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Carga de trabalho de equinos da raça Quarto de Milha monitorados com Sistema de Posicionamento Global (GPS) e monitor cardíaco durante exercício de Três Tambores

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

CARGA DE TRABALHO DE EQUINOS DA RAÇA QUARTO DE

MILHA MONITORADOS COM SISTEMA DE POSICIONAMENTO

GLOBAL (GPS) E MONITOR CARDÍACO DURANTE EXERCÍCIO

DE TRÊS TAMBORES

MARINA GONZALES DE CARVALHO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

CARGA DE TRABALHO DE EQUINOS DA RAÇA QUARTO DE

MILHA MONITORADOS COM SISTEMA DE POSICIONAMENTO

GLOBAL (GPS) E MONITOR CARDÍACO DURANTE EXERCÍCIO

DE TRÊS TAMBORES

MARINA GONZALES DE CARVALHO

Dissertação apresentada junto ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Animal para obtenção do título de mestre.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Jun Watanabe Co-orientadora: Profa. Dra. Ana Liz Garcia Alves

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. TRATAMENTO DA INFORM. DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CÂMPUS DE BOTUCATU - UNESP

BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE-CRB 8/5651 Carvalho, Marina Gonzales de.

Carga de trabalho de equinos da raça Quarto de Milha monitorados com Sistema de Posicionamento Global (GPS) e monitor cardíaco durante exercício de Três Tambores / Marina Gonzales de Carvalho. - Botucatu, 2015

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

Orientador: Marcos Jun Watanabe Coorientador: Ana Liz Garcia Alves Capes: 50501003

1. Batimento cardíaco. 2. Sistema de Posicionamento Global. 3. Teste de esforço. 4. Exercícios físicos. 5. Equino.

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Nome do autor: Marina Gonzales de Carvalho

Título: CARGA DE TRABALHO DE EQUINOS DA RAÇA QUARTO DE MILHA MONITORADOS COM SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL (GPS) E MONITOR CARDÍACO DURANTE EXERCÍCIO DE TRÊS TAMBORES

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Ass. Dr. Marcos Jun Watanabe Presidente e Orientador

Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária FMVZ – Unesp – Botucatu - SP

Prof. Dr. Armen Thomassian Membro

Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária FMVZ – Unesp – Botucatu - SP

Prof. Dr. Wilson Roberto Fernandes Membro

Departamento de Clínica Médica FMVZ – USP – São Paulo – SP

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Dedicatória

Aos meus pais, Tânia e Carlos, pelo amor e apoio recebidos em todos os momentos da minha vida. Por serem meus eternos exemplos de pessoas.

Ao meu pai Júlio Lourenço, à minha tia Maria Helena e à minha avó Clayde pelo auxílio e carinho constantes.

Aos meus irmãos, Vinicius, Júlio, Marco, Gabriela, Tamires, Thiago e Sebastian, por me fortalecerem apenas por existirem.

Aos meus familiares, principalmente à base de minha família, Vô Mardão e Vó Neuza, pela sabedoria e amor transmitidos ao longo de toda a minha vida

Ao meu noivo, Ivan Verdussen de Oliveira Neto, pela compreensão, amor e companheirismo.

Aos meus sogros, Dr. Ivan e Marcelina, e à minha avó “postiça” Dona Elza, pelo carinho, apoio e conselhos.

À Vera Lúcia, a “Verinha”, pelo carinho e apoio desde minha adolescência.

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Agradecimentos

À Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu – Unesp, ao Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária pela possibilidade de realização do Mestrado e à Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPE), pelo auxílio financeiro para a aquisição de equipamentos e execução do experimento. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, pela bolsa de mestrado.

À minha co-orientadora Prof. Dra. Ana Liz Garcia Alves, pelo constante auxílio em todas as fases da pesquisa.

Ao Prof. Dr. Guilherme de Camargo Ferraz e à sua mestranda Henriette Gellert Moranza por viabilizar as determinações de lactato e glicose.

Ao Prof. Dr. José Carlos de Figueiredo Pantoja e aos colegas Fábio Sossai Possebon e Rodolfo Rossi pelo apoio na análise estatística dos resultados. À Clínica de Grandes Animais pelo apoio no processamento das amostras sanguíneas.

Ao Prof. Dr. José Paes de Oliveira Filho, por disponibilizar equipamentos para o processamento de amostras sanguíneas a campo.

Aos professores de Cirurgia de Grandes Animais, Celso Antônio Rodrigues e Carlos Alberto Hussni, pelos ensinamentos.

A todos os professores da FMVZ – Unesp Botucatu, pelos ensinamentos em aulas e nos corredores.

Aos amigos Thiago Yukio Nitta, Marina Marques Bonando, Tatiana Yumi Mizucina Akutagawa e Ana Luíza Denes, pela inestimável colaboração durante todo este trabalho.

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Aos funcionários do Departamento de Cirurgia de Grandes Animais, Clotilde Gonçalves, Jairo Zucari e Marta Silva, pelas conversas, conselhos e ajuda sempre que necessários.

Aos colegas do Departamento de Cirurgia de Grandes Animais, Juliana de Moura Alonso, Ana Lúcia Yamada, Luiz Henrique Mattos, Leandro Américo Rafael, Karoline Alves Rodrigues, Vanessa Bermejo, Jaqueline Brandão, Juliana Bernardo, Marina Alvarenga, Hernando Gonzalez Hormiga, Vitor Bruno Bianco, Fábio Henrique Bezerra Ximenes, Mirian Rodrigues, Maurício Deschk e Dietrich Pizzigatti, pela troca de idéias, conselhos e apoio.

Aos meus amigos e amigas: Gabriela Nascimento Dantas, Bianca Paola Santarosa, Laís Melício, Regina Prado, Graziela Valença, Joel Mesa Hormaza, Izabella Simões Néris Petrechem e Renata Fachin, pela compreensão, ajuda, conselhos e aprendizados.

Principalmente, aos Centros de Treinamento por “abrirem as porteiras” disponibilizando os animais e cavaleiros, para que este estudo fosse possível: Centro de Treinamento Godoy: Nayara Gil, Godoy e equipe.

Centro de Treinamento Wallace Amaral: Wallace Amaral, Flávia Zanelatti, Emanoel Júnior Xavier e Giancarlo Zarattini.

Haras KRM: Matheus Ricardo Francisco, Cristiniano Carvalho Nunes, Amanda Duarte e Vanderléia Cristina.

Haras Santo Antônio: Dr. Marcos Freitas, Luiz Schneider e Carlos Schneider. Haras Fanton: Dona Nilda Tayano, Médico Veterinário Dr. Emílio Benedito Fanton, Ricardo e Carolina Fanton e Ismael Sanches.

Fazenda São Paulo: Cláudio Haga e Lucas Silva.

Fazenda Santa Margarida: Camilla Vieira, Roni e Taty Garavello,

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Epígrafe

Mas é claro que o sol vai voltar amanhã Mais uma vez, eu sei

Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã Espera que o sol já vem

Tem gente que está do mesmo lado que você Mas deveria estar do lado de lá

Tem gente que machuca os outros Tem gente que não sabe amar Tem gente enganando a gente Veja a nossa vida como está Mas eu sei que um dia a gente aprende Se você quiser alguém em quem confiar

Confie em si mesmo Quem acredita sempre alcança Mas é claro que o sol vai voltar amanhã

Mais uma vez, eu sei

Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã Espera que o sol já vem

Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena Acreditar no sonho que se tem

Ou que seus planos nunca vão dar certo Ou que você nunca vai ser alguém

Tem gente que machuca os outros Tem gente que não sabe amar Mas eu sei que um dia a gente aprende Se você quiser alguém em quem confiar

Confie em si mesmo Quem acredita sempre alcança... Quem acredita sempre alcança... Quem acredita sempre alcança... Quem acredita sempre alcança...

