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Estudo da adsorção e oxidação do monóxido de carbono sobre as fases intermetálicas ordenadas Pt-M(M = Mn, Pb, Sb e Sn)

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(1)

ESTUD OS D A AD SORÇÃO E OX I D AÇÃO D E

M ON ÓX I D O D E CARBON O SOBRE FASES

I N TERM ETÁLI CAS ORD EN AD AS PT- M ( M =

M N , PB, SB E SN )

FACULDADE DE CI ÊNCI AS ( FC) - BAURU – SP

MESTRE( A) EM MATERI AI S

(2)

1 INTRODUÇÃO

A eletro-oxidação de pequenas moléculas orgânicas tem sido muito estudada

devido ao seu grande potencial em aplicação nas células a combustível (Parsons,

1988). As células a combustível são sistemas de conversão de energia, tendo como

princípio de funcionamento a combustão eletroquímica de um combustível e a redução

do oxigênio puro ou do ar. Uma célula unitária consiste basicamente de dois eletrodos:

um ânodo, onde um combustível é oxidado; e um cátodo, onde o oxigênio, geralmente

do ar atmosférico, é reduzido. O eletrólito é um meio condutor de íons (Kordesch,1996).

Dentro dos diferentes tipos de células a combustível (Ticcianelli, 2005), as células de

eletrólito polimérico sólido, (“Polymer Electrolyte Membrane Fuel Cell”, PEMFC) são as

células mais promissoras para utilização em veículos e sistemas portáteis, podendo ser

alimentadas com hidrogênio ou diretamente com álcoois de baixo peso molecular.

A PEMFC alimentada com hidrogênio fornece elevadas densidades de

corrente. Entretanto, o hidrogênio obtido por processos de reforma de compostos

orgânicos: gás natural, metano, propano, metanol, etanol, e outros, contêm um residual

de CO significativo. (Ioannides et al., 2000), causando o bloqueio superficial dos sítios

de platina.

Estudos mostram que o material eletródico mais utilizado para a oxidação de

pequenas moléculas orgânicas é a platina, pois esse metal apresenta uma capacidade

muito grande para quebrar ligações carbono-hidrogênio (Iwasita, 1994). Porém a

eficiência da platina como eletrocatalisador é limitada por ser desativada pela adsorção

(3)

sítios superficiais de platina, comprometendo o seu rendimento e eficiência. (Vielstich,

1970).

Observa-se na figura 1 que o CO adsorve-se preferencialmente de duas

maneiras; adsorção vertical ou linear e em forma de ponte. Uma configuração de

adsorção linear utiliza apenas um sítio de platina o que facilitaria a posterior oxidação

do CO. Uma configuração em ponte utiliza dois sítios de platina, formando assim uma

configuração mais estável, estabilizando a sua estrutura e tornado mais difícil sua

(4)

(5)

Dessa forma necessita-se do desenvolvimento de novos materiais que sejam

alternativos à platina e de forma que sejam tolerantes ao bloqueio superficial por

monóxido de carbono, tenham um menor custo de produção e que possam ser

utilizados em sistemas reais, viabilizando dessa forma uma alternativa em relação aos

sistemas utilizados atualmente.

Neste contexto, uma metodologia de desenvolvimento de eletrocatalisadores

vem apresentando significativo avanço. A metodologia baseia-se na modificação da

superfície da platina pela deposição de átomos metálicos, como Sn, Pb, Mo, Ru, Bi, etc,

que nas primeiras análises (Pletcher, 1982 ; Rach, 1986; Fernandezvega et al., 1989;

Chang et al., 1992; Climent et al., 1998.),apresentaram resultados satisfatórios.

Ainda que não totalmente elucidados, são atribuídos mais comumente como

conseqüências da modificação superficial da platina, a mudança da densidade

eletrônica superficial (Clavilier, 1989; Herrero, Llorca et al., 1994), que facilitaria uma

posterior dessorção de monóxido de carbono, pela disponibilidade de espécies

oxigenadas na superfície (mecanismo bi-funcional), (Schmidt et al., 2000), outra

conseqüência seria a o efeito de “terceiro corpo”, que diminuiria a possibilidade de

adsorção do intermediário/produto envenenador em uma configuração estável sobre a

superfície do eletrodo (Wittstock et al., 1998; Smith et al., 1999).

Mesmo com o grande desenvolvimento cientifico experimentado pela adoção

desse método, ainda está longe de ter um consenso sobre a utilização em sistemas

reais, visto que é limitada devido a grande instabilidade físico-química dos materiais.

(6)

necessidade de uma nova metodologia, desenvolvendo assim eletrocatalisadores que

se tornem aplicáveis em sistemas reais e que tenha uma confiabilidade maior.

Os materiais intermetálicos ordenados, ou fases intermetálicas ordenadas

surgem como alternativa nessa perspectiva. São definidos como uma classe especial

do que se convenciona chamar de ligas metálicas, formados por dois ou mais

elementos metálicos que constituem um material de estequiometria definida dentro de

determinadas faixas de composição tendo uma estrutura cristalográfica diferente da

estrutura encontrada nos metais originais que os compõe (Sauthoff, 1995; Alavi et al.,

1999).

Os intermetálicos possuem uma ordenação estrutural constante por todo o

corpo do material (Wetbrosk, 1967). Tal classe de materiais exibe características

físico-químicas bem definidas e acentuada estabilidade quando são comparados seus

diagramas de fase com outras ligas metálicas. Por apresentarem propriedades

superficiais constantes (tais como configuração eletrônica e arranjo estrutural dos sítios

superficiais), têm sido recentemente utilizado como estratégia metodológica para

desenvolvimento e estudo científico de catalisadores utilizados em processos

heterogêneos bem como em catálise de reações eletroquímicas.

