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Destino adequado do lixo participação da enfermeira.

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Academic year: 2017

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D E ST I NO ADE QUADO DO L I XO

PART I C I PAÇÃO DA E N F E RME I RA

Maria Crisina Hon6rio dos Santos *

RESU MO

- O t ra b a l h o mo stra a i mp l a ntação d a c o l eta d e l i xo s e l et iva e m d u a

;

fases: " O L I X O N O L I X O " e a " C O l'E TA" p ro p r i a me nte d i ta , em u m b a i r ro pe r i fé r ico d a reg i ã o s u l d o M u n i cí p i o d e S ã o P a u l o , n a tentativa d e me l h o ra r a s co n d i çõ es d e v i d a d e u ma po p u l a ç ã o a meaça d a p o r e n c h e ntes, desmo ro n a me n tos e d o e n ç a s como l e ptos p i rose .

ABSTRACT

- T h e wo rk p rese n ts t h e se l ect ive ga r b i s h co l l ect p l a n t i n g i n two sta g e s : ' G a r b i s h i n t h e G a r b i s h ' a n d 'C o l l ect i ng ' i tse lf, a t a D i st r i ct of São P au l o bo r d e r s u b u r b , a ttemt i n g to i mp rove l i fe co n d i t i o n s of a p o p u l a t i o n me n aced by f l oods, fa l l i n g a n d d i seases s u c

h

a s l e pt h o s p i ros i s .

-1

I N TRODUÇÃO

o Projeto da COLETA DE LIXO SE­ LEIVA, que se desenvolve no Jardim C­ mercial, visa o destino adequado do lixo em uma rea densamente povoada, sem infraestru­ tura urbna adequada.

O Jrdm Comercial petence ao bairro de Cmpo Lmpo, na Zona Sul do Município de São Paulo. A área delimitada abrange 58.00 m2 , com aproimadamente 1 .00 b�cos e

1 .00 famlias.

No início dos anos 70, o Jrdim Comercial era uma área de uso comum do pOvo. No local existia um lago , que foi aterado para cons­ tução de uma rea de lazer, porém a obra não _

foi concluída. Com isso, a população do entor­

no das áreas municipais ou paticulares, se or­

ganizrm e cuparam a área.

Com o passar do tempo, houve a deterio­ ração do tereno, pois a S ABESP utiliza-o para recepção de esgotos e passagem das águas plu­ viais.

A falta de snemento básico na região, fêz com que as ligações de esgoto das casas fossem encaminhadas para o fundo do vale da área ci­ ada, misturando-se s águas nascentes, pluviais e sevidas, tomando-as totalmente poluídas e fomando um grande c6rrego de esgoto a céu abeto.

Agravando ainda mais a situação, a popu­ lação deposita esíduos s6lidos neste c6ego e, nos dias de chuva, um grande volume de água

passa pelo vale, com diiculdades de escoamen­ to, provocando erosão; enchentes e poluindo a terra após abaixar o nível.

Nese conexto, a Supervisão Regional do Bem-Estr Social de Campo Limpo (SUR­ BES/CL) é acionada, principalmente nas épocas de chuvas, pa atender situaçes de emergên-,

cias, onde famlias perdem todos os seus per­ tences em desmoronmentos e/ou enchentes de casas ou baracos.

Ao chegar no· local da emergência, os téc­ nicos ,de SUBS/CL acionados para o aten­ dimento, deparam com uma grande quantidade de lixo e muitos ratos mortos espalhados sobre a área, acaretando sérios problemas a nível de saúde, como a Leptospirose, onde , em 1990, f­

m registrados 02 (dois) casos com 01 (hum)

6bito na região em pauta.

A patir desta problemática, os técnicos da micro-região esponsável pela áea, sentiram-se sensibilizados a realizar um trabalho que fosse capaz de propocionar benefícios de ordem s­ cial, educacional e ambiental. Assim, a COLE­ T A DE LIXO SELETIV A foi escolhida paa ser trabalhada em duas, fases : uma primeira, de­ nomnada " LIXO NO LIXO" , na qual esta­ mos trabalhando desde maio de 1 990; e, uma segunda, onde a "COLETA DE LIXO S­ LETIV A" proprimente dita, seria implantada ainda no decorer de 1 99 1 .

