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Síndrome de Parsonage-Turner.

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(1)

w w w . r b o . o r g . b r

Artigo

original

Síndrome

de

Parsonage-Turner

Ricardo

Barreto

Monteiro

dos

Santos

,

Saulo

Monteiro

dos

Santos,

Flávio

José

Câmara

Carneiro

Leal,

Otávio

Gomes

Lins,

Carmem

Magalhães

e

Ricardo

Bruno

Mertens

Fittipaldi

Servic¸odeTraumatologia,HospitaldasClínicas,UniversidadeFederaldePernambuco,Recife,PE,Brasil

informações

sobre

o

artigo

Históricodoartigo:

Recebidoem3desetembrode2013

Aceitoem5dejunhode2014

On-lineem11desetembrode2014

Palavras-chave:

Neuritedoplexobraquial

Ombro Eletromiografia

r

e

s

u

m

o

Objetivo:Descrever osachados clínicos, eletrofisiológicosede imagemna síndrome de

Parsonage-Turnereavaliarosresultadosdotratamentoconservador.

Métodos:Foramestudadosoitocasosentrefevereirode2010efevereirode2012,com

segui-mentomínimodeumano(médiade14meses).Todosospacientesforamsubmetidosao

questionárioclínicoeavaliadosfuncionalmentecomoescoredeConstanteMurley.Apósa

suspeitaclínicaoexamedeeletroneuromiografiafoifeitoparaconfirmac¸ãodiagnóstica.

Resultados:Oitopacientes(médiade29anos)foramavaliados.Oladodireitofoi

acome-tidoem70%doscasoseeraodominanteem80%.Todosospacientesrelataramuminício

súbitodedornoombro,comdurac¸ãodeumacincodiasemseiscasosedeaté15dias

emdoiscasos.Emtrêscasosfoiobservadaatrofiaseveradomúsculodeltoide.Hipotrofia

dosmúsculossupraespinhaleinfraespinhalfoiobservadaemtrêscasos.Escápulaaladafoi

observadaemdoiscasosrestantes.Aeletromiografiademonstrouenvolvimentodonervo

torácicolongonessesdoisúltimoscasoseconfirmouoenvolvimentodosnervosaxilare

supraescapularnosseiscasosrestantes.Apontuac¸ãomédianaescaladeConstante

Mur-leyfoide96nofimdotratamentoconservadorcommedicamentosanti-inflamatóriosnão

esteroidesefisioterapia.Seisdosoitopacientesapresentaramboarecuperac¸ãodaforc¸a

muscular.

Conclusão:Namaioriadoscasosarecuperac¸ãofuncionalfoiboa,emboraaforc¸amuscular

nãotenhasidocompletamenterestauradaemalgunsdeles.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublicadoporElsevierEditora

Ltda.Todososdireitosreservados.

Parsonage-Turner

syndrome

Keywords:

Neuritisofthebrachialplexus

Shoulder Electromyography

a

b

s

t

r

a

c

t

Objective:Todescribetheclinical,electrophysiologicalandimagingfindingsfrom

Parsonage--Turnersyndromeandevaluatetheresultsfromconservativetreatment.

Methods:EightcaseswerestudiedbetweenFebruary2010andFebruary2012,witha

mini-mumfollow-up ofone year(meanof14 months). Allthe patientsanswered aclinical

TrabalhodesenvolvidonoServic¸odeTraumatologia,HospitaldasClinicas,UniversidadeFederaldePernambuco,Recife,PE,Brasil.

Autorparacorrespondência.

E-mail:ricardobms@hotmail.com(R.B.M.dosSantos).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rbo.2014.06.007

(2)

questionnaireandunderwentfunctionalevaluationusingtheConstant&Murleyscore.

Afterclinicalsuspicionwasraised,anelectromyographyexaminationwasperformedto

confirmthediagnosis.

Results: Eightpatients(meanageof29years)wereevaluated.Therightsidewasaffectedin

70%ofthecases,andthedominantsidein80%ofthecases.Allthepatientsreportedthat

theirshoulderpainhadstartedsuddenly,lastingfromonetofivedaysinsixcasesandup

to15daysintwocases.Inthreecases,severeatrophyofthedeltoidmusclewasobserved.

