1199100774zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI
vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAv lzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
FUNDAÇÃO GETOLIO VARGAS
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
, • J
-DO SERVIOO SANITÁRIO
DO ESTADO AO CENTRO DE VIGILÂNCIA
SANITÁRIA-Contribuição para o estudo da Vigilância Sanitária
no Estado dê São Paulo
IVOMAR GOMES DUARTEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Fundação Getul;o Vargas •ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E s c .o la d e A d m in is b " a ç ã o ~ ~
d eE m p r e s a s d eS lo P a u lo ~ , . c~ B ib lio te c a ~ '...•).,.•.., ~.•.
Dissertação apresentada ao Curso de
Pós-Graduação da EAESP/FGV à área
de concentração em Administração
Hospitalar e de Sistemas de Saúde,
como requisito para obtenção do
Título de Mestre em Administração.
I
Orientador:
Prof. GONZALO VECINA NETO
1199100774
SÃO PAULO
~COlazyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI', ~.•" :;vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAt.ir ••(:60cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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/vJ'..-EmproS-:is U~ SãoZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAP a u lo[) dIa
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G
IL.t'>2....l~(6 ~ )zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO
DA
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGASzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
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.
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IVOMAR QOMES DUARTE
"DO SERVIÇO SANITÁRIO DO ESTADQ AO
CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA"
" Contribuição para,o estudo da Vigilância
Sanitár~a no Estado de São Paulo
Di~s~rtação apresentada ao Curso de
Pós-Graduação da EAESP/FGV. Área
de Concentração em Administração
Hospitalar e de Sistemas de Saúde,
como requisito para obtenção do tí~
tulo de Mest~e em Administração.
Orientador: Prof. GONZALO VECINA NETO
SÃO PAULO
, "zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
\ ". f)
,
"..•zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
" DO SERVIÇO SANITÂRIO DO ESTADO AÇ)
CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÂRIA"
Contribuição para o estudo da Vigilância
Sanitária no Estado de são Paulo
Banca examinadora:
Prof.Orientador GONZALO VECINA NETO
Prof.
DUARTE, IvomarzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAG" - "DO SERVIÇO SANITÁRIO DO ESTADO AO CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA".Contribuição
para o estudo da Vigilância Sanitá~ia rio Estado
de São Paulo. SÃO PAULO, EAESP/FGV, 19~O, p.
, . "
(Dissertação apresentada ao Curso de
em Administração da EAESP/FGV.,
Ár e a d e C o n c e n t r a çzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã o ;'",Ad m i n i s t r a çã
ó-e Sistemas de Saúde).
Resumo: A Vigilância Sanitári~J enquanto
ativi-MestradoqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
, 'I
Hospitalar
dade sistematizada, tal qual se ~onhece
atual-mente, foi org~nizada recentemente no Estado de
J
São·Paulo.
Muitas das funções e tarefas 'componentes dessa
atividade, desde a criação do Serviço Sanitário
do Estado ~l892), esta~am presentes entre as
atribuição desse órgão e dos que o sucederam, em
bora de modo disperso e 'não sistematizado.
histórica
Apresenta-se aqui a evolução dessa
atividade no Estado de São Paulo, bem como
mos-tra as concepções dominantes da mesma nos
vá-r10s períodos. Propõe uma abordagem . s1stem1ca• A·
para a vigilância e a utilização de
instrumen-tos administrativos visando o aumento da
cons-ciência sanitária da populaç~o.
PALAVRAS-CHAVES: Proteção da Saúde, Polícia
Sa-nitária, Vigilância Sanitária, Monitoração de
R i s c o s à S a ú de, C o n t r o 1 e d e R i s c o s à S a ú de, Cons
A redação de uma monografia constitui uma tarefa solitázyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
. "
~." .
.. ,, .ria, embora sej a o resultado de um trabalho que ezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBArwoIve várias
pessoas.
"\ ,:,
Assim sendo, quero dividir este trabalho com todos aqu~
les que, direta ou 'indiretamente contribuiram na, sua elaboração,
em especial com minha esposa Maria Luiza e minha filha Fernan
da, das quais recebi~ incentivos. e estimulo, e roubei momentos
de convivio.
Ag~adeço
à
Ana Maria Malik e a Gonzalo Vecina Neto, p~CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULÓzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA6·
CAPITULO 7cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Í R O I C E
INTRODUÇÃOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1
REFERENCIAL TEÓRICO 4
EVOLUÇÃO DOS SERVIÇOS DE PROTEÇÃO
À SAÚDE NO ESTADO DE SÃO PAULO
CONCEPÇÕES DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
13
13
62
4.1. Rotinas 69
4.2. Modelos de Atuação _
?2
75
4.3. Modelo Sistêmico
4.4. O Ambiente Externo 79
COMUNICAÇÃO E MARKETING COMO
INS-TRUMENTOS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
86
CONCLUSÕES FINAIS 97
6.1. Abrangência _ 97
6.2~ Municipàlizaç~o _ 99
6.3. Estrutura 100
6.4. Informações _ 101
6.5. Modelo de Atuação _ 102
--LEGISLAÇÃO _ 104
7.1. Legislação Federal _ 104
7.2. Legislação Estadual _ 105
BIBLIGORAFIA _ 113
Í R D I C E D EzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
QUADRO I Estrutura básica do Serviço Sanitário do EstadoZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
e m 1 8 9 1 . . . . 1 6
QUADRO 11 Estrutura básica do Serviço Sanitário do Estado,
conforme a reorganização determinada pelo Decre
to n9
240
de 4 de setembro de1893...
19
QUADRO 111 Estrutura básica do Serviço Sanitário do Estado,
confor~e reorganização determinada pela Lei n9
432
de3
de agosto de1896...
22QUADRO IV Estrutura básica do Serviço Sanitário do Estado
e m 1 9 O 6 . . . . 2 4
QUADRO V Estrutura básica do Serviço Sanitário do EstadozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
..
e m 1 9 1 1 . . . . 27
QUADRO VI Estrutura básica dos Serviços Estaduais de Saú
de Pública em são Paulo em
1918.
30
QUADRO VII Estrutura básica dos Serviços Estaduais de Saúde
Pública em são Paulo em
1938...
40
QUADRO VIII - Estrutura básica dos Serviços Estaduais de Saúde
QUADRO IX Estrutura básica dos Serviços Estaduais de Saúde
Pública em são Paulo, 1948 . 46
QUADRO X Departamento Estadual da Criança, um modelo de
estrutura verticalizada.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
...
50. QUADRO XI Estruturabásica da Secretaria de Estado da Saúde
de são Paulo em 1969 . 52
QUADRO XII Estrutura básica atual da Secretaria de EstadocbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
d a S a u d e . 5 9
QUADRO XIII - Organograma atual do Centro de Vigilância Sanit~zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
rla .•... ~ ~ 6 1
QUADRO XIV Quadro de referência das concepções, missões, ta
refas e instrumentos de Vigilância Sanitária. ,.. 66
"AvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAexplolta.çã.o ca.p~a
é
M-6ombltoMme..n-ú. c.la-Ita, c.oUoc.a.ndo o tnabaihado« numyúvel -in6e1t-Íolt ao da nnch-ina...zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBADe 6ac.to, «sta, na..pvunanen-ú. pM-6-Ív-Í-dade da rMt.vt-ia,é.