O pojeto conta com a paticipação

integra-* Enfeneia da Secretaria do Bem- Estar Social - SURBES I Camo Limpo - São Paulo-SP.

Profesora Adjuna da Faculdade de Enfenagem São José.

(2)

da de ouras Secetaias Municipis, tais como: Saúde, Habitação, Educação e Adinistração Regionl. Teve seu início no trecho da favela que se encontra no pocesso de urbanização, com 160 flias em 13.00 m2•

Originalmente, a mobilização local foi feita ela Assciação de Moradoes, atavés de As­ sembléias, onde o tema gerador foi e continua sendo os asectos epidemiológicos e proilaxia da "Dença do Rato" - a eptospirose, discu­ tido aravés da Educação Popular.

Avalimos como positiva a rceptividade da opulação, nesta primeira fse do projeto. m um ano de trabalho, obsevaos mudanças sig­ niicativas nos hábitos dos moradores em re­ lação ao lixo, como a inexistência de desmoro­ namentos, inundações e, principalmente, casos de Leptospose.

Objetivo:

Melhorr as condições de vida dos moado­ res do Jrdim Comercial, no que diz respeito ao acondicionmento do lixo.

O bjetivos E specíficos:

• Levar os moradores à dicussão sobe ci­ dadania.

• Promover e proteger a saúde atavés do conhecimento do pocesso saúde - doen­ ça.

• Incementar o prcesso de urbanização. • Estimular a geração de ecursos inancei­

ros à comunidade.

• Proor a integração dos seviços públicos da egião (secetrias ains).

2

ME TODOLO G IA

Para cumprir os objetivos traçados, desen­ volve-se a abordagem da Educação Popular.

O pojeto consta de duas ' fases distintas, oém inter-relacionadas: "LIXO NO LIXO" e a "COLETA DE LIXO SELETIVA", propria­ mente dita.

1 !

Fase: " L I XO N O L I XO"

Nesta fase, criam-se condições favoráveis paa seisibilizar a opulação'a jogr o lixo nos sacos plásticos, colcando-os na rua nos dias de coleta e não no cóego que atavessa toda a rea.

A sensibilização é feita por:

a) desenvolvimento dos asectos epidemiológi­ cos da eptospirose;

b) pofilaxia aravés do combate aos rodoes, saendo hábitos e cracterísticas de camun­ dongos e rataznaS (Anexo 1 ) ;

c ) a importância dos próprios moradoes' serem muliplicadores das infomções descritas nos itens anteriores, é a bse de todo o proje­ to.

2 ! Fase: "A COLETA S E LET I VA"

A patir da consciência do destno adequa­ do do lixo, implanta-se a Coleta de Lixo Seleti­ va, atavés da seleção do lixo inorgânico e orgânico pelos próprios moradores, sendo o re­ colhimento, seleção e venda do lixo rciclável feita or um morador contratado pelo projeto.

Esta fae será implantada ainda no ano de 199 1 , porém sem previsão, ois a primeia fase continua em andmento.

Est ratég ias Uti l izadas

1 . Reuniões d e infomação e fomação, objetivando a primeira fase do projeto.

Loca is:

- Assciação dos Moradores do Jardm Comercil:

Uma assembléia inicial foi chamada em 16/05/90, com os moradoes da áea, onde o projeto foi apesentado e lançou-se a proposta , de m rabalho em conjunto, moradores e téc- . nicos. Na mesa reunião, fomou-se a Co­ missão de Mulheres do Jrdim Comercial, com 07 (sete) elementos, com o objetivo maior de ajudr a mobilizar a população. - Escola Municipal Enclides da Cunha

{ Escola Municipal de Educação Infntil

de Aracy de Almeida

Escola Estadual de Primeiro Grau Maóde Sá Monteiro:

Nestes estaelecimentos realiza-e um traba­ lho com os pais, alunos e pofessoes, onde os últimos introduziram o pojeto no proEama de Ciências destas escolas. " - Unidade Básica de Saóde do 1ardim Co­

merciai -BS do Jrdm Comecial: Realiza discussões com os usurios na pópria unidade de atendimento e ajuda nos tra>alhos com a população na área do pojeto.

