TRANSFERÊNCIA DE RENDA DOS TRABALHADORES DO SETOR
COMPETITIVO PARA O SETOR OLIGOPOLIZADO:
UMA REALIDADE NO BRASIL
TESE SUBMETIDA X CONGREGAÇÃO DA
ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA (EPGE)
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
[o © O (
DOUTOR EM ECONOMIA
POR
EMERSON LUÍS LEMOS MARINHO
RIO DE JANEIRO
jliUOTECA HAH!U HEMBIUUt
TESE
DE
DOUTORADO
APRESENTADA
À EPGE
POR'
E M
ESCOLA DE PÓS-GRADUÇÃO EM ECONOMIA
DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
C I R C U L A R N2 50
Assunto: Apresentação e defesa pública de
Tese Doutorai de Economia.
Comunicamos formalmente à Congregação da Escola que es^
tá marcada para o dia 28 de setembro de 1990 (6§ feira), às 10
horas, no Auditório Eugênio Gudin (IO2 andar), a apresentação e
defesa pública da Tese de Doutorado em Economia, intitulada "TRANS
FERÊNCIA DE RENDA DOS TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA O
SETOR OLIGOPOLIZADO: UMA REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao
título Sr. Emerson Luis Lemos Marinho.
A Banca Examinadora "ad hoc" designada pela Escola se
rá]' composta pelos doutores: Carlos Ivan Simonsen Leal, Luiz Gui
lherme Schymura de Oliveira, Mario Henrique Simonsen, José Mar
eio Camargo (PUC/RJ) e Sérgio Ribeiro da Costa Werlang (Pre
sidente) .
Com esta convocação oficial da Congregação de Professe^
res da Escola, estão ainda convidados a participarem desse ato
acadêmico os alunos da EPGE, interessados da FGV e de outras ins
tituições.
Rio de Janeiro, 30 de agosto de 1990
Hejnr.ifere~~ 5 imon s e
LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL
Como integrante da Banca Examinadora, designado pe
Ia EPGE para julgar a tese doutorai, intitulada"TRANSFERÊNCIA DE
RENDA DOS TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA O SETOR
OLIGOPO-LIZADO: UMA REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr.Emer
son Luis Lemos Marinho, apresento as seguintes ponderações que jus
tificam meu parecer e voto:
1) A Tese aborda um tema da maior relevância na
economia brasileira: a renda dos trabalhadores dos diversos seto
res da economia em um contexto de inflação ascendente;
2) Os testes empíricos ratificam os resultados en
contrados no modelo teórico, demonstrando que o candidato possui
um profundo conhecimento do funcionamento do mercado de trabalho
brasileiro.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a re
ferida Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo
candidato e autor deste trabalho.
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1990
A-4 Formato Internacional
210x297mm
Guilherníe Schym
Proressor da
a de Oliveira
ESCOLA OE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
PRAIA DE BOTAFOGO, 19O/10.» ANDAR
RIO DE JANEIRO - BRASIL - CEP 22.250
LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL
Como integrante da Banca Examinadora, designado pela EPGE
para julgar a tese doutorai, intitulada "TRANSFERÊNCIA DE RENDA DOS
TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA 0 SETOR OLIGOPOLIZADO: UMA
REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr. EMERSON LUÍS LEMOS
MARINHO, apresento as seguintes ponderações que justificam meu pa
recer e voto:
1-0 candidato demonstra ter o amadurecimento e o conhe
cimento necessários ã obtenção do grau de doutor.
2 - Sua tese é de excelente qualidade técnica e trata de
um tema de política econômica altamente relevante e
atual. Sendo que os seus resultados empíricos confir
mam integralmente os seus modelos teóricos.
3 - Mais ainda, a sua pesquisa pode contribuir para um
mais que necessário desenvolvimento da Economia do Tra
balho no Brasil.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a referida Te
se seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato e
autor deste trabalho.
Rio de J
, 28
de
setembro
de
19
9 0.
. da EPGE
A-4 Formato Internacional
LAUDO SOBRE TESE DOÜTORAL
Como integrante da Banca Examinadora, designado pela
EPGE para julgar a tese doutorai, intitulada "TRANSFERÊNCIA DE RENDA
DOS TRABALHADORES NO SETOR COMPETITIVO PARA 0 SETOR OLIGOPOLIZADO:
UMA REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr. Emerson Luiz
Lemos Marinho, apresento as seguintes ponderações que justificam meu
parecer e voto:
1) a tese é bastante interessante, o assunto de extrema importância e
foi tratado de forma competente. Utiliza de forma bastante intensiva
a literatura pertinente, conseguindo resultados consistentes;
2) a parte empírica é bem estruturada e cuidada.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a refen
da Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato
e autor deste trabalho.
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1990
~~r
José Mareio Camargo,
Professor da PUC/RJ
^FUNDAÇÃO
GETVUO VARGAS
ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA
CAIXA POSTAL 9O52 ZC-O2
RIO Di JANEIRO - RJ - BRASIL
LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL
Como integrante da Banca Examinadora, designado pela
EPGE para julgar a tese doutorai, intitulada "TRANSFERÊNCIA DE
RENDA DOS TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA O SETOR
OLIGO-POLIZADO: UMA REALIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr.
Emerson Luis Lemos Marinho, apresento as seguintes ponderações
que justificam meu parecer e voto:
1) A Tese trata de um tema importante para o Brasil, a
interação entre salários reais de setores sindicalizados e com
petitivos e sua dependência com as taxas de inflação e mecanismos
de indexação;
2) O desenvolvimento teórico do modelo é bastante en
genhoso, inclusive no que tange à utilização da teoria dos jo
gos;
3) A análise empírica é cuidadosa, e retrata adequada
mente o que vem acontecendo com os salários reais no Brasil.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a referida
Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato
e autor deste trabalho.
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1990,
EPGE
A-4 Formato Internacional
LAUDO SOBRE TESE DOUTORAL
Como integrante da Banca Examinadora, designado pela EPGE
para julgar a tese doutorai, intitulada "TRANSFERÊNCIA DE RENDA DOS
TRABALHADORES DO SETOR COMPETITIVO PARA O SETOR OLIGOPOLIZADO: UMA REA
LIDADE NO BRASIL", do candidato ao título, Sr. Emerson Luis Lemos Ma
rinho, apresento as seguintes ponderações que justificam meu parecer
e voto:
1) 0 modelo macroeconômico é original e apresenta conclusões
muito interessantes;
2) Os dados para o caso brasileiro mostram uma impressionan
te aderência ao modelo, comprovando que a tese ê altamente relevante.
Assim e nessas condições, sou de parecer que a referida
Tese seja aprovada e outorgado o título pretendido pelo candidato e
autor deste trabalho.
Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1990.
A-4 Formato Internacional
210x297mm
Sérgio Ribeiro da Costa Werlang,
Professor da EPGE e
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a meu orientador, Sérgio Ribeiro da
Costa Werlang, pela atenção e paciência dedicada na orientação desta
tese de doutorado.
Ao professor Carlos Ivan Simonsem que nas horas de
difi-culdades, também, me auxiliou a desvendar certos impasses.
Aos professores, Mario Henrique Simonsem, Luis Guilherme
Schymura oe Oliveira , José Mareio Camargo e Marcelo Estevão, agra
deço a leitura e os comentários recebidos.
Aos colegas de turma e -Funcionários, agradeço a amizade e
o convívio que mantive com eles nestes últimos anos. Em particular,
gostaria ce agradecer a -Funcionária Miríam Lopes de Oliveira pela
atenção dispensada à minha pessoa.
Aos professores e funcionários do Departamento de Estatís
tica da UFRN gostaria de agradecer a compreensão que tiveram durante
meu períooo de afastamento.
Finalmente, não poderia deixar de agradecer meus pais e à
p.
CAPÍTULO
I
: EQUIOLIBRIO
DE
NASH
EM
UM
JOGO
ENTRE
OS
SINDI
CATOS DO SETOR OLIGOPOLIZADO : O MODELO PELO LADO DA OFERTA.. í.
SEÇÃO í.i: INTRODUÇÃO 2,
SEÇÃO
í.2:
O MODELO
COM
UM
ÚNICO
SINDICATO
NO
SETOR
OLIGO
POLIZADO 7.
SEÇÃO
í.3:
O MODELO
COM
MAIS
DE UM
SINDICATO
NO
SETOR
OLI-GOPOLIZADG 19.
