artigo original
O Sistema Renina-Angiotensina em Ovário
Amilton P. Raposo-Costa
Adelino M. Reis
Departamento de Fisiologia e Biofísica-(AMR), I.C.B., Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG e Departamento de Morfofisiologia (APRC), Universidade Federal do Piauí, Teresina, PI.
Recebido em 20/09/1999 Revisado em 18/02/2000 Aceito em 10/04/2000
RESUMO
Além das gonadotrofinas e esteróides gonadais, outros fatores partici-pam da regulação da função ovariana; entre estes incluem-se fatores de crescimento e diversos peptídeos regulatórios, como os peptídeos natriuréticos e o sistema renina-angiotensina (SRA), Além do conhecido SRA sistêmico, vários órgãos, entre eles os ovários, contêm SRA locais. Todos os componentes do SRA foram descritos em ovários: angiotensinogênio, angiotensina-I, angiotensina-II (Ang-II), renina, enzi-ma conversora de angiotensina (ECA) e receptores AT1 e AT2, A Ang-ll estimula a ovulação, maturação dos oócitos e produção de estradiol, progesterona e prostaglandinas; a produção de Ang-ll, por sua vez, é estimulada pela hCG. Entretanto, a inibição da produção de Ang-ll por inibidor de ECA não altera a esteroidogênese ou a ovulação. Tais efeitos poderiam ser devidos à angiotensina-(1-7), um peptídeo do SRA cuja formação pode ocorrer independente da ECA. Resultados preliminares mostram que a angiotensina-(1-7) estimula a produção de estradiol in vitro. Finalmente, há evidências da participação do SRA em disfunções ovarianas, tais como a síndrome de hiperestimulação ovariana (SHO) e a síndrome dos ovários policísticos (SOP). Na SHO foi demonstrado que o tratamento com gonadotrofinas estimula o SRA ovariano e que o uso de inibidores da ECA diminui a incidência e a gravidade da síndrome. Na SOP foi demonstrado aumento de renina e Ang-ll ovarianas, enquan-to o aumenenquan-to da pró-renina plasmática se correlaciona com a concen-tração de andrógeno, uma característica básica da síndrome. Assim, o SRA parece ser um sistema importante na fisiologia e fisiopatologia ova-riana. (Arq Bras Endocrinol Metab 2000;44/4: 306-313)
Unitermos: Ovários; Esteróides gonadais; Sistema renina-angiotensina; Angiotensinas
ABSTRACT
treatment stimulates the ovarian RAS; ACE inhibition decrease the incidence and severity of the syn-drome. In PCOS, it has been shown that ovarian renin and Ang-II are increased. The increase of androgen concentration, a basic characteristic of this syn-drome, is correlated with the increase of plasma pro-renin. Thus, the RAS seems to play an important role in ovarian physiology and pathophysiology. (Arq Bras Endocrinol Metab 2000;44/4: 306-313)
Keywords: Ovaries; Gonadal steroids; Renin-angio-tensin system; AngioRenin-angio-tensins
O
DESENVOLVIMENTO DO FOLÍCULO OVARIANO é um processo caracterizado por rápido desenvolvi-mento e diferenciação das células. O envolvidesenvolvi-mento de gonadotrofinas e esteróides gonadais neste processo está bem estabelecido. Um conjunto de fatores de crescimento e peptídeos regulatórios tais como IGFs (insulin-like growth factors), interleucina-I, TGF a e b (transforming growth factors), ativina, VIP (vasoactive intestinal peptide), inibina, substância P e endotelina também participam deste processo (1). A este grande conjunto de fatores foram adicionados, recentemente, os peptídeos natriuréticos (2-4) e o sistema renina-angiotensina (SRA) (5).O SRA sistêmico é bem conhecido por seu papel como regulador da homeostase dos líquidos corporais e da pressão arterial. Entretanto, vários órgãos, incluindo útero, testículo, cérebro, glândulas salivares e coração, contêm todos os componentes do SRA (6-10). Entre
estes órgãos, atualmente, está sendo incluído o ovário. Os componentes primários do clássico SRA são: renina, a enzima que catalisa a conversão proteolítica do angiotensinogênio em angiotensina-I (Ang-I); angio-tensinogênio, o principal substrato da renina e precursor da angiotensina-II (Ang-II); a enzima conversora de angiotensina (EGA), que converte Ang-I em Ang-II, por clivagem dos dois aminoácidos carboxi-terminais; angiotensina-II, o principal peptídeo biologicamente ativo do sistema; e receptores AT1 e AT2, responsáveis
pelo início dos efeitos celulares da Ang-ll. A esta bem co-nhecida cascata de eventos (figura 1), outros peptídeos têm sido recentemente adicionados, tais como Angiotensina-III, Angiotensina-IV e, mais recente-mente, a Angiotensina-(l-7), gerada a partir de Ang-I ou Ang-II por endopeptidases tissulares. A Ang-(l-7) foi identificada no plasma e em tecidos humanos e animais (11,12). Sua produção independente da EGA foi demonstrada (11) e sua ligação a um receptor específico foi recentemente descrita (13).