Hypotrophyofthesupraspinatusandinfraspinatusmuscleswasobservedinthreecases.A

wingedscapulawasobservedinthetworemainingcases.Electromyographydemonstrated

involvementofthelongthoracicnerveintheselasttwocasesandconfirmedthe

involve-mentoftheaxillaryandsuprascapularnervesintheremainingsixcases.Themeanscore

ontheConstant&Murleyscalewas96attheendoftheconservativetreatmentwith

non--steroidalanti-inflammatorydrugsandphysiotherapy.Sixoftheeightpatientspresented

goodrecoveryofmusclestrength.

Conclusions: Inthemajorityofthecases,thefunctionalrecoverywasgood,althoughmuscle

strengthwasnotcompletelyrestoredinsomeofthem.

©2014SociedadeBrasileiradeOrtopediaeTraumatologia.PublishedbyElsevierEditora

Ltda.Allrightsreserved.

Introduc¸ão

Asíndrome de Parsonage-Turner (SPT) é também

denomi-nadadeneuritebraquialidiopáticaaguda,neuriteparalítica

do plexo braquial, neuropatia braquial criptogênica e

sín-dromedacinturaescapular.Seusprimeirosregistrosdatam

de 1887 por Dreschfeld, após o qual inúmeros outros se

seguiram: Feinberg1 (1897), Bramwell e Struthers2 (1903),

Wyburn-Mason3 (1941), Burnard4 (1942) e Spillane5 (1943).

Entretanto,foiem1948queosautoresParsonageeTurner

des-creveramtodososaspectosclínicosdessasíndromeapósuma

sériede136casosedenominaram-nade“síndromedacintura

escapular”.6

Trata-sedeumdistúrbiodolorosonãotraumáticoque

aco-meteacinturaescapular.Clinicamenteopacienteapresenta

quadrodolorosoesúbitolocalizadonoombrodurantehoras

ouatéduasatrêssemanas,commelhoriaespontânea.Após

oquadrodolorososurgefraquezamuscular,paralisiaeatrofia

da musculaturainervada pelosegmento acometido.7

Topo-graficamenteessalesãoneurológicacomprometeosnervos

periféricosoupartedoplexobraquialealémdasrepercussões

motoraspodemexistirperdassensoriais.

Odiagnósticodadoenc¸apodesermotivodeangústiaparao

médicoassistenteeseupaciente,poisalgumasafecc¸õescom

característicassemelhantes podem serconfundidas com a

SPTenecessitamserexcluídasduranteodiagnóstico

diferen-cial:roturadomanguitorotador,tendinitecalcária,capsulite

adesiva, espondilopatia cervical e alterac¸ões neurológicas

comocompressão denervoperiférico,poliomielite agudae

escleroselateralamiotrófica.Entretanto,odiagnóstico

torna--seprovávelquandosãoobservadasamelhoriaespontânea

dadoreaprogressãodafraquezamuscular.

Acausaprecisaédesconhecida,masnaliteratura

atribui--seainfecc¸õesviraiseprocessosautoimunes,8,9 comoapós

imunizac¸ão.Tambémhárelatosdeformashereditáriascom

mutac¸õesespecíficas10ouatémesmoapósexercíciosfísicos

extenuantes.11,12 Alguns agentes virais têm sido

correlaci-onados, como: varíola, febre, tifo, influenza, coxsackievirus,

parvovirus B19, cytomegalovirus, vírus da imunodeficiência

humana e Borrelia burgdoferi.8,13–16 fortes evidências de

associac¸ãoainfecc¸õesvirais,poishárelatosnaliteraturade

surtoepidêmicoemumapopulac¸ãoisolada,comooocorrido

na populac¸ãoindígenano sudoestedosEstados Unidos da

América,comoitocasosdeSPT.7

A incidência é de 1,64 caso por 100.000 habitantes, na

populac¸ão de Minnesota, Estados Unidos, com predomínio

deacometimentoentreaterceiraeasétimadécada.17,18 Os

homenssãomaisafetadosdoqueasmulheres,numarazão

de2:1a11,5:1.11Oprognósticoébomnamaioriadoscasos,a

SPTéautolimitadaecombaixoíndicederecidiva.11O

trata-mentogeralmenteébem-sucedidocomusodeanalgésicose

fisioterapiaparamanutenc¸ãodaamplitudedemovimentose

fortalecimentomuscular.

Oobjetivodeste trabalhofoidescreverascaracterísticas

clínicasdaSPTeavaliarosresultadoscomotratamento

con-servador.

