UNIVERSIDADE
DE
SÃO
PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
o
cRuPo
sANTA
eÁnBARA
(NEopRorERozotco
ur) DA
BActA
Do
cAMeeuÃ,
RIO
GRANDE
DO
SUL
Gelson
Luís
Fambrini
Orientadon
Prof,
Dr.
Antonio Romalino Santos Fragoso
CeearTESE
DE
DOUTORAMENTO
Programa
de
Pós-Graduação
em
Geoqufmica
e
Geotectônica
SAO
PAULO
2003
UNIVERSIDADE
DE
SÃO
PAULO
INSTITUTO
DE
GEoCIÊNcIns
o
GRUpo
sANra
eÁnBARA
(NEopRorERozotco
ur)
DA
BActA
DO
GAMAQUA,
RIO
GRANDE
DO
SUL
cELSoN
LUís
rnvBRrNt
¡
Orientador:
Prof.
Dr.
Antonio
Romalino
Santos Fragoso
Cesar
TESE DE
DOUTORAMENTO
COMISSÃO
JULGADORA
.)
:,),¡
Nome
Presidente:
Prof. Dr. Antonio Romalino S. Fragoso CesarExaminadores: Prof. Dr. Claiton Marlon dos Santos Scherer
Prof. Dr. Claudio Riccomini
Prof. Dr. Mario Luis Assine
Prof. Dr. Paulo César Fonseca Giannini
SÃO
PAULO2003
DEDALUS-Acervo-lGC
I il]il ilil ililt llil ilil ilil ilil iltil lltil ilil ilil til ltil
UNIVERSIDADE
DE
SAO
PAULO
rNsrruro
DE
cEoctÊncns
o cRupo
sANTA
BARBARA
(NEopRorenozólco lt)
DA
BACIA
DO
CAMAQUA,
RIO
GRANDE
DO
SUL
Gelson
Luís Fambrini
Orientador: Prof. Dr.
Antonio
Romal¡no Santos Fragoso CesarTESE
DE
DOUTORAMENTO
Programa de Pós-Graduação em Geoquímica e Geotectônica
SAO PAULO
Resumo
Na
porçäo centro-suldo
estadodo
Rio
Grandedo Sul, sobre
rochas metamórficas eígneas
do
Escudo Gaúcho, afloram coberturasnão
metamorfizadasdo
Neoproterozóicolll-Eopaleozóico reunidas no Supergrupo Camaquã. Esta unidade é formada, da base para o topo,
pelas seguintes unidades:
(i)
Grupo
Maricá (siliciclástico),(ii)
Grupo Bom Jardim
(vulcano-sedimentar),
(¡i)
Formação
AcampamentoVelho
(vulcânica),
(¡¡i)
Grupo Santa
Bárbara(siliciclástico),
(iv)
Grupo Guaritas
(síliciclástico)e
(v)
Suite
lntrusiva Rodeio Velho.
OSupergrupo Camaquã aflora em três sub-bacias de direção preferencial NNE-SSW (sub-bacias
Camaquã Ocidental, Central e Oriental), separadas pelos altos de embasamento de Caçapava do Sul e da Serra das Encantadas, com espessura superior a 6000 m.
O
objetivo desta tese
foi
o
estudo
da
evoluçäo tectono-sedimentardo
Grupo
SantaBárbara com base a dados de mapeamento geológico (em escalas regional, de semi-detalhe e
de detalhe), litoestratigráficos, sedimentológicos, de proveniência
e
paleocorrentes, de sistemasdeposicionais,
de
evolução paleogeográfica,de
estratigrafiade
sequências, petrográficos e estruturais.O
Grupo Santa
Bârbaraaflora nas
três
sub-baciasque
compreendemo
SupergrupoCamaquã no RS e é caracterizado por uma espessa sucessåo siliciclástica (superior a 6000 m
de
espessura)
posteriorà
atividade vulcânica principal.
Este
grupo
subdivide-seem:
(i) Formação Estância Santa Fé, restrita à Sub-Bacia Camaquå Ocidental; (ii) Formaçäo Passo daCapela,
dominandoa
Sub-Bacia CamaquãOriental
e
alcançando
a
base
da
Sub-BaciaCamaquä Central;
(iii)
Formaçåo Seival, com exposiçöes na Sub-Bacia Camaquã Ocidental ena
Sub-Bacia CamaquãCentral;
(iv)
FormaçåoRincão
dos
Mouras,
discordantesobre
aFormação Passo da Capela na Sub-Bacia Camaquä Oriental
e
sobrea
Formaçäo Seival nasdemais sub-bacias
e
(v) Formação Joäo Dias, exposta apenas na Sub-Bacia Camaquå Central cobrindo a Formação Rincäo dos Mouras.A
Formação Estância Santa Fé ocorre em discordância erosivae
levemente angular tantosobre unidades do Grupo Bom Jardim quanto
da
Formaçäo Acampamento Velho. Compõe-sede conglomerados
e
arenitos, subordinadamente siltitose
arenitos finos, comaté
1200 m deespessura. Estes depósitos säo interpretados como sistemas de leques aluviais dominados por
processos
de
enchentesem
lençol
e
canais fluviais
de
rios
entrelaçados.A
análise depaleocorrentes indica dois padröes de transporte sedimentar: um transversal à bacia, associado
aos
leques aluviais;e
outro
paraleloao eixo da
bacia, com transporteaxial para
norte emplanícies de rios entrelaçados.
A
Formaçåo Passo da Capela apresentaa
maior espessurajá
verificada dentro do GrupoSanta Bárbara, alcançando cerca
de 4000
m
na
Sub-Bacia Camaquä Oriental.A
principalassociaçäo litofaciológica compreende conglomerados
e
arenitos grossos
depositados porfluxos gravitacionais
de
massa subaquosose
arenitose
ritmitosgerados por
correntes deturbidez,
representativosde
ambiente
de
leques
submarinos.Estes depósitos
de
lequesintercalam-se
com
arenitos
e
ritmitos
de
ambiente
marinho (indicado
por
minerais
deglauconita), dominado por ondas
de
tempestades.A
Formação Passoda
Capela apresenta,ainda, intercalações
de dois
níveisde
sismitos indicativosde
atividade tectônica normalsin-sedimentar,
e
quatro camadas pouco espessas de tufitos félsicos nos intervalos estratigráficos basais.A
análise de paleocorrentes indica padrão longitudinalàs
bordasda
bacia com sentido preferencial para NNE.A
Formação Seival (até 1000 m) ocorre diretamente sobrea
Formação Estância Santa Fé na Sub-Bacia Camaquã Ocidental e na Sub-Bacia Camaquã Central, em contato tectônico coma Formaçäo Passo da Capela. Constitui-se de arenitos médios
a
muito finos com subordinadacontribuição de arenitos grossos, além de siltitos, depositados em ambiente marinho de: (i) baía
estuarina
e
planície litorânea,(ii)
tempestitosde
costa-aforae
(iii)
planíciede
marés. Aspaleocorrentes indicam transporte principal para N.
A
Formação Rincão dos Mouras (até 2000 m), comum a todas as sub-bacias, constitui-sede
conglomeradose
arenitos conglomeráticos depositados principalmentepor
sistemas deleques aluviais
e
fluviais entrelaçados.As
análisesde
proveniênciae
paleocorrentes indicamque
os
altosde
Caçapavado
Sule da
Serra das Encantadas serviram como área fonte parapreenchimento sedimentar desta unidade. Desta forma, a Formaçåo Rincåo dos Mouras marca
a
compartimentaçäo tectônicada
Bacia do Camaquã em sub-bacias através do soergu¡mento de altos internos.A
FormaçãoJoão Dias, restrita
à
Sub-Bacia Camaquä Central, engloba
espessosdepósitos (>500
m)
de
arenitos
marinhoscosteiros
dominadospor ondas. Esta
unidadecaracteriza-se pelo predomínio
de
arenitos médios bem selecionados, apesarde
locelmenteocorrerem arenitos
finos
e
camadaspouco
espessasde
conglomeradosfinos (níveis
comseixos
residueis).São
os
depósitos
de
maior
expressãoareal
na
regiäodas
Minas
doCamaquã,
limitando-sepor
discordânciaangular
e
erosiva
com
os
arenitos
e
arenitosconglomeráticos
do
Grupo Guaritas, sobrepostos.
A
FormaçãoJoäo
Dias
compreendedepósitos de antepraia, de face litorânea superior e tempestitos litorâneos.
