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Modelagem Matemática e Computacional de fenômenos eletrocinéticos em meios porosos carregados eletricamente

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Academic year: 2017

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciˆencias Exatas e da Terra

P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica

Aldemir Cirilo da Silva

Modelagem Matem´

atica e Computacional

de Fenˆ

omenos Eletrocin´

eticos em Meios

Porosos Carregados Eletricamente

Orientador:

Prof. Dr. Sidarta A. Lima

(2)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Ciˆencias Exatas e da Terra

P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica

Aldemir Cirilo da Silva

Modelagem Matem´

atica e Computacional

de Fenˆ

omenos Eletrocin´

eticos em Meios

Porosos Carregados Eletricamente

Trabalho apresentado ao Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada e Es-tat´ıstica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento com as exigˆencias legais para obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre.

Orientador:

Prof. Dr. Sidarta A. Lima

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.

Silva, Aldemir Cirilo da.

Modelagem matemática e computacional de fenômenos eletrocinéticos em meios porosos carregados eletricamente / Aldemir Cirilo da Silva. - Natal, 2013.

83 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Sidarta Araujo de Lima

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Matemática Aplicada e Estatística.

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Agradecimentos

Elaborar uma disserta¸c˜ao de mestrado n˜ao ´e uma tarefa f´acil, exige muito trabalho e esfor¸co. Foi necess´aria muita dedica¸c˜ao para chegar at´e aqui. Nesse momento de grande felicidade e realiza¸c˜ao na minha vida, n˜ao poderia deixar de agradecer as contribui¸c˜oes de algumas pessoas que conviveram comigo nesses anos de mestrado.

Agrade¸co primeiramente a Deus, por ser minha fortaleza nas horas mais dif´ıceis, por est´a sempre ao meu lado, pelo fato de me amar e permitir que o ame.

Aos meus pais, Maria Dalva e Valmir Vicente, por acreditar que s´eria capaz de terminar esse trabalho, pelas for¸cas que me deram e pela cria¸c˜ao que tive.

Quero expor aqui minha imensa gratid˜ao ao meu orientador Sidarta Ara´ujo de Lima, pela disponibilidade de me orientar e por ter tido tanta paciˆencia ao longo desse mestrado.

Obrigado a minha fam´ılia, em especial aos meus irm˜aos Almir e Jos´e Jaizon, as minhas irm˜as Lucyella e Jucyelle, pelo apoio que me der˜ao nas horas que mais precisei e a minha noiva Juliana pelas palavras de incentivo e for¸ca.

Agrade¸co aos meu colegas de mestrados Anna Rafaella, Antonio Marcos, Elisˆangela, Fabio, Ivanildo, Josemir, Marcio, Maria Jucimeire, Paulo e a todos os outros que aqui n˜ao citei o nome, por serem prestativos nas horas que mais necessitei, pelas in´umeras vezes que estudamos juntos e por todas as angustias e alegrias que compartilhamos.

Gostaria de expressar meus agradecimentos a todo o corpo docente do Pro-grama de P´os-Gradua¸c˜ao em Matem´atica Aplicada e Estat´ıstica (PPGMAE), pelas disci-plinas ministradas e as d´uvidas tiradas, e aos funcion´arios do Centro de Ciˆencias Exatas e da Terra (CCET) pelos seus servi¸cos nas horas necess´arias.

Tamb´em gostaria de agradecer a CAPES pelo apoio financeiro atrav´es da bolsa de estudo.

(7)

Resumo

Neste trabalho apresentamos uma modelagem matem´atica e computacional de fenˆomenos eletrocin´eticos em meios porosos carregados eletricamente. Consideramos o meio poroso composto por trˆes diferentes escalas (nanosc´opica, microsc´opica e ma-crosc´opica). Na escala microsc´opica o dom´ınio ´e composto por uma matriz porosa e uma fase s´olida. Os poros s˜ao preenchido por uma fase aquosa composta por solutos iˆonicos totalmente diluidos, e a matriz s´olida consiste de part´ıculas carregadas eletricamente.

Inicialmente apresentamos o modelo matem´atico que governa a dupla camada el´etrica com o intuito de quantificar o potencial el´etrico, densidade de carga el´etrica, adsor¸c˜ao de ´ıons e adsor¸c˜ao qu´ımica na escala nanosc´opica. Em seguida, derivamos o modelo microsc´opico, onde a adsor¸c˜ao de ´ıons devido a dupla camada el´etrica e as rea¸c˜oes de protona¸c˜ao/deprotana¸c˜ao e potencial zeta obtidos na modelagem nanosc´opica, surgem na escala microsc´opica atrav´es de condi¸c˜oes de interface no problema de Stokes e equa¸c˜oes de Nerst-Planck que governam respectivamente o movimento da solu¸c˜ao aquosa e o trans-porte dos ´ıons. Desenvolvemos o processo de upscaling do problema nano/microsc´opico, utilizando a t´ecnica de homogeneiza¸c˜ao de estruturas peri´odicas, deduzindo o modelo macrosc´opico com os respectivos problemas de c´elulas para os parˆametros efetivos das equa¸c˜oes macrosc´opicas. Considerando um meio poroso argiloso consistindo de placas da argila caulinita distribu´ıdas paralelamente, reescrevemos o modelo macrosc´opico numa vers˜ao unidimensional.

(8)

Abstract

In this work we present a mathematical and computational modeling of elec-trokinetic phenomena in electrically charged porous medium. We consider the porous medium composed of three different scales (nanoscopic, microscopic and macroscopic). On the microscopic scale the domain is composed by a porous matrix and a solid phase. The pores are filled with an aqueous phase consisting of ionic solutes fully diluted, and the solid matrix consists of electrically charged particles.

Initially we present the mathematical model that governs the electrical double layer in order to quantify the electric potential, electric charge density, ion adsorption and chemical adsorption in nanoscopic scale. Then, we derive the microscopic model, where the adsorption of ions due to the electric double layer and the reactions of pro-tonation/deprotana¸c˜ao and zeta potential obtained in modeling nanoscopic arise in mi-croscopic scale through interface conditions in the problem of Stokes and Nerst-Planck equations respectively governing the movement of the aqueous solution and transport of ions. We developed the process of upscaling the problem nano/microscopic using the homogenization technique of periodic structures by deducing the macroscopic model with their respectives cell problems for effective parameters of the macroscopic equations. Con-sidering a clayey porous medium consisting of kaolinite clay plates distributed parallel, we rewrite the macroscopic model in a one-dimensional version.

(9)

Sum´

ario

1 Introdu¸c˜ao 1

2 Modelagem Nanosc´opica 6

2.1 Modelagem da Dupla Camada El´etrica . . . 7

2.2 Modelagem Matem´atica dos Fenˆomenos de Adsor¸c˜ao . . . 9

2.2.1 Adsor¸c˜ao na Camada Dupla . . . 9

2.2.2 Rea¸c˜ao de Protona¸c˜ao/Deprotona¸c˜ao . . . 9

2.3 Solu¸c˜ao Anal´ıtica do Modelo Nanosc´opico . . . 10

2.3.1 Equa¸c˜ao de Poisson-Boltzmann . . . 11

2.3.2 Caso Unidimensional da Adsor¸c˜ao na Camada Dupla . . . 13

2.3.3 Solu¸c˜ao Anal´ıtica Para Potencial Zeta ζ . . . 14

2.4 Sum´ario da Modelagem Nanosc´opica . . . 15

3 Modelagem Microsc´opica 17 3.1 Rea¸c˜oes de Ioniza¸c˜ao no Bulk . . . 18

3.2 Rea¸c˜oes de Eletr´olise no Bulk . . . 18

3.3 Modelo Microsc´opico . . . 19

3.3.1 Hidrodinˆamica . . . 20

3.3.2 Equa¸c˜ao do Transporte dos Solutos . . . 20

3.4 Modelo Reduzido nas Vari´aveis Prim´arias . . . 21

3.4.1 Equa¸c˜ao do pH . . . 21

3.4.2 Conserva¸c˜ao da Carga El´etrica . . . 21

3.4.3 Condi¸c˜oes de Interface . . . 22

3.5 Sum´ario do Modelo em Duas Escalas . . . 23

4 Homogeneiza¸c˜ao 25 4.1 Processo de Homogeneiza¸c˜ao . . . 25

4.2 Adimensionaliza¸c˜ao dos Parˆametros do Problema . . . 26

4.3 Normaliza¸c˜ao . . . 28

4.4 Expans˜ao Assint´otica . . . 29

4.5 Vari´aveis N˜ao-Oscilat´orias . . . 31

4.6 Problema de Fechamento Microsc´opico . . . 31

4.7 Equa¸c˜ao do Transporte Macrosc´opico . . . 32

4.8 Conserva¸c˜ao da Carga Macrosc´opica . . . 33

4.9 Lei de Darcy Macrosc´opica . . . 34

(10)

4.11 Resumo do Modelo em Trˆes Escalas . . . 36

5 Simula¸c˜oes Computacionais Aplicados `a Solos Argilosos 38 5.1 Meios Porosos Argilosos . . . 38

5.1.1 Caracteriza¸c˜ao Minerol´ogica dos Meios Porosos Argilosos . . . 38

5.1.2 Origem da Carga El´etrica da Argila . . . 39

5.1.3 Caulinita . . . 42

5.2 Modelo Multiescala Unidimensional . . . 42

5.2.1 C´alculo dos Parˆametros Efetivos . . . 42

5.2.2 Sum´ario do Modelo Multiescala Unidimensional . . . 43

5.3 Resultados Computacionais . . . 44

5.3.1 Simula¸c˜oes Num´ericas na Camada Dupla . . . 44

5.3.2 An´alise dos Parˆametros Efetivos . . . 50

6 Discretiza¸c˜ao Num´erica por Elementos Finitos 52 6.1 Formula¸c˜ao Fraca do Problema . . . 52

6.2 Formula¸c˜ao Discreta . . . 54

7 Resultados Num´ericos 57 7.1 Simula¸c˜oes Num´ericas Unidimensionais . . . 57

8 Conclus˜oes e Proposta de Trabalhos Futuros 63

Referˆencias Bibliogr´aficas 65

A Solu¸c˜ao Num´erica Para o Potencial ζ 68

B Equa¸c˜ao de Helmholtz-Smoluchowski 69

(11)