Os intermetálicos apresentam vantagens na sua confecção, pois, requerem

uma quantidade de platina menor, diminuindo consideravelmente seu custo. Possui

uma maior estabilidade físico-química quando comparados com os materiais

modificados superficialmente, possibilitando dessa forma uma provável aplicação em

sistemas reais de células a combustível, considerando que possa utilizar hidrogênio

(7)

promover a geração de espécies oxigenadas em potenciais menos anódicos que a

platina, promovendo assim a oxidação de espécies que estejam adsorvidas em sua

superfície, como por exemplo, o monóxido de carbono, liberando dessa forma os sítios

ativos do eletrocatalisador de forma que aumente a eficiência do processo. Assim,

esses materiais têm despertado interesse entre os pesquisadores (Casado-Rivera, et

al., 2003), mas até agora poucos resultados são conhecidos sobre a influência desse

tipo de material, com relação às densidades eletrônicas dos sítios da superfície e das

distâncias entre os sítios ativos de platina (Pt-Pt).

Os estudos de monóxido de carbono adsorvido em eletrodos são de

indiscutível importância tanto em eletroquímica básica quanto em aplicada. Na primeira,

este estudo se justifica pelo fato do CO ser considerado uma importante ferramenta

auxiliar na caracterização da superfície, ou seja, suas propriedades vibracionais

dependem fortemente da natureza do substrato. Na segunda, como citado

anteriormente, o monóxido de carbono é um intermediário/produto das reações de

moléculas orgânicas que inibe o desempenho do melhor catalisador, a platina. Sobre

esse assunto existe uma grande variedade de publicações utilizando os métodos

eletroquímicos convencionais (Capon e Parsons, 1973; Mcnicol, 1981; Clavilier e Sun,

1986; Zuruwaski et al.,1986), onde foram descritas duas formas de CO adsorvido. A

forma linear ocupando um sito, e a forma ponte, ocupando dois sítios de adsorção por

molécula de CO. Para poder elucidar os efeitos produzidos pelo monóxido de carbono

sobre a superfície, os estudos através do FTIR in situ são uma ferramenta poderosa,

pois, pode nos revelar com uma maior precisão quais as formas com que o CO está

(8)

Diante do grande interesse por esses materiais é necessário que estudos

mais detalhados sejam realizados, esclarecendo principalmente as características da

interação superfície - CO.

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA.

A revisão dos trabalhos apresentados a seguir, se restringe apenas as

publicações consideradas mais relevantes sobre o tema, sendo então representativas

das demais e, portanto não se propõe a abordar todos os trabalhos realizados.

São observados na literatura inúmeros trabalhos que investigam a adsorção e

oxidação de monóxido de carbono, no entanto um excelente trabalho foi descrito por,

Friedrich e colaboradores (Friedrich et al.,1996), que estudaram a oxidação de

monóxido de carbono nos materiais Pt(111) , Ru e Pt(111)Ru, através das técnicas de

FTIR e voltametria cíclica. O material Pt(111)Ru foi caracterizado por voltametria

cíclica, onde foi observado uma significativa mudança no voltamograma quando

comparado com a Pt(111). Os espectros de FTIR mostram que ocorre a adsorção de

CO linear em todos os materiais e de CO em ponte apenas na Pt(111) e Pt(111)Ru.

Observou-se também que é atribuída uma banda no espectro para o conjunto Ru-CO.

Assim, todos os materiais foram capazes de oxidar o monóxido e carbono, porém o

material Pt(111)Ru foi capaz de oxidar o CO em potenciais menos positivos que a

platina, sugerindo dessa forma que o mecanismo de oxidação seja do tipo bifuncional,

ou seja , ocorre a formação de espécies oxigenadas na superfície do material que

(9)

Wang e colaboradores (Wang.K et al., 1996) empregaram as técnicas de

voltametria cíclica, eletrodo de disco rotatório e voltametria de varredura linear para

investigar a oxidação do monóxido de carbono nos materiais Pt, Pt3Sn, PtRu e Ru. Os

resultados obtidos demonstraram que o Sn oxida pouco o CO, pois, geram pequenas

quantidades de espécies oxigenadas em sua superfície. Através dos estudos de

voltametria de redissolução anódica com solução saturada de CO, pode-se concluir

que dentre os materiais investigados todos conseguem oxidar o CO, porém, o material

Pt3Sn oxida o CO em potenciais menos positivos.

Lin e colaboradores (Lin et al.,1999), estudaram a eletro-oxidação de CO em

ligas de PtRu e em Pt e Ru. Comparando-se os metais com a liga, através de estudos

de FTIR in situ, mostraram que quando o CO é adsorvido o Ru é o melhor

eletrocatalisador, pois ele consegue oxidar o CO em potenciais menos positivos que os

outros materiais. Outra característica observada no espectro de infravermelho foi a de

que a estrutura da monocamada é diferente nos três materiais, sendo que os metais

puros apresentam uma estrutura mais compacta de CO enquanto a liga apresenta

buracos na monocamada de CO; propondo que espécies oxigenadas são geradas na

superfície da liga ajudando a uma possível oxidação a CO2.

Brian e colaboradores (Brian. E et al.,2003) realizaram experimentos de

voltametria cíclica, voltametria de varredura linear e raios-x, ex-situ na Pt(111),

Pt(111)/Sn(2x2) e Pt(111)/Sn(√3x3)R30°. Todos os materiais foram caracterizados por

voltametria cíclica em solução de H2SO4 0,5M. Os resultados mostram que são

atribuídos nos voltamogramas do material Pt(111)/Sn(√3x3)R30° picos em 0,15 e

(10)

todo na primeira varredura, e que o OHads sobre o material tem o papel de ajudar na

oxidação do CO. Todos os materiais promoveram a oxidação do CO em potenciais mais

positivos que a Pt(111).

