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A gênese do conceito freudiano de inconsciente.

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Academic year: 2017

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A gênese do conceito freudiano de inconsciente

Gilberto Gomes

Universidade Estadual do Norte Fluminense

Resumo

Durante toda sua obra, Freud concebe os processos psíquicos como derivados da atividade do cérebro. Aqui é proposta uma reconstituição dos passos inferenciais (constituindo uma seqüência lógica e não cro-QROyJLFDSRVVLELOLWDGRVSRUHVVDFRQFHSomRSVLFRQHXUDOTXHOHYDUDPVREDLQÀXrQFLDGRVIDWRVFOtQLFRV DRFRQFHLWRSVLFDQDOtWLFRGHLQFRQVFLHQWH2VSURFHVVRVQHXUR¿VLROyJLFRVVXEMDFHQWHVDRSVtTXLFRGHYHP SRVVXLUFRPSOH[LGDGHVX¿FLHQWHSDUDMXVWL¿FDUDVSURSULHGDGHVSVtTXLFDVFRQKHFLGDVSHODFRQVFLrQFLD3DUD Freud, a consciência é uma espécie de percepção interna de processos psíquicos. Como a consciência não é inerente a esses processos, torna-se natural imaginar que eles possam também ocorrer sem serem percebidos (processos pré-conscientes). O conceito de inconsciente propriamente dito também se mostra tributário de sua concepção psiconeural.

3DODYUDVFKDYHIUHXGPHWDSVLFRORJLDSUREOHPDPHQWHFpUHEURGXDOLVPRPRQLVPRLQFRQVFLHQWH

Abstract

The genesis of the Freudian concept of the unconscious.$ORQJDOOKLVZRUNV)UHXGFRQFHLYHVRISV\FKLFDO SURFHVVHVDVGHULYHGIURPWKHDFWLYLW\RIWKHEUDLQ:HRIIHUKHUHDUHFRQVWUXFWLRQRIWKHLQIHUHQWLDOVWHSV PDNLQJXSDORJLFDODQGQRWDFKURQRORJLFDOVHTXHQFHPDGHSRVVLEOHE\WKLVSV\FKRQHXUDOFRQFHSWLRQWKDW KDYHOHGXQGHUWKHLQÀXHQFHRIFOLQLFDOIDFWVWRWKHSV\FKRDQDO\WLFDOFRQFHSWRIWKHXQFRQVFLRXV1HXUR -SK\VLRORJLFDOSURFHVVHVXQGHUO\LQJSV\FKLFDOUHDOLW\PXVWSRVVHVVHQRXJKFRPSOH[LW\WRMXVWLI\WKHSV\FKLFDO SURSHUWLHVNQRZQE\FRQVFLRXVQHVV$FFRUGLQJWR)UHXGFRQVFLRXVQHVVLVDVRUWRILQWHUQDOSHUFHSWLRQRI SV\FKLFDOSURFHVVHV$VFRQVFLRXVQHVVLVQRWLQKHUHQWWRWKHVHSURFHVVHVLWLVQDWXUDOWRLPDJLQHWKDWWKH\ PD\DOVRRFFXUZLWKRXWEHLQJSHUFHLYHGSUHFRQVFLRXVSURFHVVHV7KHFRQFHSWRIWKHXQFRQVFLRXVSURSHUO\ VDLGDOVRDSSHDUVDVGHSHQGHQWRQWKLVSV\FKRQHXUDOFRQFHSWLRQ

.H\ZRUGVIUHXGPHWDSV\FKRORJ\PLQGEUDLQSUREOHPGXDOLVPPRQLVPXQFRQVFLRXV

E

PWUDEDOKRDQWHULRUPRVWUDPRVTXHDRFRQWUiULRGRTXHmuitas vezes se pensa, Freud sempre manteve a concep-ção de que os processos psíquicos dependem do funcio-namento do cérebro (Gomes, 2005). Citações cobrindo toda sua REUD)UHXGDDD EEF EPRVWUDPTXH Freud sempre considerou a atividade psíquica como tendo fun-GDPHQWRQRVSURFHVVRVQHXUR¿VLROyJLFRVGRFpUHEUR

Discutimos também as conseqüências desta concepção do SVtTXLFRFRPRIXQGDPHQWDGRQXPVXEVWUDWRQHXUR¿VLROyJLFR Em primeiro lugar, destacamos a adesão ao pensamento causal em que esta posição implica. Inegavelmente, a pressuposição do determinismo psíquico é um dos componentes essenciais da teoria freudiana. Em segundo lugar, lembramos o aspecto quantitativo presente em todos os aspectos de sua teoria, e que decorre diretamente da suposição de um fundamento material dos processos mentais. Finalmente, a suposição de que o sistema nervoso é responsável pela atividade anímica leva naturalmente

jFRQFHSomRGHXPDSDUHOKRSVtTXLFRFRPH[WHQVmRHVSDFLDO originando o ponto de vista tópico da teoria psicanalítica (Go-mes, 2005).