- Ceno da Juventude (C.J.) -destina-se às . crianças de 07 a 14 anos no eodo em que não estão na escola. É um equipmento con­ veniado com SURBES/CL e g�e.ciado ela

Associação dos Moradores', . . . . , A Leptospiose é trablhada de maneira lúdi­ ca, desenvolvida como atividade pedagógica nomal no C.J., onde as crianças confecciona­ rm cartzes e folhetos sobre o tema.

- Ceche do Jrdm Coercial - é outro

equipamento da Associação dos Moradores, ambém conveniado. O tema poposto é

(3)

ddo com os pais em euniões mensais;

2. Confecção de folhetos informativos junto à Comissão de Muhees ;

3. Mutões de limpeza no c6ego;

4. Confcção de álbuns seriados;

5. Confecção de slides;

6. Confecção de vídeos dos mutrões;

7. Visita domicilir a todos os moradoes, a

im de explicr os objetivos do projeto e a'

colaboração pra deixar a área limpa; 8. V isita com a Comissão de Mulheres em ou­

tas favelas já Ulbanizadas, ou em locais em que a Coleta de Lixo Seletiva foi implanta­ da com sucesso (Favela do Parque Arariba e Jardim Monte Azul, respectivamente).

9. Distribuição de scos de lixo de plásticos a toda áea, pela Comissão de Mulhees; um para cada dia de coleta, perfazendo 03 (tês)

sacos por mnlia, semanalmente;

10. Confecção de um jonal com notícias fone­ cidas pelos pr6prios moradores e organiza­ do por u; comissão de 05 (cinco) pessoas, com duas tiragens até a presene data; 1 1 . Entrevistas com os moradoes da área, rea­

lizadas pelas crianças do Centro da Juven­ tude do Jardim Comercial, para sabemos se há dúvidas do por que do LIXO NO LIXO; 1 2. Fesa a Cultura Popular. realizada em

novembro de 1990, teve como tema central o combate ao lixo e aos roedores e contou com a participação de entidades e equipa­ menos.públicos da região;

13. Passeatas com as crianças, para alertar

so-be o "LIXO NU LIXO". '

Co l a bo rado res:

• ENTERPA: cedeu tênis, luvas e lates de li­ xo, no início do pojeto, em

06/90. '

• PROTIN: cedeu botas e luvas no início do

projeto, em 06/0.

Materiais utilizados para os mutirões de limpeza no c6re.o.

• Aos alunos do Curso de' Enfemagem em

Moléstias Transmissíveis da Faculdade de En­ femagem São José no ano dl 190, que aju­ daram nas visitas domiciliares e divul�ção do projeto nas escolas citadas, junto aos u­

nos.

3

O PAP E L DA E N F E RME I RA

Cabe à enfemeia estar discutindo junto à

população e outros técnicos do projeto ( Assis" tene Social, Pedagogo, Técnico de Educação

84 R. Brs. Efem., Brasiia, 44 (4): 82- 86, ou./dez. 1991

Física, rquiteto, Soci610go, Fil6sofo), as se­ guintes questões:

1. A imporncia do processo saúde - doença

no homem = discussão das condiçes ­

bientais favoecendo ou não este processo;

2. Organizar o conteúdo das reuniões com os pais, funcionários, alunos e técnicos, onde a abordagem dos asectos epidemiol6gicos e proiláticos da Leptosprose é feita;

3. Teinar agentes multiplicadores a partir das

,reuniões e conscientizr da importncia dos mesmos no pocesso;

4. Realizar as visitas domiciliares e orientar so­ be o destino adequado do lixo;

5. Orienar os outros técnicos nas visitas domi­ ciliares, sobre os asectos de saúde a serem observados;

6. Pesquisar a confecção e mateial didático; 7. Divulgar e mplantar a experiência em outras

regiões igulmente problemáticas. '

4

D I F I CU LDAD E S

- Poucos técnicos pela demanda do traba­ lho, fez com que houvesse uma "parada" no projeto, no eríodo de féris, entre

1 90/91 . '

- A liberação oicial de verbas pa o pro­ jeto, pois a burocracia fez com que s6 em

abril de 199 1 o pojeto receesse undos monetrios.

