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Transferência de renda dos trabalhadores do setor competitivo para o setor oligopolizado: uma realidade no Brasil

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(1)

TRANSFERÊNCIA DE RENDA DOS TRABALHADORES DO SETOR

COMPETITIVO PARA O SETOR OLIGOPOLIZADO:

UMA REALIDADE NO BRASIL

TESE SUBMETIDA X CONGREGAÇÃO DA

ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA (EPGE)

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

[o © O (

DOUTOR EM ECONOMIA

POR

EMERSON LUÍS LEMOS MARINHO

RIO DE JANEIRO

(2)

jliUOTECA HAH!U HEMBIUUt

(3)

TESE

DE

DOUTORADO

APRESENTADA

À EPGE

POR'

E M

(4)

ESCOLA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ECONOMIA

DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

C I R C U L A R N2 50

Assunto: Apresentação e defesa pública de

Tese Doutorai de Economia.

Comunicamos formalmente à Congregação da Escola que es^

tá marcada para o dia 28 de setembro de 1990 (6§ feira), às 10

horas, no Auditório Eugênio Gudin (IO2 andar), a apresentação e

defesa pública da Tese de Doutorado em Economia, intitulada "TRANS

FERÊNCIA DE RENDA DOS TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA O

SETOR OLIGOPOLIZADO: UMA REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao

título Sr. Emerson Luis Lemos Marinho.

A Banca Examinadora "ad hoc" designada pela Escola se

rá]' composta pelos doutores: Carlos Ivan Simonsen Leal, Luiz Gui

lherme Schymura de Oliveira, Mario Henrique Simonsen, José Mar

eio Camargo (PUC/RJ) e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang (Pre

sidente) .

Com esta convocação oficial da Congregação de Professe^

res da Escola, estão ainda convidados a participarem desse ato

acadêmico os alunos da EPGE, interessados da FGV e de outras ins

tituições.

Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1990

Hejnr.ifere~~ 5 imon s e

(5)

LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL

Como integrante da Banca Examinadora, designado pe

Ia EPGE para julgar a tese doutorai, intitulada"TRANSFERÊNCIA DE

RENDA DOS TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA O SETOR

OLIGOPO-LIZADO: UMA REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr.Emer

son Luis Lemos Marinho, apresento as seguintes ponderações que jus

tificam meu parecer e voto:

1) A Tese aborda um tema da maior relevância na

economia brasileira: a renda dos trabalhadores dos diversos seto

res da economia em um contexto de inflação ascendente;

2) Os testes empíricos ratificam os resultados en

contrados no modelo teórico, demonstrando que o candidato possui

um profundo conhecimento do funcionamento do mercado de trabalho

brasileiro.

Assim e nessas condições, sou de parecer que a re

ferida Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo

candidato e autor deste trabalho.

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1990

A-4 Formato Internacional

210x297mm

Guilherníe Schym

Proressor da

a de Oliveira

(6)

ESCOLA OE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

PRAIA DE BOTAFOGO, 19O/10.» ANDAR

RIO DE JANEIRO - BRASIL - CEP 22.250

LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL

Como integrante da Banca Examinadora, designado pela EPGE

para julgar a tese doutorai, intitulada "TRANSFERÊNCIA DE RENDA DOS

TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA 0 SETOR OLIGOPOLIZADO: UMA

REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr. EMERSON LUÍS LEMOS

MARINHO, apresento as seguintes ponderações que justificam meu pa

recer e voto:

1-0 candidato demonstra ter o amadurecimento e o conhe

cimento necessários ã obtenção do grau de doutor.

2 - Sua tese é de excelente qualidade técnica e trata de

um tema de política econômica altamente relevante e

atual. Sendo que os seus resultados empíricos confir

mam integralmente os seus modelos teóricos.

3 - Mais ainda, a sua pesquisa pode contribuir para um

mais que necessário desenvolvimento da Economia do Tra

balho no Brasil.

Assim e nessas condições, sou de parecer que a referida Te

se seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato e

autor deste trabalho.

Rio de J

, 28

de

setembro

de

19

9 0.

. da EPGE

A-4 Formato Internacional

(7)

LAUDO SOBRE TESE DOÜTORAL

Como integrante da Banca Examinadora, designado pela

EPGE para julgar a tese doutorai, intitulada "TRANSFERÊNCIA DE RENDA

DOS TRABALHADORES NO SETOR COMPETITIVO PARA 0 SETOR OLIGOPOLIZADO:

UMA REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr. Emerson Luiz

Lemos Marinho, apresento as seguintes ponderações que justificam meu

parecer e voto:

1) a tese é bastante interessante, o assunto de extrema importância e

foi tratado de forma competente. Utiliza de forma bastante intensiva

a literatura pertinente, conseguindo resultados consistentes;

2) a parte empírica é bem estruturada e cuidada.

Assim e nessas condições, sou de parecer que a refen

da Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato

e autor deste trabalho.

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1990

~~r

José Mareio Camargo,

Professor da PUC/RJ

(8)

^FUNDAÇÃO

GETVUO VARGAS

ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA

CAIXA POSTAL 9O52 ZC-O2

RIO Di JANEIRO - RJ - BRASIL

LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL

Como integrante da Banca Examinadora, designado pela

EPGE para julgar a tese doutorai, intitulada "TRANSFERÊNCIA DE

RENDA DOS TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA O SETOR

OLIGO-POLIZADO: UMA REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr.

Emerson Luis Lemos Marinho, apresento as seguintes ponderações

que justificam meu parecer e voto:

1) A Tese trata de um tema importante para o Brasil, a

interação entre salários reais de setores sindicalizados e com

petitivos e sua dependência com as taxas de inflação e mecanismos

de indexação;

2) O desenvolvimento teórico do modelo é bastante en

genhoso, inclusive no que tange à utilização da teoria dos jo

gos;

3) A análise empírica é cuidadosa, e retrata adequada

mente o que vem acontecendo com os salários reais no Brasil.

Assim e nessas condições, sou de parecer que a referida

Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato

e autor deste trabalho.

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1990,

EPGE

A-4 Formato Internacional

(9)

LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL

Como integrante da Banca Examinadora, designado pela EPGE

para julgar a tese doutorai, intitulada "TRANSFERÊNCIA DE RENDA DOS

TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA O SETOR OLIGOPOLIZADO: UMA REA

LIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr. Emerson Luis Lemos Ma

rinho, apresento as seguintes ponderações que justificam meu parecer

e voto:

1) 0 modelo macroeconômico é original e apresenta conclusões

muito interessantes;

2) Os dados para o caso brasileiro mostram uma impressionan

te aderência ao modelo, comprovando que a tese ê altamente relevante.

Assim e nessas condições, sou de parecer que a referida

Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato e

autor deste trabalho.

Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1990.

A-4 Formato Internacional

210x297mm

Sérgio Ribeiro da Costa Werlang,

Professor da EPGE e

(10)
(11)
(12)

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a meu orientador, Sérgio Ribeiro da

Costa Werlang, pela atenção e paciência dedicada na orientação desta

tese de doutorado.

Ao professor Carlos Ivan Simonsem que nas horas de

difi-culdades, também, me auxiliou a desvendar certos impasses.

Aos professores, Mario Henrique Simonsem, Luis Guilherme

Schymura oe Oliveira , José Mareio Camargo e Marcelo Estevão, agra

deço a leitura e os comentários recebidos.

Aos colegas de turma e -Funcionários, agradeço a amizade e

o convívio que mantive com eles nestes últimos anos. Em particular,

gostaria ce agradecer a -Funcionária Miríam Lopes de Oliveira pela

atenção dispensada à minha pessoa.

Aos professores e funcionários do Departamento de Estatís

tica da UFRN gostaria de agradecer a compreensão que tiveram durante

meu períooo de afastamento.

Finalmente, não poderia deixar de agradecer meus pais e à

(13)

p.

CAPÍTULO

I

: EQUIOLIBRIO

DE

NASH

EM

UM

JOGO

ENTRE

OS

SINDI

CATOS DO SETOR OLIGOPOLIZADO : O MODELO PELO LADO DA OFERTA.. í.

SEÇÃO í.i: INTRODUÇÃO 2,

SEÇÃO

í.2:

O MODELO

COM

UM

ÚNICO

SINDICATO

NO

SETOR

OLIGO

POLIZADO 7.

SEÇÃO

í.3:

O MODELO

COM

MAIS

DE UM

SINDICATO

NO

SETOR

OLI-GOPOLIZADG 19.

