AUTOMOBILÍSTICA:INICIATIVASPARAA
ESTRUTURAÇÃODOSPROCESSOSDETOMADADE
DECISÃOEPROCESSAMENTODAINFORMAÇÃO
FredericoRoldan DarioIkuoMiyake
EscolaPolitécnicadaUniversidadedeSãoPaulo, DepartamentodeEngenhariadeProdução, Av.Prof.AlmeidaPradotrav.2,nº128,CidadeUniversitária, CEP05508-900,SãoPaulo,SP e-mail:fredroldan@uol.com.br;dariomiy@usp.br
Recebidoem02/7/04 Aceitoem17/11/2004
Resumo
Opresenteartigovisaidentificarqueaspectosdaliteraturacorrentesobreoprocessodetomadadedecisões,alia-dosàferramentadeMapeamentodoFluxodeValor(MFV)–derivadadaabordagemdemanufaturaenxuta–,podem seraplicadosaoprocessodemudançasdeforecastdeproduçãonaindústriaautomobilística.Proposiçõesteóricase suasimplicaçõesmetodológicassãodiscutidasdopontodevistaprático,emumcasorealnomercadobrasileiro.São feitasrecomendaçõesvisandomelhoraresteprocesso,trazendomaiorclareza,objetividadeeracionalidade,alémde promoverofortalecimentodacompetitividadedestaindústriaedesuacadeiadesuprimentos.Destaforma,aidéiade combinaraaplicaçãodaferramentadeMFV,adaptadaparaprocessosadministrativos,comsugestõesbaseadasem teoriasdescritivasenormativasdaengenhariadetomadadedecisão,semostrapromissora,podendocontribuirpara melhoraraqualidadeeeficiêncianoprocessoestudado.
Palavras-chave:cadeiadesuprimentos,processodetomadadedecisão,mapeamentodofluxodevalor,indústriaauto-mobilística,Brasil.
v.11,n.3,p.413-427,set.-dez.2004
1.Porquemudaroforecastdeprodução?
Em qualquer negócio, não existe dúvida de que um dos fatores de importância para o sucesso é o atendi-mento da demanda do produto ou serviço relacionado. Talatendimentosecaracterizaporumasériedefatores competitivos de negócio que se inter-relacionam e são responsáveispelasatisfaçãodocliente.Slack(1993)es-tabelece tais fatores de competitividade nas dimensões Custo(opreçocorreto),Qualidade(oprodutocorreto), Velocidade (fazer rápido), Confiabilidade (fazer pontu-almente)eFlexibilidade(mudaroqueestásendofeito),
sejaemproduto,mix,volumeoudatadeentrega.Muitos
destesfatorescompetitivosestãorelacionadosaoobjeti- vodedisponibilizaroprodutoouserviçocorretonomo-mentoqueoclientedeseja.
Segundoomodelodenegóciotradicionaldaindústria
automobilística, planejamento e programação dos pro-cessosprodutivosedosfluxosnacadeiadesuprimentos
baseiam-seemestimativasdedemanda,ochamado
fore-castdevendas.Esteporsuavez,dáorigemaoforecast deprodução,queaindanãopodeserconsideradocomo oprogramadeproduçãoparamanufatura,pois,emtodo oseuhorizonte,aindarepresentasomenteprevisõessu-jeitas a ajustes e confirmações (horizonte que pode ser deváriassemanasàfrentedadataatual).Quantomais próximo da realidade oforecast, maior será o grau de atendimentodademandarealpelaprodução,que,efeti-vamente,forrealizadanaqueleperíodo.Casocontrário, ademandadeveráseratendidapormeiodeprodutoses-tocados,produzidosanteriormente,ouentãoseperderá avenda,muitasvezes,paraaconcorrência.Consideran-do-sequeademandaporveículosédinâmica,énatural
conseqüentemente,oforecastdeprodução.
AFigura1representa,graficamente,estratégiasopos-tasqueumaempresapodeassumir,paraoatendimentode suademandanotocanteataisalterações.NaEstratégia1,
assume-se nivelar oforecast de produção, atendendo à
demandadevendaspelaformaçãodebancosdeprodutos,
estocadosaolongodotempo.JánaEstratégia2,procura-seadequaroforecast
deproduçãoàdemanda,alterando-oaolongodotempo.Naprimeirasituação,busca-seuma maiorestabilidadeemtodaacadeiaprodutiva,poréma menoraderênciaentreoqueseproduzeoquesevende, tornanecessáriaamanutençãodeinventáriosdeprodutos acabados.Jánasegundaestratégia,aaderênciaémaior, propiciandoinventáriosmenoresdeprodutosacabados, poroutrolado,geramaioresflutuaçõesnacadeiaprodu-tiva(mudançasconstantesnaprodução).
Práticasmodernasdegerenciamentodacadeiadesu-primentos,baseadasnosconceitosdemanufaturaenxuta, apregoamarelevânciadaracionalizaçãodosinventários aolongodacadeia(WomackeJones,1996).Consoante estaperspectiva,Fine(1999)apontaqueacapacidadede reagirrapidamenteàdemanda,atendendoosclientesde formamaisprecisa,representaumadasvantagenscom- petitivasdasempresasdesucessomodernas.Outrosau-tores (Bronzo, 2004; Jones et al., 1997; Tyndall et al., 1998)indicamqueacomunicaçãodasinformaçõeseuso destasnoplanejamentodasaçõesnacadeiadesuprimen-tosdeformaracional,emespecialnotocanteaosfluxos produtivos, sistêmica e não isoladamente, é essencial paraogerenciamentoenxutodacadeiaeseusestoques.
Taisfontesindicamquenoambientecompetitivomo-derno,aadequaçãodoforecastdeproduçãoàdemanda
representaumavantagemcompetitiva.Paratanto,mos- tra-sevantajosaapráticadebuscar-seestaaderência,ain-daqueimpliqueemmudançasnosplanosdeprodução. Taismudançasdevem,porém,serfeitasdeformaracio- nal,ponderando-setodososfatoresdeinfluênciaepoten-ciaisconseqüências.SegundoShapiro(2001)eWilding (1998),práticasqueajudemascadeiasdesuprimentosa estabelecerprocessosmaisracionaisparalidarcomfon-tesdeincertezae“caos”,minimizandoo“efeitochicote” nestacadeia,contribuemparaummelhorgerenciamento dosrecursos,emespecial,notocanteàsvariaçõesdecur-
toprazo.Acompetêncianagestãodasvariaçõespropor-cionaoportunidadesparaaumentaracompetitividadeda empresaedacadeiaemqueestaestáinserida,masrequer racionalidadenaformulaçãodosajustes,contemplando-seospossíveisimpactossobumaperspectivasistêmica detodaacadeia.
Umaabordagemdenegócioalternativaseriaadamon-tadorade veículos aguardarpedidosdeclientese, com basenestes,produzir,exatamente,osveículossolicitados.
Emoutraspalavras,build-to-order
(BTO),ouseja,pro-duzirparaatenderaospedidos,emvezdeproduzirpara estoque,eatenderàdemandaapartirdeste.Esteconceito
alternativoàutilizaçãodeforecastsdevendaseprodução
tematraídocrescenteatençãonaindústriaautomobilísti- ca,porrepresentaraoportunidadedepodermelhorcap-tar as demandas do mercado e atender aos anseios dos clientes,podendoconstituirumanovavantagemcompe-titivaaosqueconseguiremfazê-locomaflexibilidadee eficiêncianecessárias(HolwegePil,2001).