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Dados dos 20 equinos avaliados no experimento. Sexo (macho castrado, garanhão ou fêmea), idade (anos), massa corporal (kg), intensidade de treinamento (leve, moderada ou intensa), linhagem (trabalho e/ou corrida e/ou conformação) e Centro de Treinamento... 12 Tabela 2 - Exame físico ao repouso, anterior ao exercício, dos 20

equinos avaliados no experimento. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, valores mínimo e máximo da frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura retal (TR) e tempo de perfusão capilar (TPC)... 26 Tabela 3 - Hemograma dos 20 equinos avaliados no

experimento, realizados como parte dos exames complementares para constatação da higidez, ao repouso (M0), anterior ao exercício. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, valores mínimo e máximo... 27 Tabela 4 - Dados ambientais obtidos nos dias de monitoramento

dos 20 equinos avaliados no experimento. Valores da média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo... 27 Tabela 5 - Tempo (s) dos 20 conjuntos (cavalo/cavaleiro)

avaliados no experimento, por momento do percurso do exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo... 28 Tabela 6 - Distância percorrida (m) dos 20 conjuntos

(cavalo/cavaleiro) avaliados no experimento, por momento do percurso do exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo... 29 Tabela 7 - Velocidade média calculada (m/s), dos 20 conjuntos

(cavalo/cavaleiro) avaliados no experimento, por momento do percurso do exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo... 29 Tabela 8 - Tempo (s), distância (m) e velocidade calculada (m/s)

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Tabela 9 - Velocidade média obtida por GPS (VMGPS), frequência cardíaca média (FC) e pico (FCpico) dos 20

equinos avaliados no experimento, durante o percurso da modalidade de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo... 31 Tabela 10 - Volume globular (%) dos 20 equinos avaliados no

experimento, nos momentos antes e após exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo... 32 Tabela 11 - Proteína plasmática total (mg/dL) dos 20 equinos

avaliados no experimento, nos momentos antes e após o exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo... 33 Tabela 12 - Lactato plasmático (mmol/L) dos 20 equinos avaliados

no experimento, nos momentos antes e após o exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo... 34 Tabela 13 - Glicose plasmática (mmol/L) dos 20 equinos avaliados

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Diagrama oficial de Três Tambores. (ABQM, 2013)... 05

Figura 2 - Localização dos Centros de Treinamentos, registrada pelo GPS durante exercício de Três Tambores, apresentadas pelo programa Google Earth. A: Fazenda Espelho D’Água. B: Fazenda São Paulo. C: Haras Santo Antônio. D: Haras Fanton... 13

Figura 3 - Sequência de eventos para fixação do transmissor de frequência cardíaca, computador de treino e GPS: preparo da pele (A e B), colocação da cinta elástica (C), aplicação do gel e posicionamento do eletrodo (D e E), encilhamento do animal (F e G), fixação do frequencímetro no peitoral (H) e colocação do computador de treino e GPS no cavaleiro (I)... 15

Figura 4 - Posicionamento dos tambores na pista por meio da mensuração das medidas oficiais utilizando trena de fita. Posicionamento dos tambores 2 e 3... 16

Figura 5 - Fotocélulas: Medição da distância do tambor às fotocélulas (A) e posicionamento no tambor 3 (B)... 16

Figura 6 - Esquema de distribuição dos quatro pares (numerados de 1 a 4) de sensores de fotocélula. 1,2 m – distância entre o tambor e a linha entre os sensores. 6,0 m – distância entre cada sensor e o tambor. A distância entre os sensores e os tambores foi a mesma para os três tambores... 17

Figura 7 - Visão da pista com o posicionamento das fotocélulas nos três tambores... 18

Figura 8 - Termohigrômetro anemômetro... 18

Figura 9 - Documentação sobre o período de aquecimento... 19

Figura 10 - Coleta de sangue após o exercício... 19

Figura 11 - Trena de roda digital: uso do equipamento seguindo o rastro do cavalo na pista (A), mensuração da distância do Tambor 1 (B), detalhe do visor do equipamento (C)... 20

Figura 12 - Rastro da trena digital centralizado ao trajeto marcado pelos cascos na pista, no contorno do tambor 1... 21

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Figura 14 - Central de comando das fotocélulas (CCF) conectada a notebook para documentação automática dos resultados... 22 Figura 15 - Equipamentos utilizados no monitoramento da FC e

velocidade: cronômetro (A), fita elástica com eletrodos, frequencímetro e transmissor Polar (B), computador de treino com receptor Polar (C) e GPS Polar G3 (D)... 23 Figura 16 - Analisador analítico de lactato e glicose (YSI 2300

STAT PLUS)... 24 Figura 17 - Média ± EPM do tempo (s), distância (m) e velocidade

média calculada (m/s) por momento do percurso do exercício de Três Tambores... 30 Figura 18 - Média e desvio-padrão da velocidade média calculada

(VMC) e da velocidade média obtida por GPS (VGPS), dos 20 equinos avaliados no experimento, durante percurso de Três Tambores... 31 Figura 19 - Média ± EPM do volume globular (%) nos momentos

antes (M0 – repouso) e após o exercício (M8 – 3 min, M9 – 5 min, M10 – 10 min, M11 – 30 min) de Três Tambores dos 20 equinos avaliados no experimento... 32 Figura 20 - Média ± EPM da proteína plasmática total (mg/dl) nos

momentos antes (M0 – repouso) e após o exercício (M8 – 3 min, M9 – 5 min, M10 – 10 min, M11 – 30 min) de Três Tambores dos 20 equinos avaliados no experimento... 33 Figura 21 - Média ± EPM do lactato (mmol/L) nos momentos antes

(M0 – repouso) e após o exercício (M8 – 3 min, M9 – 5 min, M10 – 10 min, M11 – 30 min) de Três Tambores dos 20 equinos avaliados no experimento... 34 Figura 22 - Média ± EPM da glicose (mmol/L) nos momentos antes

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ABQM Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos da Raça Quarto de Milha

AQHA American Quarter Horse Association

Associação Americana do Cavalo Quarto de Milha ADP Adenosina Difosfato

ATP Adenosina Trifosfato

CEUA Comissão de Ética no Uso de Animais

DCAV Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária DMFA Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal

DP Desvio-padrão

EDTA Ethylenediamine Tetraacetic Acid Ácido Etilenodiamino Tetra-acético FC Frequência Cardíaca

FCAV Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias FMVZ Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia FR Frequência Respiratória

GPS Global Positioning System

Sistema de Posicionamento Global Pi Fosfato Inorgânico

PPT Proteína Plasmática Total PSA Puro Sangue Árabe PSI Puro Sangue Inglês QM Quarto de Milha

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TR Temperatura Retal VG Volume Globular

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SUMÁRIO

Página

RESUMO... 01

ABSTRACT... 02

1. INTRODUÇÃO... 03

2. REVISÃO DE LITERATURA... 04

2.1 Prova dos Três Tambores... 04

2.2 Carga de trabalho - Frequência Cardíaca e Velocidade... 06

2.3 Concentrações sanguíneas de lactato e glicose... 08

2.4 Desempenho atlético de equinos da raça Quarto de Milha... 09

3. OBJETIVOS... 10

3.1 Objetivos específicos... 10

4. MATERIAIS E MÉTODOS... 11

4.1 Estudo Piloto... 11

4.2 Animais... 11

4.3 Exame físico e exercício... 14

4.4 Parâmetros... 20

4.5 Análise estatística... 24

5. RESULTADOS ... 29

5.1 Animais... 26

5.2 Exames físico e laboratoriais... 26

5.3 Dados climáticos... 27

5.4 Exercício e parâmetros... 28

6. DISCUSSÃO………... 36

7. CONCLUSÕES………... 45

8. REFERÊNCIAS... 46

9. TRABALHO CIENTÍFICO... 52

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CARVALHO, M.G. Carga de trabalho de equinos da raça Quarto de Milha monitorados com sistema de posicionamento global (GPS) e monitor cardíaco durante exercício de Três Tambores. Botucatu, 2015. p.82. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista – Unesp.