C.OMeltvada pelo dono i -impõe-lhe c.o~ ltuguaJtdo.6 no tJr.azel-a -Ín..ú.gltae
btuuu»da, c.oltlt-Íg-indo-lhe 0.6 dualtltanjO.6ie.quando moltlte--d-Ígamo.6aM.ún -- 6ulm.i.na.da pela ple;tholta de 601tç.a
de uma explo.6ão,ou deb-Íl-itada pela.6 v-Íbltaçõu que
lhe gltanulam a 1TU.6c.ula;tuJtade 6eltlto; olt-Íg-Ína..a
m1.-gua Iteal de um du6a..lque, a tA-Í.6tflza de um dec.ltu- _
e..únento da 601ttuna, o .luto -inc.oMolavel de um
dam-no.zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Ao
pa.6.60 queo
opeltalt-Ío, ad.6tA-Íeto a .6alaIt-ÍO.6 ~0.6 deJ7ICt-iAá .6U.a. .6Ub.6.Ú.ftncú1, é. a ma.c.hhza.. que.6e c.OMeltva po« M,e -rm.liM .6UM dõnê»: Itec.alc.a.-M
601tç.a.damen-ú. stoceo, M .6UM molv..ti..M que po« uma
c.ltuel -Í1t0n-Ía
c.ltuc.em c.om o
duenvolv..únento -indU.6-tA-ial --o
pho.6pholt-Í.6mo,o .6a;tu!tn-Í.6mo, hydltaltg-Í-lt-Í.6mo,o
ox.yealtbolt-Í.6mo -- eulta-M c.omo pôde, quando pôde; e quando moltlte, a6-inal, lÍ.6 vezes .6Ub-itamentetJr...i..tultado nM engltena..geM da .6Ua .6~a ~ !RI.i.6
-bem aqu.úthoada,ou len.tamente - UVeltcLi.nhado
pe-lo~ .6aU de c.oblte e de z-Ínéo, paltalyt-ieo del-iltanu. pelo ehumbo,-inehado pelo~ c.ompo~.6 de melteult-Ío, .. MphyX.-iado pelo oxqdo easboniea , utcesado pelo~ ~C.O.6qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAdas pô~ aIt.6en-ieau,devtUtado pe.la
Ultlt-Í-vel emblt~uez petJr..ol-iea ou 6ulm-inado pOI( um c.oup
de plomb - quando ~e extingue, n.útgue.m lhe dá. pela. 6aU:a. na..gltande J7IGt.Ma anonqma: e tac..i..tultna., qu~
eJOO.L!O'LatodM M manhan» á ponra. das 06-Íc.i.na..6."cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
[iJ
cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI N T R O D U C A OzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
As descobertas da ciência nos últimos cem anos e o acele
rado avanço da tecnologia após a Segunda Guerra Mundial,
pro-piciaram ao homem uma grande capacidade de intervenção sobre o
ambiente e sobre as condições de vida no planeta. Entretanto,
esses progressos observados nos campos da ciência e tecnologia
fizeram-se acompanhar de efeitos negativos sobre o ambiente e,
em consequência, sobre a saúde dos indivíduos.
Isto é evidente quando observamos que a industrialização
produz não só o progresso mas também a poluição e os acidentes
dó trabalho; que o hospital oferece, cada vez mais, melhores
condições de tratamento mas gera resíduos contaminantes e a
in-fecção hospitalar; que as radiações contribuem no diagnóstico e
tratamentb de certas doenças e podem gerar outras patologias;
que o processamento químico dos alimentos evita contaminações
e, entre outra~ coisas, garante sua maior durabilidade;
entre-tanto, os resíduos químicos presentes nos alimentos
industria-lizados podem ser nocivos à saúde. Em resumo, o progresso
ma-terial da humanidade, em cada uma de suas etapas, traz
embu-tido riscos à saúde dos indivíduos, riscos esses que devem ser
controlados e preferivelmente eliminados, sem o que não se
jus-tifica tal progresso.
Dentro dessa perspectiva, pode s,e a firmar que saúde
constitui-se num dos aspectos mais evidentes quando da
avalia-ção dos níveis da qualidade de vida de uma dada população,
2zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
econômico e social.
Saúde pode ser conceituada de várias maneiras como ser a
visto posteriormente e, qualquer que seja o enfoque adotado,pe~
cebe-se que não representa um aspecto isolado; ao contrário, e~
tá intimamente ligada a um determinado contexto sócio-cultural.
Do mesmo modo que sua conceituação, os cuid~d~s referen
tes à saúde, entre eles a PROTEÇÃO, - também entendida como con
trole dos fatores de risco -, estão marcadamente determinados
pelo modelo de organização social onde são executados. As ações
visando a proteção da saúde dos indivíduos podem ser encontra
das nas mais diversas atividades, bem como nas várias etapas da
história da espécie humana.
Modernamente, muitas dessas açoes têm sido organizadas e
sistematizadas sob a égide do setor saúde, constituindo-se, con
forme denomina-se em nosso país, na atividade de Vigilância Sa
nitária.
Este trabalho apresenta um estudo das diversas formas
organizacionais, que os serviços de proteção à saúde, instituí
dos pelo Governo do Estado de são Paulo, apresentaram desde sua
origem no final do sé~ulo passado, bem como analisa a
abrangên-cia dessa atividade, presente nos cinco Códigos Sanitários Esta
duais decretados nesse período.
Para tanto, dentre as técnicas metodológicas disponíveis
optou-se pelo levantamento bibliográfico, pela consulta a arqu!
vos e documentos, pela análise de textos e entrevistas com téc
nicos da área.
Na estruturação deste trabalho, inicialmente estabelece
raro-se as principais definições e conceitos relativos à matéria
e ainda os termos de uso corrente durante todo o texto, o que
3zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
No capitulo três estuda-se a evolução organizacional dos
serviços de saúde sob a responsabilidade do Governo do .Estado
de são Paulo desde a sua criação, sendo os serviços e as açoes
-de proteção ~ saúde o problema central focalizado.
O capitulo quatro é dedicado ao estudo das concepções de
Vigilância Sanit~ria, suas rotinas rio Estado de são Paulo, seus
principais modelos de atuação, o levantamento de suas princip~
is relações ambientais e, ainda, refere-se ao estudo da monito
rização dos bens e serviços sob vigilância.
O capitulo cinco refere-se ao estudo da divulgação das
informações relativas ~ proteção da saúde e dos fatores de ris
co, avançando no sentido de propor instrumentos administrativos
para a difusão de conhecimentos e a ampliação da consciência sa
nitária da população.
As conclusões obtidas com o presente trabalho estão apr~
sentadas no capitulo seis, e no capitulo sete, são relacionados
os dí sposí. tivos legais estudados, seguindo-se a bibliografia'con
sultada.
Estas tarefas - a de analisar as diversas etapas históri
cas dos serviços de proteção ~ saúde pública e buscar a sistema
tização da atividade de vigilância sanitária têm sido preoc~
pação constante, nos últimos anos, dos técnicos e especialistas
ligados ao assunto, e é nesse sentido que este trabalho prete~
4zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
~cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
R E F E R E llc ; I A L T E Ó R I C OzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
A Vigilância Sanitária, definida como o conjunto de ações
capazes de diminuir, eliminar ou prevenir riscos à saúde, inte~
vindo sobre os problemas sanitários decorrentes da produção e
circulação de produtos, dos serviços de saúde, similares e em
geral, bem como dos oriundos do meio ambiente, tem como objet!
vo a proteção da saúde da população.
No marco dessa definição, este trabalho delimita a análi
se em quase um século, ou seja, desde 1892, quando da criação
do Serviço Sanitário do Estado de são Paulo, até 1986, quando
da organização do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria
de Estado da Saúde de são Paulo, e propõe-se a oferecer elemen
tos e estudos de situações significativas na evolução organiz~
cional das ações ditas de vigilância sanitária.
No decorrer desse período, as ações de proteção a saúde
foram aof Lst í.oando+se e tornando-se mais complexas, na medida em
que novos conhecimentos científicos e o próprio padrão de desen
volvimento da sociedade assim o determinavam.
Como exemplo simbólico, pode-se citar que, no começo do
século, executavam-se ações de vigilância para o "controle das
amas de 1eites"l, enquanto no presente faz-se a " monitorização
5zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
para controle de radioatividade no leite em pô importado da
~rea de referência de Chernobyl,,2, O que, respeitadas as distân
.cí.as tecnológicas e culturais, representa a preocupação do poder
público no controle sanitário da alimentação infantil.