A
análise estrat¡gráfica de fáciese
sistemas deposicionais permitiua
individualizaçäo detrês seqüências deposicionais nas sub-bacias Camaquã Oriental
e
Central e duas seqüênciasna
Sub-Bacia Camaquå Ocidental.O
reconhecimentode tratos
de
sistemas possibilitou acorrelação espacial e temporal dos diversos sistemas deposic¡onais nas diferentes sub-bacias.
Basicamente estas seqüências marcam a evoluçäo de três eventos deposicionais associados a variaçöes tectônicas e eustáticas.
A
sucessão basal (seqüênciasanta
Bárbara 1-
sB1) compreende sistemas aluviais quepassam lateralmente para sistemas
de
legue submarino (tratode
mar baixo), recobertos poruma sucessão marinha caracterizada por depósitos rasos na borda ocidental
e
profundos naoriental (trato transgressivo e de mar alto).
A
Seqüência Santa Bârbara 2 (SB2) é caracterizada por depósitos de planícies fluviais de canais entrelaçados na Sub-Bacia Camaquã Ocidental epor
depósitos marinhosnas
sub-bacias Camaquã Centrale
Oriental.A
seqüênciade
topo(seqüência
santa
Bárbara3
-
sB3)
marcaa
reorganizaçäo tectônica da Baciado
camaquäque
passaa
ser
individualizadaem
sub-bacias separadas pelos altosde
embasamento deCaçapava do Sul e da Serra das Encantadas. O soerguimento destes altos internos propiciou a
instãlaçäo de sistemas de leques aluviais e de planicies fluviais que caracter¡zam as sucessöes basais desta seqüência (trato de mar baixo). O topo desta seqüência registra o último evento de ¡ngressão marinha no Grupo Santa Bárbara, caracterizado por depósitos costeiros da Formação Joåo Dias (trato transgressivo e de mar alto)
A
integraçåodas
análises
de
proveniência
de
clastos
com
as
interpretações dosambientes deposicionais
e
as
análisesde
paleocorrentes levarama
duas conclusöes. Empr¡meiro lugar, constatou-se
que
existe correlaçäo direta entre oS fragmentos presentes nabacia
e
os
litotipos
do
embasamento atualmente adjacente, indicando
assim
quemovimentações laterais nas falhas de borda da bâcia näo ocorreram ou, caso aconteceram, nåo
foram
importantesna
deposiçåodo
GrupoSanta
Bárbara.Além
disso, identificou-seque
acontribuição detrítica
de altos de
embasamento(e.9.
Caçapavado
Sul), passaa
acontecersomente
na
última seqüência deposicional, sugerindogue
o
isolamento entreas
sub-baciasCamaquå Ocidental, Central
e
Ocidental ocorreu apenas em um período tardio de evoluçâo do Grupo Santa Bárbara. Tais evidências, aliadas às análises da tectôn¡ca sin-sedimentar, indicam que a atividade tectônica responsável pela formação da bacia foi predominãntemente de caráter normal, sem deslocamento lateral das áreas fontes em relação aos depósitos delas derivados.As evidências estruturais de transcorrência provavelmente refletem deformaçöes anter¡ores do embasamento, ou posteriores que moldaram a configuração atualmente verificada.
A
integraçáo dos dados obt¡dos aponta que o Grupo Santa Bárbara e, por extensäo todo osupergrupo câmaquã, depositou-se em uma bacia extensional tipo nñ, com falhas de borda de
rejeito normal ou obliquo, sem grandes rejeitos direciona¡s, cujo preenchimento sed¡menter foi
controlado sobretudo
pela
subsidênc¡atectônica, aporte clástico
e
padrõesde
transporteAbstract
ln the central southern part of R¡o Grande do Sul state, unmetamorphosed cover rocks
of
the
Neoproterozoiclll-Early
Paleozo¡c Camaquã Supergroup overly metamorphic and igneousrocks of the Gaúcho shield. The supergroup is formed by the following units, from base to top: (i)
the siliciclastic Maricá Group; (ii) the volcano-sedimentary Bom Jardim Group; (iii)the volcanic Acampamento
Velho
Formation; (iv)the
siliciclastic Santa Bárbara Group;(v) the
siliciclastic Guaritas Group; and (vi)the
Rodeio Velho intrusive suite. The supergroup, witha
thicknessof
over 6,000m, crops out in three NNE-SSW oriented sub-basins - Western, Central and Eastern Camaquã, separated by the Caçapava do Sul and Serra das Encantadas basement highs.
The
aim of this
thesiswas
a
studyof
the tectono-sedimentary evolutionof the
SantaBárbara
Group using data
obtainedthrough
regional, semi-detailedand detailed
mapping,l¡thostratigraphic
and
sedimentologicaldata,
studies
of
provenance
and
paleocurrents,depos¡tional systems, paleogeographic evolution, sequence stratigraphy, and petrographic and structural studies.
The Santa Bárbara Group crops out in the three Camaquä sub-basins and is composed
of over 6,000m
of
siliciclastic sediments deposited after the main volcanic activity. The Groupmay be subdivided into:the Estância Santa Fé Formation, restricted to the western sub-basin; (ii)
the Passo da Capela Formation which dominates the eastern sub-basin, and reaches the base
of the
central sub-basin;(iii) the
Seival Formation, exposedin the
westernand
centralsub-basins; (iv) the R¡ncão dos Mouras Formation which discordantly overlies the Passo da Capela Formation in the western sub-basin, and the Seival Formation in the other sub-basins; and (v)
the Joåo Dias Formation, exposed only in the central sub-basin where it overlies the Rincão dos Mouras Formation.
An erosive and slightly angular unconformity separates the Estância Santa Fé Formation
from units of the Bom Jard¡m Group and the Acampamento Velho Formation.
lt
is composedof
up
to
1,200m of conglomerates and arenites with subord¡nate siltites and fine-grained arenites.These deposits
are
interpretedto
beof
alluvial fans dominated by sheet floods, and channeldeposits in braided rivers. Paleocurrents show that two transport directions existed, one across
the
basin, responsiblefor the
alluvial fans,the
other northwards alongthe basin
axisin
thefloodplains of the braided rivers.
The Passo
da
Capela
Formationis
the
thickestunit
of
the
Santa
Bárbara Group,reaching
a
thickness
of
about 4,000m
in
the
eastern sub-basin.The main
lithofacies iscomposed
of
conglomeratesand
coarse-grained arenites depositedby
subaqueous gravityflows, and arenites
and
rhythmites deposited by turbidity currents, in submarine fans. The fan deposits are intercalated with marine arenites and rhythmites containing glauconite deposited by storm waves. This formation also contains two main levels of seismic deposits which indicate theact¡on of syn-sedimentary tectonics,
a
four thin layers of felsics tuffìtes withinthe
basal levels.Paleocurrent analysis shows that transport
was
preferentially nodh-northeâstwards, parallel tothe borders of the bas¡n.
The Seival Formation, with a thickness up
to
1,000m, was deposited directly overthe
EstânciaSanta Fé
Formationin the
western sub-basin,and in
tecton¡c contact w¡th the Passo da Capela Formation in the central sub-basin.lt
is composed of medium- to veryfine-grained arenites
with
subordinate coarse-grained aren¡tesand
siltites, depositedin
marineenvironments
of:
(i) estuary bay and shoreline plain; (ii) off-shore storm deposits; and (iii) tidal platform. Transport was mainly northwards.The Rincão dos Mouras Formation, up to 2,000m thick, ¡s present in all sub-basins, and is composed of conglomerates and conglomeratic arenites deposited mainly in alluvial fans and
bra¡ded
rivers. Paleocurrent analysis shows
that
the
Caçapava
do
Sul and
Serra
dasEncantadas basement highs must have been the source areas for these alluvial deposits, which suggests
that these
areaswere upiifted
during the courseof
sedimentationof this
un¡t. TheRincão dos Mouras Formation therefore records the separat¡on of the Camaquä Basin into
sub-basins through uplift of internal highs.
The Joäo Dias Formation, restricted to the central sub-basin, includes more than 500m
thick deposits of marine arenites formed in a wave-dominated coastal environment. Well-sorted
medium-grained
arenites
predom¡natein
this
unit, though
fine-grainedarenites
ãnd
thinMines, and are sepârated from arenites and conglomeratuc arenites
of the
overlying Guaritas Group by an angular uncoformity. The formation corresponds to foreshore, upper shoreface andstorm deposits in a shallow coastal environments.
Stratrigraphic fac¡es
and
depositional system analysis showedthat
the
depos¡tionalsequences are present in the eastern and central sub-basins, and two in the western sub-basin.
The
recognition of tracts ofsystems
leadto
spatial and temporal correlations ofthe
differentdepositional systemas
in the
different sub-basins.ln
essencethese
sequencesrecord
theevolution of three depositional events related to tectonic and eustatic variations.