RESUMO

Objetivou-se determinar a carga de trabalho por meio da velocidade e frequência cardíaca (FC), e a influência do exercício de Três Tambores sobre parâmetros sanguíneos de cavalos da raça Quarto de Milha (QM). Foram monitorados 20 equinos adultos QM, 6,6 ± 2,5 anos de idade e 462,8 ± 34,2 kg, durante o exercício de Três Tambores, com a utilização de GPS e monitor de FC. Nos momentos antes e após o exercício (três, cinco, 10 e 30 min) foram determinados: volume globular (VG), proteína plasmática total (PPT), lactato e glicose. Durante o percurso foram mensurados a distância percorrida, o tempo, a velocidade média calculada (VMC), a velocidade média obtida pelo GPS (VMGPS) e a FC. Os animais percorreram 144,0 m em 19,045 s para completar o percurso. A VMC foi de 7,6 m/s. O segmento em que o conjunto (cavalo/ cavaleiro) apresentou a maior VMC foi a reta final. Já o segmento com menor VMC foi o contorno no 1º tambor. A VMGPS foi inferior à VMC. A FCmédia

foi 195 bpm e o pico foi 211 bpm durante o percurso. Nesta modalidade, cavalos utilizam predominantemente o metabolismo anaeróbico para a realização do exercício. A utilização de quatro pares de sensores fotocélula no percurso possibilita avaliar o desempenho de cavalos nesta modalidade. Para a determinação da velocidade do cavalo com a utilização de equipamento de GPS deve-se considerar o percurso e a precisão do equipamento. O exercício influenciou os parâmetros sanguíneos de acordo com a intensidade do exercício.

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CARVALHO, M.G. Workload of quarter horses monitored with global positioning system (GPS) and heart rate monitor during barrel racing exercise [Carga de trabalho de equinos da raça Quarto de Milha monitorados com sistema de posicionamento global (GPS) e monitor cardíaco durante exercício de Três Tambores] Botucatu, 2015. p.82. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus de Botucatu, Universidade Estadual Paulista – Unesp.

ABSTRACT

The objective was to determine the workload through the speed and heart rate (HR), and the influence of Barrel Racing exercise on blood parameters of Quarter Horses (QH). 20 adult horses QH, 6.6 ± 2.5 years age and 462.8 ± 34.2 kg, were monitored during the Barrel Racing exercise, with the use of GPS and HR monitor. In the moments before and after exercise (three, five, 10 and 30 min) were determined: packed cell volume (PCV), total plasma protein (TPP), lactate and glucose. Along the way were measured distance, the time, the calculated average speed (CAS), the average speed obtained by GPS (ASGPS) and HR. The animals ran 144.0 m in 19.045 s to complete the route. The CAS was 7.6 m/s. The route segment in which the set (horse / rider) showed the highest CAS was the final stretch. The segment with smaller CAS was the outline on the 1st barrel. The ASGPS was below CAS. HR

average was

195 bpm and the peak was 211 bpm on the way. In this mode, horses predominantly use anaerobic metabolism to perform the exercise. The use of four sensors pairs photocell on route make allow to evaluate the performance of horses in this mode. To determine the horse's speed with the use of GPS equipment it should be considered the route and the accuracy of the equipment. The exercise influenced blood parameters according to exercise intensity.

KEYWORDS: Field test, exercise intensity, lactate, Barrel Racing, physical

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil possui o maior rebanho de equinos da América Latina e possui cerca de 5.500.000 equinos, sendo considerada a 4ª maior população no mundo, ficando atrás apenas dos EUA, da China e do México (IBGE, 2012). Como resultado, o complexo do agronegócio equino no Brasil movimenta cerca de R$7,5 bilhões e gera cerca de 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos em mais de 30 segmentos. Ressaltam-se os vários fornecedores de insumos, produtos e serviços para a criação, como medicamentos, rações, selas, acessórios, ferrageamento, profissionais como médicos veterinários, zootecnistas e engenheiros agrônomos, transporte, ensino e pesquisa. Neste aspecto econômico, os cavalos desempenham as funções tradicionais de sela, carga e tração, e a partir da segunda metade do século XX, destacaram-se no aspecto social, como o lazer, a equoterapia e principalmente, nas atividades de esporte. No complexo agropecuário, o segmento de equinos utilizados em diversas atividades esportivas movimenta valores da ordem de R$705 milhões e emprega cerca de 20.500 pessoas, com a participação estimada de 50.000 cavalos atletas (LIMA et al., 2006).

A maior população brasileira de equinos encontra-se na região Sudeste, logo em seguida aparecem as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Norte. Com destaque para o estado de Minas Gerais com 14,5% e São Paulo com 6,9% do rebanho nacional (IBGE, 2012).

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4

O plantel do QM no Brasil é composto por mais de 424 mil animais registrados, divididos entre 79 mil criadores, proprietários e associados. Os leilões da raça em 2013 chegaram a uma receita de R$167 milhões, o que demonstra a vultosa movimentação financeira que a raça proporciona. O estado de São Paulo é o maior representante da raça, com 191 mil animais registrados, ou seja, 49% do rebanho brasileiro, divididos entre 50 mil criadores, proprietários e associados (ABQM, 2014).

Dentre as provas de trabalho, a prova dos Três Tambores é considerada uma modalidade em franco crescimento pelo fato de ser a prova com maior número de inscrições dentre as modalidades em campeonatos e provas oficiais da ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha), onde competem homens, mulheres e crianças (ABQM, 2012). Nos EUA, até o ano de 1997, estimou-se uma média anual entre sete e 10 milhões de dólares distribuídos em prêmios para todas as provas de tambor (STRICKLIN, 1997).

2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Prova dos Três Tambores

A prova dos Três Tambores pode ser considerada uma modalidade esportiva de precisão contra o cronômetro, na qual o conjunto (cavalo e cavaleiro) contorna três tambores distribuídos de forma triangular (padrão de trevo) ao longo de uma pista de areia, onde o melhor desempenho relaciona-se com a realização do percurso no menor tempo.

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percorrido pela esquerda, onde o conjunto cruza a linha de partida em direção ao tambor 2, faz o seu contorno da direita para a esquerda; em seguida, irá para o tambor 1, contornando-o da esquerda para a direita; a seguir, para o tambor 3, virando novamente para a direita, seguindo pela reta final rumo à linha de chegada. As duas possibilidades de percurso estão representadas na Figura 1. As penalidades podem ser pelo acréscimo de cinco segundos ao tempo final para cada tambor derrubado, ou ao término do percurso, a desclassificação caso se verifiquem vestígios de sangue no animal, seja na boca ou abdômen, pela constatação da utilização de métodos não autorizados ou ainda pelo não cumprimento do percurso.

FIGURA 1 – Diagrama oficial de Três Tambores. (ABQM, 2013)

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6

Tambores, numa categoria não oficial, porém, com medidas oficiais, com o tempo de 16,586 s.

2.2 Carga de trabalho – Frequência cardíaca e velocidade

A carga de trabalho representa o quanto o organismo “se esforça” para realizar determinada atividade, está relacionada aos requisitos energéticos e ao estresse nos diversos órgãos e sistemas (PERSSON, 1983). Segundo Ferraz et al. (2010), para quantificar a carga de trabalho de um cavalo durante uma atividade esportiva é necessário determinar, essencialmente, a intensidade e a duração do exercício.

