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Método para determinar o diâmetro máximo de corte em florestas tropicais utilizando-se o gráfico "Uplot-Dap".

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Academic year: 2017

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MÉTODO PARA DETERMINAR O DIÂMETRO MÁXIMO DE CORTE E M FLORESTAS T R O P I C A I S U T I L I Z A N D O - S E O GRÁFICO "UPLOT-DAP".

Ulisses Silva da CUNHA1

, Sebastião do Amaral M A C H A D O2

, Afonso FIGUEIREDO FILHO3

, Roberto Tuyoshi HOSOKAWA4

RESUMO - A presente pesquisa apresenta um método de determinação do diâmetro máximo de corte

para florestas tropicais utilizando-se a construção gráfica denominada de "Uplot-Dap". O objetivo da pesquisa foi detectar a existência e locação de um possível diâmetro máximo em função do equilíbrio biológico das espécies em uma floresta clímax, utilizando-se o método gráfico "Uplot-Dap". Para testar o método gráfico foram utilizados 28320 DAP com casca de árvores procedentes de 15 blocos de 96 ha da Floresta Nacional do Tapajós, Belterra, Pará. Os gráficos foram construídos considerando uma amplitude de classe diamétrica de 10 cm adotada como valor de referência. O método "Uplot-Dap" que utiliza técnica de análise visual de dados como forma de interpretação da dispersão dos diâmetros, mostrou-se bastante flexível e essencialmente prático. Através do método foi possível fixar o DAP=95 cm como um indicador do diâmetro máximo de explorabilidade a ser adotado na primeira intervenção como valor de referência nas operações de corte para esse tipo de floresta. Todavia, esse ponto pode variar de floresta para floresta e sua nitidez depende do tipo de floresta e suas condições estruturais. A maior contribuição do método gráfico consistiu em respeitar as propriedades das classes diamétricas em florestas naturais que por razões biológicas ou estágio sucessional, expressem a sua distribuição diamétrica como uma função de eventos raros, nulos ou probabilísticos. A eficiência do método baseia-se na sua capacidade de controlar a variação dos dados de modo que as análises sejam mais consistentes com os fatores físicos e biológicos que caracterizam a dinâmica de florestas naturais.

Palavras-Chave: Diâmetro máximo, Método gráfico, Floresta tropical, "Uplot-Dap"

Method for Determination of the Maximum Diameter of Cut in Tropical Forests Using the Graphic "Uplot-Dap".

ABSTRACT - This research presents a method for determination of the maximum diameter of cut in

tropical forests being used the denominated graphic construction of "Uplot-Dap". The main objective consisted on detecting the existence and location of a possible maximum diameter in function of the biological balance of the species in a climax forest. To test the graphic method they were used 28320 DBH (cm) outside bark coming from 15 blocks of 96 hectares is of the National Forest of Tapajós, Belterra, Pará,

Brazil. The method that uses technique of visual analysis of data as a way of interpretation of the dispersion of the diameters, was shown quite flexible and essentially practical. The graphs were built considering a width of diameter class of 10 cm adopted as reference value. Through this method it was possible to fasten the DBH=95 cm as an indicator of the maximum diameter of exploitability to be adopted in the 1st

intervention as reference value in the cut operations for this forest type. Mean while this point can vary from forest to forest and its clearness depends on the forest type and its structural condition. The largest contribution of the graphic method consisted on respecting the properties of the diameter classes in natural forests that for biological reasons or sucessional estate, express its diameter distribution as a function of rare, null or probabilistics events. The efficiency of the method bases on its capacity of controlling the variation of the data so that the analysis are more consistent with the physical and biological factors that characterize the dynamics of natural forests.

Key-words: Maximum diameter, Graphic solution, "Uplot-Dap", Tropical forest

1

UFAM/Doutorando em Manejo Florestal pela UFPR. Av. Gal. Rodrigo Otávio J. Ramos, 3000, Aleixo, Mini-Campus, 69077-000, Manaus-AM. Fone/Fax: (0xx92) 647-4042/647-4043. E-mail: uscfua@ig.com.br/ucunha@fua.br.