SEÇÃO
í.4
: CONCLUSÕES
31,
CAPÍTULO
II:
ANALISE
ECONOMETRICA
E EVIDENCIA
EMPÍRICA
36,
SEÇÃO
2.1
: INTRODUÇÃO
37,
SEÇÃO 2.2 ' O MODELO ECONOMETRICO 38,
SEÇÃO
2.3
: EVIDENCIA
EMPÍRICA
40,
SEÇÃO
2.4
: OS
MODELOS
ESTIMADOS
46.
SEÇÃO 2.5 : OS DADOS AMOSTRAIS 55,
CAPÍTULO
III
: EQUILÍBRIO
DE
NASH
DO
JOGO
COM
INTERAÇÃO
DA
RACIONAIS 58,
SEÇÃO
3.Í
: INTRODUÇÃO
59,
SEÇÃO
3.2
: O MODELO
COM
DEMANDA
AGREGADA
:
INSTRUMENTAL
IS-LM 62
SEÇÃO
3.3
: A CONSISTÊNCIA
DO
MODELO
COM
EXPECTATIVAS
RACIO
NAIS : O CASO DE PERFEITA PREVISÃO 75,
SEÇÃO
3.4
: CONCLUSÕES
78,
CAPÍTULO
IV
: O JOGO
COM
O GOVERNO
ATIVO PARA
A
DETERMINAÇÃO
DAS
CARACTERÍSTICAS
DAS
POLÍTICAS MONETÁRIA
E FISCAL
Si,
SEÇÃO
4-í
: INTRODUÇÃO
82.
SEÇÃO
4.2
:O
MODELO
COM
O GOVERNO
ATIVO
MAXIMIZANDO
UMA
FUN
ÇÃO
UTILIDADE
SOCIAL
85,
SEÇÃO
4.3
: CONCLUSÕES
í<2>3.
CAPITULO I
EQUILÍBRIO
DE
NASH
EM
UM
JOGO
ENTRE
OS
SINDICATOS
DO
2.
l.i - INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, os trabalhadores brasileiros conviveram
cora uma sucessão de leis salariais cujo principal pretexto era pro
teger o salário real contra a inflação. Ao contrário do que era es
perado, o que se viu foi uma deterioração do mesmo com uma conse
qüente queda no seu poder de compra. No entanto, este declínio não
foi homogêneo para todas as classes trabalhistas pois veri-Fica-se
neste período que alguns setores obtiveram ganhos reais relativamen
te aos demais. Tais ganhos não podem e nem devem ser tomados como
o-bra do acaso. Afinal, a década de 80 já encontrou o sindicalismo no
país maduro e capaz de barganhar com os empresários.
Para se ter uma idéia das diversas políticas salariais
postas em prática mais, recentemente, com a adoção dos planos cruza
dos l e 2 , vigoraram no país, respectivamente, a lei do " gatilho
salarial " e o sistemade reajustes mais conhecido popularmente como
URP. Atualmente, os salários são reajustados mensalmente pelo d i -Pe
rene <al entre a inflação e uni gatilho de 5% sempre que a primeira
ultrapasse este ultimo. Trimesta1 mente, os salários são corrigidos
pela inflação descontados os excessos mensais da inflação sobre o
gatilho neste per iodo.Desta forma, não será nenhuma surpresa se no
desenvol-reais da inflação.
Porém,
o
que
se
observou
na
realidade
foi
uma contí
nua queda no poder de compra das classes trabalhadoras, mas, com
algumas
delas
se
beneficiando
mais
do
que
outras.
É o
que
ocorre
justamente com os setores oiigopolizados na economia brasileira,
quando se compara a evolução de seus salários reais com os do setor
competitivo. De fato, como os sindicatos de trabalhadores daqueles
primeiros possuem maior poder de barganha do que os demais, eles
conseguem aumentos de salários nominais sempre maiores dos que os do
setor competitivo. Aliás, é baseado neste princípio, que o governo
justifica a nescessidade de se ter políticas salariais. Para ele, a
existência
destas
últimas
deixariam
os
salários
dos
empregados
do
setor competitivo protegidos da inflação.Entretanto, a preocupação
do governo neste sentido parece estranha na medida em que ele é o
maior
responsável
pelas
causas
do
processo
inflacionário
no
país.
Na
realidade, consegue-se mostrar neste trabalho, que a maior parte do
imposto
inflacionário
arrecadado
pelo
governo
é pago
pelos
trabalha
dores deste setor.
Camar-A.
go e Estevão (Í98?) -fazem algumas considerações a respeito do pro
blema de coordenação dos sindicatos.Entre outras conclusões, o arti
go cone lu i , i mp 1 i c i t ament e , que existe t rans-Fer ênc i a de renda dos
trabalhadores pertencentes a sindicatos menos organizados para aque
les de sindicatos mais organizados.Em vista de todos esses argumen
tos, surgiu a idéia, então, de se escrever este trabalho. 0 objetivo
principal se concentra na formulação de um modelo simples que incor
porando as peculiaridades da economia brasileira, mostre e explique
o porque desta transferência de renda do setor competitivo para o
setor oiigopolizado em nossa economia. No que se segue, o modelo le
va em consideração uma economia composta de dois setores: o primeiro
setor competitivo e o segundo o setor oiigopolizado com a hipótese
de que os agentes econômitomam decisões racionais dentro de uma vi
são de um jogo não cooperativo, como em -ranço (Í986).
G modelo incorpora, também, o fato de que como a economia
passa por contínuos processos inf1acionários, o governo fixa políti
cas salariais visando a proteção do poder de compra dos salários
reais dos trabalhadores. Além disso, cada sindicato de trabalhadores
dos respectivos setores procura maximizar o salário real de seus re
presentados sempre tomando como dado a estratégia do outro. Por sua
vez, as empresas do setor oiigopolizado não aceitando diminuições
pre-ços de seus produtos enquanto, as do setor competitivo, impossibili
tadas de -Tazererem esses repasses pela própria característica desse
mercado, pagam aos seus empregados somente a produtividade marginal
deste setor. Veja, por exemplo, Scherer(1980). Evidentemente, tem-se
que levar em consideração que o poder de repasse das empresas varia
co» o ciclo econômico.
Dentro deste mesmo en-foque, analisa-se, também, a trajetó
ria de equilíbrio da taxa de inflação no longo prazo quando se con
sidera as seguintes características : -Fatores inerciais, a presença
de con-flitos d i str i but i vos e o governo sendo o maior responsável pe
las causas da origem do processo inflacionário. Os fatores inerciais
se caracterizariam pelo fato de todos os contratos, inclusive salá
rios, serem reajustados com base na inflação de períodos passados. 0
conflito distributivo entre trabalhadores e empresários dar-se-ia
quando os primeiros, através de seus sindicatos, pressionando as em
presas por aumentos de salários e os segundos resistindo a uma queda
de suas margens de lucro, negassem ou repasassem todos esses aumen
tos aos preços de seus produtos. 0 governo , por sua vez,torna-se um
dos maiores responsáveis pela instabilidade do nível de preços na
medida em que ele acomoda sua política monetária
6.
nada alentadoras. De fato, levando em consideração as hipóteses do
modelo, a economia poderá caminhar para uma hiperinfiação. Além do
mais, ao contrário do que o governo e alguns economistas alegam, os
salários reais dos trabalhadores do setor menos formal da economia
(o setor competitivo) não ficam de maneira alguma protegidos da in
flação enquanto os dos trabalhadores do setor oiigopolizado, em opo
sição aos primeiros, crescem continuamente no tempo. Uma outra con
clusão importante obtida é : quanto mais descentralizada ou menos
corporat ivist a for a economia, no sentido de que maior seja o número
de sindicatos atuando independentemente, maiores serão os níveis de
taxa de inflação. Este mesmo resultado já tinha sido enfatizado por
Fraga e Werlang (Í983) e em um contexto diferente por Franco
(5.986). Este resultado tem sua importância na adoção de umas
üai soluções apresentadas para se evitar que a economia possa camin
har para uma h i perinflação.São as políticas de pacto soei ai.Par a seu
sucesso,seria ideal que em uma mesa de negociação entre empresários,
governo e trabalhadores, estes últimos fossem representados por um
único sincicato que representasse as aspirações de toda a classe
trabalhadora. Além desta, outras soluções são apontadas e discutidas
no artigo.
Um teste empírico com objetivo de se comparar os salários
rea-itzado chegando-se a seguinte conclusão : com taxas de in-Fiação
crescentes, ocorre uma peversa transferência de renda dos trabalha
dores do setor competitivo para os do setor oiigopolizado e, neste
sentido, a evidência corrobora as conclusões do modelo.
