 - Gratificação adicional ... . 150 - Gratificação especial ... , ... . 151 - Gratificação por exercícios findos .. . 152 - Guia de transferência ... . 153 - Guia de vencimentos ... . 154 - Identificação de funcionário ...•... 155 - Informação sôbre boletins ... . 156 - Informação sôbre crédito para

despe-sas ... . 157 - Informação sôbre número de

depen-dentes ... . 158 - Informação sôbre pagamento de

fun-cionário ... , ... . 159 - Informação sôbre remessa de

documen-tos ... . 160 - Informação sôbre vencimentos ... . 161 - Inquérito ... . 162 - Inscrição para cargo ... , .. .

11

(30)

12

OADERNOO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ASSUNTO

163 - Licença especial (licença prêmio) .. 164 - Licença para interêsses particulares . 165 - Licença para tratamento de saúde .. 166 - Levantamento de impôsto ... . 167 - Lotação de assistente jurídico ... . 168 - Lotação de servidor ... . 169 - Mandado de segurança ... . 170 - Mapa de freqüência ... .. 171 - Material ... . 172 - Medalha prêmio ... . 173 - Movimentação de funcionário ... . 174 - Nomeação ... '" 175 - Nomeação de concursados ... . 176 - Nomeação de ex-combatente ... . 177 - Ocorrências ... . 178 - Ocupantes de cargos de chefia ... . 179 - Ofício ... . 180 - Pagamento de ação ordinária ... . 181 - Pagamento de apólices ... . 182 - Pagamento de diárias ... . 183 - Pagamento de diferença de caixa .. . 184 - Pagamento de diferença de remune-ração ... . 185 - Pagamento de exercícios findos .... . 186 - Pagamento de fatura ... . 187 - Pagamento de função gratificada ... . 188 - Pagamento de fundo estímulo ... . 189 - Pagamento gratificação ... . 190 - Pagamento por movimento de fundos 191 - Pagamento de passagem ... . 192 - Pagamento de salário-família ... . 193 - Pagamento por substituição ... . 194 - Pagamento do Tesouro Nacional ... . 195 - Pedido de certidão ... .

(31)

PROCESSO DECISóRIO

ASSUNTO

196 - Pedido de pagamento de qüinqüênio sôbre função gratificada ... . 197 - Pedido de reintegração ... . 198 - Pedido de suplementação de crédito .. 199 - Penalidade ... . 200 - Pensão alimentícia ... . 201 - Permanência de funcionário ... : 202 - Porcentagem ... . 203 - Portarias ... . 204 - Portarias para publicação ... . 205 - Posses ... . 206 - Posse e exercício ... . 207 - Preenchimento de questionário .... . 208 - Projeto de decreto ... ; 209 - Promoção ... . 210 - Proposta de remoção ... . 211 - Prorrogação de licença ... . 212 - Prorrogação de posses ... ; 213 - Prorrogação de prazo ... . 214 - Prorrogação de prazo para conclusão de trabalho ... . 215 - Prorrogação de prazo de permanência 216 - Prova de habilitação ... . 217 - Publicação de Ato ... .. 218 - Publicação de Portarias ... . 219 - Quadro demonstrativo ... . 220 - Qüinqüênios ... . 221 - Readaptação .. , ... . 222 - Reajustamento de mensalidade ... . 223 - Reajustamento de pensão ... . 224 - Reassunção de função ... ; 225 - Reclamação sôbre enquadramento .. ; 226 - Reclassificação ... . 227 - Reconsideração ... .

13

(32)

14 OADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PtJBLICA

ASSUNTO

228 - Recurso ... . 229 - Redistribuição de crédito ... . 230 - Redução em total descontado ... . 231 - Reenquadramento ... . 232 - Referência abono da Lei n.O 4.069/62 233 - Referência apólice ... . 234 - Referência certidão de Boletim de

Me-recimento ... . 235 - Referência diferença de caixa ... . 236 - Referência férias de funcionário ... . 237 - Referência horário ... . 238 - Referência a informação ... . 239 - Referência inquérito policial ... . 240 - Referência Lei n.o 488/48 ... . 241 - Referência ocupação de tempo ... . 242 - Referência promoções ... . 243 - Referência refôrço de apólice ... . 244 - Referência Restos a Pagar ... . 245 - Referência salário mínimo ... . 246 - Referência substituição ... . 247 - Referente Decreto n.o 57.370/65 .... . 248 - Referente Lei n.o 1. 234/50 ... . 249 - Referente Ofício n.O 10, de 5-1-966 .. 250 - Regime tempo integral ... . 251 - Registro de créditos ... . 252 - Registro de desquite ... . 253 - Reintegração ... . 254 - Reintegração cabograma ... . 255 - Relação de faltas ... . 256 - Relotação de pessoal o • • • • • • • • • • • • • • •

257 - Remessa de boletim ... . 258 - Remessa de documentos ... . 259 - Remessa de expediente ... . 260 - Remessa de guia ... .