2

Curso de Engenharia Florestal da UFPR. PQ 1A - CNPq. E-mail: sammac@floresta.ufpr.br.

3

Curso de Engenharia Florestal da UFPR. PQ 2A - CNPq. E-mail: afig@floresta.ufpr.br

4

Curso de Engenharia Florestal da UFPR. PQ 1B-CNPq. E-mail: hosokawa@floresta.ufpr.br.

(2)

Introdução

O diametro mínimo de corte é r e g u l a m e n t a d o p o r l e g i s l a ç ã o e s p e c í f i c a . P a r a as florestas da Amazônia Legal, a portaria N° 048 de

17 de j u l h o de 1995 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos R e c u r s o s N a t u r a i s R e n o v á v e i s ( I B A M A ) e s t a b e l e c e u que o DAP > 45 cm deve ser o diâmetro m í n i m o de c o r t e . A i d é i a do estabeleceimento de um diâmetro m á x i m o de corte b a s e i a - s e n a n e c e s s i d a d e de p r e s e r v a ç ã o das espécies, especialmente espécies com e s t r a t é g i a s de r e p r o d u ç ã o p o u c o conhecidas.

Do p o n t o de v i s t a de quem explora a floresta, existe sempre uma resistência natural a esse tipo de exigência já que a retirada dos maiores i n d i v í d u o s p a r e c e não t e r sérias implicações, pois alguns podem estar em fase senil ou p r ó x i m o de alcançarem a morte natural. Visto sob o a s p e c t o físico e f i t o s s a n i t á r i o admite-se que indivíduos de grandes d i â m e t r o s p o d e m t e r a t i n g i d o a p r o d u ç ã o a s s i n t ó t i c a e a m e l h o r alternativa seria o seu aproveitamento integral. Mas em termos de equilíbrio é importante manter representantes das espécies nos dois extremos, pois a sucessão não pode prescindir dessas duas fontes de diversidade genética.

Em termos de manejo florestal, r e s t r i n g i r o corte das á r v o r e s de g r a n d e s d i â m e t r o s p o d e r i a t e r implicações na redução do volume comercial a ser explorado, tendo como c o n s e q u ê n c i a i m e d i a t a o

c o m p r o m e t i m e n t o da v i a b i l i d a d e econômica do empreendimento. Mas considerando que esse volume tem baixo impacto sobre o volume total, incluindo as perdas e substituições nos procedimentos de manejo, é medida das m a i s a c e r t a d a s m a n t e r esses indivíduos principalmente por ocasião do p r i m e i r o corte q u a n d o as consequências de todas as medidas a d o t a d a s a i n d a n ã o são b e m conhecidas.

Como recurso natural renovável a floresta A m a z ô n i c a é ú n i c a no gênero devido a sua complexidade estrutural e grande número de espécies com características e propriedades bem distintas. O uso crescente de madeiras de florestas tropicais e a e x i g ê n c i a dos c o n s u m i d o r e s , determinaram o surgimento de uma escala de preferências. Apesar da escassez de alguns tipos de madeiras c o m o o m o g n o (Swietenia

macrophylla King), o mercado que é

c o n s e r v a d o r c o n t i n u a e x e r c e n d o pressão sobre poucas espécies com alto nível de demanda, enquanto outras são raramente aceitáveis. Mas no outro extremo desta escala existe um grande número de espécies que em geral d e n o m i n a - s e de " e s p é c i e s p o u c o conhecidas" (EPC), "indesejáveis" ou de " e x p l o r a ç ã o não n e c e s s á r i a " . Assim, poder-se-ia definir uma EPC c o m o u m a e s p é c i e p o u c o a c e i t a c o m e r c i a l m e n t e e que fica n a florestadepois da exploração florestal.