Emtermosoperacionais,aestratégiaBTOrequerve-locidadenoprocessamentodasinformaçõesdospedidos reaisdeclientes,nasoperaçõesdefabricaçãoemonta-gemqueirãogerarosprodutosdemandados,bemcomo naentregafinaldentrodeumprazocondizente.Paratan-to, no caso da indústria automobilística, as plantas das empresas montadoras teriam de operar de uma forma bastanteeficiente,apoiadasporcadeiasdesuprimentos, devidamentealinhadasecapacitadasparaatenderàsso- licitaçõespuxadasapartirdecadapedido.Emtalcon-texto,torna-secríticaacapacidadedeatenderquaisquer pedidosdeclientes,dentrodagamadeprodutosofereci-da,operandocominventáriosreduzidosdecomponentes prontos.
Não obstante representar uma alternativa muito pro- missoraede,emalgunsmercadoscomoodecomputado-res,empresascomoaDelljáteremevoluídobastantena suaimplantação,talmodeloaindanãotemsidoampla-mentedifundidonomercadoautomobilístico,justamente pelasdificuldadesencontradaspelasmontadorasemcon- solidarcadeiasdesuprimentosedeproduçãoquesatisfa- çamàsexpectativasdefuncionalidades,custoevelocida-de,requeridasporumsistemaBTOreal(Chappell,2004;
Guyer,2004).Face
àacirradacompetiçãoquecaracteri-zaomercadoautomobilísticoglobal,asmontadorastêm
buscadolead timesde produção cada vez mais curtos,
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Tempo (meses)
Volume (unidades)
Previsão de Demanda Forecast de produção
Estratégia 1
Tempo (meses)
Volume (unidades)
Forecast de produção
Estratégia 2
Previsão de Demanda
revelandoumasensívelevoluçãoaolongodosanos,po-rém,ainda,comresultadosdistantesdaquelesesperados pelomercadoparaaabordagemBTO(Miller,2004).
Especificamentenomercadobrasileiro,algumasgran-desmontadorasavançaramemdireçãoàestratégiaBTO, introduzindo a possibilidade de compra de alguns
mo-delosdeautomóveispelainternet.Mastalopçãoainda
serestringeaumapequenaparceladosmodelosofere- cidosaomercadoe,emgeral,sãoproduzidosemplan-tasplanejadas,deconcepçãoinovadora,quese,porum lado, são abastecidas por fornecedores instalados mais próximos da montagem final na montadora, por outro, nem sempre puxam efetivamente os processos de
pro-duçãodestes,dadoque,muitasvezes,aentrega
just-in-time émascaradapelamanutençãodeestoquesdecom-ponentes trazidos por aqueles de localidades distantes
(Salernoetal.,2003).Alémdisso,ocorredamontadora
oferecersomenteumavariedadedeveículosmínimaque permitaamanutençãodeumestoquedeprodutosacaba- dos,entreamontadoraeoclientefinal,sendoesteaten-didoportalestoqueestratégico,enão,diretamente,por umsistemadeproduçãocapazdeproduzirrespondendo rapidamenteàcadapedido.
Vale salientar, ainda, que, no mercado de carros de luxo,existemempresascomoaBMWque,hámuitotem-po, já comercializamgrande parte de suas vendas con-formeospedidos.Contudo,demoramaté2mesespara cumpriraentregadospedidos,prazoestemuitoalémdo que a grande massa de compradores de carros comuns estádispostaaaceitar,ouseja,asmontadorasesuasca- deiasdesuprimentotêmaindaumlongocaminhoaper-correratéconsolidaremsistemasBTOpuros,comtempo derespostaaceitável(TheEconomist,2004).
Frenteaestepanorama,éesperadoqueumaimportante parceladasvendasdasmontadorascontinueadepender
da elaboração deforecastsde demanda e de produção,
oquetornaimperativoaosgestoresaprenderemalidar melhorcomosprocessosdesuageraçãoeajustes.Para
montadorasqueofereçamummixdeprodutosbastante
amplo,oplanejamentocombaseemforecastspodeser
mantidoemparaleloàadoçãodaestratégiaBTO,depen- dendodomodeloeperfildeseumercado.Taisperspec-tivascorroboramanecessidadedesebuscarumamelhor estruturação dos processos de tomada de decisão e de processamentodasinformações,naelaboraçãoemudan-çadeforecasts.
2.Umaanáliseteóricadoprocessode
tomadadedecisõeseseufluxo
Clemen(2001)definequetodadecisãopossuiquatro pontos gerais de dificuldade: complexidade, incerteza
inerenteàdecisão,objetivosmúltiplosqueseinter-rela-cionam e a possibilidade de diferentes perspectivas le-vandoadiferentesconclusõesdeanálise.
Nabuscapormelhoresresultados,frenteaestesfatores dedificuldade,eledefinequeéessencialdiferenciaruma boadecisãodeumadecisãodesorte.Aprimeiraéemba-sadaemumbomprocesso,quefrenteatodasasvariáveis einfluênciasenvolvidas,buscaequilíbrioemtodososfa- toreseprovêoresultadomaisracional,frenteaosobjeti-vosestabelecidos.Já,asegundanãonecessariamentefoi tomadacombaseemumprocessoracionaleseguro,mas, sim, foi, simplesmente, uma decisão que, “por sorte”, trouxeumbomresultado.Dopontodevistanormativo,a primeiradiferedasegundaporserfrutodeumprocesso elaboradodeformaracional,quepodeserrepetidoetrará os mesmos resultados de análise.Assim, é preciso que secrieumaestruturadeanálise,queproverádireçãoaos tomadoresdedecisãodequalomelhorcaminhoaseguir, combaseemtodasasinfluênciasevariáveisenvolvidas. Esteprocessopodesersuportadoporferramentasconhe-cidascomo“sistemasdeapoioàdecisão”,quepodemou nãosercomplexas.Oessencialéqueaestruturaracional existaepropicieumavisãoabrangentedoquevemaser oproblemaequaisosfatoresenvolvidos.
Jádopontodevistadescritivo,éimportanteentender comoasdecisõessãotomadasemumdadocontexto,e como se comportam os tomadores de decisão frente a diferentessituaçõesesobdiferentesperspectivas.Bazer-man(1994)apresentaumasériedeviesesrelacionados àformacomotomamosdecisões,emgeral,embasados em heurísticas, ou regras de simplificação. Tais vieses prejudicam o processo racional de tomada de decisão, trazendo subjetividade, parcialidade e falta de clareza para o processo. Conhecendo tais vieses, os tomadores dedecisãopodem,conscientemente,preparar-semelhor paraesteprocesso.
Bazerman(1994)classificaosviesesqueafetamato- madadedecisãoemdiferentesclassessegundosuaori-gem.ATabela 1 apresenta um sumário destes vieses e apontacomoelesocorrem,afetandoatomadadedeci-sõesracionalealterandoosresultadosobtidos.