0 artigo se compõe desta introdução e de mais quatro se
ções distribuídas na seguinte seqüência: na primeira, é apresentado
o caso era que existe somente um sindicato representando todos os
trabalhadores do setor oiígopolizado e um outro representando os
trabalhadores do setor competitivo. A segunda, analisa a situação
onde existem mais de um sindicato no setor oiigopi1izado represen
tando as diversas classes de trabalhadores neste setor. A terceira,
faz uma análise detalhada das soluções encontradas nas seções ante
riores e sugere várias maneiras alternativas que visam eliminar as
distorções e desequilíbrios encontrados na resolução do modelo.
1.2-0 MODELO COM UM ÚNICO SINDICATO NO SETOR OLIGOPOLIZADO
Inicialmente, o modelo leva em consideração uma economia
com dois produtos dividida em dois setores: o setor competitivo e o
setor oiigopolizado onde , em cada um deles, várias empresas produ
8.
Os trabalhadores são representados por um único sindica
to em cada setor. Além do mais, pelo -fato dos integrantes daquele
último pertencerem a classe de empregados mais bem organizados
da economia, admite-se que seu sindicato apresente um poder de
barganha maior que o do setor competitivo e, assim, obtendo au
mentos de salários nominais sempre superiores aos dos demais.
Em vista disso, o governo com objetivo de minimizar estas
distorções estabelece regras de reajustes salariais que visem à pro
teção dos salários reais daqueles trabalhadores. Desse modo,
supõe--r>e a existência de uma política salarial que, a cada per iodo, rea
justa os salários nominais de todos os indivíduos de acordo com a
in-Plação ao período passado.
No que se refere as empresas, aquelas pertencentes ao se
tor oi*gopolizado não aesejando diminuições de suas margens de lu
cro, repassam através de uma regra de mark-up, todos os aumentos de
salários aos preços de seus produtos. Já as empresas do outro setor,
impossibilitadas de fazerem o mesmo pela própria característica des
te mercado, pagam aos seus empregados o valor da produtividade
mar-g t nal deste setor.
A economia por hipótese, pelo menos no setor competitivo,
pos-sibil idade de que haja per-feita mobilidade de mão de obra entre os
dois setores. Assim, no longo prazo poder ia-se ter uma total trans
ferencia de mão de obra de um setor para um outro que pagasse maior
salário. No entanto, a possibilidade prática de um evento dessa na
tureza, pelo menos no curto prazo, parece difícil na medida em que
os sindicatos, de um modo geral, não permitem que trabalhadores de
de outras categorias se empreguem em seu setor. Além disso, o
"ato dos trabalhadores dos setores oiigopolizados serem em geral
muito mais especializados do que os do setor competitivo, é um empe
cilho a mais para que haja uma total mobilidade entre estes setores.
A função utilidade dos trabalhadores do setor oiigopoli
za-do tem como argumentos o nível de salário real e a taxa de inflação.
Assim, quanto mais alto o primeiro maior o nível de utilidade. Por
outro lado, como inflação ocasiona pesados custos para a sociedade
ela se torna bastante indesejável para eles e, como tal, uma
desuti-1 idade. Dessa forma, o sindicato ao barganhar aumentos de salários
nominais junto as empresas aumenta o nível de utilidade de seus mem
bros. No entanto, o repasse destes aumentos aos preços dos produtos,
causando inflação , pode mais que compensar o aumento daquela utili
dade. Nestes termos, a função utilidade dos empregados neste setor,
10.
U ' " F ( W j /Q , n )
onde i U7i( U,/Q ) ) « e è U' /ò ( n ) < 0 .
0 índice geral de preços nesta economia será, por
de-fini-ção, a média geométrica ponderada dos preços dos dois produtos.Em
a-eução, supôe-se ainda que estes preços sejam -função de um componente
G(t) o qual será explicado logo a seguir.Daí,
Qt - i:Fat (G(t ) D«.i:PítG(t ) DV com a, f > « e a + f == í
onde, Pa{. e P y^ são, respectivamente, os preços dos produtos produ
zidos nos dois setores e os parâmetros a,V as participações dos sa
lários dos trabalhadores na compra específica destes produtos. Por
tanto, estes dois parâmetros dão uma medida exata do tamanho daque
les setores na economia. 0 componente G(t), cuja -forma -funcional se
rá de-Tinida ao longo do capítulo, repassa ao índice de preços todas
as distorções que têm como origem as inconsistentes políticas econô
micas adotadas pelo governo. A criação e o sistemático aumento de
impostos indiretos com conseqüentes repasse ao preços é um exemplo
oe como G(t) pode pressionar os preços.As expectativas dos agentes
econômicos quanto a imposição pelo governo de planos de congelamento
Aliás, características bem comuns da economia brasileira. Neste sen
tido, aquele componente no índice geral de preços capta os efeitos
üog atos governamentais e todos os outros -Fatores i n -F lac i onár i os que
têm como origem os erros de condução das políticas econômicas do go
verno. Em resumo, os e-feitos das i nconv i n i entes intervenções do go
verno na economia transmitem-se ao índice geral de preços através de
G(t). Neste caso, específico, considera-se G(t) uma -Função crescente
no tempo. Por outro lado, ela passa a ser uma -função decrescente
quando o governo resolve adotar medidas econômicas que combatam o
processo i n-Flac i onár i o.
Os preços dos produtos nos setores competitivo e
oligopo-lizado como -Função de G(t) são de-Finidos, respectivamente, por :
PYt(G(t>> = Pvt.G(t) e Pat(G(t)) = Pat.G(t). Além disso, pelo -Fato
das empresas do setor oiigopolizado utilizarem regra de mark-up so
ares os salários, ou seja, Poç M;-Wat, o índice geral de preços
poce ainaa ser escrito como :
Qt = (Ma.Wat)«.(Pít)V.G(t> , a + 1 = i (l.i)
once, fio - 1 + ka , ica o mark-up prat içado pelas empresas e Ua o
12.
Aplicando-se logaritmo na expressão (í.l) com mais alguns
algebrisraos de praxe, verifica-se que a taxa de inflação é igual a:
~ r (a/ í) II (w - ei ) - (w - ei ) H + TT + h < t ) / * i < o \
onde ,
w . d, = ln(W ./Q.
ot t at t
h(t) = lnG(t) - inG(t-l)
Assim, a expressão (1.2), define a taxa de inflação do pe
ríodo como sendo igual a taxa de crescimento dos salários reais do
setor oiígopoiizaoo , mais a inflação do período passado , mais um
componente h(t) que representa a "velocidade" com que o governo
in-"lac lona a economia.
Nestas condições, como os trabalhadores tomam suas deci
sões racionalmente, aqueles do setor oiigopolizado procuram maximi
zar suas utilidades respeitando a restrição (Í.2). Por simplicida
Franco(1986), definida na forma:
U1
~
(wat
~ cit)a-"V~b
a,b
> 0
e
b
> a
(Í.3)
onríe wat - q^ == ln(Wat/Qt:> e ° parâmetro qt o logaritimo do índice
geral de preços. A condição b > a é nescessária para tornar a função
(1.3) côncava. Logo, o problema se resume em :
M A X CU'<wat - qt,\t)3 = M A X II (wat - qt)a.nt~D:
sujeito à restrição (1.2).
Portanto, a solução desse problema de maximização
fornece a seguinte solução
w - qA. == (a/y(b-a) >C Y.n + h(t) - D II
onoe Df-_1 ~ (wfl'-._i - q*-_i). Conseqüentemente,
Dt
"
Substituinao-se a expressão (1.4) nas expressões (1.2) e
fini-14.
TT.= (b/(b-a)).rr + (b/f(b-a>).h(t) - (b/f (b-a ) > .D. (1.6)
t t - i t - i
D.= (ía/<b-*>).nt__ + (a/(b~a)>.h(t> ~ (a/ (b-a) )Dt _a (1.7)
Analizando-se este sistema de equações observa-se então
que Dt pode ser escrito como combinação linear de H^ com :
(1.8)
Logo, esta última expressão na equação (i.ó), -Fornece
a seguinte trajetória da taxa de inflação :
:. = r. . + (b/( v. (b-a) ) ) .h(t ) (1.9)
t t ~ 1
onde,a primeira parcela do lado esquerdo da igualdade acima é a nos
sa conhecida inflação mercial e a,segunda, a inflação gerada pelo
governo. Isto posto, quando se toma o caso particular em que
h(t) n-t com n > © . tem-se que a equação (1.9) apresenta como
solução"
T». "-. TI + (b/( *. (b-a) ) ) -nt
t o
Observe, então, que o parâmetro n na equação acima, serve
infla-(1.10) ) aquela apresenta, apenas, o caso de inflação inercial como
uma conseqüência do conflito distributivo de preços e salários. Em
caso contrário, no longo prazo, a economia poderá caminhar para uma
h i per i n-Fiação .