PRESENÇA DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA EM OVÁRIO
Pró-renina e Renina
pró-renina, no fluido folicular de mulheres tratadas com FSH e hCG, apresentou correlação positiva com o estágio de desenvolvimento folicular e maturação dos oócitos, sendo que níveis muito altos foram correla-cionados com atresia folicular. Foi demonstrada, tam-bém, correlação positiva entre a pró-renina e o nível de andrógenos no fluido folicular (16).
Em folículos pré-ovulatórios humanos, a ativi-dade da renina é maior que a plasmática (17). Tam-bém foi observada correlação positiva entre a atividade da renina e o nível de estradiol (E2) (18,19). A
pro-dução de renina por células teçais cultivadas in vitro
também foi relatada (14).
Enzima Conversora de Angiofensina (ECA) A ECA foi identificada em ovários de rata, localizada no epitélio germinativo ao redor do corpo lúteo (CL), células granulosas de alguns folículos, vasos sangüí-neos e estroma (20). Por outro lado, foi encontrada ECA na superfície dos oócitos presentes nos folículos e nas tubas uterinas de coelha, o que sugere uma função na maturação folicular (21). Estrógenos dimi-nuem a expressão de ECA em diversos tecidos, con-forme demonstrado em córtex e medula renais, pul-mões e aorta de ratas ovariectomizadas e sob reposição crônica de estrógeno. Os animais tratados com estrógeno por 21 dias apresentaram menor expressão e menor atividade da ECA (22).
l, ll e Angiotensina-(1-7)
O RNA mensageiro para angiotensinogênio foi identi-ficado e quantiidenti-ficado em ovário de rata, embora em quantidade 100 vezes menor que no fígado. A expressão de angiotensinogênio parece ser estimulada, além de outros fatores, por hormônios esteróides, visto que no gene que codifica o angiotensinogênio há seqüências semelhantes àquelas que ligam os recep-tores de glicocorticóides e estrógenos (23). Foi deter-minado, por imunocitoquímica, que a quantidade de angiotensinogênio é maior em células granulosas de folículos em maturação do que em folículos em atresia e que não está presente em folículos primordiais (24). Desse modo, parece que o estrógeno estimula a pro-dução de angiotensinogênio ovariano, da mesma for-ma que em tecido hepático.
Foi encontrada imunorreatividade para Ang-Il (18,19,25) e para A-III (18) no fluido folicular hu-mano. A concentração de Ang-II em ovários foi supe-rior à plasmática (26). A formação de Ang-II pode ter a participação, além da renina, de serino-proteases, como o ativador do plasminogênio (AP) e plasmina, cuja
pro-dução nos ovários é estimulada por gonadotrofinas (27). Essas enzimas podem ativar a pró-renina ou atuar diretamente sobre o angiotensinogênio (28).
A adição de hCG produziu aumento da libe-ração de Ang-II em ovários de coelhas perfundidos in vitro. Ocorreu, também, aumento de Ang-II e da
atividade de renina, 2 a 4h após adição de hCG ao líquido folicular. A adição de captopril, inibidor da ECA, inibiu significativamente a produção de Ang-II estimulada por hCG. Estes dados sugerem que o hCG estimule a atividade de renina e, consequentemente, a produção de Ang-II (29).
Dados recentemente obtidos por nós (30), mostram que a Ang-(l-7) também está presente em ovário de rata e que sua concentração varia durante o ciclo estral, sendo as concentrações mais altas obser-vadas em proestro e estro.
Receptores do SRA
Os receptores do SRA mais bem estudados são AT1 e
AT2. O receptor AT1 é acoplado a uma proteína-G,
ativa a fosfolipase-C, mobiliza cálcio intracelular e está mais relacionado à contração do músculo liso vascular, síntese de aldosterona e secreção de noradrenalina. O receptor AT1 tem dois subtipos, AT1A e AT1B, sendo o
primeiro relacionado aos efeitos vasculares e o segun-do aos efeitos adrenais. O acoplamento segun-do receptor AT2 a uma proteína-G e o seu mecanismo de
trans-dução ainda não foram elucidados (31).
Diversos estudos têm procurado identificar receptores do SRA em ovários. Inicialmente, foi descri-ta a presença de receptores para Ang-II em folículos ovarianos de rata (26,32,33), bem como sua variação de acordo com o estágio de desenvolvimento folicular. Combinando a avaliação da presença de receptores, pela técnica de binding com a avaliação do estágio funcional
dos folículos, foi demonstrado que aproximadamente 80% dos receptores para Ang-II estão em folículos atrésicos, 15% em folículos com algum sinal de atresia e apenas 5% em folículos sadios de ratas (34).