1RSUHVHQWHWUDEDOKRGLVFXWLUHPRVRSDSHOHVSHFt¿FRGHVVD concepção sobre a relação mente-cérebro no desenvolvimento GRFRQFHLWRIUHXGLDQRGHLQFRQVFLHQWH1XPPRPHQWRGHJUDQGH desenvolvimento das neurociências e de questionamento sobre as relações entre neurociências e psicanálise, evidencia-se a relevância da questão proposta.

2LQFRQVFLHQWHQDQHXUR¿VLRORJLDGRVpFXOR;,;

A criação por Freud de uma teoria do inconsciente é muitas vezes vista como uma ruptura em relação às tentativas de sua época de explicar os fenômenos psíquicos pelo funcionamento GRFpUHEUR0DUFHO*DXFKHWHPVHXOLYUR/¶LQFRQVFLHQWFpUp -bralRSHUDXPDPRGL¿FDomRFRPSOHWDGHVVHTXDGUR

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RFXOWRQDVIRUPXODo}HVGRVQHXUR¿VLRORJLVWDVFRPRSRGHULDP ID]HUSHQVDUDVSURSRVWDVPHQRVULJRURVDVGH/DQFHORW:K\WH em seu livro The unconscious before Freud (1960).

Sem negar a originalidade de Freud, é preciso, entretanto, UHFRORFDUDFULDomRGDSVLFDQiOLVHHPVHXFRQWH[WRKLVWyULFR1R FDVR*DXFKHWID]XPDDQiOLVHGHWDOKDGDGHWRGRXPVHWRUGHVVH FRQWH[WRKLVWyULFRKiPXLWRWHPSRHVTXHFLGRRXLJQRUDGRR GDVGLVFXVV}HVGRVQHXUR¿VLRORJLVWDVHQHXURORJLVWDVGDpSRFD sobre o inconsciente, concebido ainda sob a perspectiva da teoria GRVUHÀH[RVPDVWHQGRGHTXDOTXHUIRUPDRHIHLWRGHTXHEUDU muito efetivamente a concepção tradicional do papel central da FRQVFLrQFLDHGDYRQWDGHFRQVFLHQWH1mRHUDDLQGDRFRQFHLWR freudiano que estava presente, mas sim toda uma problemática que estava claramente colocada, todo um novo campo do “pen-ViYHO´TXHHVWDYDDEHUWRFRPRGL]*DXFKHW

Desse ponto de vista, podemos encontrar um sentido no fato de a psicanálise não ter sido criada por um psicólogo ou XP¿OyVRIRPDVVLPSRUXPQHXURORJLVWD(YLGHQWHPHQWHHVVD SUREOHPiWLFDQHXUR¿VLROyJLFDGR³LQFRQVFLHQWHFHUHEUDO´QmRIRL o único fator que propiciou a criação do conceito psicanalítico de LQFRQVFLHQWH$TXHVWmRFOtQLFDGDVQHXURVHVMiEHPGLVWLQJXL -das dos outros quadros clínicos de que os neurologistas deviam FXLGDURVSUREOHPDVGRKLSQRWLVPRDWHRULDGDHYROXomRQD ELRORJLDWRGRVHVVHVIDWRUHVFRPRPRVWUD*DXFKHWIRUDPYH -WRUHVFXMDFRQYHUJrQFLDFRQVWLWXLXXPD³HQFUX]LOKDGD´P~OWLSOD QRXQLYHUVRFXOWXUDOGDVHJXQGDPHWDGHGRVpFXOR;,;FULDQGR as condições de emergência do conceito freudiano.2

7DPEpPGHHVSHFLDOLQWHUHVVHSDUDFRPSUHHQGHUDLPSRUWkQ -FLDGRSHQVDPHQWRQHXUROyJLFRHQHXUR¿VLROyJLFRQDIRUPDomR GH)UHXGpRSRXFRGLYXOJDGROLYURGH3HWHU$PDFKHUFreud’s

QHXURORJLFDO HGXFDWLRQ DQG LWV LQÀXHQFH RQ SV\FKRDQDO\WLF WKHRU\ 1HOH SRGHPRV YHU FODUDPHQWH FRPR DXWRUHV FRPR %UFNH 0H\QHUW H ([QHU TXH IRUDP SURIHVVRUHV GH Freud, pensavam questões muito próximas às que moldaram o pensamento desse último.

Conseqüências da concepção psiconeural

A busca de entender os fenômenos psíquicos como derivados da atividade cerebral, entretanto, pode levar a diferentes tipos de conseqüências na elaboração de uma teoria explicativa. O notável HP)UHXGpTXHVXDFUHQoDQHVVDEDVH¿VLROyJLFDGRVIHQ{PHQRV SVtTXLFRVQmRRFRQGX]LXDDSOLFDUDHVWHVRVFRQFHLWRVGD¿ -VLRORJLD±FRPRWRGRVDTXHOHVTXHQRVpFXOR;,;FRQVWUXtUDP VXDVWHRULDVGR³LQFRQVFLHQWHFHUHEUDO´VREUHRPRGHORGRUHÀH[R *DXFKHW0XLWRDRFRQWUiULRpVXD³QHXUR¿VLRORJLD´TXH vai incorporar os conceitos do psíquico, como representação, GHVHMRDIHWRSUD]HUDQJ~VWLDSHQVDPHQWRHWF,VWRMiDSDUHFH muito claramente no Projeto, de 1895. Mais tarde, ele abandonou DVKLSyWHVHVHVSHFt¿FDVVREUHRVPHFDQLVPRVQHXUDLV0DVRTXH HVWiSUHVHQWHGHVGHRLQtFLRDWpR¿PpDLGpLDGHTXHRVSURFHVVRV QHXUDLVGHEDVHTXDLVTXHUTXHVHMDPGHYHPFRPSRUWDUWRGDD riqueza dos processos psíquicos.