Taisviesesealteraçõesnoprocessodetomadadedeci- sãoestãopresentestantoemdecisõestomadasporindiví- duos,comoporgrupos,cominclinaçõesmaisfortesaal-gumasdelas.Existemaindaviesesrelacionadosaofatoda decisãosertomadaporumgrupo.Porexemplo,Bazerman (1994) indica que o grupo tende a nivelar suas decisões esuaposturafrenteaorisco,predominandoaposturada maioria.Emgruposnosquaisosindivíduosoperamcon-juntamenteháalgumtempo,existeumatendênciadestes se adequarem uns aos outros, havendo pouca discussão, desafioseinovaçõesemsuaformadedecidir.
ogrupo,esuasinter-relações.Paraqueseproduzaum resultado,éprecisoqueocorraumasériedenegociações, umamescladecooperaçãoecompetiçãoentreoscompo-nentesdogrupo,baseadanosobjetivosindividuaisdestes (que podem ou não coincidir com os objetivos do gru-po).Tal situação dá origem a potenciais conluios entre osmembrosdogrupoquedefinemsuaposturacombase em acordos paralelos ao processo de decisão do grupo comoumtodo.Oentendimentodesteprocessoedasua estrutura,particularacadasituaçãoegrupo,éessencial paraqueseusmembrospossamdefinirumprocessora-cionaldetomadadedecisãoe,assim,obterosresultados almejados.
Maisespecificamente,analisando-seatomadadede-cisõesgerenciaisnomundodosnegócios,algunsdesses vieseseparticularidadesafastamaracionalidadedopro- cesso,segundoMarcheShapira(1987).Osgerentesde- monstramatendênciadeignorarprobabilidadesassocia-dasariscos,dandoimportânciamaiorasuamagnitudede custos.Assim,resume-seaincertezadoprocessodecisó-rioacustosatreladosacadaalternativa,semseatentar
àschancesdetalfatoocorrer.Comisso,emmuitassitu-ações,administradoresdenegócioassumemriscoscuja magnitudedecustosébaixa,porémcomaltaprobabili-dadedeocorrência,aomesmotempoquerecusamriscos comaltamagnitudedecustos,mascombaixaprobabi-lidadedeocorrerem.Talpostura,segundoumprocesso racional,podemuitasvezesmostra-seirracional,masé observadaemváriasocasiões.
Umoutropontoobservadosobreocomportamentodos gerentesfrenteaoriscoéofatodelestenderemaperceber aincertezacomoalgocontrolável,equeaschancesde cadaalternativapodemsermanipuladaseprevistaspelo administrador.Estapostura,dopontodevistaracional,é irreal,umavezque,pordefinição,sealgoéincerto,não podesertotalmentecontroladoemanipuladopelotoma-dordedecisão(MarcheShapira,1987;Clemen2001).
Estesfatoresanalisados,secompreendidoseestrutu- radosdeformaadequadapelostomadoresdedecisão,po-demresultaremumprocessomaisracionalquegaranta consistênciaàsdecisõestomadas.
Comrelaçãoàestruturadoprocessooufluxodatoma-Tabela1.Viesesnatomadadedecisão.(Fonte:adaptadodeBazerman,1994). Origem Tipodeviés Comoocorre
Disponibilidade
Facilidadede lembrança
Julgamentodafreqüênciadeeventospelafacilidadedesualembrançaemdetrimentodefatos maisdifíceisdeseremlembrados(menosmarcantes,maisantigos).
Rastreamentode memória
Julgamentodafreqüênciadeeventosinfluenciadopelaestruturadememorizaçãoqueprivile-giaaquiloquecadapessoatemmaisfacilidadedelembrar.
Associaçõespre-sumidas
Julgamentosobreaprobabilidadedeeventosconjugados,baseadoemassociaçõessimilares anteriores,facilmentelembradasdaexperiênciapessoalouporinfluênciasocial.
Representati
vidade
Desconsideração devaloresbase
Julgamentosobreaprobabilidadedeumeventoqueignoravaloresbase(probabilidadesco-munsrelativasaeventossimilares),diantedadisponibilidadedeinformaçõesdescritivassobre asituaçãoanalisada(muitasvezesirrelevantes).
Desconsideração dotamanhodo
lote
Julgamentoquenegligenciaaimportânciadotamanhodaamostraparaaconfiabilidadedas informaçõesextraídasdaamostra.
Máconcepçãoda aleatoriedade
Julgamentoqueumaseqüênciadedadosgeradosaoacasoporumprocessoaparentaseralea-tóriamesmoquandoaamostraépequenaparavalidarestahipóteseestatisticamente. Regressãoparaa
média
Julgamentoquedesconsideraofatodequeeventosextremostendemaserexceçõesequeem tentativassubseqüentesasocorrênciastendemasemanifestarpróximasdamédia.
Faláciadaconju-gação
Julgamentoquetendeaavaliaraprobabilidadedaocorrênciadeeventosconjugadoscomo maiorqueadeumconjuntodeeventosmaisglobaldoqualaconjugaçãofazparte.
Referênciase
Ajustes
Faltadeajustedas referências
Julgamentobaseadoemvaloresdereferênciainiciaisquedeveriamtersidoajustadosparao casoespecíficoequenãosendo,provocamconclusõesdistorcidas.
Conjunçãoe disjunção
Julgamentoquetendeasuperestimaraprobabilidadedeeventosqueocorremdeformaconju-gadaedesubestimaraprobabilidadedeeventosqueocorremdeformaseparada.
Excessodecon-fiança
Julgamentobaseadoemexcessodeconfiançanoacertodadecisãoasertomadaemocasiõese questõesespecialmentedifíceis.
Tendências Genéricas
Aarmadilhada confirmação
Julgamentobaseadonabuscapordadosqueconfirmemaveracidadedaquiloqueseadmite comoválido,negligenciandoabuscadeevidênciasqueodesacreditem.
Retrospectivae
fluxodoconheci-mento
dadedecisão,apartirdosanos90,váriosconceitosetéc- nicasdemelhoriadosprocessosprodutivosforamagrega-dossobaabordagemconceitualdachamada“manufatura enxuta”,queemergiuapartirdochamadoSistemaToyo-ta de Produção (Ohno, 1997), tendo sido globalmente divulgadaporWomacketal.(1992).Numtrabalhomais recente,oshorizontesdestaabordagemderacionalização foramampliadosporWomackeJones(1996),queestabe-leceramoconceitodopensamentoenxuto.Taisconceitos apregoamasvantagensdeumsistemaracionaleotimiza-do,baseadoeminventáriosmínimos,fluxoscontínuosde produção,atividadespadronizadas,foconoclientefinal, eeliminaçãodedesperdíciosaolongodetodooprocesso. Ohno(1997)apresentasetetiposglobaisdedesperdícios presentes em um processo, que devem ser eliminados: superprodução(fazermaisdoqueonecessário),espera (recursos desperdiçados), transporte desnecessário (não requeridospelocliente),processamentoexagerado(mais doqueonecessárioparasatisfazerocliente),inventário (recursos despendidos desnecessariamente), movimen- tação(pessoasouobjetossendomovimentadossemne-cessidade),eretrabalho(refazeroquejáfoifeito,para corrigiralgo).
Umadasferramentasdesenvolvidas,paraapoiaraim-plementaçãodamanufaturaenxuta,éoMapeamentodo FluxodeValor,quebuscamapearofluxodeumprocesso produtivo (o chamado Mapa do Fluxo deValorAtual), focalizandosuaatençãonaquiloqueoclientefinalpro-cura,detectandodesperdíciosnosprocessosexistentes,e propondomudançasnofluxo,paraquetaisdesperdícios sejameliminadoseoprocesso,comoumtodo,sejame-lhorado, aproveitando-se melhor os recursos utilizados. Talferramentafoiapresentadadeformaconceitualpor WomackeJones(1996),porémmelhorexplicitadaede-monstradadeformapráticaporRothereShook(1999). Aliteraturasobresuasaplicaçõessempreseconcentrou em processos de manufatura, sendo sua utilização em processosadministrativossomentepropostarecentemen-te por Hines et al. (2000) e Tapping et al. (2002), que estenderam a aplicação dos conceitos básicos originais aosfluxosdeinformaçõesedocumentosquecaracteri-zamtaisambientes.
