UN¡VERSIDADE
DE
SAO
PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
TECTÔNrCA
E
SEDTMENTAçÃO
DO
EDIACARANO
AO ORDOVICIANO: EXEMPLOS
DO
SUPERGRUPO
GAMAOUA (RS)
E
DO
GRUPO CAACUPÉ
(PARAGUAI ORIENTAL)
DEDALUS-Acervo-IGC
1ililtililililrililuilililuililtiltililtilililtilililll1
30900025670
Renato
Paes de
Almeida
Orientador:
Prof.
f)r.
Antonio Romalino
Santos Fragoso
CesarTESE DE
DOUTORAMENTO
Programa
de
Pós-Graduação
em Geologia
Sedimentar
TEGTONTCA E
SEDTMENTAçÃO DO
EDTACARANO
AO
oRDOVTGTANO:
EXEMPLOS
DO
SUPERGRUPO
CAMAQUÃ (RS)
E
DO
GRUPO
CAACUPÉ
(PARAGUAT ORTENTAL)
UNIVERSIDADE
DE
SÃO
PAULO
rNsTrruro
DE
cEocr
Êtrrcrns
Orientador: Prof.
Dr.
Antonio Romalino Santos Fragoso Cesar
RENATO PAES
DE
ALMEIDA
Presidente: Examinadores:
TESE
DE
DOUTORAMENTO
COMISSÃO ¡UI-CADORA
Nome
Prof.
Dr.
Alexandre UhleinProf.
Dr.
Claudio RiccominiDr.
Edison José MilaniProf.
Dr.
Mario Luis AssineAssinatura
SÃO
PAULO
E
evol¡ção geológica
do
sudeste claAmérica
do Sul
do
Ecliacarano aoOldoviciano
émarcada
pclo
clesenvolvimento clc bacias seclimentares que registt'am os eventos geológicos do chamadoEstádio
de
Transição
entre
o
metamorfismo
e
intensa deformação
da
OrogeniaBrasiliana
e a
relativa
estabilidade tectônica
da
sedimentaçãoûleso
e
neopaleozóica das sinóclises cratônicas.A
presentetese
aborclao
registro
cle eventos tectônicos
preseruadonas
suoessões sedirnentaresdo
Estádio de
Transição, corno
objetivo de
testare
complementaros
tnodelosgeológicos,
abundantes
na
bibliogfafia,
derivados
clo
estudo
de
rochas plutônicas
emetamór.ficas neoproterozóicas
do
sudesteda América
do Sul. Os
estudos apresentados têmco¡ro
objetoso
Supergrupo Camaquã (Ediacarano a Eocambriauo, porção centrosul
do estadoclo Rio Grancle do Sul) e o Grupo Caacupé (Neo-orcloviciano, ParagÙai Oriental), tomados cotno exernplo clo registro sedimentar do intervalo entre o Ediacarano e o Neo-Ordoviciano.
O reconhecimento dos eventos tectônicos relacionados à fbrmação e deformação dessas bacias e a caracterização clos padrões de resposta
setlilentar
a esses eventos bascaram-se em cliversas abor.dagens e técnicas, principalmente levantamentos estratigráficos de detalhe, análisecle fácies
sedimentares
e
elementos arquiteturais,
mapeamento
geológico, análise
clepaleocorrentes, análise de proveniência macro e microscópica, análises geocronológicas, análise de estruturas tectônicas rupteis e reconstituição cle paleocampos cle tensão'
o
Grupo Santa Bárbara (Neo-Ecliacarano, Supergrupo camaquã) apresenta, em suaárea-tipo,
ciclos
de
variação
granulornétrica
de
dezenasa
centenasde
metros
de
espessura, clecorentes de variações na proporção de depósitos cle planícies c1e inundação distais e depósitosde
correntes tr.ativ¿rsem
sistemasfluviais
efêmeros.
O
reconhecimento
da
influôncia
do soerguimento cle um alto do ernbasamento durante a deposição da unidacle, separando duassub-bacias, baseou-se em trabalhos cle mapeamento geológtco
e
foi
documentadopor
análises deproveniência
lnacro
e
microscópica
e
anállse
de
paleocorrentes.A
identificação
do
nível estratigráfico relacionadoao
início
clacontribuição detrítica
do
Alto
de
Caçapavado
Sul
na seclimentaçãodo
Gmpo
Santa Bárbarapermitiu a
comparaçãocom
as variaçõesvefiicais
de fácies e sistemas cleposicionais documentadasen
seções estratigráficas de <letalhe. Constatou-se, clestaforma, que
o
evento de
reativação cìafalha, de
caráter predominantemente notmal, relacionada ao soerguimento do alto não coincide com um aumento imediato na taxa de geração cle espaço cle acomoclação, comoprevisto
pelos modelos vigentes,e sim
comum
aumento de gramrlação dentro cleulna
sucessão de clepósitos clerios
efômeros arenosos. Essa constataçãorevela que caracteríSticas pafticulares cle
um
evento tectônico,no
casoo
soerguimento de umI
alto ínterno à bacia, poclern
modilìcar
o padrão cle resposta seclimentat', com a possibiliclacle devariações
das
taxas
de
subsidência
e
aportc
seclimentarem
difèrentes
áreasda bacia
eur cliferentesternpos-Levantamentos estratigráficos
acompanhados
por
intelpretações
clos
sistemas deposicionais e considerações sobre os oontroles tectônicos e olimáticos nos padrões de variaçãovertical
f'oram
realizaclosna
unidaclesuperior
do
Supergrupo
Camaquã, designada Grupo Gnaritas, aqr"ri dataclo no Eocambriano (535,2+1,1Ma,
Ar-Ar
srap heating em subvulcânica rasac¡ue afèta a unidade, rocha
total),
levando a nma revisão da coluna estratigráfica da unjclade e amodelos ¿e resposta sedimentar a eventos de reativação de altos adjacentes à bacia, sobt'epostos por oscilações climáticas.
A
unidade é dominadapor
sistemasfluviais
efêmeros, comciclos
de variação na proporção entre clepósitos de planícies distais e depósitos areno-conglomeráticos clecorrentes trativas qtÌe ooorreur em várias esoalas, contanclo ainda com a presença de expressivos depósitos
eólicos.
A
distinção entre
ciclos
cleorigem
autogênicae
alogênica baseou-se em estudos de elementos arqniteturais,perfil
de eletrorresistiviclacle de alta resolugão, corelaçõesentre
seções
colunares
de
detalhe
e
reconhecimento
cle snperfícies
estratigráficas
com signifìcadocronológico,
identificanclo-se como autogênicos osciclos
relacionados à migração lateral de sistemas deposicionais e como alogênicos aqueles correlacionáveis em escala bacinale
vinculados
a
superfícies
estratigráficasmaiores.
É
proposto
un
modelo tectônico para
acicliciclacle alogênica dos clepósitos
fluviais,
relacionado a variações nas taxasde
subsidênciae¡r
firnção
cle eventosde
reativaçãodas falhas de borda. Já
a
alociclicida<le relacionada aintercalações
entre
ciepósitosfluviais e
eólicos
é
interpretadacomo
decorrentede
oscilações climáticas.Uma origem
{econente
de esforços tectônicos distension¿is para a Bacia clo Camaquã éclocumentacla
por
análisesde
proveniênciade
clepósitosproximais
do Grupo
Santa Bárbara (Neo-Ediacarano) em sua área,tipo, quelevelam
a ausêncìa de deslocatnento lateral expressivo na falha de alto ângÙlo quedelimitou
a borda ativa da bacia, considerada como transcorrente em trabalhos anter.iores. Essa caracterizaçãoé
confirmadapor
análises cle paleocampos de tensão realizadas separaclamente em cadaintervalo
estratigráflcodo
Supelgrupo Camaquã e unidacles posteriores, que revelam eventos distensionais de direçãoNE-SW
e SW-NE dttrante a formação da baciae
eventos causadoresdc
transcomência apcrlas clurante a deformação das sucessõcs.Cor¡o
tais eventos distensionais prececlem as def'ormações transcotrentes, reconhecidas também no embasamento e granitos de áreas adjacentes à bacia, o supostovínculo
entre a movimentaçãode
zonas cle cisalharnentoe a
origem da bacia,
em
contextos pós-orogênicos,é
descartada. Propõe-seq¡e
aorigem
cia Bacia do Camaquã está relacionada aum
grande sistema de baciasdistensionais posteriores ao rnetamorfismo da Orogenia Brasiliana e sem relação direta com os
processos orogenlcos
A
hipótesevigente
de quc oGmpo
Caacupé (Neo-Orcloviciano, Paraguai Oriental) teria sido fonnado em ull.ìa bacia distensional ou transtrativatnotivou
uma análise comparativa con.ros
depósitos
cìo
Supergrupo Camaquã.