Tomado o objetivo - PROTEÇÃO DA SAÚDE DA POPULAçÃO - va
mos encontrar ações nesse sentido presentes nas mais variadas
atividades humanas e em diversas tarefas executadas pelo Esta
do, tais como policiamento de trânsito, serviço de bombeiros
tratamento das águas para consumo humano, etc. Embora tais ações
contribuam com os objetivos propostos, não podem ser caracteri
zadas como específicas da atividade de vigilância sanitária.De~
ta forma, dentro da atual estrutura administrativa do governo
do Estado de são Paulo, vigilância sanitária pode ser entendida
tamb~m como o conjunto de ações de proteção ã saúde, que'" saoZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
executadas pelo setor saúde, por~m não exclusivamente por este.
Neste último caso, o setor saúde deve participar como apoio t~E
nico ou ainda como agente normatizador. Por exemplo, na agricul
tura, o setor"saúde 'atuana normatização dos níveis de resíduos de
pesticidas e de defensivos agrícolas, bem como na monitorização
da saúde do trabalhador rural.
O pensamento mais atualizado em termos de vigilância s~
nitária tende a considerá-la como a parte integrante do setor
saúde em cujo âmbito as ações mais específicas de PROTEÇÃO DA
SAÚDE devem-se realizar.
(2) CENTRO BRASILEIRO DE ESTUDOS DE SAÚDE. "Comissão avaliara radioativi
dade dos alimentos". Saúde em Debate n9 19, Rio de Janeiro,
6zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
As açoes relacionadas com a saGde est~o d~stribuId~s'nos
vários setores da sociedade (fornecer urna refeição e fornecer
saGde), cabendo a um especifico, o "setor saúde" 3, que pode ser
definido corno o conjunto das entidades prestadoras de assistên
cia médico-hospitalar, ambulatorial e de urgência, assistência
odontológica, psicológica e atividades paramédica~, ~ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAas açoes
de saúde coletivas; a indGstria farmacêutica; a indGstria de
equipamentos médico-hospitalares e de laboratório; e os centros
de pesquisa, desenvolvimento e formação de pessoal; a respons~
bilidade por essas açoes.
Importante diferenciar-se vigilância sanitária de saúde
pGblica, seRdo aquela parte integrante desta.
Assume-se aqui o conceito de WINSLOW (1920), sendo "saú
de pública a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vi
da e desenvolver a saúde física, mental e eficiência, azyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtr av e s
de esforços organizados da comunidade para o saneamento do meio
ambiente, o controle de infecções na comunidade, a organ1zaçao
.
-de serviços médicos e paramédicos para diagnostico precoce e o
tratamento preventivo de doença, e o aperfeiçoamento da máquina
social que irã assegurar a cada indivíduo, dentro da comunidade,
um padrão de vida adequado ã manutençao da saúde"~
(3) Cf. SINGER, Paul et alii. "Prevenir e Curar". O Controle Social atra
vés dos Serviços de Saúde. Rio de Janeiro, Forense Universitária,1981 p , 9-16.
(4) WINSLOW, C.E.A., The Unti11ed Fie1ds of Pub1ic Health.
Science n9 51, 1920. Citado em: LEAVELL, H.R. & CLARK, E.G.
7zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, "saúde e
um estado de completo bem estar físico, mental e social,zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAe nao
-apenas ausência de doença ou enfermidade"S,- definição de tal mo
do abrangente que resulta em uma grande indefinição.
Até o surgimento dessa definição da OMS, muitos dos con
ceitos de saúde se faziam direta ou indiretamente em contrapos!
çao com a definição de doença.
O pesquisador norte-americano George Rosen definiu saúde
da seguinte forma: "O termo saúde, quer se refira ã boa ou
-
amá, designa um estado dinâmico de um organismo, resultante da
interação de fatores internos e ambientais, que se dá em um ce
nário espaço-tempora1"S.
As concepções predominantes à época, bem como a ideólo
gia dos vários estudiosos do assunto, propiciaram o surgimento
de várias definições de saúde, em sua grande maioria marcadas
pela subjetividade. Assim, temo:s definições utópicas, holísti
cas, românticas, algumas impregnadas de um naturalismo em ascen
sao e outras marcadas pela análise social.
Em nosso meio, CHAVES propõe uma definição "sistêmica" ,
onde "saúde e-um estado em que o indivíduo tem o vigor físico
para o desempenho das atividades normalmente esperadas dos indi
viduos de sua idade, não apresenta alterações na estrutura ou
no funcionamento de seus subsistemas tôrgãos e aparelhos) que
causem, dor ou desconforto ou possam ser origem de doença, e man
tem harmonia e equilíbrio em suas funções mentais .s ú fi.c i.e nte s
(5) ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAOnE, "Documentos.básicos", Genebra, O.M.S.
269 Edição, 1976, p.l.
(6) ROSEN, George. "Da Polícia Medica a Medicina Social". Rio de Janei
8zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
para uma vida normal de relações com seus semelhantes,
7
da cultura a que pertence" .
dentro
Assim, assumiu-se anteriormente o conceito de saúde
blica de WINSLOW como primeira delimitação da temática em estu
do. Como o escopo deste trabalho está no campo da PROTEÇÃO DA
SAÚDE, cabe. aqui,o estabelecimento dos conceitos relacionados
com a atividade de vigilância sanitária, com os quais trabalharzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
..
se-a.
O NESP - Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universi
dade de Brasília define Vigilância Sanitária como sendo "o con
junto de ações capazes de diminuir, eliminar ou prevenir riscos
e intervir sobre os problemas sanitários decorrentes da prod~
ção e circulação de produtos, serviços e do meio ambiente, obj~
tivando a proteção da saúde dos trabalhadores e da população em
geral,,8.
Encontra-se também no manual "Terminologia Básica em
Saúde", editado pelo Ministério da Saúde, a definição de Vig.!
lância Sanitária como sendo "o conjunto de medidas que visam
elaborar, controlar a aplicação e fiscalizar o cumprimento de
normas e padrões de interesse sanitário relativos a portos, ae
roportos e fronteiras, medicamentos, cosméticos, alimentos, sa
neantes e bens, respeitada a legislação pertinente, bem como o
.•. , f" 1 1 . -d ,,9
exerCiCiO pro iSSlona re aCionado com a sau e .
(7) CHAVES, Mario M. "Saúde e Sistemas". Rio de Janeiro, Editora F.G.V.
39 edição, 1980. p.57
(8) NUCLEO DE ESTUDOS DE SAODE PUBLICA DA FACULDADE DE CI~NCIAS DA SAODE
DA UNIVERSIDADE DE BRASíLIA. In: "ANTEPROJETO DA LEI ORGÂNICA DO
SISTEMA ONICO DE SAUDE" Brasília, 1989 (mimeo). p.3.
(9) SECRETARIA NACIONAL DE AÇÕES BÁSICAS DE SAÚDE. MINISTÉRIO DA SAUDE.
9zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
Do contraste de tais definições - uma ampla, abrangendo
quase toda a vida social - e outra burocrática e cartorial, p~
de-se, entretanto, encontrar como ponto comum a necessidade de
um poder arbitral (poder regulador) que possibilita a execuçao
do conteúdo dessas definições.
o conjunto das ações e procedimentos inerenteszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà ativi
dade de vigilância sanitária, face à extensão e abrangência,bem
como as implicações sociais que delas resultam, é
históricamen-te regulado pelo Estado através das leis, decretos, por~a~tas,
normas, etc. Além da regulação estatal, alguns assuntos pert!
nentes
à
matéria sao também objetos da auto-regulação corporat!va, por exemplo, através do CONAR - Conselho Nacional de
Auto-Regulação Publicitária, de regulação associativa, através da
A.B.N.T. - Associação Brasileira de Normas Técnicas, e mediante
códigos de ética adotados por entidades de regulação profissio~
nal.