SEÇÃO

í.4

: CONCLUSÕES

31,

CAPÍTULO

II:

ANALISE

ECONOMETRICA

E EVIDENCIA

EMPÍRICA

36,

SEÇÃO

2.1

: INTRODUÇÃO

37,

SEÇÃO 2.2 ' O MODELO ECONOMETRICO 38,

SEÇÃO

2.3

: EVIDENCIA

EMPÍRICA

40,

SEÇÃO

2.4

: OS

MODELOS

ESTIMADOS

46.

SEÇÃO 2.5 : OS DADOS AMOSTRAIS 55,

CAPÍTULO

III

: EQUILÍBRIO

DE

NASH

DO

JOGO

COM

INTERAÇÃO

DA

(14)

RACIONAIS 58,

SEÇÃO

3.Í

: INTRODUÇÃO

59,

SEÇÃO

3.2

: O MODELO

COM

DEMANDA

AGREGADA

:

INSTRUMENTAL

IS-LM 62

SEÇÃO

3.3

: A CONSISTÊNCIA

DO

MODELO

COM

EXPECTATIVAS

RACIO

NAIS : O CASO DE PERFEITA PREVISÃO 75,

SEÇÃO

3.4

: CONCLUSÕES

78,

CAPÍTULO

IV

: O JOGO

COM

O GOVERNO

ATIVO PARA

A

DETERMINAÇÃO

DAS

CARACTERÍSTICAS

DAS

POLÍTICAS MONETÁRIA

E FISCAL

Si,

SEÇÃO

4-í

: INTRODUÇÃO

82.

SEÇÃO

4.2

:O

MODELO

COM

O GOVERNO

ATIVO

MAXIMIZANDO

UMA

FUN

ÇÃO

UTILIDADE

SOCIAL

85,

SEÇÃO

4.3

: CONCLUSÕES

í<2>3.

(15)

CAPITULO I

EQUILÍBRIO

DE

NASH

EM

UM

JOGO

ENTRE

OS

SINDICATOS

DO

(16)

2.

l.i - INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, os trabalhadores brasileiros conviveram

cora uma sucessão de leis salariais cujo principal pretexto era pro

teger o salário real contra a inflação. Ao contrário do que era es

perado, o que se viu foi uma deterioração do mesmo com uma conse

qüente queda no seu poder de compra. No entanto, este declínio não

foi homogêneo para todas as classes trabalhistas pois veri-Fica-se

neste período que alguns setores obtiveram ganhos reais relativamen

te aos demais. Tais ganhos não podem e nem devem ser tomados como

o-bra do acaso. Afinal, a década de 80 já encontrou o sindicalismo no

país maduro e capaz de barganhar com os empresários.

Para se ter uma idéia das diversas políticas salariais

postas em prática mais, recentemente, com a adoção dos planos cruza

dos l e 2 , vigoraram no país, respectivamente, a lei do " gatilho

salarial " e o sistemade reajustes mais conhecido popularmente como

URP. Atualmente, os salários são reajustados mensalmente pelo d i -Pe

rene <al entre a inflação e uni gatilho de 5% sempre que a primeira

ultrapasse este ultimo. Trimesta1 mente, os salários são corrigidos

pela inflação descontados os excessos mensais da inflação sobre o

gatilho neste per iodo.Desta forma, não será nenhuma surpresa se no

(17)

desenvol-reais da inflação.

Porém,

o

que

se

observou

na

realidade

foi

uma contí

nua queda no poder de compra das classes trabalhadoras, mas, com

algumas

delas

se

beneficiando

mais

do

que

outras.

É o

que

ocorre

justamente com os setores oiigopolizados na economia brasileira,

quando se compara a evolução de seus salários reais com os do setor

competitivo. De fato, como os sindicatos de trabalhadores daqueles

primeiros possuem maior poder de barganha do que os demais, eles

conseguem aumentos de salários nominais sempre maiores dos que os do

setor competitivo. Aliás, é baseado neste princípio, que o governo

justifica a nescessidade de se ter políticas salariais. Para ele, a

existência

destas

últimas

deixariam

os

salários

dos

empregados

do

setor competitivo protegidos da inflação.Entretanto, a preocupação

do governo neste sentido parece estranha na medida em que ele é o

maior

responsável

pelas

causas

do

processo

inflacionário

no

país.

Na

realidade, consegue-se mostrar neste trabalho, que a maior parte do

imposto

inflacionário

arrecadado

pelo

governo

é pago

pelos

trabalha

dores deste setor.

(18)

Camar-A.

go e Estevão (Í98?) -fazem algumas considerações a respeito do pro

blema de coordenação dos sindicatos.Entre outras conclusões, o arti

go cone lu i , i mp 1 i c i t ament e , que existe t rans-Fer ênc i a de renda dos

trabalhadores pertencentes a sindicatos menos organizados para aque

les de sindicatos mais organizados.Em vista de todos esses argumen

tos, surgiu a idéia, então, de se escrever este trabalho. 0 objetivo

principal se concentra na formulação de um modelo simples que incor

porando as peculiaridades da economia brasileira, mostre e explique

o porque desta transferência de renda do setor competitivo para o

setor oiigopolizado em nossa economia. No que se segue, o modelo le

va em consideração uma economia composta de dois setores: o primeiro

setor competitivo e o segundo o setor oiigopolizado com a hipótese

de que os agentes econômitomam decisões racionais dentro de uma vi

são de um jogo não cooperativo, como em -ranço (Í986).

G modelo incorpora, também, o fato de que como a economia

passa por contínuos processos inf1acionários, o governo fixa políti

cas salariais visando a proteção do poder de compra dos salários

reais dos trabalhadores. Além disso, cada sindicato de trabalhadores

dos respectivos setores procura maximizar o salário real de seus re

presentados sempre tomando como dado a estratégia do outro. Por sua

vez, as empresas do setor oiigopolizado não aceitando diminuições

(19)

pre-ços de seus produtos enquanto, as do setor competitivo, impossibili

tadas de -Tazererem esses repasses pela própria característica desse

mercado, pagam aos seus empregados somente a produtividade marginal

deste setor. Veja, por exemplo, Scherer(1980). Evidentemente, tem-se

que levar em consideração que o poder de repasse das empresas varia

co» o ciclo econômico.

Dentro deste mesmo en-foque, analisa-se, também, a trajetó

ria de equilíbrio da taxa de inflação no longo prazo quando se con

sidera as seguintes características : -Fatores inerciais, a presença

de con-flitos d i str i but i vos e o governo sendo o maior responsável pe

las causas da origem do processo inflacionário. Os fatores inerciais

se caracterizariam pelo fato de todos os contratos, inclusive salá

rios, serem reajustados com base na inflação de períodos passados. 0

conflito distributivo entre trabalhadores e empresários dar-se-ia

quando os primeiros, através de seus sindicatos, pressionando as em

presas por aumentos de salários e os segundos resistindo a uma queda

de suas margens de lucro, negassem ou repasassem todos esses aumen

tos aos preços de seus produtos. 0 governo , por sua vez,torna-se um

dos maiores responsáveis pela instabilidade do nível de preços na

medida em que ele acomoda sua política monetária

(20)

6.

nada alentadoras. De fato, levando em consideração as hipóteses do

modelo, a economia poderá caminhar para uma hiperinfiação. Além do

mais, ao contrário do que o governo e alguns economistas alegam, os

salários reais dos trabalhadores do setor menos formal da economia

(o setor competitivo) não ficam de maneira alguma protegidos da in

flação enquanto os dos trabalhadores do setor oiigopolizado, em opo

sição aos primeiros, crescem continuamente no tempo. Uma outra con

clusão importante obtida é : quanto mais descentralizada ou menos

corporat ivist a for a economia, no sentido de que maior seja o número

de sindicatos atuando independentemente, maiores serão os níveis de

taxa de inflação. Este mesmo resultado já tinha sido enfatizado por

Fraga e Werlang (Í983) e em um contexto diferente por Franco

(5.986). Este resultado tem sua importância na adoção de umas

üai soluções apresentadas para se evitar que a economia possa camin

har para uma h i perinflação.São as políticas de pacto soei ai.Par a seu

sucesso,seria ideal que em uma mesa de negociação entre empresários,

governo e trabalhadores, estes últimos fossem representados por um

único sincicato que representasse as aspirações de toda a classe

trabalhadora. Além desta, outras soluções são apontadas e discutidas

no artigo.

Um teste empírico com objetivo de se comparar os salários

(21)

rea-itzado chegando-se a seguinte conclusão : com taxas de in-Fiação

crescentes, ocorre uma peversa transferência de renda dos trabalha

dores do setor competitivo para os do setor oiigopolizado e, neste

sentido, a evidência corrobora as conclusões do modelo.