Vladimire e colaboradores (Vladimire et al., 2003) estudaram uma simulação

da cinética de oxidação de CO em um monocristal de platina. Observaram que o CO é

sensível às interações laterais da superfície onde o CO está ligado. Assim mostrou-se

através de cálculos que o CO pode oxidar em duas etapas, a primeira o CO adsorvido

reage com OH e forma COOH e posteriormente esse reage com OH e forma o CO2.

Assim a oxidação de CO é dependente das espécies adsorvidas e ou geradas na

superfície do material eletródico.

Yudanov e colaboradores (Yudanov IV et al., 2003) analisaram o

comportamento do metal Pd quando ele é envenenado com CO através da técnica de

FTIR in situ com o intuito de obter os valores de comprimento de onda em que o CO se

adsorve em potenciais maiores. Verificou-se que o CO se adsorve mais fortemente nas

bordas laterais do Pd.

Hui Gong, e colaboradores (Hui Gong et al.,2003) estudaram uma

nanoestrutura de platina através da técnica de FTR in situ, utilizando o monóxido de

carbono adsorvido sobre a sua superfície. Os espectros obtidos mostraram que o CO é

fortemente dependente da superfície em que está ligado, pois ha um deslocamento do

centro da banda de CO para maiores comprimentos de onda, o observou-se também

uma banda bipolar , sendo esta ultima atribuída a formas diferentes de CO adsorvido

(11)

Zhenping e colaboradores (Zhenping et al.,2005). realizaram experimentos

de CO adsorvido em prata, Ag/SiO2, verificando sua adsorção e oxidação nesse

material, utilizando técnicas de FTIR in situ, identificando o CO ligado de forma linear

em torno de 2169 cm-1. Propuseram que a oxidação do monóxido de carbono segue o

mecanismo de Langmuir-Hinshelwood, com a adsorção de espécies oxigenadas na

superfície do eletrodo.

Os últimos trabalhos realizados com intermetálicos e que merecem uma

especial atenção foram feitos por Casado-Rivera e colaboradores (Casado-Rivera et

al.,2003) .Avaliaram a atividade eletrocatalítica do intermetálico ordenado PtBi como

ânodo na oxidação do ácido fórmico em meio ácido. Os resultados atestaram a elevada

atividade do material na reação de oxidação do orgânico quando comparado à platina e

sua menor susceptibilidade ao envenenamento por adsorção irreversível por CO, que é

usualmente encontrado como intermediário nas reações de oxidação dos orgânicos.

Nesse trabalho comprovou-se a importância da utilização das técnicas de

Espectrometria de Massa Eletroquímica Diferencial (DEMS) e Espectroscopia

Eletroquímica de Infravermelho com Transformadas de Fourrier (FTIR) na elucidação

(12)

3 OBJETIVOS

O objetivo desse trabalho é estudar a adsorção do monóxido de carbono e a

oxidação do mesmo sobre os intermetálicos ordenados, PtMn, PtPb, PtSb e PtSn.

4 EXPERIMENTAL

4.1 Obtenção dos intermetálicos

Os metais M (M = Mn, Pb, Sb e Sn), participantes da fase intermetálica com a

platina, foram selecionados com base em suas características de formação de fases

intermetálicas estáveis com a platina (Moffatt, 1976; Massalski, 1990), por gerarem

espécies oxigenadas em soluções ácidas a potenciais menos positivos que a platina

(favorecendo dessa forma a oxidação completa do combustível a CO2) e como

mencionado, por terem apresentado anteriormente resultados satisfatórios para a

oxidação de álcoois em meio ácido quando depositados sobre superfície de platina. As

fases intermetálicas estáveis Pt-M foram obtidas através dos metais de alta pureza,

misturados em proporção estequiométrica. A Platina (Alfa Aeasar, 99,9%) em placa de

≈ 25,00 g foi cortada em uma máquina de corte (Isomet 2000, Buehler, USA) com disco

diamantado. A Pt, o Antimônio (Sb, Aldrich, 99,9999%) granulado, o Estanho (Sn,

Berzog, 99,9%) granulado, o Chumbo (Pb, Baker, 99,8%) granulado, o Manganês (Mn,

(13)

semianalítica, de modo a atingirem a estequiometria necessária em proporção em

átomos (1:1).

Posteriormente os materiais foram fundidos em um forno a arco voltaico

equipado com eletrodo não consumível de tungstênio, atmosfera inerte controlada por

vácuo e injeção de argônio de alta pureza e em cadinho de cobre refrigerado por fluxo

de água. Os lingotes obtidos apresentaram formas irregulares e como não se

enquadravam nas formas desejadas (cilindro de ≈ 7 mm diâmetro por ≈10 mm de

comprimento) para a confecção dos eletrodos elas foram refundidas em Forno de

Indução (InductoHeat, São Paulo, Brasil) em cadinho de Alumina de alta pureza de ≈ 7

mm de diâmetro interno. Os intermetálicos sofreram tratamento térmico por 24h em

forno resistivo, para alcançarem a fase desejada no material, sendo resfriadas

rapidamente no final do processo. Todas as etapas foram realizadas sob atmosfera

(14)

4.2 Caracterização da fases intermetálicas

4.2.1 Difração de raios-X

A caracterização das fases intermetálicas foi realizada por Difração de

Raios-X (método do pó), através do equipamento Rigaku, RINT Ultima, Raios-X-Ray Difractometer

utilizando como fonte de radiação um catodo de Cu (λ=1,5406 Å), e a média de três

varreduras entre os ângulos de 20 a 80o, como registro final. Na Figura 2 temos os

difratogramas obtidos a partir da análise dos materiais intermetálicos e como pode ser

observado, todos os materiais analisados apresentaram excelente perfil de difração

atestando a característica cristalina dos mesmos. Deve ser salientado que os picos

localizados nos ângulos 2θ igual a 14o e 17o, presentes em todas as figuras, são

(15)