Segundo DALLARI, "Estado
e
ordem jurídica soberana, quetem por fim o bem comum de um povo situado em determinado terri
- . " 10 - dí d
tor10 • Para efeito deste trabalho, Estado e enten ~ o como
organismo politico-administrativo detentor dos poderes polit!
cos de um pais nos niveis federal, estadual e municipal, o que,
resumidamente, pode ser denominado como PODER POBLICO.
Segundo NUNES, "Poder Público
e
o conjunto dos-
orgaos-por meio dos quais o Estado e outras pessoas públicas
suas funções específicas"ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1 1
exercem
CIO) DALLARI, D.A. "Elementos de Teoria Geral do Estado"
são Paulo, Saraiva, 119 edição, 1985. p.104
r
i i i NUNES, P. "Dicionário de Tecnologia Jurídica". VoL 11, Rio deneiro, Freitas Bastos, 89 edição, 1974. p . 944 - 945.
10
A intervenção do Estado, no conjunto de açoes e medidas
de vigilância sanitária, fundamenta-se no poder de polícia, que
pode ser entendido corno o conjunto de atribuições que lhe cor
respondem para a promoção do bem-estar geral por meio de restri
ções e regulamentações dos direitos do indivíduo ou de grupos ,
garantindo os interesses coletivos e harmonizando as contradi
çoes sociais e econômicas.
Segundo CR:ç:TELLAJUNIOR, "Poder de polícia
ê
a faculdadeda administraç~o de limitar a liberdade individual ou coletiva,
em prol do interesse público"zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA12
Quando da execução de tarefas corno o licenciamento," a
fiscalização, entre outras, a ação estatal baseia-se na legisl~
ção vigente e principalmente no que se convencionou chamar de
Código Sanitário.
De acordo com a terminologia jurídica, entende-se por
Código Sanitário o conjunto de normas, padrões e procedimentos
administrativos que visam à prevençao, proteção e promoçao da
saúde, estrúturado e capitulado em umZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtexto-base ordenado.
Código Sanitário pode significar também o conjunto de
atos normativos do m~smo ou de diferente"nível de hierarquia le
gal, com ou sem vinculação ou articulação expressa. Tal defini
çao, embora distinta da terminologia jur1dica, é de uso corren
te entre os técnicos e agentes de vigilância sanitária.
Neste estudo, a expressa0 "Código Sanitário" deverá ser
entendida corno referindo-se a um texto básico e
ã
legislação(12) CRETELLA JUNIOR, J. "ConceízyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtuaçao do poder de polícia".
Temas de Direito Administrativo. Revista do Advogado, n9 17.
11zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
complementar (correlata ou concorrente), bem corno a outros atos
normativos pertinentes à matéria (portarias, normas, etc.), vi
gentes em determinado momento.
Embora o que hoje denominamos de vigilância sanitária
tenha, no século XVIII, quando do inIcio da sistematização dos
assuntos pertinentes à "Higiene Individual e Coletiva,", segundo
ROSEN13, assumido o caráter de "PolIcia Médica" ou ainda de tIpo
lIcia Sanitária", com o próprio desenvolvimento industrial foi
adquirindo novas caracterIsticas (novas missões) derivadas de
concepções emergentes para sua prática. Sem contudo, abandonar
as concepçoes anteriores, a vigilância sanitária, no Estado de
são Paulo,foi progressivamente incorporando essas novas miszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-soes, com as novas tarefas a elas inerentes.
Porém, ao contrário do que se poderia esperar, a incor
por ação de novas missões não se deu com o abandono de missões
anteriores, já consolidadas e rotinizadas. As novas missões fo
ram se agregando às anteriores de tal modo que, hoje, encontra
-se no centio de Vigilância Sanitária do Estado de são Paulo, a
convivência das várias concepções da atividade, corno sera vis
"
to e discutido-no capitulo quatro.
Nesse longo perIodo, ou seja, desde 1894, quando da de
cretação do
19
Código Sanitário no Estado de são Paulo, as formas de intervenção do poder público na PROTEÇÃO DA SAúDE DA PO
PULAçÃO, guardadas as peculiaridades das épocas, permaneceram
praticamente as mesmas, a saber:
12cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 . Regulação do exercicio das profissões ligadaszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
saúde,bem como controle desses profissionais;
2 . Regulação, através de leis, decretos e ~egulamentos,
das relações entre os produtores e os consumidores
de bens e serviços, inclusive os denominadosZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAde saúde;
3 . Regulamentação de habitações, parcelamento do solo,
meio ambiente, potabilidade das águas e edificações;
4 . Regulamentação da saúde do trabalhador e normas refe
rentes ao ambiente do trabalho;
5 . Divulgação de principios gerais e conhecimentos médi
co-sanitários
à
população.Em nosso pais, onde as ações de saúde, inclusive as de
saúde coletiva, sempre estiveram pulverizadas em várioszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAorgaos~
-ou repartições nas três esferas do Poder Executivo - federal,
estadual e municipal - sem coordenação e dispersas devido' a
pressoes e interesses variados, as ações de vigilância sanitá
ria nunca ~oram prioritárias, nem mesmo dentro do setor saúde.
Como será mostrado adiante, no estudo da evolução dos
serviços de proteção ~ saúde no Estado de são Paulo, pode-se ob
servar, ao longo do tempo, uma distância muito grande entre as
concepçoes e os objetivos desses serviços em relação às suas es
13
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA~ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
E V O lo c A o D O S S E R V lC O ScbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAI E P R O T E tA o
A
S A ú I E N O E S T A D OI EsA o
P A lL ONeste capItulo serao investigadàs as vãrias.etapas pel~s
quais passaram os'órgãos de proteção
,ã
saúde, desde o
Serviço
Sanitãrio do Estado até o atual Centro de Vigilância
Sanitária
do Estado de são Paulo, com destaque nos movimentos de
centra
lização e descentralização administrativa, e também nos
vãrios
Regulamentos e Códigos Sanitários.
Cornoherança da colonização portuguesa, alguns
traços
culturais cuja origem remontam
ã
vinda da Família Real ao
Bra
sil, em 1808, penetraram na administração pública brasileira.Po
demos destacar entre eles a burocratização, o formalismo
e
a
centralização administrativa.
A crItica
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAã
centralização da administração pública bras!
leira remonta ao período imperial, pois já em 1862, o
Visconde
do Uruguay 9bservava tal situação:
" A absor-ção da gerência de todos os interesses
ainda secundarios e locais pelo governo cen
traI mata a vida nas localidades, nada lhes
deixa fazer, perpetua nelas a indiferença e a
ign0rância de seus negócios, e fecha as po~
tas da única escola em que a população pode
aprender, habilitar-se praticamente para g~
. _. _. ,,14
r1r os negoc1os pub11cos
:(1.4) VISCCNDE DO URUGUAY, citado em MASCARENHAS, R.S. "Contribuição para o estudo da Mminis tração Sanitâria Es tadual em são Paulo". Faculdade de Saúde Pública da Universidade de são Paulo.
14
"Em seu trabalho "A Hist6ria da Saúde Pública no Estado
de São Paulo", MASCARENHAS15 afirma que os serviços de saúde pú
vlica do Império passaram por três fases distintas:cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a . Centralização absoluta segundo a tradição colonial
até 1828;
b . Descentralização absoluta ficando a cargo das
muni-cipalidades de 1828 a 1850;
c . Centralização a partir de 1850 com órgãos centrais,
provinciais e municipais, sendo os últimos
subordi-nados ao primeiro.