A trajetória do salário real no setor oiigopolizado é ob
tida quando se combina as equações (1.5) e (1.8). Assim,
w - qt = <aí/(ba).Ht (i.il)
Note, de acordo com as analises das equações (1.10) e
(l.ll), que quanto maior a participação dos gastos dos trabalhadores
na compra do produto do setor oiigopolizado, menor o salário real
deste setor e maior a ta;;a de inflação. No caso extremo em que o=i ,
quando a economia seria, então, totalmente oiigopolizada, a taxa de
inflação mesmo no curto prazo, poderia alcançar níveis
insurportá-áveis. Em fim, toda esta estática comparativa pode ser mais fa
cilmente entendida quando no gráfico 1 a seguir desenham-se as cur
16,
-.
Crítico 1
Em relação ao setor competitivo, como o salário real medi
do a preço desse setor é igual a produtividade marginal da mão de
obra , tem-se
<í.Í2>
onde K(Nyt) - Inll-f ' (N rt > 3 com -F(Nrt> sendo a -Função de produção do
doa trabalhadores deste setor no período t.
Como os salários nominais, de acordo com a política sala
rial do governo, são reajustados a cada período com base na in-fia
ção do período passado :
yt yt-i t-i
Sendo assim, o preço do produto neste setor e determinado
corabinanoo-se as equações (1.12) e (1.13). Daí, ter-se :
prt
= wrt-i
+ nt-i
- K(Nit)
(í-í4)
Lm seguida, substituindo esta última expressão em (1.1)
com ma i s alguns algebrismos de praxe, verifica-se -finalmente que
o índice geral de preços pode ser ainda escrito na forma:
+ w , + ~. +(an/1 (b~a)).t -K(N) (1.15)
o yt i t í
onae ma » 1 n í Í1a) .
Desse modo, quanto maiores forem o mark-up, o salário no
minal do período passado no setor competitivo, a inflação inercial,
a participação dos gastos do trabalhadores na compra do produto des
Í8.
maior a produtividade marginal no setor competitivo menor será seu
valor .
Por último, o salário real desse setor é calculado sub
traindo de ambos os lados da igualdade (Í.13) a expressão (Í.15).
Nestes termos,
i - c,^ - CKÍN) ~ (a/r)m - ((b-a)/b)H ]- nfc (í.íó)
o que mostra, ao contrário do que o governo e muitos economistas
pensam, que os salários reais daqueles trabalhadores se encontram
totalmente desprotegidos da inflação. Observe, que mesmo consideran
do que os salários nominais sejam reajustados a cada período de
a-cordo cora a in-Flação do período passado, ainda assim eles sofrem
contínuas perdas no seu poder de compra. Note, também, que quanto
maiores o marl<~up das empresas e a participação dos gastos dos tra
balhadores na compra do produto do setor oiigopolisado menor ainda
será este salário real. Adicionalmente, uma outra política de rea
justes de salários semelhante ao sistema URP -Foi considerada e as
as conclusões obtidas permaneceram inalteradas.
Assim sendo, mecanismos de reajuste de salários ou políti
sala-r i os reais destes trabalhadores terão que ser adotadas pois, embora
este setor, não contribua de maneira significativa para tal, é sobre
ele tiue recai toa a a carga do processo i nFlacionário.
Nestas condições, nas seções í.3 e i.4 quando se considera
a existência de dois ou mais sindicatos no setor oiigopolizado, es
tas soluções são apresentadas e discutidas mais detalhadamente.
1.3- 0 MODELO COM MAIS DE UM SINDICATO NO SETOR OLIGOPOLIZADO
Este modelo ,em princípio, considera agora a existência de
üuas classes de trabalhadores no setor oiigopolizado onde em cada
u-ma delas admite-se que exista um único sindicato.A menos, desta di
ferença, supõe-se ainda que as hipóteses levantadas na seção ante
rior continuam válidas também nesta seção. Em seguida, apresenta-se
o caso geral em que no setor oiigopolizado existem n classes de
tra-balhaaores com seus respectivos sindicatos.
No que se segue, supondo-se inicialmente que existam so
mente aois sindicatos naquele setor, o índice geral de preços ,neste
moceío, será definido como:
2<ò.
onde, Ma, - 1 + ka( , é o mark-up das empresas que empregam os tra
balhadores -Filiados ao i-ésimo sindicato e Wa, <- os seus respectivos
salários nominais. As demais variáveis são definidas como na seção
1 * ç- »
Aplicando-se o logaritmo na expressão acima com mais al
gumas manipulações algébricas, tem-se que ela ainda pode ser escri
ta na -Forma :
(1.17)
Manipulando algebricamente a equação (1.17) , encontra-se
Que
a
taxa
de
m-Flação
de
um
determinado
período
t
é
igual
a
:
t 1
o que mostra que ela é igual a in-Flação do período passado, mais a
média ponderada das taxas de crescimento dos saláris reais dos dois
setores mais h(t).
que cada sindicato de trabalhadores do setor oi i gopol i zado maximiza
sua Função de utilidade tomamdo como dado a estratégia do outro.
Sendo assim, cada sindicato ao maximizar a função de utilidade
(1.3) sujeito à restrição (1.17), reproduz as seguintes -funções de
reações Rai e Ra2 :
a. <b~a>(w . - q,)-aa (w . - q ) ~ ai: Yü. + h(t>- D. 1 (1.19)
A CXlt t 2 CX2t t t ~ i X. 1
-aa.tw - q. > + a (b-a>(w ,- q. )=aCyü. + h (t ) - D. .: (1.20)
1 a11 t 2 az tt t-2 t-i
onde ,
Dt-»
^ ai(Wait~i
" «It-i*
+ a=(wo2t-»
" qt~i)
(i-2i>
Fortanto, a solução do sistema de equações lineares (1.19)
e (i.20) nos -Fornece o seguinte equilíbrio de Nash :
w ait , - q, t = af. V~. t -1 + h(t) - D, t-i 3/(a1(b-2a>) *
t._ + h(t) ~ Dt _ 3/(a2(b-2a)
onde, ü -2zk > <ò , para que se possa garant ir a existência desse
e-qu'li'brio no primeiro quadrante do plano (wai f"cit ^K ^ wazt ~^t ^
-A dinâmica da taxa de inflação, neste caso, é obtida
22.
- (b/(b-2a) >*T, + <b/< f<b-2a))).h<t >-(b/(y<b-2a> ) ).D. ) (1.24)
t t -1 t ~ i
Novamente, substituindo-se aquelas mesmas expressões porem
defasadas de um período em (1.21), obtém-se :
D =-- (2av/(b-2a)7T, + (2a/(b-2a).h(t> -(2a/(b-2a)D (1.25)
t í t i ti
Do conjunto de equações (1.24) e (1.25), observa-se que a
variável D^ pode ser escrita como combinação linear de n^- , com
Dí-
--
(2ar/t>>~i-.
Substituindo
esta
última
expressão
em
(1.24)
obtém-se que
_ + <b/<f(b-2a>.h(t) (1.26)
Resolvendo esta equação de diferença finita supondo-se,
novamente, G (t )--exp (r;t ) , encontra-se que a dinâmica da taxa de
in-H ação é i guai a
nt = 77 + Cbn/tf<b-2a>:.t (l. 27)
t o
onoe a primeira parcela do lado direito da igualdade é a inflação
inercial e a segunda, a inflação provocada pelo governo. No longo
prazo, ae acordo com a equação (1.27), a taxa de inflação tende a
explodir nesta economia.
oli-gopolizados sâo determinados quando se substitui, respectivamente, a
expressão D^ ~ (2af/b):"t COIV| mais alguns algebrismos em (Í.22) e
( i .23). Logo,
w . - c, = (ar/ba<)n. (Í.28)
cx. t t l t
W -t
~ qt "
<a*/ba2)nt
(1.29)
Nestas condições, os salários reais nestes setores se en
contram inteiramente protegidos da inflação pois, qualquer que seja
o nível desta última, aqueles crescem continuamente com o tempo, de
acordo cora as equações (í.28) e (i.29). Deste modo, com relação ao
pooer de compra dos salários, são os trabalhadores dos setores
oli-gopolizados aqueles os que mais se bene-Ficiam do processo
in-Flacio-nárí o .
