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Como as novas mídias constroem o corpo contemporâneo

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Academic year: 2017

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MATHEUS DE OLIVEIRA MARTINS

COMO AS NOVAS MÍDIAS CONSTROEM O

CORPO CONTEMPORÃNEO

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MATHEUS DE OLIVEIRA MARTINS

COMO AS NOVAS MÍDIAS CONSTROEM O CORPO

CONTEMPORÃNEO

Orientador: Afonso Antonio Machado

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Bacharel em Educação Física

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Trabalho de conclusão de curso (bacharelado - Educação Física) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de

Biociências de Rio Claro

Orientador: Afonso Antonio Machado

1. Educação física. 2. Psicologia do esporte. 3.

Desenvolvimento humano e tecnologias. 4. Cybercultura. I. Título.

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMETOS

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RESUMO

O presente trabalho buscou relacionar as novas mídias e o corpo contemporâneo juntamente com a tecnologia, isso foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica e descritiva. Foram usados buscadores eletrônicos para a consulta dos produtos científicos e acadêmicos, além dos itens convencionais de pesquisa, tais como, dissertações, teses e afins. Depois de feita toda a revisão com o material adequado e apoiada na literatura atual, consegui-se concluir que o corpo contemporâneo quando relacionado com as novas mídias atravessa não só o processo de transformação usual, mas o que vale ser destacado é a velocidade das mutações corporais que estes novos meios de comunicação exercem sobre os corpos atuais. Quando o foco passa para o corpo tecnológico, temos que este corpo é representado por uma espécie de maquina humana, que através de seus implantes e principalmente da biocompatibilidade da medicina se torna realidade na vida cotidiana e passa a despertar cada vez mais a atenção dos estudiosos do tema, outro ponto de destaque foi as duvidas e inquietações que as temáticas trouxeram ao mesmo tempo em que estas podem servir como desafio e impulsionar novos trabalhos nessa área.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...6

2. OBJETIVOS... ...9

3. METODOLOGIA...10

4. REVISÃO DE LITERATURA...11

4.1 Comunidades virtuais e as redes digitais...15

4.2 O fenomeno da Cybercultura e as Novas Mídias...18

4.3 Facebook e a formação da adolescência...20

4.4 Corpo e Tecnologia...25

4.5 Espaço, Arte e Corpo...28

4.6 Corpos Transformados...31

4.7 O Corpo como instrumento do poder...34

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...38

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INTRODUÇÃO

A abordagem do tema corpo, com um enfoque especial nos assuntos relacionados à vigorexia, direcionada ao público masculino, como uma forma de análise de distúrbios e tendências contemporâneas, é de extrema relevância, uma vez que o corpo deve ser pensado como uma multiplicidade de forças que adquirem formas distintas ao longo de sua construção em uma determinada época e/ou cultura.

Nos dias atuais, onde a tecnologia está presente no cotidiano das pessoas, em suas mais variadas formas, quer seja através da mídia, das técnicas de intervenção cirúrgicas, nos produtos de beleza, aparelhos para ginástica, etc., não poderíamos deixar de ressaltar o fato de que o corpo toma-se como central toma-seu papel na sua própria construção.

A busca pelo corpo perfeito tem o efeito de produzir discursos duplos que se justificam por relacionar as atividades físicas como promotoras de boa saúde e veículo de credibilidade social, bem como ser objeto de desejo, mas não deixam claro, ou pelo menos não fazem questão de revelar, quais os processos pelos quais passam os que já adquiriram o tão desejado corpo perfeito, ficando somente sua imagem como fontes de inspirações e desejos.

O acesso facilitado de informações para que o indivíduo se torne responsável por si e pela construção corporal, resvala no que é ser valorizado em uma determinada cultura e época, pois vivemos em uma cultura onde os corpos que tem valor são aqueles ditos “sarados”, com musculatura aparente, ativos, sempre em busca de uma beleza perfeita, por isso temos sempre corpos em construção, corpos transitórios.

O corpo que tenho hoje pode não ser valorizado amanhã, ao passo que se me empenhar um pouco mais, melhorar meus treinamentos, me alimentar melhor, poderei ser/ter o modelo de corpo perfeito.

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Vemos então que se cria uma sacralização do corpo, passa-se a cultuar o corpo como algo a ser cuidado e melhorado cada vez mais, tem-se uma inversão de valores que se opõem ao ideal ascético do corpo.

O corpo passa a ser o objeto de culto e cuidados, estabelece relações bastante estreitas com nossas redes de valores atuais, sob o risco de desenvolver patologias relacionadas a estas práticas.

A patologia obsessiva do exercício físico, sob o pretexto de boa saúde, traz um paradoxo onde se coloca em risco sua constituição física com práticas no seu uso excedido e passam a produzir efeitos nocivos ao corpo.

A transição corporal, de um corpo menos valorizado, para aquele que carrega consigo os atributos ideais e necessários para ser valor, acaba por reforçar e afirmar o estilo de vida atual.

O aparecimento das patologias relacionadas à imagem corporal, como formas de expressão corporal ou estilo de vida, como preferem referir a si próprios os acometidos por estes distúrbios de imagens, e que tendem ao desejo de serem perfeitos, mas nunca estar satisfeito com esta perfeição, é uma das formas de obtermos de maneira bastante incisiva indícios de que os corpos na contemporaneidade não são somente algo a serem considerados como força de trabalho, pois houve uma transição destes para corpos como força e valor social, pelas suas formas e pela forma como se administram e constroem seus corpos.

O impacto das novas tecnologias sobre a construção dos corpos não deve se limitar somente aos aprimoramentos corporais através do desenvolvimento de técnicas cirúrgicas, rotinas de exercícios em aparelhagens modernas, administração de novas drogas para aumento de massa muscular, etc., deve-se atentar para o fato de que estas pessoas que estão à procura do corpo perfeito encontram nas mídias, com especial destaque para a internet, meios de divulgação, pesquisa, debate e autopromoção, bastante eficientes, de alcance e potencialidades “virtualmente” ilimitados.

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suas expectativas, pois, nas mais variadas comunidades virtuais, escolhe-se o que se quer ler e expor.

A busca constante pela perfeição encontrada em seus corpos ganha espaço também nas páginas pessoais dos ambientes virtuais, com constantes retoques, atualizações e embelezamentos.

O “real” ganha um duplo no “virtual”.