Segundo o mesmo autor, no período de descentralizaçãõ ab
soluta muito pouco foi feito em termos sanit~rios, resultando
em experiências localizadas em alguns poucos municipios que
de-cretaram regulamentos sanit~rios e efetuaram algumas ações
re-lacionadas com a proteção do meio ambiente, lixo e ~gua
pot~-vel. 11;)
Com o golpe militar de 15 de novembro de 1889, : que
ins-taurou a República, e com a promulgação da Constituição Republl
cana de 1891, definindo as competências dos Estados, têm início
os Serviços Estaduais de Saúde Pública.
De acor-dozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAcom" as Disposições Transi t o r ias da Consti
tui-ção Republicana, o Decreto Federal nº 438, de 11 de julho de
1891, vem regular a transferência dos serviços locais de saúde
para os Estados j~ constituídos, permanecendo entretanto, como
atribuição federal, a polícia sanit~ria dos postos e
frontei-rasozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
o
Decreto Estadual nº 50, de 28 de abril de 1890, que"fixa a despesa e orça a receita do Estado de São Paulo para
(15)MASCARENHAS, R.S. "Hist6ria da Saúde Pública no Estado de São Paulo". Rev. Saúde Pública, São Paulo (7) 433-46, 1973.
15
o exercício de 1890 e 1891", autoriza em seu Artigo 89, Parágr~
fo 49, o Governador do Estado a organizar uma repartição de hi
giene, expedindo regulamento e criando cargos, bem como autori
zando a criação de uma farmácia para o atendimento de quem dela
necessitasse. Ainda em 1890, o Governador do Estado, através do
Regulamento n9 2, de 18 de julho de 1890, criou e regulamentou
a Farmácia do Estado de são Paulo.
Conforme a Lei Estadual n9 12, de 28 de outubro de 1891,
é criado o "Serviço Sanitário do Estado", que será desempenhado
por um "Conselho de Saúde Pública" e"Inspetoria Geral de Higi~
ne", ligadoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
Secretaria do Interior do Governo do Estado desão Paulo (vide Quadro I).
O
Decreto Federal n9 666, de 14 de novembro de 1891, d~.clara desligada da Administração Federal a "Inspetoria de Higi~
ne do Estado de são Paulo" (que existia no Estado desde 1866)
cuja estrutura e funções passam a integrar-se ao recém-criado ,
"Serviço Sanitário do Estado".
A Lei Estadual n9 15, de 11 de nove~bro de 1891, que fi
xa o orçamento do Estado, em seu Artigo 34 determina que o Go
verno reorganizará o Serviço Sanitário do Estado. E, através da
Lei n9 43, de 18 de julho de 1892, regulamentada pelo
n9 87, de 29 de julho de 1892, o Serviço Sanitário do
foi estruturado, bem como definidas suas funções.
Decreto
Estado
O Decreto n9 87, de 29 de julho de 1892, regulamentava
a Lei n9 43, de 18 de julho de 1892, quanto
à
organização doServiço Sanitário do Estado. Tal Decreto denominava-se "REGULA
MENTO DE HIGYENE", composto de 15 capítulos e 78 artigos, e con
tinha elementos e regulamentos que foram incorporados no 19 Cõ
digo Sanitário. Tal regulamento delimitava pela primeira vez as
S E R V iÇ O
S A N IT Á R IO
D O
E S T A D O
D E
S Ã O
P A U L O
(1 8 9 1 )
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAQUADRO /zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
SECRETARIA
CONSELHO DE DO
SAÚDE PÚBLICA INTERIOR
I
HOSP(CIO
DE D IR E T O R IA
ALIENADOS
D E
H IG IE N E
.
I
I
I
I
I
1
DELEGADOS
INSTITUTO LABORATÓRIO DE SAÚDE LABORATÓRIO LABORATÓRIO ENGENHEIRO
.
-CAPITALDE - SANTOS
ANÁLISES
VACINOGÊNICO BACTERIOLÓGICO - OUTRAS FARMACÊUTICO SANITÁRIO
CIDADES E CLíNICAS
- VILAS
17
quatro seçoes:
1. Capital
2. Santos e Campinas
3. Demais cidades
4. As vilas
Definia, também, atribuições dos delegados de higiene da
capital e do interior, referentes a:
1. Saneamento do meio ambiente;
2. Controle das doenças endêmico-epidêmicas;
3. Fiscalização das profissões médicas, farmacêuticas,
barbeiros, obstetrícia e arte dentária;
4. Farmácias, drogarias e lojas de material cirúrgico;
5. Polícia Sanitária.
Pelo regulamento, a Polícia Sanitária "terá por fim pr~
venir e reprimir os abusos que possam comprometer a saúde públi
ca".
Em 28 de fevereiro de 1893, através do Decreto n9 159,
foi aprovado' o Regulamento do Laboratório de Análises Químicas,
cujo objetivo era "a análise e exames de alimentos, bebidas e
drogas e de qualquer'~at~ria cujo conhecimento pode ser de uti
lidade". Esse regulamento trazia alguns elementos e
definições de um código de alimentos.
Através da Lei n9 240, de 4 de setembro de 1893, o Serv!
primeiras
ço Sanitário do Estado de são Paulo foi reorganizado, tendo s!
do transferidas algumas de suas atribuições âs municipalidades.
O custeio das ações de saúde pública executadas pelas municipa_
lidades dava-se por conta do tesouro municipal, podendo o Gove~
no Estadual subvencionar aquelas que demonstrassem insuficiên
18
" Ar ti g o 3qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAQ: O G over n o f a r á pu b 1 i c a r ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
cs
di g oS!:nitario e distribuirá a todas as municipa1id!:
des do Estado exemplares do mesmo, com o fito
de difundir o conhecimento dos princípios g~
rais de higip..ne pública administrativa".
A Lei n9 240 regulamentava as diversas repartições ~
Serviço Sanitário do Estado (vide Quadro 11), e merecem desta
que um artigo e um parágrafo:
" Ar ti g o 46 - P a r a g r a f ozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA3: O G over n o e x p e d ir a r~
gu1amentos para todos os serviços de desinfec
ção e isolamento e este regulamento devera ser
fielmente executado por todas as
municipalida-des".
" Artigo 51 - Em epocas anormais, quando funcio
narem os hospitais o Governo contratara pe~
soa1 clínico e administrativo que for necessa-cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
. " 1 7
rIO •
Nos artigos 53 a 98, a Lei n9 240 regulamentava pela pr!
meira vez em nível estadual o "exercício da medicina, farmácia,
obstetrícia e arte dentária", e nos Artigos 99 a 103 definia os
procedimentós administrativos de intimação, escrituração e mul
tas.
o Servrço Geral de Desinfecção teve seu regulamento apr~
vado através do Decreto n9 219, de 30 de novembro de 1893. Esta
belecia normas para: desinfecções domiciliares, desinfecção das
estações, isolamento domiciliar de doentes com moléstias trans
missíveis, condução de doentes e transporte de cadáveres. Defi
nia também regras de atuação, fórmulas de soluções
desinfectan-tes, bem como estabelecia escala de prontidão de desinfectado
QUADRO 11zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
SERViÇO SANITÁRIO DO ESTADO DE
szo
PAULO
(I893)
SECRETARIA DO INTERIOR
~
,
I
HOSP(CIO LA BORATORIO
DE DIRETORIA QUíMICO E
ALIENADOS DO ENGENHEIRO FARMACEUTICO
-SERVIÇO CONSULTOR DO ESTADO
SANITÁRIO
.
.
I
I
I
I
1 ILABORATORIO
SEÇÃO
DE 12 SERViÇO
INSTITUTO INSTITUTO DE HOSPITAIS
ANÁLISES
INSPETORES GERAL ESTATlSTICA DE
BACTERIOLÓGICO aU(MICAS VACINOGÊNICO DE
DEMOGRAFO-E SANITÁRIOS DESINFECÇÕES ISOLAMENTO
BROMATOLOGICAS SANITÁRIA
20
res e cocheiros.