A intensidade do exercício de cavalos pode ser representada por meio apenas da velocidade, contudo, esse dado não indica sua demanda metabólica. De forma que, cavalos à mesma velocidade de exercício podem apresentar demandas diferentes, assim, é interessante que se associe parâmetros como a frequência cardíaca (FC), a concentração de lactato sanguíneo ou o VO2max (EVANS, 2000a).

Além de ser empregada para quantificar a intensidade de exercício (CRAIG & NUNAN, 1998), a determinação da FC pode ser utilizada para estudar os efeitos do exercício sobre o sistema cardiovascular e para monitorar o condicionamento (EVANS, 1994).

A FC em estado de repouso está relacionada com o tamanho corporal, taxa metabólica e características de equilíbrio do sistema nervoso autônomo de cada espécie, sendo que nos equinos encontra-se entre 20 e 40 batimentos por minuto (bpm) (EVANS, 2000a). Já durante o exercício, há elevação da atividade simpática e liberação de catecolaminas (FERRAZ et al., 2009), observa-se então elevação linear da FC proporcional ao aumento da velocidade do exercício até atingir 210 bpm (JONES, 1989), e frequentemente atingem um valor que não se eleva mesmo com o aumento da intensidade do trabalho, considerada como a FC máxima (FCmáx), referidas em cavalos de

corrida em torno de 240 a 250 bpm (PHYSICK-SHEARD, 1985) e de 180 a 200 bpm em atletas humanos.

(22)

7

não se altera com o nível de treinamento (ROSE, 1983). Segundo Persson (1983), a mensuração da velocidade de exercício na qual a FC atinge o valor de 200 bpm, denominada de V200, disponibiliza informação útil para avaliar a

capacidade de trabalho aeróbico de cavalos, sendo que sua elevação durante o treinamento sugere aumento dessa capacidade.

Em condições de campo, a FC pode ser monitorada de forma confiável e continuadamente durante o exercício, principalmente através de técnicas de telemetria (O-OOSTERBAAN e CLAYTON, 1999). Atualmente esse parâmetro está sendo utilizado conjuntamente com o sistema de posicionamento global (GPS) o que possibilita informações confiáveis que podem ser aplicadas para a determinação da intensidade de exercício, assim como no monitoramento diário do treinamento de cavalos atletas (KINGSTON et al., 2006).

A combinação de GPS com monitores de FC é frequentemente utilizada na medicina esportiva humana, durante o treinamento e em competições, com os principais objetivos de mensurar a velocidade, taxa de aceleração e distância percorrida. Em estudos com equinos, a utilização do GPS foi empregada para estimar a velocidade de exercício e para avaliar parâmetros de locomoção e andamento (FONSECA et al., 2010).

Kingston et al. (2006) avaliaram 19 cavalos da raça Puro Sangue Inglês (PSI) durante um tradicional programa de treinamento australiano durante quatro meses. O monitoramento dos exercícios foi realizado com a combinação de GPS e monitor de FC, pelo qual foi possível identificar diferenças nas respostas cardíacas em cavalos se exercitando na mesma velocidade. Também verificaram que a faixa da velocidade obtida pelo GPS foi similar à calculada pelos treinadores utilizando distâncias conhecidas e cronômetro.

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8

treinamento pode permitir uma avaliação mais objetiva e não invasiva das respostas frente ao treinamento.

Com o intuito de mensurar a velocidade com o GPS e para calcular a velocidade em que é atingida a frequência cardíaca máxima, Grankow e Evans (2006) monitoraram 25 cavalos PSI durante o treinamento e observaram velocidade média para a FCmáx de 14,9 m/s. Os cavalos com altas velocidades

para FCmáx tiveram maior valor ganho, em dólares, por corrida. Não

observaram correlação entre vitórias e a FCmáx, ou velocidade máxima atingida

e concluíram que em estudos conduzidos a campo, a análise de parâmetros relacionados com a velocidade e a frequência cardíaca permitem identificar cavalos com limitações de desempenho.

Vermeulen e Evans (2006) também utilizaram equipamento de GPS para determinar parâmetros relacionados com a velocidade de exercício em condições de campo. Nos 12 cavalos PSI submetidos a treinamento foi observada uma elevação de 8% da velocidade para a FCmáx entre a 2ª e 6ª

semana de treinamento. Concluíram assim que as avaliações tanto da FC quanto da velocidade durante o galope provêm dados confiáveis do condicionamento físico.

2.3 Concentrações sanguíneas de lactato e glicose

A utilização da glicose para síntese de ATP (Adenosina Trifosfato) em condições de quantidade insuficiente de oxigênio ou na necessidade de energia em curto espaço de tempo ocorre segundo a equação: Glicogênio + 3ADP 2 Lactato + 2 H+ + 3ATP (via anaeróbia) (EVANS, 2000b).

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de ADP (Adenosina Difosfato) e Pi (Fosfato inorgânico) nas células musculares (HARRIS et al., 1987).

Assim, o lactato produzido como resultado do trabalho muscular durante todo tipo de exercício, difunde-se através da membrana citoplasmática das células musculares para a circulação sistêmica, de maneira que mensurações de suas concentrações sanguíneas refletirão as concentrações do lactato muscular (ERICKSON e POOLE, 2006). Contudo, a produção de lactato depende amplamente da modalidade ou do tipo de exercício, sendo que seu acúmulo no sangue está relacionado com a carga de esforço expressa como sendo a intensidade de exercício (DESMECHT et al., 1996).

2.4 Desempenho atlético de equinos da raça Quarto de Milha

Mesmo que a raça QM seja bastante difundida em países como os EUA e o Brasil, há poucos estudos controlados foram realizados. Alguns trabalhos abordando o desempenho de equinos da raça QM, foram publicados nos anos 80 e 90 (ERICKSON et al., 1983a; ERICKSON et al., 1983b; SEXTON et al., 1983; ERICKSON et al. 1991; WILLHAM et al., 1991 e STRICKLIN, 1997). NIELSEN et al. (2006) comparam a velocidade de corrida de equinos das raças QM, PSI e PSA (Puro Sangue Árabe), e verificaram que os cavalos QM atingem velocidade mais rapidamente que as outras raças demonstrando seu potencial para a rápida aceleração em distâncias curtas. O recorde mundial atual para a distância de 402 m (um quarto de milha) é de 20,686 s, o que corresponde a uma velocidade média de 19,4 m/s.

No Brasil, Coelho et al. (2011) estudaram o efeito da prova de Laço em Dupla sobre concentrações séricas de sódio e potássio, em 20 equinos da raça QM e mestiços, pelo qual concluíram que o esforço impôs elevação do potássio sérico.

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10

3. OBJETIVOS

Determinar a carga de trabalho por meio da velocidade de exercício e frequência cardíaca, assim como a influência do exercício de Três Tambores sobre parâmetros sanguíneos de cavalos da raça Quarto de Milha.

3.1 Objetivos específicos

Determinar a velocidade média durante o exercício de Três Tambores por meio da distância percorrida versus tempo.

Determinar a velocidade média de sete segmentos que compõem o percurso dos Três Tambores.

Comparar a velocidade calculada (distância/ tempo) com a obtida por equipamento GPS.

Determinar a FC média e a máxima, durante o percurso.

Investigar o efeito do exercício de Três Tambores sobre volume globular (VG) e proteínas plasmáticas totais (PPT).

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Aspectos éticos

Este projeto foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Unesp, Campus de Botucatu, protocolo n° 45/2013 – CEUA. Também, para a utilização dos animais o responsável deu ciência ao Termo de consentimento livre e esclarecido.