Análises
de
fácies,
sisternas
deposicionnis, paleocorrentes,proveniôncia
macroscópioae
icuofósseis realizadasno Grupo
Caacupé (Neo-Ordoviciano, ParaguaiOriental)
caracterizam sistemas deposicionaisfluviais
conglomeráticos distais sobrepostospor
sistemas costeìros dominadospor
marés.Näo foram
reconhecidas, nos depósitosaluviais,
características qùe possamlevar
a uma interpretação cle sisterna cle leques aluviais, não havencìo evidências de campo que suportema
sr.rposiçãode
escarpas tectônicas proximaislirnitando
a bacia. Sugere-se qì,¡e a uniclade depositou-se em uma bacia arnpla, com conexão marinha a oeste, representativ¿r da primeira fàse sinéclise cla Bacia do Paraná.Desta forma, propõe-se que o
intervalo
entre o Eooarnbriano e Neo-Ordoviciano marque o frm dos processos distensionais registrados nas bacias da ProvínciaMantiqueira
e oinício
dosciclos de
subsidência clotipo
sinéclise, sendoo primeiro
aflorante na
borcla oeste cla bacia.Assirn,
os
processosdo
Estádio
de
Transição,
consideradoscomo
cambro-ordovicianos na propostaoriginal
(Almeida
1969), não ultrapassam o Mesocambriano, eo controle
da margem proto-andinanos
ciclos de
subsidênciade
grandes áreasno
paleozóico
inicia-sejá
no
Neo-Ordoviciano.A
possibilidade de relação entre a distensão lbrmadora do Grupo Guaritas e a origcm claBacia
do
Paranáé
improvável
deviclo
à
iclade eocambriana clessegrupo
e
à
ausência de depósitos daBacia do
Paraná anteriores ao Permiano sobre a rmidade,no
Rio
Grandedo
Sul, implicando ern um adiamento de cerca de 240 milhões de anos da fase de subsidêncla termal em rclação à de subsidência lectônica.The geological
evolution of
southeastern South Ame¡ica lì'om Ediacaran to Ordovician is characterizecl by the development of sedimentary basins that register the geological eventsof
theso called Transitional
Stage between
the
metamorphistn
and
intense
defonnation
of
the Brasiliano Ologeny and the tectonicstability of
theMiddle
to Late Paleozoic cratonic basins.The
present
thesis
f'ocus
on the
seclimentaryrecord
of
the tectonic
events
of
theTransitional
Stage,aiming
to
test and clevelop the geological models based on the studyof
the neoproterozoic metamorphic andplutonic
rocksof
the same region.The
objectsof
the present study are the Camaquã Supergroup (Ediacaranto Early
Cambrian, south-central regionof
Rio Grandedo
Sul
State, Southern
Brazil)
anclthe
CaacupéGroup (Late
Orclovician,
Eastern Paraguay), considered as examplesof
the
sedimentary recordof
eastem SouthArne|ica
from Ediacaran to Lale Orclovician.Several methods
and
approacheswere
usedin
the recognition
of
the
tectonic
events responsiblefor
theorigin
and posterior deformationof
these basins, andin
the characterizationof
the
pattemsof
sedimentary fesponseto
tectonic
activity.
Theseincluded
measurementof
detailed stratigrapl.ric sections, facies and architectural elements analyses, geological mapping,paleocugent anatysis, macroscopic
and
microscopic
provenance analyses, geochronologicalanalysis, analysis of
brittle
tectonic structures and reconstitution of paleostress fields.The
Santa
Bárbara Group (Late
Ediacaran, Camaquã Supergroup)
shows tens
tohundreds of meters
thick
cyclesof
grain-size variation due to varied preservationof
distalflood-plain
and
stream-dominated depositsof
ephemeralriver
systems.The
uplift of
a
basementhighland
cluringthe
deposition
of
the
unit
cameto
separàtetwo
isolated
sub-basins, asfirst
suggestod
by
geological mapping
of
depositional
systemsand later
characterized through provenance and paleocurrent analysis. The recognitionof
the stratigraphiclevel
that records thefirst
detritalcontribution of
theuplifted
highland enabled the interpretationof
the vertical facies changes recordedin
the stratigraphic sectionsin
termsof
tectonic controls.It
was observecl that thereis no
correlation
of
the
tectonic reactivation
responsiblefor
the
uplift o{'the
internalhighland
with
an event
of
increaseddepositional
space,as
predicteclby
many
theoretical moclels,but
insteadwith
grain-size coarseningof
a sandy ephemeral stream succession. Thisresult reveals
that
particularities
in
the history
of
reactivation,
in
this
casethe
uplift
of
ahighlancl
internal
to the basin, mayimply in
a diverse stratigraphic response than the predicteclflooding
surfàce, maybe clueto
different
subsiclence and sedimentation ratesin
clifferent basin areas.Stratigraphic analysis
of
the
GuaritasGroup
(here datedin
535,2+l,l Ma,
whole-rockAr-Ar
slep herúing methodin
a sampleof
shallow sub-volcanicrock
that cuts through the unit) were unclertakenaiming
thereconstitution of
depositional envitonments and therecognition
of
the tectonic anclclirnatic controls
on the sedimentation.'fhe
resultsinclude
therevision
of
the stratigraphiccolumn
of
thegroup
and the developmentof
moclelsof
sedimentary response to tectonic reactivation events anduptift
of basin-margin highlands, snperposed toclimatic
change. The Guaritas Group is composedof
fluvial
stream ephemeral deposits showing cyclesof
grain-sizevariation
causeclby
lateralmiglation
of
distalflood-plain
dominatecl deposits ancl sandy topebbly
proxi¡ral
stream deposits,
also
tnclucling
thick
sucoessionsof
aeolian deposits A
clistinction betweenallogenic
ancl autogenic cycles was based on architectural element analysis,high-resolution elcctro-resistivity
pseudo-section,correlation among detailed
stratigraphic sections and recognitionof
major bouncling stratigraphic surfaces. Thus, cycles related to lateral migrationof
depositional systems were iclentified as autogenic ancl those relatecl to basin-scaleboundrng surfaces
we¡e
considered
as
allogenic.
A
moclel
of
tectonic control
(through subsidence rates) on the generationof alluvial
allogenic cycles is proposed. The aeolian-alluvial allogenic cycles at'e interpreted asclirnatically
controlledAn
extensionalorigin
for
the Camaquã Basinis
interpretedfrom
provenance analysisof
the Santa BárbaraGroup,
which
reveals the absenceof
lateral migration
of alluvial
fanswith
respect
to
their
sources.
Paleostressreconstitution
of
btittle
tectonic
structures
of
e¿rchstratigraphic
unit
of
the
CamaquãBasin and
younger deposits
of
the region confirm
this hypothesis,with
extensronalNE-SW
anclSW-NE
paleostressfields
being
recognized as sin-depositionalfor
the Camaquã Basin.As
thestrike-slip
deformational events are relatedonly
to basin cleformation, the supposedlink
between activation ofbasement shear zones and the originof
the camaquãBasin,
in
a post-orogenic context,is
refuted. The proposedmodel
considers agreat system
of
extensional basins formeclafter
theBrasiliano
Orogeny,with
no direct relation to the previous orogenic processcs.The
hypothesisof
a
extensionalor
transtensionalorigin for
the
CaacupóGroup
(LateOrdovician, Eastern
Paraguay) leaclto
a
comparisonof
this unrt
with
the
deposits
of
the camaquã supergroup. Facies, depositional systems, paleocurrent and ichnofossil analysesof
the Caacirpé Gr.oup charaoterize a pebbly clistal braidedfluvial
depositional system overlainby
tide-dominated coastal systems.No
cliagnostic featureof
alluvial
fans were recognizecl and there is no supportfor
the hypothesisof proximal
border faults.It
is
suggested that the Caacupé Group was depositedin
awide
basinwith
a marine connectionto
the',vest, recording thefirst
intra-cratonic sag phaseofthe
Paraná Basin.the
onset
of
the
intra-cratonic
sag depositional
cycles. So,
the
teotonic
and
depositional procossesof
theTransitional
Stage, considered asof
Cambrianto Ordovician
agein
theoriglnal
deiìnition (Ahneicla
1969),do
not
reachLate
Cambrian, andthc
oontrol
of
the
proto-andean continental margin on the paleozoic intra-oratonic subsidence cyolesofSouth
America beginsin
Late Ordovician.