3DUDUHÀH[RORJLVWDVUHGXFLRQLVWDVFRPR0DXGVOH\RX6H -WFKrQRYDFRQFHSomRQHXUDOGRSVtTXLFROHYRXjHOLPLQDomRGD vontade consciente e à substituição dos princípios explicativos derivados da consciência de si e dos outros pelos princípios H[SOLFDWLYRV GD ¿VLRORJLD UHÀH[R H[FLWDomR LQLELomR HWF

3DUDRXWURVFRPR3ÀJHURX/HZHVDXQLGDGHSVLFRQHXUDOWHUi como conseqüência uma extensão das qualidades da consciência VHQVLELOLGDGHHYRQWDGHDRVSUySULRVUHÀH[RV*DXFKHW 3DUD)UHXGHODOHYRXjSRVVLELOLGDGHGHSHQVDUXPDYRQWDGHLQ -FRQVFLHQWHUHSUHVHQWDo}HVLQFRQVFLHQWHVSHQVDPHQWRVGHVHMRV HFRQÀLWRVLQFRQVFLHQWHV

Passos inferenciais para a elaboração do conceito

freudiano de inconsciente

Confrontando a teoria freudiana do inconsciente com sua concepção sobre a relação mente-cérebro, podemos reconstituir os seguintes passos inferenciais como etapas lógicas que levaram – em colaboração com outros fatores, sem dúvida – ao conceito IUHXGLDQRGHLQFRQVFLHQWH

Primeiro passo. Se os fenômenos psíquicos conscientes têm um substrato neural, os processos neurais que constituem esse substrato devem ter as características dos fenômenos psíquicos LVWRpFDUDFWHUtVWLFDVTXHOKHVSHUPLWDPVHUFRQVLGHUDGRVFRPR UHSUHVHQWDo}HVGHVHMRVDIHWRVSHQVDPHQWRVHWF

Segundo passo. Se existem processos neurais que funcio-nam como os processos psíquicos de que temos consciência, SRGHHQWmRKDYHUSURFHVVRVQHXUDLVTXHIXQFLRQDPGDPHVPD PDQHLUDPDVVHPFRQVFLrQFLDSHQVDPHQWRVGHVHMRVHWFSUp conscientes).

Terceiro passo. Se existem processos neurais com todas as características do psíquico consciente menos a consciência, SRGHHQWmRKDYHURXWURVSURFHVVRVQHXUDLVFRPDOJXPDVGHVVDV características (as que permitem caracterizá-los como repre-VHQWDo}HVGHVHMRVSHQVDPHQWRVOHPEUDQoDVHWFPDVVHP algumas outras (negação lógica, contradição, temporalidade, consideração da realidade, etc.).3

3URSRQKRHVVHVSDVVRVFRPRXPDVHTrQFLDlógicaVXEMD -cente ao desenvolvimento do conceito freudiano, e não como uma sucessão de formulações que o autor deveria ter enunciado H[SOLFLWDPHQWHHFURQRORJLFDPHQWH1mRSUHWHQGRDOpPGLVVR TXHRFRQFHLWRSVLFDQDOtWLFRGHLQFRQVFLHQWHVHMDRVLPSOHVUHVXO -tado de uma inferência lógica a partir de certos pressupostos. É claro que ele resultou também de questões clínicas e teóricas com DVTXDLV)UHXGDFKDYDVHFRQIURQWDGR2TXHSUHWHQGRPRVWUDU é como a resposta que deu a essas questões foi atingida por um FDPLQKRTXHQHFHVVLWRXGHVVDVSUHVVXSRVLo}HV

Processos neurais com características de processos

psíquicos

Antes de tudo, o que importa constatar é que a suposição de processos neurais possuidores das características dos processos SVtTXLFRVIRLDFRQGLomRSDUDIRUPXODUDKLSyWHVHGHXPLQ -consciente que é verdadeiramente psíquico, e não simplesmente

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consti-tuído por processos naturais. Mais ainda, e principalmente, essa dependência das características dos fenômenos psíquicos, tais como se mostram à nossa consciência, impediria a concepção de processos inconscientes possuidores de algumas, mas não de outras, dessas características, o que caracteriza, precisamente, os processos do sistema do inconsciente propostos, de forma inovadora, pela teoria psicanalítica.

Outros autores podiam, com maior facilidade, colocar uma seqüência inconsciente de UHÀH[RV no lugar de um pensamento consciente, do que imaginar um pensamento (propriamente dito) como realidade neural. Ora, o substrato neural de um pensamento FRQVFLHQWHSDUD)UHXGQmRpXPDVHTrQFLDGHUHÀH[RVPDV sim, como podemos constatar com especial clareza no Projeto de uma psicologia, um verdadeiro pensamento neural (voltarei a esse ponto na próxima seção).