4.2 Animais

Foram monitorados 20 equinos adultos hígidos da raça QM, três machos castrados, sete garanhões e 10 fêmeas, com 6,6 ± 2,5 anos de idade e 462,8 ± 34,2 kg de massa corporal (Tabela 1).

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12

TABELA 1 – Dados dos 20 equinos avaliados no experimento. Sexo (macho castrado, garanhão ou fêmea), idade (anos), massa corporal (kg), intensidade de treinamento (leve, moderada ou intensa), linhagem (trabalho e/ou corrida e/ou conformação) e Centro de Treinamento.

Equino Sexo1 Idade Massa

Corporal

Intensidade de

Treinamento* Linhagem2

Centro de Treinamento3

1 G 5 500 Moderada TC FED

2 G 8 470 Moderada TC FED

3 G 7 440 Intensa T FED

4 MC 10 500 Leve C FED

5 MC 6 485 Intensa TC FED

6 G 4 440 Moderada TC FED

7 F 4 450 Moderada TC FED

8 G 5 430 Leve TC FSP

9 F 8 460 Leve T FSP

10 F 12 490 Leve TC FSP

11 F 5 480 Leve TC FSP

12 F 6 490 Moderada TC FSP

13 F 4 460 Leve T FSP

14 G 5 420 Moderada TC HSA

15 G 10 450 Intensa CTC HF

16 MC 6 390 Leve T FED

17 F 8 520 Moderada T FED

18 F 4 470 Moderada TC WA

19 F 10 500 Leve T WA

20 F 4 410 Leve TC WA

Média ± DP

6,6 ± 2,5

462,8 ± 34,2

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FIGURA 2 – Localização dos Centros de Treinamentos, registrada pelo GPS durante exercício de Três Tambores, apresentadas pelo programa Google Earth. A: Fazenda Espelho D’Água. B: Fazenda São Paulo. C: Haras Santo Antônio. D: Haras Fanton.

(29)

14

4.3 Exame físico e exercício

Antes da realização dos exercícios, os equinos foram avaliados quanto ao estado de higidez por meio de exame físico, com aferição das frequências cardíaca (FC) e respiratória (FR), temperatura retal (TR), tempo de perfusão capilar (TPC) e inspeção das mucosas aparentes. Também foram realizadas coletas de sangue venoso por meio de venopunção jugular com agulha de calibre 25 x 8 mm acoplada a tubos com sistema a vácuo para determinação de parâmetros de repouso (M0) (hemograma, VG, PPT, lactato e glicose plasmáticos). A massa corporal foi estimada por meio de fita hipométrica de perímetro torácico.

Após exame físico e coleta de sangue, o equino foi preparado para o exercício e equipado com transmissor de frequência cardíaca fixado à cinta elástica posicionado na região torácica entre o 4o e 5o espaço intercostal. Os

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15

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16

A pista para a realização do exercício foi previamente preparada com a distribuição dos três tambores (tambores de ferro ou plástico de 200 L de capacidade e medidas aproximadas de 60 cm de diâmetro e 89 cm de altura) distantes entre si conforme medidas oficiais da ABQM e com mensurações realizadas com trena de fita (Figura 4).

FIGURA 4 – Posicionamento dos tambores na pista por meio da mensuração das medidas oficiais utilizando trena de fita. Posicionamento dos tambores 2 e 3.

Além do par de sensores de fotocélula utilizado para a determinação do tempo gasto para completar o percurso, a pista foi preparada também com o posicionamento de três pares de sensores adicionais (Figuras 5, 6 e 7) dividindo assim o percurso total em sete segmentos:

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• 1º Segmento (M1) – Reta 1: linha de largada à entrada do 1° tambor

• 2º Segmento (M2) – Tambor 1: contorno do 1° tambor

• 3º Segmento (M3) – Reta 2: saída do 1° tambor à entrada do 2° tambor

• 4º Segmento (M4) – Tambor 2: contorno do 2° tambor

• 5º Segmento (M5) – Reta 3: saída do 2º tambor à entrada do 3º tambor

• 6º Segmento (M6) – Tambor 3: contorno do 3° tambor

• 7º Segmento (M7) – Reta final: saída do 3° tambor à linha de largada/chegada

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FIGURA 7 – Visão da pista com o posicionamento das fotocélulas nos três tambores.

A temperatura ambiente, umidade relativa do ar e a velocidade do vento foram mensuradas com termohigrômetro anemômetro ADC Pro (Brunton, EUA) (Figura 8).

FIGURA 8 – Termohigrômetro anemômetro.

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19

Tambores. Os exercícios válidos para a apresentação dos dados foram aqueles em que o conjunto não sofreu penalidades.

FIGURA 9 – Documentação

sobre o período de

aquecimento.

Foram coletadas amostras de sangue (Figura 10) com o cavalo em repouso e nos momentos 3 (M8), 5 (M9), 10 (M10) e 30 (M11) minutos após o término do percurso. As amostras coletadas em tubos com EDTA foram mantidas em estantes a temperatura ambiente e as amostras coletadas em tubos contendo fluoreto de sódio foram imediatamente acondicionados em caixa térmica com gelo triturado.

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20

4.4 Parâmetros

• Distância percorrida: foi mensurada com trena de roda digital TR-100D (Cintrax, Brasil) (Figura 11) com diâmetro de 30 cm e circunferência de 1 m, de maneira que a roda percorreu o trajeto realizado por cada cavalo seguindo as marcas dos cascos no solo da pista (Figura 12), em virtude da diferença do trajeto realizado por cada conjunto no percurso de Três Tambores. Antes da passagem de cada conjunto, o solo da pista foi nivelado com rastelo puxado por trator (Figura 13).

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FIGURA 12 – Rastro da trena digital centralizado ao trajeto marcado pelos cascos na pista, no contorno do tambor 1.

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22

O tempo total e em cada segmento do percurso (M1, M2, M3, M4, M5, M6 e M7) foram registrados pelos quatro pares de sensores de fotocélula (Michronos Exact Time, Araraquara - São Paulo) distribuídos e referentes aos segmentos conforme descrito no item 4.3. Os resultados foram documentados automaticamente via central de comando da fotocélula ligada a um notebook (Figura 14).

FIGURA 14 - Central de comando das fotocélulas (CCF) conectada a notebook para documentação automática dos resultados.

• Velocidade média total calculada: foi obtida pela relação entre a distância percorrida total do percurso (m) e o tempo total (s).

• Velocidade média parcial calculada: foi obtida pela relação entre a distância percorrida (m) por segmento e o tempo parcial (s) por segmento.

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23

deste tempo da gravação do computador de treino, obtendo assim o momento do início do percurso.

• A FC foi monitorada durante todo o exercício via transmissor e receptor Polar MFC RS800CX G3 (figura 15) (Polar Electro, Finlândia), com dados gravados no receptor a cada 1 s e processados no mesmo software da velocidade obtida por GPS.

FIGURA 15 – Equipamentos utilizados no monitoramento da FC e velocidade: cronômetro (A), fita elástica com eletrodos, frequencímetro e transmissor Polar (B), computador de treino com receptor Polar (C) e GPS Polar G3 (D).

• O volume globular e a concentração da proteína plasmática foram obtidos das amostras coletadas em tubos com EDTA e realizadas, respectivamente, pelo método de microhematócrito e refratometria, conforme Jain (1993), no local da realização do exercício ou no Laboratório da Clínica de Grandes Animais – FMVZ – Unesp, Campus de Botucatu, de acordo com o tempo disponível para o transporte das amostras, as quais foram acondicionadas em isopores e processadas em até 12 horas após a coleta.

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(Figura 16) no Laboratório de Farmacologia e Fisiologia do Esforço Equino da DMFA - FCAV – UNESP, Campus de Jaboticabal.