The basal sucession (Santa Bárbara Sequence
I
-
SB1) is composed of alluvial systemswhich
grade
laterallyto
submarinefan
systems-
the
lowstandtract
-
overlainby
marinesucession with shallow-water deposits at lhe western border and deep-water deposits in the east
-
transgressiveand
highstand tracts. The Santa Bárbara Sequence2
-
SB2-
is
formed bybraided channell river flood plains in the western sub-basin, and marine deposits in the central and eastern sub-basins. The upper sequence, Santa Bárbara Sequence 3
-
SB3 -registers thetectonic reorganization of
the
Camaquã Basin which becomes separated intothe three
sub-basins by the elevation of the Caçapava do Sul and Serra das Encantadas basement highs. This
uplift
lead to the
installationof
alluvial fans andflood
plainswhich are
typicalof
the
lowersuccessions of this sequence, during the lowstand tract, The top of this sequence registers the
last marine ingression in the Santa Bárbara Group on the form of
the
coastal depositsof
theJoäo Dias Formation (the transgressive and highstand tracts).
The
integrationof
studiesof the
provenanceof
clastswith
the
interpretationsof
thedepositional systems and the paleocurrent analysis leads to two main conclusions. The
first
isthat there ¡s
a
direct correlation between the fragments present withinthe
basin andthe
rocktypes which are now adjacent to the basin, indicating that lateral movement did not occur along
the basin margin faults, or, if they did occur, then they did not have an important influence on the
deposition of the Santa Bárbara Group. lt was also shown that the contribution of detritus by the
basement highs only occurred in the last depositional sequence, suggesting that the isolation of the three sub-basins only occurred at a late stage of the evolution of the group. Such evidence ,
taken together
wlth the
analys¡sof
syn-depositional tectonics, showsthat
the tecton¡c activity responsiblefor
basin formationwas
essentially normal,with
no lateral
movementof
sourceareas
in
relationsto
the
sediments derivedfrom them.
Structural evidencefor
transcurrent movements probably reflect earl¡er or later deformations which produced the presently observed configuration of the basin.The integration of the data also shows that the Santa Bá¡bara Group and, by extension,
the entire Camaquä Supergroup, was deposited in an extensional rift, whose border faults had
normal
or
oblique throw without large slip movements,and whose
sedimentary infilling wasAGRADECIMENTOS.
Gostaria de agradecer às várias pessoas e entidades que auxiliaram neste trabalho.
Ao
Prof. Dr. Antonio Romalino Santos Fragoso Cesar, meu orientador, que me iniciou nageologia do Rio Grande do Sul e, porque näo do Brasil, agradeço o companheirismo, amizade,
paciência
e
atenção nos momentos derradeiros,e
pela orientação corretae
pelas
valiosassugestöes ao trabalho. Valeu Roma!.
Aos colegas e amigos de grupo de estudos no Rio Grande do Sul (GETEG), Prof. Renato
Paes
de
Almeida,Ana
Paula MeirelesReis
Pelosie
LilianeJanikian, por esses anos
deamizade, companheirismo, trabalhos no campo e, porque nåo broncas. Valeu mesmo pessoal.
Ao
professoresdo
lGc-USPque
auxiliaramem
diversasetapas, profs.
Drs.
Claudio R¡ccominie
Jorge Hachiro pelas inestimáveis contribuiçöesno
Examede
Qualificaçäo, bemcomo pelo companheirismo
e
valiosos ensinamentos nesses longos anose a
quemdevo
aescolha da área específ¡ca da geologia na qual finalizo este trabalho.
O
Mapa Geológicoda
Sub-Bacia Camaquä Orientalse
deveao
primoroso trabalho demeu amigo Marlei Antonio C. Chamani, o Trilô, que também leu o Capítulo referente à geologia
desta sub-bacia,
a
quem agradeço pelo companheirismoe
parceria nesses longos anos deamizede.
Aos meus estagiários Ana Paula Justo (Sabu) e Adhur Jarbas Cardoso da Silva (Jacu) do PIBIC/CNPq
e
Annamaria Rizzoda
Fonseca (Maggi)do
Trabalhode
Formatura2000,
peloauxílio nos trabalhos de campo e pela camaradagem e lealdade demonstradas.
Aos colegas e amigos do Curso de Pós-Graduação
do
lGc-USP que colaboraram sejamem frutíferas discussöes, ou apenas acompanhando o autor nos momentos de relaxamento no
happy-hour, em especial o grande amigo Afonso C.R. Nogueira pelas inestimáveis sugestöes em várias ocasiöes, seja nos trabalhos de campo, a quem agradeço, ou nas discussöes acerca
de sedimentologia e estratigrafia..
Ao Prof. Dr. lan MacReath pela gentileza em elaborar o Absfracf.
As
fotos
aérease
cessãode
alguns mapasque
consultamosforam
facilitados peloscolegas R¡cardo da Cunha Lopes,
Wlson Wldner
e
Eduardo Camozzatoda
Superintendência Regional dê Porto Alegre da Companhiade
Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).A
todasestas pessoas e entidades somos profundamente gratos.
Agradeço
à
FAPESP pelo auxílio financeiroaos
trabalhosde
campoe
pela
bolsa depesquisa concedidos (98/03682-3), respectivamente.
Por
último, como nåo poderia de¡xarde
ser, gostar¡a de expressara
minha gratidåo àÍt¡otce
cepirulo
1 =cgt¡sroenncÖes
rNlcrAls
1.1 TNTRODUçÂOl.l.l
Cons¡derações a respeito deestudos
no Grupo Santa BárbaraI.2
OBJETIVO1.3 MATERIAIS E MÉTODOS DE TRABALHO
1 .3.1 Análise
estratigráfica
de fáciesI .3.2 Análise estrat¡gráfica de proven¡ência L3.2.1 Descrição do método
No campo
No
laboratório
1.3.3 Análise
estratigráfica
de paleocorrentes1.3.4 Aplicação
dos
conce¡tos deestratigrafia
de seqüências1.3.5
Análise
petrográf¡ca 1.3.6 Tectônicarúptil
I.4
ORGANIZAçAO DA TESE DE DOUTORADOcAP¡ruLO
2-qqNrçXro cEoLoclco
REGtoNAL2.'l TNTRODUçAO
2.2 A BACIA DO CAMAOUÃ E SEU EMBASAMENTO
2.1
lntrodução
'
2,2.1 OSupergrupo
Camaquä2.2.1.1 Grupo Maricá
2,2,1,2 Grupo Bom JardÍm
2.2.1.3 F ormação Acampamento Velho
2.2.1.4 Gtupo Santa Bárbara
2.2.1.5 Gtupo Guaritas
2.2.1.6 Suíte
lntrusiva
Rode¡o Velho2.2.2 As
coberturas do
Escudo Gaúcho no Uruguai:o
Grupo Piriápolis
e a FormaçãoBarriga
Negra 2.2.2.1 Formação Sierra de Las Animas2.2.2.2 Fotmação Cerro Las Ventanas
2.2.2.3 Formação Barr¡ga Negra
Considerações finais sobre a Formação Barriga Negra 2.2.2,3 Formação Playa Hermosa
2.2.2.4Tempestitos
com ¡nfluênc¡aglacial
da Formação Playa HermosaqaPíTuLo
3. ESTRATTGRAFIA pQ GRUPO SANTA BÁRBARA3.r
rNTRO_DUçAO3.2 REVISAO CRITICA SOBRE O GRUPO SANTA BARBARA E UNIDADES RELACIONADAS
3,3 GRUPO SANTA BÁRBARA
3.3.1
Distribuição
efisiografia
3.3.2
L¡toestratigrafia
do Grupo Santa BárbaraFormação Estância Santa Fé
Formação Passo da Capèla
Formação Seival
Formação R¡ncão
dos
MourasFormação
João
Dias3,3.2 ldade do
Grupo
Santa Bárbara3,4 ESTRATIGRAFIA DE SEOÜÊNC|AS
4.3 LITOESTRATIGRAFIA E
SISTEMAS DEPOSICIONAIS DO GRUPO SANTA BÁRBARA
4.4 FORMAçÃO PASSO DA CAPELA
4.4.1 Leque Submarino do Vale
do Piquiri
4.4.1.1 Depósitos de leque interno de s¡stema de leque submar¡no
I nte rp reta ç ão pa I e o a m b ie nta I
4.4.1.2 Depósitos de leque interno e leque
intermediário
de sistema de leque
submarino
I nter pretaç ã o p al e o a m b i e nta I
4.4.1,3 Depósitos de turb¡d¡tos de leque
intermediário
e leque externode sistema de leque
submarino
I nterpretaç ão paleoa mb iental
4.4.1 .4 Depósitos
turbiditos
de lequeexterno
4.4.1 .5 Anál¡se de paleocorrentes dos
depósitos
de leque submar¡no4.4.2 Depós¡tos de Plataforma
4.4.2.1 Depós¡tos de
tempestitos
de face litorânea a costa-afora4.4.2.2 Depósitos
marinhos
detempestitos
de costa-aforaI nte rp reta ç ã o p a I eo a m b ie nt a I
4.4.2.3 Análise de paleocorrentes
dos depósitos
plataformais4.4.2.4
Arenitos com
laminaçõescontorcidas
(sism¡tos)lnterpretação paleoamb¡ental
4.4.2.5 Ev¡dênc¡as de vulcan¡smo s¡n-sed¡mentar na
_
Formagão Passo da Capela4.5 FORMAçAO RTNCAO DOS MOURAS
4.5.1 Depósitos de leques aluv¡a¡s
proximais
adistais
I nte rp ret aç ã o pa I eo a m b i e nta I
4.5.2 Depósitos de sistema
fluvial entrelaçado
I nterpretaç ão paleo amb ¡e ntal
Análise de Proveniência
4.5.3
Análise
depaleocorrentes
da Formação Rincão dos Mouras 4.6 PETROGRAFIA SEDIMENTAR4.7 SEQÜÊNCIAS DEPOSICIONAIS 4.7.1 Seqüênc¡a
SBorl
4.7.2 Seqüência SBor2
.