(3)

propa-ganda e da crescente escassez das espécies de maior preferência. Mesmo com um m e r c a d o i n t e r n o m e n o s exigente que a exportacão, em geral só se aproveita uma pequena proporção das e s p é c i e s p o t e n c i a l m e n t e utilizáveis. Ao examinar os aspectos técnicos da proporção das EPC em Papua Nova Guiné, Eddowes (1980) identificou os seguintes problemas:

· dificuldade para identificar as espécies madeireiras;

· dados insuficientes sobre as características físicas e mecânicas;

· c o m e r c i a l i z a ç ã o i n c o r r e t a orientada para usos finais errôneos;

· fornecimentos irregulares ou insuficientes e,

· classificação deficiente. N e m s e m p r e as e s p é c i e s de maior interesse comercial são as de maiores diâmetros.

Existem razões suficientes para acreditar que as EPC apresentam um p a p e l e s t r a t é g i c o i m p o r t a n t e nas opções de manejo, na medida em que a l g u m a s a p r e s e n t a m área b a s a l (m2

/ha), frequência (%) e abundância (n/ha) bem distribuídas nas classes diamétricas, o que as torna uma fonte potencial de aproveitamento no futuro. D a d o s r e c e n t e s p u b l i c a d o s p o r EMBRAPA (2000) revelam que das quase 1000 espécies arbóreas das florestas da A m a z ô n i a O r i e n t a l , a p e n a s 20 e s p é c i e s m a d e i r e i r a s respondem por cerca de 80% do vol¬ ume comercializado, o que demonstra que planos de manejo orientados sob a s p e c t o s p u r a m e n t e e c o n ô m i c o s

p o d e m c o m p r o m e t e r a b a s e de r e c u r s o s g e n é t i c o s das e s p é c i e s , devendo-se buscar alternativas que contribuam com a manutenção da viabilidade e c o n ô m i c a do manejo florestal em regime de rendimento sustentado.

O método gráfico "Uplot-Dap" t e m p o r finalidade a u x i l i a r o pesquisador na análise exploratória das c l a s s e s d i a m é t r i c a s , v i s a n d o preparar os seus dados para estudos c o m o d i s t r i b u i ç õ e s d i a m é t r i c a s , relações hipsométricas e outros que necessitem de interpretação visual da dinâmica das classes diamétricas.

De acordo com Cunha et al. ( 2 0 0 1 ) , o " U p l o t - D a p " p o d e ser utilizado em qualquer tipo de floresta, principalmente florestas naturais. O método é bastante flexível e permite que o pesquisador escolha a escala mais conveniente para expressar a dispersão dos diâmetros. O método utiliza-se do modo de dispersão y , x para plotar os pontos e visualizar os d a d o s n u m p l a n o de o b s e r v a ç ã o d o m i n a d o s p o r p o n t o s que se c o m p o r t a m c o m o c o o r d e n a d a s vetoriais em sua respectiva classe diamétrica.

O objetivo da p e s q u i s a foi detectar a existência e locação de um possível diâmetro máximo em função do equilíbrio biológico das espécies em uma floresta clímax, utilizando-se o método gráfico "Uplot-Dap".

Material e Métodos Base de Dados

(4)

pesquisa com destaque na (Fig. 1), tem formato retangular com 4 km x 3,6 km, tem 1440 ha, compõe-se de 15 blocos contíguos de 96 ha de floresta primária, cada um medindo 800 m no s e n t i d o l e s t e - o e s t e e 1200 m no s e n t i d o n o r t e - s u l e faz p a r t e d a Floresta Nacional do Tapajós (Flona Tapajós) que tem 600.000 ha e está situada entre os paralelos de 2° 4 0 ' a 4° 10' de latitude sul e os meridianos de 54° 4 5 ' a 55° 3 0 ' de longitude oeste de Greenwich, município de Belterra, Pará. O seu manejo está previsto para 2 0 0 1 , como parte do p r o g r a m a a ser e x e c u t a d o p e l a Treviso Agropecuária Ltda., através de Convênio de Cooperação entre o I n s t i t u t o B r a s i l e i r o do M e i o Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Interna¬ tional Tropical Timber Organiza¬ tion (ITTO), em andamento desde

1999.