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OBJETIVOS

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METODOLOGIA

A metodologia usada para esse trabalho se deu por uma pesquisa bibliográfica, com o intuito de recuperar parte do conhecimento cientifico sobre a temática explorada. Esse trabalho é classificado como uma pesquisa descritiva, já que são expostas algumas características de um determinado fenômeno, e possivelmente correlacionar àquilo que foi encontrado para determinar uma opinião solida do pesquisador, de forma a tê-lá e embasada cientificamente. A pesquisa bibliográfica possui alguns elementos que podemos destacar com certa facilidade, entre eles o acesso ao publico do material cientifico, como artigos, dissertações, teses entro outros, ou seja, o pesquisador faz uso daquilo que já está inserido na literatura.

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REVISÃO DE LITERATURA

No decorrer dos últimos anos, percebeu-se em grande escala o aumento no interesse pelos assuntos relacionados aos cuidados corporais, em especial destaque, o culto ao corpo e suas consequências sociais.

Não falamos aqui de qualquer corpo, evidenciaremos aquele corpo dito perfeito, que vende produtos de grifes famosas, que tem grande apelo midiático, estabelecendo padrões de beleza e de grande aceitação e admiração social, o corpo dito “malhado”, trabalhado horas a fio em salas de musculação para obter resultados máximos.

Para desenvolver tal estudo, focaremos nossas atenções no fato de que este corpo dito perfeito e desejável traz consigo inúmeras consequências, até então, somente imagináveis em ambientes de ginásios de fisiculturistas ou atletas de alto nível.

A proximidade das realidades dos ambientes supracitados e a vida cotidiana das pessoas que fogem a estas caracterizações é cada vez mais palpável se atentarmos para o fato de as mídias estabelecerem laços estreitos com a população em geral e, deste meio estar cada vez mais sendo influenciado e sendo influenciador em todos os níveis sociais. Segundo Camargo e Barbara (2004), a mídia possui um papel extremamente importante, pois divulga e populariza os conhecimentos científicos.

A internet, como um meio de interação, divulgação das mais variadas formas de notícias, entretenimento, entre outros atributos, exerce forte influência no que tange aos comportamentos e atitudes sociais validadas como sendo aceitáveis e reproduzíveis, o que acaba trazendo consigo situações que, nem sempre, serão as melhores opções quando analisadas de uma maneira séria e crítica.

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Debruçamo-nos, mesmo que inicialmente, no que Malysse (2002), referindo-se a Duflot-Priot (1981), quando este relata a aparência física como:

“...o corpo e os objetos usados pelo corpo, ou ainda como um conjunto de características físicas constantes (ou que variam lentamente), de atitudes corporais (posturas, expressões, gestos) e atributos (roupas, penteados e acessórios). Ou seja, a aparência é a parte visível que a pessoa oferece à percepção sensorial do outro, e todo ato social que utiliza a aparência ocorre em um ambiente visual.” (MALYSSE, 2002, p. 117-118.)

Fatores distintos compõem a relação visual social, um dos fatores é o da aparência física, considerada como a primeira fonte de informação na interação social, a realidade física, como já explicitada acima, fator este que pode ou não ser gerador de insatisfações corporais, uma vez que pessoas que possuem aparência física condizente com os cânones de beleza atuais podem se sentir bem consigo mesmos ou não, e o contrário também se aplica, pois não possuir um corpo padrão de beleza, para inúmeras pessoas, pode não ser fator de insatisfação corporal, o que nos leva a pensar em algo que envolva toda sua percepção subjetiva do corpo, suas vivências e experiências corporais, ou seja a imagem que fazemos do nosso corpo, nossa imagem corporal.

A imagem corporal é a representação do corpo que cada pessoa constrói em sua mente, bem como a vivência que tem deste mesmo corpo, e, segundo Cash e Pruzinsky (1990); Tompson (1990) citados por Salaberria et. al. (2007) é composta por variáveis de aspectos perceptivos, aspectos cognitivo-afetivos e aspectos condutais.

Os aspectos perceptivos se baseiam na precisão que o individuo tem do tamanho, peso, forma do seu corpo, em sua totalidade ou partes dele, sendo que as alterações na percepção corporal podem dar lugar a superestimações ou subestimações corporais.

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Os aspectos condutais encampam as condutas que derivam da percepção e dos sentimentos associados ao corpo, podendo ser sua exposição ou evitação, a comprovação, seus rituais ou seus disfarces, etc. Em alguns casos, a busca por uma melhor aparência física daqueles que praticam atividade física, se torna até maior que os anseios nos campo profissional, amoroso ou econômico de suas vidas particulares ( NOVAES JS, 2001)

Paul Schilder (1999) reforça o caráter multidimensional da formação da imagem corporal evidenciando que, além de nossas impressões passadas, as relações com o meio externo e com nós mesmos fazem parte da imagem corporal, sendo esta algo que “... não se baseia apenas em associações, memórias e experiências, mas também em intenções, aspirações e tendências”. (SCHILDER, 1999, p.318)

Tertulli e Tavares (2007) citam o fato de que:

"não podemos afirmar que existam em nós dimensões somente fisiológicas ou somente psicológicas. Vemos nessa perspectiva apresentada pelo autor a busca de uma visão integral do corpo, uma tentativa de superação da dualidade representada pelo “corpo” e pela “mente””. (TERTULLI; TAVARES, 2007, p.85)

Segundo Nasio (2009), a imagem do corpo é, senão, a própria substância do nosso eu, não sendo o corpo somente de carne e osso, somos o que sentimos e vemos do nosso corpo. Nosso eu é a idéia íntima que forjamos do nosso corpo, isto é, a representação mental de nossas sensações corporais, que é mutante e incessantemente influenciada por nossa imagem do espelho, sendo composto de duas imagens corporais de naturezas diferentes e indissociáveis, a imagem mental de nossas sensações corporais e a imagem especular da aparência do nosso corpo.

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atender as demandas culturais da sociedade que fazem parte, deixando de lado seus próprios desejos e vontades (SABINO, 2000).

