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Aplicação do sistema de pontuação de intervenções terapêuticas (TISS 28) em unidade de terapia intensiva para avaliação da gravidade do paciente.

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Academic year: 2017

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APLI CAÇÃO DO SI STEMA DE PONTUAÇÃO DE I NTERVENÇÕES TERAPÊUTI CAS ( TI SS 2 8 )

EM UNI DADE DE TERAPI A I NTENSI VA PARA AVALI AÇÃO DA GRAVI DADE DO PACI ENTE

Adr iana Cr ist ina Galbiat t i Par m inondi Elias1 Tiem i Mat suo2 Lu cien n e Tiber y Qu eir oz Car doso3 Cínt ia Magalhães Car v alho Gr ion4

Elias ACGP, Matsuo T, Cardoso LTQ, Grion CMC. Aplicação do sistem a de pontuação de intervenções terapêuticas ( TI SS 28) em unidade de terapia intensiva para avaliação da gravidade do paciente. Rev Latino- am Enferm agem 2006 m aio- j unho; 14( 3) : 324- 29.

Est u d o d e coor t e p r osp ect iv o r ealizad o n u m a UTI d e ad u lt os d e u m h osp it al u n iv er sit ár io, com o obj et ivo de avaliar a ut ilização do escore TI SS 28, por um prot ocolo aplicado em 1641 pacient es, de j aneiro de 2000 a dezem bro de 2002, a part ir da observação diret a do pacient e e das anot ações m édicas e de enferm agem dos pr ocedim ent os t er apêut icos e de m onit or ização. Par a a análise est at íst ica, os pacient es for am classificados em sobr ev iv en t es e n ão sobr ev iv en t es, com par ados os escor es TI SS 2 8 e algu m as car act er íst icas por m eio dos t est es de qui- quadr ado, t de St udent e Kr usk al- Wallis. Os r esult ados m ost r ar am que o escor e TI SS 2 8 p er m it iu a est r at if icação d os p acien t es p or n ív el d e g r av id ad e e ev id en ciou a r elação d e v alor es alt os d o escor e com a fr eqüência de m or t e dos pacient es analisados.

DESCRI TORES: índice de gr av idade de doença; m or t alidade; est ado t er m inal; cuidados int ensiv os

APPLI CATI ON OF THE THERAPEUTI C I NTERVENTI ON SCORI NG SYSTEM ( TI SS 2 8 )

AT AN I NTENSI VE CARE UNI T TO EVALUATE THE SEVERI TY OF THE PATI ENT

Pr ospect iv e coh or t st u dy r ealized in t h e adu lt in t en siv e car e u n it ( I CU) of a Un iv er sit y Hospit al t o ev alu at e t h e u t ilit y of t h e TI SS 2 8 scor e, u sin g a pr ot ocol applied t o 1 6 4 1 pat ien t s f r om Jan u ar y 2 0 0 0 t o Decem ber 2002, based on t he dir ect obser v at ion of pat ient s and m edical and nur se r egist er s of t her apeut ic procedures and m onit oring. The Chi- square t est , St udent ’s t t est and Kruskal- Wallis were used t o com pare t he TI SS 28 scor e and som e char act er ist ics of sur v iv or s and no sur v iv or s pat ient s. The r esult s show ed t hat t he TI SS 2 8 scor e st r at ified t h e pat ien t s by sev er it y lev el an d ev iden ced t h e r elat ion bet w een h igh scor es an d m or t alit y of t he analy zed pat ient s.

DESCRI PTORS: sev er it y of illness index ; m or t alit y ; cr it ical illness; int ensiv e car e

UTI LI ZACI ÓN DEL SI STEMA DE PUNTUACI ÓN DE I NTERVENCI ÓN TERAPÊUTI CA ( TI SS 28)

EN UNI DAD DE VI GI LÂNCI A I NTENSI VA PARA ANÁLI SI S DE LA GRAVEDAD DEL PACI ENTE

Est e est udio de cohor t e pr ospect ivo fue llevado a cabo en una UTI adult o de un hospit al univer sit ar io y t uvo com o obj et ivo analizar la ut ilización del escore TI SS 28 a t ravés del prot ocolo aplicado en 1641 pacient es de enero de 2000 a diciem bre de 2002, a t ravés de la observación de los pacient es y de los apunt es m édicos y d e en f er m er ía r esp ect o a p r oced im ien t os t er ap éu t icos y m on it or ización . Par a el an álisis est ad íst ico, los pacien t es f u er on calif icados en sobr ev iv ien t es y n o sobr ev iv ien t es y com par ados a t r áv es de los t est s qu i-quadrado, t - st udent y Kruskal- Wallis. Los result ados m ost raron que est e escore TI SS 28 perm it ió la est rat ificación del pacient es por niv el de gr av edad y m ost r ó la r elación ent r e alt os v alor es del escor e con la fr ecuencia de m uer t es de los pacient es analizados.