Lista de Figuras

2.1 Descri¸c˜ao da Adsor¸c˜ao de Contra–´Ions na Dupla Camada El´etrica.

(Modi-ficado de [31], [33]). . . 7

3.1 F´ısica do Problema Microsc´opico. (Modificado de [31], [33]). . . 17

3.2 Descri¸c˜ao das Rea¸c˜oes de Eletr´olise no Bulk. . . 19

3.3 Dom´ınio Microsc´opico. (Modificado de [31], [33]). . . 19

4.1 As trˆes escalas do problema acoplado e aplica¸c˜ao da t´ecnica de homoge-neiza¸c˜ao na escala macrosc´opica [30], [31]. . . 25

4.2 Dom´ınio Ωε de uma fam´ılia de modelos ε-pertubado [30]. . . 26

5.1 Ensaios microgr´aficos para uma caulinita [17]. . . 39

5.2 Estrutura minerol´ogica da caulinita [18]. . . 40

5.3 Composi¸c˜ao das camadas TO ou 1:1 da caulinita [16]. . . 41

5.4 Geometria da part´ıcula da caulinita com estrutura composta de planos de siloxano/hidroxila e liga¸c˜oes rompidas nas extremidades [31], [32]. . . 41

5.5 Potencial zeta em fun¸c˜ao da salinidade para diferentes valores do pH. . . . 46

5.6 Potencial zeta em fun¸c˜ao do pH para diferentes valores da salinidade. . . . 46

5.7 Densidade de carga em fun¸c˜ao da salinidade para diferentes valores dopH. 47 5.8 Densidade de carga em fun¸c˜ao do pH para diferentes valores da salinidade. 47 5.9 Adsor¸c˜ao qu´ımica de H+ em fun¸c˜ao da salinidade para diferentes valores dopH. . . 48

5.10 Adsor¸c˜ao qu´ımica deH+ em fun¸c˜ao dopH para diferentes valores da sali-nidade. . . 48

5.11 Adsor¸c˜ao deN a+ em fun¸c˜ao da salinidade para diferentes valores dopH. . 49

5.12 Adsor¸c˜ao deN a+ em fun¸c˜ao do pH para diferentes valores da salinidade. . 49

5.13 Condutividade Eletroosm´otica em fun¸c˜ao dopH para diferentes valores da salinidade para porosidadeη = 0.5. . . 50

5.14 Condutividade Eletroosm´otica em fun¸c˜ao dopH para diferentes valores da salinidade para porosidadeη = 0.75. . . 51

6.1 Descri¸c˜ao do Algoritmo para Solu¸c˜oes Num´ericas. . . 56

7.1 Evolu¸c˜ao da Concentra¸c˜ao de S´odio para pH = 4.0 nos Eletrodos. . . 58

7.2 Evolu¸c˜ao do pH da Solu¸c˜ao Eletrol´ıtica. . . 58

7.3 Evolu¸c˜ao do Potencial El´etrico. . . 59

7.4 Evolu¸c˜ao da Press˜ao. . . 59

(12)

7.6 Evolu¸c˜ao do pH da Solu¸c˜ao Eletrol´ıtica. . . 61

7.7 Evolu¸c˜ao do Potencial El´etrico. . . 62

7.8 Evolu¸c˜ao da Press˜ao. . . 62

(13)

Lista de Tabelas

(14)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸c˜

ao

Meios Porosos carregados eletricamente s˜ao caracterizados pela existˆencia de um excesso de carga el´etrica superficial na part´ıcula s´olida. Diversos materiais naturais, sint´eticos e biol´ogicos, tais como, meios porosos argilosos, pol´ımeros, tecidos biol´ogicos e cartilagens apresentam um excesso de carga el´etrica na part´ıcula s´olida. Tal desbalan¸co de carga d˜ao origem a diversas intera¸c˜oes de natureza f´ısico-qu´ımica e eletroqu´ımica com con-sequˆencias em in´umeros problemas que surgem nos dom´ınios das engenharias e ciˆencias aplicadas. Dentre as diversas aplica¸c˜oes, evidenciamos o movimento de fluidos em re-servat´orios de petr´oleo e g´as, aqu´ıferos, estabilidade de po¸cos de petr´oleo, utiliza¸c˜ao de argilas expansivas como barreira de conten¸c˜ao em aterros sanit´arios, processos de des-contamina¸c˜ao de solos, inchamento de materiais polim´ericos, an´alise de tecidos biol´ogicos hidratados como cartilagens e o disco invertebral, bem como eletro-remedia¸c˜ao em solos contaminados [1], [26], [30].

Neste trabalho apresentamos uma modelagem matem´atica e computacional multiescala do escoamento de fluidos e transporte de solutos iˆonicos em meio porosos carregados eletricamente. Considerando o meio poroso na escala microsc´opica composto por uma matriz porosa e uma fase s´olida, os poros s˜ao preenchidos por uma fase aquosa composta por solutos iˆonicos diluidos no solvente, por sua vez a matriz s´olida consiste de part´ıculas de um material com excesso de carga el´etrica na superf´ıcie exterior. Como proposta de disserta¸c˜ao de mestrado, o objetivo ´e derivar um modelo matem´atico e com-putacional multiescala para a descri¸c˜ao de processos eletrocin´eticos em meios porosos car-regados eletricamente. Para a deriva¸c˜ao do modelo multiescala na escala macrosc´opica, fazemos uso da t´ecnica de upscaling denominada homogeneiza¸c˜ao de estruturas peri´odicas [2], [4], [26], [30].

(15)

bulk. No ˆanodo ocorre a oxida¸c˜ao da ´agua que produz hidrogˆenio H+ e g´as oxigˆenio O 2.

Por outro lado, no c´atodo acontece uma rea¸c˜ao de redu¸c˜ao gerando hidroxilasOH− e g´as

hidrogˆenio H2 [11]. Consequentemente, para uma part´ıcula s´olida carregada

negativa-mente, fenˆomenos eletroosm´otico, eletromigrativos e eletrodifusivos impulsionam os ´ıons H+ em dire¸c˜ao ao interior da amostra criando uma frente ´acida que se move na dire¸c˜ao do

c´atodo. Reciprocamente, para uma part´ıcula s´olila carregada positivamente, fenˆomenos eletrocin´eticos impulsionam os ´ıons OH− em dire¸c˜ao ao interior da amostra criando uma

frente alcalina que se move na dire¸c˜ao do ˆanodo [4].

De um ponto de vista da modelagem computacional, diversos trabalhos fo-ram publicados com o intuito de simular numericamente fenˆomenos eletrocin´eticos em meios porosos carregados eletricamente, fazendo uso de uma abordagem puramente ma-crosc´opica [2], [7], [41], [42]. Neste trabalho propomos a utiliza¸c˜ao da t´ecnica de ho-mogeneiza¸c˜ao de estruturas peri´odicas para desenvolver uma modelagem multiescala do problema. A teoria de homogeneiza¸c˜ao na an´alise multiescala de equa¸c˜oes diferenciais parciais iniciaram na d´ecada de 70 com os trabalhos de Bensoussan e colaboradores [42]. As principais aplica¸c˜oes da t´ecnica de pertuba¸c˜ao assint´otica, consistem na dedu¸c˜ao do modelo macrosc´opico a partir da descri¸c˜ao dos problemas nas pequenas escalas do pro-blema [30]. Neste contexto, diferentemente da modelagem macrosc´opica, postula-se o sistema de equa¸c˜oes diferenciais nas escalas inferiores, e fazendo uso de uma expans˜ao asint´otica das vari´aveis de interesse, o modelo matem´atico macrosc´opico ´e deduzido rigo-rosamente, sob a hip´otese de separa¸c˜ao de escalas e periodicidade do meio poroso. Al´em disso, a t´ecnica permite derivar os respectivos parˆametros efetivos do modelo, calculados a partir da solu¸c˜ao de equa¸c˜oes diferenciais postadas nas c´elulas peri´odicas [3], [5], [42]. Os primeiros resultados aplicados as engenharias obtidos durante a d´ecada de 80, con-sistiam em derivar modelos multiescala para o acoplamento hidro-dinˆamico e transporte de solutos em meios porosos. Trabalhos desenvolvidos por Sanchez-Palencia e colabora-dores possibilitaram derivar a Lei de Darcy a partir da homogeneiza¸c˜ao do problema de Stokes postulado na escala do poro [42]. Posteriomente, pesquisas cient´ıficas publicadas por Auriault e colaboradores permitiram derivar modelos multiescalas para o transporte de solutos em meios porosos. Auriault e Adler discutiram os regimes assint´oticos do pro-blema do transporte de solutos n˜ao reativos para diferentes valores do n´umero de P´eclet, mostrando a forte dependˆencia entre o coeficiente de difus˜ao macrosc´opica e a velocidade de Darcy quando o regime ´e fortemente convectivo [7]. Auriault e Lewandowska incorpo-raram os efeitos de adsor¸c˜ao na modelagem multiescala via t´ecnica de homogeneiza¸c˜ao, derivando um modelo para o transporte reativo considerando dois n´ıveis de porosidade. Este trabalho permitiu derivar com acur´acia o problema de fechamento para os coefici-entes de parti¸c˜ao, que governa a adsor¸c˜ao dos solutos na superf´ıcie da part´ıcula s´olida [9], [42]. Al´em disso, Auriault e Lewandowska fizeram algumas combina¸c˜oes de ordens de magnitude dos trˆes n´umeros adimensionais: o n´umero de P´eclet que mede a raz˜ao de convec¸c˜ao/difus˜ao nos poros, o de Damkohler que ´e a raz˜ao de adsor¸c˜ao/difus˜ao na superf´ıcie da part´ıcula s´olida e o terceiro n´umero adimensional representando o gradiente de tempo da concentra¸c˜ao em rela¸c˜ao `a difus˜ao nos poros. O objetivo desta pesquisa foi investigar a influˆencia competitiva dos diferentes fenˆomenos microsc´opicos sobre o car´ater da equa¸c˜ao governante macrosc´opica [9].