Destarte, a imagem que tenho do meu corpo é sempre fator de tensões e afetos, bem como objeto de distorções e, de acordo com Nasio (2009) baseando-se em Lacan, a imagem de um objeto, neste caso o corpo, é percebido de maneira falsa ou distorcida, quando existe uma relação de amor e ódio com o referido objeto, sendo que a percepção de qualquer coisa importante para o sujeito será inexoravelmente deformada pela influência de amor e ódio, consciente ou não; deformada pelo surgimento de uma antiga emoção infantil; e deformada pela presença do outro, sendo este, ao mesmo tempo, a presença interiorizada de todos aqueles que foram, são ou serão meus eleitos, bem como de maneira mais global, a influencia social, econômica e cultural do mundo em que vivo.

Nossa imagem corporal só adquire suas possibilidades e existência porque nosso corpo não é isolado. Um corpo é, necessariamente, um corpo entre corpos. Precisamos ter outros à nossa volta. (SCHILDER, 1999, citado por CAMARGOS e ASSUNÇÃO, 2007, p.137).

Tendo em vista o quadro citado acima, quando pensamos na construção, estabelecimento e distorções de nossa imagem corporal, se faz necessário a análise, mesmo que de maneira breve e inicial, dos desdobramentos advindos das novas redes sociais de relacionamentos, as redes sociais virtuais.

Com a incorporação da tecnologia informacional e de comunicação bem como seus desdobramentos no cotidiano das pessoas, ocorre o fenômeno da cibercultura, adquirindo status de objeto de análise e alvo de projeções de teóricos das mais variadas áreas, dentre elas a sociologia, antropologia, psicologia, etc.

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Recuero (2004), ao citar diversos autores que versam sobre o tema redes sociais, dentre eles estão Watts (2003); Degenne e Forsé (1999); Wellman (1998, 2001, 2003); Garton et. al. (1997); revela que estas redes partem de duas grandes visões do objeto de estudo: as redes inteiras (whole networks) e redes personalizadas (personal networks), sendo que o primeiro aspecto é focado na relação estrutural da rede com o grupo social e, de acordo com esta visão, as redes pessoais são assinaturas de identidade social, o padrão de relações entre os indivíduos está mapeando as preferências e as características de alguém.

Já, o segundo foco estaria centrado no papel social do indivíduo, podendo este ser compreendido não apenas através dos grupos ou redes aos quais pertence, mas através das posições que ocupa nas redes. Acrescentando, Recuero (2004) ainda cita que a diferença entre os dois focos é o corpus de análise escolhida pelo pesquisador: a rede inteira foca em um grupo determinado e a rede personalizada, um indivíduo.

Ainda ao tratarmos da análise das redes sociais, Garton et al. (1997) cita que este tipo de análise está centrada nos padrões de relações entre as pessoas, refletindo uma mudança do individualismo comum nas ciências sociais para a busca de uma análise estrutural.

Recuero (2004) demonstra que:

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As redes sociais virtuais e seus laços são mais do que a simples conexões de pessoas através da rede de computadores, estes indivíduos estabelecem relações a fim de identificarem-se com aquilo que se propõe a fazer parte e apresentam-se de maneira a atrair olhares ou, ao menos, não destoarem dos seus “objetos de desejos”.

Segundo Costa (2005):

“É importante salientar que todo tipo de grupo, comunidade, sociedade é fruto de uma árdua e constante negociação entre preferências individuais. Exatamente por essa razão, o fato de estarmos cada vez mais interconectados uns aos outros implica que tenhamos que nos confrontar, de algum modo, com nossas próprias preferências e sua relação com aquelas de outras pessoas. E que não podemos esquecer que tal negociação não é nem evidente nem tampouco fácil. Além disso, o que chamamos de preferências “individuais” são não verdade fruto de uma autentica construção coletiva, num jogo constante de sugestões e indicações que constitui a própria dinâmica da sociedade “(COSTA,2005, p 235.)

Isso significa que os indivíduos inseridos nesses grupos ou comunidades, moldam suas preferências individuais baseando-se nos conceitos da coletividade que fazem parte, o que de alguma forma ressalta a importância dessas redes na vida de seus integrantes. Baumann (2003) faz uma interessante afirmação sobre as comunidades:

“Há um preço a pagar pelo privilegio de “viver em comunidade”. O preço é pago em forma de liberdade, também chamada ‘autonomia’, ‘direito à auto-afirmação’ e à ‘identidade’. Qualquer que seja a escolha, ganha-se alguma coisa e perde-se outra. Não ter comunidade significa não ter proteção; alcançar a comunidade, se isto ocorrer, poderá em breve significar perder a liberdade” (BAUMANN, 2003, p.59)

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Posto isso, outro ponto fundamental coloca-se dentro das temáticas já citadas, essa é a confiança, a partir do momento que confiamos em algo ou em alguém, torna-se muito mais fácil o ato de compartilhar, e/ou dividir informações que alguns podem considerar extremamente particulares. Os laços pessoais são desenvolvidos a partir de relações que partem de certa confiança entre aqueles que se relacionam, Costa (2005) diz:

“Não se deve esquecer que para se incrementar os laços sociais é preciso investir na construção e no desenvolvimento de relações de confiança e isso requer, no mínimo, anos de encontros e interações. É fato que a confiança é mais facilmente destruída do que construída e que sua produção não é sem custos, requer investimento, pelo menos de tempo e esforço, se não financeiro” (COSTA, 2005, p 242-243).

O tempo é primordial nessa construção, já que, se levarmos em conta que desenvolver uma relação de confiança com alguém leva um tempo considerável, as redes sociais conseguem reduzir esse tempo de maneira substancial, de forma que, aqueles que estão ativos nesses contextos podem criar relações de intimidade muito mais rápidas e fáceis do que quando se relaciona pessoalmente, sobre isso Costa (2005) ainda completa:

“ Mais profundamente, pode-se constatar que o nível do capital social de uma comunidade, além de ser um fator que aponta para o potencial de inter-relação das pessoas e para essa capacidade de construção da confiança coletiva, é também um indicador do nível de negociação das preferências de cada indivíduo. Nesse sentido, avaliar o capital social de um coletivo é compreender em que etapa ou estágio se encontra a negociação das pessoas naquele momento, se ele é precário, com instituições fracas e violência social, ou se ele é rico, com ações coletivas claras e nível de confiança elevado”

Dentro dessa analise, o poderio financeiro parece ser um alicerce importante na construção e também na manutenção dessas negociações, os indivíduos tendem a ser relacionar com pessoas que possuem níveis sociais parecidos, e talvez seja por isso que as comunidades sejam pautadas no aporte financeiro e não em outras questões, como por exemplo, fatores educacionais e etc..