Posteriormente, foi observado que tanto os receptores AT1A quanto os AT2 são expressos em
ovários (35,36). Em coelha, foram encontrados recep-tores para Ang-II nas células granulosas e no estroma de folículos pré-ovulatórios, sendo os receptores AT2
encontrados em maior proporção nas células granu-losas e os receptores AT1 no estroma e nas células
teçais (37). Estudo sobre a regulação da expressão de receptores para Ang-II em células granulosas, culti-vadas in vitro, demonstrou que FSH, testosterona e
Um receptor específico para Ang-(1-7), que mediaria diversas ações centrais e periféricas do pep-tídeo, ainda não foi caracterizado molecularmente, mas há evidências de sua existência, principalmente pela ca-racterização de um antagonista específico, o A-779 ou D-Ala7-Ang-(1-7) (38). Além disso, o efeito antidi-urético da Ang-(1-7), que ocorre na presença dos anta-gonistas específicos de AT1 e AT2, é especificamente
bloqueado pelo A-779 (39). Evidências da existência de receptor específico para Ang-(1-7) foram também encontradas no sistema nervoso central (40), em células endoteliais aórticas bovinas (13) e em ovários de rata, perfundidos in vitro, nos quais o A-779 inibiu a
pro-dução de estradiol induzida por Ang-(1-7) (41).
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO SRA NOS OVÁRIOS
Ovulação e Maturação dos Oócitos
Achados discrepantes sobre os efeitos da Ang-II têm impedido o entendimento do seu papel fisiológico na ovulação. Pellicer e cols. (42) demonstraram que a administração de saralasina, um antagonista de Ang-II, bloqueou a ovulação em ratas imaturas tratadas com PMSG e hCG. Entretanto, um estudo autorradiográ-fíco (43), usando o mesmo procedimento de Pellicer, revelou ausência de receptores para Ang-II em folícu-los pré-ovulatórios contendo receptores para LH.
Infusões de captopril, um inibidor da EGA, não afetaram a ovulação, induzida por PMSG e hCG, em ratas imaturas, sugerindo que a produção local de Ang-II não é essencial para os processos que resultam em ovulação (44). Em ovários de coelha, perfundidos
in vitro, o captopril também não inibiu a ovulação
induzida por hCG, a despeito da significante redução na concentração intrafolicular e na taxa de secreção de Ang-II; entretanto, o bloqueio de receptores AT1 e
AT2 com saralasina a inibiu (45,46). Esta discrepância
poderia ser explicada pela diminuição da atividade da EGA em folículos pré-ovulatórios, induzida pelo cap-topril, que permitiria aumento dos níveis intrafolicu-lares de bradicinina. A bradicinina, que pode ser degradada pela EGA, participa do processo ovulatório (47). Outro mecanismo proposto inclui possíveis papéis para outros fragmentos de angiotensinas. A Ang-(1-7), que pode ser formada por uma via inde-pendente da EGA, pode ser um desses peptídeos, já que está presente nos ovários em maior concentração nas fases de proestro e estro (30). Além disso, foi demonstrado o efeito estimulatório de Ang-(1-7) sobre a liberação de prostaglandinas em vaso deferente isolado de coelho (48) e em células endoteliais, onde foi mais potente que Ang-II (49). O mesmo efeito foi
observado em cultura de células musculares lisas de aorta de coelho (50). E conhecida a participação das prostaglandinas no processo ovuíatório e foi demons-trado que a produção de prostaglandinas nos ovários correlaciona-se positivamente com o efeito ovulatório de Ang-II (37).
Apesar da falta de efeito da EGA, há experi-mentos utilizando perfusão de ovário de coelha in vitro, que demonstram efeito direto da Ang-II
induzindo a ovulação e maturação dos oócitos e inibição da ovulação pela saralasina (45,51). Já a ma-turação dos oócitos induzida por Ang-II não foi inibi-da por saralasina (51). O bloqueio dos receptores AT2
com PD 123319 inibe a ovulação induzida por hCG
in vitro de modo dependente da dose, mas o bloqueio
dos receptores AT, com CV-11974 não afeta a ovu-lação (46). O bloqueio dos receptores AT2 também
inibe a ovulação induzida por Ang-II in vitro (37).
Estes resultados, tomados em conjunto, indicam que a Ang-II atua no processo ovulatório através da ligação a receptores do tipo AT2. O mecanismo através do
qual a Ang-II atua na maturação oocitária, entretanto, ainda não é conhecido.
Formação do corpo lúteo
A formação do corpo lúteo implica na luteinizaçáo das células granulosas e teçais e neovascularização da nova glândula. Alguns trabalhos têm relacionado a Ang-II com a neovascularização do corpo lúteo. Por exemplo, o fator de crescimento de fibroblastos básico (bFGF), um dos mais potentes peptídeos angiogênicos, é expresso em culturas luteais sob estimulo tanto de Ang-II quanto de LH, de modo dependente da dose. A saralasina inibe o efeito de ambos (52).
