• Nenhum resultado encontrado

Detecção de Pseudomonas viridiflava em sementes importadas de couve chinesa (Brassica rapa var. pekinensis)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Detecção de Pseudomonas viridiflava em sementes importadas de couve chinesa (Brassica rapa var. pekinensis)"

Copied!
2
0
0

Texto

(1)

Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 1, p. 83-84, 2010 8 3

Detecção de Pseudomonas viridiflava em sementes importadas de couve chinesa

(Brassica rapa var. pekinensis)

Karen Wolf Maciel

1

, Irene Maria Gatti Almeida

1

, Harllen Sandro Alves Silva

2

, Lucas Mateus Sivero Rodrigues

3

, Luís

Otávio Saggion Beriam

1

1Instituto Biológico, Caixa Postal 70, 13001-970 - Campinas, SP; 2Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, 44380-000 - Cruz das Almas, BA; 3FCA/UNESP, Depto.de Produção Vegetal, 18603-970 - Botucatu, SP.

Autor para correspondência: Luís O.S. Berian (e-mail: beriam@biologico.sp.gov.br) Data de chegada: 24/10/2008. Aceito para publicação em: 21/08/2009.

1624

ABSTRACT

A na t u r a l o c c u r r e n c e o f Ps e u d o m o n a s v i r i d i f l a v a i n chinese cabbage (Brassica rapa var. pekinensis) imported seeds fr om J a pa n is d escr ibed. Fr om the epidemiol ogica l point of

Maciel, K.W.; Almeida, I.M.G.; Silva, H.S.A; Rodrigues, L.M.S.; Beriam, L.O.S. Detection of Pseudomonas viridiflava in imported chinese cabbage (Brassica rapa var. pekinensis) seeds. Summa Phytopathologica, v.36, n.1, p.83-84, 2010.

Keywords: bacterial disease.

Palavras-chave adicionais: cdoença bacteriana

RESUMO

A ocorrência de Pseudomonas viridiflava é descrita em sementes de couve chinesa (Brassica rapa var. pekinensis) importadas do Japão. D o ponto de vista epidemiológico, a detecçã o dessa ba ctéria é de extrema importância. Embora já existam, em nosso país, relatos desse

Maciel, K.W.; Almeida, I.M.G.; Silva, H.S.A; Rodrigues, L.M.S.; Beriam, L.O.S. Detecção de Pseudomonas viridiflava em sementes importadas de couve chinesa (Brassica rapa var. pekinensis). Summa Phytopathologica, v.36, n.1, p.83-84, 2010.

pa tógeno na s cu ltu r a s de a lfa ce, a lho, cebola , cenou r a , feijã o e ma ndioca , su a pr esença em sementes de cou ve chinesa pode se constituir num risco potencial para outras espécies de brássicas aqui cultivadas.

view, this is a very important observa tion since the ba cter iu m cou ld be a sou rce of inocu lu m for other cultived br assica s in B r a zil.

A couve chinesa (Brassica rapa var. pekinensis) é uma folhosa da família das Brassicaceae, cultivada em várias regiões do Estado de São Paulo, sendo importante fonte de cálcio, potássio, vitaminas A e C e ácido fólico (10). Em 2007, lote de sementes de couve chinesa, procedente do Japão foi analisada quanto a incidência de patógenos bacterianos. Em nosso país já foram descritos como patógenos dessa brássicas as bactérias Pecto ba cterium caro to vo ru m subsp.

carotovorum, Xanthomonas campestris pv. campestris e uma Pseudomonas sp. (11, 12).

Para a extração da bactéria, alíquotas de sementes foram pesadas e colocadas em maceração em solução salina esterilizada (na proporção de 60g de sementes / 100mL de salina), durante 16h a 8oC. A suspensão obtida foi centrifugada a 16000g/3min a 20ºC e o precipitado, ressuspendido em 1/10 do volu me inicial com solu ção salina esterilizada. Alíquotas de 100µL tanto da suspensão original como também da concentrada foram colocados, em triplicata, na superfície de placas de Petri contendo meio de cultura [nutriente agar (9) e/ou B de King (7) contendo 0,004% de cicloheximida] e espalhados com auxílio de alça de Drigalski. Após 48 h de incubação a 28ºC, foram obtidas colônias de coloração branca, bordos lisos e produtoras de pigmento fluorescente em meio BK, sob luz ultravioleta. Os isolados bacterianos foram positivos para reação de hipersensibilidade em plantas de fumo, indicando tratar-se de bactéria fitopatogênica. Esses

isolados foram testados quanto à patogenicidade em plantas de couve chinesa. Para os testes, foram utilizados dois métodos de inoculação: infiltração de suspensão bacteriana (~ 108 UFC, mL-1) em folhas e aspersão da suspensão bacteriana em folhas previamente feridas com agulha esterilizada. Nas plantas testemunhas, o inóculo foi substituído por água esterilizada. As plantas inoculadas foram mantidas em câmara úmida por 72 horas. Sintomas de manchas necróticas em folhas das plantas inoculadas foram observados 5 a 7 dias após as inoculações (Figura 1). Plantas testemunhas permaneceram sadias. Reisolamentos efetuados resultaram em colônias semelhantes às originais.