DESCRI PTORES: índice de sev er idad de la enfer m edad; m or t alidad; enfer m edad cr ít ica; cuidados int ensiv os

1 Enferm eira do Hospital Universitário; 2 Doutor em Estatística, Docente; 3 Docente, Chefe do Serviço de Terapia I ntensiva do Hospital Universitário; 4 Docente,

(2)

I NTRODUÇÃO

A

Unidade de Terapia I ntensiva ( UTI ) destina-se ao at endim ent o de pacient es de alt o risco e deve dispor de assist ência inint er r upt a de m édicos e de e n f e r m a g e m , co m e q u i p a m e n t o s e sp e cíf i co s e r ecur sos hum anos especializados.

Dois fatores que se destacam em relação aos cu i d a d o s d e UTI sã o o s cu st o s cr e sce n t e s d a assistência à saúde e a necessidade de dados precisos so b r e g r a v i d a d e e p r o g n ó st i co , p o ssi b i l i t a n d o a t om ada de decisões precisas por part e dos fam iliares e equipe de saúde. A gravidade do estado clínico é a principal caract eríst ica de um pacient e int ernado em UTI , e a m ensuração dessa gravidade é um desafio const ant e( 1).

I nicialm ente, os sistem as de graduação foram criados devido à necessidade de m edir a eficácia das int er v enções t er apêut icas r ealizadas nos pacient es g r a v e s, à s n e ce ssi d a d e s d e e n f e r m a g e m e à sat isfação do pacient e e da fam ília com os serviços oferecidos pela UTI . Ent ret ant o, at ualm ent e, t em - se dado m ais ênfase na utilização desses sistem as com o índice de gravidade de doença( 2- 3).

Os índices de gravidade são definidos com o cl a ssi f i ca çõ e s n u m é r i ca s r e l a ci o n a d a s co m d et er m i n ad as car act er íst i cas ap r esen t ad as p el o s pacient es e que proporcionam m eios para avaliar as probabilidades de m ort e e de m orbidade result ant es de um quadro patológico. Têm , com o obj etivo básico, a descrição quantitativa do grau de disfunção orgânica d e p a ci e n t e s g r a v e m e n t e e n f e r m o s, e x p r e sso m ediante índices prognósticos. São calculados a partir d o so m a t ó r i o d e e sco r e s n u m é r i co s q u e cor r espondem às alt er ações clínicas e labor at or iais d o p a ci e n t e o u d o t i p o e / o u q u a n t i d a d e d e procedim ent os aos quais ele foi subm et ido( 4- 5).

A par t ir da década de 70, v ár ios sist em as foram desenvolvidos para a graduação da gravidade d a s d o e n ça s d e p a ci e n t e s d e UTI . El e s v a r i a m consider av elm ent e e t êm cont r ibuído de difer ent es for m as par a a av aliação do pr ognóst ico. Dent r e os vários índices de previsão exist ent es, o Th er apeu t ic I nt ervent ion Scoring Syst em ( TI SS) tem se destacado co m o u m si st em a q u e cl assi f i ca a g r av i d ad e d o pacient e, quant ificando as int ervenções t erapêut icas d e p r o ce d i m e n t o s m é d i co s e d e e n f e r m a g e m u t i l i za d o s( 4 ). É b a se a d o n a p r e m i ssa d e q u e ,

i n d e p e n d e n t e d o d i a g n ó st i co , q u a n t o m a i s procedim ent os o pacient e recebe, m aior a gravidade d a d o e n ça e , co n se q ü e n t e m e n t e , m a i o r t e m p o despendido pela enferm agem para t al at endim ent o( 2-3 , 6 ). Foi cr iado em 1 9 7 4( 2 ), sof r eu adapt ações em

1 9 8 3( 7 ), r e v i sa d o e m 1 9 9 6 , q u a n d o p a sso u a

apresent ar 28 it ens de avaliação que result aram na versão TI SS 28( 3). Nessa versão, após est udo com o

regist ro de m últ iplos m om ent os de observações das at iv idades de enfer m agem na UTI , concluiu- se que um pont o TI SS 28 equivale a um consum o de 10,6 m inutos do tem po de um profissional de enferm agem no cuidado diret o. No Brasil, foi t raduzido e validado em 2000( 8).