4.7.3 Seqüênc¡a SBor34.8 SINTESE DA EVOLUçAO TECTONO-SEDTMENTAR DA SUB-BACTA
CAMAOUÃ ORIENTAL
A
NORTE DO RIO CAMAQUÃ72 72 75 76 80 84 90
4.9 ANÁLISE ESTRUTURAL E TECTONICA DA DA SUB-BACIA CAMAOUÃ ORIENTAL 149
CAPITULO 5 - SUB-BAGIA CAMAOUÃ
CENTRAL
I53
5.r
TNTRODUçAO
1535.2 O GRUPO SANTA BARBARA (NEOPROTEROZOTCO
lil)
NA SUB-BAC|A CENTRALDA BACIA DO CAMAQUA, RS: ESTRATIGRAFIA, SISTEMAS DEPOSICIONAIS,
94 100 100 102 104 104 109 109 112 113 113 115 119 123 124 128 r30
l3l
134 136 139 139 140 142 143 154 153 189PALEOGEOGRAFTA E tMPL|CAçÖES TECTÔNtCAS
5.3 ANÁLISE PETROGRÁFICA DO GRUPO SANTA BÁRBARA
NA
REGñO
DAS MINAS DO CAMAOUÃ5.4 SíNTESE DA
EVoLUçÃo
DA sUB-BAGIA CAMAQUÃ CENTRALCAP¡TULO
6.
SUB-BAGIAcA[IAouÃ
oCIDENTAL
I93
6.r
TNTRODUçAO
1936.2
EvoLUçÃo
ESTRAT¡GRÁF|CADo
cRUpo
SANTA BÁRBARA(NEOPROTEROZOTCO
ilt)
NA SUB-BAC|A OCIDENTAL,7.2,2 Amb¡entes Deposiciona¡s
7.2.3 Proveniência
7.2.1 Tectônica
7.3 EVOLUçÃO DO PREENCHTMENTO SEDTMENTAR
7.4 CORRELAçAO COIVI AS DEMAIS COBERTURAS DA TRANSTçÃO
N EOPROTEROZOICO-EOPALEOZOICO
7.5 CONCLUSÖES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
22',1
221 221
222 224 225
227
230
23',|
232
236
LISTA DE FIGURAS
cA,q¡ruLp
1=
coNgtpFFAcoEs
tNlc¡Ats
Figura 1.1 - Bacias da transiçäo
Neoproterozó¡co-Eopaleozóico
2Figura 1.2 - Esboço geológico do Escudo Gaúcho no Rio Grande do
Sul
3Figura 1.3 - Esboço geológico das unidades de cobertura do Rio Grande do
Sul
sFigura 1.4 - Método de estimativa visual de volumes de clastos no
campo
12cApÍTuLo ¿=
GoNTEXTO GEOLóG|CO REG|ONALFigura 2.1 - Esquema do Escudo Gaúcho no RS e
Uruguai
19Figwa
2.2 - Perfis regionais na Bacia doCamaquå
21Figura 2.3 - Aspectos geomoÉológicos da Formação Acampamento Velho e do Grupo
Bom
Jardim
26Figura 2.4 - Aspectos geomorfológ¡cos do Grupo Santa
Bárbara
2ZFigura 2.5 - Aspectos geomorfológ¡cos do Grupo
Guaritas
28Figura 2.6 - lntrusão da Suíte Rodeio Velho no Grupo
Guaritas
29Figura 2.7 - Conglomerados da Bacia San Carlos,
Uruguai
31F¡gura 2.8 - Vista da Siena de Animas que dá nome à Formaçåo Sierra de Las
Animas
32Figura 2.9 - Leques aluviais da Formaçäo Barriga
Negra
36Figura 2.10 - Seçåo colunar de detalhe da porção intermediária da Formação Barriga
Negra
37Figura 2.1'l - Esquema do Escudo Gaúcho no Rio Grande do Sul e
Uruguai
40Figura 2,12 - Esboço geológ¡co do extremo sul do Uruguai na região de
Piriápo¡is
42Figura 2.13 - lntrusäo de traquitos da Suíte Sierra de Animas na Formação Playa
Hermosa
42Figura 2,14 - Seções colunares de detalhe da Formação Playa
Hermosa
4gFigura 2.15 - Fácies Gm com clastos intraformacionais de arenitos finos, argilitos e
s¡ltitos
46Figura 2.16 - Fácies de arenitos conglomeráticos
maciços
46Figura 2.17 - Fácies de arenitos com marcas
onduladas
46Figura 2.18 - Fácies de arenitos com laminaçöes
onduladas
46F¡gura 2.19 - Fácies de arenitos finos com clasto de tamanho
anômalo
49Figura 2.20 - Fácies de arenitos finos com clasto de tamanho
anômalo
S0Figura
2.1I
- Detalhe do clastocaído
SOFigura 2.12 - Aren¡tos com Eshatificações Cruzadas Hummocky e
Swaley
51Figura 2.13 - Fácies de Arenitos com Estratificações Cruzadas Hummocky e
Swaley
51cApiTULo
g= ESTRATIGRAF|A
æ
cRupo
SANTA BÁRBARAFigura 3.1 - Aspectos geomorfológ¡cos do Grupo Santa
Bárbara
63cApiTpL,g
4:
suB-BActA
pAMAAUÃ ORENTAITFigura 4.1 - Mapa geológico simplifìcado da Sub-Bacia Camaquã
Orienlal
70Figura 4.2 - Vista do Vale do Piquiri na Folha Cerro da
Árvore
7ZFigura 4.3 - Coluna litoestratigráfica composta do Grupo Santa Bárbara na
Sub-Bacia Camaquã
Oriental
74Figura 4.4 - Esquema da divisão tr¡partite de leques
submarinos
Z7Figura 4.5 - Seçöes correlacionadas do leque submarino do Vale do
Piquiri
7AFigura 4.6 - Leque submarino do Vale do
Piquiri
79Figura 4,7 - Depósitos de leque submarino no Vale do
Piquiri
82Figura 4.8 - Brechas e conglomerados lent¡culares da Formação Passo da
Capela
83Figura 4,9 - Aspecto da fácies de conglomerados estrat¡f¡cados do leque
submarino
BsFigura 4.10
-
Fácies de conglomerados estratificados do lequesubmarino
BsFigura 4.11 - Fácies de conglomerados estrat¡ficados do leque
submarino
86Figura 4,13 - Histogramas de proveniência de conglomerados do leque
submarino
91Figura 4.14 - Histogramas de proveniência de conglomerados do leque
submarino
92Figura 4.15 - Seçäo colunar de detalhe dos turbiditos do leque
externo
96Figura 4.16 - Seções colunares de detalhe dos turbiditos de leque
externo
97Figura 4.17 - Seçåo colunar de detalhe dos turbiditos do leque externo a
intermed¡ário
98Figura 4.18 - Depósitos de turbiditos de leque intermediário
(outer-fan)
99F¡gura 4.19 - Seçäo contínua de detalhe dos turbiditos de leque
externo
101Figura 4.20 - Paleocorrentes do leque
intermediário
103Figura 4,2'l - Paleocorrentes dos turbiditos de leque intermediário e
externo
105Figura 4.22 - Paleocorrentes dos turbiditos de leque
externo
106Figwa
4.23 - Mapa de distribuição depaleocorrentes
1O7 F¡gura 4.24 - Seçåo colunar de detalhe dos depósitos detempestitos
108Figura 4.25 - Afloramento do Passo da
Capela
1 10Figura 4.26 - Depósitos de tempestitos de costa-afora
(offshore)
111Figura 4.27 - Arenitos dobrados por atividade sísmica sin-sedimentar
s¡n-sedimentar
114F¡gura 4.28 - Diques clásticos provocados por atividade sísmica
sin-sedimentar
114F¡gura 4,29 - Camadas de tufito intercaladas nos turbiditos de leque
externo
116Figura 4.30 - Exposições da 4a camada de
tufito
117Figura 4.31 - Aspectos petrográficos dos tufitos
félsicos
118Figura 4.32 - Exposiçöes dos srstemas aluviais da Formaçåo Rincåo dos
Mouras
12OFigura 4.33 - Seçäo colunar de geral da Formaçåo Rincåo dos
Mouras
121Figura 4.34 - Contato entre os turb¡ditos de leque da Formação Passo da Capela
e conglomerados e arenitos da Formaçäo Rincáo dos
Mouras
122Figura 4.35 - Fácies de conglomerados da Formação Rincäo dos
Mouras
126Figura 4.36 - Fácies de arenitos da Formação Rincão dos
Mouras
129Figura 4.37 - Histogramas de proveniência de conglomerados aluviais
da Formaçäo Rincão dos Mouras
Figura 4.38 - Histogramas de proveniência de conglomerados aluviais
da Formação Rincão dos Mouras
Figura 4.39 - Seçåo colunar geral esquemática da Formação Rincão dos Mouras