A seguir, apresenta-se a estática comparativa desses salá
rios quando se considera o crescimento dos tamanhos das classes nes
te setor. No que se segue, dois casos sâo apresentados : no primei
ro, supõe-se que um aos dois setores oi i gopolizados cresça de tama
nho às custas do outro quando, o tamanho do setor competitivo perma
nece inalterado. Assim, quando se tem, como exemplo, a situação em
que o setor a~ cresce às custas do setor cx1 , o salário real do pri
se-24.
guir explica como isto ocorre. 0 aumento de a2, na mesma proporção
cm íiuc cai aí , torna os coeficientes lineares e angulares das -Fun
ções de reações Rai e Ra2 maiores ainda do que no equilíbrio de Nash
inicial, oado pelo ponto Eo. Como conseqüência, há um deslocamento
cie Ra, para para cima e de Ra2 para à esquerda onde, no novo equilí
brio, ponto Ei no gráfico 2, o salário real agora é maior no setor
cij e menor no setor cx£ do que em relação ao equilíbrio inicial.
Crdfico 2
Neste último , considera-se o caso em que os dois setores
crescei» de tamanho às custas do setor competitivo. 0 resultado final
-.iertcio maior no setor que apresenta maior crescimento. Veja, como
e-xemplo, a -Figura do gráfico 3 onde se supõe que a2 cresce mais do
nue ai. Naquele, o coeficiente linear de Rai cai na mesma proporção
em que aumenta o de Ra2. Além do mais, como os seus coeficientes an
gulares aumentam na mesma intensidade, as retas Rai e Ra2 se deslo
cam de tal maneira que no novo equilíbrio (ponto Eí) , ambos salá
rios reais são menores do que no equilíbrio inicial, dado pelo ponto
Eo-
Porém,
como
o coeficiente
angular
da
reta
Ral
é menor
do
que
o
da reta Ras, o salário real do setor at cai menos do que o do setor
-«,
t" «t
26.
No caso contrário, em que o setor que mais cresce de tama
nho e o setor a1 as conclusões são, evidentemente, simétricas à
a-quelas obtidas no caso anterior. A figura do gráfico 4 a seguir
ilustra melhor este caso.
Gráfico 4
Quanto aos salários reais dos trabalhadores do setor com
petitivo, ffiostrar~se-á , apesar da existência de uma política sala
rial que reajusta os salários nominais de acordo com a inflação do
períooo passaao, que aqueles sofrem constantes quedas em seu poder
e (1 .29 ) em (1.17), obtém-se :
+(2a/b)~ + w ,, + ~, - K(N)
o yt~i t-i
:i(t) + (2a/( r<l:»~2a) ) ) .t (1.30)
por último, subtraindo-se de ambos os lados da expressão (1.13) a
a expressão (1.30), encontra-se que o salário real de equilíbrio
oeste setor é dado por :
wv< " °*- :"- l-KÍNJ-ía,/*)"! .- (a-/r>m ~ ((b-2a)/b)Ti D- 17. d 31)
o que mostra, de fato, de acordo com a análise da equação acima, que
aquele não se encontra de -forma alguma protegido da in-Flação. Por
tanto, em uma economia com as características desse modelo, são os
trabalhadores do setor competitivo, os que mais perdem com o proces
so inflaclonário e o que é pior; sem contribuir para tal.
Generalizando-se para o caso , em que a economia apresenta
um numero n cie setores o'l igopol izados e mais um setor competitivo,
prova-se por indução que a trajetória da inflação e os salários
reais daqueles setores são, respectivamente, dados pelas expressões:
28.
w . q. (ay/b a
w -c, :- ilK(N)
yt t (a i / y ) m a i - ( (b-na )/b)~ o II - TT. t ' :^ 1
A -Figura no grá-fico 5 apresenta, para alguns valores de n,
oss desenhos da curva < 1.32 > .Observe, que quando n = l, aquela equação
reproauz a Figura ao grá-Fico 1.
Crtffico 6
A análise a as curvas na -Figura, acima, nos mostra que
oligo-polizado, atuando independentemente para um dado tamanho do setor
competitivo, maiores serão os níveis de in-Flação em cada período de
tempo. Era outras palavras, quanto mais descentralizada ou menos
coorporat i v i st a -For a economia mais propensa a processos i n-f lac i
oná-r i os esta -fica. Ueja os deslocamentos do ponto T4 em direção ao pon
to Tn. Deslocamentos na direção contrária , no sentido de que a eco
nomia se torne mais centralizada ou mais coorporat ivist a faz, ev i
-cientemente, com que menores sejam os níveis de inflação.
Este mesmo resultado, em outros dois artigos, já fora
ob-tiao por Franco (198o) e em um contexto semelhante, por Fraga e
Wer-lang (1983) .
Movimentos da esquerda para à direita, ao longo de qual
quer curva ao gráfico 5, mostram que quanto mais crescem de tamanho
aü classes oe trabalhadores no setor oiigopolizado às custas do se
tor competitivo, maiores as taxas de inflação. No caso extremo,
quanoo a economia é toda ela oi i gopol i zada, isto é, y=<ô, a inflação
tende para o infinito.
Por último, observe que os pontos de equilíbrios T2 , T3 , e
Tn são Par et os-inferiores com relação ao equilíbrio cooperativo Ti,
pois nele, s taxa de inflação é menor do que em todos os outros
30.
todos os sindicatos no setor oi i gopol i zado se -fundissem em um único
sinoícato pois ,assim, alcançariam o equilíbrio cooperativo onde
tocios estariam melhor.
Em relação aos trabalhadores do setor competitivo, visto
aue eles são os mais prejudicados em todo este processo,só lhes res
tariam a alternativa de tentarem se organizar em um sindicato for
te e representativo para que podessem, através dele, pressionar o
governo à adotar políticas econômicas que não i n-f lac i onassem a eco
nomia. Ademais, teriam também , que -forçar o governo a manter uma
sistemática vigilância sobre o setor oiigopolizado para evitar que
a:: empresas repassem aos preços dos produtos os aumentos salariais
concedidos por elas. Por sua vez, os sindicatos de trabalhadores no
no setor o "i i gopol i zado teriam que se conscientizar de que a disputa
entre eles por mais salários,só resulta em prejuízos para si e, mais
ainda, para os trabalhadores do setor competitivo.
Na seção, a seguir, faz-se alguns comentários adicionais
soore as conclusões das emas seções anteriores e apresenta-se várias
1.4 - CONCLUSÕES
A resolução do modelo nas seções 1.2 e 1.3, mostra que o
argumento usaoo pelo governo e alguns economistas, sobre a
nesces-siaadc de se ter políticas salariais que protejam integralmente os
salários
reais
dos
trabalhadores
do
setor
menos
-formal
é,totalmente,
desprovido oe sentido teórico. Como se viu, quanto maior a inflação
menor o salário real oestes últimos. Ja no setor oiigopolizado,
ocorre justamente o contrário. Em vista disso poder ia-se perguntar:
como isto se aa se os trabalhadores daquele setor se encontram
amparados em lei c.ue reajusta periodicamente seus salários de acordo
com a in -fiação ao período passado? A resposta parece simples. Como os
sindicatos do setor oiigopolizados possuem maior poder de barganha
üo oue os ao setor competitivo, eles conseguem aumentos de salários
nominais sempre superiores aos demais. Além do mais, a passividade
o o governo em permitir que as empresas repassem esses aumentos aos
preços aos produtos causando mais in-fiação, contribui, mais ainda,
para tai.
Senão assim, não são políticas ae reajustes salariais que
irão proteger estes trabalhadores pois, a continuar essa situação,
sempre haverá uma nefasta transferência de renda do setor competiti
32.
entanto, aevc-se salientar que na ausência Oe políticas salariais a
-, ituaçâo daqueles primeiros poderia ser ainda pior.
Para eliminar estas distorções, o governo deveria adotar
e conduzir suas políticas econômicas de maneira a não in-Flacionar a
economia. Em o fazenao.assim, a in-Flação resultante seria conseqüên
cia somente do conflito distributivo mas com o poder de compra dos
salários se mantendo constante. No entanto, como quanto mais inten
so este conflito maior a in-Fiação, os sindicatos do setor
oligopoli-zaoos teriam que se conscientizar de que a disputa entre eles por
mais salários só traz prejuízos para aqueles do setor competitivo.