O TI SS 2 8 é co m p o st o d e set e g r a n d es cat egor ias: at iv idades básicas, supor t e v ent ilat ór io, su p o r t e ca r d i o v a scu l a r, su p o r t e r e n a l , su p o r t e n e u r o l ó g i co , su p o r t e m e t a b ó l i co e i n t e r v e n çõ e s específicas. Cada um a dessas categorias é constituída de it ens específicos, com pont uações que variam de um a oit o( 3). Dependendo do núm ero t ot al de pont os

obt idos, os pacien t es são classif icados em qu at r o gr upos confor m e a necessidade de v igilância e de cuidados int ensivos( 2- 4), com o m ost ra a Tabela 1.

Tab el a 1 - Cl assi f i cação d os p aci en t es con f or m e cuidados int ensiv os

e s s a l

C Pontos Necessidadedevigilânciaecuidados

I e s s a l

C de0a19pontos Pacientes ifsiologicamenteestáveise a c it á li f o r p o ã ç a v r e s b o o d n e r e u q e r II e s s a l

C de20a34pontos

, e t n e m a c i g o l o i s if s i e v á t s e s e t n e i c a P s o v i s n e t n i s o d a d i u c o d n e r e u q e r m é r o p a u n í t n o c o ã ç a z i r o t i n o m e m e g a m r e f n e e d II I e s s a l

C de35a60pontosPacientesgraveseinstáveis e t n e m a c i m a n i d o m e h V I e s s a l

C maiorque60 s o t n o p e d a i r ó s l u p m o c o ã ç a c i d n i m o c s e t n e i c a P a i c n ê t s i s s a m o c I T U m e o ã ç a n r e t n i e a u n í t n o c m e g a m r e f n e e d e a c i d é m a d a z il a i c e p s e

As 28 variáveis são analisadas diariam ent e, p er m it in d o a ob t en ção d e u m p er f il ev olu t iv o d o pacient e, por m eio da pont uação e da classificação d a g r a v i d a d e . Nã o é u sa d o p a r a p r o g n o st i ca r sobrevida, m as pode auxiliar na avaliação evolut iva da piora clínica do pacient e. Tem - se obser vado, na prát ica clínica diária, a associação ent re o óbit o e a pon t u ação elev ada do escor e TI SS, em pacien t es graves da UTI est udada.

Baseado nesses aspect os, est e est udo t em com o obj et ivos: avaliar a ut ilização do escore TI SS 28 na UTI de adult os, do Hospit al Univ er sit ár io de Londr ina; com par ar a fr eqüência das int er v enções t erapêut icas que det erm inam o escore TI SS 28 dos p aci en t es so b r ev i v en t es e n ão so b r ev i v en t es; e av aliar o escor e TI SS 2 8 par a o r ast r eam en t o do óbit o, usando a curva ROC.

CASUÍ STI CA E MÉTODOS

(3)

0QOGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA 4)*7AAAAAAAAAA+FCFGAAAAAA%NÈPKECAAAAAAAAAAAAA *&AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA 4)#VGPFAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