FIGURA 16 – Analisador analítico de lactato e glicose (YSI 2300 STAT PLUS).

4.5 Análise estatística

O cálculo do número de animais a ser utilizado foi feito baseado na precisão desejada do estudo (Dohoo et al., 2010), considerando um intervalo de confiança de 95%.

Todas as variáveis tiveram sua distribuição analisada para verificação de normalidade, de modo a orientar os testes estatísticos.

As variáveis contínuas de exame físico (FC, FR, TR e TPC), hemograma, de dados ambientais (temperatura, velocidade do vento, pressão atmosférica, altitude e umidade relativa do ar) e de médias durante o percurso (FC, VMGPS) foram submetidas a estatísticas descritivas: média, mediana, mínimo, máximo, erro padrão e desvio padrão.

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25

resultantes de comparações múltiplas. O nível de significância estatística foi definido como 0,05.

Utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson para verificar presença de correlação linear entre variáveis contínuas (velocidade calculada e velocidade obtida por GPS)

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5. RESULTADOS

5.1 Animais

Foram realizados 53 monitoramentos durante o exercício de Três Tambores, dos quais 20 foram selecionados por completarem o percurso sem penalidades e apresentarem aproveitamento integral dos parâmetros propostos.

5.2 Exames físico e laboratoriais

Todos os animais foram considerados clinicamente sadios ao exame físico (Tabela 2) em repouso, anterior ao exercício, juntamente com os valores dos hemogramas (Tabela 3), para os quais utilizou-se valores de referência de Jain (1993), Meyer e Harvey (2004) e Thomassian (2005). Os parâmetros do exame físico foram comparados ao padrão de normalidade para a espécie equina segundo Feitosa (2014).

TABELA 2 – Exame físico ao repouso, anterior ao exercício, dos 20 equinos avaliados no experimento. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, valores mínimo e máximo da frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura retal (TR) e tempo de perfusão capilar (TPC).

Parâmetro Unidade Referência N Média Mediana DP EPM Mín Máx FC bpm 28 – 40 20 37,65 36,0 5,8 1,30 32,0 54,0

FR mpm 8 – 16 20 12,45 12,0 4,9 1,09 6,0 24,0

TR °C 37,5 – 38,5 20 37,23 37,2 0,4 0,09 36,5 38,2

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27

TABELA 3 – Hemograma dos 20 equinos avaliados no experimento, realizados como parte dos exames complementares para constatação de higidez, ao repouso (M0), anterior ao exercício. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, valores mínimo e máximo.

Parâmetro Unidade Referência N Média Mediana DP EPM Mín Máx HT % 32,0 – 52,0 20 39,4 38,3 6,1 1,4 32 51,1

HG g/dL 11,0 – 19,0 20 14,1 13,5 2,0 0,5 11,3 18,2

HE x106/µL 6,8 – 12,9 20 8,2 8,0 1,2 0,3 6,8 10,7 HCM pg 12,3 – 19,7 20 17,1 17,1 1,4 0,3 13,7 19,4

VCM fL 37,0 – 58,5 20 47,9 47,5 4,0 0,9 41,5 54,2

CHCM g/dL 31,0 – 37,0 20 36,0 34,4 3,7 0,8 32,2 42,0

PPT g/dL 6,0 – 8,5 20 7,1 7,3 0,7 0,2 5,8 8,0

Plaquetas x109/L 100 – 350 20 308 205 238 53 101 990 Leucócitos x103/ µL 5,2 – 13,9 20 8,9 8,6 1,7 3,7 5,8 12,7 Bastonetes % 0 – 2,0 20 0,7 0,0 0,9 0,2 0,0 2,0

Segmentados % 22,0 – 72,0 20 50,9 51,5 12,9 2,9 28,0 68,0

Eosinófilos % 0 – 10,0 20 3,4 3,0 2,6 0,6 0,0 9,0

Linfócitos Típicos % 17,0 – 68,0 20 42,6 42,0 14,3 3,2 20,0 65,0

Monócitos % 0 – 7,0 20 2,9 2,5 1,9 0,4 1,0 8,0

Basófilos % 0 – 4,0 20 0,4 0,0 0,7 0,2 0,0 3,0

HT: Hematócrito. HG: Hemoglobina. HE: Hemácia. HCM: Hemoglobina Corpuscular Média. VCM: Volume Corpuscular Médio. CHCM: Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média. PPT: Proteína Plasmática Total. BN: Bastonetes. S: Segmentados.E: Eosinófilo. LT: Linfócitos Totais. M: Monócitos. BF: Basófilos. N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EPM: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

5.3 Dados Climáticos

Os dados climáticos dos dias de monitoramento estão expostos na Tabela 4.

TABELA 4 – Dados ambientais obtidos nos dias de monitoramento dos 20 equinos avaliados no experimento. Valores da média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Parâmetro Unidades Média Mediana DP EPM Min Max

Temperatura ambiente °C 26,2 27,6 3,8 0,8 21,0 31,5

Velocidade Vento km/h 1,0 1,6 1,0 0,2 0,0 2,4

Pressão Atmosférica mmHg 721,0 721,2 7,2 1,6 711,1 730,3

Umidade relativa do ar % 83,9 83,8 2,4 0,5 79,4 87,9

Altitude M 434,4 428,0 91,6 20,5 328,0 603,0

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5.4 Exercício e Parâmetros

Com relação ao tempo (Tabela 5 e Figura 17) e à distância percorrida (Tabela 6 e Figura 17) por segmento do percurso, não houve diferença estatística significativa entre os contornos dos tambores. Houve diferença entre os tempos (M1<M3<M5=M7) e entre as distâncias (M1<M3<M5<M7) das retas.

A velocidade média calculada (Tabela 7 e Figura 17) apresentou diferença estatística significativa entre os momentos (M7>M1>M3=M5>M6=M4>M2).

TABELA 5 – Tempo (s) dos 20 conjuntos (cavalo/cavaleiro) avaliados no experimento, por momento do percurso do exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Momento N Média Mediana DP EPM Mín Máx

M1 20 2,397A 2,366 0,213 0,048 1,923 2,968

M2 20 1,926B 2,002 0,402 0,090 1,261 2,629

M3 20 3,102C 3,067 0,172 0,038 2,818 3,402

M4 20 1,639B 1,589 0,206 0,046 1,416 2,203

M5 20 4,019D 3,941 0,301 0,067 3,635 4,746

M6 20 1,484B 1,482 0,220 0,049 1,149 1,857

M7 20 4,478D 4,439 0,184 0,041 4,148 4,933

N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EPM: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

M1 (reta 1): linha de largada à entrada do 1° tambor. M2 (tambor 1) contorno do 1° tambor. M3 (reta 2): saída do 1° tambor à entrada do 2° tambor. M4 (tambor 2): contorno do 2° tambor. M5 (reta 3): saída do 2º tambor à entrada do 3º tambor. M6 (tambor 3): contorno do 3° tambor. M7 (reta final): saída do 3° tambor à linha de largada/chegada.