9iULRVDXWRUHVMiKDYLDPSURSRVWRDLGpLDGHSURFHVVRV ¿VLROyJLFRVSRVVXLGRUHVGHFDUDFWHUtVWLFDVGRSVtTXLFR(PDO -JXQVFRPR3ÀJHU/HZHV+HULQJFLWDGRVSRU*DXFKHW ou Butler (1880/1920), a extensão de atributos psíquicos aos UHÀH[RV¿VLROyJLFRVRXDWpPHVPRjPDWpULDLQDQLPDGDOHYDYD HQWUHWDQWRDXPDSHUGDGHHVSHFL¿FLGDGHGRSVtTXLFR'L]HU TXHRVUHÀH[RVPHGXODUHVWrPFDUDFWHUtVWLFDVDGDSWDWLYDVTXH manifestam uma sensibilidade e uma vontade é, sem dúvida, propor um “psíquico” inconsciente, mas não concorre muito com a concepção de um inconsciente verdadeiramente psíquico, TXHUGL]HUGHXPGRPtQLRQRYRTXHHVWHMDDRPHVPRWHPSRIRUD GRFDPSRGRVUHÀH[RVHIRUDGRTXHPRVWUDDFRQVFLrQFLD2 PHVPRVHDSOLFDDGL]HUFRP+HULQJH%XWOHUTXHDPHPyULDp uma característica de toda a matéria.

$LQGDRXWURVDXWRUHVDGPLWLQGRDLGHQWL¿FDomRGRSVtTXLFR à atividade cerebral, se voltaram para a psicologia associativa para dar conta desse psíquico, pois essa forma de psicologia era FHUWDPHQWHDTXHPHOKRUVHDGDSWDYDDXPDLGHQWL¿FDomRFRP RVSURFHVVRVQHXUR¿VLROyJLFRVFRQKHFLGRVQDpSRFDLVWRpFRP RVUHÀH[RV$VVLP0H\QHUWTXHIRLSURIHVVRUGH)UHXGSRU H[HPSORHVFUHYLDHP

Imaginemos que o córtex é uma tabula rasa, e apresentemos a ele um fenômeno que (...) estimula duas áreas distintas do córtex (...) as duas imagens registradas se associam e, sempre que uma delas é re-excitada, a excitação vai se estender através GDV¿EUDVDVVRFLDWLYDVSDUDDVRXWUDVFpOXODV0H\QHUW FLWDGRSRU$PDFKHUS

&RPRREVHUYD$PDFKHUSDSVLFRORJLDDVVR -ciacionista tendia a eliminar as faculdades psicológicas, como a razão, a vontade, etc., reduzindo os processos psíquicos à com-binação de sensações.3RGHVHFRQVWDWDUTXHRSUySULR)UHXG HPDOJXPDVSDVVDJHQVUHQGHKRPHQDJHPDRDVVRFLDFLRQLVPR PDVVHPMDPDLVOLPLWDURVSURFHVVRVSVtTXLFRVDDVVRFLDo}HV entre sensações.

Ao contrário desses autores, Freud supôs a existência de um campo próprio de processos neurais possuindo plenamente as características do psíquico. Quando digo que Freud postulou a H[LVWrQFLDGHSURFHVVRV¿VLROyJLFRVSRVVXLGRUHVGDVFDUDFWHUtVWLFDV do psíquico, isso não implica necessariamente na suposição de um

LVRPRU¿VPRHQWUHSURFHVVRV¿VLROyJLFRVHDDSDUrQFLDTXHWrPRV IHQ{PHQRVSVtTXLFRVSDUDDFRQVFLrQFLD3RGHPRVpYHUGDGHYHU

XPDEXVFDGHWDOLVRPRU¿VPRQDWHQWDWLYDGHFRQVWUXomRWHyULFD doProjeto3RURXWURODGRHVVDSRVLomRMiKDYLDVLGRFULWLFDGD

SHORSUySULRDXWRUHPVXDPRQRJUD¿DVREUHDVDIDVLDV³8PDWDO WUDQVSRVLomR>VHULD@pFODURWRWDOPHQWHLQMXVWL¿FDGD$VSURSULHGD -GHVGHVVDPRGL¿FDomR>¿VLROyJLFDSURGX]LGDSRUXPDH[FLWDomR@ GHYHPVHUGH¿QLGDVSRUHODVPHVPDVHLQGHSHQGHQWHPHQWHGHVHX correlato psicológico” (Freud, 1891/1983, pp. 105-106)..

6HMDFRPRIRURLPSRUWDQWHpTXHQDHODERUDomRGR Proje-to, o que Freud requer dos processos neurais responsáveis pela atividade psíquica é um grau de complexidade, uma estrutura HXPDGLUHFLRQDOLGDGHTXHVHMDPVX¿FLHQWHVSDUDGDUFRQWDGH SURFHVVRVFRPRRGHVHMRRSHQVDPHQWRDDWHQomRRVDIHWRV etc., sem pretender reduzi-los a meros processos de associações de sensações.