3.Observandoumcasoreal
A discussão da consideração prática dos conceitos teó-ricos e das técnicas de análise estruturada, que são abor-dados neste trabalho, baseia-se na verificação da perti-nência de associá-los e aplicá-los a uma situação real em uma montadora de veículos, sediada no ABC paulista. O problema objeto de estudo é o processo de realização de
mudanças de forecast de produção desta montadora no
qual um dos autores pôde participar, pelo período de pelo
menos 24 meses. Esta experiência possibilitou verificar como um processo de alteração ocorre realmente, e como pode ser relacionado com os pontos indicados pelas te-orias sobre o processo de tomada de decisões, servindo de base para as considerações práticas realizadas neste trabalho.
O desenvolvimento da pesquisa se deu em duas etapas, sendo que ambas requereram a adoção de visão sistêmi-ca para a leitura e análise da situação observada. Inicial-mente, a sistemática de tomada de decisão, que baliza do ponto de vista lógico e organizacional o processo objeto de estudo e que determina a qualidade das decisões que são geradas, foi levantada e analisada no segundo semes-tre de 2003. As análises e recomendações de melhoria, elaboradas nesta etapa, são apresentadas nas seções 3.1 e 4.1. Em seguida, num momento em que a empresa, onde o processo objeto de estudo foi investigado, sentia, de forma mais acentuada, os problemas intrínsecos à
dinâ-mica deste processo, face às revisões de forecast,
motiva-das pelo significativo aumento motiva-das venmotiva-das previstas com o aquecimento da demanda, o fluxo do processamento de informações pelas áreas envolvidas foi investigado e analisado, entre abril e maio de 2004. Nas seções 3.2 e 4.2, são apresentadas e discutidas as análises e recomen-dações de melhoria, elaboradas nesta frente de pesquisa. A Figura 2 apresenta de forma genérica o fluxo adotado
para as mudanças de forecast pela montadora, que gera o
programa de produção interno e o programa externo, para as entregas pelos fornecedores de sua cadeia de supri-mentos. O processo ocorre oficialmente com regularidade mensal, mas com certa freqüência são realizadas revisões intermediárias, a critério da direção da organização.
Tal processo dá origem a mudanças dentro da cadeia de suprimentos, tanto interna como externamente, uma
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Vendas
(Domésticas e Exportação)
Depto. de Programação
Mestre
Manufatura Adm. Materiais
Proposta de Mudança de Forecast de Produção
Aprovação Executiva
Forecast de Produção atualizado Previsão de
Demanda
Previsão de Entrega de Componentes
vez que determina o que deve ser produzido em cada pe-ríodo, com um horizonte de 40 semanas à frente da data em que a revisão ocorre. Tais mudanças podem represen-tar variações como as observadas na Figura 3, em que cada uma das colunas, em um dado mês, representa a pre-visão de entregas de um dado componente automotivo, destinado a um dado veículo para aquele mês, enviada ao fornecedor nas datas indicadas na legenda.
Todo o processo ocorre no período de uma semana, com início às terças-feiras, quando Vendas (mercados doméstico e exportação) apresenta sua proposta de mu-dança ao atual programa de produção. A área de Progra-mação Mestre desenvolve, então, alternativas de planos de produção que são passadas para Manufatura (respon-sável pela cadeia produtiva interna à organização) e Ad-ministração de Materiais (ou simplesmente Materiais, responsável pela cadeia de suprimentos, abrangendo to-dos seus fornecedores). Ambas áreas devem retornar com suas análises até a metade do dia de quinta-feira. Tais análises, na verdade, são propostas ou posicionamento para atender aquilo que Vendas está buscando. Devem conter eventuais custos necessários ao atendimento da consulta, como mão-de-obra extra ou adicional (internos e de fornecedores externos), fretes especiais para acele-rar o recebimento de materiais, eventuais excessos de in-ventário e materiais obsoletos, gerados pela redução das quantidades programadas de algo já em processo de pro-dução ou recebimento. Ou mesmo estimativas de perdas de produção ou produção de unidades incompletas, pela impossibilidade em responder às mudanças. No caso de uma eventual impossibilidade de se atender ao pedido, ou
mesmo variações deste, as áreas devem apresentar, então, suas restrições e, se possível, condições e requerimentos para solucioná-las.
De posse dos resultados da análise destas áreas, todos os demais grupos envolvidos verificam o impacto das análises apresentadas em sua função, inclusive Finanças, entre a tarde de quinta-feira e a manhã de sexta-feira. En-tre esta sexta-feira e segunda-feira, deve haver o acordo final de todas as partes e aprovação pela alta direção da empresa. Tal aprovação deve, preferencialmente, ocorrer na própria sexta-feira para que as mudanças acordadas sejam efetuadas no sistema de programação de materiais (MRP) para todos os fornecedores, em tempo para a sua atualização, que ocorre em todos os finais de semana.
3.1Comoatomadadedecisõesocorre
A observação deste processo e de sua estrutura à luz das teorias referentes ao processo de tomada de deci-são (Bazerman, 1994; March e Shapira, 1987), revelou alguns vieses que podem prejudicar a racionalidade do processo. Primeiro, dado o tempo exíguo para se realiza-rem as análises necessárias, tanto as áreas de Manufatura como as de Materiais, precisam se valer de heurísticas para suas decisões, baseadas em casos ou problemas pas-sados mais recentemente, denotando o viés da Facilidade de Lembrança. Como a área de Materiais lida com apro-ximadamente 450 fornecedores em suas várias cadeias de suprimentos, é impossível consultar todos, em algumas horas, sobre as mudanças em discussão.
Também pela restrição do tempo disponível para a aná-lise e pela falta de uma ferramenta ou sistema de apoio à decisão, há uma tendência em extrapolar conclusões e cálculos relativos a uma situação específica, incorrendo nos vieses da Falta de Ajuste de Referências e da Regres-são para a Média.
Apesar do processo de atualização requerer a apre-sentação de custos e eventuais problemas ou riscos para o atendimento da consulta, tais cálculos são avaliados e considerados em desacordo com o sugerido pelas teo-rias da Tomada de Decisão. Em especial, incertezas são apresentadas somente com sua magnitude de custos, sem suas respectivas probabilidades, inviabilizando uma aná-lise racional e completa das alternativas (Clemen, 2001; March e Shapira, 1987). Além disso, o fato da consul-ta não ser repassada a todos os participantes da cadeia de suprimentos indica uma tendência em acreditar ser possível controlar as incertezas ligadas ao processo. A comunicação de tal informação em toda a cadeia é tida como uma prática saudável e racional (Jones et al., 1997; Tyndall et al., 1998).
Dado que cada área possui sua própria crença referen-te às mudanças sugeridas, é natural que as análises trazi-das sempre contemplem dados e fatos que confirmem a
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A - Programa (EDI) de 25/Agosto/03 B - Programa (EDI) de 15/Setembro/03 C - Programa (EDI) de 29/Setembro/03 D - Programa (EDI) de 06/Outubro/03 E - Programa (EDI) de 13/Outubro/03 F - Programa (EDI) de 20/Outubro/03 0
2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000
0 2000 6000 8000 10000 12000 14000
Outubro/03 Novembro/03 Dezembro/03
A A
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B B C
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B B C C
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) Previsão de Entregas mensal enviada ao fornecedor (unidades do componente X – plataforma Y)
Figura3.Exemplodevariaçõesdeforecastdeprodu-çãoparafornecedores(elaboradacombaseemdados
postura de quem as traz. Ainda que inconscientemente, existe parcialidade na coleta de dados para análise, tra-zendo o risco do viés da Armadilha da Confirmação.