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TABELA 6 – Distância percorrida (m) dos 20 conjuntos (cavalo/cavaleiro) avaliados no experimento, por momento do percurso do exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Momento N Média Mediana DP EPM Mín Máx

M1 20 21,59A 21,35 1,53 0,34 19,50 24,00

M2 20 8,05B 7,70 1,55 0,35 5,60 12,00

M3 20 24,40C 24,15 1,04 0,23 22,70 26,10

M4 20 8,26B 8,15 0,99 0,22 6,80 11,30

M5 20 30,89D 30,50 1,04 0,23 29,30 32,90

M6 20 7,95B 8,10 0,72 0,16 6,50 9,00

M7 20 42,84E 42,70 1,33 0,30 40,50 45,30

N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EPM: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

M1 (reta 1): linha de largada à entrada do 1° tambor. M2 (tambor 1) contorno do 1° tambor. M3 (reta 2): saída do 1° tambor à entrada do 2° tambor. M4 (tambor 2): contorno do 2° tambor. M5 (reta 3): saída do 2º tambor à entrada do 3º tambor. M6 (tambor 3): contorno do 3° tambor. M7 (reta final): saída do 3° tambor à linha de largada/chegada. Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo modelo de medidas repetidas e ajustadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

TABELA 7 – Velocidade média calculada (m/s), dos 20 conjuntos (cavalo/cavaleiro) avaliados no experimento, por momento do percurso do exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Momento N Média Mediana DP EPM Mín Máx

M1 20 9,0A 9,3 0,7 0,2 7,9 10,2

M2 20 4,2B 4,3 0,6 0,1 3,3 5,1

M3 20 7,9C 7,8 0,7 0,1 6,8 9,0

M4 20 5,1D 5,0 0,6 0,1 4,2 6,5

M5 20 7,7C 7,9 0,5 0,1 6,3 8,3

M6 20 5,4D 5,6 0,8 0,2 3,7 6,8

M7 20 9,6E 9,6 0,4 0,1 8,4 10,2

N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EPM: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo. M1 (reta 1): linha de largada à entrada do 1° tambor. M2 (tambor 1) contorno do 1° tambor. M3 (reta 2): saída do 1° tambor à entrada do 2° tambor. M4 (tambor 2): contorno do 2° tambor. M5 (reta 3): saída do 2º tambor à entrada do 3º tambor. M6 (tambor 3): contorno do 3° tambor. M7 (reta final): saída do 3° tambor à linha de largada/chegada.

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FIGURA 17 – Média ± EPM do tempo (s), distância (m) e velocidade média calculada (m/s) por momento do percurso do exercício de Três Tambores.

Em média, os animais percorreram 144,0 m em 19,045 s a uma velocidade de 7,6 m/s para completar o percurso (Tabela 8).

TABELA 8 – Tempo (s), distância (m) e velocidade calculada (m/s) dos 20 equinos avaliados no experimento, durante o percurso da modalidade de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Parâmetro Unidade N Média Mediana DP EPM mín máx

Tempo s 20 19,045 18,993 0,839 0,188 17,704 21,256

Distância m 20 144,0 143,5 4,8 1,1 136,5 152,3

VMC m/s 20 7,6 7,7 0,4 0,1 6,7 8,1

N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EP: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

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31

A velocidade obtida por GPS foi menor do que a calculada (Tabela 9 e Figura 18), a média da FCmédia (Tabela 9) no percurso foi de 195 bpm e a da

FCmáx (Tabela 9) de 211 bpm. Os coeficientes de correlação de Pearson e

Spearman para as variáveis VMGPS e VMC foram de 0,18 e 0,03, respectivamente, o que indica uma correlação fraca e não significativa, pois quanto maior a correlação, mais o valor do coeficiente se aproxima de 1,0 (correlação positiva) ou de -1,0 (correlação negativa).

TABELA 9 – Velocidade média obtida por GPS (VMGPS), frequência cardíaca média (FC) e pico (FCpico) dos 20 equinos avaliados no experimento, durante o percurso da

modalidade de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Parâmetro Unidade N média mediana DP EPM mín máx

VGPS m/s 20 4,5 4,7 2,0 0,4 1,9 10,6

FC bpm 20 195 194 17,0 3,9 165 219

FCpico bpm 20 211 213 11,0 2,5 186 226 N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EP: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

(47)

32

O volume globular (Tabela 10 e Figura 19) diferiu estatisticamente entre todos os momentos, elevando-se após três minutos (M8) e diminuindo após 30 minutos (M11) do término do exercício, porém, ainda com diferença estatística do repouso (M0).

TABELA 10 – Volume globular (%) dos 20 equinos avaliados no experimento, nos momentos antes e após exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Momento N Média Mediana DP EPM Mín Máx

M0 20 38A 37 3,43 0,77 35 47

M8 20 53B 53 4,46 1,00 47 64

M9 20 51C 50 4,24 0,95 44 59

M10 20 48D 47 4,21 0,94 42 56

M11 20 40E 40 3,58 0,80 34 46

N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EPM: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

M0: repouso. M8: três minutos após término do exercício. M9: cinco minutos após término do exercício. M10: 10 minutos após término do exercício. M11: 30 minutos após término do exercício

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo modelo de medidas repetidas e ajustadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

(48)

33

Em relação à proteína plasmática total (Tabela 11 e Figura 20), houve diferença estatística entre os momentos, com elevação após três minutos (M8) que permaneceu elevada até cinco minutos após o término do exercício (M9) seguida de uma redução em M10 e retornando ao valor de repouso em M11.

TABELA 11 – Proteína plasmática total (mg/dL) dos 20 equinos avaliados no experimento, nos momentos antes e após o exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Momento N Média Mediana DP EPM Mín Máx

M0 20 6,2A 6,2 0,36 0,08 5,8 6,9

M8 20 6,9B 6,9 0,38 0,08 6,0 7,6

M9 20 6,8B 6,8 0,35 0,08 6,2 7,6

M10 20 6,7C 6,8 0,37 0,08 6,0 7,3

M11 20 6,2A 6,2 0,36 0,08 5,8 7,0

N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EPM: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

M0: repouso. M8: três minutos após término do exercício. M9: cinco minutos após término do exercício. M10: 10 minutos após término do exercício. M11: 30 minutos após término do exercício

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo modelo de medidas repetidas e ajustadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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O lactato plasmático (Tabela 12 e Figura 21) teve diferença estatística significativa entre os momentos (M0<M8=M9=M10>M11) elevando-se e permanecendo elevado dos três aos 10 minutos do término do exercício. Houve uma redução significativa após 30 minutos do término do exercício (M11), porém, não retornando para os valores de repouso até este momento (M0<M11).

TABELA 12 - Lactato plasmático (mmol/L) dos 20 equinos avaliados no experimento, nos momentos antes e após o exercício de Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Momento N Média Mediana DP EPM Mín Máx

M0 20 0,82A 0,844 0,127 0,03 0,60 1,02

M8 20 10,12B 10,050 0,736 0,16 8,21 11,50

M9 20 10,07B 10,050 0,721 0,16 8,28 11,40

M10 20 9,86B 9,805 0,708 0,16 7,88 10,90

M11 20 6,48C 6,505 1,213 0,27 4,68 8,80

N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EPM: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

M0: repouso. M8: três minutos após término do exercício. M9: cinco minutos após término do exercício. M10: 10 minutos após término do exercício. M11: 30 minutos após término do exercício

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo modelo de medidas repetidas e ajustadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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A glicose plasmática (Tabela 13 e Figura 22) apresentou diferença estatística significativa entre M0 (repouso) e os demais momentos, apresentando uma elevação após término do exercício, porém, nota-se que até M11 (30 minutos após exercício) mesmo que sem diferença estatística, seus valores ainda estavam se elevando.

TABELA 13 - Glicose plasmática (mmol/L) dos 20 equinos avaliados no experimento, nos momentos antes e após passagem nos Três Tambores. Valores de média, mediana, desvio-padrão, erro padrão da média, mínimo e máximo.

Momento N Média Mediana DP EPM Mín Máx

M0 20 4,88A 4,83 0,34 0,08 4,11 5,50

M8 20 5,38B 5,37 0,72 0,16 4,26 6,72

M9 20 5,46B 5,32 0,73 0,16 4,33 6,65

M10 20 5,47B 5,33 0,72 0,16 4,39 6,53

M11 20 5,73B 5,71 0,68 0,15 4,47 6,60

N: Número de animais. DP: Desvio-padrão. EPM: Erro padrão da média. Mín: valor mínimo. Máx: valor máximo.