- Como a Associação de Moradoes do Jr­ dim Comercial é a única atuante na área trabalhada, veriica-se uma certa centali­ zação à mobilização, ,participação e orga­ nização dos moradoes.

5

CO N C L U SÃO

Apesar do Projeto estr em sua pieira fa­ se, faz-se um progn6stico bom em sua continui­ dade.

Já veiicmos mudanças de comportamento na área trabalhada. Em 1 99 1 , com altos índices pluviométricos registrados em São Paulo, não houve casos de Leptospirose, desmoronmentos e enchentes.

O c6rego é mantido "quase" limpo, pois sempre há aqueles que não inrojetarm a men­ sagem, ou aqueles que acabarm de mudar para a rea e não participrm de tdo o processo. É

(4)

R E F E R Ê NCIAS

B I B LIOGRÁFICAS

1 MA f OS, Maia H . Projeto de Trabalo Integrado, em Con­

roe de Roeores e Leptospirse a Micro Regão 4

-Jardm Comercal -ARS -10.

2 PELLARIM, C.A., GONÇALVES, L.F.M. e CALACIBE­ TA, M.P. Proeto de Urbaição a Favea Jarm Coercal -Secretaria de Habião e Dsenvolvimento Ubao - SEHAB/CL.

3 SAN fOS, M.C.H., SAKO, S. e VASCONCELLOS D Proeto

,Coea de � Seeiva a Favea o Ja

;�

Coeral -Secreia do Bem-Esr Social -

SVR-BES/CL. .

4 S ECRE fARIA DO BEM-ES f AR SOCIAL. Pano de Tra­

balo. Documnto Borolea, 1989.

A N E XO

1

D I F E R E N ÇAS E NTRE

OS

ROE DO R E S (ti pos ma is comu ns)

- CAONO =

É

uma espécie de pequeno tamanho.

Cor: pelagem acinzentada, cauda com o mesmo compriento do copo.

habitat: Fonm ninhos em fogões, gurda-roupas, ios, etc.

alientação: Necessitam de pouco alimento e o fazem na madrugada.

eprodução: Se reprduzem em 19 dias, dando de 06 a 1 0 ratos por cria. Podem prcriar ap6s 48 ho­ ras.

agilidade: Ágeis, bom equilbrio, faro aguçado, facilitndo a localização de aliento. Têm visão pouco deenvolvida e não distingüem coes.

Quando acuados não reagem.

elnaçes: Fezes iguais s da barata; não possuem contole de esfnctees.

- RA T AZAN A = São grandes, apesentam olhos e oelhas pequenas.

çor: avenelhada ao cinza acaitanhado. habitat: A ratazanà é a que màis constói tocas.

A tca consiste num túnel que apresenta no seu inal um ninho de fona aedondada e re­ coerto por material macio.

A partir de uma toca inicial, podem surgir novos ninhos e túneis com várias saídas. Vive em esgotos.

alimentáção: Ingee mais que o camundongo 28 gr e 9 ml de água e o fazem na I! fase da noite.

eprodução: Se reproduz em 22 dias. Dando de 08 a 1 2 ratos por cia. Estão aptos para a prociação a6s 48 horas.

agilidade: Bem ágil, equilbio muito bom, audição bem desenvolvida, paladr não muito desenvol­

ido, visão tmém não é desenvolvida. O ato é bem desenvolvido nos bigodes que

oienm o aimal no escuro.

elminaçes: Fezes roliçs de aé 20 m de comprimento.

D I F E R E N ÇAS

RAT,ZANA = é um rato g�nde, vive em esgoto, em cor avenelhada, tem olhos equenos, oe­

lhas e focinho achatdos.

Cauda mais cuta que a caeça e o copo. Ninhos = oca em fona de túnel.

Qundo acuada, eage.

(5)

CMONO = é um rato pequeno de cor acinzentada, cauda com o mesmo comprimento do copo.

Ninhos = guarda-roupa, fogões, etc.

Quando acuado, não reage.

PO NTOS COMU N S

_ asácia = são muito espetos e se rconhecem peJo olfato.

Tribuna do eitor

A REBEn ABRIU ESPAÇO PARA SUA OPINIÃO. MÃOS À OBRA !

Referências

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