Materiais

e

métodos

ForamestudadosprospectivamenteoitocasoscomSPT

diag-nosticados entre fevereiro de 2010 e fevereiro de 2012. Os

pacientes tiveram acompanhamento mínimo de um ano

(médiade14meses).Todosospacientesforamsubmetidos

aquestionárioclínicoarespeitodossintomaseexamefísico

com finalidade de avaliar a func¸ão. No fim do tratamento

todosospacientesforamsubmetidosaoescoredeConstante

Murley.19

ApósasuspeitaclínicadeSPT,todosospacientesfizeram

oexamedeeletroneuromiografiapararegistrodonervo

peri-féricoacometidoeconfirmac¸ãodiagnóstica.Entretanto,em

algunscasos, com afinalidadede excluirafecc¸ões

associa-daseparadiagnósticodiferencial,foramusadososexames

deradiografiaeressonância.Comocritériosdeinclusãoforam

(3)

Tabela1–Idade,sexoemembroacometidodospacientescomSPT

Paciente Idade Sexo Ladoacometido Ladodominante Durac¸ãodosurtoálgico Nervoperiféricoacometidoa

1 37 Masculino Direito Direito 24horas Supraescapular

2 26 Masculino Direito Direito 48horas Torácicolongo

3 41 Masculino Direito Direito 3dias Axilar

4 15 Feminino Direito Direito 15dias Axilar

5 23 Masculino Direito Direito 5dias Torácicolongo

6 32 Masculino Esquerdo Direito 24horas Supraescapular

7 30 Feminino Esquerdo Direito 48horas Torácicolongo

8 34 Feminino Direito Direito 15dias Supraescapular

Fonte:dadosdapesquisa.

a Baseadonoexameclínicoeexamecomplementardeeletroneuromiografia.

ecomparesiaouhipotrofianacinturaescapular.Foram

excluí-dospacientescomhistóriadetraumatismo,cirurgiasprévias

noombro,roturadomanguitorotadorecapsuliteadesiva.Este

estudofoiaprovadopeloComitêdeÉtica.

Resultados

Foram avaliados oitopacientes, três dogênero feminino e

cincodomasculino.Amédiadeidadefoide29anos(variac¸ão

de15a41),oladodiretofoiacometidoem70%doscasoseo

ladodominanteem80%(tabela1).

Todosospacientesestudadosreferiramdurantea

anam-neseumquadrosúbitodedornoombro,comdurac¸ãomédia

deumacincodiaseemdoiscasoscomdurac¸ãode15dias.Em

trêscasoshouveremissãoespontâneadoquadroálgicosem

usodemedicac¸õesanti-inflamatóriasnãoesteroidais(Aines);

emsete,comusodeAineseanalgésicos,prescritospor

médi-cosnaurgência.

Aoexame físico,feitonos oitopacientes,emtrêscasos

observou-seatrofiaintensanatopografiadomúsculodeltoide

efoiconstatadaemumcasohipoestesiaemterritório

sen-sitivo do nervoaxilar (fig.1). Em três casos foi observada

hipotrofiamuscularnafossasupraespinaleinfraespinal,com

otestede Jobepositivo,usado paraavaliac¸ãoda func¸ãodo

supraespinal.Nosdoiscasosrestantesobservou-seescápula

alada,maisevidentequandoopacientefazforc¸apara

empur-raraparede(fig.2).

Emtodos os pacientes foifeito oexame de ENMGpara

confirmac¸ão diagnóstica. Todos demonstraram denervac¸ão

periférica(potencialdeac¸ãoprolongadaelatência).Emum

Figura1–15anos,3mesesapósoiníciodossintomas. Observa-seatrofiadomúsculodeltoidenoombrodireito.

caso,paciente4,foifeitooexamederessonânciadoombro,

queevidenciouhipersinalnaponderac¸ãoT2eatrofiada

mus-culaturadodeltoide(fig.3).

Oprogramadereabilitac¸ãofisioterapêuticafoiiniciadologo

apósodiagnóstico.Oprotocoloconsistiudeeletroterapia

anal-gésicacom usodoTensassociado àtermoterapiaprofunda

oucrioterapia,duranteafasedolorosa,cinesioterapiaparaa

manutenc¸ãoeganhodaamplitudedosmovimentose,quando

alcanc¸adosgrauspróximosdanormalidade,foraminiciados

osexercíciosisométricosouexercíciosresistidosparatodaa

cinturaescapular.Também foiusadaaestimulac¸ãoelétrica

funcional(FES)visandoaoincrementodotônusmuscular.