Após a implementação de uma mudança, cujos im-pactos em cada área são geralmente difíceis de prever com precisão, existe uma grande pressão para explica-ções sobre o porquê dos impactos reais obtidos. Quando estes são negativos, tal questionamento é feito com uma visão de que estes poderiam ter sido previstos na época da análise e a decisão tomada de forma diferente. Assim, o conceito de risco e incerteza perde seu sentido, com a chance de se incorrer no viés da Retrospectiva.
Por fim, além destes vieses, Bazerman (1994) apre-senta também vieses relacionados ao processo de tomada de decisão em grupo. A percepção de risco apresentada por uma área em algumas situações é diluída pelo gru-po (fato agravado pela falta de probabilidades atreladas aos riscos). Existe pouco desafio e discussões profundas entre as áreas, prevalecendo a busca, desde o princípio, por concordância, o que dificulta o desenvolvimento de idéias e soluções criativas, uma característica típica do
viés de Groupthinking, agravada pelo viés das
Negocia-ções Políticas e Coalizões entre os grupos (numa busca por objetivos de suas áreas, que não necessariamente re-fletem os objetivos da organização como um todo).
Trata-se, portanto, de um processo em grupo bastante amplo e complexo que depende de uma alta quantida-de quantida-de informações, processadas por uma teia quantida-de relações interpessoais, da qual se requer uma interação rápida e dinâmica, o que, contudo, muitas vezes, não acontece, quer seja por falta de uma ferramenta de comunicação que integre todos os envolvidos, quer seja pela falta de estruturação do processo como um todo.
3.2Ofluxodoprocessodetomadade
decisão
Com relação ao fluxo do processo propriamente dito, numa primeira análise podem se encontrar alguns des-perdícios similares aos apontados por Ohno (1997) em processos de manufatura, como desperdícios de tempo com esperas por informações, retrabalho de tarefas, por conta de mudanças no tratamento das informações, e até desperdícios de processamento, por parte das áreas que processam os dados recebidos e realizam análises de im-pactos (ainda que parciais e incompletas), que posterior-mente acabam não sendo utilizadas adequadaposterior-mente, por falta de um processo e ferramenta apropriados.
Mais especificamente, em relação a processos admi-nistrativos, como no caso estudado neste artigo, Hines et al. (2000) apontam vários desperdícios que podem ser identificados pelo mapeamento destes processos: depar-tamentos gargalo para análise, múltiplas iterações entre os participantes do processo, proliferação de pontos de
confirmação de informação, múltiplas cópias e distribui-ções de documentos (ou neste caso, informadistribui-ções eletrô-nicas), falta de rastreabilidade apurada da análise feita em cada caso, e da racionalidade utilizada em cada de-cisão (o que, conforme apontado por Bazerman, 1994, caracteriza um viés na tomada de decisão). Além disso, tais processos estão sujeitos a eventuais tentativas de aceleração por vias não usuais ou oficiais, por exemplo, aproveitando-se da hierarquia para forçar uma determi-nada decisão.
Hines et al. (2000) propõem a análise das atividades que constituem um processo e sua classificação, em ati-vidades que agregam valor para o cliente final (VA, Va-lor Agregado), que não agregam vaVa-lor (SVA, Sem VaVa-lor Agregado) e que são necessárias ao processo (muitas ve-zes por razões procedimentais ou estruturais), porém não agregam valor ao cliente final (NSVA, Necessárias Sem Valor Agregado). A busca por processos melhor estrutu-rados implica, portanto, num esforço contínuo para des-tinar a aplicação dos recursos disponíveis em atividades VA, eliminando tanto as atividades SVA como as NSVA, sempre que possível. Tal notação e conceitos podem ser aplicados no caso objeto de estudo, objetivando melho-rias no processo de tomada de decisão em questão, con-forme é apresentado a seguir.
4.Oquepodesermelhorado?
A busca de melhorias no processo de decisão pode ser segmentada em duas frentes de trabalho principais: a me-lhoria da qualidade deste processo, bem como do fluxo do processo propriamente dito. A primeira, por abordar a estruturação e os aspectos comportamentais relacionados à tomada de decisão, traz melhorias na consistência e ra-cionalidade do resultado final da decisão. Já a segunda, foca a obtenção de um processo mais “enxuto”, rápido, em que se tenha menos etapas desnecessárias e um me-lhor aproveitamento dos recursos utilizados. Uma pro-posta completa de melhoria deve trazer a visão de ambas as frentes descritas, conforme ilustrado na Figura 4.
fren-tes de análise sejam discutidas separadamente na litera-tura, as seções seguintes ilustram como sua aplicação em conjunto, no tratamento do problema objeto de estudo, tem a oferecer soluções mais consistentes.
4.1Melhorandoaqualidadedoprocesso
A consideração da qualidade do processo requer a fo-calização de esforços na estruturação analítica do proces-so ou problema, visando o desenvolvimento de um pro-cesso racional para a tomada de decisão, que contemple todos os fatores de impacto e influência. Para tal processo de análise, Clemen (2001) propõe a construção dos cha-mados Gráficos de Influência referentes a cada situação. A criação destes gráficos possibilita a visão clara e racio-nal do que afeta o processo, dando elementos para uma melhor compreensão da situação por todos os participan-tes, além de servir de base para a eventual modelagem de um sistema de apoio à tomada de decisão.A Figura 5 resume de uma forma geral e
simplifica-da o gráfico de influências para o caso considerado. Por meio dele, pode-se verificar quais as áreas e fatores que impactam a decisão e seus resultados, inclusive quais as incertezas ligadas ao processo.
Na continuidade da análise, cada uma das áreas que provê dados para a tomada de decisão também pode ser representada por um gráfico de influências, tal como exemplificado na Figura 6. O entendimento da totalidade dos gráficos de influência do processo e de suas impli-cações permite que os participantes tenham um melhor entendimento de quais informações são importantes em suas considerações, e quais os riscos e incertezas exis-tentes.
Isso possibilita o desenvolvimento de ferramentas como Árvores de Decisão e até de sistemas de apoio à tomada da decisão, contribuindo para a repetitividade do processo. Neste caso, a elevada quantidade e complexi-dade das informações, a rapidez requerida para análise, e a alta freqüência com que o processo deve ser realizado,
��������
Melhoria na forma como a tomada de decisão é realizada e
em sua qualidade
Processo mais rápido que utiliza melhor os recursos
Processo com melhor qualidade
Melhor processo para tomada
de decisão Ferramenta:
Mapeamento do Fluxo de Valor - aplicado em processos administrativos
Melhoria no fluxo do processo de tomada de decisão de
tomada de decisão
Processo com melhor qualidade
Ferramentas:
Gráficos de Influência/Análise de vieses
Ferramenta:
Mapeamento do Fluxo de Valor - aplicado em processos administrativos
��������
Incertezas que influenciam o processo Resultados da tomada de decisão Decisão a ser tomada
Relação de influência Legenda
Dados/informações calculados
Mudar o Forecast Visão de
Finanças
Resultado de Produção e
Vendas
Capacidade de Reação da Cadeia
Capacidade dos Fornecedores
Mercado Doméstico Mercado Internacional Influência
Política
1 2
3
4 5 6
Visão de Exportação Visão de
Materiais
Visão de Vendas
Visão de Manufatura
Figura4.Avisãodemelhoriadoprocessodetomadadedecisão.
justificariam o desenvolvimento de tal sistema (que tra-ria estrutura e maior racionalidade ao processo). Como uma proposta prática neste sentido, em vez de se utilizar correio eletrônico nas comunicações entre as áreas sobre os diversos dados a serem analisados, poderia ser criado um sistema eletrônico de compartilhamento em tempo real, quer seja uma página na rede eletrônica da empresa, ou uma outra ferramenta eletrônica, como bancos inter-ligados (ex. Lotus Notes), em que todos pudessem colo-car seus dados rapidamente, e checolo-car os demais dados colocados, facilmente eliminando trocas de mensagens eletrônicas entre várias pessoas. Esta prática agiliza a co-municação e elimina problemas de inconsistência, como a não distribuição para alguns membros do grupo, demo-ra na tdemo-ransmissão, e congestionamento da rede de correio eletrônico.