0 artigo se compõe desta introdução e de mais quatro se

ções distribuídas na seguinte seqüência: na primeira, é apresentado

o caso era que existe somente um sindicato representando todos os

trabalhadores do setor oiígopolizado e um outro representando os

trabalhadores do setor competitivo. A segunda, analisa a situação

onde existem mais de um sindicato no setor oiigopi1izado represen

tando as diversas classes de trabalhadores neste setor. A terceira,

faz uma análise detalhada das soluções encontradas nas seções ante

riores e sugere várias maneiras alternativas que visam eliminar as

distorções e desequilíbrios encontrados na resolução do modelo.

1.2-0 MODELO COM UM ÚNICO SINDICATO NO SETOR OLIGOPOLIZADO

Inicialmente, o modelo leva em consideração uma economia

com dois produtos dividida em dois setores: o setor competitivo e o

setor oiigopolizado onde , em cada um deles, várias empresas produ

(22)

8.

Os trabalhadores são representados por um único sindica

to em cada setor. Além do mais, pelo -fato dos integrantes daquele

último pertencerem a classe de empregados mais bem organizados

da economia, admite-se que seu sindicato apresente um poder de

barganha maior que o do setor competitivo e, assim, obtendo au

mentos de salários nominais sempre superiores aos dos demais.

Em vista disso, o governo com objetivo de minimizar estas

distorções estabelece regras de reajustes salariais que visem à pro

teção dos salários reais daqueles trabalhadores. Desse modo,

supõe--r>e a existência de uma política salarial que, a cada per iodo, rea

justa os salários nominais de todos os indivíduos de acordo com a

in-Plação ao período passado.

No que se refere as empresas, aquelas pertencentes ao se

tor oi*gopolizado não aesejando diminuições de suas margens de lu

cro, repassam através de uma regra de mark-up, todos os aumentos de

salários aos preços de seus produtos. Já as empresas do outro setor,

impossibilitadas de fazerem o mesmo pela própria característica des

te mercado, pagam aos seus empregados o valor da produtividade

mar-g t nal deste setor.

A economia por hipótese, pelo menos no setor competitivo,

(23)

pos-sibil idade de que haja per-feita mobilidade de mão de obra entre os

dois setores. Assim, no longo prazo poder ia-se ter uma total trans

ferencia de mão de obra de um setor para um outro que pagasse maior

salário. No entanto, a possibilidade prática de um evento dessa na

tureza, pelo menos no curto prazo, parece difícil na medida em que

os sindicatos, de um modo geral, não permitem que trabalhadores de

de outras categorias se empreguem em seu setor. Além disso, o

"ato dos trabalhadores dos setores oiigopolizados serem em geral

muito mais especializados do que os do setor competitivo, é um empe

cilho a mais para que haja uma total mobilidade entre estes setores.

A função utilidade dos trabalhadores do setor oiigopoli

za-do tem como argumentos o nível de salário real e a taxa de inflação.

Assim, quanto mais alto o primeiro maior o nível de utilidade. Por

outro lado, como inflação ocasiona pesados custos para a sociedade

ela se torna bastante indesejável para eles e, como tal, uma

desuti-1 idade. Dessa forma, o sindicato ao barganhar aumentos de salários

nominais junto as empresas aumenta o nível de utilidade de seus mem

bros. No entanto, o repasse destes aumentos aos preços dos produtos,

causando inflação , pode mais que compensar o aumento daquela utili

dade. Nestes termos, a função utilidade dos empregados neste setor,

(24)

10.

U ' " F ( W j /Q , n )

onde i U7i( U,/Q ) ) « e è U' /ò ( n ) < 0 .

0 índice geral de preços nesta economia será, por

de-fini-ção, a média geométrica ponderada dos preços dos dois produtos.Em

a-eução, supôe-se ainda que estes preços sejam -função de um componente

G(t) o qual será explicado logo a seguir.Daí,

Qt - i:Fat (G(t ) D«.i:PítG(t ) DV com a, f > « e a + f == í

onde, Pa{. e P y^ são, respectivamente, os preços dos produtos produ

zidos nos dois setores e os parâmetros a,V as participações dos sa

lários dos trabalhadores na compra específica destes produtos. Por

tanto, estes dois parâmetros dão uma medida exata do tamanho daque

les setores na economia. 0 componente G(t), cuja -forma -funcional se

rá de-Tinida ao longo do capítulo, repassa ao índice de preços todas

as distorções que têm como origem as inconsistentes políticas econô

micas adotadas pelo governo. A criação e o sistemático aumento de

impostos indiretos com conseqüentes repasse ao preços é um exemplo

oe como G(t) pode pressionar os preços.As expectativas dos agentes

econômicos quanto a imposição pelo governo de planos de congelamento

(25)

Aliás, características bem comuns da economia brasileira. Neste sen

tido, aquele componente no índice geral de preços capta os efeitos

üog atos governamentais e todos os outros -Fatores i n -F lac i onár i os que

têm como origem os erros de condução das políticas econômicas do go

verno. Em resumo, os e-feitos das i nconv i n i entes intervenções do go

verno na economia transmitem-se ao índice geral de preços através de

G(t). Neste caso, específico, considera-se G(t) uma -Função crescente

no tempo. Por outro lado, ela passa a ser uma -função decrescente

quando o governo resolve adotar medidas econômicas que combatam o

processo i n-Flac i onár i o.

Os preços dos produtos nos setores competitivo e

oligopo-lizado como -Função de G(t) são de-Finidos, respectivamente, por :

PYt(G(t>> = Pvt.G(t) e Pat(G(t)) = Pat.G(t). Além disso, pelo -Fato

das empresas do setor oiigopolizado utilizarem regra de mark-up so

ares os salários, ou seja, Poç M;-Wat, o índice geral de preços

poce ainaa ser escrito como :

Qt = (Ma.Wat)«.(Pít)V.G(t> , a + 1 = i (l.i)

once, fio - 1 + ka , ica o mark-up prat içado pelas empresas e Ua o

(26)

12.

Aplicando-se logaritmo na expressão (í.l) com mais alguns

algebrisraos de praxe, verifica-se que a taxa de inflação é igual a:

~ r (a/ í) II (w - ei ) - (w - ei ) H + TT + h < t ) / * i < o \

onde ,

w . d, = ln(W ./Q.

ot t at t

h(t) = lnG(t) - inG(t-l)

Assim, a expressão (1.2), define a taxa de inflação do pe

ríodo como sendo igual a taxa de crescimento dos salários reais do

setor oiígopoiizaoo , mais a inflação do período passado , mais um

componente h(t) que representa a "velocidade" com que o governo

in-"lac lona a economia.

Nestas condições, como os trabalhadores tomam suas deci

sões racionalmente, aqueles do setor oiigopolizado procuram maximi

zar suas utilidades respeitando a restrição (Í.2). Por simplicida

(27)

Franco(1986), definida na forma:

U1

~

(wat

~ cit)a-"V~b

a,b

> 0

e

b

> a

(Í.3)

onríe wat - q^ == ln(Wat/Qt:> e ° parâmetro qt o logaritimo do índice

geral de preços. A condição b > a é nescessária para tornar a função

(1.3) côncava. Logo, o problema se resume em :

M A X CU'<wat - qt,\t)3 = M A X II (wat - qt)a.nt~D:

sujeito à restrição (1.2).

Portanto, a solução desse problema de maximização

fornece a seguinte solução

w - qA. == (a/y(b-a) >C Y.n + h(t) - D II

onoe Df-_1 ~ (wfl'-._i - q*-_i). Conseqüentemente,

Dt

"

Substituinao-se a expressão (1.4) nas expressões (1.2) e

(28)

fini-14.

TT.= (b/(b-a)).rr + (b/f(b-a>).h(t) - (b/f (b-a ) > .D. (1.6)

t t - i t - i

D.= (ía/<b-*>).nt__ + (a/(b~a)>.h(t> ~ (a/ (b-a) )Dt _a (1.7)

Analizando-se este sistema de equações observa-se então

que Dt pode ser escrito como combinação linear de H^ com :

(1.8)

Logo, esta última expressão na equação (i.ó), -Fornece

a seguinte trajetória da taxa de inflação :

:. = r. . + (b/( v. (b-a) ) ) .h(t ) (1.9)

t t ~ 1

onde,a primeira parcela do lado esquerdo da igualdade acima é a nos

sa conhecida inflação mercial e a,segunda, a inflação gerada pelo

governo. Isto posto, quando se toma o caso particular em que

h(t) n-t com n > © . tem-se que a equação (1.9) apresenta como

solução"

T». "-. TI + (b/( *. (b-a) ) ) -nt

t o

Observe, então, que o parâmetro n na equação acima, serve

(29)

infla-(1.10) ) aquela apresenta, apenas, o caso de inflação inercial como

uma conseqüência do conflito distributivo de preços e salários. Em

caso contrário, no longo prazo, a economia poderá caminhar para uma

h i per i n-Fiação .