Todos os pacientes apresentaram melhoria da dor, da

forc¸aedotrofismomuscular(fig.4)aolongodoseguimento.

Figura2–Pacientecomescápulaaladaàdireita,decorrente

(4)

FH 25 head

2 cm 3 cm

FH 13 feet

L L

A

A

B

Figura3–Imagensderessonânciadoombroem

ponderac¸ãoT2,cortesaxiais,(A)proximale(B)distal. Evidencia-sehipersinaleatrofianamusculaturado deltoide(seta),sugestivadedenervac¸ãodonervoaxilar.

Figura4–PacientecomSPTnoombrodireito,

acometimentodonervoaxilar.(A)atrofiaemtopografiado deltoide,aspectonomomentododiagnóstico.(B)Aspecto após3mesesdereabilitac¸ãofisioterápica.

A pontuac¸ão obtida com o escore de Constant e Murley

foi de 94 a 100 pontos,média de 96,37 pontos no fim do

seguimento(tabela2).Seisdosoitopacientestratados

apre-sentaramrecuperac¸ãoplenadaforc¸amuscular.Entretanto,

emdoispacientesaindapôde-seperceberhipotrofiamuscular,

massemrepercussãoparaasatividadesdiáriaseesportivas.

Discussão

Aetiologiada SPTnãoestá bemdefinida, masatribui-se a

causaainfecc¸õesviraiseareac¸õesautoimunes.Emalguns

relatosclínicos,descreve-se,previamenteaossintomas,um

períododefebreouinfecc¸ãodasviasaéreassuperiores,ouaté

reac¸ãoimunológicaapósvacinac¸ão.Nãofoipossível

determi-nartalassociac¸ãoemnossotrabalho.

Tabela2–ResultadodoescoredeConstanteMurley nofimdoseguimentomédiode14meses

EscoredeConstanteMurley Média(min.-máx.)

Dor 15(15-15)

Atividades 20(20-20)

Mobilidade 40(40-40)

Forc¸a 21,37(19-25)

Total 96,37(94-100)

Fonte:dadosdapesquisa.

Ogêneromasculinoéomaisacometido,emumaproporc¸ão quevariasegundoaliteraturade2:1a11,5:1.11,18,20 Não

predilec¸ãoquantoàlateralidadedodistúrbio,nemtampouco

correlac¸ãocomomembrodominante.Entretanto,pode

ocor-rer acometimentobilateral eassimétricoem umterc¸odos

pacientes.21Turnerdescreveuumcasodecomprometimento

bilateral,após seis mesesdoiníciodossintomas.Cercade

umterc¸odospacientesdesenvolveramSPTbilateralmente.11

Emnossoestudoaproporc¸ão comrelac¸ãoaogênerofoide

1,6homemparaumamulher,amédiadeidadefoide29anos

enãohouvecasosdebilateralidade.

Não háconsenso com relac¸ão ao nervoperiférico mais

frequentemente acometido. SegundoTurner eParsonage,11

emseutrabalho,onervotorácicolongoéomaisacometido.

MageeeDeJong,20assimcomoTsairisetal.,11relataramuma

maiorfrequênciadeacometimentodonervosupraescapular.

SegundoMulveyetal.,22atémesmoonervofrênicopodeser

acometidonaSPT.Emnossacasuísticaverificou-se

acometi-mentodosnervostorácicolongo(n=3)esupraescapular(n=3)

comigualfrequência,seguidosdonervoaxilar(n=2).