The
hypothesis
of
relationship between
the basin-fbrr¡ing
extension recorded
in
the GuaritasGroup and the
origin
of
the
ParanáBasin
is
refutccl dueto the
absenceof
post-rift
deposits above
the
rift
prior to
the
Permian,implying ín
a 240
million
year
gap between the tectonic subsiclence and the supposedthemal
subsidence phase.A
realizaçãodo
prcsente trabalhocontou
ooû.ìo
apoio,
a participaçãoe a
contribuição clitetade várias
pessoase
entidades, àsquais sou
imensamentegrato. Gostaria de
expressar' meus sinceros agradecimentos nomeando as principais.À
minha esposaLiliane
Janikian pela colaboração em trabalhos cle campo e discussões posteriores, e por todos os rnomentos de companheirismo.A
rneus pais pelo incentivo e apoio, irnprescincliveis à realização do trabalho.Ao
Prof.
Dr-
Antonio
Rornalino
Santos Fragoso Cesar
pela intensa
participação, dedicada orientação e amizacle.Aos
geólogose
amigos que participaram da aquisição e interpretação dos dados: Prof.Dr.
GelsonLuis
Fambrini,
Ana
Paula Justo,Prof. Dr.
Claudio
Riccomini,
Rafael
Fernandes Bueno, BrunoBoito
Turra,
Prof.Dr.
José Domingos Faraco Gallas,Prof.
Dr. Victor
Velázqr.rez Femandes, Prof.Dr. Afonso
Cesar Nogueira, Prof. AndréOliveira
Sawakushi eMarina
Pacheco de Siqr.reiraBrito.
Aos
amigos geólogos
ou
estudantesque participaram de
trabalhosde
campo:
André Stern,Arthur
Jalbas Cardosoda
Silva, Carolina
Rodirguesde
Araújo
Corrêa,Ana
Paula de Meireles Reis Pelosi, Chahrazéd LayaunMorengui
e Marcelo Január'io de Souza.À
Universiclade doVale
cloRio
dos Sinos (LTNISSINOS), quepermitiu
a utilização clesuas excelentes instalações
no Núcleo de
Pesquisas Geológicas cle Caçapavado Sul, e
ern especial a Zenaide eZirelma
pela hospitalidade e por seus dotes culinários.Ao
núcleo PortoAlegre
da CompanhiaBrasileira
de RecursosMinerais (CPRM),
peloacesso às fotografias aéreas e a referências bibliográficas.
Ao
Laboratório
de Petlografra Seclimentar (processo FAPESP 97/10669-0)do
Instituto de Geociências da Universidade clc São Paulo.E
finah¡ente
à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estaclo de São Paulo (FAPESP), pelo apoiofinanceiro
através de concessão de bolsa (processo 00/11089-2) e deprojeto
cle pesquisa ao qual o presente trabalho esteve vinculado (prooesso 00/0"1510-4).Agradecimentos
INDICE
I. CONSIDEBÇONilNIEI4IË
l.l.
Obje tivosI.2. Métodos
L2. L Ancilise de_ftic¡e.\ sedimenlco'es 1.2.2. Análise de elenenbs ctrqliletufttis
L2.3. Antilise tle paIeocot retltes L2.1.
A*ili:;t
û
¡tt't'v¡¡titlttL iu1.2.5. Anålise de ptrleocanryto,s tle ten,são
L 2.6. Anóli.se geocronológiccr
II.
A
INFI,,UñNCI,{ DO SOEI{GUIMENI'O DOAI,TO
Dtr CACAPAVA DO SUL NA EVOT,UçÃOpSTRÀTrcRÁl¡rC^
pO cRUIO
SÄNTABÁRB^R^
(Dp|ACARANO,RS) I]M SUA ÁREA-TIPO
I
l.l.
lùtroduçãoII.2.'Ir¡tbalhos ¿ìnteriores
II.3. Métodos
I1.4. Coltexto geológico
Il
4. L Contexlo geokigico local11.5. Litocstratiglalia do Gru¡ro Santr Bárbara
IL 5.1 . ['ornação Dstlittcia Santu Fé IL 5.2. I'ormação Seivol
1L5.3. Fonnação Sen'a dos Lanceir¡¡s
IL 5.4. Fornt4:ão Arroio Unbu
1L5.5. Irontação lredra do Segredo
lL6, Ilácics sedimentares, elcmentos ârquitctttrais c sistcmas deposicionais
IL6. L Fticies sedìmentare"'
Il
/¡2
lllLtn¿ntos ¿rquiltttuai:;1 1. 6. 3. S i ttcnns lq)o.\ ir ¡onã i.\
116.4 Ciclicid.tde
11.7. Seqüêncins dcposicionais em succssões aluviais
II.7. L G'n.tiJcroçò(.r 1( r;, i( r¡.,i
1L7.2. O ca.¡o do Gntpo Santa ßárbara
1I.8. 'l'ectôuica e sedimentação
IL8.l . Relctções efih'e o Alto de Caçapover do Stll e o GrLq)o S.mta Bórbctrq na
Sub-Bacia Catnøquã Ocidenlal
IL8.2. Paleocorrenles
I L 8. 3. P roveniência mac ros có¡t ica
. 8.4. ln¡w¡ tii rc in,¡¡¿¡¿:¡¡ tilt ir'a
1L8.5. Respo,\lo eslraligrá¡c.r oo soerguimenlo clo Álto de Caçepttva clo Sul
11.9. Conclrrsõcs
III.
REVISÃO DA ESTRATIGRAFIA DO GRUPO GUARITAStì
D|ST'INçÃO trNTRE CONTROT,ES CLIMÁTICOS lr TtrCTÔNICOS trM SUA EVOI,UCÃOt
5 6 7 7 B 9 t0 10 t2 t2 13l4
t5 t8 19t9
20 20 2t 2t 22 22 27 10 32 32 32 37 38 38 .t8 39 44 48 50 53 53 54 56 57 57 J8 6t 62 62 64 64 66lll.l
I¡rtroduçãolIl.2
Tral¡alhos anteriorcslll.3
MétodosllI.4. L,itoestratigrafi a
III.4. L Fontruçiro Gudrdct Velhq
I I I. 4. 2. Ìrctnnaçã o Varzin hn
III.4.j. Fonnação Pedra da Ara¡ a
111.4.4. Foruaçtio Pedr.1 P¡ntado
IIL4.5. Fonuação Pedro ela.s Torrinha.t
IIL4.6. Fonwção Setra do Apertctdo
IIL4.7. Suite Intrusiv.t Rodeio Velho
III.5.
Controles climáticos na sediurentação do Grupo (;uâritas: arquitetura dc depósitos de interação eólico-lìuvial das lbrmações Pedradâ Arara
e
Pedra Pintadalll.5.l.
Evolução ¿los tvtt tecimenlol sobre as suce.tsões eolica:;do
GntpoGu.u il.1,\
IIL 5.2. Fácies sedinentare.s
IIL5.3. Associctções de Jlicies
IIL5.4. Vcv'iações lqlerais e fdtores atdogênicos
IIL5. 5. Super-superJicies, ciclicidade e controles clitn.it¡cos
IIl,6.
Conh'oles tectônicosll¡¡
arquitetura deposicional de sistenr¿ìsaluviais efêmeros tlo Grupo Guaritas
IIL6.l.
Evoluçíto clos conhecinantos sobrees
suces.sõeti lluvi¿ti,y tl¿¡(ìt upo Gu¿tr¡t.ts
I I l. 6. 2. F ci cies,sedi n¡ e n ta res I II. 6. 3. D lenen tos Qr(l u i t etu rct is
I I L 6. 4. llecons t it u içã o pa leo geograf ca
111.6.5. Ciclos c su!:)crlicies limitentes
111.6.6. Clina e tcc!ôtt¡co en s¡stenas cleposicionttis trluvíai:¡ efênrcros
IIl.7. Conclusões
IV.