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É nesse panorama que as redes digitais se inserem e começam a compor o cenário da cyber cultura, porem engana-se quem acha que esse fenômeno é tão recente assim, em meados da década de 1990 já existiam indagações sobre esse assunto, um claro exemplo disso é o livro de Howard Rheingold chamado Comunidade Virtual (1996) citado por Costa (2005). Claramente a cyber cultura mudou a sociedade como um todo, desde as relações pessoais, passando pela economia, entretenimento, enfim, praticamente todas as esferas da sociedade foram bombardeadas com esse “material”. Se olharmos para a afirmação de Robster e Webster (1999) que diz que se as forças do capital corporativista e os interesses políticos forem bem sucedidos na introdução sistemática dessas novas tecnologias, passando da robótica ao banco de dados, da internet aos games de realidade virtual, então a vida social dos indivíduos será transformada quase que em sua totalidade, veremos a real dimensão desse processo, suas transformações mudaram ou estão mudando o cotidiano das pessoas, e nesse aspecto o corpo passa a estar em profunda transformação, já que este acompanha as mutações do mundo contemporâneo. Temos então o chamado corpo transitório, um corpo que nunca está estabelecido, sempre anseia por algo novo, muitas dessas mudanças trazidas pelas informações do mundo da ciber cultura. Aliás, essa, a informação, é a palavra de ordem do processo ciber, segundo Santaella (2003):

“Genética, assuntos de guerra,entretenimento, comunicações, produção de grãos e cifras do mercado financeiro estão entre os setores da sociedade que passam por uma revolução provocada pela entrada no paradigma informacional”( SANTAELLA, 2003 p. 28, 32)

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pela convergência das mídias. Esses fatos evidenciam que mesmo que existam semelhanças importantes na construção desses processos, ainda não podemos negligenciar os pontos divergentes, embora na contemporaneidade exista uma forte tendência de aglutinamento das fontes de informação, uma vez que as culturas estão mais próximas.

Paralelo a cibercultura, temos outro importante processo informacional, é o que os estudiosos chamam de as novas mídias, elas são uma espécie de novo segmento dessa categoria, diferente das grandes mídias, televisão, radio, jornal e etc, as novas mídias tem como fundamental peça a velocidade informacional, dentro dessa mesma velocidade a potencialização do que é veiculado nesse tipo de aparato midiático aumenta exponencialmente, atingindo assim um numero maior de receptores das noticias, tudo isso graças aos computadores e seus softwares. Outro ponto bastante importante em relação a essas mídias está no abastecimento de suas informações, pois as grandes mídias acabam municiando estas para a disseminação do que é transmitido.

Entretanto pelo viés do contexto histórico, temos a formação de fato das novas mídias no fim da década de 80, em países como a Holanda, Áustria e Alemanha, depois, logo no inicio dos anos 2000 começaram a ter as primeiras exposições em museus importantes dos Estados Unidos de obras que tinham esse caráter, especificamente em São Francisco e em Nova York. A comunidade acadêmica enfim se atentou a essa nova possibilidade de estudo e dessa ciência que acabara de nascer (MANOVICH, 2005). Curiosamente, segundo Manovich (2005) mesmo com o nascimento das novas mídias a pouquíssimo tempo, elas chegaram perto da extinção, isso por que os artistas passaram a usar rotineiramente os computadores como forma de arte, possibilitando assim a criação de um gueto e criando uma espécie de fetichismo tecnológico, e deixando de lado questões reflexivas mais importantes e profundas, como as de conceito e ideologia por exemplo.

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distribuição e exposição, isto é, nesse campo enquadram – se a internet, os sites, os jogos virtuais, os CD-ROMs , os DVDs, efeitos especiais feitos por esses materiais e muito mais. Dentro dessa analise, pode–se dizer sem medo de errar que, as redes sociais exemplificam de maneira satisfatória a coletividade presente nas novas mídias.

Rheingold (1996) diz que “as mentes coletivas populares e seu impacto no mundo material podem tornar-se uma das questões tecnológicas mais

surpreendentes da próxima década”, de fato essa previsão se concretizou se levarmos em conta o fenômeno das redes coletivas e o sucesso, principalmente das redes sociais, o leque de interatividade que essas comunidades virtuais possuem é tamanha que se o facebook fosse um país, esse teria a segunda maior população do mundo, ficando a frente da Índia, segundo dados do próprio facebook.

FACEBOOK E A FORMAÇÃO DA ADOLESCÊNCIA.

Indubitavelmente entre as redes sociais, o Facebook desponta como uma das principais redes de relacionamento no mundo, dentro dessa perspectiva inúmeros estudos já mostraram que esse tipo de ferramenta influencia diretamente a vida dos seus usuários. O uso da mídia pode proporcionar um cenário importante para o desenvolvimento emocional, cognitivo e social para os jovens, tomando grande parte do tempo destes indivíduos (Roberts, Foehr, & Rideout, 2005). Ainda quanto ao tempo, jovens americanos de 8 a 18 anos, tendem a desprender seis horas e meia dos seus

dias com algum tipo mídia. Comprova-se isso, por exemplo, com o estudo

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Pelas respostas acima, é notório o interesse pela vida do outro, aquele que supostamente é o “amigo” na rede desperta uma curiosidade incomum nos seus “seguidores”, desde as atividades mais corriqueiras do cotidiano, passando por aquelas de lazer e em alguns casos até as amorosas. Madden e Lenhart (2007) dizem que a internet é onipresente na vida dos adolescentes norte americanos e dos jovens adultos. Aliás, se levarmos em conta esse tipo de publico, perceberemos algumas características com que fazem que esse publico seja talvez o principal usuário desse tipo de rede.