2GHVHMRHRSHQVDPHQWRQDQHXURSVLFRORJLDKLSRWpWLFDGR 3URMHWR

O primeiro passo inferencial descrito acima pode ser ilustra-GRSHODVKLSyWHVHVVREUHRGHVHMRHVREUHRSHQVDPHQWRSUHVHQWHV noProjeto.5 2GHVHMRVXS}HXPDDVVRFLDomRFRPSOH[DHQWUH HQFKLPHQWRGRVQHXU{QLRVGRQ~FOHRGRVLVWHPDSVLFROyJLFRD partir da fonte pulsional, e sua descarga por ocasião da vivência GHVDWLVIDomRLQYHVWLPHQWRGRVQHXU{QLRVUHVSRQViYHLVSHOD SHUFHSomRHSHODOHPEUDQoDGRREMHWRSUHVHQWHQRPRPHQWR GHVVDYLYrQFLDLQYHVWLPHQWRGRVQHXU{QLRVUHVSRQViYHLVSHOD SHUFHSomRHSHODOHPEUDQoDGRPRYLPHQWRUHÀH[RTXHSHUPLWLX DVXVSHQVmRGRHVWtPXORHQGyJHQR)UHXGS 8PQRYRHVWDGRGHWHQVmRSXOVLRQDOSURGX]LUi QmRVRPHQWHRLQYHVWLPHQWRGDUHSUHVHQWDomRGRREMHWRPDV também um esforço para percebê-lo (pp. 332-333).

7HPRV DVVLP RV HTXLYDOHQWHV ¿VLROyJLFRV GH WRGRV RV HOHPHQWRVH[LJLGRVSRUVXDFRQFHSomRSVLFROyJLFDGRGHVHMR DUHSUHVHQWDomRGRREMHWRGHVHMDGRDWHQGrQFLDDVHDSUR[LPDU dele, a exigência de percebê-lo e a representação da atividade TXHSRGHWUD]HURSUD]HUSUHYLVWR(OHQmR¿FDUHGX]LGRDXPD simples associação de sensações.

Freud também apresenta, no Projeto, toda uma teoria QHXUR¿VLROyJLFDGRSHQVDPHQWRTXHHYRFDUHPRVPXLWREUHYH -PHQWH2GHVHMRSURYRFDRLQYHVWLPHQWRGHXPDUHSUHVHQWDomR GHREMHWRPDVHVVHLQYHVWLPHQWRVHID]FRPXPDTXDQWLGDGH PHQRUTXHQmROHYDjDOXFLQDomR)UHXGSS (VVDUHGXomRTXDQWLWDWLYDpRUHVXOWDGRGHXPDLQLELomR efetuada pelo eu (,FK), concebido como um grupo de neurônios FRQVWDQWHPHQWHLQYHVWLGRS6HRLQYHVWLPHQWRGHGHVHMR corresponde ao investimento dos neurônios a+b e o investimento perceptivo ao investimento dos neurônios a+c, o pensamento VHUiRSURFHVVRTXHEXVFDUiXPFDPLQKRTXHOHYHGHc a b (p. (VVHFDPLQKRVHUiGHWHUPLQDGRQmRVRPHQWHSHODVIDFL -litações, mas também pela representação-alvo (ZielS O neurônio b, que corresponde a esse alvo, exerce uma atração sobre o deslocamento da quantidade.

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será mesmo preciso ir contra as facilitações presentes (Freud, SHpReu que tornará isso possível (p. 9HUL¿FDPRVTXHQmRVmRVLPSOHVUHÀH[RVRXDVVRFLDo}HV que vêm tomar o lugar do pensamento. Ao contrário, Freud se esforça para construir um modelo neural do pensamento que possa representar as características psicológicas do próprio pen-VDPHQWRWDOFRPRHOHQRVpGDGRDFRQKHFHUSHODFRQVFLrQFLD mas nem por isso limitando-o ao que essa revela).

O papel da consciência nos processos psíquicos

É preciso considerar também qual é a teoria freudiana da consciência. Isso importa, aqui, pois o problema mente-cérebro é antes de tudo o problema mente consciente-cérebro (Gomes, 1995). É só secundariamente que se coloca o problema da relação entre o psíquico inconsciente e o cérebro. Duas concepções sobre DFRQVFLrQFLDSRGHPVHURSRVWDV8PDFRQVLGHUDTXHDTXDOLGDGH da consciência é intrínseca a todos os processos psíquicos. Mes-mo se restringirMes-mos essa tese a uma parte somente dos processos psíquicos, o importante aqui é ser a consciência considerada por esse ponto de vista como intrínseca a eles. A outra concepção considera que a consciência é um evento mental distinto, que WHPFHUWRVSURFHVVRVSVtTXLFRVFRPRVHXREMHWReSRUWDQWR uma propriedade relacional (pois envolve a relação entre dois HVWDGRVPHQWDLVHQmRXPDSURSULHGDGHLQWUtQVHFD5RVHQWKDO *RPHV(VWDVHJXQGDFRQFHSomRpVHPG~YLGDD de Freud (Gomes, 2003).

a consciência (...) é excitável (...) a partir (...) do sistema da per-FHSomRHPSULPHLUDOLQKDHHPVHJXLGDDSDUWLUGDVH[FLWDo}HV de prazer e desprazer (...) Mas (...) a consciência (...) tornou-se também um órgão sensorial para uma parte de nossos processos GRSHQVDPHQWR)UHXGDS

5RVHQWKDOSREVHUYDTXHHVVDFRQFHSomRQmR implica necessariamente numa teoria materialista do psíquico. Mas ela se adapta bem à tese da identidade psiconeural, ou dos dois aspectos.