0 20 40 60 80 0 3000 6000 9000 12000 15000 (110) (112) (102) (111) Base In tensi dade ( cps) 2θ Base (101) (A)

0 20 40 60 80

0 1000 2000 3000 4000 5000 (212) (202) (110) (102) Base In tens idad e (c ps) 2θ Base (101) (B)

0 20 40 60 80

0 1000 2000 3000 4000 5000 (201) (110) (102) (101) Base In tensidade (cps) 2θ Base (100) (C)

0 20 40 60 80

0 1500 3000 4500 6000 (212) (202) (110) (102) (101) Base Int ensidade (cps) 2θ Base (100) (D)

(16)

Os dados obtidos foram comparados àqueles fornecidos pela literatura

(PCPDFWin, Version 2.4, JCODS-ICDD), tendo sido verificada a natureza dos materiais

analisados como sendo, respectivamente: (A) PtMn; (B) PtPb; (C) PtSb e (D) PtSn, sem

presença de impurezas que pudessem ser detectadas através da técnica de Difração

de Raios-X. A Tabela 1 reúne os parâmetros cristalográficos referentes a cada material

analisado, a partir do qual pode ser verificado que a almejada variação estrutural do

material em relação à Platina policristalina foi alcançada.

Tabela 1: Parâmetros cristalográficos obtidos a partir da comparação dos difratogramas dos materiais sintetizados e dados da literatura.

Distâncias (Å)

Intermetálicos Sistema Grupo

a C

Pt Cúbico Fm- 3m 3,92 3,92

PtMn Tetragonal P4/mmm (123) 2,827 3,669

PtPb Hexagonal P63/mmc (194) 4,24 5,48

PtSb Hexagonal P63/mmc (194) 4,13 5,47

PtSn Hexagonal P63/mmc (194) 4,10 5,44

Os dados obtidos foram comparados àqueles armazenados na base de

dados Crystmet , a partir do que se pode obter, através do programa Carine

Crystallography 3.1, as correspondentes estruturas cristalinas e distâncias envolvidas

entre os átomos nessa estrutura. Os cristais representativos de cada fase intermetálica

obtida podem ser observadas na Figura 3. As distâncias envolvidas em cada um

desses materiais também foram determinadas e encontram-se reunidas na Tabela 2 a

(17)

Figura 3: Cristais dos materiais: (A) Pt; (B) PtMn; (C) PtPb; (D) PtSb e (E) PtSn.

(A)

Tetragonal

(PDF # 65-4099, P4/mmm) Cúbico

(PDF # 87-0646, Fm////3m)

(B) (C)

Hexagonal

(PDF # 06-0374, P63/mmc)

(D) (E)

Hexagonal

(PDF # 72-1440, P63/mmc)

Hexagonal

(18)

Tabela 2: Distâncias interatômicasnos intermetálicos.

Distância (Å) Material

Pt-Pt Pt-M M-M

Pt 2,81 - -

PtMn 2,00

2,83

3,67

2,32 2,00

2,83

3,67

PtPb 2,74

4,24

2,81 3.67

PtSb 2,74

4,13

2,75 3,63

PtSn 2,72

4,10

(19)

As distancias encontradas na tabela 2 para os intermetálicos, por exemplo

para o material PtMn ( 2.00, 2.83 e 3,67), representam as possíveis distancias entre os

sitos de platina que podmos encontra nesse material segundo a sua cristalografia.

4.2.2 Microscopia eletrônica de varredura

Na Figura 4 temos, de forma representativa dos outros materiais, uma das

imagens obtidas a partir da análise da amostra PtMn por MEV-EDX. Foram realizadas

análises por EDX em diversos pontos (10 a 15) aleatoriamente escolhidos na superfície

do material, a partir da qual se pode calcular a composição média atômica de cada

(20)
(21)

A análise de MEV-EDX foi aplicada a todos os materiais, visto que possibilita

uma melhor visualização das prováveis presenças de fases distintas na superfície do

material. Deve-se salientar que a metodologia experimental empregada para a

obtenção dos intermetálicos mostrou-se adequada para a produção das fases

intermetálicas ordenadas pretendidas.

Tabela 3: Composição atômica obtida a partir da análise de EDX dos intermetálicos. Porcentagens atômicas médias ± desvio padrão Material

Pt Mn Pb Sb Sn

PtMn 49,55±1,03 50,45±1,03 - - -

PtPb 49,87±2,61 - 50,13±2,61 -

PtSb 45,12±5,11 - - 54,88±5,11 -

PtSn 45,72±1,05 - -- - 54,26±1,05

Considerando-se os desvios padrões apresentados na Tabela 3, verificou-se

uma elevada dispersão nos dados obtidos pela análise do intermetálico PtSb, que

apresentou um valor de desvio padrão igual a 5,11. Esta dispersão de dados pode

ser devido à presença de fases distintas no material. Para elucidar este ponto, foram

realizados ensaios complementares no material utilizando-se a imagem de elétrons

(22)

que apresenta também como inserto, os perfis topográficos e de composição em

relação aos elementos Pt e Sb.

Verifica-se claramente na imagem da Figura 5, pela diferença de tonalidades

cinza, a existência de duas fases distintas de PtSb, sendo topograficamente

semelhantes mas, em uma das fases há predominância do elemento Pt enquanto

que na outra fase predomina o elemento Sb. Com os dados coletados até o

momento não foi possível tecer considerações a respeito da natureza das fases

envolvidas no material, no entanto novas tentativas serão realizadas para o

aprimoramento, tanto do processo de obtenção do intermetálico quanto da análise

(23)

Figura 5: Micrografia obtida para o intermetálico PtSb ampliada em 2000x, usando o detector de elétrons retroespalhados. Nesta figura a linha amarela mede, aproximadamente, 95,63 µm, sobre a qual foi

(24)

4.2.3 Espectroscopia de Fotoelétrons Excitados por Raios-X

As medidas de espectroscopia de fotoelétrons excitado por raio-X (XPS),

foram realizadas no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Campinas.