Figura 4.40 - Fotomicrografias de arenitos finos da sucessäo de turbiditos
Figura 4.41 - Aspecto do arcabouço dos arenitos da Formaçåo Passo da Capela
Figura 4.42 - Tufito félsico da Formação Passo da Capela
Figura 4.43 - Seçåo colunar de detalhe da SSBor2
Figura 4.44 - Exemplo de tectônica pós-deposicional no Grupo Santa Bárbara
Figura 4.45- Croqui da parede sul do efloramento do Passo da Capela
salientando as falhas
sin-sedimentares
152Figura 4.46- Populaçöes de falhas (círculos máximos) e estrias (pontos) s¡n-sedimentares 152
qAFíTuLo
S:
supìBAcr4
cåryrAouÃ
qFNrBâL
Figura 5,1 - Esboço geológico das unidades neoproterozóicas e eopaleozóicas
do Rio Grande do Sul
Figura 5.2 - Sub-Bacia Camaquã Central
Figura 5.3 - Comparação entre as seções colunares do Grupo Santa Bárbara aflorantes
nas regiões das Minas do Camaquå (A) e de Bom Jardim (B)
Figura 5.4 - Turbiditos de leque externo (oufer-fan) de sistema de leque submarino
da Formaçåo Passo da Capela na regiåo das Minas do Camaquã
Figura 5.5 - Turbiditos de leque externo (outer-fan) de sistema de leque submarino
da Formaçäo Passo da Capela na regiåo de Bom Jard¡m
Figura 5.6 - Gráficos da análise de proveniência dos clastos realizada nos depósitos
turbidíticos de leque interno da Formaçäo Passo da Capela nas regiöes
das Minas do Camaquä (A) e de Bom Jardim (B)
Figura 5.7 - Depós¡tos gerados por ondas de tempestades, em ambiente de costa-afora
na região de Bom Jârd¡m
132 IJJ 135 tJ/ 138 138 141 151
155
:156
l
160
l
161
162
:Figura 5.8 - Seção de detalhe de depósitos litorâneos da Formaçåo Seival na regiåo
das M¡nas do
Camaquã
166Figura 5.9 - Seção de detalhe dos depósitos de planície de maré da Formação Seival
na região de Bom
Jardim
167F¡gura 5.{0 - Seçäo de detalhe dos depósitos de planície de maré da Formação Seival
na regiäo de Bom
Jardim
167Figura
5.ll
- Seçåo de detalhe da porção de topo dos depósitos de planície de maré daFormaçåo Seival na região de Bom
Jardim
168Figura 5.12 - Conglomerados e arenitos de leques aluviais da Formação Rincão
dos Mouras na regiäo das Minas do
Camaquã
17OFigura 5,13 - Seção colunar de detalhe da Formação Rincáo dos Mouras na região
das Minas do
Camaquã
171Figura 5.14 - Leques aluviais da Formaçáo Rincão dos Mouras na regiåo
das Minas do
Camaquã
172Figura 5.15 - Gráficos da análise de proveniência de clastos realizada nos depósitos
de leques aluviais da Formação Rincão dos
Mouras
174Figura 5.16 - Seçöes colunares de detalhe da Formaçåo Joåo Dias na região
das Minas do
Camaquä
176Figura 5.17 - Depósitos de face litorâneã com estratificaçäo cruzada
sryash
176 Figura 5.18 - Arenitos finos com estratificação cruzada do tipo hummocky daFormação João Dias, na regiåo das Minas do Camaquã
Figura 5.19 - Fotomicrografias da Formaçäo Passo da Capela Figura 5.20 - Fotomicrografias da Formaçäo Seival
Figura 5.21 - Fotomicrografias da Rincâo dos Mouras
Figura 5.22 - Fotomicrografias da Formaçåo João Dias
CAPÍTULO
q:
SUB-BAC|A CAMAQUÃ OCtDENTAL Figura 6.1 - Esboço geológico das unidades neoproterozóicas e eopaleozóicasdo Rio Grande do
Sul
196Figura 6.2 - Mapa geológico da Sub-Bacia Camaquã
Ocidental
2O0F¡gura 6.3 - Seção colunar composta do Grupo Santa Bárbara na Sub-Bacia Câmaquä
Ocidental
2O2Figura 6.4 - Seção de detalhe dos conglomerados da Formação Estância Santa
Fé
2O4Figura 6.5 - Conglomerados da Formaçåo Estânc¡a Santa Fé na regiâo do Cerro da
Pedra
2O4Figura 6.6 - Evolução das paleocorrentes com a estrat¡grafia do Grupo Santa
Bárbara
2O7Figura 6,7 - Seção colunar dos depósitos de baia
estuarina
2OgFigura 6.8 - Seção colunar dos depósitos de planície de
marés
21OFigura 6,9 - Aren¡tos com estratificaçåo cruzada e películas de argila nos estratos
frontais
211Figura 6.10 - lntercalações de arenitos finos e siltitos com gretas de
contração
212Figura
6.ll
- Afloramento dos depósitos de rios entrelaçados do Membro Serrados
Lanceiros
215Figura 6.12 - Paleocorrentes aluviais do Membro Serra dos
Lanceiros
216 Figura 6.13 - Histograma de proveniência do arcabouço dos conglomerados e arenitosconglomeráticos fluviais do Membro Serra dos Lanceiros Figura 6.14 - Fácies heterolíticas do Membro Arroio Umbu
Figura 6.15 - Histograma de proveniência do arcabouço dos conglomerados e aren¡tos
conglomeráticos fluv¡a¡s do Membro Pedra do Segredo LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 - Principais propostas estratigráficas para as coberturas do Escudo
Gaúcho
23labela
2,2 - Classificação de litofácies e respectivas características sed¡mentares daporção inferior da Formação Playa
Hermosa
44Tabela 3.1 - Resumo das unidades litoestratigráficas do Grupo Santa
Bárbara
64Tabela 3.2 - Quadro estratigráfico com a distribuiçåo das unidades litoestrat¡gráficas do
Grupo Santa Bárbara na Bacia do
Camaquå
65 Tabela 4.1 - Tabela de fácies de ambiente de leque submarino encontradas na FormaçåoPasso da Capela na Sub-Bacia Camaquã Oriental a norte do rio
Camaquã
81 Tabela 4,2 - Tabela de fácies de depósitos de tempestitos de costa-afora da FormaçãoPasso da Capela na Sub-Bacia Camaquå
Oriental
112 Tabela 4.3 - Tabela de fácies da Formação R¡ncåo dos Mouras na Sub-Bacia CamaquåOriental a norte do rio Camaquå 125
Tabela 6.1 - Síntese da litoestratigraf¡a do Grupo Santa Bárbara na Sub-Bacia
Camaquã
Ocidental
2O'lTabela 6.2 - Resumo das fácies sedimentares do Grupo Santa Bárbara na Sub-Bacia
Este
trabalho
foi
financiado pelos
projetos FAPESP
98/04510-'1
,GAPíTULO
1
=
CONSIDERACÖES
lNlClAlS
r.r.
rNrRoDUçÃO
O intervalo situado no fim do Neoproterozóico e início do Paleozóico na porção sudeste da Plataforma Sul-Americana registra
a
presençade
ocorrências vulcano-sedimentares geradas após os eventos orogênicos do Ciclo Brasiliano. Tais ocorrências, esparsamente aflorantes dosul
de
MinasGerais ao sul
do
Uruguai, foram originadasem
bacias tectônicas alongadassegundo direçåo
variável entre NNE
a
ENE,como
regra associadasa
falhas
de
mesmaorientaçäo do embasamenlo sobre o qual se s¡tuam (Fig. 1.1). Os depósitos destãs bacias são
formados
por
espessas sucessões
de
conglomerados,arenitos
e
pelitos
de
ambientesconlinentais, costeiros
e
marinhos, freqüentemente associadoscom
rochas vulcanogênicas,principalmente de afinidade alcalina.