Se queremos de fato estimar o papel da concepção de Freud sobre a relação mente-cérebro na gênese do conceito psicana-lítico de inconsciente, devemos relacionar essa concepção com sua teoria da consciência. Se a consciência inclui a percepção GHSURFHVVRVSVtTXLFRVTXHFRUUHVSRQGHPDSURFHVVRVQHXUR¿ -VLROyJLFRVHQWmRHVVHVSURFHVVRVQHXUR¿VLROyJLFRVGHYHPSRGHU dar conta da complexidade dos processos psíquicos percebidos pela consciência. Isso quer dizer que categorias psicológicas de-ULYDGDVGDFRQVFLrQFLDGHVLPHVPRGHVHMRDIHWRSHQVDPHQWR etc.) devem ser, numa certa medida, aceitas e não consideradas FRPRSXUDPHQWHLOXVyULDVHTXHVHGHYHVXSRUTXHRVSURFHV -VRVQHXUR¿VLROyJLFRVTXHVmRVHXIXQGDPHQWRGHYDPSRVVXLU PHFDQLVPRVGHXPDFRPSOH[LGDGHVX¿FLHQWHSDUDMXVWL¿FiODV mesmo se essa complexidade ultrapassa largamente o que é FRQKHFLGRSHODQHXUR¿VLRORJLDGHVHXWHPSR3ULPHLURSDVVR inferencial descrito acima).

Como a consciência não é uma qualidade inerente aos pro-cessos psíquicos que são conscientes, mas sim uma percepção desses processos, torna-se natural imaginar que os processos percebidos pela consciência possam também ocorrer sem serem percebidos.6A consciência torna-se, assim, contingente, e será

SRVVtYHOIDODUHPUHSUHVHQWDo}HVSHQVDPHQWRVHGHVHMRVQmR conscientes. Como, nessa etapa, são pensados processos não conscientes que têm as mesmas propriedades dos processos FRQVFLHQWHVWHPRVDTXLRVSURFHVVRVFKDPDGRVSRU)UHXGGH pré-conscientes. (Segundo passo inferencial).

3RGHVHSHUFHEHUDTXLTXHDFRQFHSomRSVLFRQHXUDOQmRpGH todo indispensável a esse segundo passo inferencial, que pode VHUMXVWL¿FDGRXQLFDPHQWHSHODWHRULDGDFRQVFLrQFLD7RGDYLD essa concepção o torna mais fácil de realizar.

Em relação a esse segundo passo, podemos relembrar esta passagem do Projeto

7UDWDPRVRVSURFHVVRVSVtTXLFRVFRPRDOJRTXHSRGHULDGLV-SHQVDUHVVHFRQKHFLPHQWRSHODFRQVFLrQFLDDOJRTXHH[LVWH independentemente dela. Estamos preparados para descobrir TXHDOJXPDVGHQRVVDVVXSRVLo}HVQmRVmRFRQ¿UPDGDVSHOD consciência. Se não nos deixarmos cair em erro nisso, eis o que VHVHJXHjSUHVVXSRVLomRGHTXHDFRQVFLrQFLDQmRGiXPFRQKH-FLPHQWRFRPSOHWRQHPGLJQRGHFRQ¿DQoDVREUHRVSURFHVVRV QHXURQDLVHVVHVSURFHVVRVGHYHPVHUFRQVLGHUDGRVGHLQtFLRH em toda sua extensão, como inconscientes, e devem ser inferidos FRPRRXWUDVFRLVDVQDWXUDLV)UHXGS

Isso quer dizer que mesmo os processos psíquicos que são REMHWRGDFRQVFLrQFLDVmRFRQFHELGRVFRPRWHQGRXPDQDWXUH]D TXHQmRpQHPFRPSOHWDPHQWHQHPFHUWDPHQWHFRQKHFLGDSHOD consciência.

-DPHV6WUDFKH\DFUHVFHQWDXPDQRWDQRSRQWRFRUUHVSRQ -dente da Standard Edition (Freud, 1950/1966b, p. 308), dizendo TXHD~OWLPDD¿UPDomRGDSDVVDJHPFLWDGDUHIHUHVHD³HQWLGDGHV ¿VLROyJLFDV” e que será preciso um certo tempo para que o autor possa repeti-la, em A interpretação dos sonhos (1900/1982a, p. 580), em relação a “eventos psíquicos´2UD¿FDFODURTXHp

XPDFRQFHSomRGXDOLVWDTXHLPSHGH6WUDFKH\GHYHUTXH)UHXG Mi IDOD DTXL GH HYHQWRV SVtTXLFRV ± OHPEUHPRV R LQtFLR GD SUySULDSDVVDJHPFLWDGD³7UDWDPRVRVSURFHVVRVSVtTXLFRV´ 3RGHPRVOHPEUDUWDPEpPTXHHPRXWUDSDVVDJHPGRProjeto

)UHXGSSHOHHVFUHYH³SURFHVVRDQtPLFR ¿VLROyJLFR´³SK\VLRORJLVFKHU6HHOHQYRUJDQJ”) – o que para outros seria uma contradictio in adjecto.