Na Figura 6 pode ser observado o espectro completo, com os respectivos

níveis energéticos envolvidos, registrado para a superfície de Platina pura. De uma

forma geral, todos os espectros obtidos, tanto para os metais puros envolvidos quanto

para os intermetálicos, apresentaram boa definição dentro do intervalo de energias

explorado, permitindo, devido à energia da fonte Síncrotron, a análise desde níveis

mais externos quanto àqueles mais próximos do núcleo atômico. Como forma de

comparação, todos os sinais foram normalizados em relação à corrente da radiação

(25)

Figura 6: Espectro de XPS obtido para a superfície de Platina pura utilizada na obtenção dos intermetálicos.

0

500

1000

1500

2000

2500

4d

3/2

4d

5/2

5p

4p

3/2

4s

M5N67N67

Auger

3d

5/2

3d

3/2

Intensi

dade (CPS)

(26)

A Figura 7 apresenta os picos de XPS referentes aos subníveis energéticos

3d3/2 e 3d5/2 para todos os intermetálicos, comparados à Pt pura. Estes picos foram

selecionados para análise dos materiais, visto serem aqueles de melhor resolução e por

estarem presentes, sem nenhum tipo de sobreposição, em todos os espectros obtidos.

Contudo, é oportuno salientar que outros picos obtidos nos espectros foram

(27)

2000 2100 2200 2300 2400

Linha base

Energia de ligação (eV)

PtMn 3d3/2 3d5/2 In te n sid ad e (C PS ) Pt pura

2000 2100 2200 2300 2400

3d5/2

Linha base

Energia de Ligação (eV)

PtPb 3d3/2 In te n sid ad e ( C P S ) Pt pura

2000 2100 2200 2300 2400

In ten si d ad e (C P S )

Energia de ligação (eV)

PtSb

Linha base

3d3/2

3d5/2

Pt pura

2000 2100 2200 2300 2400 Linha base In ten sid ad e (CP S )

Energia de ligação (eV)

PtSn 3d3/2

3d5/2

Pt pura

Figura 7: Espectros de XPS, para os picos 3d3/2 e 3d5/2 da Pt, para os intermetálicos: (A)PtMn; (B) PtPb;

(28)

A partir dos dados obtidos pode-se notar que as energias de ligação para

esses picos apresentaram um significativo deslocamento para valores menores, quando

comparados à Platina pura, sendo para os intermetálicos PtMn (2eV); PtPb (2eV) e

PtSb (6eV). A partir destes resultados verifica-se, de uma forma geral, a efetiva

obtenção de um material distinto dos metais puros, que provoca um rearranjo da

densidade eletrônica dos elementos envolvidos e conseqüente variação da energia de

ligação referente aos elétrons correspondentes. Mais especificamente, o deslocamento

das energias de ligação para valores menores sugere que esteja ocorrendo uma

diminuição da densidade eletrônica da Platina em relação aos outros metais, ou seja,

uma transferência da densidade eletrônica, nos intermetálicos, para os átomos de Mn,

Pb e Sb, respectivamente. O intermetálico PtSn não apresentou nenhum deslocamento

significativo para esses picos analisados, no entanto, houve uma variação significativa

de 10 eV, para valores de energia de ligação maiores, para o pico referente ao subnível

3d3/2 do Estanho, sugerindo, além da formação do intermetálico, o aumento da

densidade eletrônica deste átomo quando comparado ao metal puro. Uma análise

preliminar considerando-se a diferença de eletronegatividade dos metais envolvidos ou

ainda a presença de níveis energéticos vazios dos metais em relação à Platina , não

permite explicar os resultados obtidos. No entanto, pode-se assegurar que a formação

dos intermetálicos leva a uma configuração eletrônica superficial distinta da Platina e

que, certamente, influenciará nas propriedades eletrocatalíticas do material quando

utilizado na oxidação dos combustíveis orgânicos. Estudos mais detalhados deverão

(29)

dos intermetálicos, bem como uma interpretação quantitativa dos resultados obtidos. No

entanto, estes estudos fogem do escopo deste trabalho.

4.3 Preparação dos eletrodos de Pt-M ( M= Pb, Sb, Sb e Sn )

As pastilhas de Pt-M foram cortadas, na forma de cilindros (figura 8), de

aproximadamente 2,0 mm de espessura por 7,0 mm de diâmetro em uma máquina de

corte (Isomet 2000, Buehler, USA) com disco diamantado, embutidas em resina epóxi,

lixadas e polidas em politriz motorizada.

Para as medidas de FTIR,os materiais foram cortados em cilindros de 7mm

de espessura, posteriormente polidos com lixa 600 e alumina de granulometria 5,0 µm,

1,0 µm. Foi realizado a solda ponto no material com um fio de platina e posteriormente

(30)
(31)

4.4 Técnicas eletroquímicas

4.4.1 Voltametria cíclica

A voltametria é uma técnica eletroquímica que consiste em aplicar sobre o

eletrodo de trabalho um potencial contínuo, que varia com o tempo; ocasionando

reações de oxidação e redução nas espécies eletroativas presentes na solução ou na

superfície do eletrodo. As informações qualitativas e quantitativas sobre as espécies

químicas, que são obtidas a partir desta técnica são representadas em uma curva de

corrente-potencial chamado de voltamograma (Bard, 1980).

Foram realizadas voltametrias cíclicas (VC) e voltametria de varredura linear (VL)

em solução de H2SO4 (Merck, 96%, Suprapur) 0,15M, deaeradas por borbulhamento de

gás nitrogênio (White Martins, 5.0), e também com uma solução saturada com

monóxido de carbono.