Conforme
já
apontado por Almeida (1969), a mais completae
melhor exposta entre estasé
a
Baciado
Camaquã, situadana
porção centro-suldo
Rio Grandedo
Sul(Fig.
1.2), onderecobre rochas
pré-cambrianasdo
Escudo Gaúcho
e
compreendeespessas
sucessõessiliciclásticas
e
vulcanogênicas,como regra
classificadascomo
molassas
da
OrogeniaBrasiliana (Almeida 1967, 1 969, Almeida
et
al. 1973, 1976, Fragoso-Cesar ef a/. 1982" b, 1984,1985, Fragoso-Cesar 199'1), também interpretadas como reg¡stros
de
bacias transcorrentes(Oliveira
&
Fernandes1991,
1992, Br¡to Neves&
Cordani1991,
Machado&
Sayeg
1992,Caravaca 1998, Caravaca et al. 2001) ou de retro-arco de antepais do orógeno deste ciclo no sul do Brasil (Chemale Jr. et al.1995, Gresse ef a/. 1996).
Em trabalhos recentes, elementos
de
campotêm
indicadoque
a
Baciado
Camaquã éproduto
de
evoluçåo extensional,
constituindoum
sistema
de
nfrs,
possivelmente semvinculação com
o
Ciclo Brasiliano (Fragoso-Cesar etal.2}oob,2oo1"'b,
2Oo2,2oo3, Almeida 2001, Fambriniet
al. 2oo1b).A
Bacia do Camaquã s¡tua-se sobre o embasamento metamórfico do Escudo Gaúcho naconjunção entre as três estruturas individualizadas e/ou geradas no Ciclo Bras¡liano na porção centro-sul
do
Rio Grandedo
Sul:(i) o
extremo setentrionaldo Cráton
R¡ode La
Plata, comestruturação tectônica regional de direçåo
!
/NW-ESE, (ii)a
borda ocidentaldo
C¡nturão DomFeliciano,
com direçäo
NNE-SSWa
ENE-WSWe
(äi)o
TerrenoRio
Vacacaí,de
complexaestruturação
variável de
\M',|W-ESE,em sua
regiáo sudoeste,a
NE-SWe
NNE-SSW nasdemais.
As
e,jtruturas deste embasamento foram diversas reativadas durantea
construção,evolução e deformação desta bac¡a.
O Supergrupo Camaquå, unidade litoestratigráfica que preenche a bacia homônima, aflora
F¡gura 1.1 - Bacias sedimentares do fim do Neoproetrozóico e início do Paleozóico na porção sudeste da
Cidados; SG- São Gabriel, SS- São Sepé,CS-Caçapava do Sul, LS- Lavras do Sul,ES- Êncruz¡lhada do Sul, SBV- Sanlana da Boa Vista, BG-Bagê, OP. Dom Pedr¡lo, PM- Pinheiro Machado. PL- Pelotas
BACIA PARANÁ
BACIA OO CAMAOUÃ
ffi c.lucu"r¡tâsê suitutnl^rsrv€Rodeiovetho
ffi cruposanraBárbara
pl cn,e" 4."ì .iaí(rm Fornaç¿o Aæmpåmenro verho e Grânilos
l----l c-pou"n".
TERRENO RIO VACACAI
I co,nl"ro. cná,ss,cos Neoprorerozó¡cos
l--_-l C".prc-. Mêlâvulcanossedrmentares e Of otiicos Neoprolerozóms
CINIURÄO DOM FELICIANO
I s,"uiroe,oun'
ffil
,",rno"",o,u"f]] "","r',.uos serra dos PereÍa-cêíÍo do Fscáo
I lnuno.lrcrr,"ruto I co.rr"roeo'ons".
cRÁToN Rto OE LA PUTA lBtoco vatent¡ne3)
I
::ir":ìi,å1å:i:'33i".î:'f""¡ì:[ä ::"^lx$i:il:.]:toNco ou .áo deformâdos nô Ciclo Eras¡l¡âno
Ocidental, Central
e
Oriental-
Fig. I .3), cujos depósitos, como regra com espessura minimasuperior
a
6000
m,
organizam-se,da
base para
o
topo, nas
unidades
Grupo
Maricá,siliciclástica,
Grupo Bom Jardim,
vulcano-sedimentar,Formação Acampamento
Velho,vulcânica, Grupo Santa Bárbara
e Grupo Guaritas,
siliciclásticos,e
Su¡telntrus¡va
RodeioVelho (Fragoso-Cesar ef a/. 2003, Janikian ef a¿ submet.).
O Grupo Maricá restringe-se à Sub-Bacia Camaquã Ocidental e, conforme Pelosì (2001) e Pelosi & Fragoso-Cesar (2003), constitui-se de sucessåo s¡liciclástica que alcança até cerca de
2000 m
de
espessura, formada majoritariamente por arenitose
arenitos conglomeráticos deambientes fluviais e arenitos e siltitos de ambiente marinho plataformal.
O
Grupo Bom Jardim possui exposiçöes nas sub-bacias Camaquã Ocidentale
Central,consistindo predominantemente
de
rochas vulcanogênicasde
composição intermed¡ária abásica (dacitos, andesitos, andesi-basaltos e basaltos) de afinidade alcalina, representadas por
derrames e por corpos intrusivos, além de rochas piroclásticas, vulcanoclásticas e sedimentares associadas (Janikian
et
al.2OOO, Janikian 2001, Janikianef
a/. submet.).O
contato entre os grupos Maricá e Bom Jardim faz-se por discordância regional, localmente angular.A Formaçáo Acampamento Velho compreende vulcanismo principalmente ácido efusivo e
explosivo (Lima
&
Nardi 1992;Wldner &
Lima "1992, Almeida ef a/. 1996, 2002, Wldner ef a/.1997, 2OO2, Sommer
ef a/.
1999, 2003, Zerfasset al.
2O0O)com
riolitos porfiriticos, riolitosfluidais e piroclásticas associadas (brechas vulcânicas, tufos e tufos lapílicos).
O
Grupo Santa Bárbaraaflora nas três
sub-baciasque
compreendemo
SupergrupoCamaquä no RS e
é
caracterizado por espesso pacote que localmente ultrapassa 6.000 m derochas siliciclásticas
de
ambientes marinho, costeiroe
continental.O
Grupo
Santa Bárbararepousa em discordância erosiva
e
levemente angular sobre rochas vulcânicas andesiticas doGrupo Bom Jardim, porém, como regra, seus contatos
com
litologias mais antigas
säotectôn¡cos. Nas dema¡s sub'bacias,
em
especialna
Sub-Bacia Camaquã Oriental,o
contato basal faz-se diretamente como
embasamento. O Grupo Santa Bárbara encontra-se inclinado por tectônica de blocos associada às falhas normais, sendo comuns mergulhos entre 15o e 80oem
geral
para
leste
na
Sub-Bacia Camaquå Ocidental (embora localmente
hajambasculamentos
para norte)
e
em
parte
da
Sub-Bacia Camaquã Central, para oeste
e,subordinadamente, para sul nas sub-bacias Camaquã Central e Oriental.
O Grupo Guaritas compõe-se basicamente
de
arenitose
conglomerados representandodepósitos continenta¡s
formados
por
sistemas aluviais
que
gradam
para
planície eólica,alimentados
a
partirdas
bordaspor
sistemasde
leques aluviais constituindo uma planícieAmérica do Sul
ì0
BACIA DO PARANA
f---t Unidades Neopaleozóicas e
t---J Mesozóicas
BACIA DO CAMAQUA
SUPERGRUPO CAMAQUA
¡---¡ Grupo Guaritas e Suíte
lJ
lntrusiva Rode¡o VelhoI
Grupo Santa Bárbaraf
Î::iî:#"'i:'$:il:
Formação!