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GHVVDWHRULDHPUHODomRjQHXUR¿VLRORJLDSURSULDPHQWHGLWDQmR deveria nos impedir de constatar que seu criador não poderia ter dispensado a formulação neural para desenvolver os conceitos que desenvolveu.

Conclusão

3RGHPRVYHUL¿FDUTXHHVVDIRUPXODomRQHXUDOQmRIRLXPD simples linguagem metafórica, uma simples roupagem da teo-ULDXPVLPSOHVUHVtGXRGHKiELWRVGHSHQVDPHQWRDQWHULRUHV como muitas vezes se considera, mas, na verdade, a condição de possibilidade de pensar os processos do inconsciente. O FRQMXQWRGHSUHVVXSRVWRVWHyULFRVHPHWDWHyULFRVSUHVHQWHVQR

Projeto constituíram a incubadora na qual pôde ser gestada a teoria psicanalítica.

'HSRLVRDXWRUS{GHGHL[DUGHODGRDVKLSyWHVHVHVSHFt¿FDV VREUHRVPHFDQLVPRVQHXUR¿VLROyJLFRVUHVSRQViYHLVSHORVSUR -cessos psíquicos, que desenvolveu nessa obra, por ele repudiada. 0DQWHYHHQWUHWDQWRDPDLRULDGDVKLSyWHVHVTXHDtSURS{VVREUH a natureza desses processos, postulando mecanismos de um DSDUHOKRSVtTXLFRWHyULFRQmRUHIHULGRDPHFDQLVPRVQHXUR¿ -VLROyJLFRVHVSHFt¿FRV1HPSRULVVRDEDQGRQRXDFRQFHSomRGH XPIXQGDPHQWRQDWXUDOHQHXUDO±HPERUDDEHUWRjVLQÀXrQFLDV FXOWXUDLV±GHVVHDSDUHOKR*RPHV3UHWHQGRWHUGHPRQV -trado que, sem essa concepção neural, não teria sido possível para Freud criar e desenvolver sua teoria do inconsciente.

Referências

$$PDFKHU3)UHXG¶VQHXURORJLFDOHGXFDWLRQDQGLWVLQÀXHQFHRQSV\

-FKRDQDO\WLFWKHRU\3V\FKRORJLFDO,VVXHV,91RYD<RUN,QWHUQDWLRQDO 8QLYHUVLWLHV3UHVV

Butler, S. (1920). 8QFRQVFLRXVPHPRU\/RQGUHV-RQDWKDQ&DSH7H[WRRULJLQDO publicado em 1880)

)UHXG6$EULVVGHU3V\FKRDQDO\VH,QGesammelte WerkeYROSS )UDQNIXUWDP0DLQ)LVFKHU7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP )UHXG6=XU(LQIKUXQJGHV1DU]LVVPXV,QGesammelte Werke, vol.

SS)UDQNIXUWDP0DLQ)LVFKHU7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGR HP

)UHXG6D7KHLQWHUSUHWDWLRQRIGUHDPV,QStandard Edition, vol. 5 (pp.

/RQGUHV+RJDUWK7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP )UHXG6E7KUHHHVVD\VRQWKH7KHRU\RI6H[XDOLW\,QStandard

Edi-tionYROSS/RQGUHV+RJDUWK7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGR

em 1905)

)UHXG6%H\RQGWKHSOHDVXUHSULQFLSOH,QStandard Edition, vol. 18 (pp.

/RQGUHV+RJDUWK7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP

)UHXG6D$SSHQGL[%,QStandard EditionYROSS /RQGUHV+RJDUWK7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP

)UHXG6E0RXUQLQJDQGPHODQFKROLD,QStandard EditionYROSS /RQGUHV+RJDUWK7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP )UHXG6-RNHVDQGWKHLUUHODWLRQWRWKHXQFRQVFLRXV,QStandard Edition,

YROSS/RQGUHV+RJDUWK7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP )UHXG6D3UHIDFHWRWKH7UDQVODWLRQRI%HUQKHLP¶Vµ6XJJHVWLRQ¶,Q

Standard EditionYROSS/RQGUHV+RJDUWK7H[WRRULJLQDO

publicado em 1888)

)UHXG6E3URMHFWIRUDVFLHQWL¿FSV\FKRORJ\,QStandard Edition, vol. 1

SS/RQGUHV+RJDUWK7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP )UHXG6D'LH7UDXPGHXWXQJ,QStudienausgabeYROSS

)UDQNIXUWDP0DLQ)LVFKHU7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP )UHXG6E7ULHEHXQG7ULHEVFKLFNVDOH,QStudienausgabeYROSS

)UDQNIXUWDP0DLQ)LVFKHU7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP )UHXG6F'DV8QEHZXVVWH,QStudienausgabe, vol. 3 (pp. 119-162).