A trajetória do salário real no setor oiigopolizado é ob

tida quando se combina as equações (1.5) e (1.8). Assim,

w - qt = <aí/(ba).Ht (i.il)

Note, de acordo com as analises das equações (1.10) e

(l.ll), que quanto maior a participação dos gastos dos trabalhadores

na compra do produto do setor oiigopolizado, menor o salário real

deste setor e maior a ta;;a de inflação. No caso extremo em que o=i ,

quando a economia seria, então, totalmente oiigopolizada, a taxa de

inflação mesmo no curto prazo, poderia alcançar níveis

insurportá-áveis. Em fim, toda esta estática comparativa pode ser mais fa

cilmente entendida quando no gráfico 1 a seguir desenham-se as cur

(30)

16,

-.

Crítico 1

Em relação ao setor competitivo, como o salário real medi

do a preço desse setor é igual a produtividade marginal da mão de

obra , tem-se

<í.Í2>

onde K(Nyt) - Inll-f ' (N rt > 3 com -F(Nrt> sendo a -Função de produção do

(31)

doa trabalhadores deste setor no período t.

Como os salários nominais, de acordo com a política sala

rial do governo, são reajustados a cada período com base na in-fia

ção do período passado :

yt yt-i t-i

Sendo assim, o preço do produto neste setor e determinado

corabinanoo-se as equações (1.12) e (1.13). Daí, ter-se :

prt

= wrt-i

+ nt-i

- K(Nit)

(í-í4)

Lm seguida, substituindo esta última expressão em (1.1)

com ma i s alguns algebrismos de praxe, verifica-se -finalmente que

o índice geral de preços pode ser ainda escrito na forma:

+ w , + ~. +(an/1 (b~a)).t -K(N) (1.15)

o yt i t í

onae ma » 1 n í Í1a) .

Desse modo, quanto maiores forem o mark-up, o salário no

minal do período passado no setor competitivo, a inflação inercial,

a participação dos gastos do trabalhadores na compra do produto des

(32)

Í8.

maior a produtividade marginal no setor competitivo menor será seu

valor .

Por último, o salário real desse setor é calculado sub

traindo de ambos os lados da igualdade (Í.13) a expressão (Í.15).

Nestes termos,

i - c,^ - CKÍN) ~ (a/r)m - ((b-a)/b)H ]- nfc (í.íó)

o que mostra, ao contrário do que o governo e muitos economistas

pensam, que os salários reais daqueles trabalhadores se encontram

totalmente desprotegidos da inflação. Observe, que mesmo consideran

do que os salários nominais sejam reajustados a cada período de

a-cordo cora a in-Flação do período passado, ainda assim eles sofrem

contínuas perdas no seu poder de compra. Note, também, que quanto

maiores o marl<~up das empresas e a participação dos gastos dos tra

balhadores na compra do produto do setor oiigopolisado menor ainda

será este salário real. Adicionalmente, uma outra política de rea

justes de salários semelhante ao sistema URP -Foi considerada e as

as conclusões obtidas permaneceram inalteradas.

Assim sendo, mecanismos de reajuste de salários ou políti

(33)

sala-r i os reais destes trabalhadores terão que ser adotadas pois, embora

este setor, não contribua de maneira significativa para tal, é sobre

ele tiue recai toa a a carga do processo i nFlacionário.

Nestas condições, nas seções í.3 e i.4 quando se considera

a existência de dois ou mais sindicatos no setor oiigopolizado, es

tas soluções são apresentadas e discutidas mais detalhadamente.

1.3- 0 MODELO COM MAIS DE UM SINDICATO NO SETOR OLIGOPOLIZADO

Este modelo ,em princípio, considera agora a existência de

üuas classes de trabalhadores no setor oiigopolizado onde em cada

u-ma delas admite-se que exista um único sindicato.A menos, desta di

ferença, supõe-se ainda que as hipóteses levantadas na seção ante

rior continuam válidas também nesta seção. Em seguida, apresenta-se

o caso geral em que no setor oiigopolizado existem n classes de

tra-balhaaores com seus respectivos sindicatos.

No que se segue, supondo-se inicialmente que existam so

mente aois sindicatos naquele setor, o índice geral de preços ,neste

moceío, será definido como:

(34)

2<ò.

onde, Ma, - 1 + ka( , é o mark-up das empresas que empregam os tra

balhadores -Filiados ao i-ésimo sindicato e Wa, <- os seus respectivos

salários nominais. As demais variáveis são definidas como na seção

1 * ç- »

Aplicando-se o logaritmo na expressão acima com mais al

gumas manipulações algébricas, tem-se que ela ainda pode ser escri

ta na -Forma :

(1.17)

Manipulando algebricamente a equação (1.17) , encontra-se

Que

a

taxa

de

m-Flação

de

um

determinado

período

t

é

igual

a

:

t 1

o que mostra que ela é igual a in-Flação do período passado, mais a

média ponderada das taxas de crescimento dos saláris reais dos dois

setores mais h(t).

(35)

que cada sindicato de trabalhadores do setor oi i gopol i zado maximiza

sua Função de utilidade tomamdo como dado a estratégia do outro.

Sendo assim, cada sindicato ao maximizar a função de utilidade

(1.3) sujeito à restrição (1.17), reproduz as seguintes -funções de

reações Rai e Ra2 :

a. <b~a>(w . - q,)-aa (w . - q ) ~ ai: Yü. + h(t>- D. 1 (1.19)

A CXlt t 2 CX2t t t ~ i X. 1

-aa.tw - q. > + a (b-a>(w ,- q. )=aCyü. + h (t ) - D. .: (1.20)

1 a11 t 2 az tt t-2 t-i

onde ,

Dt-»

^ ai(Wait~i

" «It-i*

+ a=(wo2t-»

" qt~i)

(i-2i>

Fortanto, a solução do sistema de equações lineares (1.19)

e (i.20) nos -Fornece o seguinte equilíbrio de Nash :

w ait , - q, t = af. V~. t -1 + h(t) - D, t-i 3/(a1(b-2a>) *

t._ + h(t) ~ Dt _ 3/(a2(b-2a)

onde, ü -2zk > <ò , para que se possa garant ir a existência desse

e-qu'li'brio no primeiro quadrante do plano (wai f"cit ^K ^ wazt ~^t ^

-A dinâmica da taxa de inflação, neste caso, é obtida

(36)

22.

- (b/(b-2a) >*T, + <b/< f<b-2a))).h<t >-(b/(y<b-2a> ) ).D. ) (1.24)

t t -1 t ~ i

Novamente, substituindo-se aquelas mesmas expressões porem

defasadas de um período em (1.21), obtém-se :

D =-- (2av/(b-2a)7T, + (2a/(b-2a).h(t> -(2a/(b-2a)D (1.25)

t í t i ti

Do conjunto de equações (1.24) e (1.25), observa-se que a

variável D^ pode ser escrita como combinação linear de n^- , com

Dí-

--

(2ar/t>>~i-.

Substituindo

esta

última

expressão

em

(1.24)

obtém-se que

_ + <b/<f(b-2a>.h(t) (1.26)

Resolvendo esta equação de diferença finita supondo-se,

novamente, G (t )--exp (r;t ) , encontra-se que a dinâmica da taxa de

in-H ação é i guai a

nt = 77 + Cbn/tf<b-2a>:.t (l. 27)

t o

onoe a primeira parcela do lado direito da igualdade é a inflação

inercial e a segunda, a inflação provocada pelo governo. No longo

prazo, ae acordo com a equação (1.27), a taxa de inflação tende a

explodir nesta economia.

(37)

oli-gopolizados sâo determinados quando se substitui, respectivamente, a

expressão D^ ~ (2af/b):"t COIV| mais alguns algebrismos em (Í.22) e

( i .23). Logo,

w . - c, = (ar/ba<)n. (Í.28)

cx. t t l t

W -t

~ qt "

<a*/ba2)nt

(1.29)

Nestas condições, os salários reais nestes setores se en

contram inteiramente protegidos da inflação pois, qualquer que seja

o nível desta última, aqueles crescem continuamente com o tempo, de

acordo cora as equações (í.28) e (i.29). Deste modo, com relação ao

pooer de compra dos salários, são os trabalhadores dos setores

oli-gopolizados aqueles os que mais se bene-Ficiam do processo

in-Flacio-nárí o .