Com base nos gráficos de influência apresentados, é possível desenvolver uma ferramenta de análise que permita tanto a documentação correta dos dados que in-fluem em cada decisão, vindos de diferentes departamen-tos, como o processamento abrangente destes dados. Por exemplo, Finanças poderia criar uma ferramenta que, a partir das considerações das áreas envolvidas, pudesse projetar os diferentes impactos que sucederiam de suas influências (mapeadas pelos gráficos de influência), a probabilidade de risco destes impactos, bem como for-malizar uma análise similar ao de uma árvore de decisão para cada processo de mudança, trazendo racionalidade, estrutura e rastreabilidade ao processo de decisão.
Outra melhoria importante do processo é a adoção de uma linguagem comum pelas áreas envolvidas. A pro-posta de mudança é feita por Vendas em termos de veícu-los e seus modeveícu-los. Manufatura trabalha com unidades a serem produzidas (equivalentes aos veículos usados por Vendas). Materiais trabalha com peças e custos opera-cionais (inventário e fretes especiais). Finanças busca
converter tudo em termos de custos ou valor monetário. O ideal seria que qualquer proposta de mudança fosse transformada em informações manipuláveis por todas as áreas e pela cadeia de suprimentos envolvida, que tal, como Materiais, planejasse com base em quantidades de peças. Esta interação pode também ser suportada por uma ferramenta de comunicação e compartilhamento de informações.
Ainda do ponto de vista de melhoria na qualidade do processo, é importante que se abordem ações que pos-sam influir na perspectiva comportamental do processo. Isso implica em buscar uma melhor educação de todos os envolvidos, trazendo-lhes a consciência dos vieses mais comuns a que um processo de decisão pode estar sujeito, conforme autores como Bazerman (1994) e March e Sha-pira (1987). Recomendações podem ser feitas a fim de orientá-los a não incorrerem em vieses de julgamento por meio de treinamento, alterações na estrutura do processo e implementação de procedimentos de tomada de decisão mais eficazes.
Assim, recomenda-se que o histórico de mudanças an-teriormente efetuadas, se admitido como referência para fins de análises atuais, seja ajustado a fim de evitar o viés de Ajuste de Referência. Em especial, as incertezas e ris-cos devem ser apresentados e analisados com base não somente em sua magnitude de custos, mas também em sua probabilidade. Toda a organização deve aprender a trabalhar com tais dados, considerando-os em suas análi-ses, sem pretender controlar todos riscos e reconhecendo a existência de incertezas.
No que tange aos elementos que devem participar do processo, deve-se buscar uma participação equilibrada de todas as áreas, e a inserção dos participantes de toda a rede de suprimentos, formada pelas diferentes cadeias (se não todos, ao menos os mais críticos e estratégicos para a montadora), uma vez que são diretamente afetados pelas
��������
4
Atuais gargalos produtivos
Capacidades Contratadas
Pressões Comerciais
Mercado de Matéria-prima
Grau de mudança para
atender demanda Informações
dos fornecedores
Cálculos de Capacidade e
Reação
Visão e Proposta de
Materiais
Mudar o Forecast
Dados/informações calculados Incertezas que influenciam o processo Resultados da tomada de decisão Decisão a ser tomada
Relação de influência Legenda
mudanças em questão. Finanças, por exemplo, deve ter um papel mais marcante no processo, com mais tempo para sua análise, e contar com ferramentas que auxiliem na avaliação dos impactos financeiros de cada alternativa para a organização. Para que os participantes da rede de suprimentos possam participar efetivamente, provendo dados e informações relevantes à tomada de decisão, não se limitando a receber os resultados do processo de mu-dança, ferramentas de suporte e processos formais devem ser criados.
Dada a importância do processo de mudança de forecast
para a competitividade no mercado e seu alto impacto em toda a cadeia de suprimentos, mostra-se válida a idéia de se investir no desenvolvimento de ferramentas de apoio, que não somente documentem a experiência de cada repe-tição do processo, mas que também incorporem o conheci-mento desenvolvido na organização que, posteriormente, possibilitará atualizar e refinar a racionalidade sobre a qual a tomada de decisão se apóia (Bazerman, 1994).
4.2–Asmelhoriasnofluxodoprocesso
No que diz respeito ao fluxo da tomada de decisão,
oprocessodemudançadeforecastdeproduçãorequer
maior agilidade e velocidade. Isso pode ser conferido porpráticasqueracionalizemafluidezeautilizaçãodos recursos, em linha com os princípios propagados pelo pensamento enxuto. Embora tais princípios sejam cris-talinos,ainiciativadetornarumprocessomaisenxuto, muitasvezesesbarranadificuldadedeplanejaraintrodu-çãodaspráticasditasenxutas.SegundoRothereShook (1999),estabarreirapodesercontornadapelaaplicação daferramentadoMapeamentodoFluxodeValor(MFV). Embora,tradicionalmente,estaferramentavenhasendo aplicadaaprocessosdemanufaturaemquesetemum fluxofísicodepeçassendoprocessadas,porumaseqüên-ciadeoperaçõesindustriais,tentativasdesistematização dasuaaplicaçãoemambientesadministrativostêm,re-centemente,emergidopara,justamente,facilitaraqueles queprocuramummeiopráticoquelhespermitaenxer- garofluxodeatividadeseinformaçõesexistente,defor-maanálogaaosmapeamentostradicionais(Hinesetal., 2000,Tappingetal.,2002).
A aplicação da metodologia inicia-se pela etapa de desenhodochamado“mapadoestadocorrente”,queé omapeamentodasatividadesquecompõemoprocesso,
identificando-sequemasrealiza,ostemposdeprocessa-mentoedeesperaincorridostantoduranteuma
ativida-decomoentreatividades,eofluxodeinformaçõesentre participantes,comoclientefinaldoprocessonotopodo mapeamento. É recomendável realizar e confirmar este mapeamentoinicialcomaparticipaçãodasdiversaspes-soasenvolvidasnoprocessofocado.
Combasenestelevantamentodoestadocorrente,os
desperdícios existentes na condução das atividades do processosãoapontadosconformeaperspectivasugerida por Hines (2000), de adaptação dos preceitos estabele-cidos originalmente por Ohno (1997), no contexto dos processosdemanufatura,paraocontextodosprocessos administrativos. Os desperdícios assim apontados evi- denciamosrecursosqueestãosendoutilizadossemagre-garvaloraoprocesso,eindicamquepontospodemser alteradosouatéeliminadosemcadaatividade(oucomo estasinteragem),demodoaracionalizarautilizaçãodos recursosparaaobtençãodosresultadosdemandadospelo clientefinal.