(16)

de homogeneiza¸c˜ao de estruturas peri´odicas foi aplicada para a modelagem multiescala do acoplamento eletro-qu´ımico-hidro-mecˆanico em meios porosos argilosos expansivos. A modelagem permite descrever o fluxo de contaminantes e remedia¸c˜ao de solos por t´ecnica de eletrocin´etica em argilas compactadas em aterros sanit´arios. Esse modelo foi derivado, com a expans˜ao da descri¸c˜ao da escala dos poros que consiste da eletro-hidrodinˆamica con-sistindo do problema de Stokes modificado juntamente com as equa¸c˜oes de Nernst-Planck e o problema de Poisson-Boltzmann que governa o movimento de fluidos, transporte de ´ıons e eletrost´atica locais na solu¸c˜ao eletrol´ıtica respectivamente. Para as simula¸c˜oes computacionais, foi considerado um arranjo microsc´opico estratificado para a argila mont-monilonita. Dessa forma os problemas de c´elula foram resolvidos analiticamente [35].

Posteriormente, Lima et al., desenvolveram uma nova modelagem em trˆes es-calas, nanosc´opica, microsc´opica e macrosc´opica, para meios porosos carregados eletri-camente, com o objetivo de descrever o acoplamento entre os fluxos eletroosm´otico e transporte de solutos iˆonicos em meios argilosos carregados eletricamente, considerando fenˆomenos de adsor¸c˜ao eletroqu´ımica na interface da part´ıcula s´olida [30], [31]. Esta for-mula¸c˜ao permitiu estabelecer um elo entre os diferentes fenˆomenos eletroqu´ımicos nas trˆes escalas do problema, considerando o acoplamento na nanoescala com a microescala devido aos fenˆomenos de adsor¸c˜ao que ocorrem na vizinhan¸ca da part´ıcula s´olida. Utilizando a t´ecnica de homogeneiza¸c˜ao de estruturas peri´odicas, para o acoplamento entre a escala microsc´opica e macrosc´opica, foi poss´ıvel derivar o sistema de equa¸c˜oes na escala de Darcy. A liga¸c˜ao entre as duas ´ultimas escalas acontece por causa dos parˆametros efetivos, que se obt´em resolvendo os problemas de c´elulas de forma computacional. Por sua vez, Igreja, desenvolveu uma modelagem em trˆes escalas (nano-micro-macro), onde os parˆametros nanosc´opicos s˜ao obtidos analiticamente utilizando o m´etodo de pertuba¸c˜ao local [26]. Diferentemente de Lima et al., Igreja derivou os parˆametros efetivos analiticamente, re-duzindo consideravelmente o custo computacional e gerando um modelo macrosc´opico localmente pertubado onde a n˜ao linearidade fica restrita ao problema macrosc´opico evi-tando o processo sucessivo de downscaling em cada passo macrosc´opico [26], [30], [31]. Al´em disso, considerando a hip´otese de estacionaridade no modelo multiescala, o sistema de equa¸c˜oes foi discretizado pelo m´etodo de Galerkin fazendo uso de um algoritmo se-quencial, incorporando os efeitos hidrodinˆamicos ao sistema n˜ao linear do transporte dos ´ıons por um p´os-processamento. O sistema do transporte foi linearizado pelo m´etodo de

Picard.

Neste trabalho, propomos uma modelagem matem´atica em trˆes escalas (na-nosc´opica, microsc´opica e macrosc´opica) do acoplamento eletroqu´ımico em um meio po-roso argiloso adotando t´ecnica de homogeneiza¸c˜ao de estruturas peri´odica. As argilas s˜ao caracterizadas por possuirem uma nanoestrutura cristalina formada por lˆaminas te-tra´edricas e octa´edricas. A lˆamina tetra´edrica ´e composta por um c´ation de sil´ıcio (Si4+)

cercado por quatro ´atomos de oxigˆenio (O2−), j´a a lˆamina octa´edrica ´e formada por um

c´ation de alum´ınio (Al3+) circundado por seis agrupamento de hidroxila (OH) ou por

´atomos de oxigˆenio (O2−) [24], [34]. Na nossa pesquisa abordamos o grupo das

(17)

Poisson-Boltzmann. Incorporamos ao modelo nanosc´opico as rea¸c˜oes de protona¸c˜ao/deprotona¸c˜ao entre o fluido e a superf´ıcie da part´ıcula carregada eletricamente. Na escala microsc´opica o movimento da solu¸c˜ao aquosa ´e governado pelo problema de Stokes e o transporte dos solutos por equa¸c˜oes do tipo Nernst-Planck. As equa¸c˜oes microsc´opicas s˜ao suplemen-tadas por condi¸c˜oes de contorno de deslizamento na componente tangencial do campo de velocidade e de adsor¸c˜ao para o transporte das esp´ecies. A partir dos modelos na-nosc´opico/microsc´opico desenvolvemos a homogeneiza¸c˜ao do problema derivando o mo-delo na escala de Darcy. Complementando o trabalho de mestrado desenvolvido por Igreja [26], onde as simula¸c˜oes num´ericas foram obtidas em regime estacionario, nesta disserta¸c˜ao propomos a exten¸c˜ao para o caso transiente onde o coeficiente de retarda-mento nas equa¸c˜oes parab´olicas tornam as equa¸c˜oes mais n˜ao lineares, que por sua vez, torna a discretiza¸c˜ao do modelo macrosc´opico consideravelmente mais complexo. Posteri-ormente, discretizamos o modelo macrosc´opico via m´etodo de elementos finitos utilizando o m´etodo de Galerkin, em seguida o sistema de equa¸c˜oes macrosc´opicas n˜ao lineares s˜ao linearizadas usando m´etodo de Picard, permitindo resolver o sistema de equa¸c˜oes n˜ao li-neares iterativamente. Finalmente os resultados computacionais foram obtidos utilizando c´odigo in house, desenvolvido em fortran, com o objetivo de descrever a dependˆencia do potencial el´etrico e a carga el´etrica da part´ıcula s´olida com pH da solu¸c˜ao bulk, devido ao acoplamento eletroqu´ımico ocorrido na nanoescala e microescala, que d˜ao origem a fenˆomenos eletroosm´otico, eletromigrativos e eletrodifusivos. O modelo matem´atico e num´erico permite descrever o processo de eletroremedia¸c˜ao dos solos argilosos carregados eletricamente, onde propomos simula¸c˜oes para o caso unidimensional considerando uma microestrutura estratificada.

De um ponto de vista organizacional, al´em do cap´ıtulo introdut´orio, o texto ´e constitu´ıdo de 7 cap´ıtulos:

• No cap´ıtulo 2, descrevemos o modelo matem´atico que governa a dupla camada el´etrica com o intuito de quantificar o potencial el´etrico, densidade de carga e ad-sor¸c˜ao de ´ıons. Em seguida incluimos uma rea¸c˜ao de protana¸c˜ao/deprotana¸c˜ao para o c´alculo da adsor¸c˜ao qu´ımica.

• No cap´ıtulo 3, descrevemos o modelo microsc´opico. Postulamos o problema de Stokes para a hidrodinˆamica da solu¸c˜ao aquosa combinada com uma condi¸c˜ao de deslizamento na componente tangencial da velocidade para incorporar os efeitos do deslizamento da dupla camada el´etrica. Para o transporte de ´ıons utilizamos uma equa¸c˜ao do tipo Nernst-Planck para cada uma das esp´ecies. A adsor¸c˜ao de ´ıons devido a dupla camada el´etrica e as rea¸c˜oes de protana¸c˜ao/deprotana¸c˜ao obtidas na modelagem, surgem na escala microsc´opica atrav´es de condi¸c˜oes de interface.

• No cap´ıtulo 4, realizamos a homogeneiza¸c˜ao do problema deduzindo o modelo ma-crosc´opico com os problemas de c´elulas para os parˆametros efetivos das equa¸c˜oes macrosc´opicas.

(18)

• No cap´ıtulo 6, mostramos a discretiza¸c˜ao num´erica do modelo macrosc´opico via ele-mentos finitos, onde utilizamos o m´etodo de Galerkin para derivar a formula¸c˜ao vari-acional do problema. Logo em seguida, obtemos a formula¸c˜ao discreta do problema e adotamos o m´etodo interativo de Picard para resolu¸c˜ao do modelo variacional.

• No cap´ıtulo 7, realizamos simula¸c˜oes num´ericas para o caso transiente com pH vari´avel no caso unidimensional, onde essas simula¸c˜oes tem por objetivo demonstrar a remedia¸c˜ao de solos contaminados.

(19)

Cap´ıtulo 2

Modelagem Nanosc´

opica

(20)

(a) (b)

Figura 2.1: Descri¸c˜ao da Adsor¸c˜ao de Contra–´Ions na Dupla Camada El´etrica. (Modifi-cado de [31], [33]).