DISI'INÇÃO
ENTRtr
TEC'TôNICA
FORMADORAD
DEFORMADORASUPI¡JRCRUPO CAMAQUÃ,(EDIACARANO
-
EOCAMI}RIÄ.NO, RS) I}ASEADAÂNAT,ISß DE PALEOTIINS.ÃO EM ESTRU'TURAS RÚPTEIS
IV.l.
lntrodução1V.2. Contexto tcctô¡rico do Supcrgrupo Camaquã IV.3. Estr¡ìtig¡ afia e dclbrnraçño
I V. i. I . 'l\'abalhos .vlteriores
1V.3.2. Principais e.ttruturas defonnddoras do Supergrupo Canrcquã
IV.4.
Paleocamposde
tensão forlnarloresc
dcformâdoresda
Baci¡r tlo CirmaquãI V.4. L Eventcts tectôn ìcos .lõrnadore,s da llacia do Canaquõt
1V.4.2. Evenbs tectônicos delõnnadores clo Beciq do Camaquã
IV.5. Idadcs dos €yentos
1V.6. Evolução tcctônicfl regiou¿ìl
1V.6.
L
Tec!ônica JounctcloraI V. 6. 2.'1'e ctônica delo rnndoro
1V.7. Cr¡nclus¡-res
V.
LITOESTRATIGRT\IìIA, SIS'I'EMAS DEPOSICIONAIS E ICNOFÓSSEIS DO CRUPO CAACUPÉ (ORDOVICIANO DA BACIA DO PARANÁ) NA CORDILHEIRA DE LOS AI,TOS. PARÀGUAI ORIENTAI,.V.1. Resumo
V.2. AbstrÂct
V.3. Introdução
V.4. Trttbrlhos înteriores
V.5. Subdivisão litoestratigr¡íIicâ
V.6,
Fácies sedinrent¡rrese
sistemâs deposicionaisda
fiorrnação ParaguaríV.7.
Fácies sedim€ntarcse
sistcmas deposicionaisdrì
Forrnîção PiribebuiV.7.1 . Paleogeogretfia cla Formação Piril:e bui
V.8. lcnofósseis V.9. Conclusões
v¡.
EVOLUÇÃ.ODAS
BACTAS EDIÂC^RANASA
ORDOVICINAS DO CT]NTRO B SUDES'TE DA AMÉRICA DO SULVI.l. O
Ediàc.¡ranouo
Sudesteda
Américado
Sul
e
o
Est¿ldio deTransição
VI. L I . B.lcios sedinrcntares Ediacarenus do Sudeste da Anérictt do Sul
VL L2. Rochas phlônicas e zonas de cisalhqmentr¡
VI.2. Colâpso orogêncio ou distensão anorogênic¡ì?
VI.3. Ily'¡ Câmbriano e sinéclise ordoviciânr VII.CONCLUSÕES VIII.BIBI,IOGRAÉ'I,\ 93 93 93 97 99 113 6
Il9
liig.01:
Esboço gcokigico da por'ção sul da Província Mantiqucile. Itig.02: Mapa gcológico rlo SupcrgrLtpo C'amac¡rã c tilcas artljaccntcs.Fig. 03: Mapa gcológico clo (ilLrpo Santa llá¡bara na Sub-llacia ClamâqÌÌã Ocidcntal. Fig.04: ClolLrna cstlatigráfrca clo Gnrpo Santa Ilárb¿r:r n¿ Sub-Ilacia Curaquã Ocidcntâ1.
I,'ig.05: Fricics scclinrcntarcs do (Ìr'upo santa Bár'bala.
Irig. 06: Scção cohllar cla For-mar;ão Sclra rkrs l.anccilos.
Irig.07: Soção cohtn:rr cla porçäo
inlcriol
da Formaçâio I'cclra do ScgredoIiig.08:
Scç¿ìo colLrn¿rr cla porção interrncdiíu-ia tla lìomação Itcdra clo Scgredo.I,'ig. 09: Paleoconentes clo GlLr¡ro Santa Il¿ilb¿rra scparadas pol nívcl estraligr./r1ìco.
Fig. 10: Diaglamas clc provcniôncio rnzrcrosoópica do Glupo Salrta Biubar.¿r scparados ¡:rol nívcl
cstratigrá fico.
If
ig.
Il:
Mapa gcológico
cla por'ção ccnho-lcstctla
Sub-llacia
C.ianaquã Octclcntalco¡l
43locaìização tlc porìtos análise de plovcniôncia rnacnrscópica clel iv¿rda clo
Alto
dc Claçapava do SLrl,Fig.
l2:
Fotorricrogralìastlc
atcnitosc
arcnitos conglomcr'hticos clas f'onnaçõcsSclla
clos
45Lanccrros c Pcdra clo Scgrcclo.
Fig. 13: Diaglamas dc cor.ìtagen tlc pontos, em malha rcgular, cn.r lâninas rLclgaclas clc
alcnitt¡s
46da Forrnação Scrr¿r tlos L¿ncciros.
Fig. 14: Curvas clc cvohrção da provcniôncia na Formação Scna clos
Lanceircts.
47Fig.
15:
Mapa geológictl csc¡tenático clo Gmpo [ìr.rarilas,com
distri[niçatodos
plincìpais
59afl oramcntos dcscrìtos.
Fig. 16: Pcrtìs gcológicos rLo (ìrupo Guaritas, trallsversais à cstrutrnação da
bacia.
60Fig.17: Aspcctos tlo (ìr'upo Guaritas c Suítc lntnlsivâ Rodel
Vclho.
63Iig.
ltì:
F¿icics scclinìcntarcs clas succssõcs cólicas tlo GrLrpo(ìullitzrs.
69Fig. 19: Intcrptctação tlas plincipais sr.rpcrfícics clc aflolamcnto da Formação Pcrlla da
Arara.
77['ig.
20: Padr'ãotlc
cscalou¿mcntotlc
cstratilrcaçõcs cluzac]¿rs ac¿rnal¿rclas clc grturclc porto,dc
78oligcrn cólica, obscl vaclo crr colte s ub-horizon t¿rl.
ÍNucn
DLIìIGI.rItAs
Iiig.
2l:
Seção cohrnal dc clcLalhc clo Cerro clo Diogo nrostlanclo os limitcs cntlc as l'ornrttçõcsValzinlra, Pcdra cla Arar-a, Pcdla Pintada c Scua do Apcltado. Fig. 22: Scçõcs colun¿rrcs dc dctalhc da F'olmação Pcdla tla Arar¿r.
Fig. 23: Scção cohtrlar dc dctalhc da Formação Pcdra Pintacla cnr sua localidadc^tipo.
Fig. 24: Scção coluuar cle tletalhc cfo ponto 108, rrrostrírndo os limitcs enhc as f'ormaçÕes PecLta
tla Arara, Pedra Pintacia c Scrla do Apcrtado.
I,'ig.
25:-
Scçãocoluntrl clc
clctaihc cLa porção ìnf'cnorda
Folmâção Pcclra Pintada,nas
84¡r'orirtrirlldcs dír
l)orill
lcstc cl;r hrcir.I'ig. 26: Rclação csptrcial cntrc as associaçõcs clc f'ácics tlc cluas cólicas, irtcrclunas-planícics
dc
8-5inunclação
c
flirvio-l¿rct¡stres,colr
rellreselltação dâs pr-incipais supctfìcics tleposicionais elirritantcs. 2 4
l6
l7
23 33 34 35 39 42Fig. 27: Scção colunar clc tlctalhe tla porção supcliol cla Folmação Pcdra Pintada,
Fig.28: Mapas cscluctlhticos dc (listribLrição clos clados cÌc palcoventos clo (ìrupo Guiuitas.
Irig.29: Iìcconstituição palcogcoglirlìca do sistenia eólico cla Folntaçiro Pedra Pintada
[¡ig.30:
Conelaçato cnhc scções coluuales cla por'ção lcstc rlo Grupo Guaritas, ctìtrc as zotìas dc lhlhas rias Encantadas c das Minas clo Clarnaquã.[ig.3l:
Fotograäa cla porção superior tla ]'onração Pccira Pintadac
cotìtato locllmcntc planocorl a lrormação Sena do Apcrtado.