6+55

76+#&7.61Ō'0(#&4+#0#'.+#5

&CVCFG+PVGTPCÁºQAAAAAAAAAAAAA&CVCFG#NVC¦DKVQAAAAAAAAAAAAA=?#NVC=?¦DKVQ=?6TCPUHGTÄPEKC

#VKXKFCFGU$¶UKECU 2QPVQU

/QPKVQTK\CÁºQRCFTºQUKPCKUXKVCKUJQT¶TKQDCNCPÁQJÈFTKEQE¶NEWNQU

.CDQTCVÎTKQGZCOGUDKQSWÈOKEQUGOKETQDKQNÎIKEQU

/GFKECÁºQÕPKECKPVTCXGPQUCQWKPVTCOWUEWNCTQWQTCNQWRQTUQPFC

FGWOCOGFKECÁºQKPVTCXGPQUC

%WKFCFQUFGTQVKPCVTQECFGTQWRCQWOWFCPÁCFGFGEÕDKVQ

%WKFCFQUHTGS×GPVGUEQOVTQECFGTQWRCEQOHGTKFCGZVGPUC

&TGPQEWKFCFQUEQOFTGPQU

5 WR Q TV GP GW TQ NÎ I KE Q

2+%OQPKVQTK\CÁºQFCRTGUUºQKPVTCETCPKCPC

5 WR Q TV GX GP VKNC VÎ T KQ

8GPVKNCÁºQOGE¸PKEC

5WRQTVGXGPVKNCVÎTKQUWRNGOGPVCTXGPVKNCÁºQGURQPV¸PGCGOVWDQVTCSWGCN

%WKFCFQUEQOXKCUCÃTGCUCTVKHKEKCNVWDQQWVT¶SWGQ

(ÈUKQQWKPCNCÁºQQWCURKTCÁºQVTCSWGCN

5 WR Q TV G EC T F KQXC UEW NC T

&TQICXCUQCVKXCÕPKEC

&TQICUXCUQCVKXCUOÕNVKRNCU

4GRQUKÁºQXQNÄOKEC.OFKC

%CVGVGTCTVGTKCNRGTKHÃTKEQ

5YCP)CP\ECVGVGTGOCTVÃTKCRWNOQPCT¶VTKQGUSWGTFQ

28%RTGUUºQXGPQUCEGPVTCN

4GCPKOCÁºQECTFKQRWNOQPCTRÎU2%4PCUÕNVKOCUJQTCU

5 WR Q TV G TGP C N

&K¶NKUGRGTKVQPGCNQWJGOQFK¶NKUGQWVÃEPKECUFKCNÈVKECU

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&KWTÃVKEQHWTQUGOKFCOI-IFQUG

5 WR Q TV GO G V C DÎ NKEQ

6TCVCOGPVQRCTCCNECNQUGCEKFQUGOGVCDÎNKEC

0WVTKÁºQRCTGPVGTCN

&KGVCGPVGTCN

+P V GT X GP ÁÐ G U GU R G E ÈH KE C U

5KORNGUVWDQVTCSWGCNOCTECRCUUQDTQPEQUEQRKCDCNºQKPVTCCÎTVKEQDCNºQ

$NCEJOQTGECTFKQXGTUºQ'&#EKTGOGTIJNCXCIGOI¶UVTKEC

/ÕNVKRNCFGWOCCEKOC

%KTWTIKCQWRTQEGFKOGPVQUFKCIPÎUVKEQUGZVGTPC

Londrina ( UEL) , com 1641 pacientes com idade acim a de 12 anos, de am bos os sexos, int ernados na UTI , de j aneiro de 2000 a dezem bro de 2002, e que nela per m an ecer am in t er n ados por u m per íodo m ín im o de 24 horas. Foram excluídos 8 pacientes transferidos para out ros serviços e 2 com TI SS inicial m enor que 10 pont os.

O instrum ento utilizado para a coleta de dados foi um form ulário com posto por dados de identificação d o p a ci e n t e r e f e r e n t e s à i n t e r n a çã o n a UTI , int ervenções t erapêut icas do TI SS 28 e o dest ino do pacient e ( alt a/ óbit o/ t r ansfer ência) ( Figur a 1) . Par a classif icar os pacien t es ( I – I V) de acor do com a necessidade de vigilância e cuidados int ensivos, foi ut ilizada a propost a de Cullen de 1974, porém com

int er valos de pont uação r evisadas por Mir anda, em 1996.

O prot ocolo foi aplicado pela enferm eira do est udo diariam ent e, a part ir da observação diret a do pacient e e das anot ações m édicas e de enferm agem dos procedim ent os t erapêut icos e de m onit orização, r e f e r e n t e s à s 2 4 h o r a s d o d i a a n t e r i o r, q u e se com plet av am às 8 hor as da m anhã at é o desfecho final ( alt a ou óbit o) , e que foram t ransport ados para u m b an co d e d ad os d o EPI I NFO, v er são 6 . 0 4 b , a t u a l i za çã o 2 0 0 0 , CD C/ USA e a n a l i sa d o s p e l o St at ist ical An aly sis Sy st em ( SAS) . Nesse per íodo, foram regist radas 13.942 m edidas TI SS 28.