2.1

Modelagem da Dupla Camada El´

etrica

Seja Ωl o dom´ınio nanosc´opico na dire¸c˜ao normal `a superf´ıcie da part´ıcula

s´olida ocupado por uma solu¸c˜ao eletrol´ıtica (ver fig.2.1), e denotando Cb a concentra¸c˜ao

total de c´ations ou ˆanions na solu¸c˜ao bulk, definida como uma solu¸c˜ao eletricamente neutra, a condi¸c˜ao de eletroneutralidade na solu¸c˜ao bulk ´e dada na forma [40]

Cb =CN ab+CHb =CClb+COHb, (2.1)

onde Cib (i = H+, N a+, Cl−, OH−) representa a concentra¸c˜ao de c´ations ou ˆanions no

bulk.

DenotandoE,ϕ o campo el´etrico e potencial el´etrico na camada dupla respec-tivamente, considerando a teoria de Gouy-Chapman [14], [25] temos que

(

∇ ·E = q

eǫ0eǫr

,

E =−∇ϕ, em Ωl, (2.2)

ondeeǫ0,eǫrs˜ao a permissividade do v´acuo e a constante diel´etrica da ´agua respectivamente

e q a densidade volum´etrica de carga definida na forma

q=

4

X

i=1

ziCi, i= (N a+, H+, Cl−, OH−), (2.3)

com Ci a concentra¸c˜ao dos ´ıons em (mol/m3) na camada dupla e zi a valˆencia dos ´ıons.

Pela condi¸c˜ao de equil´ıbrio termodinˆamico temos que a igualdade entre os potenciais eletroqu´ımicos dos ´ıons na solu¸c˜ao eletrol´ıtica e fluido bulk ´e v´alida [19], [36]. Portanto, igualando as respectivas express˜oes para os potenciais termodinˆamicos, obtemos a rela¸c˜ao de Boltzmann que permite modelar a concentra¸c˜ao dos ´ıons na camada dupla Ci a partir

(21)

Ci = Cibexp (∓ϕ), i= (N a+, H+, Cl−, OH−), (2.4)

ondeϕ =F ϕ/RT ´e o potencial el´etrico adimensional e{F, R, T}s˜ao constante de Faraday, constante universal dos gases ideais e temperatura absoluta respectivamente.

Substituindo a distribui¸c˜ao de Boltzmann (2.4) e a condi¸c˜ao de eletroneutra-lidade (2.1) na defini¸c˜ao da densidade volum´etrica de carga (2.3), obtemos

q =F Cb[exp (−ϕ)−expϕ] =−2F Cbsinhϕ. (2.5)

Combinando o resultado acima com a equa¸c˜ao (2.2), obtemos a equa¸c˜ao de Poisson-Boltzmann na forma

△ϕ= 2F Cb

e

ǫ0eǫr

sinhϕ, em Ωl. (2.6)

A equa¸c˜ao (2.6) ´e suplementada por condi¸c˜oes de contorno na superf´ıcie da part´ıcula s´olida Γf s e na interface da camada dupla e fluido bulk. Na superf´ıcie do s´olido

o campo el´etrico equilibra a densidade de carga superficial, e portanto

∇ϕ·n= σ

e

ǫ0eǫr

, sobre z = 0. (2.7)

Na solu¸c˜ao bulk o campo el´etrico ´e nulo, logo consideramos uma condi¸c˜ao limite de Newman homogˆenea na forma

∇ϕ·n= 0, sobre kzk ≫LD, (2.8)

ondeLD := (eǫ0eǫrRT /2F2Cb)1/2denota o comprimento de Debye que mede a espessura

ca-racter´ıstica da camada dupla (ver figura 2.1(b)) [28]. Podemos observar que na superf´ıcie da part´ıcula surge uma restri¸c˜ao entre os valores da densidade σ eq devido a condi¸c˜ao de compatibilidade do problema. Portanto, utilizando (2.7) e (2.2), obtemos

σ =eǫ0eǫr∇ϕ

z=o

=eǫ0eǫr

Z

Ωl△

ϕdΩl =

Z

Ωl

qdΩl. (2.9)

Portanto o comportamento do potencial el´etrico na nanoescala ´e governado pelo problema de Poisson-Boltzmann (2.6) juntamente com as condi¸c˜oes de interface (2.7) e (2.8) na forma

        

△ϕ= 2F Cb

eǫ0eǫr

sinhϕ, em Ωl = (0, LD),

∇ϕ·n = σ

e

ǫ0eǫr

, em z = 0,

∇ϕ·n = 0, em z LD.

(22)

2.2

Modelagem Matem´

atica dos Fenˆ

omenos de

Ad-sor¸c˜

ao

Uma etapa fundamental da modelagem multiescala de fenˆomenos eletroqu´ımicos em meios porosos carregados eletricamente, consiste na descri¸c˜ao dos fenˆomenos de ad-sor¸c˜ao eletroqu´ımica que ocorrem no dom´ınio da camada dupla. Nesta se¸c˜ao propomos a modelagem de fenˆomenos de adsor¸c˜ao eletroqu´ımica que ocorre na interface fluido/s´olido.

2.2.1

Adsor¸

ao na Camada Dupla

Devido ao excesso de carga el´etrica na superf´ıcie da matriz s´olida, fenˆomenos de atra¸c˜ao e repuls˜ao el´etrica surgem com o intuito de assegurar a eletroneutralidade local na camada dupla dada pela express˜ao (2.9). Tais fenˆomenos d˜ao origem a uma nuvem de contra-´ıons na vizinhan¸ca da part´ıcula s´olida caracterizando um processo de adsor¸c˜ao el´etrica (ver fig 2.1). A densidade de ´ıons adsorvidos na camada dupla relativa a concentra¸c˜ao bulk ´e definida por

Γi±: =

Z

Ωl

(Ci± −Cib)dΩl, i= (N a+, H+, Cl−, OH−). (2.11) Fazendo uso da distribui¸c˜ao de Boltzmann (2.4), a defini¸c˜ao acima para a adsor¸c˜ao el´etrica ´e reescrita na forma

Γi± =Cib

Z

Ωl

(exp (∓ϕ)−1)dΩl. (2.12)

2.2.2

Rea¸

ao de Protona¸

ao/Deprotona¸

ao

Nesta subse¸c˜ao apresentamos um modelo matem´atico para descrever a de-pendˆencia do excesso de carga el´etrica superficial e adsor¸c˜ao qu´ımica que ocorre na su-perf´ıcie da part´ıcula s´olida em termos do pH e salinidade da solu¸c˜ao aquosa [13], [27], [34]. Seguindo o mesmo procedimento descrito por Lima e Igreja [26], [31], neste trabalho propomos uma ´unica rea¸c˜ao de protona¸c˜ao/deprotana¸c˜ao, com o objetivo de modelar a de-pendˆencia da carga el´etrica superficial e adsor¸c˜ao qu´ımica em termos dopH e salinidade da solu¸c˜ao aquosa. Dessa forma assumimos uma ´unica rea¸c˜ao de protona¸c˜ao/deprotona¸c˜ao representada na forma

(> M OH)−12 +H+⇋(> M −OH2)+

1

2, (2.13)

onde (> M) representa os c´ations ou ˆanions residentes na microestrutura mineral´ogica do s´olido. Fazendo uso da lei de a¸c˜ao das massas, definimos a constante de equil´ıbrio K1

associada a rea¸c˜ao qu´ımica acima, como sendo a raz˜ao entre o produto da molaridade dos constituintes resultantes dos reagentes e dos produtos [10], [23]

K1 :=

γ

{(>M−OH2)+ 12}

γ

{(>M−OH)−12}CH0+

(23)

onde γi ´e a densidade superficial em (mol/m2) (i=M −OH, M−OH2).

A densidade superficial m´aximal de s´ıtios ´e dada na forma, ΓM AX :=γ{(>MOH2)+ 1

2}{(>MOH)− 1

2}, (2.15)

onde {i}=γi/ΓM AX ´e a concentra¸c˜ao superficial adimensional da esp´ecie i.

Al´em disso, a concentra¸c˜ao dos c´ations H+ na interface da part´ıcula s´olida

CH+

0 quantificada pela rela¸c˜ao de Boltzmann

CH+

0 = CHbexp −ζ

, (2.16)

onde ζ = F ζ/RT ´e o potencial zeta adimensional definido como o potencial el´etrico na superf´ıcie da part´ıcula s´olidaϕ(z= 0). Partindo da express˜ao (2.14) e usando a defini¸c˜ao da densidade superficial m´axima, obtemos

γ

{(>M−OH)−12} =

ΓM AX

1 +K1CH+ 0

e γ

{(>M−OH2)+ 12} =

ΓM AXK1CH+ 0

1 +K1CH+ 0

. (2.17)

Utilizando as equa¸c˜oes (2.17) deduzimos a express˜ao que governa a densidade superficial de ´ıons H+ quimicamente adsorvidos

γH+ :=

γ

{(>M−OH2)+ 12

}−γ{(>M−OH)−12}

= ΓM AX 2

K1CH+0 −1

K1CH0++ 1

!

. (2.18)

Al´em disso, a densidade de carga el´etrica superficial ´e obtida imediatamente na forma

σ:=F γH+ =

FΓM AX

2

K1CH+ 0 −1

K1CH+ 0 + 1

!