Fig. 32: FácÌcs sctlìmcnt¿u-cs tlas sucessões aluviais do (Ìr'Lrpo
Gualitas.
g5Fig, 33: Seção colLrn¿u dc detnlhc da Fornração GLrarda
Velhu.
100Fig. 34: Fotomosaìco de depósitos Uuviais clôurclos da Formação Cìualda
Vclha
102Fig.
35:
Mapas esc;ucmltticostlc
clrsLtibrrição clos d¿rclosdc
palcocolleutcs ¿rlLrviaìs clo CìrLrpo 1113Guaritas.
Irig.36: Scção colunar cla Folmação
Varzinha
104Fig.37: Fotomosêico e intcrpletâçho cle depósitos fluviais efðmelos dâ Formação
Val.zinha
105Fig.
3fì:
Fotonros¿ricoc
intcrpretação tle clepósitos l'luviais cfômclos cla lrorLnaçäo Varzinh¿re
106pcrfi I dc clctrollcsistlvidaclc.
I;'ig. 39: Scçircs colunales clc dctalhc clc succssõcs alcnosas cla Formaçaio
Valzinha.
109I.ig.40;
Iìotomosaicoc
interprctzrção clc aI'loramento rcprcrìcutativodc
sLrccssõcs ¿rlcnosasrla
ll0
FolmaçãoValziuha.
Iìig.4l:
Elcmcntos atc¡uilclurais clc afìor¿nrcnto rcprcscntativo tlos dc¡r<isitos lcclucs aluvìaisconr
ll2
fluxo clc clctlikrs da For-nraçãoValziuha.Fig. 42:
Mapa cscluerllttico ilas cot¡cltulas cclja cat anas-c¿ulb liun¿sllmguai c clas Lrniciailcs tcctono-cstrâtigráficas cLc scu cmbasarncnto
Fig.43: Aspcctos cla dcfor:rlaçào rlo Supcrgrupo Camaquã.
Fig.44: Mapa csqucmático tla clisLliburção clas ruriclaclcs tlo Srrpclgmpo Camacluã Palaná na por'ção ccntro-sul clo l{io Grande do Su l.
Fig.45: Distr'ìbuição cspacial d¿s cshutrLÌ¿ìs gelaclas pelo cveltto clc rlìstcnsão
liNIì.
l3l
Fig. 46: Iìstrlturas gcla(lâs pclo cvcnto dc distcnsãoENII,
132Fig. 47: tlsh Lrturas gclacLas pclo cvento clc distensão
NW.
132IÌig. 4tì:
Distribuição cspacial (le csllt¡tulas gclatlasou
ativaclas pclos succsslvo:j cventosdc
134clistcnsào NW.
fig.49:
DishibLrição cspacial clc cstmtruâs ativatlas pelo plirneiro cvento clc complcssãoNlJ.
I35 Fig.50: EshÌturas gerâd¿ìs pclo pl irrìciro cvcnto de con4rr-cssãoNLÌ.
136l'ig.
5l:
Distrìbuição espacial das estnrturas geradas ou ativâdas pelo cvcnto dc conrplossaioNW.
I38 Fig.52: IìstrLrlulas gelaclzrs pûlo cvento dc corrplessãoNW.
l:19Fig. 53: [ìstlllturas oolìpativcis corn couprcssão E-W, intcr-plctaclas colno rot¿rção dc
cstnrtt¡ras
140lol n.raclas pclo cvcnro dc cornprcssão NW nas proxin.ridadcs cìas falhas plincipais.
[ig.54:
DistribLrição cspacial das cstrutur¿ìs ativadas pclo scgurìdo cvcnto tlc comprcssãoNE.
l4l
Fig. 55: llstruturas gcradas pclo scgunclo cvcnto dc con.rplcssãoNE.
142Fig. 56: DistlibLrição cspaciâl dâs cstnrturas gclzrdas orr atìvadas ¡rcln cvcnto clc disLcnsão
NIt.
144Fig. 57: Estmtutas gclaclas pelo evelto dc distensão
NIl.
145Fig. 58: Análrsc Ar-Ar crn rocha totâI, step he(rl¡ng (le amostrâ da Suíte Intmsiva Iìodeio
Velho
147Fig. 59- Conlcxto geológico das exposìções das nnidadcs olclovicianas-silulianas
(gnrpos
155Ctracupé c ltacumbí) n¿rs ombleilas do clc Assunção Rl/i
Itig.60:
Scção colunar da Folmação Pararguaríc
da ¡ror'çãoinlbliol
cla Formaç:ìo PiLibcbuina
160Cordilheila dc I-os Altos,
Fig.
6l:
Fácies sedilnentarcs da Formação Paragr:aríFig,62: fácies scdimentares da Formação Pìr'ìbcbLti.
Fig.
63:
Modelo deposicional das relaçõcs cnhc sil¡itos lan.rinados, consiclerzrnclo a distribnição das Pir ibebui.Fig.64:- Icnofìlsseis da Fonnaçäo Piribebui. Fig. 65:- Icnolósscis cla Folnação I'inbcbui.
ro llio
(ìr¡rnclc clo Sulc
l2l
t26 c tla llaciado
127l6l
t63 os arcnitos com estratilìcação cruzada e
os
167icnoläcies cruziana c skolithos na Folmação t69
169
Na evolução da porção leste da Plataforma Snl-Americana,
o
intervalo
entre os eventos tnetamótltcos da
Orogenia
Brasiliana (Almeida
1969),
ocorridos
até
o
limite
Criogeniano-Ediacarano
(Pirnentel
et
al.
2Q00, f)arclene2000),
e
o
estabelecimentodas
grancles baciassedimentares intracratôuicas paleozóicas, no Olcloviciano,
foi
marcado pelo descnvolvimento clediversas bacias seditnentares cle pequenas dirnensões e grande espessura, reuniclas
por
A¡neida
(1969) no Estáclio de Transição, e pela colocação de corpos graníticos.Dentre tais bacias clcstacam-se, pelas climensões e espessuras sedimentares preservadas,
as bacias do Carnaquã,
Itajaí
e Castro, no sùl do tsrasil, e Jaibaras, no norcleste,alér¡
da Bacia clePiriápolis no
Uruguai. Um
grande número de bacias menoresdistribui-se
doUruguai
ao sul cleMinas
Getais (Þ-ig.01),
revelandoa
abrangência dos processos formaclores cle bacias após oseventos
colisionais
no
leste
da Amórica do Sul.
A
origern
dessas bacias,assim como
closgranitos
oontempotâneos,
é
tradicionah¡entc
considerada
corÌo
conseqüência
direta
da orogenia Brasiliana (c.g. Fragoso-cesar 1991, Gresse ¿/al,
1996, Basei ¿¡at.
2000,pain
et al.2002),
porémas
hipóteses existontespara
su¿origem
quasesempre
baseiam-seem
dados estruturais, geocronológicos e geoquímicos das rochasplutônicas
e metamórficas que afloram cm áreas vizinhas, sendo escassos os trabalhos quc buscam dados sobre o contexto geotectôniconas próprias succssões sedimentares.
I)e fon¡a
geral, bacias
seclir¡entaresregistram
uma
grande garna
de
inf'orrnações relacionaclas ao quadro tectônico regional, pois diferentes tipos de bacias ocorrem em diferentescontextos
tectônicos,
apresentando paclrões
diagnósticos
de
distribuição
de
sisternas cleposicionaise
evolução
ao longo do
tempo. Dados
de
paleocorrentese
proveniôncia
das sucessões sedimentaresrevelam a distribuição,
as caraoterísticase
as modifìcações dasáreas-fonte, permitindo testar modelos regionais em aspectos como aloctonia de terrenos e localização de cadeias de montanhas.
Por
fim,
sucessões sedimentares sãoo
objeto
icleal para estuclos clepaleocarnpos
de
tensão,pois
permitem
a
dataçãorelativa
de
eventos
de
deformação pela caracterização das fàmí[ias de estruturas que afetam, ou não, cada intervalo estratigráfìco.Desta
forma,
a buscapor
informações sobrc a evolução tectônica de uma determinacla área apartir
de suas baoias seclimentares pode levar à obtenção de dados cornplementares aosestudos
petrológicos,
geoquímicos
e
estruturais
de
roohas
plutônicas
e
metamórficas
e,principalmente, servir como teste inclependente para os modelos resultantes de tais estuclos.