Esiteroidogênese
In vivo, a infusão de captopril, durante tratamento de
ratas imaturas com PMSG e hCG, não afetou a pro-dução de estradiol e progesterona (53). Em ovários perfundidos in vitro, a adição de captopril também não
alterou a produção de esteróides (44). Em cultura de fatias de ovários de ratas impúberes, pré-tratadas com PMSG, foi observado efeito estimulatório da Ang-II na produção de estrógeno e andrógeno, sem estimular a produção de progesterona (47), O aumento da pro-dução de estrógeno parece ser devido ao aumento da produção de andrógenos na teta (54).
Foi demonstrado que a Ang-II no líquido de perfusão de ovários de coelha estimula a produção de E2, prostaglandinas E2 (PGE2) e F2alfa (PGF2a), mas
não altera a produção de P4. Estes efeitos foram
pelo antagonista AT1, CV 11974 (37). Assim, parece
que a Ang-II atua em receptores AT2, estimulando ou
modulando seletivamente a produção de E2 induzida
por gonadotrofina.
A produção de renina nas células teçais, a pre-sença de Ang-II tanto no compartimento tecal quanto no líquido folicular e a presença de receptores de Ang-II nos compartimentos tecal e intra-folicular corrobo-ram o modelo proposto por Bumpus e cols. (47). Neste modelo, a Ang-II produzida na teca atuaria de modo autócrino estimulando a produção de an-drógeno. O andrógeno se difundiria para o líquido folicular onde, por ação da Ang-II, também prove-niente da teca, sofreria aromatização, transformando-se em estrógeno. Além disso, a Ang-II parece transformando-ser pro-duzida também no interior do folículo onde, como visto anteriormente, foi demonstrada a presença de angiotensinogênio, renina e ECA.
Já que os receptores AT1 estão em maior
pro-porção na camada tecal (37), e que foi demonstrado que a Ang-II aumenta a relação androstenediona/E2
secretada in vitro por folículos ovarianos de hamster (55), parece que os receptores AT1 na teca têm um
papel mais específico na produção de andrógenos. Resultados aparentemente contraditórios foram relatados em culturas de células granulosas luteinizadas humanas. Em presença de hCG, a Ang-II induziu aumento de produção de P4 e a saralasina bloqueou
esse efeito e aumentou a produção de E2, indicando
que a Ang-II poderia estar inibindo a produção de E2
estimulada por hCG (56). No entanto, também em células granulosas luteinizadas, a Ang-II, sozinha ou associada com LH ou FSH, não alterou a produção de P4 (57). Como em ambos os casos são culturas de
células granulosas luteinizadas, seria esperada a pro-dução de P4 sob efeito do LH ou hCG e as diferenças
poderiam estar associadas a aspectos como o grau de luteinização e presença maior ou menor de receptores para Ang-II nas células.
Com relação à Ang-(1-7), resultados iniciais do nosso laboratório sobre seu papel esteroidogênico demonstram efeito estimulatório sobre a produção de estradiol em ovários de rata perfundidos in vitro (58).
RELAÇÃO DO SRA COM ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO OVARIANA
Síndrome de Hiperestimulação Ovariana (SHO)
A SHO é uma complicação do uso das modernas téc-nicas de reprodução na mulher, com aplicação de gonadotrofinas para estimular o desenvolvimento folicular e a ovulação. Ao exame macroscópico
obser-vam-se múltiplos cistos foliculares e corpos lúteos cís-ticos. A SHO, quando severa, caracteriza-se por gran-de aumento do tamanho dos ovários, ascite, efusão pleural, trombose, podendo ocorrer insuficiência renal e até óbito (59). O extravasamento de líquido é devi-do ao aumento da permeabilidade vascular (60). Altos níveis séricos de aldosterona, correlacionados com a atividade de renina plasmática, têm sido observados nas pacientes (61). Foi também observada correlação direta entre a magnitude da atividade de renina plas-mática e a severidade da síndrome (59).
O uso de inibidores da ECA foi experimentado em um modelo de síndrome de hiperestimulação ova-riana induzida em coelha, tendo havido significativa redução da sua incidência (62). Mulheres doadoras de oócitos, tratadas com gonadotrofinas e em uso con-comitante de captopril, não desenvolveram a síndrome na forma severa (63). Não conhecemos relatos sobre do uso de antagonistas de receptores na prevenção da síndrome.
Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)
A SOP é associada a anovulação, hirsutismo, amenor-réia e obesidade, entre outras alterações. No perfil hor-monal têm sido observados níveis plasmáticos elevados de LH e de andrógenos. Discute-se a causa da SOP, se central ou periférica. Em ambas as hipóteses há evidências de participação do SRA.