A seguir, apresenta-se a estática comparativa desses salá

rios quando se considera o crescimento dos tamanhos das classes nes

te setor. No que se segue, dois casos sâo apresentados : no primei

ro, supõe-se que um aos dois setores oi i gopolizados cresça de tama

nho às custas do outro quando, o tamanho do setor competitivo perma

nece inalterado. Assim, quando se tem, como exemplo, a situação em

que o setor a~ cresce às custas do setor cx1 , o salário real do pri

(38)

se-24.

guir explica como isto ocorre. 0 aumento de a2, na mesma proporção

cm íiuc cai aí , torna os coeficientes lineares e angulares das -Fun

ções de reações Rai e Ra2 maiores ainda do que no equilíbrio de Nash

inicial, oado pelo ponto Eo. Como conseqüência, há um deslocamento

cie Ra, para para cima e de Ra2 para à esquerda onde, no novo equilí

brio, ponto Ei no gráfico 2, o salário real agora é maior no setor

cij e menor no setor cx£ do que em relação ao equilíbrio inicial.

Crdfico 2

Neste último , considera-se o caso em que os dois setores

crescei» de tamanho às custas do setor competitivo. 0 resultado final

(39)

-.iertcio maior no setor que apresenta maior crescimento. Veja, como

e-xemplo, a -Figura do gráfico 3 onde se supõe que a2 cresce mais do

nue ai. Naquele, o coeficiente linear de Rai cai na mesma proporção

em que aumenta o de Ra2. Além do mais, como os seus coeficientes an

gulares aumentam na mesma intensidade, as retas Rai e Ra2 se deslo

cam de tal maneira que no novo equilíbrio (ponto Eí) , ambos salá

rios reais são menores do que no equilíbrio inicial, dado pelo ponto

Eo-

Porém,

como

o coeficiente

angular

da

reta

Ral

é menor

do

que

o

da reta Ras, o salário real do setor at cai menos do que o do setor

-«,

t" «t

(40)

26.

No caso contrário, em que o setor que mais cresce de tama

nho e o setor a1 as conclusões são, evidentemente, simétricas à

a-quelas obtidas no caso anterior. A figura do gráfico 4 a seguir

ilustra melhor este caso.

Gráfico 4

Quanto aos salários reais dos trabalhadores do setor com

petitivo, ffiostrar~se-á , apesar da existência de uma política sala

rial que reajusta os salários nominais de acordo com a inflação do

períooo passaao, que aqueles sofrem constantes quedas em seu poder

(41)

e (1 .29 ) em (1.17), obtém-se :

+(2a/b)~ + w ,, + ~, - K(N)

o yt~i t-i

:i(t) + (2a/( r<l:»~2a) ) ) .t (1.30)

por último, subtraindo-se de ambos os lados da expressão (1.13) a

a expressão (1.30), encontra-se que o salário real de equilíbrio

oeste setor é dado por :

wv< " °*- :"- l-KÍNJ-ía,/*)"! .- (a-/r>m ~ ((b-2a)/b)Ti D- 17. d 31)

o que mostra, de fato, de acordo com a análise da equação acima, que

aquele não se encontra de -forma alguma protegido da in-Flação. Por

tanto, em uma economia com as características desse modelo, são os

trabalhadores do setor competitivo, os que mais perdem com o proces

so inflaclonário e o que é pior; sem contribuir para tal.

Generalizando-se para o caso , em que a economia apresenta

um numero n cie setores o'l igopol izados e mais um setor competitivo,

prova-se por indução que a trajetória da inflação e os salários

reais daqueles setores são, respectivamente, dados pelas expressões:

(42)

28.

w . q. (ay/b a

w -c, :- ilK(N)

yt t (a i / y ) m a i - ( (b-na )/b)~ o II - TT. t ' :^ 1

A -Figura no grá-fico 5 apresenta, para alguns valores de n,

oss desenhos da curva < 1.32 > .Observe, que quando n = l, aquela equação

reproauz a Figura ao grá-Fico 1.

Crtffico 6

A análise a as curvas na -Figura, acima, nos mostra que

(43)

oligo-polizado, atuando independentemente para um dado tamanho do setor

competitivo, maiores serão os níveis de in-Flação em cada período de

tempo. Era outras palavras, quanto mais descentralizada ou menos

coorporat i v i st a -For a economia mais propensa a processos i n-f lac i

oná-r i os esta -fica. Ueja os deslocamentos do ponto T4 em direção ao pon

to Tn. Deslocamentos na direção contrária , no sentido de que a eco

nomia se torne mais centralizada ou mais coorporat ivist a faz, ev i

-cientemente, com que menores sejam os níveis de inflação.

Este mesmo resultado, em outros dois artigos, já fora

ob-tiao por Franco (198o) e em um contexto semelhante, por Fraga e

Wer-lang (1983) .

Movimentos da esquerda para à direita, ao longo de qual

quer curva ao gráfico 5, mostram que quanto mais crescem de tamanho

aü classes oe trabalhadores no setor oiigopolizado às custas do se

tor competitivo, maiores as taxas de inflação. No caso extremo,

quanoo a economia é toda ela oi i gopol i zada, isto é, y=<ô, a inflação

tende para o infinito.

Por último, observe que os pontos de equilíbrios T2 , T3 , e

Tn são Par et os-inferiores com relação ao equilíbrio cooperativo Ti,

pois nele, s taxa de inflação é menor do que em todos os outros

(44)

30.

todos os sindicatos no setor oi i gopol i zado se -fundissem em um único

sinoícato pois ,assim, alcançariam o equilíbrio cooperativo onde

tocios estariam melhor.

Em relação aos trabalhadores do setor competitivo, visto

aue eles são os mais prejudicados em todo este processo,só lhes res

tariam a alternativa de tentarem se organizar em um sindicato for

te e representativo para que podessem, através dele, pressionar o

governo à adotar políticas econômicas que não i n-f lac i onassem a eco

nomia. Ademais, teriam também , que -forçar o governo a manter uma

sistemática vigilância sobre o setor oiigopolizado para evitar que

a:: empresas repassem aos preços dos produtos os aumentos salariais

concedidos por elas. Por sua vez, os sindicatos de trabalhadores no

no setor o "i i gopol i zado teriam que se conscientizar de que a disputa

entre eles por mais salários,só resulta em prejuízos para si e, mais

ainda, para os trabalhadores do setor competitivo.

Na seção, a seguir, faz-se alguns comentários adicionais

soore as conclusões das emas seções anteriores e apresenta-se várias

(45)

1.4 - CONCLUSÕES

A resolução do modelo nas seções 1.2 e 1.3, mostra que o

argumento usaoo pelo governo e alguns economistas, sobre a

nesces-siaadc de se ter políticas salariais que protejam integralmente os

salários

reais

dos

trabalhadores

do

setor

menos

-formal

é,totalmente,

desprovido oe sentido teórico. Como se viu, quanto maior a inflação

menor o salário real oestes últimos. Ja no setor oiigopolizado,

ocorre justamente o contrário. Em vista disso poder ia-se perguntar:

como isto se aa se os trabalhadores daquele setor se encontram

amparados em lei c.ue reajusta periodicamente seus salários de acordo

com a in -fiação ao período passado? A resposta parece simples. Como os

sindicatos do setor oiigopolizados possuem maior poder de barganha

üo oue os ao setor competitivo, eles conseguem aumentos de salários

nominais sempre superiores aos demais. Além do mais, a passividade

o o governo em permitir que as empresas repassem esses aumentos aos

preços aos produtos causando mais in-fiação, contribui, mais ainda,

para tai.

Senão assim, não são políticas ae reajustes salariais que

irão proteger estes trabalhadores pois, a continuar essa situação,

sempre haverá uma nefasta transferência de renda do setor competiti

(46)

32.

entanto, aevc-se salientar que na ausência Oe políticas salariais a

-, ituaçâo daqueles primeiros poderia ser ainda pior.

Para eliminar estas distorções, o governo deveria adotar

e conduzir suas políticas econômicas de maneira a não in-Flacionar a

economia. Em o fazenao.assim, a in-Flação resultante seria conseqüên

cia somente do conflito distributivo mas com o poder de compra dos

salários se mantendo constante. No entanto, como quanto mais inten

so este conflito maior a in-Fiação, os sindicatos do setor

oligopoli-zaoos teriam que se conscientizar de que a disputa entre eles por

mais salários só traz prejuízos para aqueles do setor competitivo.