Todos os dados obtidos foram comparados à Platina policristalina (Merse,

99.999%) nas mesmas condições experimentais. Foi empregado como sistema de

referência o eletrodo reversível de hidrogênio (ERH) e como eletrodo auxiliar um fio de

Platina. As técnicas eletroquímicas foram empregadas com o

Potenciostato/Galvanostato EGG&PAR modelo 283, através do software M270. Todas

as medidas foram realizadas em temperatura ambiente.

Os ensaios de varredura linear para oxidação do CO adsorvido foram realizados a

partir da polarização do eletrodo em um potencial pré-determinado (0,1 a 0,15V vs.

(32)

anteriormente, e previamente saturada com CO. Em seguida a solução foi trocada para

uma livre de CO sendo então efetuada a varredura linear anódica.

4.4.2 Cronoamperometria

A cronoamperometria mede a corrente elétrica em função do tempo pela

aplicação de um determinado pulso de potencial. As características da corrente medida

estão relacionadas tanto com a largura do pulso quanto com o degrau de potencial que

é aplicado no eletrodo para promover o processo faradáico ( Brett e Olivera, 1992),onde

pode-se obter informações emestado estacionário.

As medidas de Cronoamperometria foram realizadas em uma solução de

H2SO4 (Merck, 96%, Suprapur) 0,15M inicialmente deareadas por nitrogênio,

posteriormente foi borbulhado CO (Aga) por 10 minutos, variando os potenciais de

acordo como material, utilizando como referência o eletrodo reversível de hidrogênio.

(33)

4.4.3 Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier.

A espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) in

situ, é uma poderosa ferramenta para a investigação dos processos de oxidação do

monóxido de carbono que ocorrem na superfície metálica (Iwasita e Nart, 1997.).

Para os experimentos de espectroscopia de infravermelho foi utilizado um

infravermelho com transformada de Fourier Nicolet modelo 670, com um detector MCT

(telureto de cádmio e mercúrio). O controle de potencial foi feito através de um

potenciostato Wenking POS 73 e um gerador de funções Prodis 1/161. A solução

utilizada foi de H2SO4 (Merck, 96%, Suprapur) 0,15M, onde o eletrodo de trabalho foi

polarizado por 600 s em um potencial de 50mV, em uma solução saturada por

monóxido de carbono (CO, Aga), em seguida todo o CO da solução foi retirado por

deareação de N2. As medidas foram feitas a partir do potenciai de 0,05V até 1,2V com

(34)

5 RESULTADOS

5.1 Voltametria cíclica em solução de H2SO4 0.15M

A fim de comparação com todos os intermetálicas investigados, foram feitas

voltametrias cíclicas da platina policristalina, Figura 9 (A), onde podemos observar uma

região que corresponde à faixa de potenciais entre 0 e 0,4 V versus ERH, denominada

de região do hidrogênio, onde ocorrem os processos de adsorção de hidrogênio,

formado pela redução dos íons H+ presentes na solução (varredura catódica) e de

oxidação do hidrogênio atômico adsorvido (varredura anódica).

Varredura Catódica: Pt + H+(sol) + e-→ Pt ⎯ Hads (1)

Varredura Anódica: Pt ⎯ Hads → Pt + H+(sol) + e- (2)

Estes processos apresentam uma reversibilidade eletroquímica, uma vez que

a quantidade de carga envolvida nas varreduras catódicas e anódicas são idênticas. Os

picos reversíveis nesta região correspondem à adsorção-dessorção de hidrogênio

sobre a monocamada de átomos de platina. Os demais picos que aparecem, estão

relacionados com o fato de que várias orientações cristalográficas da platina são

expostas ao meio reacional e cada qual apresenta uma energia de adsorção de

hidrogênio distinta. A região com faixa de potencial entre 0,4 e 0,8 V versus ERH (na

(35)

idealmente polarizável, apresentando uma corrente capacitiva originária da carga da

dupla camada. A região que ocorre no intervalo entre 0,8 e 1,4 V versus ERH

relaciona-se ao processo de oxidação da Platina, relaciona-seguido da dissociação da água e adsorção de

espécies oxigenadas sobre o eletrodo com posterior dessorção na varredura catódica

(Ticianelli e Gonzalez, 1998).

As fases intermetálicas apresentaram distintos perfis voltamétricos como

pode ser observado na Figura 9 (B)–(D). Após uma pequena variação de corrente

observada nos ciclos iniciais de varredura, o perfil voltamétrico mostrou-se constante a

(36)

0,0 0,4 0,8 1,2 -75 -50 -25 0 25 (A) i (A /c m

2 ) .

10

4

E (V) vs ERH

0,0 0,4 0,8 1,2

-16 -8 0 8 16 (B) i ( A /c m

2 ) . 1

0

4

E(V) vs ERH 0,0 0,4 0,8 1,2

-60 -30 0 30 60 (C) i (A /cm

2 ) . 1

0

4

E(V) vs ERH

0,0 0,4 0,8 1,2

-60 -30 0 30 60 (D) i (A/cm

2 ) . 10

4

E(V) v ERH

0,0 0,4 0,8 1,2

-20 -10 0 10 20 (E) i (A/ cm

2 ) .

1

0

4

E(V) vs ERH

(37)

O material PtMn mostrou processos que podem ser atribuídos à

adsorção/dessorção de hidrogênio, no intervalo de potenciais de 0 – 0,3V, semelhantes

àqueles observados para a superfície de Pt pura, mas sem a mesma definição de picos.