Na teoria de Erickson (1963) o desenvolvimento identitário ocorre por uma serie de conflitos que devem ser resolvidos ao longo dos vários estágios da vida. Geralmente o inicio da adolescência é marcado por questões de duvida moral e sexual, por exemplo, como dito o individuo tende a entrar em conflito com as varias possibilidades de “se construir”, a família e o circulo social frequentado são fundamentais nessa construção. Já o final da adolescência pode ser caracterizado como uma constante luta entre a intimidade e o isolamento, em que o individuo presumivelmente possui um senso de si, e é capaz de “fundir” a sua identidade com outra pessoa sob forma de relacionamento maduro (PEMPEK et al, 2009). De certo que essa “fusão” também influencia nas questões do corpo, possivelmente os adolescentes construam seus corpos da maneira que os seus amigos da rede o constroem, desde a composição física até suas vestimentas e acessórios, é interessante pensar que as novas mídias de certa forma concretizam uma possível relação com os indivíduos que detém esse corpo e são usados de exemplos para a construção de estereótipos de beleza e idealização estética, como celebridades, famosos, jogadores de futebol e etc. Antes essa relação era praticamente platônica, por que a interação não existia ou era mínima, impossibilitada obviamente pela distancia física entre as pessoas. Com o advento dessas novas mídias as possibilidades de relacionamento se multiplicaram

Johnson (2001) diz que:

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embrionária, evoluindo através de seus antepassados culturais: revistas, jornais, shoppings, televisões etc. Mas hoje já há algo inteiramente novo, uma espécie de segunda onda da revolução interativa que a computação desencadeou: um modelo de interatividade baseado na comunidade, na colaboração muitos – muito”.

Conforme este autor, já existe uma segunda evolução em curso, que se baseia no que as redes digitais têm como ponto essencial em seus funcionamentos, a interatividade, a quantidade de informação veiculada por essas comunidades também chama atenção, já que a potencialidade de veiculação desse tipo de mídia é infinitamente maior do que os meios de comunicação de massa anteriores, haja vista a quantidade de usuários que essas “webs” possuem.

Castells (2009) afirma que” o surgimento de um novo sistema eletrônico de comunicação caracterizado pelo seu alcance global, integração de todos os meios de comunicação e interatividade potencial está mudando e mudará para sempre nossa cultura”. E não diferente dessa afirmação, as questões culturais que tangem o corpo transitório, passam na contemporaneidade pelas redes sociais, e os que estão nessas redes buscam uma afirmação dentro dos grupos ou comunidades que estão inseridos.

Gofmann (2004) indica que os indivíduos tendem a se apresentar sob uma luz favorável nas situações em que se envolvem, buscando sempre manter um relativo controle de sua expressividade, o que passa a ser decisivo na aceitação, identificação e valorização destes indivíduos.

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Quando este faz alusão a matérias de jornais e revista em que o corpo masculino e feminino está cada vez mais padronizado e atendendo aos interesses comerciais de grifes de roupas famosas ou para a exposição desses corpos em eventos de grande porte, como o carnaval, e continua ainda enfatizando

“..uma tendência ético-estética atual, a qual denominei androlatria: adoração, tanto por parte de homens quanto de mulheres, dos princípios morais e éticos constitutivos da masculinidade hegemônica, considerados como símbolos de superioridade e sucesso econômico e social.” (SABINO, 2002, pg.144)

Com o advento das novas tecnologias de intervenções corporais para sua potencialização social e (re)criações de corpos novos para a obtenção de uma beleza mutante, não seria de se estranhar que o padrão de beleza esteja sempre em busca de algo mais, de uma perfeição ainda mais perfeita que a anterior, e capaz de nos escancarar situações sociais onde as patologias relacionadas à imagem corporal se fazem cada vez mais presentes, independentemente de questões de gênero.

Labre (2001) e Jones e Nagel (2001) afirmam que a mídia, com a exposição de corpos bonitos tem influenciado na questão da insatisfação corporal e na busca por uma dita anatomia ideal. De acordo com Dizard (2000,p. 54) A tecnologia sempre foi determinante na definição e atuação da mídia de massa. Isso continuará assim nos próximos anos, conforme as indústrias de mídia se ajustam para novas oportunidades operacionais de produção. Diante disso, as mídias são moldadas por inúmeros fatores, entre elas, a tecnologia se mostra como peça fundamental na construção ou fortificação de uma determinada mídia massificadora, mídia essa que comercializa os produtos que são de seu interesse vender.

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física, e através dessa venda outros aspectos são incluídos, tal como, a busca pelo belo, saúde, esteróides, suplementos alimentares e etc.

Pensamos ser necessário o posicionamento sobre a formação da imagem coporal negativa, pois segundo Salaberria et. al. (2007), na formação da imagem corporal existem duas variáveis de extrema relevância: a importância da imagem corporal para a autoestima e a satisfação ou insatisfação com a mesma; visto que, para a formação da imagem corporal negativa fatores tanto de ordem histórica ou de predisposição e fatores de manutenção tomam lugar principal de atenção.

Os fatores de predisposição compõem variáveis de ordem sociais e culturais, modelos familiares e de amizades, características pessoais, desenvolvimento físico e feedback social, dentre outros (obesidade infantil, acidentes traumáticos, doenças, abuso sexual, experiências dolorosas com o corpo, haver fracassado em algum esporte de seu agrado, etc.)

Em suas análises sobre os fatores descritos acima, Salaberria et. al.(2007), explica que as variáveis de ordem social e cultural são aquelas que propõem um ideal estético relacionando-o com a autoestima, com a atratividade e a competência pessoal, como por exemplo, a relação de que ser belo é ser bom e possuir melhor aceitação social; a estigmatização da gordura como algo indesejável e socialmente reprovável; a valorização do ser magro e/ou ser forte.

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Segundo Tavares (2003) somos pressionados em muitas circunstâncias a concretizar, em nosso corpo, o corpo ideal de nossa cultura. Seguindo essa linha de raciocínio cria-se uma pressão cultural sobre a mulher para que ela seja magra e do homem para que seja forte, são considerados fatores de predisposição para que se tenha uma imagem corporal negativa.

Os modelos familiares e de amizades podem desenvolver alterações da imagem corporal à medida que o excesso de preocupações corporais, por parte dos pais e familiares, produz insatisfações devido a inúmeras verbalizações sobre estes aspectos, fazendo com que a criança ou jovem interiorize e valorize estes conceitos, e ser criticado ou sofrer constrangimentos por parte de um grupo de iguais, potencializa sua vulnerabilidade.

As características pessoais como a baixa autoestima, insegurança, dificuldades em obter êxito em sua autonomia e sentimentos de ineficácia, podem fazer com que estas pessoas tentem compensar em seu corpo toda esta frustração social.

Na mesma linha interpretativa, Le Breton (2003) afirma que modifica-se o corpo na impossibilidade de modificar suas condições de existência. “Ao mudar o corpo, o indivíduo pretende mudar sua vida, modificar seu sentimento de identidade”.