. (2.19)

Fazendo uso da rela¸c˜ao (2.16), as express˜oes (2.18) e (2.19) permitem calcular a densidade superficial de carga el´etricaσe adsor¸c˜ao qu´ımicaγH+ em termos do potencial

zeta, pH e salinidade da solu¸c˜ao aquosa. Al´em disso, podemos observar que os valores de σ e γH+ dependem da constante de equil´ıbrio K1 e da densidade m´axima de s´ıtios

ΓM AX. Tais parˆametros s˜ao fortementes dependentes das propriedades f´ısico-qu´ımicas

da microestrutura mineral´ogica da matriz s´olida. De um ponto de vista experimental, a constante de equil´ıbrio e densidade m´axima de s´ıtios podem ser calculados atrav´es de experimentos de titula¸c˜ao que permitem construir as curvas da adsor¸c˜ao qu´ımica γH+ em

fun¸c˜ao do pH para uma dada concentra¸c˜ao salina [27], [30], [31].

2.3

Solu¸c˜

ao Anal´ıtica do Modelo Nanosc´

opico

(24)

2.3.1

Equa¸c˜

ao de Poisson-Boltzmann

Considerando uma part´ıcula s´olida homogˆenea com uma carga el´etrica su-perficial uniformemente distribu´ıda, a equa¸c˜ao de Poisson-Boltzmann ´e reduzida a uma forma unidimensional. Considerando o dom´ınio unidimensional nanosc´opico Ωl= (0, LD)

na dire¸c˜ao normal `a superf´ıcie da part´ıcula s´olida, a equa¸c˜ao (2.6) juntamente com as condi¸c˜oes de contorno (2.7) e (2.8) s˜ao reduzidas `a forma

            

d2ϕ

dz2 =

2F Cb

e

ǫ0eǫr

sinhϕ, em Ωl = (0, LD),

dz = 0, em z ≫LD,

dϕ dz =−

σ

eǫ0eǫr

, em z = 0.

(2.20)

A restri¸c˜ao entre valores da densidade σ e q devido a condi¸c˜ao de compatibi-lidade do problema de Poisson-Boltzmann ´e dada por

σ=eǫ0eǫr

dϕ dz z=0

=eǫ0eǫr

Z LD

0

d2ϕ

dz2dz =−

Z LD

0

qdz.

Assim o comportamento do potencial el´etrico na camada dupla ´e governado pela equa¸c˜ao de Poisson-Boltzmann unidimensional (2.20(a)) juntamente com as condi¸c˜oes de interface (2.20(b)) e (2.20(c)). Para derivarmos a solu¸c˜ao anal´ıtica do problema uni-dimensional reescrevemos (2.20(a)) na forma auni-dimensional

d2ϕ

dz2 = sinh (ϕ), (2.21)

onde z:=z/LD. Multiplicando (2.21) por 2dϕ/dz e utilizando a regra da cadeia obtemos

d dz dϕ dz 2

= 2d

dz[cosh (ϕ)]. (2.22)

Integrando (2.22) a partir de um ponto arbitr´ario z := z/LD no interior da

camada dupla at´e um ponto δ na solu¸c˜ao do bulk, temos que

Z δ z d dz dϕ dz 2 = 2 Z δ z d

dz(cosh (ϕ)).

Fazendo a integra¸c˜ao e assumindo que os efeitos da camada dupla s˜ao restritos a uma fina camada de espessura m´edia LD na vizinhan¸ca da part´ıcula s´olida (ver figura

2.1), consequentemente na solu¸c˜aobulk em um pontoδ LD suficientemente distante da

(25)

dϕ dz 2 z

= 2 cosh (ϕ)

z −1 ! . (2.23)

Usando o fato que sinh (ϕ/2) = [(coshϕ−1)/2]1/2 e que cosh (ϕ)≥1, ∀ ϕ ∈ ℜ, derivamos a seguinte express˜ao

dz =−2 sinh

ϕ 2

. (2.24)

Reordenando a express˜ao acima, temos que

−dz = dϕ

2 sinh ϕ2 =

exp ϕ2−exp −2ϕ. (2.25) Integrando a partir da superf´ıcie da part´ıcula onde z = 0 e um ponto z da camada dupla, e usando o fato que ϕ(z= 0) =ζ, obtemos

Z z

0

dz =

Z ϕ ζ

exp ϕ2−exp −2ϕ, (2.26) onde ζ := F ζ/RT ´e o potencial zeta adimensional na parede da part´ıcula s´olida. Para solu¸c˜ao do problema acima propomos a seguinte mudan¸ca de vari´aveis

t= exp

ϕ 2

e dt= exp

ϕ 2

2 ⇐⇒ dϕ= 2dt

t . (2.27) Portanto, substituindo (2.27) em (2.26) derivamos a express˜ao

z z 0 =

Z exp(ϕ

2) expζ2

2dt t t1t =

Z exp(ϕ

2) expζ2

2dt t21.

Usando o fato que 2 t21 =

1 (t1) −

1

(t+ 1), temos que

z=

Z exp(ϕ2)

expζ2

dt t−1 −

Z exp(ϕ2)

expζ2

dt

t+ 1 = ln (|t−1|)

exp(ϕ2)

expζ2

−ln (|t+ 1|)

exp(ϕ2)

expζ2

e consequentemente

z = lnexp

ϕ 2 −1

−lnexp

ζ 2 −1

−lnexp

ϕ 2 + 1

+ lnexp

(26)

Reordenando os termos, obtemos a express˜ao

exp (z) = tanh

ϕ 4

× 1

tanhζ4 .

Considerando que ζ e ϕ tem o mesmo sinal, usando o fato que tanh(x) ≥

1 x∈ ℜpodemos expressar o potencial el´etrico na camada dupla em fun¸c˜ao do potencial zeta “ζ” e do comprimento de Debye “LD” temos que

ϕ = 4RT

F arctanh

tanh F ζ 4RT ×exp − z LD . (2.29)

Usando (2.20(c)) e (2.29) deduzimos uma rela¸c˜ao entre σ e ζ.

σ = eǫ0eǫrRT F LD

sinh

F ζ 2RT

=p8eǫ0eǫrRT Cbsinh

F ζ 2RT

. (2.30)

Supondoσconhecido, o sistema alg´ebrico gerado pelas equa¸c˜oes (2.29) e (2.30) estabelece nosso modelo nanosc´opico em fun¸c˜oes das variaveis {ϕ, ζ}. Como a carga su-perficial σ e o potencial ζ variam fortemente em fun¸c˜oes do pH e salinidade da solu¸c˜ao eletrol´ıtica, o fechamento do sistema de equa¸c˜oes est´a restrito a constru¸c˜ao de tal de-pendˆencia [27].

2.3.2

Caso Unidimensional da Adsor¸

ao na Camada Dupla

Partindo da equa¸c˜ao (2.11), reescremos a adsor¸c˜ao unidimensonal na forma

Γi± =Cib

Z z=LD

z=0

(exp (ϕ)1)dz. (2.31) Sabendo que z :=z/LD e invocando o resultado (2.25), temos que

−dz = dϕ

2 sinh ϕ2 =

exp ϕ2exp −2ϕ.

Fazendo uso do resultado acima efetuando uma mudan¸ca de vari´avel de inte-gra¸c˜ao em (2.31) obtemos o resultado

Γi± =−CibLD

Z ϕ=0

ζ

"

exp (∓ϕ)−1 exp ϕ2−exp −2ϕdϕ

#

=

=CibLD

Z ζ ϕ=0

"

exp ϕ2 exp ϕ2exp ±ϕ2 exp ϕ2exp −2ϕ dϕ

#

=

=±2CibLD

Z ζ ϕ=0

exp

∓ϕ2

dϕ= 2CibLD

2 exp

∓ϕ2

ζ z=0

=

= 2CibLD

exp

2RTF ζ

−1

(27)

2.3.3

Solu¸

ao Anal´ıtica Para Potencial Zeta

ζ

Para obten¸cao da solu¸c˜ao anal´ıtica do potencialζ, fazemos uso de uma t´ecnica de pertuba¸c˜ao assint´otica em (2.19) e (2.30). Agrupando as respectivas equa¸c˜oes obtemos o sistema nanosc´opico em termos da densidade de carga superficial σ e do potencial zeta na forma

        

σ=p(8eǫ0eǫrRT Cb) sinh

ζ 2

,

σ= FΓM AX 2

K1CHbexp −ζ

−1 K1CHbexp −ζ+ 1

!

.

(2.33)

Igualando as duas equa¸c˜oes acima obtemos uma equa¸c˜ao alg´ebrica n˜ao linear em termo do potencial zeta

K1CHbexp −ζ−1

K1CHbexp −ζ

+ 1

!

= 2ΛpCbsinh

ζ 2

, (2.34)

onde Λ =p(8eǫ0eǫrRT)/FΓM AX e Cb =CHb+CN ab.