Seguindo esse
princípio,
a
presente tese de doûtoramento baseia-se principalmente no estndode três
unidades
que
registrarn
o
intervalo
do frm do
Neoproterozóico
ao
fim
cloOrdoviciano:
os
grupos
Santa
Bárbara
(1.{eo-Ecliacarano)e
Guaritas
(Eocambríano),
queI
[_l
onpósrros
cENozórcos
l-_l
nnclA
Do
pnn¡.NÁ
!
nncrAs
Do
nsrÁnro
DE TRANsTÇÃo
LEGENDA
I - Pouso Alegre
2- Eleutério
3- Pico de ltapeva
4- Castro 5- Camarinha 6- Guaratubinha
7- Campo Alegre
l-l
CINTURÃO RIBEIRA
n
nr,oco
JorNvrLE-LUÍs
ALvES
8- Corupá
9- Itajaí
l0- Camaquã
I
l-
Barriga Negral2- Piriápolis l3- San Carlos
l4- Cerros de Aguine
CINTURÃO DOM FELICIANO
[-lgotol¡to
Pelotos e mtgmotllos dlversos[7]
roiro,
Metomórf tcosn
rnnRENo Rro
vACACAÍ
E
E
CRA'TON
RIO
DE
LA
PLATA
N
I
Bloco Volentines
Bloco Florldo lf g I t)2 I
I
Porto
Alegre
Fig.
0l:
Esboço geológico da porção sul da Província Mantiqueira, mostrando a distribuição das bacias do Estádio dc Transição (Ediacarano a Cambriano).30"
Escolo Grófico
rcpreselltam as unidades sÌ¡pcf iores clo Supergrr-rpo Camaquã no
Rio
Grancle clo Sul, e o Gmpo Caacupé(Neo-Ordoviciano,
Paraguai Oriental), que represel.ìta aprimeira
uniclacle cla tsacia do Paraná,com os objetivos
de
caracterizar
a
influência
da
tectônica
ativa nos
paclrões clesedimentação, ¡econhece¡
o
contexto
geotectônicoda
fonr-raçãode tais
baciase
contrapor osresultados obticlos aos modelos geotectônicos existentes.
O Supergmpo Carnaquã apresenta o rnais completo registro sedimental clo lldiacarano ao
cambriano
na Província Mantiqneira,
sendo composto
por
cinco
unidades:
Grupo
Maricá (depósitos siliciclástioos marinhos c f'luviais), GrupoBonl
Jarctim (depósitos aluviais e lacustrese
rochas vulcânicas interr¡ediárias
e
básicas), Formação
Acampamento
velho
(rochas vrtlcânicas ácidas e básicas),Gtupo
Santa Bárbara (depósitos siliciclástioosaluviais
e costeiros)e
Grupo
Guaritas (depósitos continentaisaluviais
e
eólicos), os
cloisÍrltirnos
freqüentemente afetadospor
intntsões subvulcânicas básicas a intermediárias da SuíteIntmsiva
Rodeio Velho. Estas unidades, limitaclaspor
discordâncias angulares, clevcm representar eventos clistintos de subsidência mecânica,col¡o
sugereût as grandes espessur¿tsde
cacla sucessão, cleaté
4000 metros,e
as diferençasde distribuição
espaciale
áreade
ocorrência.o
supergrupotem
suas exposições controladaspor
falhas de direçãoNNE
queisolam
três sub-bacias separadas pelos altos de Caçapava do Sul e da Serra das Encantadas: as sub-bacias Camaquã Ociclental, Centrale Oriental
(Fig.
02).O
Grupo
Santa Bárbara
ocome
nas
três
sr¡b-bacias
e
possui
i{acle
ediacara¡a, provavelmente próxirna aolimite
Neoproterozóico-Paleozóico. Apcsar cla clivergência quanto àscorrelações entre as diversas ocorrências da unidade,
a
área-tipodo Grupo
santa Bárbara, na Sub-Bacia Carnaquã Ocidental, é interpretacla em praticamente todos os trabalhos recentes como umar depressão tectônicalimitada
por
falhas dealto
ângulo, emum
contexto dery'i
ou
bacia transcorrente.O
capítulo
II,
alémde discutir
a
estratigratia
e
os
ambientes cleposicionais da unidade, apresenta um teste das hipóteses de fathas mestras transcorrentes ou norrnais clrrante a fonnação da Sub-Bacia Catnaquã Ociclental, baseado em análises de proveniência cle arenitos econglomerados. Aincla nesse capítulo, são apresentadas evidências de soerguimento clo
Alto
de Caçapavado
Srtl
concomitantementea
subsidênciana
bacia, assim cornoulnâ
caracterização das modificações ocorriclas nos sistemas deposicionzris em resposta a este evento.O
Gnrpo
Gr¡aritasé
compostopor
arenitose
conglomerados continentaisde
sistemasflttviais
efêmeros, eólicos e de leques aluviais, compondo r¡ma succssào corn espessura mínirna demil
metros.A
unidade encontra-se exposta em umafaixa
alongada segundo a direçãoNNE,
cnjos
limítes
leste e oestecoincidem
aproximaclamentecom
as falhas de borda ativas durante sua deposição, comoindicado
pela presença de depósitos de leques aluviais nas proximidadesde
ambas as bordas.O
capítulo
III
apresentauma revisão
claestlatiglalìa
cla unicladee
dasCidades
BC - Bagé
CS - Caçapava do Sul
ES- Encmzilhada do Sul
LS- Lavras do Sul
SBV - Santana da Boa Vista
SG - São Cabriel
SS - São Sepé
Principais Corpos Graníticos
Ícs
Caçapava do Sull'¡¡
Jaguari)2¡g Lavras do Sul
¡nL Batólito Pelotas e. unldadcs rnars antrgas
lntr
Rarnada)zsn Santo Âfonso
Fss São Sepé
CONVENÇÕES
t/Ro¡Jovias Federais -=/'Rodovias Estaduais
Fig. 02:
Mapa geológico do Supergrupo Camaquãc árcas adjaccntcs. Modificado de Santos et al. (1989)eFragoso-Cesar et al. (2000). Vcr localização na nig. O
t.
ffi t... . .t
1,,,,::,:,,,1
tl
Unidades Litoestratigráficas
rct :J
q
(E
E
o
()
o
o-l
o) L
o)
o-f
a
Grupo Rosário do Sul
l:ii:liiiii:l Gn¡po santa Rárbara
Unidadcs neopaleozóicas da Bacia do Paraná
ffi
Formação Acampamento velho[f
GnrpoBornJanlimffi
Gnrpo MaricáE
E¡nbasamentodaBaciacamaquãI
1'
Granitói<Ics
Escala Gráfica
interpretações de serts sistemas deposicionais, propondo uma hipótcse cle
infl¡ência
tectônicânas
rnoclificaçõespaleogeográficas
reconheciclasem
seus
sistemas
aluviais,
baseacla nas conclusõesdo
oapítuloII.
A
distinção
entre controles tectônicos,climáticos e
autogênicos no clesenvolvimentode
superfícies estratigráiìcas
e
paclrõesde
variação
vertical de
sistemas deposicionais é disoutida tarnbém no capítuloIII.
O capínrlo
IV
apresenta um estudo dos paleocampos de tensão responsáveis pelas falhas encontradasna Bacia
do
Catnaquã, baseado ern dadosde
falhas com
estriase
indicação clemovimento
do
Supergrupo Camaquã e unidatles paleozóicas e rnesozóicas da lJaciado
par.anáaflorantes
na região, corn os objetivos de
estabeleceruma
clonologia
relativa dos
eventos ecaracterizar os episódios de tectônica formaclora e cleformatlora cla Bacia do camaquã.
O
Grupo Caacupéé
compostopor
arenitose
conglomeraclos cle iclade neo-orclovicianaque
afloram principalmente
nos flancos do
R¡Í
cleAssunção, porção
central
clo
paraguaioriental.