Os resultados dos testes de levan, oxidade, podridão em discos de batata, arginina-diidrolase e hipersensibilidade em folhas de fumo (LOPAT - - + - +) (8), bem como os dos testes culturais e fisiológicos (2) possibilitaram identificar os isolados em estudo como Pseudomonas

viridiflava (Tabela 1).

De acordo com a literatura, P. viridiflava é considerada uma bactéria oportunista, que necessita de condições predisponentes muito favoráveis para causar infecção (3, 4).

Essa espécie bacteriana possui ampla distribuição e já foi descrita ocorrendo naturalmente num grande número de hospedeiros, incluindo alfafa (Medicago sativa), feijão (Phaseolus vulgaris), cornichão (Lotus

corniculatus), repolho (Brassica oleracea var. capitata), couve-flor

(2)

8 4 Summa Phytopathol., Botucatu, v. 36, n. 1, p. 83-84, 2010

graveolens), uva (Vitis vinifera), alface (Lactuca sativa), tremoço

(Lupinus angustifolius), pastinaga (Pastinaca sativa), maracujá (Passiflora edulis), ervilha (Pisum sativum), pimentão (Capsicum

annuum), bico-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima), papoula

(Papaver somniferum), abóbora (Cucurbita maxima), colza (B. napus var. napus) e tomate (Lycopersicon esculentum) (5). Algumas outras espécies botânicas estão também citadas como hospedeiros por inoculação artificial, como trigo sarraceno (Fagopyrum esculentum), trevo (Trifolium pratense), feijão caupi (Vigna unguiculata), cártamo ou safflower (Carthamus tinctorius), sorgo (Sorghum vulgare), soja (Glycine max) e zínia (Zinnia elegans) (5).

Ainda, em trabalhos sobre a bactéria, agente causal da “estria bacteriana e podridão de bulbos de cebola”, Gitaitis et al. (4, 5) relataram que não se conhecem resultados em literatura a respeito da sobrevivência de P. viridiflava em sementes, mas que a bactéria pode sobreviver como epífita em associação com plantas daninhas. Segundo Goumans & Chatzaki (6), a ocorrência doenças em diversos hospedeiros, ocasionada por P. viridiflava e o reaparecimento dessas doenças em condições de casa-de-vegetação corroboram que essa espécie bacteriana seja um patógeno oportunista

Em nosso país, existem relatos desse patógeno nas culturas de alface, alho, batata, cebola, cenoura, feijão e mandioca (1, 11). É importante salientar a relevância dos testes de sanidade de sementes como medida preventiva, evitando a introdução ou reinfestação de áreas sadias. A descrição da bactéria em sementes importadas de couve chinesa se reveste de extrema importância, uma vez que essa espécie bacteriana poderá se constituir em risco potencial para outras brássicas, além de outras espécies de plantas hospedeiras cultivadas em nosso meio. Linhagem bacteriana encontra-se depositada na Coleção de Culturas IBSBF sob nº 2517.

Tabela 1. Comparação entre os testes LOPAT de isolados de couve chinesa e outras bactérias fitopatogênicas e fluorescentes, pertencentes ao gênero Pseudomonas1

TESTES Pseudomonas (couve chinesa) P.cichorii P. marginalis P. syringae P.viridiflava

Leva n - - + +

-Oxidase - + + -

-Podridão em batata + - + - +

Arginina dihidrolase - - + -

-Hipersensibilidade em fumo + + - + +

1Dados obtidos em Bradbury, 1986 (2) e Lelliott et al., 1966 (8)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

01. Almeida, I.M.G.; Maciel, K.W.; Siqueira, E.S.; Mala volta J úni-or, V.A.; R odr igu es N eto, J .; B er iam, L.O .S. I dentificaçã o de Ps e u d o m o n a s v ir id ifl a v a e m sem en tes d e c en ou r a ( D a u c u s c a r o t a ) im p o r t a d a s d o J a p ã o. S u mm a P h yt o p a t h o l o g ic a , B ot u ca tu , v.3 4 , su pleme nto, p.S- 1 0 6 -1 0 7 .2 0 0 8 .

02 . B r a dbu r y, J .F. Guide t o plant pat ho g e nic bac t e r ia . K ew: C AB I nt er na tion a l, 1 9 8 6 . 3 3 2 p.

03. G ita itis, R.D.; B air d, R.E.; B eaver, R .W.; Sumner, D.R .; Ga y, J .D .; Smittle, D .A. B acter ia l blight of sweet onion ca used by Pse u d om o na s v ir id ifla v a in Vida lia , Georgia . Plant Dis e as e , St. P a u l, v.7 5 , n.11 , p.1 1 8 0 -11 8 2 , 1 9 9 1 .