(33)

PROCESSO DECLSORIO

ASSUNTO

261 - Remessa de laudo médico ... . 262 - Remessa de portaria ... . 263 - Remessa de processo ... . 264 - Remessa de telegrama s/ disposto no Ponto III Congresso O. P. . ... . 265 - Remoção ... . 266 - Remoção "ex-officio" ... . 267 - Remuneração adicionada ... . 268 - Representação das repartições no I

Congresso da Amazônia ... . 269 - Requisição de documentos ... . 270 - Requisição de funcionário ... . 271 - Resposta a ofício ... . 272 - Restos a pagar ... . 273 - Retificação de boletim ... . 274 - Retificação de ficha funcional ... . 275 - Retificação de nível ... . 276 - Retificação de nome ... . 277 - Retificação de ofício ... . 278 - Retificação de tempo de serviço ... . 279 - Revisão de enquadramento ... . 280 - Revisão de vencimentos ... . 281 - Salário benefício ... . 282 - Salário-família ... . 283 - Seguro funcional ... . 284 - Solicitação de abono de faltas ... . 285 - Solicitação de anotação ... . 286 - Solicitação de apostila ... . 287 - Solicitação de autorização de posse ., 288 - Solicitação de cancelamento de

segu-ro de vida ... . 289 - Solicitação de certidão ... . 290 - Solicitação de certidão de dependen-tes ... .

15

(34)

16 OADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PúBLICA

ASSUNTO

291 - Solicitação de comparecimento de fun-cionário ... o • • • • • • • • • • • • • • •

292 - Solicitação de consignação o • • • • • • • • •

293 - Solicitação de crédito o • • • • • • • • • • • • • •

294 - Solicitação de cumprimento do artigo

1.0 e seu parágrafo o • • • • • • • • • • • • • • • • •

295 - Solicitação de débito o • • • • • • • • • • • • • •

296 - Solicitação de devolução de desconto 297 - Solicitação de devolução de processo 298 - Solicitação de dispensa de ponto o • • •

299 - Solicitação de encaminhamento de re-querimento o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

300 - Solicitação de exame médico o • • • • • •

301 - Solicitação de funcionário o • • • • • • • • •

302 - Solicitação de informação sôbre pro-moção ... . 303 - Solicitação de informes referentes a servidor o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

304 - Solicitação de internação o • • • • • • • • • •

305 - Solicitação de justificação de faltas . 306 - Solicitação de nomeação o • • • • • • • • • • •

307 - Solicitação de nomeação interina o • •

308 - Solicitação de pagamento o • • • • • • • • • •

309 - Solicitação de pagamento por "exercí-cios findos" o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

310 - Solicitação de pagamento de gratifi-cação o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

311 - Solicitação de pagamento de porcen-tagens o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

312 - Solicitação de paradeiro de

funcioná-rio o • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

313 - Solicitação de pensão o • • • • • • • • • • • • • •

314 - Solicitação de perito o • • • • • • • • • • • • • • •

315 - Solicitação de permanência de

(35)

PROCESSO DECISóRIO

ASSUNTO

dor ... . 316 - Solicitação de portaria de admissão .. 317 - Solicitação de prorrogação de

suspen-são preventiva ... " ... . 318 - Solicitação de providência ... . 319 - Solicitação de providências relativas a débito de servidor ... . 320 - Solicitação de reconsideração de des-pacho ... . 321 - Solicitação de reexame de situação de funcionário ... . 322 - Solicitação de substituição ... . 323 - Solicitação de vantagem financeira .. 324 - Solicitação de vantagens ... . 325 - Substituição de membro de Comissão de Inquérito ... . 326 - Suplementação de crédito ... . 327 - Suspensão de efeitos de mandato de segurança ... . 328 - Suspensão de nomeação ... . 329 - Suspensão de salário-família ... . 330 - Sustentação de pedido de demissão .. 331 - Telegrama n.O 71, de 24-1-966 ... . 332 - Título de inativo ... . 333 - Título de nomeação ... . 334 - Transferência de crédito ... . 335 - Transferência "ex-officio" ... . 336 - Transferência de servidor ... . 337 - Transferência de vencimentos ... . 338 - Transmite cópia de portaria ... . 339 - Via de Portaria ... .