A partir dos dados reunidos na Tabela 4 pode-se observar que os materiais

eletródicos PtSn, PtSb e PtPb apresentam potenciais de oxidação respectivamente

0,120V , 0,130V e 0,100V menos positivo do que o potencial de oxidação da Pt que é

de 0,94V. Neste ponto de vista, num processo de oxidação com a presença de CO

como intermediário/produto (quando um combustível orgânico é empregado) ou então

com CO como impureza (quando o hidrogênio empregado como combustível é obtido

através de reforma catalítica de derivados da biomassa) existirá a possibilidade deste

bloqueador superficial ser oxidado em potenciais menos positivo do que é observado

para Pt.

Tabela 4: Potenciais de oxidação para os materiais eletródicos investigados em solução de H2SO4 0,15M obtidos a partir da Figura 9.

Material Eletródico Ep (V) vs. ERH

Pt 0,94 PtMn 1,05 PtPb 0,84

PtSb 0,81

(38)

5.2 Voltametria cíclica em solução saturada de CO em H2SO4 0.15M

Os voltamogramas cíclicos obtidos com os materiais investigados em solução

eletrolítica com prévia saturação de CO são mostrados na Figura 10. Foram realizados

dez ciclos voltamétricos sucessivos para que se pudessem obter informações mais

detalhadas do processo de adsorção/oxidação do CO sobre as superfícies eletródicas

e, para fins de comparação são apresentados o 1o e 10o ciclos e também o

voltamograma obtido para a Pt nas mesmas condições.Os intermetálicos PtMn e PtSn

apresentaram picos de oxidação semelhantes, sendo razoavelmente definidos, já os

materiais PtPb e PtSb apresentam picos pouco definidos.

Os estudos de oxidação de monóxido de carbono em solução saturada

sugere que a metodologia empregada esteja sendo capaz de distinguir formas

diferentes de CO adsorvido sobre as superfícies dos materiais PtMn e PtSn e,

conseqüentemente, com potenciais de oxidação distintos. É importante salientar,

adicionalmente, que todos os processos de oxidação do CO sobre as superfícies

intermetálicas mostraram-se profundamente diferentes daquele já reportado para a

superfície de Pt pura (e também reproduzidos neste trabalho) onde apenas um pico

agudo de oxidação (refletindo a forte interação lateral entre as moléculas do adsorbato)

é obtido. Outro aspecto de absoluta importância que resulta desta investigação foi que

o potencial de pico para a oxidação do CO sobre a Pt, Tabela 5, é mais positivo do que

o observado para todos os intermetálicos investigados, com exceção do PtMn que

(39)

materiais, apresentam Ep muito próximo PtSn (Ep=0,82, Ep OXI CO = 0.78V ), e iguais

para os materiais PtPb e PtSb.

Tabela 5: Potenciais de pico para os materiais em solução de H2SO4 0.15M, sem monóxido de carbono

(Ep), com CO (Ep oxi CO)

Material Eletródico Ep (V) vs. ERH Ep OXI CO (V) vs.

ERH

Pt 0,94 0,85

PtMn 1,05 0,85 PtPb 0,84 0,84 PtSb 0,81 0,81

PtSn 0,82 0,78

Sugere-se que a capacidade dos materiais em gerar espécies oxigenadas em

potenciais menos anódicas, pode estar facilitando a oxidação do CO quando

(40)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 -20 0 20 40 60 80 100 120 10º 1º i(A /c m 2)x1 0 4

E(V) vs ERH

(A)

(B)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6

20 10 0 -10 -20 10º 10º 1º i( A /cm 2)x10 4

E(V) vs ERH (C)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

150 100 50 0 -50 -100 10º 1º i(A /cm 2)x10 4

E(V) vs ERH

(D)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6

40 20 0 -20 -40 10º 10º 1º 1º i(A/c m 2)x10 4

E(V) vs ERH

(E)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

6 4 2 0 -2 -4 -6 -8 -10 -12 1º 1º 10º 10º i( A /c m 2)x 10 4

E(V) vs ERH

Figura 10: Voltamogramas cíclicos dos materiais Pt (A), (B) PtMn, (C) PtPb, (D) PtSb e (E) PtSn em solução de H2SO4 0,15M, saturada com CO, a temperatura ambiente (v = 50 mV/s). As setas tracejadas

(41)

5.3 Voltametria de varredura linear

Para elucidar ainda melhor a adsorção e oxidação do monóxido de carbono

sobre os intermetálicos foram realizados medidas de voltametria de varredura linear,

com a deposição do CO em um potencial pré determinado. A figura 11 apresenta

curvas voltamétricas dos materiais através da varredura linear em solução de H2SO4

0,15 M, após a deposição de CO em potencial constante. Neste experimento, apenas o

material PtMn manteve o perfil anteriormente observado nos experimentos de

voltametria cíclica em solução saturada por CO, com a presença de dois picos de

(42)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100 -120 (D)

V = 10mV/s V = 20mV/s V = 50mV/s V = 100mV/s

i

(

A/

cm

2)x10

4

E(V) vs ERH

PtSb

(A)(c

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

0 -5 -10 -15 -20 (A) Pt

E(V) vs ERH

i(A /c m 2 )x 10 4

v = 20mV/s v = 50mV/s v = 100mV/s v = 10mV/s

Figura 11: Voltamogramas de varredura linear para os materiais Pt(A), PtMn(B), PtPb(C), PtSb(D) e PtSn(E), solução de H2SO4 0,15M, após deposição de CO. (v=50mV/s).

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

5 0 -5 -10 -15 -20 -25 (B) PtMn V = 10mV/s V = 20mV/s V = 50mV/s V = 100mV/s

i(A /c m 2 )x 10 4

E(V) vs ERH 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

50 0 -50 -100 -150 -200 -250 -300 (C) PtPb V = 10mV/s V = 20mV/s V = 50mV/s V = 100mV/s

i( A /c m 2 )x1 0 4

E(V) vs ERH

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

5 0 -5 -10 -15 -20 -25 -30 (E) i( A /c m 2 )x10 4 PtSn

E(V) vs ERH

(43)

Todos os outros materiais apresentaram apenas um pico de oxidação. Os

potenciais de pico para a oxidação do CO, obtidos a partir deste experimento

(44)

Figura 12 : Potenciais de pico de oxidação de CO sobre as superfícies dos materiais investigados, obtidos por voltametria de varredura linear em solução de H2SO4 0,15M, após deposição em solução

saturado em CO. (v=50 mV/s).