Nesta etapa, é importante que cada participante que tenhaalgumcontatocomofluxodoprocesso,entendaa funçãodetodasasatividadesdoprocesso,suasnecessi-dadesderecursoseosdadosdeentradarequeridos,para poderemnumpassoseguinteidentificaroqueérealmen- teessencialparaoprocesso,eoquepoderiaserdescar- tadoe“economizado”.Estepassoéumexercícioexperi-mental,quedependedainiciativaecriatividadedaqueles queparticipamdadiscussãosobreo“estadofuturo”de-sejado,nãoexistindoumasoluçãoúnicaefinalparaas possíveismelhorias.
Notrabalhoderedesenhodofluxo,delineia-seacons-truçãodeumnovofluxoparaoprocessoatividadepor atividade,dandoorigemaochamado“mapadoestadofu-turo”emquetodasasaçõespossuiriamumsentidobem definidodopontodevistadeagregaçãodevalorparao clientedoprocesso.Estemapapermite,assim,visualizar oobjetivodemelhoriaaserbuscado.Afimdegarantir queareconfiguraçãodoprocessopropostano“mapado estado futuro” seja alcançada, é essencial que as ações que podem conduzir a passagem do “estado corrente” parao“estadofuturo”sejamdocumentadas,compondo um plano de implantação, com responsáveis identifica-doseprazosaseremcumpridos(RothereShook,1999). UmtrabalhodeexploraçãodaaplicaçãodoMFVfoi então realizado na montadora em que o processo con-siderado ocorre, com a efetiva participação de um dos autoresdestetrabalho,queexerceuopapeldeseuprinci- palcondutor.Paraisso,esteautorprocurou,inicialmen-te,familiarizar-secomaaplicaçãodoMFV,participando deumtreinamentogenérico,ministradoporuminstrutor especializadonadisseminaçãodestaferramentaemabril de2004.Emmaiode2004,consultouentãoumaequipe multifuncional,constituídaderepresentantesde6dife-rentesáreasquesãoenvolvidasnoprocessodemudança deforecast eobteveasinformaçõesrequeridasnomape-amento.
decadaatividade,dostemposdeesperaedoíndicede Acerto na Primeira Tentativa são identificados,
respec-tivamente,porPT(ProcessTime),WT(WaitingTime)e
FTQ(FirstTimeQuality).
AindanaFigura7,oquadroreferenteacadaatividade doprocessoclassificaseaetapaagregavalor(ounão), conformeoprocedimentodeanálisepropostoporHines (2000)eospressupostosassumidosnomapeamento.O mapeamentorealizadoreveloudesperdíciosnoprocesso, tais como: esperas, áreas gargalo, múltiplas interações entre áreas, retrabalho, comunicação deficiente e repe-titivaefaltaderastreabilidadedasinformações.Alguns destesestãodemarcadoscomdestaquenafigura.
Paradarprosseguimentoàiniciativaderacionalizaro fluxomapeado,osdesperdíciosidentificadosdevemser analisados procurando-se obter meios específicos para eliminá-los,sobretudofocalizandoesforçosdemelhoria ematividadesquenãooferecemvaloraoclientefinale melhorandoaquelasqueofazem.Aspropostasdeme-lhoria são portanto focadas, prioritariamente, nas ativi-dades Sem ValorAgregado (SVA) que devem, sempre quepossível,sereliminadaspornãotrazeremqualquer valorparaoclientedoprocesso.Emseguida,asatenções devemrecairsobreasNecessáriasSemValorAgregado (NSVA),que,apesardeidentificadasaprioricomone-cessárias ao processo, devem também ser reduzidas ou eliminadas,semprequepossível(Hines2000).
Aprincipalmotivaçãodestaaplicaçãopilotofoiobter umnovofluxoparaoprocessoemquestão,talcomoapre-sentadonaFigura8,segundooqual,osrecursosseriam melhor aproveitados e os tempos de espera das ativida-des–queclaramentenãoagregamvaloraoclientefinal –poderiamserdiminuídos.Paraodelineamentodonovo processo,oautorcondutordomapeamentovoltouacon-sultaraequipemultifuncionale,comasvisõescríticase proposiçõescolhidasdecadaelemento,buscoudirecionar osrecursosaoqueérealmenteimportanteparaocliente finaldoprocesso,paraqueoprocessoocorradeummodo maiseficiente,trazendoosresultadosesperados.
Onovofluxodelineadojáprevêaeliminaçãodeati-vidades consideradas SVA, para se buscar um melhor aproveitamento dos recursos existentes. Dado que um ciclodoprocessoéiniciadoecompletadonumperíodo deumasemana,equeasprevisõesdeentregadecom- ponentesparaosfornecedoressãoatualizadossemanal-mente,nãoexisteumgrandebenefícioemsereduziro tempodeciclodoprocesso.Oidealnestecaso,équese
aloque
maistempodeprocesso(enãodeespera)àreali-zaçãomaiscuidadosadasatividadesqueagregamvalor, beneficiandooprocessocomoumtodo.Emespecial,é de grande valia, alocar mais tempo aos departamentos responsáveispordesenvolverasanálisespertinentesque
devemsubsidiarasdecisõesdemudançadoforecastde
produção,comoaáreadeMateriais,queprecisadetem- poparapodercontatarumgrandenúmerodefornecedo-resnasváriascadeiasdesuprimentos,eadeFinanças, quedevetertemposuficienteparaprepararsuasanáli-ses, frente aos possíveis impactos apontados por cada áreaenvolvida.
AcomparaçãoapresentadanaFigura9indicaqueo novo(oufuturo)fluxoatenderiaestesrequisitos,concen- trandootempodisponívelematividadesqueagregamva- lor,utilizandoosrecursosdisponíveisdeformamaisade-quada,epromovendoumprocessodetomadadedecisões
emudançadeforecast,fundamentadoeminformaçõesde
melhorqualidade,coletadascomumtempomaior.
5.Conclusãoeimplicaçõesfuturas
Épossívelestruturaroprocessodetomadadedecisão
paramudançasdeforecast
deproduçãonaindústriaau-tomobilísticadeumaformaobjetivaeracional,seguindo ospreceitosdasteoriassobretomadadedecisãoeiden- tificandooportunidadesparaaracionalizaçãodestepro- cesso,tantosobaperspectivadaqualidadedeinforma-çãoresultantedeaspectoscomportamentais,comosoba perspectivadoprópriofluxodoprocesso(rapidez,fluidez eutilizaçãocorretadosrecursos).
Dadoqueesteprocessoéumfatorcríticoparaacom-petitividadenestemercado,éessencialquesetragamais clarezasobreomodocomoeletemsidoconduzidona indústria. Este artigo apresentou como tal processo de tomadadedecisãotemsidopraticadonumamontadora, eoanalisouàluzdeconceitoseferramentasdeanálise recomendadas pela literatura, apontando oportunidades demelhoria,pelotreinamentodoselementosenvolvidos,
melhor estruturação do problema de mudança do
fore-cast,demodoatrazermaiorclarezasobreosfatoresque
influenciamoprocessodedecisãoesobreospotenciais viesesquedevemserevitados.
Oestudoreforçaaidéiadequeépossívelaplicarafer-ramentadoMFV–direcionadaoriginalmenteaprocessos demanufatura–paraprocessosadministrativos,trazendo benefíciosparaestestambém.Éimportantemencionarque umpróximopassodepesquisaseriarevisaromapeamento realizado com a participação de mais representantes das áreasenvolvidasnoprocesso,trazendoumaanálisemais ricaecompleta,queresultenaproposiçãodeummapado fluxofuturoaindamaisabrangenteeconsistente.