Total ... .

17

(36)

18 OADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PO'BÜCA

OBS. - O arquivamento das fichas de re-gistro de entrada, andamento e saÍ-da de processos é feito por algaris-mo final do processo.

(37)

2. LICENÇAS PARA TRATAMENTO DE SAODE

Já que êsse tipo de processo constitui quase 25% da carga de trabalho do Serviço do Pessoal, era natural que nossa atenção recaísse sôbre êle em primeiro lugar.

O relatório do Setor de Assistência Social de 1965 revela que, naquele ano, foram concedidas 4.135 licenças a funcionários lotados na Guanabara, no total de 120.853 dias.

Afora o problema da carga de trabalho, verifica-se que êsses afastamentos. representaram uma perda de 4,2% de tempo dos 7.750 funcionários aqui localizados.3 No

mes-mo ano, registraram-se 17.433 pedidos de abono de falta, ou seja, a média de 70 por dia útil, isto é, 0,9% de perda. Feita a soma, foram 5,1 % de tempo perdido, o que, ao saláM

rio médio atual de NCr$ 6.000,00 por ano, 5 corresponde,

2) Ver Anexo, pág. 27

3) O contingente de 7.750 consta de Um Pro~rama qe

Administra-ção de Pessoal para o Ministério da Fazenda, op. cit., pág. 5. A

percentagem foi calculada dividindo 120.853 por 2.828.750 dias (7.750 x 365), já que a licença é concedida por dias corridoS!.

4) 70 divididos por 7.750

5) A verba Pe~soal consignada ao Ministério da Fazenda no

Or-çamento de 1967 é de NCr$ 155.732.396,00, para um

funciona-lismo de 25.800, o que, em números exatos, seriam NCr$ 6.036

(38)

20 OADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PÚBLICA

em números redondos, a NCr$ 2.400.000,00, sendo .... NCr$ 2.000 000,00 de licenças e NCr$ 400.000,00 de faltas abonadas, o suficente para pagar mais 400 funcionários.

Do ponto de vista da carga de trabalho, os pedidos de licença, na Guanabara, não constituem maior problema e são resolvidos no prazo médio de 15 dias. Já o mesmo não acontece em relação aos abonos de falta e homologação de licenças concedidas nos Estados.

O Setor de Assistência Social não se acha aparelhado para atender a 70 pedidos diários de visita domiciliar para abono de falta. O resultado é que são visitados apenas alguns dos funcionários solicitantes, e os demais procuram depois o Serviço para justificar a falta, o que geralmente conseguem. Tudo se transforma numa burocracia inútil e dispendiosa que não elimina, ao contrário, agrava o dispên-dio decorrente da ausência do funcionário.

O Chefe do Setor sugere a revogação do art. 123 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, que reza:

"Art. 123 Serão relevadas até três faltas duran-te o mês, motivadas por doença comprovada em ins-peção médica."

A ausência por moléstia, não importa por que prazo, daria margem, então, a licença para tratamento de saúde, o que, importando certo prejuízo para o funcionárío, cons-tituiria um freio aos abusos que se verificam. Na verdade, aquela média de 70 faltas por dia é, em grande parte, re-sultado do comportamento de um grupo reduzido, que, co-nhecedor das deficiências de aparelhamento do Setor de Assistência Social, abusa da faculdade concedida pela lei, na expectativa de que a fraude não seja descoberta.

(39)

PROCESSO DECISÓRIO 21

equipe de, digamos, 20 médicos, (I que custaria ... .