Causa central: Os componentes do SRA foram todos descritos no cérebro e diversos experimentos têm associado a Ang-II à liberação de LH pela hipó-fise. Em ratas em proestro, ou ovariectomizadas e tratadas com E2 e P4, a injeção intracerebroventricular
(icv) de Ang-II aumenta a concentração plasmática de LH. O mesmo efeito não ocorreu quando a Ang-II foi injetada por via endovenosa (64). Isso sugere que os receptores de Ang-II, responsáveis pelo efeito observa-do anteriormente, estão inacessíveis à Ang-II plasmáti-ca, por estarem protegidos pela barreira hemato-ence-fálica. A injeção icv de saralasina ou enalapril inibiu o pico ovulatório de LH e bloqueou a ovulação (65). Pacientes com SOP, têm alterações na concentração e na pulsatilidade do LH, com aumento na amplitude e freqüência dos pulsos (66). Essas alterações no padrão de secreção de LH podem levar ao hiperandrogenismo e à falta de ovulação, típicos da síndrome.
coloração para renina e Ang-II na fase de desenvolvi-mento inicial, apenas na teca. Na granulosa, a coloração só aparece nos folículos imediatamente pré-ovulatórios. Isto, aparentemente, liga o SRA ao hiperandrogenismo da SOP, já que os ovários das pacientes apresentam estroma hiperplásico e coram-se mais intensamente para renina e Ang-II que os ovários normais.
Os níveis plasmáticos basais de pró-renina em pacientes com SOP são mais altos que os da fase folicular de pacientes normais e os níveis correlacionam-se positi-vamente com a concentração de andrógeno (63). Deste modo, a dosagem de pró-renina pode vir a ser uma nova opção de exame para auxiliar no diagnóstico da SOP.
CONCLUSÕES
Todos os componentes do SRA clássico, constituído de angiotensinogênio, I e angiotensina-II, assim como as enzimas renina e EGA, além dos receptores AT1 e AT2 já foram descritos em ovários.
Em ensaios biológicos, foi observado efeito estimu-latório da Ang-II sobre a ovulação e maturação dos oócitos em coelhas e, ainda, sobre a produção de E2,
P4, PGE2 e PGF2a. Foi demonstrado, ainda, que a
hCG estimula a produção de Ang-II nos ovários; assim, os efeitos da hCG sobre a ovulação podem ser, pelo menos em parte, devidos à produção de Ang-II. Na rata, os resultados são contraditórios, com alguns mostrando evidências de efeitos semelhantes aos veri-ficados na coelha e outros evidenciando um efeito no processo de atresia. Foi também evidenciado efeito estimulatório de Ang-(1-7) sobre a produção de estra-diol, em ovários de rata perfundidos in vitro.
A falta de efeito do inibidor de EGA (captopril) sobre a esteroidogênese e ovulação e os efeitos contra-ditórios com a infusão de Ang-II e saralasina in vivo, a princípio parecem indicar ausência de papel fisiológico do SRA nos ovários, mas podem também ser indica-tivos de que o peptídeo mais ativo nesse caso não seja Ang-II, e sim um peptídeo cuja formação não dependa de EGA, como é o caso da Ang-(1-7). Resultados liminares do nosso Laboratório apontam para a pre-sença de Ang-(1-7) nos ovários de rata e para um efeito estimulatório desta sobre a produção de estradiol.
Finalmente, há evidências da participação do SRA em disfunções reprodutivas, como é o caso das síndromes de hiperestimulação ovariana e dos ovários policísticos. No primeiro caso, foi demonstrado que o tratamento com gonadotrofinas estimula o SRA ova-riano e que o uso de inibidores da EGA diminui a incidência e a gravidade da síndrome. No segundo caso, foi demonstrado que a renina e a Ang-II
ovari-anas estão aumentadas e que a pró-renina plasmática, além de aumentada, tem seu aumento correlacionado com o aumento da concentração de andrógeno, uma característica básica da síndrome.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Fapemig, CNPq e Pronex, pelo finan-ciamento de nossos projetos; à Jacqueline Pereira Braga por seu valioso auxílio técnico; e à Virgínia Mara Pereira por sua colaboração constante na elaboração e revisão deste trabalho.
REFERÊNCIAS
1. Richards JS. Gonadotropin-regulated gene expression in ovary. In: Adashi EY, Leung PCK, eds. The Ovary. New York: Raven Press; 1993;93-112.
2. Gutkowska J, Tremblay J, Antakly T, Meyer R, Mukad-dam-Daher S, Nemer M. The atrial natriuretic peptide system in rat ovaries. Endocrinology 1993;132:693-700. 3. Jankowski M, Reis AM, Mukaddam-Daher S, Dam T-V,
Farookhi R, Gutkowska J. C-type natriuretic peptide and guanylyl cyclase receptors in rat ovary are modulated by the estrous cycle. Biol Reprod 1997;56:59-66.