Em resumo, quando a parcela da in-fiação gerada pelo go
verno oeixa oe existir a economia apresenta, apenas, o equilíbrio
! n 4% 1 ac i onár io i ner c i a 1 que t em c orno c ausa o c on -F1 i t o d i st r i but i vo .
Neste caso, os salários reais em todos os setores da economia seriam
constantes. A existência desse equilíbrio mostra também que um pro
cesso cie con-flito distributivo não e incompatível com a presença de
n-Fiação inercial , ou seja, com taxa de in-Flação constante. Este
mesmo resultado, em um contexto bem di-Ferente, já tinha sido obtido
por Amaoeo e Camargo (1989).
No caso em que o governo resolva não contribuir para o
próprio
governo,
na
medida
do
possível,
proibir
o repasse
dos
cons
tantes aumentos oe salários aos preços dos produtos no setor
oligo-poíizaoo. Aliás, prática esta que tem siao constantemente utilizada
pelo governo brasileiro através do C.I.P ( Conselho Interministeriai
oe Preços). Em vista desta alternativa, restariam aos empresários
somente duas opções: ou conceaer aumentos de salários diminuindo,
assim, suas margens ae lucros ou não permiti-los. Com relação à pri
meira, -Pica evidente que ela não seria um equilíbrio de longo prazo,
pois alcançarse-ia um momento em que as empresas a partir dai só
teriam prejuízos. Quanto à segunaa, os sindicatos poderiam decretar
greves gerais que além ae possíveis mstab i1 idades sociais e políti
cas causariam sérios aanos para a economia do país. Naturalmente,
Que as conaições no mercado de trabalho serveriam de freio para es
tas reivindicações salariais pois, quanto maior o desemprego menor
o pooer ae barganha deles.
Em vista ao exposto acima, parece evidente que a solução
seria o governo aaotar políticas ótimas de demanda agregaoa que eli
minassem a infiação.Quaís ? Isto será assunto do capítulo 4.
No entanto, em aaição as medidas de demanda agregada, o
comaate a formação dos oligopólios seria sem duvidas uma outra medi
ca oue auxiliaria o governo no combate a infiação.Mas,par a isso, te
34.
economia oe mercado.Logo,em uma economia -fechada como a nossa, uma
primeira providência para o sucesso deste objetivo seria a decreta
ção da aoertura ao comércio exterior. Uma segunda, seria o governo
manter um rígiao controle sobre os preços no setor oi igopolizado na
tentativa oe se evitar que as empresas repassem à estes os aumentos
abusivos oe salários. Com isso, o poder dos oligopólios ficariam
re-üuziaos e as empresas brasileiras para sobreviverem a concorrência
externa teriam, nescessariamnete, que aumentar suas proautivtdades.
Porém, medidas como estas não alcançam os objetivos
;mais sem demandar um longo intervalo de tempo. Al iado a isso, é
ce conhecimento de toaos c,ue toao progama de combate a inflação nes
cessar iamente provoca uma recessão temporária.Assim sendo, simulta
neamente ao emprego aestas meaiaas, políticas de pacto social deve
riam ser tentadas para minimizar os custos para a sociedaoes. Nestas
condições, trabalhadores, empresários e governo teriam que se sen
tar à mesa para negociar os seguintes pontos:
i) a formulação e condução de políticas econômicas pelo governo que
cue nâo m-Flacione a economia.
m) a compreensão dos sindicatos nos setores oiigopolizados no sen
ti ao ae cue façam menores pressões em suas reivindicações sala
ii> a aceitação por parte dos empresários ao setor oiigopolisado
oa diminuição de suas margens de lucros ou,no mínimo, em
mante-1 as c onst an t es.
iv) a participação de toaos trabalhadores no lucros das empresas
No entanto, algumas pré-cond i ções se -fazem necessárias pa
ra o seu sucesso. Primeiramente, seria ideal que na negociação os
trabalhadores -fossem representados por um único sindicato que cen
tralizasse as reivindicações de todos os trabalhadores com o, mesmo,
aevenoo tamoém ocorrer com a classe empresar i ai .A-f i na 1 , mostrou-se
neste capítulo que quanto mais centralizados os sindicatos menores
os n'veis de inf1ação.
Por ultimo, estabelecido a política econômica para o
com-üate oa m-laçào, o governo não poaeria se desviar das metas acorda
-oa::. no progama pois, ao contrário, ter-se-ia novamente inflação e
conseqüentemente o fracasso ao pacto social.
0 sucesso ao conjunto de medidas expostas acima eliminaria
ee vez com o proolema da transferência de renda dos trabalhadores do
setor competitivo para aqueles ao setor oiigopolizaao na economia
Drasileira.Finaimente,as medidas apresentadas parecem ser um solução
36,
CAPITULO II
2.1 - INTRÜDUÇAÜ
Apre-sentaiias as conclusões ao modelo teórico no capí
tulo I, ver i-Fica-se agora se a evidência empírica corrobora a prin
cipal conclusão ao modelo : a transferência de renda dos
trabalha-aoreL ao setor competitivo para os do setor oiigopolisado.
Com este intuito, levou-se em conta quatro grandes
setores ca economia orasileira considerados fortemente
oiigopoliza-üo-, oncie, a organização e o poaer de barganha de seus respectivos
sinoicatos de traoalhaaores são hoje, reconhecidamente, bem maiores
go tije em relação ao restante da economia. Este setores são: o side
rúrgico ac;ui mcluíao os met ar lúrg i cos, o aeronáutico, o petroquí
mico e ,por último, o setor de fertilizantes.
üs daaos amostrais compõem-se de séries de índices de
salários nominais aos setores acima calculaaos pela FIESP,
conside-ranoo o período ae 04/04/86 a 01/01/89 com base em riAR/8ó=10@. Es
tes inoices, são aefinidos pela razão entre os totais aa folha de
..aiarios nominais e o ae pessoal ocupaao.
0 intervalo amostrai considerado para estas séries
just i-fica-se pelo fato ae c,ue no moaelo, os salários reais no setor
oligoiíoi izaoo cresce com a taxa ae inflação, rias como os salários
38.
i~>or levar em consideração um intervalo de tempo em que os períodos
üc in Fiação crescente -fosse o maior possível. Dado, assim mesmo, a
existência cie alguns períodos com a inflação decrescente, criou-se
uma variável " Dummy " que assume valor 1 (um) em períodos de in
alação crescente e <ò (zero) em caso contrário.
Quanto ao o índice de preço utilizado para cálculo da
taxa oe in-Fiação, escolheu-se o IGP - Dl editado e publicado pela
.'-"unoação Getúíio Vargas d o Rio de Janeiro.
Ü MODELO ECONOMETRICO
Na seção 1.3 do capítulo I encontrou-se que os
salá-r * cm: reais de equilíbrio dos trabalhadores de uma determinada clas
se uo setor oiigopolizaao e ao setor competitivo eram dados, res
pectivamente, de açoroo com a expressão (1.32), por :
wíx t " c t ~ ( a if/t i " 1 , 2 , 3
Wyt - c,t - const
o i-esnno setor oiigopolizado da economia. Subtraindo da primeira
expressão acima a segunda , encontra-se :
w . _ w . :-: (1 + ay/ba )7T - const
a 11 vt i t
Oefasanao-se esta última equação ae um período e
sub-trainao o resultado dela mesma para o período t, obtém-se :
(wait - wait_1) - (w^t - ^íf-l) ~ (1 + ar/ba()(Ft - nt.-i>
Oesae que, a política ao governo é reajustar os salá
rios nominais aos trabalhaaores do setor competitivo com base na
iivFlação ao período passaao, isto é :
te-m-se, suo st i t u i na o esta lei salarial na equação logo acima que
onde ?i - (l + ay/ba, ) e &7 ~ -<aif/ba, ) com 6j > Q , 82 < ©
C" = 1 H -2 - i .
40.
equação na -forma
wout - wait-i == eo + ert + e2nt_1 + ut <2.i>
onac ut NAQíct^), e as hipóteses estatísticas abaixo se confirmarem
8o ~ <ò
61 > 1
62 < <è
poaer-se-á concluir, Daseaao nos dados amostrais, que a evidência
empírica confirma a principal conclusão do modelo: os salários re~
aic ao setor oiigopolizado crescem com a inflação enquanto que os
oo setor competitivo caem havenao, assim, transferência ae renda
aos traoalhaaores ao setor competitivo para aqueles ao setor
oli-l a a economia.