04. Gitaitis, R .; Su mner, D.; G ay, D .; Smittle, D.; MacDonald, G.; Ma w, B .; J ohnson I I I , W.C .; To llner, B .; H u ng, Y. B a cter ia l str eak and bulb rot of sweet onion: I. A diagnostic medium for the semiselective isola tion a nd enu mer a tion of Ps e u d o m o n a s v i r i d i fl a v a . Pl an t D i s e as e , St . Pa u l , v. 8 1 , n. 8 , p .8 9 7 -9 0 0 , 1 9 9 7 .

05 . G ita itis, R.; Ma cD ona ld, G.; Tor r ance, R .; H a rtley, R .; Sum-ner, D .R .; G a y, J .D .; J ohnson I I I , W.C . B a cter ia l str ea k a nd bulb rot of sweet onion: I I . Epiphytic su rvival of Ps e ud o m o -na s virid ifla va in a ssocia tion with mu ltiple weed hosts. Plant D is e a s e , St. Pa u l, v.8 2 , n.8 , p. 9 3 5 -9 3 8 , 1 9 9 8 .

06 . G oma ns, D .E.; C ha tza k i, A.K. C ha r acter iza tion a nd host r an-ge ev a lu tion of Ps e u d o m o n a s v ir id ifl a v a fr o m melo n, bli te, t o ma t o , c h r y sa n t h em u m a nd e g gp l a n t. E u r o p e a n J o u r n a l o f Plant Pat ho lo g y, Dor drechet, v..1 0 4 , n.1, p.1 8 1-1 88 .1 99 8 07 . King, E.O .; War d, M.K.; Ra ney, D .E. Two simple media for the demonst r a tion of pyoc ya nin a nd flu or escin . J o u r nal o f L abo r at or y and C linic al M e dic ine , St . L ouis , v.4 4 , p.3 0 1 -3 0 7 , 1 9 5 4 .

08 . Lelli ott, R .A.; B ill ing, E.; H a ywa r d , A.C . A deter mina t ive sc hem e f or th e f lu o r es ce nt pla nt pa t ho gen ic Pse u do mo na d s. J o urnal o f Applie d Bac t e r io lo g y, O xfor d, v.29 , n.3 , p.4 7 0 -4 8 9 , 1 9 6 6 .

09 . L ev in e, M . An i nt ro du c t io n t o la bo r a t o r y t e c h ni qu e in bact e r io lo g y. N ew Yor k : Ma c Milla n, 1 9 5 4 . p. 68 -7 9 . 1 0. Lor enz, O .A.; Ma yna r d, D .N. K not t s handbo o k f o r v e g et

a-ble g ro we rs . 3rd . N ew Yor k. A Wiley-I nter science Pu blicati-on, 1 9 8 8 . 4 5 6 p.

11. Mala volta J r., V.A.; B eria m, L.O.S.; Almeida , I.M.G.; R odri-gues Neto, J.; Robbs, C .F. Ba ctér ia s pa togênica s a planta s or-n a me or-n t a is o c o r r e or-n d o or-n o B r a s i l : u m a a t u a li z a ç ã o. S um m a Phyt o patho lo g ic a, B otu ca tu , v.3 4 , su plemento especia l, p.1 -8 -8 , 2 0 0 -8 .

12 . Sa ntos, C .D .G.; Romeiro, R.S.; O liveira , M.S. Uma nova ba c-teriose da cou ve chinesa em Minas Ger ais. Fitopato lo gia br a-s ile ir a, La v r a a-s, v. 1 2 , n. 2 , p.1 4 0 , 1 9 8 7 .

Referências

Documentos relacionados

(2013 B) avaliaram a microbiota bucal de oito pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço através de pirosequenciamento e observaram alterações na

Atualmente, esses parâmetros físicos são subutilizados, servindo apenas, nas palavras de Silva (1999:41), " para justificar os tetos financeiros solicitados e incluídos, ou

Para se buscar mais subsídios sobre esse tema, em termos de direito constitucional alemão, ver as lições trazidas na doutrina de Konrad Hesse (1998). Para ele, a garantia

Por último, temos o vídeo que está sendo exibido dentro do celular, que é segurado e comentado por alguém, e compartilhado e comentado no perfil de BolsoWoman no Twitter. No

The present study considered different techniques of additive manufacturing applied in design, diagnosis and planning of a locked intramedullary nail used in the

Nossos principais objetivos eram descobrir em que casos a imposi¸c˜ ao das condi¸c˜ oes de contorno de Neumann poderiam inibir a quebra espontˆ anea de simetria no mecanismo

The comparison of acoustic data before and after the treatments also showed a statistically significant difference in the vari- ability of the fundamental frequency with the use