CORPO E TECNOLOGIA

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Exatamente nesse lugar a tecnologia toma seu lugar no corpo humano, já que o biológico não desempenha de forma satisfatória suas funções, esta aparece como a grande “sacada” para que exista uma retomada ou em alguns casos, uma melhora do corpo atual. Diante disso, Le Breton (2003) apóia se em um estudioso da robótica, chamado Hans Moravec, que diz que a robótica passa a ser a única saída para a humanidade. Paradoxalmente, essa ideia de transformação corporal parece vir de outras épocas, o corpo vem de um processo estético e de culto muito exacerbado, as chamadas escarificações são obras de povos antigos, como já citado nessa revisão essas marcas se referiam e ainda se referem na verdade ao status social e ao poder perante a sociedade que este corpo em mutação faz parte.

Os meios parecem novos, o corpo muda através da alimentação controlada, de processos cirúrgicos cada vez mais invasivos e de horas incontáveis nas salas de musculação, porém o que parece permanecer é a idéia do “mudar” ou do “ não igual”, a atemporalidade se torna fenômeno constante do corpo mutável, já que se analisarmos o corpo, percorrendo a História, podemos perceber algo de contemporâneo nessas fases.

Conforme Machado et al (2011) afirmam, não pode ser deixado de lado o fator midiático nessa mistura insana do corpo e suas imagens, o corpo deformado é produto de venda, é comercializado, aquele que é resultado de mutilações em guerras, acidentes e coisas do gênero, parece que quanto mais estranho a sua forma natural o corpo se transforma mais os indivíduos se interessam por essas imagens. O detentor desse corpo se torna secundário, esquecido pela imagem que aparenta.

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Segundo Kollock (2009) a informação é essencial, tudo será validado se houver um processo informacional, na verdade informar é o que basta, partindo dessa premissa, a mídia exerce papel fundamental na relação corpo – tecnologia, pois o dever da mídia é o de informar, obviamente que na maioria dos casos sem nenhum filtro sobre o que é transmitido aos receptores. Pensar no mundo contemporâneo sem tecnologia é negar o homem da realidade em que vivemos, nessa perspectiva se encaixam os fenômenos das novas mídias e da cibercultura, por exemplo, ou seja, novas idéias e concepções sobre o corpo transformado são moldadas sobre a visão tecnológica e seus avanços nos mais diferentes campos que tangem de alguma maneira o corpo.

Refletindo sobre as analises acima, Putnam (2006) e Freeman (2009) dizem que o corpo atual já pode ser considerado mais maquina do que homem, o que nos dá noção do tamanho da mudança no corpo, talvez seja essa uma das grandes características do corpo atualmente, não a mudança em sim, mas sim a forma como ele muda e a velocidade das mutações, alterando uma ordem já pré-estabelecida.

Nesse panorama, destacam-se as descobertas também no campo da bio medicina, transplantes e operações já mais imagináveis acontecem agora com médicos a quilômetros de distancias dos seus pacientes, a robótica torna se indispensável nas grandes engenharias e passa a compor os segmentos corporais em alguns casos.

Bordo (1998) atenta-nos para o fato que o corpo natural, aquele que nos é “dado” ao nascimento não precisa ser mantido, os indivíduos podem transformá-lo aos seus moldes, ou podem atender os desejos das culturas e sociedades que estão inseridos, de maneira que, quanto mais perto do corpo vigente as pessoas estão, o status social aumenta, produzindo um corpo mais fortalecido.

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cria essas possibilidades, os corpos se tornam possíveis e o virtual torna-se parte importante na vida dos “cybers”. Os avatares personificam o desejo às vezes daqueles que no mundo concreto não possuem voz alguma, a fantasia se torna realidade, e os corpos seguem no meio dessas vontades, deixando assim a verdade do físico, do biológico de lado, quem agora impera é o virtual, o não concreto, o espacial, criando infinitas combinações de qual corpo ser.

Sobre tudo isso, Machado et al (2011) diz:

“Indo mais longe, temos que todo o diálogo estabelecido nas novas mídias, quando realizado por meio de avatares, “personas outras”, representa um verdadeiro desafio ao monologismo da interação mediada, uma vez que é caracterizado pela simulação e pela busca de pertenças sócio-culturais elaboradas na virtualidade, não valendo regras nem limites da realidade”( MACHADO et al, 2011, p 732)

Enxergamos tudo isso com o fenômeno que as redes socias se tornaram, com o faturamento da indústria de vídeo games, e com todas as possibilidades da virtualidade, se é que elas podem ser contadas, de tal modo que, um novo mundo se abre e assim corpos novos são despejados a todo o momento.

ESPAÇO, ARTE E CORPO

Quando falamos de corpo e arte não podemos deixar de refletir sobre qual contexto este corpo está inserido, sobre qual espaço ele percorre ou habita, conforme afirma Barreto (2009):

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transportando para além dos limites da nossa pele e do corpo, num fluxo material e imaterial, numa sobreposição contígua do espaço territorial físico com o virtual, surgindo um meta-espaço único do qual resulta a vida humana” (BARRETO, 2009. p 661-662).

As fronteiras param de limitar o que é real e o que é virtual, agora nada mais é concreto, fixo, o corpo pode ser hibrido ou robótico, virtual ou implantado, assim a arte vai tomando sua forma. A palavra infinito talvez seja a que melhor retrate o espaço contemporâneo, não se sabe ao certo quão longe pode-se chegar nesse espaço de incertezas.

Quanto ao conceito de corpo, Alferes (1987) conceitua-o de maneira que este é a organização biológica subjacente ao comportamento, e é de alguma forma o ultimo referencial de comportamento. Não obstante dessa informação, o corpo se torna objeto de desejo e sedução, uma maquina que pode ser capaz de promover desde o afeto mais incondicional até a violência mais brutal. Ao longo do tempo as revoluções e as evoluções das sociedades transformaram o corpo de maneira a alterar suas representações, encaixa-se nessa descrição a revolução sexual por exemplo.