O est udo foi aprovado pelo Com it ê de Ét ica em Pesquisa da UEL.

(4)

Para a análise estatística, os pacientes foram div ididos em sobr ev iv ent es e não sobr ev iv ent es, e co m p a r a d o s p o r i n t e r m é d i o d o s t e st e s d e q u i -q u ad r ad o , t - st u d en t e Kr u sk al - Wal l i s, n o d i a d a in t er n ação e n o desfech o fin al ( alt a ou óbit o) . As var iáveis quant it at ivas for am descr it as usando- se a m édia ± desvio padrão, a m ediana ± interquartis, as variáveis qualit at ivas, que foram cat egorizadas, são descritas por tabelas de freqüência bruta e/ ou relativa. A discrim inação, ou sej a, a capacidade do índice em dist inguir os pacient es que sobr ev iv er am , daqueles que m or r er am , foi av aliada pela acur ácia, além da á r ea so b a cu r v a ca r a ct er íst i ca d e o p er a çã o d o recept or Receiver Operat ing Charact erist ic ( ROC) , e d a s e st a t íst i ca s d e d e se m p e n h o : se n si b i l i d a d e , especificidade com respectivos intervalos de confiança de 95% para um ponto de corte ideal.

RESULTADOS E DI SCUSSÃO

Da coor t e d e 1 6 4 1 p acien t es an alisad os, 58,7% eram do sexo m asculino, com idade m édia de 4 8 , 7 an os e p er m an ecer am , em m éd ia, 7 , 7 d ias internados na UTI . A m édia de 7,7 dias de internação obser v ada é com pat ív el com o est u do em qu e se e n co n t r o u p e r m a n ê n ci a d e 8 d i a s, p o r é m co m p r e d o m ín i o d e i d a d e a ci m a d e 6 0 a n o s( 9 ). A

m ortalidade não esteve associada ao sexo do paciente ( p = 0,6493) , porém foram estatisticam ente diferentes a idade m édia dos não sobreviventes, 43,1 anos, em relação aos sobreviventes, 51,7 anos ( p < 0,0001) , e o tem po de perm anência na UTI , que foi de 9,3 dias par a os não sobr ev iv ent es e 6, 9 dias par a os que sobreviveram ( p= 0,0001) . Est udo m ost rou result ados sem elhant es em relação à caract erização quant o ao gêner o e idade, m as apr esent ou um m enor t em po de perm anência na UTI( 10). A m édia do escore TI SS

28 dos pacientes estudados foi de 21,9 pontos, o que os classifica com o pacientes estáveis fisiologicam ente, r equ er en do cu idados in t en siv os de en f er m agem e m onit or ização cont ínua( 2- 4). Em r elação à gr avidade

do pacient e pelo escore m édio obt ido ( 21,9 pont os) , e st e v e p r ó x i m o a o s e n co n t r a d o s e m e st u d o s nacionais( 9- 11) e int ernacionais( 3). A por cent agem de

i n t e r v e n çõ e s, p r o ce d i m e n t o s e m o n i t o r i za çõ e s r ealizadas nesses pacient es, dur ant e o per íodo de est udo, foi considerada alt a ( Tabela 2) , podendo ser j u st i f i ca d a p e l o f a t o d e a UTI e m e st u d o se r classificada com o t ipo I I I( 12) e t am bém por ser um

hospit al- escola de referência volt ada para a pesquisa e conhecim ent o de novas t ecnologias.

A part ir dos result ados obt idos, a busca da qualidade da assist ência de enferm agem bem com o

o gerenciam ent o de t ecnologias em t erapia int ensiva fazem - se necessárias, sendo o dim ensionam ent o de pessoal de en fer m agem u m in st r u m en t o ger en cial p a r a esse ca m i n h o , n a m ed i d a em q u e p r o cu r a a d e q u a r o q u a d r o d e p e sso a l d i sp o n ív e l à s necessidades da client ela e da inst it uição( 13- 17).

A Ta b e l a 2 m o st r a a p o r ce n t a g e m d e int ervenções e procedim ent os invasivos m ensurados pelo escore TI SS 28, sendo m aior nos pacient es que não sobreviveram , o que nos m ostra que, quanto m ais grave for o paciente, m aior o núm ero de intervenções t e r a p ê u t i ca s n e ce ssá r i a s p a r a o t r a t a m e n t o e , con seq ü en t em en t e, m aior t em p o d isp en d id o p ela enferm agem para a sua assist ência( 4,9).