Porterfocalizadosomenteumexemploisolado,com opresenteartigoabre-seapossibilidadedarealizaçãode investigaçõesmaisabrangentes,queproporcionemaex-tensãodasdiscussõeseproposiçõesapresentadasaum espectromaisvariadodepráticasdemercado.
Valeressaltarque,alémderepresentarumcaminhode
depro-RoldaneMiyake−Mudançasde
F
orecast
naIndústriaAutomobilística:IniciativasparaaEstruturação...
Áreas intermediárias
que não agregam valor áreas gargaloEspera e
Processos não oficiais de aprovação Espera e áreas
gargalo interações/Múltiplas
trabalho fluida (s/ ferramenta)Comunicação não
Pressupostos:
1) Manufatura eventualmente deve rever suas alternativas devido ao impacto das restrições em Vendas, estimado que tal ocorra em 10% das ocasiões.
2) Como resultado da avaliação final das mudanças e seus impactos por um dos departamentos envolvidos, eventualmente é necessário que a proposta final tenha de ser refeita e re-analisada por todos. Estimado que tal ocorra em 5% das vezes. 3) Existe o registro da ocorrência de que a reunião de “Pre-Scheduling Meeting” tenha de ser refeita, ou suas análises refeitas, devido a informações adicionais enviadas posteriormente, inclusive provenientes do CE. Estimado em 15% de chances. 4) MS deve aguardar as análises da MF de todas as plantas produtoras para compor proposta alternativa para VD e demais
departamentos, assim , existe inventário (provenientes das primeiras plantas a enviar análises) antes dessa atividade, estimada em 4 horas. 5) Para poder realizar sua análise completa, FI necessita dos impactos em todos os departamentos. Logo existe um inventário de informações antes dessa atividade (informações dos primeiros departamentos a enviar seus impactos), estimado em 2 horas. Vendas Master Achedule Manufatura Materiais Comitê Executivo Rec. Humanos Finanças Sist. Capac. Forn. VD MS MF MT CE RH FI CM Legenda PT WT FTQ hrs hrs % 0,25 0 100% 5 1 100% 1,5 2,5 90% 3 1 90% 0,5 1,5 100% 2,5 0,5 95% 2 1 95% 0,5 0 95% 2 1 95% 1,5 0 85% 1 7 100% 1,5 0 100% 4 2 100% 25,25 hrs 23,5 hrs 56% 4 2 Total Forecast produção para cadeia de
Suprimentos
Bi-semanalMS
Cadeia de Suprimentos
Fornecedores Legenda de Ícones
Informação via eletrônica Troca de informação manual
Estoque intermediário de documentos ou informação Fluxo puxado de documentos
ou informações
Necessidades de
mudança Cenários deProdução alternativaProposta Proposta alternativa Potenciais restrições afetando necessidades Proposta final Impactos: Pessoal Frete Especial Horas-Extras Inventário (absoleto/excesso) Impactos Discussão sobre avaliação de impactos e
reação da cadeia
PT WT FTQ VA Envio de necessidades de mudanças e-mail VD 0,25 hrs 0 hrs 100% NSVA Analisa restrições versus suas necessidades VD 0,5 hrs 1,5 hrs 100% excel VA Desenvolve cenários e envia para MF e-mail MS 5 hrs 1 hrs 100%
excel e-mailexcel e-mailexcel
VA Analisa alternativas e propõe solução MF
1,5 hrs 0,5 dias 2,5 hrs 90% e-mail SVA Desenvolve e emite proposta final de mudança MS 2,5 hrs 0,5 hrs 95% VA Avalia proposta final e impactos MF/MT/RH 2 hrs 1 hrs 95% CM SVA Envia impactos das mudanças MF/MT/RH 0,5 hrs 0 hrs 95% e-mail VA Avalia impactos (FI)/Finaliza análise inicial FI/MT/MF 2 hrs 1 hrs 95% Excel NSVA Disc.Conjunta Mudanças (Presched. Mtq.) MS/MF/MT/FI 1,5 hrs 0 hrs 85% SVA Aceitação extra oficial membros e área de CE
CE 1 hrs 7 hrs 100% NSVA Reunião final aprovação (Scheduling Mtg.) Todos 1,5 hrs 0 hrs 100% VA Transforma decisão em programa e emite MS 4 hrs 2 hrs 100% excel MRP 0,25 dias EDI SVA Analisa proposta de
MF e en-via para VD
425 GESTÃO&PRODUÇÃO,v .11,n.3,p.413-427,set.-dez.2004 PT WT FTQ hrs hrs % 0,25 0 100% 5 1 100% 2 1 90% 1 0,5 100% 12 2 95% 0,5 0 95% 6 1 100% 2,5 0 85% 1 0 100% 5 1 100% 35,25 hrs 6,5 hrs 73% 0 Total
Legenda de Ícones Informação via eletrônica Troca de informação manual
Estoque intermediário de documentos ou informação Fluxo puxado de documentos
ou informações
IN
Novo Programa Discussão sobre
avaliação de impactos e reação da cadeia
Proposta final Cenários de Produção Necessidades de mudança VA Envio de necessidades de mudanças e-mail VD 0,25 hrs 0 hrs 100% VA Desenvolve cenários e envia para MF e-mail MS 5 hrs 1 hrs 100% excel PT WT FTQ VA Analisa alternativas e propõe solução MF 2 hrs 1 hrs 90% e-mail VA Avalia proposta final e impactos MF/MT/RH 12 hrs 2 hrs 95% CM NSVA Coloca no site ou ferr. impactos das mudanças MF/MT/RH 0,5 hrs 0 hrs 100% SI SI VA Avalia impactos (FI)/Finaliza análise inicial FI/MT/MF 6 hrs 1 hrs 100% Excel VA Disc.Conjunta Mudanças (Presched. Mtq.) MS/MF/MT/FI 2,5 hrs 0 hrs 100% NSVA Reunião final aprovação (Scheduling Mtg.) Todos 1 hrs 0 hrs 100% VA Transforma decisão em programa e emite MS 5 hrs 1 hrs 100% excel MRP EDI SI NSVA Analisa res-trições vs. Nec. e coloca
site ou ferr.
VD
1 hrs 0,5 hrs
100%
Pressupostos:
1) Adota-se takt time = 1 semana (período de revisão de mudanças). Assim, o foco é diminuir o tempo de espera (WT) e aumentar o tempo de processo (PT) que agregar valor.
2) Um repositório de informações (exemplo: web page, ou aplicativo “lotus notes”) comum será utilizado por todos, acelerando fluxo de informações e permitindo compartilhamento estendido entre áreas.
3) A “linguagem” entre áreas deverá ser nivelada. Analisar viabilidade de um sistema que “traduza” rapidamente “veículos” (linguagem de VD) em “peças” (linguagem de MT), por exemplo.
4) Todas as áreas treinadas nas ferramentas / aplicações / planilhas de análise, a afim de facilitar comunicação. 5) MF envia proposta inicial para que VD análise diretamente, sem necessitar da intervenção de MS.
6) Impactos serão no site ou ferramenta para análise de FI no prazo determinado, ainda que de forma estimativa.
7) Ao realizar a reunião de “Pre-Scheduling”, ser assumido que as áreas e membros de CE estão dando seu aval para as propostas. Vendas Master Achedule Manufatura Materiais Comitê Executivo Rec. Humanos Finanças Sist. Capac. Forn. Site/Sist. info Mud. VD MS MF MT CE RH FI CM SI Legenda Forecast produção para cadeia de