Quando pensamos em corpo, o corpo significa a nossa estadia no mundo em que habitamos, de certa forma, o corpo é a concretização do nosso ser, torna presente a nossa existência. Apesar de todas as diferenças possíveis que os corpos possuem, Barreto (2009) faz uma interessante afirmação sobre as semelhanças que unem os corpos através dos tempos possuem:

“..existem algumas semelhanças, geradoras de identidade, que aproximam o ser humano de todas as épocas. Este, provavelmente, é o denominador comum capaz de atravessar fronteiras temporais e espaciais e é derivado da estrutura e do esquema corporal do indivíduo, considerando as variações anatômicas regionais. É devido ao reconhecimento dessas diferenças e dessas semelhanças entre as civilizações que, talvez, possamos recuperar uma secreta unidade: o próprio ser humano.” (BARRETO, 2209. p 663-664.)

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colocando o prazer como algo fundamental na vida dos indivíduos, e ai os estereótipos são formados criando padrões corporais que atingem as massas.

A arte corporal, mais particularmente no ocidente colocou o corpo no centro dos estudos com os processos vanguardistas estéticos da década de 90, criando uma problemática para a exploração do corpo e deixando apenas de ser uma mera representação. Conforme afirma Santaella (2004), o clímax dessa interação entre corpo e arte se deu com o fenômeno chamado de body art que ocorreu em meados da década 70. Dessa forma, uma reavaliação do “pensar” o corpo aconteceu, as antigas idéias foram esquecidas para que um pensamento atual fosse adotado.

As preocupações com o bem estar físico tomaram conta das pessoas no século xx, surgiu então um culto ao corpo desenfreado, praticamente uma doutrina a ser seguida todos os dias, rigorosamente, as horas esculpindo o corpo nas academias aumentou, os procedimentos que embelezam também, e assim os padrões se alteraram. Com essa troca de padrões surgiram alguns contratempos, como as patologias por excesso de exercícios e os “vícios” em cirurgias plásticas, por exemplo, o corpo passou também a carregar uma fonte de stress, dor e níveis de ansiedade absurdos, gerando um grande mal estar, em casos extremos até certo grau de angustia

Podemos dizer de forma natural que o corpo simboliza de certa forma o espaço, porem nas palavras de Barreto (2009) a construção do espaço está envolta pelo simbolismo, e é no corpo que essa noção marcada. No atual século xxi as imagens são a forma de arte contemporânea e, isso se dá desde os simples processos estéticos até as escarificaçoes mais invasivas. Paralelo a isso, o “sentir” passa pelo corpo desejado, aquele que a mais pura inspiração do prazer, na grande realidade existe um desejo por ser desejado, ou seja, sentir-se atraente aos olhos do outro. Ainda com palavras do autor acima citado, ele nos diz que:

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dispensa a demarcação do espaço fixo legado pelo pedestal sacralizado” (BARRETO, 2009, p 665-666).

Agora a uma mescla entre a arte e a vivencia dela, antes a arte era para a demonstração de algo ou representação, na contemporaneidade o corpo deixa de ser o transmissor das coisas, ele passou a ser “a coisa”, com um grau de estudos e sensibilidade nunca antes vistos, e a cada tentativa de se criar um corpo modelo outras milhões de imperfeições caminham juntas, desconstruindo identidades e moldando corpos passageiros.

Relacionando novamente corpo e espaço, Jeudy (2002) nos diz que “É mais fácil representar as formas do corpo do que a própria a pele”. Desse modo a pele se torna uma camada de proteção do corpo, mas não apenas a cobertura aparente fisiológica, uma proteção que impossibilita uma leitura mais complexa desse corpo. Na contra mão dessa proposta Barreto (2009) aponta que em sua obra, a pele não aparece como um fator que limita os estudos do corpo, mas sim uma real chance de mapeamento corporal, de rompimento de fronteiras.

Dessa forma, as questões científicas que tangem os estudos do corpo nos deixam com mais inquietações do que respostas concretas, ainda sim essas são extremamente relevantes para a continuidade das pesquisas e de uma forma geral para a continuidade de ciência, já que a curiosidade do pesquisador é peça chave para a exploração de qualquer temática em qualquer área.

CORPOS TRANSFORMADOS

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alta tecnologia ganham destaque na antropologia e áreas afins. Colto & Goellner (2006) afirmam que:

“Com o desenvolvimento tecnológico, característico da sociedade contemporânea, tais intervenções foram adquirindo diferentes níveis de detalhamento e sofisticação possibilitando a emergência de exibições que ultrapassam as fronteiras da pele, adentrando o interno do corpo, seus músculos, órgãos e fluidos. Mediadas pela técnica, novas configurações corporais invadem o cenário urbano evidenciando o quão tênue são as fronteiras entre a natureza e a cultura, entre o biológico e o tecnologicamente potencializado. Seres mutantes, híbridos contemporâneos cuja estética desassossega ao mesmo tempo em que põem em ação outras formas de pensar o humano em cada um de nós” (COLTO & GOELLNER, 2006.)

.Apesar de a contemporaneidade abordar muito essa temática, engana-se quem pensa que o assunto é exclusividade da sociedade atual, parece que a relação do homem com suas técnicas vêm desde primórdios da humanidade. Segundo Izarrigue (1997):

“[...] desde que os primeiros homínidas liberaram suas mãos para poder usá-las como instrumento, isto é, como ´interface` para comunicar seu pensamento com o processo de transformação dos objetos, começa o processo tecnológico, processo que juntamente com o aparelhamento da linguagem transformará todo o pensamento. Passamos da fase de atuar com a mão como instrumento direto, quer dizer, ´manipulando` o que está ao nosso redor, à mão cibernética teledirigida e teleprocessada.” (IZARRIGUE, 1997. p 7).

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Nessa visão Sterlac (1997) existe uma ausência do projeto modular do corpo e de seus sistema imunológico, que causam extrema dificuldade para a substituição de órgãos defeituosos. Considerar o corpo obsoleto em forma e função segundo este mesmo autor passa a ser uma tolice tecnológica, porem ele ainda pode ser a maior das construções humanas. Dessa maneira a tecnologia vem como uma espécie de salvação do corpo, a máquina passa a ser peça chave na construção do ser, alterando uma dinâmica corporal já existente, isso se deve a compatibilidade que as maquinas possuem com o “biológico”, graças boa parte aos avanços da biomedicina.