4. Gutkowska J, Jankowski M, Sairam MR, Fujio N, Reis AM, Mukaddam-Daher S, et al. Hormonal regulation of natri-uretic peptide system during induced ovarian follicular development in the rat. Biol Reprod 1999;61:162-70. 5. Yoshimura Y. The ovarian renin-angiotensin system in
reproductive physiology. Front Neuroendocrinol
1997;18:247-91.
6. Ganong WF. The brain renin-angiotensin system. Ann Rev Physiol 1984;46:17-31.
7. Deschepper CF, Mellon SH, Cumin F, Baxter JD, Ganong WF. Analysis by immunocitochemistry and in situ hybridization of renin and its mRNA in kidney, testis, adrenal and pituitary of the rat. Proc Natl Acad Sci USA 1986;83:7552.
8. Pratt RE, Dzau VJ, Oueilette AJ. Influence of androgen on translatable renin mRNA in the mouse submandibu-lar gland. Hypertension 1984;6:605.
9. Ganten D, Hutchinsos JS, Schelling P, Ganten U, Fisher H. The iso-renin systems in extrarenal tissue. Clin Exp
Phar-macol Physiol 1976;3:103-26.
10. Pandey KN, Melner MH, Parmentier M, Inagami T. Demonstration of renin activity in purified rat Leydig cells: evidence for the existence of an endogenous inactive (latent) form of enzyme. Endocrinology
1984;115:1753-9.
11. Santos RAS, Brosnihan KB, Chappel MC, Pesquero JL, Chernicky CL, Greene LJ, et al. Converting enzyme activity and angiotensin metabolism in dog brainstem.
Hypertension 1988;11:1153-7.
13. Tallant EA, Lu X, Weiss RB, Chappel MC, Ferrario CM. Bovine aortic endothelial cells contain an angiotensin-(1-7) receptor. Hypertension 1997;29(part 2):388-93. 14. Paulson RJ, Do YS, Hsueh WA, Eggna P, Lobo RA.
Ovari-an renin production in vitro Ovari-and in vivo: characterization and clinical correlation. Fertil Steril 1989;51:634-8. 15. Itskovitz J, Bruneval P, Soubrier F, Thaler l, Corvol P,
Sealey JE. Localization of renin gene expression to mon-key ovarian theca cells by in situ hybridization. J Clin
Endocrinol Metab 1992;75:1374-80.
16. Itskovitz J, Rubattu S, Rosenwarks Z, Liu HC, Sealey JE. Relationship of follicular fluid pro-renin to oocyte matu-ration, steroid levels and outcome of in vitro fertilization.
J Clin Endocrinol Metab 1991;72:165-71.
17. Glorioso N, Atlas AS, Laragh JH, Jewelewicz RJ, Sealey JE. Pro-renin in high concentrations in human ovarian follicular fluid. Science 1986;233:1422-4.
18. Lightman A, Tarlatzis BC, Rzasa PJ, Culler MD, Caride VJ, Negro-Vilar AF, et al. The ovarian renin-angiotensin sys-tem: renin-like activity and angiotensin II/III immunore-activity in gonadotropin-stimulated and unstimulated human follicular fluid. Am J Obstet Gynecol
1987;156:808-16.
19. Fernandez LA, Tarlatzis BC, Rzasa PJ, Caride VJ, Laufer N, Negro-Vilar AF, et al. Renin-like activity in ovarian follicu-lar fluid. Fertil Steril 1985;44:219-23.
20. Speth RC, Husain A. Distribution of angiotensin-conver-ting enzyme and angiotensin II-receptor binding sites in the rat ovary. Biol Reprod 1988;38:695-702.
21. Brentjens JR, Matsuo S, Andres GA, Caldwell PR, Zam-boni L. Gametes contain angiotensin converting enzyme (kininase II). Experimentia 1986;42:399-402. 22. Gallagher PE, Li P, Lenhart JR, Chappell MC, Brosnihan
KB. Estrogen regulation of angiotensin converting enzyme mRNA. Hypertension 1999;33(part II):323-8. 23. Ohkubo H, Nakayama K, Tanaka T, Nakanish S. Tissue
dis-tribution of rat angiotensinogen mRNA and structural analysis of its heterogeneity. J Biol Chem 1986;261:319-23. 24. Thomas WG, Sernia C. The immunocitochemical local-ization of angiotensinogen in the rat ovary. Cell Tissue Res 1990;261:367-73.
25. Culler MD, Tarlatzis BC, Lightman A, Fernandez LA, Dech-erney AH, Negro-Vilar A, et al. Angiotensin ll-like immunorecctivity in human ovarian follicular fluid. J Clin
Endocrinol Metab 1986;62:613-5.
26. Husain A, Bumpus FM, Silva PDe, Speth RC. Localization of angiotensin II receptors in ovarian follicles and the identification of angiotensin II in rat ovaries. Proc Natl Acad Sci USA 1987;84:2489-93.