Com o objetivo de deduzir uma solu¸c˜ao anal´ıtica pertubada, propomos as seguintes mudan¸cas de vari´aveis

x= exp −ζ e h = (K1CHb)−1 = 10(pH−ke), (2.35)

sendo pH = log (CHb), K1 = 10ke com ke o ponto isoel´etrico definido como o valor

do pH onde a carga superficial ´e nula. Sabendo que sinh(t) = (exp(t)−exp(−t))/2, a equa¸c˜ao (2.34) pode ser reescrito na forma

x−h= Λ

r

Cb

x (x+h) (1−x). (2.36) Observando a express˜ao (2.35) percebemos que para valores de pH > ke

te-remos h > 1. Por outro lado, considerando pH < ke obtemos h < 1. Estes resultados

permitem afirmar que x ∈ [0,(ke−pH) ln 10]. Agora, considerando o ponto isoel´etrico

ζ = 0 em (2.34), obtemos CHb = K1−1. Comparando este resultado com (2.35) vem que

pH =ke. Al´em disso, para ζ = (ke−pH) ln 10, substituindo em (2.35) temosx=h, logo

de (2.36) temos que

Λ

r

Cb

x 2h(1−h) = 0, (2.37) o qual valida a aproxima¸c˜ao para valores Cb ≪ 1. O pr´oximo passo baseia-se na

(28)

u:= x−h

h . (2.38)

Substituindo a defini¸c˜ao (2.38) em (2.36) obtemos

u= Λ

s

Cb

h(1 +u)(2 +u) [1−h(1 +u)]. (2.39) Agora, expandindo a parcela n˜ao linear da express˜ao acima em S´erie de Taylor e desprezendo os termos n˜ao lineares, temos que

u≈2Λ

r

Cb

h (1−h−hu)≈2Λ

r

Cb

h (1−h)−2Λ

r

Cb

h hu. (2.40) Logo

1 + 2ΛphCb

u 2Λ h

p

Cbh(1−h). (2.41)

Dessa forma obtemos uma representa¸c˜ao para o parˆametro pertubativo u em fun¸c˜ao de Cb e pH dada por

u 1−h h

2Λ√hCb

1 + 2Λ√hCb

. (2.42)

Substituindo a defini¸c˜ao (2.38) em (2.42) e considerando as mudan¸cas de vari´aveis (2.35), obtemos a express˜ao semi-anal´ıtica para o potencial ζ dada na forma

ζ ≈ −

"

lnh+ ln 1 + 1−h h

2Λ(hCb)

1 2

1 + 2Λ(hCb)

1 2

!#

. (2.43)

O resultado acima representa a solu¸c˜ao pertubada para o potencial ζ em fun¸c˜oes do pH e CN ab.

2.4

Sum´

ario da Modelagem Nanosc´

opica

O modelo nanosc´opico desenvolvido neste cap´ıtulo consiste em dados as cons-tantes {F, R, T,eǫ0,eǫr, K1,ΓM AX}, para valores e unidades das constantes ver apˆendice

C, juntamente com o pH e a salinidade {CHb, CN ab} podemos calcular o potencial zeta

atrav´es da equa¸c˜ao

ζ ≈ −

"

lnh+ ln 1 + 1−h h

2Λ(hCb)

1 2

1 + 2Λ(hCb)

1 2

!#

(29)

onde ζ :=F ζ/RT,Cb =CHb+CN ab, h= (K1CHb)−1 e Λ =

p

(8eǫ0eǫrRT)/FΓM AX.

De posse do valor deζ obtido na equa¸c˜ao acima podemos calcular as inc´ognitas do modelo nanosc´opico

                                                                      

ϕ = 4RT

F arctanh

tanh F ζ 4RT ×exp − z LD ,

CH+

0 =CHbexp −ζ

,

σ = (8eǫ0eǫrRT Cb)1/2sinh

ζ 2

,

γH+ =

ΓM AX

2

K1CH+ 0 −1

K1CH+ 0 + 1

!

,

ΓH+ = 2CHbLD

exp

− F ζ

2RT

−1

,

ΓN a+ = 2CN abLD

exp

− F ζ

2RT

−1

,

ΓOH− = 2COHbLD

exp F ζ 2RT −1 ,

ΓCl− = 2CClbLD

exp F ζ 2RT −1 . (2.45)

As simula¸c˜oes computacionais na escala nanosc´opica das equa¸c˜oes (2.44) e (2.45) que relacionam (ϕ, σ,Γi, γH+) em fun¸c˜oes de (ζ, Cb, Cib) dependem das propriedades

(30)

Cap´ıtulo 3

Modelagem Microsc´

opica

Neste cap´ıtulo apresentamos a modelagem matem´atica para o movimento dos fluidos e transporte de solutos na escala microsc´opica considerando a existˆencia de ele-trodos na fronteira exterior da amostra (ver figura 3.1). Para a deriva¸c˜ao das equa¸c˜oes na escala do poro, assumimos as part´ıculas s´olidas carregadas eletricamente, considera-das r´ıgiconsidera-das e incompress´ıveis com matriz porosa saturada por uma solu¸c˜ao aquosa salina. Rea¸c˜oes eletroqu´ımicas de ioniza¸c˜ao, hidr´olise e eletr´olise d˜ao origem a quatro ´ıons nonova-lentes (N a+, H+, Cl, OH) dissociados na fase aquosa. Para modelagem do movimento

da solu¸c˜ao aquosa e transporte dos ´ıons, postulamos a equa¸c˜ao de Stokes que governa a eletrohidrodinˆamica do fluido e equa¸c˜oes de Nernst-Planck do cont´ınuo para o movimento dos solutos iˆonicos, juntamente com condi¸c˜ao de interface para o deslizamento dos ´ıons na camada dupla e adsor¸c˜ao eletro-qu´ımica das esp´ecies na interface fluido/s´olido modela-dos no cap´ıtulo anterior. O sistema de equa¸c˜oes microsc´opico/nanosc´opico, possibilitar´a posteriormente o upscaling do problema para a escala macrosc´opica utilizando a t´ecnica de homogeneiza¸c˜ao.

(31)

3.1

Rea¸c˜

oes de Ioniza¸

ao no

Bulk

A existˆencia de ´ıons parcialmente ou completamente dissociados em uma solu¸c˜ao eletrol´ıtica pode ser descrito pela teoria de ioniza¸c˜ao que prop˜oe o equil´ıbrio eletroqu´ımico entre ´ıons e mol´eculas n˜ao ionizadas [15]. Por exemplo, o cloreto de s´odio (N aCl) quando dissolvido em uma solu¸c˜ao aquosa se comporta como eletr´olitos fortes, e portanto ocorre dissocia¸c˜ao completa da mol´ecula na forma

N aCl N a++Cl. (3.1)

Por outro lado, a mol´ecula da ´agua ´e caracterizada por ser um solvente que apresenta uma pequena condutividade el´etrica. Tal caracter´ıstica ´e consequˆencia do fenˆomeno denominado auto-ioniza¸c˜ao representado pela seguinte rea¸c˜ao de hidr´olise [15], [23]

H2O ⇋H++OH−. (3.2)

Considerando o equil´ıbrio termodinˆamico da solu¸c˜ao aquosa, a lei de a¸c˜ao de massas ´e v´alida. Portanto o produto iˆonico da ´agua ´e dado na forma

KW :=CHbCOHb, (3.3)

onde CHb eCOHb s˜ao as concentra¸c˜oes molares dos solutosH+ eOH− na solu¸c˜ao aquosa.

Para condi¸c˜oes padr˜ao de temperatura e press˜ao, o valor t´ıpico do produto iˆonico ´eKW ∼=

10−14(mol/l)2 logo

CHbCOHb = 10−14(mol/l)2. (3.4)

3.2

Rea¸c˜

oes de Eletr´

olise no

Bulk

A existˆencia de eletrodos no exterior da amostra d˜ao origem a fenˆomenos de eletr´olise na vizinhan¸ca dos ˆanodos e c´atodos (ver figura 3.2) [11]. No ˆanodo ocorre a oxida¸c˜ao da ´agua que produz hidrogˆenio H+ e g´as oxigˆenio O

2

• Anodo (+): 2Hˆ 2O−4e− →O2 ↑+4H+.

Enquanto que no c´atodo acontece uma rea¸c˜ao de redu¸c˜ao gerando hidroxilas OH− e g´as

hidrogˆenio H2 [11]

• C´atodo (-): 2H2O+ 2e− →H2 ↑+2OH−.

As rea¸c˜oes eletroqu´ımicas descritas acima descrevem o processo de eletr´olise de uma solu¸c˜ao aquosa na presen¸ca de eletrodos. ´E importante ressaltar que a rea¸c˜ao no ˆanodo produz uma acidifica¸c˜ao da solu¸c˜ao aquosa enquanto que no c´atodo ocorre uma basifica¸c˜ao. Consequentemente, para uma part´ıcula s´olida carregada negativamente, fenˆomenos eletroosm´otico, eletromigrativos e eletrodifusivos impulsionam os ´ıons H+ em

(32)

Figura 3.2: Descri¸c˜ao das Rea¸c˜oes de Eletr´olise no Bulk.

3.3

Modelo Microsc´

opico

Seja ΩM = Ωs ∪Ωf ⊂ ℜ3 o dom´ınio microsc´opico ocupado por um meio

poroso bif´asico constitu´ıdo por uma fase s´olida Ωs e uma fase fluida Ωf com interface

fluido s´olido Γf s (ver figura 3.3(a)). O dom´ınio ocupado pela fase s´olida consiste de

part´ıculas s´olidas carregadas eletricamente com uma carga el´etrica superficial distribu´ıda uniformemente na superf´ıcie da fase s´olida, considerada r´ıgida e incompress´ıvel (ver figura 3.3(b)). O dom´ınio Ωf consiste da matriz porosa completamente preenchida por uma

solu¸c˜ao eletrol´ıtica considerada incompress´ıvel composta por quatro ´ıons nonovalentes (N a+, H+,Cl, OH). Considerando a hip´otese de solu¸c˜ao dilu´ıda onde os solutos se

encontram completamente dissolvidos na fase l´ıquida, o movimento do fluido ´e obtido pelas equa¸c˜oes da eletrohidrodinˆamica e o transporte dos ´ıons na solu¸c˜ao intersticial pelas equa¸c˜oes de Nernst-Planck do cont´ınuo [29], [41].

(a) (b)

(33)

3.3.1

Hidrodinˆ

amica

Para deriva¸c˜ao do modelo microsc´opico para eletrohidrodinˆamica, considera-mos o fluido newtoniano, incompress´ıvel e efeitos inerciais de convec¸c˜ao e gravitacionais desprez´ıveis. Portanto o modelo matem´atico para o movimento da solu¸c˜ao aquosa no dom´ınio microsc´opico ´e dado pelo cl´assico problema de Stokes na forma

∇ ·v= 0,

µf△v− ∇p= 0, em Ωf, (3.5)

onde v ´e a velocidade do fluido, pa press˜ao termodinˆamica e µf a viscosidade do fluido.