O Decreto n9 233, de 02 de março de 1894, que estabelece
oZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBACódigo Sanitário, possuía 520 artigos, regulamentando os se
guintes assuntos:
- Ruas e praças públicas;
- Das habitações em geral;
- Das habitações coletivas;
- Hotéis e casas de pensões;
- Habitações das classes pobres;
- Das habitações insalubres;
- Fábricas e oficinas;
- Escolas, teatros;
- Alimentação pública;
- Padarias, botequins e restaurantes;
- Açougues, mercados e matadouros;
- Abastecimento de água;
- Cocheiras e estábulos;
- Cas~s de banho, barbeiros e cabeleireiros;
- Lavanderias públicas;
- Latrinas e mictórios públicos;
- Esgotosi
- Hospitais e maternidades;
- Acidentes navutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAruai
- Necrotérios, cemitérios e enterramentos;
- Precauções imediatas contra moléstias epidêmicas e
transmissíveis;
- Vacinação e revacinação.
O Decreto n9 266, de 31 de outubro de 1894, determinou o
21
mas para o funcionamento desses hospitais no Estado de são Pau
lo.
Em 1896 o Serviço Sanitário do Estado passa por novas mo
dificações (vide Quadro III), através da Lei n9 432, de 03 de
agosto de 1896, que altera os seguintes pontos:cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 . Autoriza o Governo do Estado aZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAintervir nos Serviços
Sanitários Municipais;
2 . Reafirma o Código Sanitário de 1894, e determina a
difusão dos mesmos para as municipalidades;
3 . Reorganiza administrativamente o Serviço Sanitário;
4 . Cria um Posto Quarentenário para a observação e desin
fecç~o de imigrantes entre o Porto de Srin{os e a Cap!
tal;
5 . Detalha as condições do exercício da Medicina, Farmá
cia, Obstetrícia e Arte Dentária;
6 . Regulamenta as drogarias e lojas de instrumentos ci
rúrgicos.
O Decreto n9 394,. de 07 de outubro de 1896, aprova o re
gulamento do Serviço Sanitário que, entre outras coisas, define:
1 . Atribuições do Serviço Sanitário geral;
2 . Atribuições do Serviço Sanitário municipal;
3 . As relações entre Estado e Município;
4 . A Polícia Sanitária;
5 . A divis~o do Estado em Distritos SanitáriosvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAi
6 . A uniformizaç~o das ações sanitárias municipais;
7 . Regulamenta novas repartições do Serviço.
Em seu Artigo 39, define como atribuição do Serviço Sani
tário do Estado:zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
11 ArzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAtí.go 39 - A execução em todo o terri tório do
S E R V iÇ O S A N IT Á R IO D O E S T A D O
D E
S Ã O P A U L O
(1 8 9 6 )
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAQUADRO 111zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
sossfcro DE
ALIENADOS
SECRETARIA
DO
INTERIOR
DIRETORIA
DO ENGENHEIRO
SERViÇO r- CONSULTOR
SANITÁRIO
SECRETARIA r-zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1
1
1
I
I
I
1
LABORATÓRIO
SEÇÃO DE LABORATÓRIO
DE DISTRITOS SERViÇO HOSPITAIS
INSTITUTO
ANÁLISES INSTITUTO GERAL ESTATíSTICA
QUíMICO
SANITÁRIOS DE
BACTERIOLÓGICO QUíMICAS VACINOGENICO DE DEMÓGRAFO- E
EzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
(30) DESINFECÇÃO SANITÁRIA ISOLAMENTO FARMACEUTlCO
BROMATOLÓGICAS N
N
23
defensiva, como as que tenham por fim a ins
tituição de rigorosaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAvigilância sanitária, a~
sistência hospitalar, isolamento e
ção".
A utilização da expressa0 "vigilancia sanitãria"pela pr,!
desinfec
meira vez na legislação sanitária estadual merece a observação de que
seu significado, naquela ocasião, era bastante res~r~to, ligado
basicamente ao controle de moléstias de notificação ou interna
ção compulsória. As atividades da época que correspondemzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
à
vig,!lância sanitária atual eram: polIcia sanitária, fiscalização sa
nitária e da alimentação pública.
O regulamento do Serviço Sanitário do Estado de 1896 ini
cia um movimento de centralização para o âmbito estadual, atra
vés da uniformização das ações municipais, dos Distritos
Sani-tários e das novas relações entre os serviços municipais e o es
tadual; reduzindo a autonómia nas questões sanitárias que os mu
nicípios haviam adquirido em 1892 e 1893. A autorização para in
tervit nos Serviços Sanitários Municipais é decisiva nesse senti
do.
Até 1905, as reformulações e alterações no Serviço Sani
tário não apresentaram nada de relevante sob o ponto de vista
deste estudo.
Em 19 de julho de 1905, através do Decreto n9 1294, foi
baixado o Regulamento do Serviço de Inspeção das Amas de Leite
e o de Atendimento a lactentes filhos de indigentes.
Nos últimos anos do século XIX e nos primeiros do século
XX, o Estado de são Paulo enfrentou graves problemas de saúde
pública, tais como: a ocorrência de febre amarela, escarlatina,
ancilostomiase, cólera, febre tifõide, variola, lepra, malária,
S E R V iç o
S A N IT Á R IO D O E S T A D O D E
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAS~O
P A U L O
(1 9 0 6 )
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAOUAORO IV
SECRETARIA DO INTERIOR
HOSPÍCIO DE ALIENAOOS
SECRETARIA
-DIRETORIAzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
DO
SERViÇO
SANITÁRIO
ENGENHEIRO CONSULTOR
I
i
I
I
I
JI
I
I
LABORATÓRIO LABORATÓRIO SECÇÃO DE SERVICO INSPECCÕES SERVICO DE
INSTITUTO INSTITUTO INSTITUTO HOSPITAIS
QUíMK:O DE ANÁLISES ESTATíSTICA GERAL DE PROFILAXIA E
DE
E BACTERIOLÓGICO QUíMK:AS E VACIN06ÊNK:O SÉRUMTERAPlCO DEMÓGRAFO- DE AMAS DE TRATA"'ENTO FARMACÊUTICO BROMATOLÓGICAS SANITÁRIA DESINFECCÕES ISOLAMENTO LEITE 00 TRACOMA
I
I
I
I
DISTRITO DISTRITO DISTRITO DISTRITOS SANITÁRIO SANITÁRIO SANITÁRIO SANITÁRIOS
DA DE DE DE
CAPITAL SANTOS CAMPINAS 11 CIDADES
I
I
I
13 4 3 ~N
ClRCUNS- CIRCUNS- CIRCUNS-CRIÇÕES CRlÇÕES CRICÕES
SAMTÁRlAS SANITÁRIAS SAMTÁRlASvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA r
25
A abolição da escravatura pouco malS de urna década antes,
as imigrações européias maciças e o início dO ciclo do cafe,com
a abertura de novas areas de colonização e fazendas, e ainda a
implantação de terrOVlas no interior do Estado, contrlbuiram p~
ra o agravamento do quadro sanitário ate então existente.
Corno resposta, o GovernozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAdo Estado"tomou,· no período, as
seguintes medidas:
- Cria e regulamenta o Laboratório de Análises Químlcas,
para análise dOS gêneros aiimenticios, sUbstâncias qui
micas, farmacêuticas e medicamentos;
- Cria e regulamenta o Serviço Geral de Desinfecções;
- Cria e regulamenta o Instituto Bacterioiógico;
- cria e reguiarnenta o Instituto Vacinogênrico;
- Regulamenta o HospIcio dos Allenados do Juqueri.
EmzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA27 de janeiro de 1906, o Decreto n9l343 Olvide o ~s
tado de são Paulo em 14 Distritos Sanitarios, dispõe a respeito
da poli~la sanitária e amplia as atribuições do Serviço Sanitá
rio dO Estado .(vide Quadro IV). Nesse ano, é criada, ainda, a
Comissão de Profi.Laxia e Combate ao 'l'racoma.