27. Cinipari R, Strickland S. Plasminogen activator in the ovary, Production and gonadotropin regulation of the enzyme in granulosa and theca cells. J Biol Chem
1985;260:5121-5.
28. Tsang SS, Loscalzo J, Dzau VJ. Tissue plasminogen acti-vator activates renin angiotensin in vitro. J Vase Med
Biol 1989;1:67-74.
29. Yoshimura Y, Koyama N, Karube M, Oda T, Akida M, Yoshin-ga A, et al. Gonadotropin stimulates ovarian renin-angiotensin system in the rabbit. J Clin Invest 1994;93:180-7.
30. Raposo-Costa AP, Freitas e Silva L, Santos-Costa C, Pereira VM, Fagundes-Moura CR, Santos RAS, et al. Influência do ciclo estral sobre a concentração de angiotensina-(1-7) em ovários de ratas. XIV Reunião Anual da FeSBE. 1999;(abstract):pp.374.
31. Mukoyama M, Nakajima M, Horiuchi M, Sasamura H, Prott RE, Dzau VJ. Expression cloning of type 2 angiotensin II receptor reveals a unique class of seven-transmembrane receptors. J Biol Chem 1993;268:24539-42.
32. Speth RC, Bumpus FM, Husain A. Identification of angiotensin II receptors in the rat ovary. Eur J Pharmacol
1986;130:351-2.
33. Pucell AG, Bumpus FM, Husain A. Rat ovarian angiotensin receptors. J Biol Chem 1987;262:7076-80. 34. Daud Al, Bumpus FM, Husain A. Evidence for selective
expression of angiotensin II receptors on atretic follicles in the rat ovary: an autoradiographic study. Endocrinol-ogy 1988;122:2727-34.
35. Kakar SS, Sellers JC, Devor DC, Musgrove LC, Neil JD. Angiotensin II type-1 receptors subtypes cDNAs: differ-ential tissue expression and hormonal regulation.
Biochem Biophys Res Commun 1992;185:1090-6. 36. Pucell AG, Hodges JC, Sem l, Bumpus FM, Husain A.
Bio-chemical properties of the ovarian granulosa cell type 2-angiotensin II receptor. Endocrinology 1991;128:1947-59. 37. Yoshimura Y, Karube M, Aoki H, Oda T, Koyama N, Nagai A, et al. Angiotensin II induces ovulation an oocyte mat-uration in rabbit ovaries via the AT2 receptor subtype.
Endocrinology 1996;137:1204-11.
38. Santos RAS, Campagnole-Santos MJ, Baracho NCV, Pontes MAP, Silva LCS, Neves LAA, et al. Characteriza-tion of a new angiotensin antagonist selective for angiotensin-(1-7) are mediated by specific angiotensin receptors. Brain Res Bull 1994;35:293-8.
39. Santos RAS, Silva ACS, Magaldi AJ, Passaglio KT, Bara-cho NCV. Evidence for a physiological role of angiotensin-(1-7) in the control of hydroelectrolyte bal-ance. Hypertension 1996;27:1-10.
40. Fontes MAP, Silva LCS, Campagnole-Santos MJ, Khosla MC, Guertzenstein PG, Santos RAS. Evidence that angiotensin-(1-7) plays a role in the control of blood pressure at the ventrolateral medulla acting through specific receptors. Brain Res 1994;665:175-80.
41. Raposo-Costa AP, Pereira VM, Fagundes-Moura CR, Santos-Costa C, Freitas e Silva L, Vieira MAR, et al. Pres-ence and steroidogenic effect of angiotensin-(1-7) in the in vitro perfused rat ovary. III International
Sympo-sium Vasoactive Peptides. 1999;(abstract):pp.85. 42. Pellicer A, Palumbo A, Decherny AH, Naftolin F.
Block-age of ovulation by an angiotensin antagonist. Science
1988;240:1660-1.
43. Daud Al, Bumpus FM, Husain A. Angiotensin II: does it have a direct obligate role in ovulation?. Science 1989;245:870-1.
44. Petterson CM, Morioka N, Zhu C, Ryan JW, Lemaire WJ. Angiotensin-converting enzyme inhibitors have no effect on ovulation and ovarian steroidogenesis in the perfused rat ovary. Reprod Toxicol 1993;7:131-5. 45. Yoshimura Y, Karube M, Koyama N, Shiokawa S, Nanno
rupture and oocyte maturation in the rabbit. FEBS-Lett
1992;307:305-8.
46. Kuji N, Sueoka K, Miyazaki T, Tanaka M, Oda T, Kobayashi T, et al. Involvement of angiotensin II in the process of gonadotropin-induced ovulation in rabbits. Biol Reprod
1996;55:984-91.