De a c o r d o com R A D A -MBRASIL (1976), predominam na área, os latossolos amarelos distróficos com diferentes texturas, profundos, ácidos, friáveis, onde ocorre a floresta densa. Como variação, tem-se também o latossolo amarelo distrófico plíntico de t e x t u r a m é d i a e a r g i l o s a , os solos concrecionários lateríticos indiscriminados distróficos e areias quartzosas distróficas. Estes solos ocorrem em diversos tipos de relevo, variando desde plano a forte ondulado, sob vegetação de floresta densa e são originados a partir desedimentos do terciário.

A floresta o m b r ó f i l a d e n s a

s u b d i v i d i d a p e l o s q u a d r a n t e s ecológicos (litologia, morfologia e c l i m a ) , em t e r m o s de a s p e c t o s fisionômicos e florísticos, caracteriza a tipologia florestal dominante na região. Apresenta-se também na área uma fisionomia florestal densa, com indivíduos emergentes, ocupando as áreas aplainadas dos platôs do Xingu-Tapajós, caracterizada não só por apresentar alto volume, como também pela p r e s e n ç a de espécies de alta c o t a ç ã o de p r e ç o s n o s m e r c a d o s externo e interno (IBAMA/PNUD,

1997).

Os dados provêm do inventário florestal a 1 0 0 % r e a l i z a d o p e l a Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (FUPEF) no ano de 1984, mediante convênio firmado com o e n t ã o I n s t i t u t o B r a s i l e i r o de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Foram utilizados os DAP>55 cm com casca de 28.320 árvores, provenientes de 15 blocos contíguos de floresta p r i m á r i a da F l o r e s t a N a c i o n a l do Tapajós (Fig. 1), medindo 800m x 1200m (96ha), formando uma área r e t a n g u l a r de 4 km x 3,6 k m , t o t a l i z a n d o 1440 ha, onde foram identificadas 210 espécies.

T e s t o u - s e o u s o de v a l o r e s aleatórios procedentes da distribuição uniforme [0,1] e distribuição Beta [α , β ] no cálculo da dispersão do d i â m e t r o por p e r m i t i r e m que os valores da variável aleatória DAP se d i s t r i b u a m c o m o e v e n t o s ou probabilidades mesmo em caso de distribuição truncada.

(5)

Quadra 3 

•ω 

ar

2 5 2 6 ^

2 4 3 0 3 1 3 3 3 5

2 7 2 9 3 2 3 4 3 6

Legenda: 

Estrada principal 

Igarapι 

Limite da área de pesquisa

Quadra 4

Santarém

K m 83 Rodovia B R - 163

Figura 1. Localização e delimitação da área de pesquisa. Fonte: FUPEF (1984); IBAMA & PNUD

(1997).

X = , distribuída uniformemente sobre o intervalo [a,b], onde a < b, tem-se que sua função d e n s i d a d e de probabilidade (x) f é dada por:

f ( x )

1

b - a

0

para a < x < b

em outras circunstâncias (1)

Uma variável aleatória X = d tem uma distribuição Beta com parâmetros α , β  se sua função d e n s i d a d e de p r o b a b i l i d a d e [ f ( d ) ] f o r d a d a por:

f ( d ) Γ ( α  + β )  Γ ( α ) Γ ( β ) d

  α ­ 1

( 1 ­  d )β ­ 1 

para  0 < d < 1 (2) 

1 3

1 2

1 1

(6)

em que 

(d) f = funηγo densidade de probabilidade  α, β  = parâmetros da função Beta Γ   ( ) = função gama,

c o

Γ ( α ) = j  xα   1 e  x

d x para  α > 0 

d = DAP transformado pela equação (3) Obviamente que o emprego da função Beta expressa pela equação (2) no ajuste de distribuições diamétricas, exige que sejam feitas transformações nos dados que atendam ao campo de d o m í n i o da função. Como quase sempre acontece, os DAP medidos nos inventários começam a partir de valores como 10, 20, 30, 35, 45 e 55 cm, originando uma distribuição truncada. A principal vantagem no uso da função Beta está na facilidade de ajuste e no fato de que o ajuste para dados truncados não exige a recuperação dos parâmetros da distribuição uma vez que a transformação indicada na equação (3) envolvendo o DAP, executa uma translação de eixo que torna os limites dos dados compatíveis com o domínio da função:

"Uplot-Dap

Para o conjunto de D A P ' s de c a d a b l o c o , foram g e r a d a s d u a s funções visando à construção gráfica. A primeira, f(x), proporcionada pelo ajuste da distribuição Beta para os DAP observados. A segunda, f ( x ) , r e s u l t a n t e do p r o d u t o da m u l t i p l i c a ç ã o de f(x), função d e n s i d a d e de p r o b a b i l i d a d e da distribuição Beta, ou pelos números aleatórios da distribuição uniforme {@ rand [0,1]} ou p e l o s n ú m e r o s aleatórios da própria distribuição Beta

{@ rand [α,β]} , gerados usando­se os 

parâmetros estimados α,β . 

A seguir, plotou­se cada par de  d a d o s  [ D A P , f ' ( x ) ] , em  m o d o de  d i s p e r s ã o , o q u e r e s u l t o u n o s g r á f i c o s " U p l o t - D a p " , c o n f o r m e pode ser observado nas Figuras 2, 3, 4 e 5. H a v e n d o n e c e s s i d a d e de r e a l ç a r a e s c a l a e m e l h o r a r a visualização dos pontos no gráfico,

pode-se adicionar ^ / ã ao cálculo de f(x) resultando na seguinte expressão:

f ' ( x ) +

.

O m é t o d o deve s e g u i r as

d = ( D A P + 0,1 - D A P0) / ( D A P + + 0,2 - D A P0) (3)

em que

d = valor adimensional

DAP = diâmetro a altura do peito, em cm D A P0 = menor DAP observado, em cm DAP+= maior DAP observado, em cm

Princípios de Construção do

seguintes fases e passos:

Fase de Preparação dos Dados

(7)

Passo 2. Ajustar a distribuiηγo  Beta para a obtenηγo dos parâmetros α  e β . 

Passo 3. Utilizar os parâmetros a e b para obter a geração de números aleatórios através da função Beta e para calcular a função densidade de p r o b a b i l i d a d e f(x). Em s e g u i d a ,

multiplicar f(x) por @ rand [α,β ] ou 

por @ rand [0,1], obtendo­se  f ( x ) .  Portanto, observa­se que f'(x) difere de  f(x) apenas em termos do mecanismo  aleatório responsável pela realização dos valores de f'(x).

Fase de Construção

Passo 1. Plotar os pares [DAP, f(x)] em modo de dispersão xy , para obter o gráfico "Uplot-Dap".

P a s s o 2. C o n s t r u i r um histograma-base utilizando uma ampli¬ t u d e de r e f e r ê n c i a com v a l o r e s constantes de 5 ou 10 cm. Recomenda-se usar a amplitude 5 cm para análiRecomenda-ses ao nível de espécies e 10 cm para a floresta como um todo.

Passo 3. Movimentar as classes de DAP (cm) de modo que o perfil o b s e r v a d o no " U p l o t - D a p " seja t r a n s c r i t o para o H i s t o g r a m a , c o n s e r v a n d o o m á x i m o grau de semelhança com a forma explícita da distribuição dos pontos do "Uplot-Dap". A movimentação das classes de DAP (cm) significa fusão de classes a d j a c e n t e s s u b s e q u e n t e s com redimensionamento das amplitudes de classes ou até mesmo a manutenção da estrutura de classes desde que venham a ser consideradas uma característica típica da espécie ou da floresta.

Fase F i n a l . Para que as

a l t e r a ç õ e s no h i s t o g r a m a sejam consideradas satisfatórias é necessário que o perfil do h i s t o g r a m a seja i d ê n t i c o ao " U p l o t - D a p " o que c a r a c t e r i z a r á o fim do p r o c e s s o , obtendo-se a distribuição das classes diamétricas construída com base em princípios gráficos.