NCr$ 120.000,00 por ano, e arcar com as respectivas des-pesas indiretas e o custo dos serviços auxiliares, mais va-leria enfrentar o risco da licença independente de inspe-ção ou atestado médico, dentro daquele limite. O volume de 70 pedidos diários naturalmente cairia de modo drás-tico, em virtude das conseqüências da licença sôbre a con-tagem do tempo de serviço, e no fim o risco não seria maior que o custo. Conviria, naturalmente, reservar à au-toridade concedente da licença a possibilidade de submeter o funcionário a exame médico, de sorte a coibir o abuso daqueles faltosos contumazes, os que "adoecem" sistemà-ticamente às 6.as e 2.as feiras, etc.

No mesmo capítulo, outra modificação legal que se impõe é a atribuição de competência à autoridade conce-dente para decidir à luz de seus próprios elementos de convicção, sem ficar adstrita ao laudo médico, por vêzes sabidamente gracioso. Por incrível que pareça, não são raros os casos de funcionários que, em conflito com os res-pectivos superiores, lançam mão do expediente da licença para tratamento de saúde, com a conivência do médico, e ainda se jactam da fraude perante o próprio chefe, a quem a lei não dá meios para coibir a indisciplina e enfrentar o desafio. O laudo médico deve passar a constituir um dos elementos de julgamento, a par de dados circunstanciais e outros fatôres de convicção, para que a chefia se forta-leça e a autoridade concedente deixe de funcionar como um autômato.

É bem verdade que, dentro da rigidez da legislação atual, a licença para tratamento de saúde e a justificação de faltas servem para atender a situações não previstas na lei, como bem salienta em seu Relatório de 1965, já citado, o Chefe do Setor de Assistência Social:

"Entram em conflito, de um lado, as necessidades dos servidores em obter licenciamento para

tratamen-6) Estimada a média de 4 visitas diárias por médico e dada a

(40)

22 OADERNOS DE ADMINISTRAÇÃO PúBLICA

to de sua saúde ou da de seus parentes, como lhes faculta a lei, ou para solucionar às vêzes graves pro-blemas familiares, sociais ou funcionais que não pu-derem ser contornados e, de outro lado, os superiores interêsses da administração que levam a tentar res-tringir ao mínimo as ausências ao serviço". 7

A razão está na proibição legal de férias parceladas, como permitia a legislação anterior ao primeiro Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, baixado em 1939 e cujas disposições, nesse particular, foram reproduzidas pelo Estatuto atual.

A proibição foi inspirada em judiciosas considerações de higiene do trabalho, mas deixou de levar em conta:

1.0 - Que o baixo poder aquisitivo do funcionário agora extremamente agravado peJo surto inflacionário mas já um fato àquela época, não lhe permite utilizar as férias para o fim a que teoricamente se destinam: - re-pouso e recuperação. Ao contrário, o que geralmente acon-tece é a busca de um trabalho episódico para suplementar o ganho;

2.0

- Que, além das ausências permitidas em lei,

exis-te uma grande variedade de situações que obrigam o fun-cionário a breves faltas ao serviço, e o meio de atender a essas legítimas necesidades é imputar a férias essas ausên-cias ocasionais.

Impõe-se, portanto, a revisão do sistema de férias, com o que se aliviaria a pressão sôbre os serviços médicos, a que os funcionários deixariam de recorrer por falsa doen-ça, quando precisassem de faltar ao serviço por motivo justo, embora não especificado em lei. A modificação atin-giria os arts. 84 e 85 do Estatuto, que sugerimos redigir do seguinte modo:

"Art. 84 As férias têm por objetivo, não só com-pensar o desgaste físico produzido pela continuidade

(41)

PROCESSO DECISÓRIO 23

do trabalho, mas, também, atender às necessidades de ausência do funcionário, por motivos não capitu-lados entre os que justificam a falta ao serviço."

"Art. 85 O funcionário, após um ano de exercí-cio, terá direito a 22 dias úteis de férias por ano acumuláveis até o máximo de 44 dias.

Parágrafo Único As féria serão gozadas seguida ou intercaladamente, em frações mínimas de um dia, respeitada a conveniência do serviço."

Em relação às licenças e faltas por moléstia, a revisão do Estatuto consistiria na revogação do art. 123; nova re-dação do art. 90 e seu Parágrafo Único; acréscimo de um parágrafo do art. 97; e nova redação do § 1.0 do art. 99, arts: 103 e 104 e § 1.0 do art. 106, da seguinte forma:

"Art. 90 A concessão de licença por motivo de doença e a fixação do respectivo prazo obedecerão aos elementos de convicção da autoridade concedente, inclusive fatôres circunstanciais e laudo ou atestado médico, quando exigíveis.