47. Bumpus FM, Pucell AG, Daud Al, Husain A. Angiotensin II an intraovarian regulatory peptide. Am J Med Sci
1988;295:406-8.
48. Trachte GJ, Meixner K, Ferrario CM, Khosla MC. Prostaglandin production in response to angiotensin-(1-7) in rabbit isolated was deferent. Prostaglandin 1990;39:385.
49. Jaiswal N, Diz DI, Chappel MC, Khosla MC, Ferrario CM. Stimulation of endothelial cell prostaglandin production by angiotensin peptides. Characterization of receptors.
Hypertension 1992;19(suppl. II):II49-II55.
50. Muthalif MM, Benter IF, Uddin MR, Harper JL, Malik KU. Signal transduction mechanisms involved in angiotensin-(1-7)-stimulated arachidonic acid release and prostenoid synthesis in rabbit smooth muscle cells. J Pharmacol Exp Ther 1998;284:398.
51. Kuo TC, Endo K, Dharmarajan AM, Miyazaki T, Atlas SJ, Wallach EE. Direct effect of angiotensin II on in vitro per-fused rabbit ovary. J Reprod Pert 1991;92:469-74. 52. Stirling D, Magness RR, Stone R, Waterman MR, Simpson
ER. Angiotensin II inhibits luteinizing hormone-stimulated cholesterol side chain cleavage expression and stimu-lates basic fibroblast growth factor expression in bovine luteal cells in primary culture. J Biol Chem 1990;265:5-8. 53. Aguilera G, Millan MA, Harwood JP. Angiotensin II
receptors in the gonads. Am J Hypert 1989;2:395-402. 54. Pucell AG, Bumpus FM, Husain A. Regulation of
angiotensin II receptors in cultured rat ovarian granulosa cells by follicle-stimulating hormone and angiotensin II. J Biol Chem 1988;263:11954-61.
55. Kitzman PH, Hutz RJ. In vitro effects of angiotensin II on steroids production by hamster ovarian follicles and on ultrastructure of the theca interna. Cell Tissue Res 1992;268:191-6.
56. Moris RE, Paulson RJ. The ovarian renin-angiotensin-sys-tem: recent advances and their relationship to assisted reproductive technologies. Assis Reprod Rev 1993;3:2-10. 57. Rainey WE, Bird JM, Byrd W, Carr BR. Effect of
angiotensin II on human luteinizing granulosa cells. Fertil
Steril 1993;59:143-7.
58. Raposo-Costa AP, Pereira VM, Braga-Pereira J, Reis AM. Esteroidogênese induzida por angiotensina-(1-7) em ovários de ratas perfundidos. XIV Reunião Anual da FeSBE. 1999;(resumo):pp.85.
59. Navot D, Bergh PA, Laufer N. Ovarian hyperestimulation syndrome in novel reproductive technologies: preven-tion and treatment. Fertil Steril 1992;58:249-61.
60. Polishuk WZ, Schenker JG. Ovarian overestimulation syn-drome. Fertil Steril 1969;20:443-52.
61. Honing RV, Strawn EY, Nolten WE. Pathophysiology of the ovarian hyperestimulation syndrome. Obstet
Gynecol 1985;66:220-4.
62. Moris RS, Wong IL, Do YS, Hsuech WA, Lobo RA, Sauer MV, et al. The pathophysiology of ovarian hyperestimulation syndrome (OHSS). A proposal role of the ovarian derived pro-renin to angiotensin cascade (ODPAC). In: Mukhopadhyay AK, Raidoza MK, eds. Tissue Renin-Angiotensin Systems. New York: Plenum Press. 1995;391-8. 63. Moris RS, Paulson RJ, Lindheim SR, Legro RS, Lobo RA, Sauer MV. Angiotensin-converting enzyme inhibition reverses luteal phase steroid production in oocytes donors. Fertil Steril 1995;63:854-8.
64. Steele MK, Ganong WF. Brain renin-angiotensin system and secretion of luteinizing hormone and prolactin.
Front Neuroendocrinol 1986;9:99-113.
65. Steele MK. The role of brain angiotensin II in the regula-tion of luteinizing hormone and prolactin secreregula-tion.
Trend Endocrinol Metab 1992;3:295-301.
66. Rebar R, Judd HL, Yen SCC, Rakoff J, Vandenberg G, Naftolin F. Characterization of the inappropriate gonadotropin secretion in polycystic ovary syndrome. J Clin Invest 1976;57:1320-9.
67. Palumbo A, Pourmotabbed G, Carcangiu ML, Andrade-Gordon P, Rosa L, DeCheverney A, et al. Immunohisto-chemical localization of renin and angiotensin in the ovary. Comparison between normal women and patients with histologically proven polycystic ovarian disease. Fertil Steril 1993;60:280-4.
Endereço para correspondência:
Adelina M. dos Reis
Depto. de Fisiologia e Biofísica ICB - UFMG