Resultados e Discussão

Considerando que a aplicação do método para os 15 blocos apresentou r e s u l t a d o s s i m i l a r e s , d e c i d i u - s e e s c o l h e r os b l o c o s 10 com D A P

[55,155] cm, 25 com DAP [55,195] cm, 18 com DAP [55, 225] cm e 24 com D A P [55, 265] cm para demonstrar as técnicas de análise, visto que representam bem a variação total dos dados.

A n a l i s a n d o - s e a Figura 2, observa-se que com o "Uplot-Dap" foi possível revelar uma faixa de pontos mais densa no entorno do DAP=95 cm semelhante a um marcador de pontos enfileirados associados à uma nuvem de pontos agregados. Nota-se que a partir desse ponto, a quantidade de árvores por classe mantém a tendência decrescente, podendo-se visualizar classes com ausência ou presença rara de indivíduos.

Na Figura 3 é fácil perceber a formação nítida de um eixo de pontos na posição do DAP=95 cm, sendo que a partir desse ponto as árvores que p o d e m ser o b s e r v a d a s estão distribuídas entre classes com vazios i n t e r m i t e n t e s e em a l g u n s c a s o s apresentam-se como pontos difusos.

(8)

^.cutaSVv \

ν

·.  : ^ ί

ν | ,

ν ^ ­.. 

125 135 145 155 

C l a s s e  d e  D A P  ( c m ) 

Figura 2. "Uplot­Dap" do bloco 10. 

2 15 

C l a s s e  d e  D A P  ( c m ) 

Figura 3. "Uplot­Dap" do bloco 25. 

pontos na posiηγo do DAP=95 cm,  m a r c a n d o uma p r o v á v e l faixa de transição biológica das árvores clímax de várias espécies que conseguiram e v o l u i r por s e l e ç ã o n a t u r a l e c o m p e t i ç ã o dos e s p a ç o s de crescimento disponíveis.

Na Figura 5, como nos casos a n t e r i o r e s , o efeito dos p o n t o s

g r a v i t a n d o no D A P = 9 5 , não deixa dúvida quanto a possibilidade de t r a t a r - s e de um f e n ô m e n o biológico possível de ser identificado em função das r e l a ç õ e s entre os dados mostrado pelo "Uplot-Dap".

Os valores do eixo da ordenada ( f ' ( x ) + ­\/α  ) presentes nas Figuras  2, 3, 4 e 5 refletem a v a r i a ç ã o

45 55 65 75 3 5 95 105 115

45 55 65 75 35 95 105 115 125 135 145 155 165 175 135 195

TO Sn

+

(9)

probabilνstica @ rand  ( ) x f (x) entre  0 e 1, por essa razγo, ao adicionar a 

J ã, os valores dos limites superiores 

do eixo da  o r d e n a d a sγo  s e m p r e  maiores do que 1. 

Os resultados mostraram que o  " U p l o t ­ D a p "  p e r m i t e  a s s o c i a r a  v a r i a η γ o  d i a m ι t r i c a a fatores 

biolσgicos de crescimento e produηγo  a s s i n t σ t i c a em florestas  n a t u r a i s  clνmax e que embora o DAP=95 tenha  se repetido em todos os blocos, esse  valor de referκncia pode variar de  floresta para floresta. 

Os  r e s u l t a d o s dos g r á f i c o s , mostraram t a m b é m que o método

5

+

2.0

1.5

1.0

0.5

0.0

45 55 65 85 95 105 115

Classe de DAP (cm)

125 135 145 155

Figura 4. "Uplot-Dap" do bloco 18. 75

45 55 65 75 85 95 105 115 125 135 145 155 165 175 185 195 205 215 225 235 » 5 255 235

Classe de DAP (cm)

(10)

permitiu identificar a existκncia de  uma linha considerada como limite de  transiηγo do crescimento situada no  entorno do DAP=95 cm. Em princνpio  trata­se de um ponto de convergκncia  estrutural que registra a evoluηγo de  várias espécies ao longo do processo de desenvolvimento da floresta. Esse ponto poderá variar de floresta para floresta e sua nitidez depende do tipo de floresta e suas c o n d i ç õ e s estruturais. Somente em florestas primárias em estágio clímax é possível identificar esse aspecto.