Nos anos que se seguem, ocorrem poucas al~erações no Ser
viço Sanitário dO Estado, nos aspectos de interesse deste traba
lho.
Através do Decreto nv.2141, de 14 de novembro de 1911, é
reorganizado o Serviço Sanitário do Estado e aprovado o
Regula-mento do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo.
Esse regulamento, que a rigor é o 2º Código Sanitário do
Estado, definia:
1. As divisões do Serviço Sanitário;
2~ As relações dos Serviços Municipais com o serviço ge
26zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
'3. A organização do Serviço Sanitário do Estado;cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
4 . As atribuições dos funcionários do Serviço Sanitário.
Por esse decreto, é criada a Seção de Engenharia Sanitá
ria, a qual constitui a primeira repartição do Estado com o ob
jetivo de atuar e intervir ~o espaço urbano sob a ótica da sau
de seletiva (vide Quadro V). Acrescente-se que desde a criação
do Serviço Sanitário do Estado, já existia o cargo de engenhe!
ro sanitário com atribuições nessa área.
Regulamentava em 496 artigos os seguintes assuntos:
- Inspeção médico-sanitária das escolas;
- Inspeção das farmácias, drogarias, laboratórios, fábri
cas de produtos químicos e farmacêuticos e casas de
instrumentos cirúrgicos;
- Fiscalização dos gêneros alimentícios e das
e oficinas em geral;
- Da polícia sanitária;
- Do exercício da medicina, obstetrícia, da arte dentá
fábricas
ria e da arte farmacêutica;
- Das farmácias;
- Dos mercados, matadouros e açougues;
- Das fábricas de carnes preparadas e ensacadas, e prod~
tos congeneres;
- Das padarias;
- Das fábricas de bebidas;
- Dos restaurantes, confeitarias, leiterias, cafés e bo
tequins;
- Das quitandas e depósitos de frutas;
- Das habitações em geral;
QUADRO VZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
S E R V iÇ O S A N IT Á R IO D O E S T A D O D E S Ã O P A U L O
(I9 1 1 )zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
SECRETARIA DO INTERIOR
r
DIRETORIA 1-I INSTITUTO BACTERIOLÓOICO I DE ALIENADOS 1 LABORATÓRIO DE ANÁLISES QUíMICAS E BROMATOLOOICAS INSTITUTO VACINOGENICO GERAL DO SERVICO SANITÁRIO DELEOADOS DE SAÚDEzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA1
SECRETARIA I SECCÃO DE ESTATÍSTICA DEMÓGRAFO-SANITÁRIA I SECCÃO DE PROTECÃO À PRIMEIRA INFÃNCIA SECCÃO 00 DESINFECTÓRIO CENTRAL LABORATÓRIO INSTITUTO SECCÃO DE ENGENHARIA SANITÁRIAI 1 I I
INSPETORES COMISSÃO COMiSSÃO INSPETOR INSPETOR COMISSÃO INSPETOR
SANITÁRIOS SANITÁRIA SANITÁRIA SANITÁRIO UNITÁRIO SANITÁRIA SANITÁRIO
DA DE DE DE DE DE DE
CA PITU SANTOS CAM~INAS TAUSATE QUARATlNOUETÁ RIBEIRÃO PRETO ITAPETININGA
FARMACEUTICO SORDTERÁPICO
DECRETO NvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA92/4/ DE /4 DE MJVEMBRO DE /9//
28
- Dos esgotos, latrinas e mictórios;
- Dos banheiros, pias e lavabos;
- Dos barbeiros, cabeleireiros e casas de banho;
- Dos hospitais, maternidades e casas.de saúde;
- Dos teatros e casas de diversão ou de reuniões;zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-
Das lavanderias públicas;-
Dos estábulos e estrebarias;-
Dos necrocômios ou asilos mortuários;-
Dos necrotérios e cemitérios;- Dos enterramentos, exumações e cremaçoes;
- Do abastecimento de água das cidades;
- Da profilaxia geral das moléstias transmissíveis;
- Da profilaxia específica das moléstias transmissíveis;
- Das infrações. Das multas e sua cobrança. Dos recursos.
O CapítulozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA11 do Regulamento, que trata das relações do
Serviço Sanitário do Estado com os Serviços Municipais, aprofug
da a relação de subordinação que o Governo Estadual impõe aos
municípios,' quando as competências destes são devidamente deli
mitadas pelo Estado e ainda obrigados a remeter
ã
Diretoria Geral do Serviço Sanitário do Estado,. "boletins mensais dando con
t a e x a ta d o e s ta dos a ni t
ã
r io dom uni cr
pio " (Art. 49 § 29).Tais modificações no Serviço Sanitário e o seu novo reg~
lamento foram aprovados (ratificados) pela Lei n9 1310, de 30
de dezembro de 1911.
O novo governo do Estado de são Paulo, através da Lei n9
1596, de 29 de dezembro de 1917, introduz as seguintes modifica
çoes:cbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
1 . Reorganiza o Serviço Sanitário do Estado;
2 . Introduz o CQDIGO SANITÁRIO RURAL (dos Artigos 258 a
3. Refo~mul~
alguns dispositivos
do código sanitãrio
em
vigor.
Embora os Códigos Sanitários
anteriores
tenham regulado o
assunto, surge nesta lei a melhor redação,
até então, no que
se
refere ao controle da poluiç~o' do ar. Tal artigo
foi mantido
in-tegralmente no Código Sanit~rio
de
1918.
Diz o texto da lei:
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAII Artigo 87 - É proibida a produção de fumaça
exceSSiva ou carregada de fagulhas e cinzas,
de tal modo que incomode os habitantes
ViZi-nhos, prejudique as suas habitações ou viciezyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
a a t111o sfe r a u r ba na. T a i s i nco n ve.n ie n tes , de v c
rüo ser co r rLg id o s pelo Le v a n t zuucntc das ch a>
mio~s, no lIIioimo, dois metros acima da cumlel
ra 1IIa i sal ta, e1IIu 1IIa c i rc,u,o1:.e rência d e r a i o de
50 metros; pelo lIIelhoralllento da combustão, e
pelo emprego de dispositivos fuwivoros'i.
o
Artigo n9 354 dessa Lei diz:
II Artigo 354 - Continuam em vigor todas as dis
posições do Re g uLam c ntc n9 21'11 p de 14 de
no-vembro de
1911,
e mais Leis referentes ao Serviço Sanitirio que n~o forem explicita ou
im-plicitalllente contrárias a esta Le i!",
o
Artigo n9 355 dessa Lei diz:
11 Artigo 355 - O goverllo cOllsolidara todas <JS
disposiç~es relativas ao Serviço Sanitario c
11 H Pli I> I ic 11rií c 0111 /I LIl! 11 U111i11/J <;Üo LIo Cóti i!; () tário".
I' •
•,11111
Em
9de abril de
1918,através do Decreto
~AÇI 2918,o
Go-verno Estadual baixa o terceiro C6digo Sanitãrio.