3.3.2

Equa¸c˜

ao do Transporte dos Solutos

Denotando t o tempo caracter´ıstico associados ao movimento dos ´ıons pro-duzidos atrav´es das rea¸c˜oes de ioniza¸c˜ao, hidr´olise e eletr´olise. O transporte dos ´ıons ´e governado por equa¸c˜oes de convec¸c˜ao/eletro-difus˜ao de Nernst-Planck [29], [41]

∂Ci

∂t +∇ ·(Civ) = ∇ ·

DiCi

RT ∇µi

+ ˙mi, (3.6)

onde Ci,Di e µi (i=N a+,H+,Cl−,OH−) representam a concentra¸c˜ao molar, o

coefi-ciente de difus˜ao dos solutos e o potencial termodinˆamico eletroqu´ımico respectivamente, com ˙mi um termo de produ¸c˜ao de massa de ´ıons H+ e OH− devido a hidr´olise da ´agua.

Portanto ˙mi = 0 para (i=N a+, Cl−).

O potencial termodinˆamico eletroqu´ımico µi ´e dado pela seguinte express˜ao

µi(T, P, Ci, φ) =µ0i(T, P) +RT ln(Ci) +

ziF φ

RT . (3.7)

Combinando as express˜oes (3.6)-(3.7) obtemos as equa¸c˜oes do transporte dos solutos na forma

                  

∂CN ab

∂t +∇ ·(CN abv)− ∇ ·

DN a ∇CN ab+CN ab∇φ= 0,

∂CHb

∂t +∇ ·(CHbv)− ∇ ·

DH ∇CHb+CHb∇φ+ ˙m= 0,

∂CClb

∂t +∇ ·(CClbv)− ∇ ·

DCl ∇CClb−CClb∇φ

= 0, ∂COHb

∂t +∇ ·(COHbv)− ∇ ·

DOH ∇COHb−COHb∇φ

+ ˙m = 0,

em Ωf, (3.8)

onde φ =F φ/RT ´e o potencial el´etrico adimensional devido a existˆencia de eletrodos no exterior da amostra.

´

(34)

3.4

Modelo Reduzido nas Vari´

aveis Prim´

arias

Nesta subse¸c˜ao uma vers˜ao simplificada do modelo microsc´opico (3.8) ´e obtida eliminando as vari´aveis secund´arias {CClb, COHb, ˙m}, reformulando o transporte dos ´ıons

nas vari´aveis prim´arias relativa as concentra¸c˜oes {CN ab,CHb}e potencial el´etricoφ. Para

tanto considerando as express˜oes (2.1) e (3.4) reescrevemos o modelo microsc´opico (3.8) em uma forma reduzida denominada equa¸c˜ao do pH e conserva¸c˜ao da carga el´etrica.

3.4.1

Equa¸c˜

ao do

pH

A equa¸c˜ao do pH consiste em eliminar o termo de fonte ˙m derivando as equa¸c˜oes do transporte dos ´ıons em termos da diferen¸ca entreH+eOH. Fazendo uso da

express˜ao para o produto iˆonico da ´agua (3.4), subtraindo as equa¸c˜oes (3.8(b))-(3.8(d)) obtemos a equa¸c˜ao n˜ao linear para o transporte dos ´ıons H+ dada por

∂(ΘCHb)

∂t +∇ ·(ΘCHbv)− ∇ ·

h b

DH ∇CHb+CHb∇φ

i

= 0, (3.9)

com DbH :=DH +

DOHKW

C2

Hb

e Θ = 1 KW C2

Hb

.

3.4.2

Conserva¸

ao da Carga El´

etrica

Com o objetivo de eliminar as concentra¸c˜oes dos ˆanions CClb e COHb e obter

uma equa¸c˜ao adicional nas vari´aveis {CN ab, CHb}, reescrevemos os fluxos total dos ´ıons

em termos da corrente el´etrica If definido na forma [30], [31]

If :=F

˜

JNa+˜JH−J˜Cl−˜JOH

,

onde J˜i := Cibv−Di ∇Cib±Cib∇φ

, (i = N a+, H+, Cl, OH) denota o fluxo total

convectivo eletro-difusivo dos solutos iˆonicos.

Partindo da defini¸c˜ao acima e utilizando as equa¸c˜oes de Nernst-Planck (3.8) juntamente com as condi¸c˜oes de eletroneutralidade (2.1) e produto iˆonico da ´agua (3.3), deduzimos a equa¸c˜ao da conserva¸c˜ao da carga em regime estacion´ario

∇ ·If = 0,

If =A∇CN ab+B∇CHb+C∇φ, (3.10) onde

A:=F (DN a−DCl),

B :=F

DH −DCl+

(DOH −DCl)KW

C2

Hb

, (3.11)

C :=F

(DN a+DCl)CN ab+ (DH +DCl)CHb+

(DOH −DCl)KW

CHb

(35)

3.4.3

Condi¸

oes de Interface

Para complementar o modelo microsc´opico (3.5) e (3.8), as equa¸c˜oes deduzidas s˜ao suplementadas por condi¸c˜oes de contornos na interface fluido/s´olido Γf s. Sob hip´otese

de camada dupla fina onde o tamanho caracter´ıstico da camada dupla ´e suficientemente inferior ao comprimento de Debye l LD, o movimento dos ´ıons e adsor¸c˜ao dos solutos

na camada dupla (dom´ınio nanosc´opica), s˜ao modelados na escala microsc´opica atrav´es de condi¸c˜oes de interface. Portanto o movimento dos ´ıons na camada dupla s˜ao incorpo-rados no problema de Stokes considerando uma condi¸c˜ao de deslizamento na componente tangencial da velocidade dada pela equ¸ca¸c˜ao Helmholtz-Smoluchowski [38]. Portanto, denotando n e τ os vetores normais exterior e tangente `a superf´ıcie do s´olido Γf s, temos

que

v·τ =Vslip,

v·n= 0, sobre Γf s,

onde Vslipdenota um campo escalar definido na interface Γf s que governa o salto da

com-ponente tangencial da velocidade [20]. Para calcularmos Vslip tomamos a m´edia

trans-versal da velocidade eletroosm´otica unidimensional do problema de Stokes modificado na dire¸c˜ao tangencial `a superf´ıcie da part´ıcula s´olida (ver apˆendice B). Dessa forma obtemos a equa¸c˜ao de Helmholtz-Smoluchowski para a velocidade de deslizamento tangencial [28], [34], [37]

Vslip=v·τ =−KE∇φ·τ, com KE =−e

ǫ0eǫrζ

µf

, sobre Γf s, (3.12)

onde KE desempenha o papel de uma condutividade eletroosm´otica. Al´em disso, a

condi¸c˜ao de interface para transporte dos ´ıons, consideramos que a adsor¸c˜ao qu´ımicaγH+

´e exclusiva aos ´ıons de hidrogˆenio, enquanto que a adsor¸c˜ao el´etrica na camada dupla Γi´e

comum a todos os solutos iˆonicos. Dessa forma, as condi¸c˜oes de interface part´ıcula/poro para equa¸c˜oes de Nernst-Planck s˜ao representadas por uma condi¸c˜ao de Newmann n˜ao homogˆenea na forma [8]

−DN a ∇CN ab+CN ab∇φ·n =

∂ΓN a

∂t ,

−DH ∇CHb+CHb∇φ·n=

∂ΓH

∂t + ∂γH

∂t ,

−DCl ∇CClb−CClb∇φ

·n= ∂ΓCl ∂t ,

−DOH ∇COHb−COHb∇φ

·n= ∂ΓOH ∂t .

sobre Γf s, (3.13)

´

(36)

Ao invocar as leis constitutivas para as adsor¸c˜oes reconstru´ıda a partir da modelagem nanosc´opica (2.44)-(2.45), fazendo uso das condi¸c˜oes de eletroneutralidade (2.1) e hidr´olise da ´agua (3.3), reformulamos as condi¸c˜oes de contorno (3.13) em termos de vari´aveis prim´arias [30], [31]

        

−DN a ∇CN ab+CN ab∇φ

·n= ∂ΓN a ∂t ,

−DbH ∇CHb+CHb∇φ

·n= ∂

∂t(γH + ΓH −ΓOH), ACN ab+B∇CHb+C∇φ·n= 0.

sobre Γf s,

3.5

Sum´

ario do Modelo em Duas Escalas

Dadas as constantes {µf, KW, DN a, DH DCl, DOH, F, R, T}, as fun¸c˜oes {Θ,

b

DH,B}dependente deCHbe{Γi,γH+,C}dependentes de{CN ab,CHb}, o modelo descrito

em duas escalas (nanosc´opica/microsc´opica) consiste em achar os campos microsc´opico

{v, p,CN ab, CHb,CClb,COHb, φ,If, JNa, JH} satisfazendo

                                        

∇ ·v= 0,

µf△v− ∇p= 0,

∂CN ab

∂t +∇ ·(CN abv) +∇ ·JNa= 0, ∂(ΘCHb)

∂t +∇ ·(ΘCHbv) +∇ ·JH = 0,

∇ ·If = 0,

JNa=−DN a ∇CN ab+CN ab∇φ,

JH =−DbH ∇CHb+CHb∇φ,

If =A∇CN ab+B∇CHb+C∇φ, COHb=

10−14

CHb

,

CClb =CN ab+CHb−COHb.

em Ωf, (3.14)

Com as respectivas condi¸c˜oes de interface fluido/s´olido

                

v·τ =−KE∇φ·τ,

v·n = 0,

JNa·n=α1 ∂CN ab

∂t +β1 ∂CHb

∂t ,

JH·n=α2 ∂CN ab

∂t +β2 ∂CHb

∂t ,

If ·n= 0,

sobre Γf s, (3.15)

onde DbH := DH +

DOHKW

C2

Hb

, Θ = 1− KW

C2

Hb

(37)

KE =−e

ǫ0eǫrζ

µf

, α1 =

∂ΓN a

∂CN ab

, β1 =

∂ΓN a

∂CHb

, (3.16)

α2 =

∂ΓH

∂CN ab

+ ∂γH ∂CN ab −

∂ΓOH

∂CN ab

, β2 =

∂ΓH

∂CHb

+ ∂γH ∂CHb −

∂ΓOH

∂CHb

, (3.17)

com o potencial zetaζ e adsor¸c˜oes eletroqu´ımica obtidas a partir da modelagem deduzida na escala nanosc´opica

                                                            

ζ ≈ −

"

lnh+ ln 1 + 1−h h

2Λ(hCb)

1 2

1 + 2Λ(hCb)

1 2

!#

,

CH+

0 =CHbexp −ζ

,

γH =

ΓM AX

2

K1CH0+ −1

K1CH0+ + 1

!