Quanto à evolução dos pacientes no decorrer da int ernação na UTI , os escores dos pacient es que m orreram foram sem pre m aiores do que o daqueles que sobreviveram , desde a int ernação at é o dest ino f i n a l , o q u e p a r e ce i n d i ca r q u e i n v e st i m e n t o s co n t i n u a r a m a se r f e i t o s n o t r a t a m e n t o d e sse s pacientes em conseqüência da piora do quadro clínico.

Ta b e l a 2 - Fr e q ü ê n ci a d a s i n t e r v e n çõ e s e pr ocedim en t os qu e com põem o pr ot ocolo do TI SS 28, dos pacient es não sobrevivent es e sobrevivent es

s o t n e m i d e c o r

P Total

o ã N s e t n e v i v e r b o

s Sobreviventes

n % n %

e d a c o r t ( a n it o r e d s o d a d i u C ) o t i b ú c e d e d a ç n a d u m u o a p u o

r 97,9 557 99,8 1049 96,9 ) G N S o ã n ( o n e r

D 25,8 112 20,1 312 28,8 -a r t n i o ã s s e r p a d o ã ç i d e M a n a i n a r

c 4,3 39 7,0 32 3,0

a c i n â c e m o ã ç a li t n e

V 60,9 533 95,5 466 43,0 r a t n e m e l p u s o i r ó t a li t n e v e t r o p u

S 74,3 199 35,7 1021 94,3 a e r é a a i v m o c s o d a d i u C l a i c if it r

a 60,9 532 95,3 468 43,2 o ã ç a r i p s a / o ã ç a l a n i/ o i s í F l a e u q a r

t 83,2 554 99,3 811 74,9 a v it a o s a v a g o r d a m u e d o s

U 42,9 347 62,2 357 33,0 s a g o r d s a l p it l ú m e d o s U s a v it a o s a

v 28,5 379 67,9 88 8,1

a c i m ê l o v o ã ç i s o p e R m / L 3 +

( 2/dia) 34,7 368 64,6 202 18,7

Z N A G N A W

S 2,9 33 5,9 15 1,4

o ã s s e r p a d o ã ç a z i r o t i n o M l a r t n e c a s o n e

v 12,9 125 22,4 86 7,9

r a n o m l u p o i d r a c o ã ç a m i n a e R h 4 2 s a m it l ú s a

n 29,8 460 82,4 29 2,7

o ã ç a r tl if o m e h -e s il á i

D 5,2 58 10,4 28 2,6

e s e r u i d e d e m u l o v e d e l o r t n o

C 91,8 548 98,2 959 88,6 o c it é r u i

D 32,7 344 61,6 193 17,8 u o e s o d i c a a d o t n e m a t a r T a d a c il p m o c e s o l a c l

a 16,0 229 41,0 33 3,0

l a r e t n e r a p o ã ç i r t u N a c i r ó l a c r e p i

h 2,8 28 5,0 18 1,7

u o l a n e d o u d a n l a r e t n e a t e i D a i v a r t u o u o a i m o t s o n u j e j l a i c if it r a 5 , 1

4 342 61,3 339 31,3

s e l p m i

S 30,3 297 53,2 201 18,6 a l p it l ú

M 4,1 56 10,0 12 1,1

. g a i d . d e c o r p u o a i g r u r i C o n r e t x

e 36,3 273 48,9 322 29,7

(5)

Tabela 3 - Estatísticas do escore TI SS- 28 dos pacientes não sobr ev iv ent es e sobr ev iv ent es