2.3 - EVIDENCIA EMPÍRICA
Para os setores Sioerúrgico, Aeroviário, Petroquímico
e ae Fertilizante consíoeraaos oiigopolizaaos, estimou-se com
ordinários. A variável dependente em cada setor, nestas equações, é
a diferença em logaritmo entre o salário nominal do período t e
t-i. As variáveis explicativas ~^ e Ht._1 são substituídas respecti
vamente Por Tt + 3. G t"^sto se explica pela metodologia do cálculo
ao lül- - Dl pois a m Fiação, no período t, é calculada tomando-se a
variação média aos índices entre o período t e t-l refletindo assim
,na realiaaae, a in-flaçào ao período t-l e não a do período t.
Introauziu-se, também, por razões já apresentadas na
introdução oeste capítulo uma variável explicativa " Dumma ",
deno-mtnaaa ae 02, Que assume valor 1 (um) nos períodos em que a infla
ção cresce e <2> (zero) em caso contrário.
Assim senão, a Forma -Funcional da equação (2.Í) a ser
estimada passa a ser:
w a 11 ~ w ait-1 - 8 o + 6,7!... * t +1 + 6 z"t r:. + G 3 D2 + u,. t (^\c.c/ ->)
onde, a, ~- s, a, p, t representa respectivamente os setores side
rúrgico, aerov i ár i o , petroquímico e de -Fertilizante.
A estatística utilizada para testar as hipóteses dos
sinais cios parâmetros õo, b1 e 62 é a usual estatística T de Stu~
42.
maneira imponao-se a restrição t2 - 1 - c-1 na equação (2.2),
tem-se «ue ela poae ser ecr ita como :
(Vt
- "a.t-l*
"t
= eo
+ e»(rt
+ i ~ V
+ 63D2
ut
<2.3)
Estimase, então , a equação (2.3) e calcula-se a soma de
cuaoraaos oe resíauos deste modelo denominanao este resultado de
SQRR (som? de cjuaaraaos aos resíauos quanao se impõe a restrição
92 - 1 - 9j !. A estatística ao teste será. aefinida por :
(SQRR - SQR)/r
(2.4)
SQR/(n - k - i)
onoe n, k ., SQR e r são, respectivamente, o número de observações, o
número oe regressores, a soma ae quadraaos de resíduos e o número ae
restrições soore os parâmetros ao moaelo (2.2). Esta estatística tem
<j í str i du i ção F ae Gneaocor com r graus de liberdade do numeraaor e
(n - k - l " no aenom i naaor .
As variáveis na equação (2.2) são definidas por :
Wa>t
- Wai--1
"
ln(Wait>
"
^^ait-l*
«,
= s, a,
P,
f onde
Wa,
t
representa o inüice ae salário nominal ae cada setor a, no
In(IG^t )
Tt+i v ln(IGPt+1> - ln(IGPt)
1, nos períodos de inflação crescente
<ò, " ' ' decrescente
Nos quatros setores analisados, primeiramente estimou-se o
mooeio na forma da equação (2.2) pelo método de mínimos quadrados
ordinários. Deste modo, poae-se concluir dos quadros de números 1 a
ió, através aas estatísticas T, que as hipóteses soore os parâmetros
"o, ?j e 92 se conFirmam.Ou seja, a constante 6O, de fato, deveria
ser estatisticamente não signifícante pois na ausência de inflação,
a menos aos aumentos por produtividade, a taxa de crescimento dos
salários nominais aever iam ser igual a zero.
A confirmação estatística das hipóteses 6i >í e 62 >0 re
forçara eivip 1 r 1 cament e, a principal conclusão do modelo : a ae que os
salários reais nos setores oi 1gopolizaaos estudados crescem com a
taxa oc inflação ocorrendo exatamente o contrário no setor compe
titivo. Aliás , anal 1sando-se os sinais e valores oos parâmetros 6j
e '-7 na ecuaçâo (2.1) chega-se a seguinte interpretação : os
44.
reais oevioo a inflação, conseguem recuperar esta perda no período
s(?(.!u intc ac ic tonando aos salários ao per íoao anterior a inflação
oeste períoao mais o diferencial de inflação entre os períodos cor
rente e passaao. Note que 6.. ~ (1 + bf/aa,) enquanto 62 - -(btf/ac*t).
A significânc i a oa variável Dummy 152 nestas regressões,
inoica que a definição ao intervalo amostrai apresentando o maior
número ae períodos com inflação crescente , é relevante para expli
car o crescimento aos salários reais aos trabalhadores do setor
oli-gopolizaeo em épocas ae inflação ascendente.
A não significância oa constante fc0, como era ae se espe
rar, Fez com c,ij.e se estimasse as regressões sem este parâmetro. As
conclusões e os testes ae hipóteses feitos anteriormente ainda per
manecem vali aos a menos, agora, aa não significância da variável
Ou mm;* £2. veja os t.uaaros a a seção (2.4).
As estatísticas ae Duram - toatson em todas as regressões
parecem incicar a existência ae autocorrei ações de primeira ordem.
:Livi vista c sso, tentou-se contornar o problema estimando aquelas
reyre-iSüLL através o o mètoao exato de má;< i ma-veross i mel hança com
a n > pót e.t °e í:i1'- os resíduos apresentassem correlações de ordem um.
£stes re-su 11 ac:>os se- encontram dispostos nos ciuaaros da seção (2.4).
Üuserve, nestas regressões, que as estimativas aos parâme
var iaoi1 ia aoes com relação as estimativas anteriores. Conseqüente
mente, o mesmo acontecenao com as estatístícas T. Além ao mais,
ve-ri-fica-se em toaas elas, que os valores aas estatísticas ae Durbin
-ulatson apresentam valores maiores ao que em relação as primeiras
in-üicanao, assim, uma melhora no problema ae autocorrelação de ordem
um. Nestes termos, a análise e as conclusões obtidas das estimativas
ca equação (2.2), pelo métoao ae mínimos quaarados, não ficam
inva-iloaoao em vista oa possível presença ae autocorrelação ae primeira
or o.em nos r es 'auos .
üs quaaros ae números 17 a 24 apresentam para toaos os se
tores , as estimativas aas equações ao modelo (2.3) pelo metoao de
m'rumos quaaraaos orainários. Estes modelos servem de base para tes
tar a hipótese ae que t ± + i2 :~ i .Calculando-se, então, a estatística
i: pela e;<::-*"essâo (2.4) aec lae-se pela aceitação desta hipótese em
toaos os casos.
Assim senão, toaas as eviaências acima parecem comprovar a
tese ae oue- existe, na real laaoe, uma peversa transferência de renas
üos t r aoa i-laaor es ao setor competitivo para aqueles ao setor
siae-rúr g i co , aerov i ár i o , pet roqu ím i co e de fertilizante cons i deraoos for
temente oi gopolizaoos na economia brasileira. A conclusão final que
se tira cesta eviaência é que, ao continuar esta situação,o problema
46.
oc o istr iDuiçâo üe renaa em nosso país tenderá a se agravar ainda
ma i <:, aumentando, assim, a granae dívida social existente hoje no
.4 - OS MODELOS ESTIMADOS
''ara caca um aos setores s i derúrg i co , pet roqu ím i co , aerov i
-ár i o e üe -fert Ti izante apresenta-se agora as regressões,na forma da
equação (2.2), com o termo constante e sem ele ut i1 izando -se o
meto-co oe ivi n i mos cuaoraaos ora i nár i os e o métoao exato ae máxima ver
os-Gimeihança. Os valores entre parênteses sem asteriscos e com eles
no::> quacros a seguir são,respect i vamente, os desvios padrões dos pa
râmetros e suas estatísticas T ae Stuaent.