,

ΓH = 2CHbLD

exp

− F ζ

2RT

−1

,

ΓN a = 2CN abLD

exp

2RTF ζ

−1

,

ΓOH = 2COHbLD

exp F ζ 2RT −1 ,

ΓCl = 2CClbLD

exp F ζ 2RT −1 , (3.18)

onde ζ :=F ζ/RT,Cb =CHb+CN ab, h= (K1CHb)−1 e Λ =

p

(38)

Cap´ıtulo 4

Homogeneiza¸

ao

De posse do modelo microsc´opico derivado no cap´ıtulo anterior, neste cap´ıtulo demonstraremos o procedimento de upscaling do modelo derivado na escala do poro (fi-gura 4.1). Para tanto, fazemos uso da t´ecnica de homogeneiza¸c˜ao de estruturas peri´odicas para deduzir o sistema de equa¸c˜oes efetivas na escala macrosc´opica (figura 4.1) [42]. A metodologia consiste em, considerando o meio poroso macrosc´opico com uma microes-trutura peri´odica, definimos um parˆametro de pertuba¸c˜ao assint´otica ε :=l/L, onde l e L representam respectivamente a dimens˜ao caracter´ıstica microsc´opica e macrosc´opica. Uma das hip´oteses para assegurar a validade da teoria de homogeneiza¸c˜ao consiste em assumir ε1, ou seja, l Lgarantindo a hip´otese de separa¸c˜ao de escala nas vari´aveis espaciais o que permite definir dois sistemas de coordenadas para cada escala. Neste cap´ıtulo discutimos o processo de upscaling do problema, apresentamos a adimensiona-liza¸c˜ao e normaadimensiona-liza¸c˜ao das equa¸c˜oes, e em seguida postulamos uma expans˜ao assint´otica das vari´aveis do problema com o objetivo de obter o modelo macrosc´opico com os respec-tivos problemas de c´elulas na escala microsc´opica e nanosc´opica [5], [8].

Figura 4.1: As trˆes escalas do problema acoplado e aplica¸c˜ao da t´ecnica de homogeneiza¸c˜ao na escala macrosc´opica [30], [31].

4.1

Processo de Homogeneiza¸c˜

ao

(39)

Ωε = Ωε f

S

Ωε

s, onde Ωεf e Ωεs representam respectivamente o dom´ınio do fluido e s´olido,

juntamente com a condi¸c˜ao Γε

f s na interface fluido/s´olido ε-pertubados. O dom´ınio Ωε

´e reconstru´ıdo pela replica¸c˜ao de uma micro c´elula Yε. De uma maneira semelhante, os

subdom´ınios Ωε

f e Ωεs juntamente com a interface Γεf s s˜ao dadas pela uni˜ao dos dom´ınios

de c´elulas adjacentes Yε

f eYsε e interfaces∂Yf sε respectivamente [30], [31] . Cada dom´ınio

elementar ´e congruente a c´elula unit´ariaY composta de subdom´ıniosYf eYs, com interface

∂Yf s. Comε= 1 observamos o fenˆomeno na escala do poro, onde o dom´ınio Ω mostra alto

grau de heterogeneidade. O dom´ınio homogeneizado ou macrosc´opico ´e obtido fazendo o ε0, limite na qual a heterogeneidade tende a zero (ver figura 4.2).

Figura 4.2: Dom´ınio Ωε de uma fam´ılia de modelos ε-pertubado [30].

A hip´otese de sepera¸c˜ao de escalas l L nos induz a observar o problema parametrizado por dois sistemas de coordenadas x e y, onde x = (x1, x2, x3) denota a

vari´avel macrosc´opica que descreve o meio homogeneizado e y= (y1, y2, y3) a coordenada

microsc´opica da ordem de grandeza das heterogeneidades. Tais vari´aveis espaciais s˜ao relacionadas na forma y = x/ε. O escalonamento mostra que as distˆancias na escala macrosc´opica s˜ao amplificada pelo fator 1/ε na escala microsc´opica.

4.2

Adimensionaliza¸c˜

ao dos Parˆ

ametros do Problema

O processo de adimensionaliza¸c˜ao consiste em reescrever o sistema de equa¸c˜ao em termos das vari´aveis de referˆencia. Para tanto, vamos seguir o procedimento proposto por Auriault [5]. Denotando “ref”para as grandezas de referˆencia e “” para as grande-zas adimensionalizadas, as vari´aveis adimensionais das equa¸c˜oes do modelo microsc´opico (3.14)-(3.17) s˜ao dadas na forma

x∗ = x

L; v

= v

Vref; p

= p

Pref; C

N ab=

CN ab

CN aref; CHb∗ = CHb

CHref; t

= t

tref; φ

= φ

φref; ζ

= ζ

φref; Db

H =

b

DH

DH

;

∇∗ = 1

L∇; I

f =

If

Ifref; J

Na=

JNa

JN aref; J

H =

JH JHref; α∗i = αi

αrefi ; β

i =

βi

(40)

Definimos os n´umeros adimensionais

QL=

µfVref

prefL

; PLN a =

L2

DN atref

; PLH =

L2

DHtref

; P eN a =

VrefL

DN a

; P eH =

VrefL

DH

;

Daα1 =

αref1 L DN atref

; Daβ1 =

β1refCHrefL DN aCN areftref

; Daα2 =

αref2 CN arefL DHCHreftref

; Daβ2 =

β2refL DHtref

;

B∗ =

DH −DCl

DN a−DCl

+(DOH −DCl)KW (DN a−DCl)CHb2

CHbref

CN abref ; (4.1) C∗ = (DN a+DCl)CN ab

(DN a−DCl)CN abref

+ (DH +DCl)CHb (DN a−DCl)CN abref

+ (DOH −DCl)KW (DN a−DCl)CN abrefCHb

.

Inserindo os n´umeros adimensionais no modelo microsc´opico, obtemos o mo-delo adimensionalizado na forma

                            

∇∗·v= 0,

QL△∗v∗− ∇∗p∗ = 0,

PLN a

∂C∗

N ab

∂t∗ +P eN a∇ ∗

·(CN ab∗ v∗) +·J∗Na= 0, PLH

∂(ΘC∗

Hb)

∂t∗ +P eH∇ ∗

·(ΘCHb∗ v∗) +·J∗H = 0,

∇∗·I

f = 0,

J∗

Na=−(∇∗CN ab∗ +CN ab∗ ∇∗φ∗),

J∗

H =−DbH∗ (∇∗CHb∗ +CHb∗ ∇∗φ∗),

I∗

f =∇∗CN ab∗ +B∗∇∗CHb∗ +C∗∇∗φ∗.

em Ωf, (4.2)

As condi¸c˜oes de interface adimensionalizada s˜ao dadas por

                

v∗·

τ =ULζ∗∇∗φ∗·τ,

v∗·n= 0, J∗

Na·n=Daα1α

1

∂C∗

N ab

∂t∗ +Daβ1β

1

∂C∗

Hb

∂t∗ , J∗

H·n =Daα2α

2

∂CN ab

∂t∗ +Daβ2β

2

∂CHb∗ ∂t∗ , I∗

f ·n = 0.

sobre Γf s, (4.3)

No modelo adimensional (4.2)-(4.3), o n´umero QL quantifica a raz˜ao entre a

for¸ca de viscosidade e o gradiente de press˜ao macrosc´opico no problema de Stokes. O n´umero de P´eclet P ei (i =N a, H) quantifica a raz˜ao entre efeitos convectivo e difusivo.

Por sua vez, os n´umeros de Damkholer Daαi e Daβi (i = 1, 2) quantificam a raz˜ao entre

a adsor¸c˜ao dos ´ıons na interface fluido/s´olido e os efeitos difusivos, e UL =

KErefφref

VrefL

Imagem

Figura 2.1: Descri¸c˜ao da Adsor¸c˜ao de Contra–´Ions na Dupla Camada El´etrica. (Modifi- (Modifi-cado de [31], [33]).
Figura 3.2: Descri¸c˜ao das Rea¸c˜oes de Eletr´olise no Bulk.
Figura 4.1: As trˆes escalas do problema acoplado e aplica¸c˜ao da t´ecnica de homogeneiza¸c˜ao na escala macrosc´opica [30], [31].
Figura 4.2: Dom´ınio Ω ε de uma fam´ılia de modelos ε-pertubado [30].
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