Parágrafo Único Findo o prazo, a autoridade concedente decidirá pela volta ao serviço, prorroga-ção da licença ou aposentadoria, fazendo submeter o funcionário a nova inspeção médica, quando fôr o caso."

"Art. 97

§ 2.° A inspeção poderá ser dispensada, a juizo da autoridade concedente, nas licenças até três dias por mês".

"Art. 99

(42)

24 OADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PúBLIOA

fôr conveniente ou possível a ida de junta médica à

localidade de residência do funcionário."

"Art. 103 Considerado apto, o funcionário reas-sumirá o exercício, sob pena de se apurarem como faltas os dias de ausência."

"Art. 104 A licença a funcionário atacado de tu-berculose ativa, alienação mental, neoplasia malígna, cegueira, lepra, paralisia ou cardiopatia grave será concedida quando não se impuser aposentadoria ime-diata."

"Art. 106 ... .

§ 1.0 A concessão da licença será precedida de inspeção médica."

Passando ao problema dos Estados, verifica-se que o volume atual é da ordem de 6.000 processos (total de 10.000 menos 4.000 do Rio) , que vêm ao Serviço do Pessoal para efeito exclusivo de homologação, levando, em média, 120 dias para solução final.

O testemunho do Chefe do Setor de Assistência Social

é que as dificuldades encontradas dizem respeito, quase que exclusivamente, a aspetos formais e não ao mérito de cada caso, de sorte que, a não ser em raríssimas ocasiões, a concessão da licença é invariàvelmente homologada.

Esse, mais ainda que a justificação de faltas, é um caso típico de gasto superior ao risco. Independentemente das medidas de descentralização da Administração de Pessoal, de que falaremos adiante, desde já se recomenda que seja abolida a homologação de licenças pelo Órgão Central de Pessoal, tomando-se por definitivas as decisões proferidas pelas autoridades próprias no âmbito regional.

As medidas acima preconizadas, por si só, produziriam grande desafôgo. Em matéria de processo, seria uma re-dução de 6.000 por ano, cêrca de 14% do total,8 pois o

(43)

PROCESSO DECISÓRIO 25

(44)
(45)

ANEXO AO CAPITULO 2

Serviço do Pessoal

SETOR DIE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Relatório de atividades

(46)
(47)

Senhor Diretor do Serviço do Pessoal

De acôrdo com as normas vigentes apresentamos o relatório sucinto das atividades do Setor de Assistência Social de 1965.

I - SERVIÇOS EXECUTADOS

1 - Medicina Assistencial

Embora não sendo finalidade principal do Setor, já

que o órgão de assistência aos servidores é o IPASE, não podemos deixar de prestar colaboração supletiva seja no atendimento de consultas clínicas, seja no socorro dos casos de urgência, seja, ainda, na execução de tarefas de enfer-magem como curativos, injeções e aplicações de fisiotera-pia. além da realização de exames complementares como radiológicos, eletrocardiográficos e laboratoriais.

(48)

30 CADERNOS DE ADMINISTRAÇãO PÚBLICA

Os

números abaixo citados, extraídos dos quadros ge-rais anexados no final, revelam, com clareza o quanto de assistência foi prestada aos servidores na Guanabara.

s.

Mé- ) PM 1 PM 2

I

c.

I

Total

dica Moeda

consultas

...

6.938 3.918 742 4.439 16.037 socorros urg .

...

.

217 83 55 408 743 injeções ... 6.407 1.986 493 2.603 11.489

curativos ... 911 625 312 2.356 4.204

E:ioterap!:l

...

1.718 307 74 179 2.278

ebtrocardicc;. o · • • • • 548 548

Outra atividade de caráter assistencial importante prestada pelo Setor é a dos serviços odontológicos.

Dispúnhamos de equipes dentárias na sede da S. Mé-dica, na Casa da Moeda e no PM 2 - Caixa de Amortiza-ção. Adquirimos nesse ano aparelhagem nova que foi instalada na sede e a ali existente enviada para o PM 1 -Alfândega - que até agora não dispunha dêsse material e com essa providência Illiada à transferência de um de nos-sos aparelhos de radiologia dentária para aquela dependên-cia, ficou o pôsto preparado para no futuro prestar assis-tência nesse particular aos servidores da Alfandega, Guar-damoria e Laboratório Nacional de Análises.