M0: repouso. M8: três minutos após término do exercício. M9: cinco minutos após término do exercício. M10: 10 minutos após término do exercício. M11: 30 minutos após término do exercício

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo modelo de medidas repetidas e ajustadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

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6. DISCUSSÃO

No presente estudo foram monitorados equinos da raça Quarto de Milha, devidamente registrados junto à ABQM, situação que possibilitou obter informações de equinos que pudessem representar a raça. Também, a pesquisa conduzida em condições de campo possibilitou avaliar o exercício de Três Tambores nos aspectos de velocidade e respostas fisiológicas, numa situação que certamente não poderia ser reproduzida em laboratório com a utilização das esteiras de alta velocidade.

Neste sentido, cabe considerar os prós e contras de se optar em conduzir um estudo a campo ou nos laboratórios. Segundo Oldruitenborgh-Oosterbaan e Clayton (1999) a escolha depende do objetivo do estudo, das variáveis que serão avaliadas, da raça, índole e utilização do cavalo, além da viabilidade da pesquisa e experiência dos pesquisadores. Os estudos realizados a campo necessitam de um período curto para adaptar o cavalo às condições do exercício, as quais são similares ou reais as das competições e possibilitam que o exercício seja conduzido pelo conjunto (cavalo e cavaleiro). Já os exercícios realizados em esteira possibilitam a padronização de vários aspectos e assim facilitam sua repetitividade, por exemplo, há menos influência das condições climáticas, pois o ambiente pode ser controlado e vários exames específicos são viabilizados devido à característica do cavalo permanecer relativamente “estático” em relação ao ambiente e aos examinadores, durante o exercício.

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uma vez que o ambiente foi a raia de corrida, e a determinação do tempo por meio de cronometragem manual.

Como o exercício de Três Tambores possibilita que o conjunto realize um trajeto “livre”, considerando obrigatório apenas os contornos nos três tambores em uma determinada sequência, a adoção de distâncias fixas para o percurso poderia interferir na determinação da velocidade. Também, diferentemente das raias de corrida descritas na literatura, as características de mudança de direção do conjunto durante o exercício de Três Tambores inviabilizariam a cronometragem manual de cada segmento comparativamente ao sistema de sensores de fotocélula.

O valor da velocidade média do percurso (7,6 ± 0,1 m/s) foi menor do que a velocidade média relatada por Peinen et al. (2013) em equinos PSI durante galope (14,0 ± 0,65 m/s) e por Nielsen et al. (2006) durante corrida de QM (19,6 ± 1,1 m/s), sendo que esta diferença foi determinada pelos percursos adotados, respectivamente, de 100 m em pista ovalada e de 366 e 402 m em linha reta, não havendo, em ambos, conversões com desaceleração e aceleração durante o percurso, como no presente estudo.

A variação da velocidade média por segmento (4,2 ± 0,1 m/s a 9,6 ± 0,1 m/s) deve-se à divisão do percurso dos Três Tambores em trechos de retas e de curvas com conversão (“giro no tambor”), com menores valores durante as curvas, devido à desaceleração. M6 (3° tambor) apresentou a maior velocidade (5,4 ± 0,2 m/s) entre as curvas, mesmo que sem diferença estatística com M4 (2° tambor), podendo ter relação com uma maior distância percorrida em seu trecho anterior (M5 = 30,89 ± 0,23 m) em relação aos trechos que precedem as outras curvas (M1= 21,59 ± 0,34 m e M3 = 24,40 ± 0,23 m).

A maior velocidade média (9,6 ± 0,1 m/s) foi na reta final (M7) por ser o segmento de maior distância (42,84 ± 0,30 m) e a segunda maior velocidade foi em M1 (da linha de largada até a entrada do 1° tambor), pois, apesar de ser a menor das retas (21,59 ± 0,34 m) os conjuntos não iniciaram o percurso do repouso, mas utilizaram o espaço da pista anterior à linha de largada, consequentemente o M1 iniciou-se com os cavalos já em galope.

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cavalos das raças QM, PSI e PSA, onde o percurso da corrida foi dividido em três segmentos (inicial, médio e final), sendo que os animais QM obtiveram maior velocidade quanto maior a distância percorrida (velocidade final (25,4 ± 0,5 m/s) > velocidade médio (22,6 ± 0,7 m/s) > velocidade inicial (10,6 ± 0,4 m/s).

A obtenção confiável de dados sobre as modalidades esportivas podem ajudar a melhor identificar os tipos de cargas de trabalho que predispõe a lesões. A determinação da velocidade de exercício, pode ser utilizada para avaliar os efeitos sobre a ocorrência de lesões, para detecção de sinais de fadiga, para avaliar os benefícios do treinamento de resistência ou o máximo desempenho, e parâmetros como determinação da energia cinética e trabalho mecânico (SPENCE et al., 2008). Portanto, o equipamento de GPS foi utilizado para determinar a velocidade de exercício em estudos conduzidos a campo e com cavalos atletas (KINGSTON et al., 2006). Porém, na presente pesquisa a velocidade média obtida por GPS (4,5 ± 0,4 m/s) foi menor em comparação à velocidade calculada (7,6 ± 0,1 m/s), podendo ter relação com as mudanças de direção e sentido realizadas rapidamente durante o percurso, visto que as informações são captadas a cada um segundo, possivelmente não foram transmitidos dados consistentes durante as curvas, pois elas foram realizadas em menos de dois segundos, ou seja, transmitindo apenas uma informação durante este trecho, com possível subestimação dos valores reais.

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No entanto, em estudos cuja velocidade foi obtida com o uso de GPS em trajetos com mudança de direção gradual, não foi relatado subestimação da velocidade real. Peinen et al. (2013) utilizaram GPS para monitorar a velocidade de equinos PSI em trajeto de 100 metros em pista ovalada e obtiveram uma média de velocidade ao cânter (7,7 ± 0,43 m/s) e ao galope (14,0 ± 0,65 m/s).

Kingston et al. (2006) compararam a velocidade obtida pelo GPS com a calculada, através de distância conhecida (raia circular de 2000 m de diâmetro), com o monitoramento de equinos da raça PSI e verificaram que a velocidade obtida pelo GPS foi similar à calculada. No entanto, deve-se considerar que o trajeto da raia de cavalos da raça PSI possui a característica de mudança de direção de maneira gradual, comparativamente ao trajeto da prova dos Três Tambores.

As características do trajeto unidas à precisão do equipamento de GPS podem ter interferido nos resultados de velocidade inferiores aos calculados. Fonseca et al. (2010), Kingston et al. (2006) e Gramkow e Evans (2006) utilizaram modelos de GPS mais precisos e não relataram diferenças nos valores de velocidade, como ocorrido nesse estudo, onde a velocidade obtida por GPS foi 40,8% menor à velocidade calculada.

A média da frequência cardíaca durante o percurso (195 ± 3,9 bpm) foi maior que a relatada por Sloet et al. (2006), que estudaram cavalos da raça Sela Holandesa de Salto e obtiveram FCmédia de 184 ± 17 bpm e 156 ± 21 bpm

em circuitos de 700 m com e sem obstáculos, respectivamente. Esta diferença pode ser explicada pela exigência física de cada modalidade, pois no exercício de Três Tambores o cavalo realiza o percurso em menor tempo possível, com desaceleração para contornar os tambores e aceleração para continuar após as curvas. Na modalidade de Salto, existe um tempo limite estabelecido para todos os conjuntos terminarem o trajeto, sendo que o conjunto precisa cometer o menor número de faltas e não ultrapassar o tempo proposto.

Referências

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