Granitóidesl-l
Grupo MaricáEMBASAMENTO METAMÓRFICO
f]
Embasamento metamórf¡co CS - Caçapava do SulLS- Lavras do Sul SBV- Santana da Boa Vista
Figura 1.3 - Esboço geológico das unidades neoproterozóicas e eoplaeozóicas do Rio Grande do Sul, com
destaque para as unidades que constituem o Grupo Camaquã. Cidades: GS-Caçapava do Sul; LS-Lavras do Sul; SBV-Santana da Boa Vista (modificada de Fragoso Cesar et a/. 20000).
Encantadas, a leste (Paim 1992, Paim et
al.
1992, De Ros efal.
1994, Paim 1994, 1995, 1996, Paimefal.
1995, Silva Filho 1997, Paim et a|.2000, Scherer et al.2003).A Suíte lntrusiva Rodeio Velho constitui-se de intrusöes rasas máf¡cas de falso aspecto de
derrames, origem
de
sua definição como Membro Rodeio Velho (sensu R¡be¡roef a/.
1966),com pequena área de afloramentos reconhecidos como tufitos (Rincão da Tigra, yrde
Wldner
efal.
1997, Almeidaet al.
2000). Entretanto,as
relaçõesde
campo evidenciam claramente ocaráter intrusivo destes corpos
e
sua posteridadeem
relaçãoao
Grupo Guaritas, encaixantepreferencial
de
suas
intrusões(Silva Filho
et al.
1996',
Silva Filho
1997,Fambrini
1998,Fragoso-Cesar et al. 1999).
Ll.l
Considerações a respeito deestudos
no Grupo Santa BárbaraO
Grupo Santa Bárbara, tema desta tese,foi
originalmente definido como formação novale de Santa Bârbara da Sub-Bacia Camaquã Ocidental por Robertson (manuscrito escrito em 1961 e só publicado em 1966), que a estendeu para sucessöes similares da região das M¡nas
do Camaquã. Logo depois, Ribeiro ef a/. (1966) incluíram as unidades siliciclásticas expostas
tanto nas
regíöesdas Minas
do
Camaquãcomo
no Vale
do
Piquiri na
recém designada FormaçåoArroio dos
Nobresdo Grupo Bom
Jardim, situada estratigraficamenteabaixo
doGrupo Santa Bárbara. Estes autores justificaram
tal
mudança estratigráfica pelofato
desteslocais alojarem ocorrências
de
cobre, normalmente associadasàs
unidades vulcanogênicassegundo
os
modelosda
época.
Por outro lado,
a
norte
do
rio
Camaquã,estes
autoresrestringiram
a
Formação Santa Bárbaraà
localidade original (valede
Santa Bárbara),à
uma estreita faixa na porçäo leste da área de Bom Jardim e à unidade superior da região das Minasdo
Camaquä,além
das
rochas
siliciclásticasmais tarde
interpretadascomo geradas
emambientes
eólicos
aflorantesem
torno
das
Minas
do
Camaquå (Fragoso-Cesar1984)
eposteriormente incluídas na unidade Guar¡tas (Fragoso-Cesar ef a/. 1985).
O autor da presente tese vem desenvolvendo investigações nas un¡dades sedimentares
pós-vulcanogênicas
e
pré-Guaritasdesde
seu
trabalho
de
lniciaçåo Cientifica
em
1990(Fambrini 1992). Na oportunidade, as ocorrências da Sub-Bacia Camaquå Oriental a sul do rio
Camaquä,
no
vale do Arroio Boici, entåo
designadacomo
FormaçãoArroio
dos
Nobressegundo Tessari
&
Giffoni
(1970),foram
estudadas atravésde
análises petrográficas paradefiniçåo das áreas fontes (Fambrini 1992, Fambrini et at. 1992q h) como apoio à Dissertaçäo de Mestrado de Heitor S. Sayeg (Sayeg ef a/. 1992'' h, Sayeg 1993, Sayeg ef a/. 1993).
Mais tarde, quando o autor realizou sua DisseÉaçåo de Mestrado na Sub-Bacia Camaquã
Central
na
região
das
Minãs
do
Camaquã
através
de
mapeamento
litofaciológico epaleogeográfico
(Fambrini
1998) ----outraárea cuja
sucessäo
era
e
ainda
é
atribuída
àFormação
Arroio
dos
Nobres(e.9. Caravaca
et al.
2OO1>-, evidenciou-senesta região
aRobertson (1966). Por esta razão, com a colaboraçåo de vár¡os colegas, o autor desvinculou a sucessão ali exposta da Formação Arroio dos Nobres (Fambrini ef a/. 1996b'", Silva Filho ef a/. 1996b)
e
a
colocou
na
FormaçãoSanta
Bárbara,de
acordo com
a
def¡niçåooriginal
deRobertson (1966).
Dando continuidade
às
investigaçöesdas
sucessões sedimentaresdo
Grupo
SantaBárbara para esta Tese de Doutoramento, o autor iniciou os estudos pela Sub-Bacia Camaquã Ocidental onde
a
un¡dadefoi
definida, principalnzão
da escolha do localde
pesquisa. Nestasub-bac¡a inicialmente
as
pesquisas foram centradasno
reconhecimento geraldas
unidades através de uma seção geológica na rodovia RS-357 que liga os municipios de Caçapava do Sule de Lavras do Sul. Esta seção envolveu o Trabalho de Formatura de Ana Paula M. R. Pelosi
sob
a
co-or¡entaçãodo autor
destatese
(Pelos¡ 1998). Simultaneamente,a
D¡ssertaçäo de Mestrado de Renato Paes de Almeida (Alme¡da 2001) foi iniciada nesta sub-bacia onde o autor pañicipou efetivamente como colaborador (Almeida et a\.2000, Almeida et al.2OO1).Logo depois,
já
no
contextoda
Sub-Bacía Camaquã Central,o
autor
iniciou estudosreferentes ao Grupo Santa Bárbara exposta em estreita faixa de afloramentos na área de Bom
Jardim
em
colaboraçåo
com
Liliane Janikian,
cujo tema
de
estudofoi
o
mapeamento paleoambientaldas
sucessöes vulcanogênicas aflorantesnesta
regiåo (Janíkianet a|.2000,
Janikian 2001). Concomitantemente,
a
unidade de topo desta unidade na região das Minas do Camaquä foi detalhada no Trabalho de Formatura de Annamaria Rizzo da Fonseca, sob a co-orientaçäo do autor (Fonseca 2000).A
sul do rio Camaquã, embora náo enfocadas nesta tese,as
sucessöes vulcano-sedimentaresda
região das Tocas
tambémforam
preliminarmenteinvestigadas (Fambrini ef a/. I 996", 1999).
Paralelamente, outras exposiçöes
do
Supergrupo Camaquã foram investigadasa
nívelreg¡onal para
o
estabelecimentoda
separaçåo entrea
unidade Santa Bárbarae
as
demais,como se depreende
de
publicações feitas (Silva Filho ef a/. 1996", Fragoso-Cesar ef a/. 1996,1998b, 1999, 2OOO", 2OOOb, Pelosi
ef
al.2OO1, Janikianef
a/.
submet.). Também áreas de embasamento,em função da
análisede
proveniência,foram
estudadas conjuntamente com outros pesquisadores (Fragoso-Cesar ef a/. 1992, 1993"'b, 1994, 1995, 1998", 2OOO", 2OO2).Por fim, a Sub-Bacia Camaquä Oriental foi alvo de investigações conduzidas unicamente
pelo autor, mas com a colaboraçåo de estudantes de lniciação Científica sob sua co-orientação (Silva 2000, Justo
2002).
Nesta sub-bacia foram implementados diversos estudos, tais como mapeamento geológicona
escala 1:50.000, análises estratigráficas de fácies, proveniência epaleocorrentes,
análises
de
sistemas
deposiciona¡s,análises
petrográficas,análises
datectônica s¡n-sedimentar e aplicação dos conceitos da estratigrafia de seqüências.
Na
presentetese,
produtode
¡nvestigações regionaisem
todasas
sub-baciase
depaleogeografia
no
mesmo contexto tectono-sedimentar. Tendoem vista que
a
desígnaçãosanta
Bárbara possu¡ pr¡oridade sobrea
designaçäo Arroio dos Nobres, sugere-se aqui queaquela unidade passe
a
ser denominada de Formaçåosanta
Bárbara, elevadaa
grupo nestatese.