Em resumo, quando a parcela da in-fiação gerada pelo go

verno oeixa oe existir a economia apresenta, apenas, o equilíbrio

! n 4% 1 ac i onár io i ner c i a 1 que t em c orno c ausa o c on -F1 i t o d i st r i but i vo .

Neste caso, os salários reais em todos os setores da economia seriam

constantes. A existência desse equilíbrio mostra também que um pro

cesso cie con-flito distributivo não e incompatível com a presença de

n-Fiação inercial , ou seja, com taxa de in-Flação constante. Este

mesmo resultado, em um contexto bem di-Ferente, já tinha sido obtido

por Amaoeo e Camargo (1989).

No caso em que o governo resolva não contribuir para o

(47)

próprio

governo,

na

medida

do

possível,

proibir

o repasse

dos

cons

tantes aumentos oe salários aos preços dos produtos no setor

oligo-poíizaoo. Aliás, prática esta que tem siao constantemente utilizada

pelo governo brasileiro através do C.I.P ( Conselho Interministeriai

oe Preços). Em vista desta alternativa, restariam aos empresários

somente duas opções: ou conceaer aumentos de salários diminuindo,

assim, suas margens ae lucros ou não permiti-los. Com relação à pri

meira, -Pica evidente que ela não seria um equilíbrio de longo prazo,

pois alcançarse-ia um momento em que as empresas a partir dai só

teriam prejuízos. Quanto à segunaa, os sindicatos poderiam decretar

greves gerais que além ae possíveis mstab i1 idades sociais e políti

cas causariam sérios aanos para a economia do país. Naturalmente,

Que as conaições no mercado de trabalho serveriam de freio para es

tas reivindicações salariais pois, quanto maior o desemprego menor

o pooer ae barganha deles.

Em vista ao exposto acima, parece evidente que a solução

seria o governo aaotar políticas ótimas de demanda agregaoa que eli

minassem a infiação.Quaís ? Isto será assunto do capítulo 4.

No entanto, em aaição as medidas de demanda agregada, o

comaate a formação dos oligopólios seria sem duvidas uma outra medi

ca oue auxiliaria o governo no combate a infiação.Mas,par a isso, te

(48)

34.

economia oe mercado.Logo,em uma economia -fechada como a nossa, uma

primeira providência para o sucesso deste objetivo seria a decreta

ção da aoertura ao comércio exterior. Uma segunda, seria o governo

manter um rígiao controle sobre os preços no setor oi igopolizado na

tentativa oe se evitar que as empresas repassem à estes os aumentos

abusivos oe salários. Com isso, o poder dos oligopólios ficariam

re-üuziaos e as empresas brasileiras para sobreviverem a concorrência

externa teriam, nescessariamnete, que aumentar suas proautivtdades.

Porém, medidas como estas não alcançam os objetivos

;mais sem demandar um longo intervalo de tempo. Al iado a isso, é

ce conhecimento de toaos c,ue toao progama de combate a inflação nes

cessar iamente provoca uma recessão temporária.Assim sendo, simulta

neamente ao emprego aestas meaiaas, políticas de pacto social deve

riam ser tentadas para minimizar os custos para a sociedaoes. Nestas

condições, trabalhadores, empresários e governo teriam que se sen

tar à mesa para negociar os seguintes pontos:

i) a formulação e condução de políticas econômicas pelo governo que

cue nâo m-Flacione a economia.

m) a compreensão dos sindicatos nos setores oiigopolizados no sen

ti ao ae cue façam menores pressões em suas reivindicações sala

(49)

ii> a aceitação por parte dos empresários ao setor oiigopolisado

oa diminuição de suas margens de lucros ou,no mínimo, em

mante-1 as c onst an t es.

iv) a participação de toaos trabalhadores no lucros das empresas

No entanto, algumas pré-cond i ções se -fazem necessárias pa

ra o seu sucesso. Primeiramente, seria ideal que na negociação os

trabalhadores -fossem representados por um único sindicato que cen

tralizasse as reivindicações de todos os trabalhadores com o, mesmo,

aevenoo tamoém ocorrer com a classe empresar i ai .A-f i na 1 , mostrou-se

neste capítulo que quanto mais centralizados os sindicatos menores

os n'veis de inf1ação.

Por ultimo, estabelecido a política econômica para o

com-üate oa m-laçào, o governo não poaeria se desviar das metas acorda

-oa::. no progama pois, ao contrário, ter-se-ia novamente inflação e

conseqüentemente o fracasso ao pacto social.

0 sucesso ao conjunto de medidas expostas acima eliminaria

ee vez com o proolema da transferência de renda dos trabalhadores do

setor competitivo para aqueles ao setor oiigopolizaao na economia

Drasileira.Finaimente,as medidas apresentadas parecem ser um solução

(50)

36,

CAPITULO II

(51)

2.1 - INTRÜDUÇAÜ

Apre-sentaiias as conclusões ao modelo teórico no capí

tulo I, ver i-Fica-se agora se a evidência empírica corrobora a prin

cipal conclusão ao modelo : a transferência de renda dos

trabalha-aoreL ao setor competitivo para os do setor oiigopolisado.

Com este intuito, levou-se em conta quatro grandes

setores ca economia orasileira considerados fortemente

oiigopoliza-üo-, oncie, a organização e o poaer de barganha de seus respectivos

sinoicatos de traoalhaaores são hoje, reconhecidamente, bem maiores

go tije em relação ao restante da economia. Este setores são: o side

rúrgico ac;ui mcluíao os met ar lúrg i cos, o aeronáutico, o petroquí

mico e ,por último, o setor de fertilizantes.

üs daaos amostrais compõem-se de séries de índices de

salários nominais aos setores acima calculaaos pela FIESP,

conside-ranoo o período ae 04/04/86 a 01/01/89 com base em riAR/8ó=10@. Es

tes inoices, são aefinidos pela razão entre os totais aa folha de

..aiarios nominais e o ae pessoal ocupaao.

0 intervalo amostrai considerado para estas séries

just i-fica-se pelo fato ae c,ue no moaelo, os salários reais no setor

oligoiíoi izaoo cresce com a taxa ae inflação, rias como os salários

(52)

38.

i~>or levar em consideração um intervalo de tempo em que os períodos

üc in Fiação crescente -fosse o maior possível. Dado, assim mesmo, a

existência cie alguns períodos com a inflação decrescente, criou-se

uma variável " Dummy " que assume valor 1 (um) em períodos de in

alação crescente e <ò (zero) em caso contrário.

Quanto ao o índice de preço utilizado para cálculo da

taxa oe in-Fiação, escolheu-se o IGP - Dl editado e publicado pela

.'-"unoação Getúíio Vargas d o Rio de Janeiro.

Ü MODELO ECONOMETRICO

Na seção 1.3 do capítulo I encontrou-se que os

salá-r * cm: reais de equilíbrio dos trabalhadores de uma determinada clas

se uo setor oiigopolizaao e ao setor competitivo eram dados, res

pectivamente, de açoroo com a expressão (1.32), por :

wíx t " c t ~ ( a if/t i " 1 , 2 , 3

Wyt - c,t - const

(53)

o i-esnno setor oiigopolizado da economia. Subtraindo da primeira

expressão acima a segunda , encontra-se :

w . _ w . :-: (1 + ay/ba )7T - const

a 11 vt i t

Oefasanao-se esta última equação ae um período e

sub-trainao o resultado dela mesma para o período t, obtém-se :

(wait - wait_1) - (w^t - ^íf-l) ~ (1 + ar/ba()(Ft - nt.-i>

Oesae que, a política ao governo é reajustar os salá

rios nominais aos trabalhaaores do setor competitivo com base na

iivFlação ao período passaao, isto é :

te-m-se, suo st i t u i na o esta lei salarial na equação logo acima que

onde ?i - (l + ay/ba, ) e &7 ~ -<aif/ba, ) com 6j > Q , 82 < ©

C" = 1 H -2 - i .

(54)

40.

equação na -forma

wout - wait-i == eo + ert + e2nt_1 + ut <2.i>

onac ut NAQíct^), e as hipóteses estatísticas abaixo se confirmarem

8o ~ <ò

61 > 1

62 < <è

poaer-se-á concluir, Daseaao nos dados amostrais, que a evidência

empírica confirma a principal conclusão do modelo: os salários re~

aic ao setor oiigopolizado crescem com a inflação enquanto que os

oo setor competitivo caem havenao, assim, transferência ae renda

aos traoalhaaores ao setor competitivo para aqueles ao setor

oli-l a a economia.