(49)

PROCESSO DECISÓRIO 31

Ainda dentro do âmbito assistencial, embora também cooperem nos serviços periciais, devemos citar as

ativida-des do Laboratório e da Radiologia.

O Laboratório, apesar de igualmente prejudicado pe-la falta d'água, pôde ainda assim realizar 3.079 exames diversos.

Quanto à Radiologia, infelizmente, apesar de todos os esforços despendidos e de tôda a colaboração obtida das diversas repartições, não foi possível durante todo o ano concluir definitivamente as obras de instalação e os repa-ros de aparelhagem de que dispúnhamos.

Merece especial destaque pelo que representa de ele-vado espírito público e profundo senso de cooperação a doação feita pelo DASP de um aparelho de radiografia com abreugrafia conjugada.

Com tal aparelhagem ficou bem aparelhada a Radiolo-gia e embora os inevitáveis trâmites administrativos não tenham permitido concluir a transferência e instalação nes-se período, esperamos poder em 1966 fazer funcionar essa importante atividade que por ohstáculos intransponíveis foi pràticamente nula durante êsse ano.

2 - Medicina Pericial

A - Licenças

Atividade precípua do Setor de Assistência Social é, na verdade, de difícil execução. Entram em conflito de um lado, as necessidades dos servidores em obter licencia-mento para tratalicencia-mento de sua saúde ou da de seus paren-tes, como lhes faculta a lei, ou para solucionar às vêzes graves problemas familiares, sociais ou funcionais que não puderam ser contornados e, de outro lado os superiores interêsses da administração que levam a tentar restringir ao mínimo as ausências ao serviço.

(50)

32

OADERNOS DE ADMINISTRAÇAO PÚBLICA

considerar os julgamentos médicos demasiado severos se-ja, pelo contrário, em acreditá-los excessivamente liberais.

Os dados numéricos, no entanto, servem para uma análise objetiva do que foi reallzado.

Somando-se tôdas as licenças concedidas, incluindo as do art. 104 do E. F . (câncer, lepra, tuberculose, cegueira, etc.), as do art. 107 (gestante) e as por acidente do tra-balho (art. 105 do E. F.), encontramos um número total de 4.135 licenças abrangendo tôdas as repartições fazen-dárias na Guanabara, inclusive Casa da Moeda, Alfânde-ga, Guardamoria e Laboratório Nacional de Análises.

Foram concedidas nessas 4.135 licenças num total de 120.853 dias o que dá uma média de 30 dias em cada li-cença o que certamente não é nem severo nem liberal.

Embora não disponhamos de números exatos da lota-ção de cada repartilota-ção, sabemos que aproximadamente existem na Guanabara em tôdas essas repartições 8.000 funcionários.

Considerando que cada servidor trabalha 330 dias anuais (excluídos os 30 dias de férias e incluindo os sá-bados domingos e feriados) veremos que êsses 8.000 fun-cionários trabalhariam 8.000 x 330, ou seja, 2.640.000 dias/homem por ano.

Os 120.853 dias de licença concedidos que incluem, também, sábados, domingos e feriados, representam, as-sim, apenas 4% daquele total de dias/homem de trabalho, o que é bastante razoável.

(51)

sô-PROCESSO DECISÓRIO 33

bre o total de dias/homem de trabalho em cada uma des-sas repartições.

Devemos assinalar que o número de dias de licença em cada caso foi inferido multiplicando-se o número de licenças pela média de 30 dias pois a nossa estatística ape-nas registrou em separado o número de licenças assinalan-do o total de dias apenas em referência a cada artigo e não a cada repartição.

Analisando o quadro, verificamos que apenas em 7 dQ.$ 25 repartições estudadas se observou porcentagem superior a 5% e somente em 3 delas tal porcentagem foi igual ou superior a 10%. Vale referir que entre essas três se inclue a AEF que tem um grande contingente de servi-dores de baixa categoria econômica e que, por isso mesmo, necessitam com mais freqüência de licenças. A Biblioteca tem pequeno número de servidores o que pode tornar pouco significativo estatisticamente o total alto. Quanto ao SEEF representa uma exceção anômala que não sabe-mos como explicar.

Nas demais 18 repartições, ou seja, em 72% das estu-dadas o resultado é igualou inferior a 5% havendo em 3 casos porcentagens desprezíveis pois inferior a 1

%.