O padrão característico de dor súbita com melhoria

espontâneaseguidadefraqueza namusculatura dacintura

escapularéachaveparaodiagnóstico dessasíndrome.Em

todos ospacientes identificamosesse padrão.Adoré

des-critacomosevera elancinante,podepersistirporhorasou

durantetrêsaquatrosemanas.23Nospacientesavaliadoso

quadroálgicodurouemmédiacincodias,commínimode24

horasemáximode15dias.Asconsequênciasdo

comprome-timentodasfibrasnervosasmotoras,comofraquezaeatrofia

muscular,sãoperceptíveiserepresentamaqueixaprincipal

dopacienteapósafasehiperálgica.Quantoàsalterac¸õesda

sensibilidade, comoanalgesiaehipoestesia,sãomínimase

muitasvezeslimitadasaumapequenaárea.Taisachadossão

compatíveiscomasdescric¸õesclássicas,bemcomocomos

estudosmaisrecentescomsériesdecasoscomumgrande

númerodepacientes.12,24,25

O exame de ENMG é importante para confirmar o

diagnóstico. Alterac¸ões eletroneuromiográficas são

per-ceptíveis, geralmente após três semanas do início dos

sintomas,26,27 revelam normalmente denervac¸ão aguda e

indicam degenerac¸ão axonal, com pontas-onda positivas

e potenciais de fibrilac¸ão. No exame de ressonância, são

descritos na literatura os seguintesachados nas

muscula-turas acometidas: edemaintramuscular e atrofia muscular

quepodeestarassociadaounãoainfiltrac¸ãogordurosa28,29

(fig.3).Oaumentodesinalnaponderac¸ãoT2éporcausado

edemamuscular.SegundoWessigetal.,30existeumaumento

dovolume sanguíneocapilarapós 48 horasda denervac¸ão

muscular, oque favoreceo extravasamento dointracapilar

parao extracelular.Essasalterac¸õesdescritasno examede

ressonânciamagnéticasãoconsistentescomoobservadoem

nossospacientes(fig.3).

O tratamento da SPT pode ser dividido emduas fases.

Na primeira fase, hiperálgica, são prescritos analgésicos e

repouso do membro acometido com uso de tipoia. Não

foram usados anti-inflamatórios corticosteroides, pois a

identificac¸ão etiológicadasíndromenão pôdeser

determi-nada,viralouautoimune.Assim,nãorecomendamosouso

dessaclassemedicamentosa,emboraestudosmostremque

(5)

daforc¸aemelhoreadornafaseaguda.11,21Apósamelhoria

dador,éiniciadaasegundafase,voltadaparao

reestabeleci-mentoeamanutenc¸ãodaamplitudedemovimento,seguido

pelo fortalecimentomuscular. Magee eDeJong,20 em 1960,

relataramquearecuperac¸ãoplenapodeseprolongarporaté

oitoanos.Noentanto,todosospacientestratadosemnosso

estudoaolongode14mesesapresentarammelhoriado

tro-fismoedaforc¸anomembroacometido;seisdosoitopacientes

declararamnãosentirdiferenc¸aemrelac¸ãoàforc¸aeàdorem

comparac¸ãocomoladocontralateral.

ApesardeasíndromedeParsonage-Turnernãoseruma

afecc¸ãocomumnapráticaclínica,éimportantequeo

orto-pedistase familiarize eainclua no diagnóstico diferencial

quandoopacientereferirdorefraquezanacintura

escapu-lar.Odiagnósticoéclínicoepode-seusaroexamedeENMG

parafirmá-lo;outrosexamessãonecessáriosapenasparao

diagnósticodiferencial.Oprognósticoébom,comresoluc¸ão

espontâneadadoremcercade80%-90%doscasos.11,31

Entre-tanto,aforc¸anemsempreérecuperadaemsuaplenitudeeo

quadropodeapresentarrecorrência.11,12Otratamento

conser-vador,comusodeanalgésicoseexercíciosfisioterapêuticos,

geralmentetrazresultadossatisfatórios,porémexistem

rela-tosdetratamentocirúrgicocomtransferênciastendíneaspara

tratamentotardiodaperdadeforc¸a.

Opresentetrabalhotemcomovantagemfazerorelatode

umasériedecasosdeumadoenc¸arara,aqualdeveser

lem-bradacomo diagnóstico diferencialdeumombro doloroso,

sobretudoquandoassociadoàfraquezamuscularehipotrofia.

Aprincipaldesvantagem foio pequenonúmerode

pacien-tesnaamostra;Entretanto,osnossosachadosnãodivergiram

dosrelatosdaliteraturainternacionalcomgrandeamostrade

pacientes.

Conclusão

Aneuralgiaamiotróficaéumacondic¸ãopatológicadedifícil

diagnósticonafaseagudaequeseapresentamais

frequen-temente com umquadro agudo de dorintensa nacintura

escapular, geralmente autolimitado e que evolui na

maio-riadasvezespararecuperac¸ãofuncional.Aavaliac¸ãoclínica

cuidadosaeodiagnósticoprecocecomeletroneuromiografia

ajudamnomanejoadequadodadoenc¸aetrazemconfortoao

pacienteeseumédico, alémdetrazerinformac¸õessobrea

recuperac¸ão.Odiagnósticocorretotemtambémavantagem

deevitarexamesdesnecessários.

Conflitos

de

interesse

Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.

r

e

f

e

r

ê

n

c

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