)UDQNIXUWDP0DLQ)LVFKHU7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP )UHXG6&RQWULEXWLRQjODFRQFHSWLRQGHVDSKDVLHV3DULV3UHVVHV8QL

-YHUVLWDLUHVGH)UDQFH7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGRHP

)UHXG6(QWZXUIHLQHU3V\FKRORJLH,QGesammelte Werke, Nachtrags-bandSS)UDQNIXUWDP0DLQ)LVFKHU7H[WRRULJLQDOSXEOLFDGR

em 1950)

)UHXG6/HPDODLVHGDQVODFXOWXUH,QOeuvres complètes3V\FKDQDO\VH YROSS3DULV3UHVVHV8QLYHUVLWDLUHVGH)UDQFH7H[WRRULJLQDO

publicado em 1930)

*DXFKHW0/¶,QFRQVFLHQWFpUpEUDO3DULV6HXLO

*RPHV*6HOIDZDUHQHVVDQGWKHPLQGEUDLQSUREOHPPhilosophical 3V\FKRORJ\,8(2), 155-165.

Gomes, G. (2003). A teoria freudiana da consciência. Psicologia: Teoria e

Pes-quisa,19

*RPHV*2SUREOHPDPHQWHFpUHEURHP)UHXG3sicologia: Teoria e

Pesquisa,21

5RVHQWKDO'07ZRFRQFHSWVRIFRQVFLRXVQHVVPhilosophical Studies,

(6)

Notas

1

$VSDVVDJHQVUHOHYDQWHVWUDGX]LGDVHQFRQWUDPVHHP*RPHV1RSUHVHQWHDUWLJRDVUHIHUrQFLDVD)UHXGIRUDP

feitas pela fonte utilizada em cada caso, dando-se preferência à referência ao original quando este foi confrontado com as traduções disponíveis. Em alguns casos, em que nem todas as citações foram confrontadas ao original, ou quando foi

IHLWDUHIHUrQFLDDXPDQRWDGRWUDGXWRUWDQWRDWUDGXomRTXDQWRRRULJLQDOIRUDPOLVWDGRVVHQGRDUHIHUrQFLDHVSHFt¿FD

à fonte utilizada no caso. As citações literais foram traduzidas para o português pelo autor. Adotamos a convenção de indicar a obra pelo ano da publicação original seguido pelo da publicação consultada.

2

$HVVHVIDWRUHVSRGHUtDPRVDLQGDDFUHVFHQWDUDFRQVLGHUiYHODWHQomRGDGDSRUDXWRUHVGRVpFXOR;,;jH[SOLFDomR SVLFROyJLFDRXQHXUR¿VLROyJLFDGRVVRQKRV9HMDVHDHVWHUHVSHLWRRVQXPHURVRVWUDEDOKRVSXEOLFDGRVQRSHUtRGRGH DTXHVmRFLWDGRVSRU)UHXGDQRSULPHLURFDStWXORRXVyQDELEOLRJUD¿DGH$,QWHUSUHWDomR dos Sonhos.

3

A ausência de negação lógica, de contradição, de temporalidade e de consideração da realidade, nos processos do in-consciente propriamente dito, é discutida na parte 5 de 2,QFRQVFLHQWH (Freud, 1915/1982c).

0HVPRDVVLPQRTXHGL]UHVSHLWRD0H\QHUWREVHUYHPRVTXHRFRQFHLWRGHUHSUHVHQWDomRDOYRTXHWHUiXPLPSRUWDQWH

SDSHOQDWHRULDIUHXGLDQD)UHXGDFDStWXORSDUWH(MiHVWiSUHVHQWHQHVVHDXWRUFLWDGRSRU$PDFKHU

1965, p. 39).

5

(VWHWUDEDOKRSXEOLFDGRSHODSULPHLUDYH]HPRQ]HDQRVDSyVDPRUWHGRDXWRUIRLUHGLJLGRHP

6

8PSURFHVVRFRQVFLHQWHSDUD)UHXGpXPSURFHVVRSVtTXLFRTXHpSHUFHELGRSHODFRQVFLrQFLD(VWDQmRpSRUWDQWR

algo inerente ao próprio processo, mas algo que se acrescenta a ele.

Lembremos que o autor usa Seele e 3V\FKH, e seelischer e SV\FKLVFKHU, respectivamente, como sinônimos (podendo ser

traduzidos como alma e psique, e anímico e psíquico, respectivamente).

Gilberto GomesGRXWRUHP3VLFRSDWRORJLD)XQGDPHQWDOH3VLFDQiOLVHSHOD8QLYHUVLWp3DULV9,,)UDQoDp SURIHVVRUDVVRFLDGRQR/DERUDWyULRGH&RJQLomRH/LQJXDJHP8QLYHUVLGDGH(VWDGXDOGR1RUWH)OXPLQHQVH (QGHUHoRSDUDFRUUHVSRQGrQFLD$Y$OEHUWR/DPHJR&DPSRV5-&(37HOID[ (PDLOJJRPHV#XHQIEU

Referências

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