SETOR SIDERÚRGICO
QUADROl
MÉTODO
!J'í;1
fiírvI~ÜS
QUADRADOS
ORDINÁRIOS
wst-l := ®-53 - 0.75D2 - l6.49Ht + Í6.63rt + i
<O.3l) <O. 34) (2.O<í) (2.23)
<1.6O)* (-2.2O)* (~7.89)* (7.46)*
-D \i f\ 0. O . ..) / i4
QUADRO 2
r
MÉTODO EXATO DE MÁXIMA VERQSSIMELHANCA - AR(1)
Wst
" wst-l
:=:
®-26
~
«-52D2
-
15.55nt
+
l5.77Tlt.fi
(0.40) (0.35) (2.12) (2.05)
(O.**)* (-1.5O)* (-7.3E)* (7.47)*
_ SQR ~ 12.0213
R2
- 0.72
R2
= 0.69
DU
= 1.4©
F ( 4 , 29
) = 1? . 09
QUADRO
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
wst
" wst-i
:=
- «-34D2
-
15.64TTt
+
I6.6int.fí
(O.23) (2.O7) (2.28)
(-1.47)* (~7.75)* (7.27)*
_ SQR =- 14.7314
R2
^ 0.66
R2
~ 0.64
DW
^ 1.01
F(2,31)
= 30.46
QUADRO 4
ttUTQDQ EXATO DE MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR(1)
" Wst-1 :^ ~ 0-41D2 - 14.76~t + i5.75nt + i
(O.3O) (1.97) (1.96)
(-1.39)* (-7.47)* (7.94)*
_ SQR = 12.1113
48,
SETOR PETROQUÍMICO
QUADRO
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
Wpt " *Pt-i = 0-55 ~ 0.80132 - 16.44nt + 16.63nt+i \
(0.32) (0.33) (2.02) (2.15) j
(1.72)* (-2.4O)* (-814)* (7.73)* I
_
SQR
í2.6698
j
R2
= 0.70
R2
-- <ò.67
DW
-
1.26
F (3,
30)
= 23.73
I
QUADRO 6
wpt- _ w
p = 0.7 ME t-3 TODO E
! = 0
(o
(o
R2
XATO
.30
. 37 )
.81) ~ 0 'ÕE MAX 0. (o (-SQR ~ .69 IMA 57D2 .34)
í . **
11 . DW = VEROSS ( )* ( 6408 1 .41 IME
2 . O
~7 . LHANC 4 ) 91)* F(4 A -+ ,29 1 ( ( ) AR 2 . 8 . = (1 ) i | 03 ) 0*)* 19.36 QUADRO 7
-1 1
7-METODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
wpt-l ''- - 0-37D2 - I5.56f!t + I6. |
(. 0.23) (2.01) (2.22) '
(-1.Í3)*
(~7.7*)*
(7.48)*
!
SQR = 13.9231 !
2 =
0.Ó7
R2
= 0.65
DW
= 1.04
F(2,31>
= 32.07
{
QUADRO 8
MÉTODO EXATO D\í MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR ( i )
w _ w
R2 =
- 0.42D2 - 15.3?nt
(0.29) (1.93)
(-1.4BÍ* (-7.99)*
_ SQR = 1 1.7926
R2 " «.70 OW := 1.36
(1 .97)
(8.35)*
F<3.30) := 26.24
SETOR AEROVIAR1O
QUADRO 9
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
at _ w at-i 0.56
(0.33)
(i.ís!
=: 0.67
0.84D2 - 17.03Ht + 17.39nt+í
(0.35) (2.10) (2.24)
(-2.44)* (-8.1O)* (7.7*)*
SQR = 13.7334
DW =1.20 F(3,30) = 23.66
QUADRO 10
MÉTODO EXATO DE MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR(1 >
w _ w
at-l
. .
-0.34
( o . 4 o )
(O .SE ) '
R-- ~ 0.70
0.66D2
< o.35 )
(-1.67)* 16.i5nt (2.11) (-7.62)* (2.os) (7.97)
50,
QUADRO 11
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
wat " wat-l :r ~ ©-41D2 + 16.i3üt + 17.37Tit + i
(0.24) (2.09) (2.31)
(-172)* (-7.7 1)* (7.53)*
_ SQR = 15.032?
R2
= 0.67
R2
- 0.65
PU)
=
1.04
F(2,3i)
= 32.17
í
QUADRO 12
MÉTODO EXATO DE MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR(1) j
i
at ~ at-1 :" ~ 0-52D2 - 1b. Í7T]^_ + l6.60Ht.fi
(c. 3 o) (2.00) (2.01) ;
(-1.73)* (-7.58)* (8.24)* S
_
SQR
= 12.5004
|
í2
=
0.73
R2
= 0.70
DW
=
1.53
F(3,30)
= 26.98
j
SETOR FERTILIZANTE
QUADRO 13
MÉTODO DE MÍNIMOS QAUDRADOS ORDINÁRIOS
- wft-í
0.57
= 0.
( 0 . < 1 .
R w" 7 4 -. Zi Sr ) 1)* 0. - 0 ( ( SQR .83D2 0.47)
-1 . 71>
= 25 DU - 17 (2 )* <-.7354 = 1.07 .?9Ü<: .88 )
A .25 )
QUADRO 14
MÉTODO EXATO DE MÁXIMA VEROSSIMELHANÇA - AR ( i )
- w
rt-iR'- = 0.68
- 0.03 - 0.33D2
-(O.78) (O.42)
(-O.O4)* ("O.76)* (-3.93>°
_ SQR ~ 19.4144
R2 = 0.63 DW = 1.29 F(4,29> = 15.20
13.15nt + 11.65nt+í j
(3 .3& ) ( 2 .Al ) j
(4.47>* !
QUADRO 15
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
wn
- wft-i
=
R2
=
0.53
- 0.26D2
-(0.32)
(-0.82)*
SQR
R2
~ 0.50
16. (2. (-5 := 27. DW = 82T7t + BB ) .89)* 9490 0.92 16.51 (3.14
( 5 . 2£
F(2 ) ) i t # 3 + í 1 ) i = 17.83 ME
w.rt -
w+'t-?>'- ~ 0.68
TODO a. EXATO - 0.3 (0. (-0 R-~ 0. QUADRO DE MÁXIMA
3D2 - i
40) (
.82)* (
SQR == 19
64 DW 16 VER 3 .25 2.82 OSSIMELHANÇA -n, + ) -4.7O)* .425 \ 8 2 9 1 ( ( 1 2 4 F .66nt .47) .72)* (3,30 + ) AR 1 (1 ) 20 .94 i j i s i i i j
Os quadros a seguir, apresentam as equações estimadas na
Forma a a ecuação (2.3) para aqueles setores. Estas regressões são as
mesmas oos casos anteriores imponao-se a restrição de que 6£ := í-&1.
52.
ae-Tiniaa. pela expressão (2.4) e, assim, testar a hipótese de que
9j + 62 ~ 1 .Esta estatística e a soma ae quadrados de resíduos des
tas regressões se encontram cispostas em cada quadro a seguir.
SETOR SIDERÚRGICO
QUADRO 17
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
st - wst.~
3 'i
í> - ; t ~
SQRR X (i 1 45 49 3. )* 7432 <ò. [-2 tíOÜ .43 )
F ( 1
+ ,30 1/. (8. ) -IV SB 0 ) * 38
i-í - nt )í
QUADRO 18
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
(Wst
~ Wst-i)
~ ~t
(-2.7E)* (8.24)*
SQRR =
Ç. ç - '
14 .7318
r (1 "lo ^
i
SETOR PETROQUÍMICO
QUADRO 19
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
t-iJ " rt = >-48 ~ 0.85D2 + I7.i6(
(1.43)* (-2.65)* (8.84)
SQRR - í2.8204
QUADRO 20
MÉTODO
DE
MÍNIMOS
QUADRADOS
ORDINÁRIOS
Pt - wpt-i> - nt « - 0.3<sd2 + ió.57(nt+i - nt)
(-2.94)* (8.47)*
SQRR
=
13.9237
j
hq et -f eg = i 1 Fd,3í) = ceei ;
SETOR AERGVIARIO
QUADRO 21
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
i
(W3.t
- wat-l>
~ nt
-
0.50
-
0.88D2
+
17.81
<TTt
+ i " "t
(1.65)* (-2.66)* (8.83)*
j SQRR = 13.8270
54,
QUADRO 22
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
- wat~l> " ~t ^ - «'-37D2 + i7.19(nt +
<-2.9O>* (8.45)*
SQRR = 15.0475
t-,Q et +eg = 1 1 F<1,30) = 0.03J
SETOR FERTILIZANTE
QUADRO 23
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS \
r
+.t
_ wft_1)
._ -t
-
e.52
-
0.98D2
+
Í8.í4<nt
+ Í - üt ) i
(1.22)*
(-2.11)*
(4.12)*
j
SQRR := 27.1082 j
Ho 8A + 82 = 1 y F(í ,30) = 1.60J
QUADRO 24
MÉTODO DE MÍNIMOS QUADRADOS ORDINÁRIOS
~ 0.45D2 + 17.50(nt +
(-1.58)* (4.23)*
SQRR
r
~ 28 .4011