É
considerado
a
mais antiga
unidade
da Bacia
do
paraná,
anterior
à
gtaciaçãoregistrada pela Formação Iapó
(Brasil),
e representa a base <1ociclo
cle subsitlênciaorclovioiano-siluriano
dessa b¿rcia.Alguns
antores(Milani
&
Ramos 1998,
pereira 2000)
consideram aunidacle
como
o
preenchimento
de uma ou mais
bacias limitaclas
por
falhas
transtrativas relacionadas à evolrtção cla margem proto-antlina. O capítr.rloV
traz os resultaclos de um estuclo, baseadona
interpretação cle sistemas cleposioionaispor
análisede lácies
e
caracterização de icnofósseis e em análises de provcniôncia e paleocorrentes, realizaclo para testar a hipótese de relaçãoentre
os
eventos
distensionais reconhecidoscomo origem do
Supergmpo camaquã (Cap.IV)
e ociclo
cle subsidência do Gnrpo Caacupé. Oobjetivo
foi
o de avaliar a abrangênciae
duraçãode
tais
eventos, dadaa
ausênciade
depósitos pré-permianos claBacia
clo paraná expostos no centro-snl cloRio
Grancle clo Sul.As
irnplicações dos dados e interpretações apresentados nos capítulos anteriores para osmodelos geotectônicos
do
intervalo
entreo início
clo Ediacaranoe o
fim
do
Ordoviciano
claregião central
e
sudesteda América
do
Sul são cliscutidasno capítnlo
VI,
que contâ tambénr com uma revisão das hipóteses para os mecanismos de subsidência da Bacia do Camaquã e fla Ilacia do Paraná.Ll
Objetivos
l-
Caracterizaras
respostas sedimentares às atividacles tectônicas contemporâneas ao preenchimento da Baoia do Carnaquã e discutir suas implicações para os modelos de reativação de falhas cle borda durante a sedimentação, coutribuindo parao
estabeleoimento de crité¡ios de5
distinção entre
a
inflrtênoia
clefatores clirnáticos
e
tectônicos
no
preenchimentode
bacias sedimentares2-
I{econhecer
as
eviclências preservadasno
registlo
sedimentar
sobre
o
contexto geotectônico e o estilo estrutìiral ativo durante a sedimentação do Supergrupo Camaqr-rã.3-
Comparartais
cvidôncias
seclimentarcscorn os
resultados cle análises estrì.lturais, estabelecendoa
cronologia
dos
episódiosde
def'ormaçãorirptil
que
afetaram
o
Sr.rpergrupo Caniaqr.rã pataidentificar
qnais deles apresentam relação com a tectônica formadora cla Bacia{o
Camaquãe
quais
corresponclemà
tectônica
clef'ormadora,de forma
a
caracterizar
o
estilo estrutural fonnador e os campos cle tensão sin-sedimentares.4-
Contrapor as evidências sobre o regirnetectônico
do Ecliacarano ao Eocar¡briano claProvíncia
Mantiqueira
derivadas clos estudos das sucessões daBacia
do Camaquã aos modelos existentes, baseados em estudos de unidades metamórficas e plutônicas.5-
Reconhecer,através cle
característicasclo
preenchimento sedimentar,
o
contexto geotectônìco cla sedirnentação do Grupo Caacupé (Neo-Olcloviciano do Paraguai Oriental).6-
Comparar as evidências sedimentarespara
o
contexto tectônico
das duas unidades (Supelgrupo Camacluãe
Grupo
Caacupé)e
testar as hipóteses vigentes
de
relação entrc
aformação das bacias do Estáclio de Transição e a subsidência de grandes áreas da fase sinéclise da Bacia do Paraná.
I.2. Métodos
Devido à
abrangência dosobjetivos
propostos,os
métodos empregadosno
esh¡do sãodiversos.
Análise
de fácies
e
elementosarquitctulais são
a
b¿separa
as
interpretações clesistemas
deposicionais
que,
acompanhadaspor
análises estratigráficas
fìrndamentadas nos conceitos claestratigralia
cle seqüências, permitemreconstituil a
evoluçãodo
preenchimento sedimentar considerandoa
influôncia de
eustasia,tectônica
e
clima. Análise
cle estl-ì.lturastectônic¿rs
rupteis e
paleocamposde
tensão l-oi empregada paraa
caracterização dos eventos tectônicos formadorese
cleformadores daBacia do
Carnaquã,perrnitindo
oomparações com aevolução geológica legisttacla pelo empilhamento estratigri{fico. Análises de paleoconentes e de
proveniência macroscópica
e
tnicroscópica permitema
correlação entreníveis
estratigráficos específìcose
áreas-fonte,com
impoÍantes
implicaçõespara
a
reconstituiçãoda
evolução dealtos
adjacentesà
bacia
e
de
falhas
de
borcla.Por
hm, a
identificação
e
interpretação de estruhuas sedimentares biogênicas (icnofósseis)foi
utilizada
como fenamenta para aprofundar1.2.
L
Análise tleJäcies seditnentaresO
proceditnento adotadona
interpretaçãodos
sistemas deposicionaisf'oi
a
análise de fácies e elementos arc¡rtiteturais, aplicaclos delbrma
semelhante à descritapor
Reading (19g6),Miall
(1990' 2000)
eWatker (1992).
SeguncloMiall
(2000),
a análise de f1¡cies compreencle ooshldo e a interpretação de texturas, estruturas sedimentares, fósseis e associações litológicas cle tochas seclimentales em esc¿ìla de afloramentos e testemunhos cle sondagem.
A
análise de f,icies consiste no agrupamento daslitologias
portadorâs de estruturas sedimentares, ou outras feições características, representativas de processos particulares cletlanspofie e
deposição, cle forma apennitir,
atravésdo
estabelecimentode uma
classifìcação,a
organização cla cornplcxidade natural dos depósitos sedimentares, tornando possívelreconstituir
características clos ambientes deposicionais e cornparar depósitos antigos a sistcmas cleposicionais ativos.A
interpretação
dos
processos <1e seclimentaçãoa
p¿rrtircla descrição
das
fäcies
e associaçõesde
fhcies
é
realizada
atravésda
comparaçãocorn
depósitos atnais, nah_raís on gerados emlaboratório,
coûr causas conhecidasou,
na ansência clesses, pela comparaçào com fácies semelhantes descritas em ambientes arrtigos interpretados com elementos segrros.A
parlir
do
reconhecimentodas fäcies
de
caclaunidade
seclimentar estudada foram caracterizadas as associações de fácies recoÍrentes, representativas cle processos geneticamenteou
cronologicamente
associadose,
com
o
auxílio cla
anirlise cle elementos
arquitetr-rrais, estabelccidos modelos de fácies (sensu W alker 1992).1.2.2. Análise de eletnentos
arquiteturais
A
análise
de
elementos arqrtiteturaisfoi
originalmente desenvolvida
em
estudos de arnbientes deposicionais aluviais, sendo o procedimentofomalizado
porMiall
(19g5,
1996) qLredeûne elemento arquitetural como:
"(,..) um
componente
de
um
sistema
deposicionalequivalente em tamanho ou menor do que o preenchimento de um canal
ffluvial]
e maior do queuma unidade
de
fäcies inclividual,
calacterizado
por
uma
assembléiade
fácies
distintiva, geometria intema,foma
externa e, em alguns oasos, variaçãovertical
fcle fácies]".O
procedimento baseia-sena
identificação
e
hierarquizaçãode
superfíciesque
representam moclifrcaçõesou
intcrmpções
clos processosde
cleposiçãoe lir¡itam
corpos
com
geometr.iadefinida
e
significado
genético
(e.g.
canaisfl'viais,
planícies
de in'ndação,
interdunas).A
adaptação
do
método
para
ambienteseólicos incorpora
a
classificaçãoe
hierarquização de superfícies proposta porBrookfìeld
( 1977).Esse procedimento é de grande utilidade para a análise de sister¡as cleposicionais pois permite o
reconhecimento de geometrias
e
a
caracterização de processos nãoidentificados
pela simples análise de fäcies emperfis verticais.