S S I

T Sobreviventes Não s e t n e v i v e r b o

s Teste g.l. p o

ã ç a n r e t n

I H=331,4 1 <0,0001

s it r a u q r e t n i e a n a i d e

M 19,0 7,0 26,0 8,0 o

ã r d a p -o i v s e d ± a i d é

M 20,2 6,0 26,4 6,7 o

i d é M

s it r a u q r e t n i e a n a i d e

M 18,0 5,2 28,0 7,0 o

ã r d a p -o i v s e d ± a i d é

M 18,4 3,8 28,7 5,8 o

n it s e

D H=1069,1 1 <0,0001

s it r a u q r e t n i e a n a i d e

M 16,0 4,0 35,0 9,0

o ã r d a p -o i v s e d ± a i d é

M 15,9 3,4 35,2 7,5

Para estim ar o ponto de corte do escore TI SS para o desfecho óbito dos pacientes da UTI , foi usada a ár ea sob a cur v a ROC. A acur ácia av aliada pela área sob a curva ROC foi de 0,991, com intervalo de referência ≥ 23, sensibilidade de 95% e especificidade

de 98% e indicou que pacient es com escore TI SS ≥

23 pont os t eriam m aior probabilidade de m orrer do que pacient e com TI SS < que 23 pont os ( Figura 2) . Sen d o assim , p od e- se af ir m ar q u e, em 9 9 % d os pacient es observados, a m ort e e a sobrevida foram cor r et am ent e pr ognost icadas, consider ando o pont o de cort e est abelecido.

6+55PQFGUVKPQ

'URGEKHKEKFCFG

5G

P

U

KD

KN

KF

C

F

G

Fig u r a 2 - Cu r v a ROC p ar a o escor e TI SS- 2 8 n o desfecho ( alt a ou óbit o)

Estudo em UTI de São Paulo obteve um ponto de corte da pontuação do TI SS 28 para a predição da m o r t a l i d a d e d e 2 1 , se n si b i l i d a d e d e 0 , 8 1 , especificidade de 0,68 e acurácia de 0,72( 11).

Autores consideram que valores m aiores que 0,90 representam um a acurácia elevada e 0,70 a 0,89 r epr esent am acur ácia m oder ada par a discr im inação ent re sobrevivent es e não sobrevivent es( 18).

CONCLUSÃO

À m e d i d a q u e a t e r a p i a i n t e n si v a se desenv olv e, a div er sidade dos pacient es de UTI , a or ganização, est r ut ur a e ger ência dessas unidades t am b ém t êm au m en t ad o e, con seq ü en t em en t e, o d e se n v o l v i m e n t o e u t i l i za çã o d e si st e m a s d e g r a d u a çã o t ê m co n t r i b u íd o p a r a a n á l i se d o desem penho das unidades de t erapia int ensiva, para e st i m a r p r o b a b i l i d a d e d e m o r t e n o a m b i e n t e h o sp i t a l a r, p r e d i ze r e v o l u çã o e r e su l t a d o s d o s pacient es à t erapêut ica inst it uída, calcular cust os de UTI e m elhor ar a alocação de r ecur sos m at er iais e h u m an os.

A eq u ip e d e assist ên cia in t en siv a p r ecisa sa b e r se o s se u s se r v i ço s r e su l t a m e m n ív e i s aceit áv eis de sobr ev iv ência. Além disso, à m edida que a duração m édia de vida aum enta, a probabilidade de cada indivíduo necessit ar de assist ência int ensiva t am bém cr esce, e, conseqüent em ent e, a dem anda pela assist ência int ensiva provavelm ent e cont inuará cr escendo. Assim , a análise pr ognóst ica obj et iv a e válida na UTI é relevant e com ut ilização de sist em as prognóst icos e de gravidade das doenças.

Em bor a os r esu lt ados do pr esen t e est u do a p o n t em p a r a u m a a cu r á ci a el ev a d a , p a r a u m a m elhor efet ividade e confiabilidade no prognóst ico do risco de m orte na UTI , a com binação do TI SS 28 com o si st e m a APACHE I I t e m si d o su g e r i d a( 5 , 1 0 ). A

realização dest e est udo perm it iu avaliar a ut ilização desse inst r um ent o de m edida assist encial, aplicada ao paciente grave na enferm agem e estratificá- lo por nível de gravidade, tendo com o base os procedim entos d e m o n i t o r i za çã o , i n t e r v e n çõ e s m é d i ca s e d e enfer m agem , ev idenciando a r elação ent r e v alor es alt os do escore TI SS com a freqüência de m ort e dos p a ci e n t e s a n a l i sa d o s, v a l e n d o a q u i d e st a ca r a im port ância de inst rum ent o na m ensuração da carga de t rabalho de enferm agem em UTI com o facilit ador na prát ica clínica do enferm eiro( 17).

(6)

REFERÊNCI AS BI BLI OGRÁFI CAS

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Referências

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