M e s m o m a n t e n d o - s e u m a distribuição regular de árvores a partir da classe de D A P = 9 5 cm, a viabilidade em usar esse diâmetro como valor de referência, baseia-se nos seguintes argumentos: i) apesar desse limite apresentar-se de forma difusa, uniforme ou irregular, sua d e t e c ç ã o p e r m i t i r á a priori se reorientar as bases do manejo florestal, na m e d i d a em que a m a i o r i a das florestas manejada da Amazônia ainda estão atravessando o primeiro ciclo de corte, sendo necessário, portanto, precaução para que não se arbitre uma intensidade de exploração acima da capacidade de recuperação da floresta; ii) os r e s u l t a d o s d e s t a p e s q u i s a mostraram que, em média, o total de árvores que ultrapassaram o DAP=95 cm foi da ordem de 11,09% para uma área comercial de 1440 ha com 15 blocos de 96 ha. Isto significa que o total das á r v o r e s com d i â m e t r o v a r i a n d o de 55 cm a 95 cm, corresponde a 90% da população de indivíduos com dimensões comerciais. Além disso, árvores com grandes d i â m e t r o s causam m a i o r i m p a c t o

ambiental na exploração formando grandes clareiras, causando problemas operacionais no arraste e em alguns casos baixo aproveitamento comercial. Embora ainda não seja possível fazer a seleção mais adequada das árvores porta-sementes com base em critérios m a i s c o n s i s t e n t e s c o m o s i s t e m a r e p r o d u t i v o e e s t a d o fitossanitário, as árvores de grande porte podem assumir o papel de porta-sementes e podem ajudar de várias formas na recuperação da floresta, pois são fontes de diversidade biogenética de elevado valor estratégico em termos de regulação da produção florestal.

Conclusão

A pesquisa produziu a seguinte conclusão:

Existem evidências de que o DAP=95 cm para esse tipo de floresta, poderá ser estabelecido como um p o s s í v e l i n d i c a d o r do d i â m e t r o máximo de explorabilidade.

Recomendação

R e c o m e n d a - s e m a n t e r o diâmetro máximo de referência de corte com valor fixo de 95 cm na primeira intervenção, como medida de controle na recuperação da floresta em questão.

Agradecimentos

(11)

presente artigo. 

Bibliografia citada Cunha, U. S. ; Machado, S. A. ; Figueiredo 

Filho, A. ; Hosokawa, R. T. Novo mιtodo  "UPLOT­DAP" para representaηγo gráfica de distribuições diamétricas. Curitiba-PR,

Floresta.. 2001 (Submetido).

Eddowes, P. J. Technical aspects of marketing

unfamiliar species. Trabajo presentado en

la 11a

Conferencia Forestal del Common wealth, Trinidad y Tabago. 1980.

E m b r a p a . Relatório do workshop de

implementação do projeto Dendrogene: conservação genética em florestas manejadas na Amazônia. Belém, 2000,

88p.

Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná-FUPEF. Inventário comercial da quadra

de exploração n° 4 da floresta nacional do tapajós. Curitiba, 1984. 429p.

IBAMA/PNUD. Plano de manejo florestal da

floresta nacional do Tapajós, Pará, Brasil.

Belém, 1997. 109p.

RADAMBRASIL. Projeto RADAMBRASIL. D e p a r t a m e n t o N a c i o n a l da P r o d u ç ã o Mineral, Folha SA 21-Santarém, Rio de Janeiro, 1976 (Levantamento de Recursos Naturais, 10).

Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná-FUPEF. Inventário comercial da quadra

de exploração n° 4 da Floresta Nacional do Tapajós. Curitiba, 1984. 429p.

(12)

Imagem

Figura 1. Localização e delimitação da área de pesquisa. Fonte: FUPEF (1984); IBAMA &amp; PNUD
Figura 4. &#34;Uplot-Dap&#34; do bloco 18. 75

Referências

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