2.3 - EVIDENCIA EMPÍRICA

Para os setores Sioerúrgico, Aeroviário, Petroquímico

e ae Fertilizante consíoeraaos oiigopolizaaos, estimou-se com

(55)

ordinários. A variável dependente em cada setor, nestas equações, é

a diferença em logaritmo entre o salário nominal do período t e

t-i. As variáveis explicativas ~^ e Ht._1 são substituídas respecti

vamente Por Tt + 3. G t"^sto se explica pela metodologia do cálculo

ao lül- - Dl pois a m Fiação, no período t, é calculada tomando-se a

variação média aos índices entre o período t e t-l refletindo assim

,na realiaaae, a in-flaçào ao período t-l e não a do período t.

Introauziu-se, também, por razões já apresentadas na

introdução oeste capítulo uma variável explicativa " Dumma ",

deno-mtnaaa ae 02, Que assume valor 1 (um) nos períodos em que a infla

ção cresce e <2> (zero) em caso contrário.

Assim senão, a Forma -Funcional da equação (2.Í) a ser

estimada passa a ser:

w a 11 ~ w ait-1 - 8 o + 6,7!... * t +1 + 6 z"t r:. + G 3 D2 + u,. t (^\c.c/ ->)

onde, a, ~- s, a, p, t representa respectivamente os setores side

rúrgico, aerov i ár i o , petroquímico e de -Fertilizante.

A estatística utilizada para testar as hipóteses dos

sinais cios parâmetros õo, b1 e 62 é a usual estatística T de Stu~

(56)

42.

maneira imponao-se a restrição t2 - 1 - c-1 na equação (2.2),

tem-se «ue ela poae ser ecr ita como :

(Vt

- "a.t-l*

"t

= eo

+ e»(rt

+ i ~ V

+ 63D2

ut

<2.3)

Estimase, então , a equação (2.3) e calcula-se a soma de

cuaoraaos oe resíauos deste modelo denominanao este resultado de

SQRR (som? de cjuaaraaos aos resíauos quanao se impõe a restrição

92 - 1 - 9j !. A estatística ao teste será. aefinida por :

(SQRR - SQR)/r

(2.4)

SQR/(n - k - i)

onoe n, k ., SQR e r são, respectivamente, o número de observações, o

número oe regressores, a soma ae quadraaos de resíduos e o número ae

restrições soore os parâmetros ao moaelo (2.2). Esta estatística tem

<j í str i du i ção F ae Gneaocor com r graus de liberdade do numeraaor e

(n - k - l " no aenom i naaor .

As variáveis na equação (2.2) são definidas por :

Wa>t

- Wai--1

"

ln(Wait>

"

^^ait-l*

«,

= s, a,

P,

f onde

Wa,

t

representa o inüice ae salário nominal ae cada setor a, no

(57)

In(IG^t )

Tt+i v ln(IGPt+1> - ln(IGPt)

1, nos períodos de inflação crescente

<ò, " ' ' decrescente

Nos quatros setores analisados, primeiramente estimou-se o

mooeio na forma da equação (2.2) pelo método de mínimos quadrados

ordinários. Deste modo, poae-se concluir dos quadros de números 1 a

ió, através aas estatísticas T, que as hipóteses soore os parâmetros

"o, ?j e 92 se conFirmam.Ou seja, a constante 6O, de fato, deveria

ser estatisticamente não signifícante pois na ausência de inflação,

a menos aos aumentos por produtividade, a taxa de crescimento dos

salários nominais aever iam ser igual a zero.

A confirmação estatística das hipóteses 6i >í e 62 >0 re

forçara eivip 1 r 1 cament e, a principal conclusão do modelo : a ae que os

salários reais nos setores oi 1gopolizaaos estudados crescem com a

taxa oc inflação ocorrendo exatamente o contrário no setor compe

titivo. Aliás , anal 1sando-se os sinais e valores oos parâmetros 6j

e '-7 na ecuaçâo (2.1) chega-se a seguinte interpretação : os

(58)

44.

reais oevioo a inflação, conseguem recuperar esta perda no período

s(?(.!u intc ac ic tonando aos salários ao per íoao anterior a inflação

oeste períoao mais o diferencial de inflação entre os períodos cor

rente e passaao. Note que 6.. ~ (1 + bf/aa,) enquanto 62 - -(btf/ac*t).

A significânc i a oa variável Dummy 152 nestas regressões,

inoica que a definição ao intervalo amostrai apresentando o maior

número ae períodos com inflação crescente , é relevante para expli

car o crescimento aos salários reais aos trabalhadores do setor

oli-gopolizaeo em épocas ae inflação ascendente.

A não significância oa constante fc0, como era ae se espe

rar, Fez com c,ij.e se estimasse as regressões sem este parâmetro. As

conclusões e os testes ae hipóteses feitos anteriormente ainda per

manecem vali aos a menos, agora, aa não significância da variável

Ou mm;* £2. veja os t.uaaros a a seção (2.4).

As estatísticas ae Duram - toatson em todas as regressões

parecem incicar a existência ae autocorrei ações de primeira ordem.

:Livi vista c sso, tentou-se contornar o problema estimando aquelas

reyre-iSüLL através o o mètoao exato de má;< i ma-veross i mel hança com

a n > pót e.t °e í:i1'- os resíduos apresentassem correlações de ordem um.

£stes re-su 11 ac:>os se- encontram dispostos nos ciuaaros da seção (2.4).

Üuserve, nestas regressões, que as estimativas aos parâme

(59)

var iaoi1 ia aoes com relação as estimativas anteriores. Conseqüente

mente, o mesmo acontecenao com as estatístícas T. Além ao mais,

ve-ri-fica-se em toaas elas, que os valores aas estatísticas ae Durbin

-ulatson apresentam valores maiores ao que em relação as primeiras

in-üicanao, assim, uma melhora no problema ae autocorrelação de ordem

um. Nestes termos, a análise e as conclusões obtidas das estimativas

ca equação (2.2), pelo métoao ae mínimos quaarados, não ficam

inva-iloaoao em vista oa possível presença ae autocorrelação ae primeira

or o.em nos r es 'auos .

üs quaaros ae números 17 a 24 apresentam para toaos os se

tores , as estimativas aas equações ao modelo (2.3) pelo metoao de

m'rumos quaaraaos orainários. Estes modelos servem de base para tes

tar a hipótese ae que t ± + i2 :~ i .Calculando-se, então, a estatística

i: pela e;<::-*"essâo (2.4) aec lae-se pela aceitação desta hipótese em

toaos os casos.

Assim senão, toaas as eviaências acima parecem comprovar a

tese ae oue- existe, na real laaoe, uma peversa transferência de renas

üos t r aoa i-laaor es ao setor competitivo para aqueles ao setor

siae-rúr g i co , aerov i ár i o , pet roqu ím i co e de fertilizante cons i deraoos for

temente oi gopolizaoos na economia brasileira. A conclusão final que

se tira cesta eviaência é que, ao continuar esta situação,o problema

(60)

46.

oc o istr iDuiçâo üe renaa em nosso país tenderá a se agravar ainda

ma i <:, aumentando, assim, a granae dívida social existente hoje no

.4 - OS MODELOS ESTIMADOS

''ara caca um aos setores s i derúrg i co , pet roqu ím i co , aerov i

-ár i o e üe -fert Ti izante apresenta-se agora as regressões,na forma da

equação (2.2), com o termo constante e sem ele ut i1 izando -se o

meto-co oe ivi n i mos cuaoraaos ora i nár i os e o métoao exato ae máxima ver

os-Gimeihança. Os valores entre parênteses sem asteriscos e com eles

no::> quacros a seguir são,respect i vamente, os desvios padrões dos pa

râmetros e suas estatísticas T ae Stuaent.