I,2.
OBJETIVOO
objetivodesta tese
foi
o
estudo da
evoluçäo tectono-sedimentardo
Grupo
SantaBárbara com base a dados de mapeamento geológico (em escalas regional, de semi-detalhe e de detalhe), litoestratigráficos, sedimentológicos, de proveniênc¡a e paleocorrentes, de sistemas deposicionais,
de
evolução paleogeográfica,de
eshatigrafiade
seqt¡ências, petrográficos eestruturais.
Através destes
elementos, propostade
evoluçäo estratigráficada
unidade foiformulada, com redefiniçåo e separação em formações.
I.3.
MATERIAIS E MÉTODOS DE TRABALHOO plano de pesquisa proposto no projeto inicial visava o emprego das técnicas de análises estratigráficas de fácies, sistemas deposicionais, proveniência e paleocorrentes juntamente com
análise
de
estruturas tectônicassin-
e
pós-deposicionais paraa
compreensãoda
evoluçãogeológica da região. Um dos objetivos principais era a correlação das diferentes ocorrências do Grupo Santa Bárbara com base nas técnicas de análises de fácies, de sistemas deposicionais. e na aplicação dos conceitos de estratigrafia de seqüênc¡as.
De
prático,a
revisåo litoestratigráficaa
partirde
revisâo crítica dos trabalhos prévios,mapeamento em escala regional de praticamente todas as ocorrências e de detalhe em
áreas-chave, permitiu redefinir
as
unidadesde
cobedurassob
novas bases,
desvinculadas da correlação litológica pura e simples.Os
trabalhos
de
campo
compreenderam408 dias
em
15
etapas
de
mapeamentogeológ¡co na escala regional (1:100.000), de semi-detathe (l:50.000)
e
de detalhe (1:25.000),além da realização de perfis perpendiculares às estruturas na escala 1:25.000. Enfatizou-se a
descrição
e
obtenção de dados de estruturas primáriase
sistemas deposicionais para análisede fácies, o levantamento de seções estratigráficas, a coleta sistemática de dados qualitativos e quantitat¡vos de paleocorrentes, proveniência dos clastos e feições tectôn¡cas, e a amostragem
litológica para descrição petrográf¡ca posterior e anál¡ses laboratorla¡s.
Os principais métodos empregados neste trabalho foram: (1) mapeamento geológico, (2)
análises petrográficas, (6) aplicaçåo dos conceitos de estratigrafia de seqüências e (7) análise
da tectônica sin-sedimentar.
1.3.1 Análise
estratigráfica
de fáciesNa
aplicaçåoda
análise estratigráficade
fácies foram seguidasas
recomendaçöes dewarker (1e75âb), Miall (1978, 1990, 2000), Smirh (1986), Selley (1987), Tucker (1989), Watker (1992), Ghibaudo (1992), Coimbra et al. ('1992b), Reading (1996), Gesicki (1996), Miall (1996,
2000)
e
Boiano (1997), entre outros. A análise estratigráfica de fácies foi implementada atravésdo
levantamento de seções colunaresde
detalhetipo
Selley (1987) paraa
compreensåo dadistribuição faciológica das unidades
e a
elaboraçãode
um esquema de fácies sedimentares(e.9.
Tabelas
4.1
e
4.2),
buscando-se
a
obtençäo
de
dados
sedimentológicos
queconsubstanciem análises de sistemas deposicionais
e
propiciem análisesde
paleocorrentes eproveniência nos estratos compatíveis, anotando-se
o
nível correspondente. Paralelamente,amostras selecionadas das diferentes fácies foram coletadas com a finalidade de confecção de seçöes delgadas para auxiliar nas descriçöes de fácies e de sistemas deposicionais, bem como
para avaliação de área fonte.
No caso de depósitos de leque submarino, os trabalhos de Normark & Piper (1969), Mutti
&
Ricci-Lucchi (1972),watker (1967,
1975^'h, 1978),Mutti
(1977), Muttief
a/. (1978),
Hein(1982), Hein & Walker (1982), Ryder & Thompson (1989), Mutti & Normark (1991), Mutti (1992),
Nilsen
ef
al. (1994), Boiano (1997), Normark ef a/. (1998), Stow&
Mayall (2000), Saturef
a/.(2000), Johnson et
al.
(2001), Hickson&
Lowe (2002), Davies&
Gibling (2003), entre outros, foram considerados para a morfolog¡a e pãra a ¡nterpretaçäo paleoambientale
das seqüências deposicionais.1.3.2 Anál¡se
estratigráfica
de proveniênciaA
análise estratigráfica de proveniência seguiu as seguintes etapas, conforme âs técnicas desenvolvidas por Nilsen (1969), Steel et al. (1977), Steel & Aasheim (1978), Steel & Gloppen(1980), Graham (1983),
Grahamef
ar
(1986), Miall (1990), lbbeken
&
Schleyer
(1991),Rimington
ef
a/. (2000),
Corcoranet
al.
(2OO2).Adaptando para
as
condiçõese
rochassedimentares encontradas
na
Baciado
Camaquãos
métodos apontadospor
estes autores,têm-se aplicado os seguintes procedimentos gerais (Fambrini 1998):
-ldentificação
e
reconhecimento de fácies por meio da geometria, espessura, estruturas ecomposiçåo
dos
l¡totipos, procurando-sesempre
definir
o
nível
estratigráficoda
unidadeanalisada;
-Análise
de
proveniênciano
arcabouçode
conglomeradose
arenitos conglomeráticos-Amostragem
de
clastospara
posterior identificaçäo,e
de
litotipospara
laminaçäo edescrição petrográfica;
-Estimativa
qualitativa
dos
clastos para
interpretaçãoregional
em
afloramentos
depequena exposiçäo;
As análises de proveniência macroscópica foram realizadas na fração maior que grânulo
e,
a
microscópica,na
matrizdos
arenitose
conglomerados.A
nível
macroscópico, foram selecionados diversos estratosou
porçöes delese
contados aleatoriamente 100clastos'
Os fragmentos escolhìdos apresentaram tamanhos maiores queI
cm, de forma a abrangera
maiorvariaçåo granulométr¡ca possível. Desta forma, mais
de
5000 clastos foram contados, sendoque
destes
em
condições
ideais
cerca
de
500
tiveram
mensurados
parâmetrossedimentológicos
tais como:
dimensöes máxima (4r|,ìla,,.)e
mínima (0'¡n.),
arredondamento,esfericidade
e
forma.Tais
análises serviramde
Suportepara as
aferiçóesde
área fonte
e condiçóes de transporte, tendo sido feita estratigraficamente,ou
seja, camadaa
camada, dabase para o topo de cada exposiçåo estudada A seguir tal método será detalhado abaixo.
L3.2.1 Descrição do método
No camPo:
As
análisesde
proveniênciaforam
realizadasem
brechas, conglomeradose
arenitos conglomeráticosa
nível
macroscópicoem
afloramentos,e
em
arenitos, microscopicamente.NoS afloramentos,
essa
análise
empreendeua
estimativa
dos
clastos componentes
doarcabouço dessas l¡tologias.
A técnica de análise de proveniência compreendeu diversas etapas. Primeiramente houve
o estabelec¡mento de fácies tendo como parâmetros a geometr¡a e a espessura das camadas,
as
estruturase
a
const¡tuiçáo litológicados
estratos utilizando-sedos
conce¡tosde
Walker(1992), Reading (1996)
e
Miall
(2000).
A
análise
de
proveniência,
no
arcabouço
deconglomerados
e
arenitos
conglomeráticos,foi
implementada
pela
estimativa
visual
daproporção
dos
constituintesmaiores
que
I
cm
e
posterior contagem aleatór¡a
por
nívelselecionado (random analysis)
de
1OO clastos em cada local¡dade analisada (conforme Nilsen1969, Graham
et
at. 1975, por exemplo). Escolheu-se aleatoriamente dimensåo superiora
1 cmcom vistas
a
abrangera
mâior variação granulométrica possivel. Paratanto,
procedeu-se àidentificação da litologia dos clastos
e
sua contagem, como constante na Tabela no Anexo 2.Cada
porçãodo
estrato
ou
do
afloramento escolhida aleatoriamenteera
exaustivementeexplorada, tentando-se obter
um
mínimode
50 clastos pesquisados, sendoo
ideal
100. Emafloramentos
de
dimensões
reduzidas,ou
sem
exposiçöesfavoráveis,
empreendeu-se acontagem sumária aleatória na tentativa de se alcançar