Como se verifica, a instalação das Juntas Médicas em boa hora instituídas pela chefia anterior do S.A.S, e que até hoje persistem como órgão de exames nos casos de licença, produziu resultados bastante satisfatórios.

B - Abono de faltas (art. 123 do E.F.).

Houve somente na sede da Seção Médica um total de 17.433 pedidos de visita domiciliar para abono de faltas dêsse tipo, de acôrdo com a seguinte distribuição mensal: janeiro 1.120; fevereiro 1. 250; março 1. 514; abril 1. 584; maio 1.533; junho 1.502; julho 1.445; agôsto 1.416; setem-bro 1.404; outusetem-bro 1.535; novemsetem-bro 1.695 e dezemsetem-bro 1.535.

A média mensal foi, portanto, de 1.452 pedidos e a

diária, considerando apenas 20 dias úteis no mês, de cêrca

(52)

34 OADERNOS DE ADMINISTRAQAO PÚBLICA

número

I

homem dias! número de dias número

Repartição funcio-de de de de %

nários trabalho anual licenças afasta-mento

Biblioteca ... 23 7.590 33 990 13

SEEF ... 123 40.590 171 5.130 12

AEF ... 366 120.780 426 12.780 10 SP ... 335 110.550 295 8.850 8

SPU o • • • • • • • • • • • 239 78.870 189 5.670 7

CA ... 290 95.700 199 5.970 6

2.a CC

...

21 6.930 14 420 6

Cont (CGR+CS) 580 191.400 321 9.630 5

3.a CC

...

17 4.510 8 240 5

CTU

...

4 1.320 2 60 4

DDP

...

315 103.950 166 4.980 4

DFC ... 185 61.050 85 2.550 4

DO ... 22 7.260 10 300 4

DRIR

...

828 273.240 423 12.690 4

DAr ... 444 146.520 154 4.260 . ) "

DIR ... 325 107.250 119 3.070 3 SC ... 305 100.650 120 3.600 3

DM

...

85 28.050 24 720 2

PFN

...

64 21.120 16 480 2

La CC ... 42 13.860 12 360 2

DRA ... 105 34.650 15 450 1 DRI ... 477 157.410 83 2.490 1

GM

...

197 65.010 14 420 0,6

CST o • • • • • • • • • • • 17 5.610 1 30 0,5

(53)

PROCESSO DECISÓRIO 35

Para realizar um estudo semelhante ao do capítulo de licenças elaboramos o quadro abaixo contendo os totais de servidores das diversas repartições; os totais de dias/ homem de trabalho útil anual dêsses servidores (número de servidores multiplicado pelo número de dias úteis anuais, como tais considerados os 5 dias das 52 semanas do ano menos os 30 dias de férias - 52 X 5

=

260; 260-30 =

= 230); o total de dias abonados na forma do art. 123 do E.F. e, finalmente a porcentagem que tal afastamento re-presentou sôbre o total de dias/homem úteis anual.

número

dias/ho-de mem de dias

Repartição

funcio- trabalho abonados % nários anuais úteis art. 123

Biblioteca 23 5.290 460 8,6

SEEF o • • • • • • • • 123 28.290 1.856 6,0 SP o • • • • • • • • • • • 335 77.050 2.859 3,7

DRIR

...

828 190.440 3.856 3,4

SPU o • • • • • • • • • • 239 54.970 1.242 2,2

AEF

...

366 84.180 1.272 1,5

DFC

...

185 42.550 670 1,5

Cont (CGR+CS) 580 133.400 1.372 1,0

CA

...

290 67.700 638 0,9

DDP

...

315 72.450 602 0,8

DIR

...

325 74.750 553 0,7

3.8 CC ...

.

17 3.910 22 0,5

DM

...

85 19.550 62 0,3

DAr

...

444 102.120 209 0,2

DRA

...

105 24.150 58 0,2

DO o • • • • • • • • • • • 22 5.060 9 0,1

2.8 CC

...

21 4.830 4 0,08

SC

...

305 67.150 28 0,04

DG

...

100 23.000 7 0,03

DRI

...

477 109.710 23 0.02

1.8 CC o • • • • • • • • 42 9.660 1 0,01

GM

...

197 45.310 1 0,00

CST

...

17 3.910 O

CTU

...

4 920 O

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