SETOR SIDERÚRGICO

QUADROl

MÉTODO

!J'í;1

fiírvI~ÜS

QUADRADOS

ORDINÁRIOS

wst-l := ®-53 - 0.75D2 - l6.49Ht + Í6.63rt + i

<O.3l) <O. 34) (2.O<í) (2.23)

<1.6O)* (-2.2O)* (~7.89)* (7.46)*

-D \i f\ 0. O . ..) / i4

(61)

QUADRO 2

r

MÉTODO EXATO DE MÁXIMA VERQSSIMELHANCA - AR(1)

Wst

" wst-l

:=:

®-26

~

«-52D2

-

15.55nt

+

l5.77Tlt.fi

(0.40) (0.35) (2.12) (2.05)

(O.**)* (-1.5O)* (-7.3E)* (7.47)*

_ SQR ~ 12.0213

R2

- 0.72

R2

= 0.69

DU

= 1.4©

F ( 4 , 29

) = 1? . 09

QUADRO

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

wst

" wst-i

:=

- «-34D2

-

15.64TTt

+

I6.6int.fí

(O.23) (2.O7) (2.28)

(-1.47)* (~7.75)* (7.27)*

_ SQR =- 14.7314

R2

^ 0.66

R2

~ 0.64

DW

^ 1.01

F(2,31)

= 30.46

QUADRO 4

ttUTQDQ EXATO DE MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR(1)

" Wst-1 :^ ~ 0-41D2 - 14.76~t + i5.75nt + i

(O.3O) (1.97) (1.96)

(-1.39)* (-7.47)* (7.94)*

_ SQR = 12.1113

(62)

48,

SETOR PETROQUÍMICO

QUADRO

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

Wpt " *Pt-i = 0-55 ~ 0.80132 - 16.44nt + 16.63nt+i \

(0.32) (0.33) (2.02) (2.15) j

(1.72)* (-2.4O)* (-814)* (7.73)* I

_

SQR

í2.6698

j

R2

= 0.70

R2

-- <ò.67

DW

-

1.26

F (3,

30)

= 23.73

I

QUADRO 6

wpt- _ w

p = 0.7 ME t-3 TODO E

! = 0

(o

(o

R2

XATO

.30

. 37 )

.81) ~ 0 'ÕE MAX 0. (o (-SQR ~ .69 IMA 57D2 .34)

í . **

11 . DW = VEROSS ( )* ( 6408 1 .41 IME

2 . O

~7 . LHANC 4 ) 91)* F(4 A -+ ,29 1 ( ( ) AR 2 . 8 . = (1 ) i | 03 ) 0*)* 19.36 QUADRO 7

-1 1

7-METODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

wpt-l ''- - 0-37D2 - I5.56f!t + I6. |

(. 0.23) (2.01) (2.22) '

(-1.Í3)*

(~7.7*)*

(7.48)*

!

SQR = 13.9231 !

2 =

0.Ó7

R2

= 0.65

DW

= 1.04

F(2,31>

= 32.07

{

(63)

QUADRO 8

MÉTODO EXATO D\í MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR ( i )

w _ w

R2 =

- 0.42D2 - 15.3?nt

(0.29) (1.93)

(-1.4BÍ* (-7.99)*

_ SQR = 1 1.7926

R2 " «.70 OW := 1.36

(1 .97)

(8.35)*

F<3.30) := 26.24

SETOR AEROVIAR1O

QUADRO 9

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

at _ w at-i 0.56

(0.33)

(i.ís!

=: 0.67

0.84D2 - 17.03Ht + 17.39nt+í

(0.35) (2.10) (2.24)

(-2.44)* (-8.1O)* (7.7*)*

SQR = 13.7334

DW =1.20 F(3,30) = 23.66

QUADRO 10

MÉTODO EXATO DE MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR(1 >

w _ w

at-l

. .

-0.34

( o . 4 o )

(O .SE ) '

R-- ~ 0.70

0.66D2

< o.35 )

(-1.67)* 16.i5nt (2.11) (-7.62)* (2.os) (7.97)

(64)

50,

QUADRO 11

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

wat " wat-l :r ~ ©-41D2 + 16.i3üt + 17.37Tit + i

(0.24) (2.09) (2.31)

(-172)* (-7.7 1)* (7.53)*

_ SQR = 15.032?

R2

= 0.67

R2

- 0.65

PU)

=

1.04

F(2,3i)

= 32.17

í

QUADRO 12

MÉTODO EXATO DE MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR(1) j

i

at ~ at-1 :" ~ 0-52D2 - 1b. Í7T]^_ + l6.60Ht.fi

(c. 3 o) (2.00) (2.01) ;

(-1.73)* (-7.58)* (8.24)* S

_

SQR

= 12.5004

|

í2

=

0.73

R2

= 0.70

DW

=

1.53

F(3,30)

= 26.98

j

SETOR FERTILIZANTE

QUADRO 13

MÉTODO DE MÍNIMOS QAUDRADOS ORDINÁRIOS

- wft-í

0.57

= 0.

( 0 . < 1 .

R w" 7 4 -. Zi Sr ) 1)* 0. - 0 ( ( SQR .83D2 0.47)

-1 . 71>

= 25 DU - 17 (2 )* <-.7354 = 1.07 .?9Ü<: .88 )

A .25 )

(65)

QUADRO 14

MÉTODO EXATO DE MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR ( i )

- w

rt-i

R'- = 0.68

- 0.03 - 0.33D2

-(O.78) (O.42)

(-O.O4)* ("O.76)* (-3.93>°

_ SQR ~ 19.4144

R2 = 0.63 DW = 1.29 F(4,29> = 15.20

13.15nt + 11.65nt+í j

(3 .3& ) ( 2 .Al ) j

(4.47>* !

QUADRO 15

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

wn

- wft-i

=

R2

=

0.53

- 0.26D2

-(0.32)

(-0.82)*

SQR

R2

~ 0.50

16. (2. (-5 := 27. DW = 82T7t + BB ) .89)* 9490 0.92 16.51 (3.14

( 5 . 2£

F(2 ) ) i t # 3 + í 1 ) i = 17.83 ME

w.rt -

w+'t-?>'- ~ 0.68

TODO a. EXATO - 0.3 (0. (-0 R-~ 0. QUADRO DE MÁXIMA

3D2 - i

40) (

.82)* (

SQR == 19

64 DW 16 VER 3 .25 2.82 OSSIMELHANÇA -n, + ) -4.7O)* .425 \ 8 2 9 1 ( ( 1 2 4 F .66nt .47) .72)* (3,30 + ) AR 1 (1 ) 20 .94 i j i s i i i j

Os quadros a seguir, apresentam as equações estimadas na

Forma a a ecuação (2.3) para aqueles setores. Estas regressões são as

mesmas oos casos anteriores imponao-se a restrição de que 6£ := í-&1.

(66)

52.

ae-Tiniaa. pela expressão (2.4) e, assim, testar a hipótese de que

9j + 62 ~ 1 .Esta estatística e a soma ae quadrados de resíduos des

tas regressões se encontram cispostas em cada quadro a seguir.

SETOR SIDERÚRGICO

QUADRO 17

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

st - wst.~

3 'i

í> - ; t ~

SQRR X (i 1 45 49 3. )* 7432 <ò. [-2 tíOÜ .43 )

F ( 1

+ ,30 1/. (8. ) -IV SB 0 ) * 38

i-í - nt )í

QUADRO 18

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

(Wst

~ Wst-i)

~ ~t

(-2.7E)* (8.24)*

SQRR =

Ç. ç - '

14 .7318

r (1 "lo ^

i

(67)

SETOR PETROQUÍMICO

QUADRO 19

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

t-iJ " rt = >-48 ~ 0.85D2 + I7.i6(

(1.43)* (-2.65)* (8.84)

SQRR - í2.8204

QUADRO 20

MÉTODO

DE

MÍNIMOS

QUADRADOS

ORDINÁRIOS

Pt - wpt-i> - nt « - 0.3<sd2 + ió.57(nt+i - nt)

(-2.94)* (8.47)*

SQRR

=

13.9237

j

hq et -f eg = i 1 Fd,3í) = ceei ;

SETOR AERGVIARIO

QUADRO 21

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

i

(W3.t

- wat-l>

~ nt

-

0.50

-

0.88D2

+

17.81

<TTt

+ i " "t

(1.65)* (-2.66)* (8.83)*

j SQRR = 13.8270

(68)

54,

QUADRO 22

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

- wat~l> " ~t ^ - «'-37D2 + i7.19(nt +

<-2.9O>* (8.45)*

SQRR = 15.0475

t-,Q et +eg = 1 1 F<1,30) = 0.03J

SETOR FERTILIZANTE

QUADRO 23

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS \

r

+.t

_ wft_1)

._ -t

-

e.52

-

0.98D2

+

Í8.í4<nt

+ Í - üt ) i

(1.22)*

(-2.11)*

(4.12)*

j

SQRR := 27.1082 j

Ho 8A + 82 = 1 y F(í ,30) = 1.60J

QUADRO 24

MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS

~ 0.45D2 + 17.50(nt +

(-1.58)* (4.23)*

SQRR

r

~ 28 .4011

Imagem

Gráfico 4

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