No corpo do
re-ferido decreto constava
a reorganização
do Serviço Sanit~rio
do
Estado,
(vide Quadro
VI)mantendo
as competências
do Estado e
MunicIpios
nos mesmos nIveis
de
1911.QUADRO VIzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA DIRETORIA 8ERAL 00 ENSINOzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA TZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
S E R V iÇ O S E S T A D U A IS D E S A Ú D E P Ú B L IC A E M S Ã o P A U L O
(1 9 1 8 )
HospíCIO DE I INSP(T'ORIA MÉDICO ESCOLAR 110-12-191.' SECRETARIA 00 INTERIOR I T
r
1 INST. PROTECÁO INSTITUTO A I. INl'iNCIAE FISC. DE AMAS
IlACTERlOLÓeICO DE LEITE 1 I INSTITUTO FARMÁCIA I/ACINOGÊNICO INSTITUTO SOROTERÁPlCO DE aUTANTi ALIENADOS HOSPITAL DE ISOLAMENTO AU.OXARlFAOO
FONTE, MASCARENHAS, 1947
DIRETORIA
GERAL
00
SERVICO SANITÁRIO
---i
SECRETARIAl
I I I
ENGENHARIA SANITÁRIA LABORATÓRIO DE A"'ALISES QUfMICAS E BROMATOLOGIC.t.S SEccio 00 DESI"'FECTÓIIIO CE"'TRAl SECCÃO DE ESTATíSTICA DEMOGRAFO-SANITÁRIA SECÇÃO DE INSTITUTO INSPETORIA OOS SERI/ICOS DE PROFILAXIA ClERAL "PASTEUR"
"
COMISSÕES CONTRA O TRACOMA Ir
DELEGACIAS DELEGACIA DELEGACIA DELEGACIA DELEGACIA DELEGACIA DELEGACIA DE SAÚDE DE SAÚDE DE SAÚDE DE SAÚDE DE SAÚDE DE SAÚDE DE SA~
DA DE DE DE DE DE DE
CAPITAl SANTOS CAMPINAS RIBEIRÃO ~ETO sio CARt..OS 8UARATlNClUt:TÁ IIOTUCATÚ
31
- Polícia sanitária;
- Exercício da medicina;
- Exercício da obstetrícia;
- Exercício da arte dentária;
- Exercício da arte farmacêutica;
- Das farmácias;
- Das drogarias e casas de instrumentos cirúrgicos;
- Das escolas;
- Das fábricas e oficinas em geral, sua fiscalização;
- Das garagens e oficinas de automóveis;
- Dos gêneros alimentícios, sua fiscalização;
- Dos mercados;
- Dos matadouros;
- Das triparias;
- Dos açougues;
- Das fábricas de carnes preparadas, salsicharias e esta
belecimentos congeneres;
- Das fábricas de massas, de doces e conservas;
- Refinaç6es de açúcar, torrefaç6es de cafi e estabelecizyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
.~
mentGS congeneres;
- Das fábricas de bebidas;
- Dos restaurantes, confeitarias, leiterias, cafis e bo
tequins;
- Das quitandas e depósitos de frutas, do comircio do
leite e lacticínios, sua fiscalização;
- Das habitaç6es em geral, dos hotiis e casas de pensa0;
- Dos esgotos domiciliários, das latrinas e mictórios
dos banheiros, pias e lavabos;
32
- Das casas de barbeiros e cabeleireiros;
- Das casas de banho, dos teatros e casas de diversões
ou de reuniões;zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
-- Das lavanderias públicas, dos estábulos e estrebarias;
- Dos necrocôm~os e necrotérios;
- Dos cemitérios, dos enterramentos, exumaçoes e crema
çoes;
- Dos esgotos e abastecimento de água das cidades;
- Da profilaxia geral das doenças transmissíveis;
-Da notificação, do isolamento;
- Da desinfecção;
- Da vigilância médica;
- Da profilaxia específica;
- Das doenças transmissíveis (da varíola, da escarlatina
e febres eruptivas, da peste, da cólera, da febre ama
rela, da difteria);
- Das febres tifóides e paratíficas;
- Da 'tuberculose;
- Da lepra;
- Do impaludismo;
- Da ancilostomosei
- Da oftalmia granulosa (tracoma) e da conjuntivite pur~
lenta;
- Das disenterias (bacilar e amebiana);
- Da meningite:cérebro espinhal epidêmica;
- Da paralisia infantil ou doença de Heine Medin;
- Da coqueluche e das parotidites;
- Das epizootias que se transmitem ao homem.
33zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA
areas básicas de atuação da Vigilância Sanitária: produtos, aI!
mentos, saúde do trabalhador, meio ambiente, serviços de saúde
e exercício profissional ligadozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAà saúde.
Com relação ao trabalho do menor, apresentou benefícios
quando comparado com os códigos anteriores. Q Código Sanitário
de 1894 estabelecia em 12 horas (com intervalos para refeições)
a jornada diária de trabalho e proibia aos menores de 15 anos
o trabalho além das 21 horas. E acrescentava:
" Artigo 180 - As crianças menores de 12 anos
não deverão ser admitidas aos trabalhos co
muns das fabricas e oficinas. As autoridades
competentes poderão entretanto determinar cer
ta ordem de trabalho acessível às crianças de
10 a 12 anos".
o Código Sanitário de 1918, em relação ao trabalho do
menor, proibia o trabalho em locais perigosos e insalubres,limi
tava em 12 anos a idade mínima para o trabalho, proibia o tra
balho noturno aos menores de 18 anos, e procurava criar condi
ções especfais de trabalho para o menor de 12 a 15 anos.
Conforme a legislação:
" Artigo- 211 - Entre doze e quinze anos, pode o
menor, mediante consentimento de seus repr~
sentantes legais, ser admitido a trabalhar
por tempo que nao exceda de cinco horas por
dia, em serviços moderados que não lhe preJ~
diquem a saúde ou embaracem a instrução esco
lar".
Esse mesmo Código foi o primeiro a introduzir
regulamen-tações para as cidades (zona urbana) e para as zonas rurais; e~
tretanto, a conceituação legal deZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAcidade, bem como dos subúrbi
34
Conforme
MASCARENHAS,
zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA"o Código Sanitário de 1918apre-senta conceitos que
ji
eram obsoletos para a ~poca, como porexemplo cubagelll de ar,
• •••• tzyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAr
ou ll11pratlcavels, como o uso de calçado
para moradores da zona rural ou ,o saneamento das pedras nos
lei-tos dos rios" 18.
19
Jãno
19 Congresso
da Sociedade
Brasileira
de Higiene
em
1923,
surgiam
propostas
no
sentido
da
municipalizaç~o
dos
serviços
de saGde,
que
deverialn funcionar
como
um.
serviço
inte-gral
de saGde
pGblica,
de abandonar
a prãtica
"campanhista" 20até então
vigente,
uem
como
atuar-se
na criação
de urna
consciên-cia
sanitãria
nos
indivíduos.
Entreos 20 temas
discutidos
no.teferido
Congresso,
nada
me
nos
que
sete
relacionavam-se
a quest6es
essencialmente
sani
tá-rias.
Conforme
Anais
desse
Congresso,
esses
temas
foram:
1.
A ventilaç~o
dos
edifícios;
2.
Como
melhorar
os esgotos
do Rio
de Janeiro;
3.
Indicaç6es
higiênicas
para
remodelaç~o
das
cidades;
4.
Princípios
essenciais
da
fiscalizaç~o'sanitãria
dos
gêneros
alimentícios;
5.
Abastecimento
higiênico
elo leite;
6.
Tipos
de
latrinas
rurais;
i
7.
Organização
sanitária
dos municlpios
do Brasil.
Através
da Lei
n9
2018,
de
26 de dezembro
de
1924,
foi
0-ficializado.o
Instituto
de Higiene
de
são
Paulo
(criado
(19)
NASCAllliNlL\S, R.S. - op , cito (16) p.8S. ~
cr ,
ANAIS DO PRIHEIRO CONGRESSODA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ,ÇíIEN'~ \\~Rio de .Jaue ir o - 1 a 7 de outubro de 1923. Oficinas Gl:'áficas In~p
'w
toria de Dermatologia Sanitária - Rio de Janeiro, 1927.~ ,
Campanhista e ~ modelo de_atuação frente a problemas me p~sa~~\'OS
bas~ado _em lIled~das de .•.ca:atc[" eventual, como por exemplo, f~pan~~de f"\
vaclnaçao, anti.r tab a g i.sti.c a , etc.
~0 ~ ,\
qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA\W~
vutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA\t
(18)