Permite tambémo
agrupamento de associações cle fäciessegunclo
utn oritério desctitivo,
baseadono
reconhecirnentoe
hierarquização clas superfícies obseruadas em afl or¿rmentos,Os
elementos
arquitetr.rraissão
descritos
e
interpletados
com
base
em
f'otomosaicos cleexposiçõcs cle grandes dirnensões
(Miall
1991).1.2.3. Análise de paleocorrentes
Um
dosprincipais
elementos, derivados dc trabalhos de campo, para a caracterização da paleogeografìa de bacias seclimentares é a anhlise de paleocorrentes. Essetipo
de anhlise baseia-seno
reconhecimentoc
na
medição
sistetnáticade
estruturas sedimentaresque refletem
ascondições hiclrodinâmicas ou aeroclinâmicas em que foram geradas, de
forma
a se reconstituir aclireção e, muitas vezes,
o
sentido da corrente responsávelpelo
depósito. Obtendo-se rnedidassuficicntes
para
cada
ruridacle estuclada
e
conhecenclo-seseus respectivos
ambientes deposicionais pode-se chegal' aum
modelo de transporte sedirnentar na bacia, de fun<lamental importância para as recoltstituições paleogeográficas.Para o eshrdo de paleocorrentes em depósitos
aluviais
e eólicos, asprincipais
estl'utì.lrasindicacloras
do
sentido
de
transporte,
e
por
isso
as
mais
freqùentemente medidas,
são estratilicações cruzadaset¡
arenitos.A
interpretação dopaleofluxo
relacionado a tais estruturas considera queo
transpofte
foi
paralelo
aomaior mergulho do plano
liontal
de estratificações cruzadas tabularesc
tangenciaise
paralelo ao
mergr.rlhodo eixo
de
estratificações cruzadas acanaladas.Devido a esta associação entre a paleoconente e o n-rergulho das estratificações cruzaclas,
unìa
importante questão surge parao
estudode
unidacles basouladas tectonicamente, mesmo pala depósitos com poucos glaus de inclinação, que é acoreção
deste basculamento, visando areconstituição do sentido do mergulho
original.
Considerando-seo
importante papel da análise de paleocorrentes para o presente estudofoi
utilizado
um programa de computador criado pelo dor.rtorando, qne realizzr esta correção (vldeAlmeida
2001).Os
dadosde
paleocorrentesobtidos para
cada estaçãode
rnediclassão
agrupados erepresentados
em
diagramasdo
tipo
roseta, senclocalculado
numericamenteo
vetor
médio(V.M.) do
conjunto de
mcdidase
o
fator
de
consistôncia(F.C.),
qr.rereflete
a
dispersão clasmedidas, de acordo com as seguintes equações:
V.M.=
arctan (X sen A/
Ð cos A)F.C.:[G
sen A)'? +(I
cos A)2]¡/'?/NA
dispersão das rnediclas reflete não somente a confiabiliclacle dovetor
resultante como tarnbétn a clispersãooriginal
inerente ao sistema deposicional.Miall
(1974) dernonstr.ou que asdispersões
de
estrutùras
geraclaspor
correntesunidirecionais
refletem as morfologias
dosdepósitos
etn
cliversas escalas, desclea
marca ondulada atéo
sistema cleposicional como um todo, sendo que cada variância sorna-se às demais.Assim,
a pr'ópria rnedicla da clispersão de¡m
conjunto de estações relacionatlas poclerefletir
particularidadesdo
sistema cleposicional, cornono
casoclc
sistemasaluviais
distributários
(como
leques
aluviais
e
cleltas),que
tenclem aapresent¿u' grandes dispersões.
Na presente tese
foram
prefèt encialn.rente utilizadas medidas de estratif,rcações cmzaclas acanaladas e tabulates, apartir
do sentido do mergulho dos estratos, além de medidas de marcas onduladas assimétricase
laminações cruzaclas, perpencliculares à crista e comrumo no
sentido de caimento cloflanco curto,
cle acordocom Potter
&
Pettijohn
(1977), }r'riall
(lgj4,
lg90),
Graham (1988) e Tuoker ( I 989).
1.2.4. Análise de
proveniência
A
análise
de
proveniência
de
clastos
i'oi
realizada
em
conglomerados
e
arenitos conglomeráticos atravésdo
teconhecimento doslitotipos
presentes na fraçãomaior
que 1 cm eoontagem
de
aproximadar¡ente
100
clastos
em cada
estaçãode
rnedidas.
o
objetivo
do procedimentoé a
avaliação
da
contribuição
das diversas áreas-fonte,cujas
litologias
foram identificadas em reconhecimentos regionaisno
embasamento,e a
integração das informaçòcs resultantescom
os
dados
de
paleoconentes, delineando-seum
quadro
paleogeográhco de trânspolte seclimentar e evolução dos altos acljaoentes à bacia,Os dados cle proveniência de clastos de cada estação cle medidas são representados em gráficos do
tipo
histograma, elaborados atravésdo
estabelecimento de categorias que agn¡pam os principaislitotipos
presentes nos seixos, desconsiderando cletalhes petrográficos que levariamà criação de um número excessivo cle categorias.
O
método
baseia-senos
procedimentos propostospor Nilsen (1969),
Grahamet
al. (1986), Ibbeken&
Schleyer (1991) e Fambrini (1998), adaptados pala as condições enconrradas.A
análise de proveniência microsoópica de arenitosI'oi
realizada com baseno
métodoGazzi-Dickinson
(Gazzi
1966,Dickinson
1970),que propõe
a
contagemde 300
pontos por seção delgadae o
registro não só da
composiçãodo
fragmento
observado, mas também do1.2.5. Analise de
pttleocanpos
de tensãoVisanclo a caracterização das estmturas rupteis que a1ètam a área de estuclo,
foi
realizacla análise de falhas corn estrias e indicação demovimento,
trataclas de acorclo como
método dos dieclros retos deAngelier
&
Mechler (1977),
para a obtenção dos oampos de tensão geradores das estruturas.Os
critérios utilizados
para a deterrninação clo sentido de movimentação{as
làlhas são ennme¡ados abaixo, adaptaclos de Angelier (1994):l)
Separação estratigráfica.2)
Direção cle fraturas conjugaclas gerando clegrans sem preenchirnento.3)
Direção de fiaturas com separação, com preenchimento mineral.4)
Relação cla posição de estrias e preenchirnentos minerais enl curvaturas e inflexões no plano de falha.Para
a
dete¡minaçãográfìca
clos camposde
tensãofoi
utilizaclo o
programa TENSOR(Delvaux
&
sperner
2003), quc
baseia-seno
métoclo cleAngelier
&
Mechler
( 1977).
Este rnétodo consiclela qì.le a direção r1o esforço responsável pela geração de um conjunto cle planosde
falha com
estriaspode
ser reconstituída levandoem
conta que para cadapar
estria/plano pode-se cleterminar os cliedros que contêm a direção do esforço rnáximo (campo compressivo) emínimo (campo distensivo), sendo as dircções de tensão obtidas pelas intersecções clos dieclros de diversas falhas de
uût
mesrÌro conjunto. Os quatro cliedros são cleterminados graficamente, lirnitadospelo plano
defàlha
epor
um planoauxiliar
simultaneamente ortogonal ao plano clefalha
e
à
estria.
um
dos
pares
de
diedros opostos contém
a
direção
de
esforço
máximo (compressão) e o outro a <[e esforço mínirno (distensão), determinadas pela indicação de sentidode movimento na estria.
I. 2. 6 Anális e geocrono
lógica
Os trabalhos de campo contararn também com a coleta de amostras de rochas básicas cla
Suíte Intrusiva Rodeio
Velho
para clatação pelo rnétocloAr-Ar.
De todas as amostras coletaclas eanalisadas
ern microscópio petrográhco,
apenasuma
revelor.r concliçõesde
preseruação c.losminerais
compativel com
o
método,
estandotodas as outras
intemperizadas.Da
amostraextraíram-se três snbamostras, analisadas como rocha total devido a sua granulação
fina-O
métoclo baseia-se
nas
constantesde
decaimento
raclioativo
de
aoK
para
a0Ar,apresentando vantagens
em
relaçãoao
métodoK-Ar
devido à
possibilidade de
medição daconcentração dos clois eletnentos pela mesma técnica
(o
K
sendo medido indiretamente atravésda
contagem
de
ItAr
após
irradiação)
e
pela
possibiliclade
de
avaliação
da
história
cleaquecirnento
da
amostra
pela
análise
da
composição
isotópica
de
diièrentes sítios
dear-mazenalnento
de
Ar
dentro
dos grão tnine|ais,
expressapor
diferentes
temperatul.as cleliberação.