Outro ponto Interessante é sobre a inteligência e as sensações, como fica estas questões diante de um corpo tão modificado assim? Sobre isso Colto & Goellner (2006) dizem, por exemplo, que para o artista australiano Stelarc, existem estruturas fisiológicas que atuam no campo da inteligência e das sensações, e por isso ele utiliza a tecnociência em seus trabalhos, para modificar a realidade corporal já existente. Por meio das estéticas dos seus protótipos, Stelarc busca novos caminhos para o corpo, nas palavras dos autores, ele atua como um escultor genético, modificando a estrutura já citada e hipersensibilizando o corpo humano, tornando-o mais do que artista de performance, fazendo assim que ele se torne um artista que trabalha os interiores do corpo, o espaço interno é o seu principal alvo de estudo, provoca grandes transformações na paisagem do ser.

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Finalmente cria-se o cybercorpo, aquele que se torna objeto primordial para as áreas que estudam o corpo, ele se torna perante a idéia de Stelarc (1997):

O cibercorpo fica eriçado com eletrodos e antenas, ampliando suas capacidades e projetando sua presença para locais remotos e para dentro de espaços virtuais. O cibercorpo torna-se um sistema estendido – não para meramente sustentar um eu, mas para intensificar operações e iniciar sistemas inteligentes alternados (STELARC, 1997, p. 59)

Dessa forma a cibernética ou a robótica humana não se torna parte do corpo humano, ela se torna “o” corpo humano, na mais pura concepção, desde suas características físicas passando pelos movimentos realizados com os implantes mais invasivos possíveis, chegando até as inquietações da identidade e das sensações\ sentimentos que esses corpos apresentam.

O CORPO COMO INSTRUMENTO DE PODER

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Segundo Lupton (2000) as relações de poder de coerção e de enclausuramento são produzidas e reproduzidas como peça da constituição do subjetivo e dos processos de corporificação. Apesar de existir grande controle sobre o corpo e suas atitudes, parece existir algo que desafie essas leis impostas por aqueles que oprimem, quando falamos isso, o prazer aparece como um “desvio” dos movimentos e atos convencionais,por exemplo, o ritmo de trabalho, a intoxicação alimentar e as leis morais acabam criando resistência aos discursos opressores conforme diz Foucault.

Mas a resistência criada também possui outro significado alem daquele que está implícito aqui, nas palavras de Lupton (2000):

“O termo 'resistência' tal como é usado aqui não se refere somente a ações propositais, coletivas, dirigidas para fins políticos e em desafio explícito ao poder. Isto não quer dizer que tais atos de resistência não aconteçam: há ocasiões em que os elementos mais coercitivos da saúde pública e da promoção da saúde sofrem resistência ativa, através de esforços organizados. Por exemplo, os grupos ativistas da AIDS em países como Estados Unidos, Austrália e Inglaterra têm, há alguns anos, levado a efeito ações coletivas no sentido de mudar as políticas e práticas estatais de educação e de atenção à saúde, relativas à AIDS. Estes grupos têm procurado mostrar como as estratégias de saúde pública freqüentemente discriminam indivíduos como os gays e têm contestado o modo de apresentar as pessoas que vivem com HIV/AIDS como 'vítimas' passivas,desprotegidas e desviantes, nos discursos da promoção da saúde” (LUMPTON,2000 p 17)

A subjetividade segundo o mesmo autor aparece como fracionada e difícil de ser caracterizada por apenas uma vertente, de modo que pode se pressupor que a maioria dos conceitos de poder atenham-se as questões de forte repressão, embutidas nas instituições que tem como objetivo principal a dominação dos indivíduos. Assim fica extremamente difícil um grupo se unir para impedir a opressão, por que aqueles que participam desses coletivos não detém o poder nem são destituídos do poder, fazendo com que continuem sendo posicionados e reposicionados nas relações de poder (HENRIQUES Et al., 1984, p. 225).

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cuidados conseguem mesmo então, implica em certo grau de agencia, dando entender que as técnicas de governo não são simplesmente impostas sobre os seres, e é exatamente por isso que a resistência e a mudança podem criadas e mantidas. Com isso, os indivíduos fazem com que suas relações com as maquinas de governo sejam ambíguas.

Lupton (2000) afirma que:

“Em relação à saúde pública e à promoção da saúde, por exemplo, os cidadãos continuamente se movem manifestando desde um ressentimento, em relação à natureza autoritária do Estado e à sua intromissão nas suas vidas privadas, até uma expectativa de que o Estado assuma a responsabilidade por garantir e proteger a sua saúde”. (LUPTON, 2000, p 18.)

Claramente conseguimos enxergar com a fala acima que, o governo assume posições opostas diante da visão dos seus comandados, hora ele deve prezar pela saúde dos indivíduos, hora ele deve se afastar da vida particular dos mesmos.

De modo que as estratégias de fora para se governar entram em conflito com a imagem de si próprio que os indivíduos possuem, uma certa dissonância, um certo sentido inquietante pode ser criado, e pode levar a argumentação no nível pessoal, talvez atingindo o nível de organização (BURCHELL, 1991 , p. 1-19).

A construção dos discursos se tornam demasiadamente variados e sobre isso Lupton ( 2000) faz interessante reflexão:

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do sujeito são muito diversos e contraditórios para garantir um completo alinhamento aos imperativos da saúde pública” (LUPTON, 2000, p 19).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de realizar essa pesquisa e refletido sobre aquilo aqui tratado, podemos concluir que o estudo sobre corpo e suas relações com as novas mídias e as tecnologias ainda deixam muito mais inquietações do que comprovações científicas concretas, mesmo assim nota-se que o corpo quando relacionado às novas mídias sofre transformações em velocidades jamais antes vistas, padrões e estereótipos são formados na mesma velocidade e intensidade que são ultrapassados, não obstante observamos um interesse desenfreado pelo corpo do “outro”, o “outro” parece ter o corpo perfeito e desejado, o interesse pela vida e as atividades alheias constroem desejos platônicos, e por isso as transformações são cada vez mais diferentes e inimagináveis.

Quando falamos do corpo tecnológico, um universo de possibilidades se abre, não existem mais fronteiras físicas ou biológicas para o cybercorpo, a idéia agora é que o corpo se adéqüe a maquina, ou seja, a maquina passou a ser o corpo, passaram de uma remota possibilidade para a realidade da biomedicina e da robótica humana, órgãos e membros devido a biocompatibilidade são implantados com uma facilidade muito grande e por isso aderem ao corpo com extrema eficácia.

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