Pt PtMn PtMn PtSn PtSb PtPb 0,2

0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2

Ep

(V

) v

s

E

R

(45)

Verifica-se na Figura 12 que todos os intermetálicos investigados

apresentaram potenciais de oxidação do CO depositado, em potenciais menos positivos

que a Pt pura. Deve-se considerar que para o material PtMn apenas o primeiro

potencial de oxidação apresenta-se inferior à Pt. Os materiais PtSn e PtPb mostraram

potenciais de oxidação para o CO adsorvido, respectivamente, 0,240V e 0,260V menos

anódicos do que o potencial verificado para a Pt pura.

5.4 Cronoamperometria

Para obter informações em condições estacionárias sobre os processos que

ocorrem nas voltametrias apresentadas na figura 9, foram empregadas as medidas de

cronoamperometria. Assim tomou-se como base as voltametrias cíclicas com monóxido

de carbono em solução saturada e foi observado o potencial onde ocorre o inicio da

oxidação do CO. A partir disso selecionou-se valores de potenciais desde um valor

onde ainda não ocorra a oxidação do CO, até um valor de 0,100V mais positivo do

que o determinado pela voltametria cíclica. Dessa forma foi observado o decaimento de

corrente anódica com o tempo, para a oxidação do CO, até que atinja um valor

estacionário a partir de pulsos com valores de potenciais pré-determinados. Os gráficos

apresentados na figura 13 mostram a densidade de corrente versus o potencial

aplicado para cada material. A densidade de corrente foi calculada dividindo a corrente

pela área de cada material.

Através do perfil voltamétrico obtido para a superfície de Pt em solução de

H2SO4 0,15M foi possível o calculo da área ativa da platina através da carga de

(46)

Pt + H+ + e- → Pt---H ADS

A partir da carga total que corresponde a 210µC/cm2 , e é obtida pela área

abaixo da região de oxidação de hidrogênio na varredura anódica, e sabendo-se que o

grau de recobrimento de hidrogênio tende a um na medida em que o potencial

reversível da reação de desprendimento de hidrogênio é próximo de 0 V versus ERH

(Breiter et al; 1956), encontrou-se a área ativa para a Pt de aproximadamente 0,032

cm2. Para os intermetálicos o calculo da área foi feito da seguinte forma: através da

analise de FTIR do material PtSb observou-se que este apresentavam apenas o CO

ligado de forma linear, ou seja, ocupando apenas um sítio de platina, sendo possível o

calculo da área ativa do eletrodo através da carga de oxidação do CO obtido por

voltametria de varredura linear. A partir da carga total obtida pela área abaixo da região

do CO da varredura anódica, e sabendo-se que 420µC equivale a 1cm2 (Câmara et

al.,2004), calculou-se a área ativa para o PtSb que foi de aproximadamente 0,22 cm2 .

As áreas ativas dos os outros materiais foram obtidos por comparação da rugosidade

dos mesmos em relação ao PtSb encontrou-se as áreas de 0,14 cm2 para o PtMn, 0,38

cm2 para o PtPb, e 0,082 cm2 para o PtSn.

Os gráficos de i(A/cm2) vs E(V), das fases intermetálicas PtSn (B), i Max =

30 (µA/cm2) e PtMn, i Max = 500 (µA/cm2) (C) se assemelham muito ao da platina (A),

i Max = 235 (µA/cm2). Essas correntes sugerem que o material PtMn seja capaz de

oxidar o monóxido de carbono com uma velocidade maior que a platina, o que já não

(47)

Nos materiais PtSb e PtPb, os gráficos mostram um comportamento

semelhante de i(A/cm2) vs E(V), o primeiro apresenta uma corrente menor , i Max

=120,7 µA/cm2, enquanto que o segundo cerca de 362 µA/cm2. Porém os potenciais

em que foram obtidos as correntes máximas, estão relacionadas com a formação de

espécies oxigenadas na superfície do eletrodos, segundo os voltamogramas obtidos

para os materiais na figura 9. Então os degraus observados nos intermetálicos estão

diretamente relacionado com a formação de espécies oxigenadas na superfície do

(48)

Figura 13: Gráficos de i(A/cm2) vs E (V), em solução de ácido sulfúrico 0,15M saturado com monóxido

de carbono.Pt(A), PtMn(B), PtPb(C), PtSb(D) e PtSn(E).

0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

0 50 100 150 200 250 (A) Pt i(A /c m

2) 10

6

E(V)

0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

60 70 80 90 100 110 120 130 (D) PtSb E(V) i(A /c m

2) 1

0

6

0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1

0 100 200 300 400 500 600 (B) PtMn i(A /c m

2) 1

0

6

E(V) 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9

280 300 320 340 360 380 (C) PtPb i( A /C m

2) 10

6

E(V)

0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8

-10 0 10 20 30 (E) PtSn i(A/c m

2) 10

6

(49)

A fim de verificar o comportamento dos eletrocatalisadores em condições de

relação a um sistema real, obteve-se a corrente(i(A/cm2), em um potencial de 0,45 V

, pois essa é a voltagem operacional de uma célula a combustível .

Observa-se na figura 14 o comportamento dos intermetálicos, quando

medidos a corrente em um potencial de 0,45V. Pode-se notar que todos os materiais

possuem um desempenho melhor do que o da platina pura, pois todos apresentam

alguma corrente em 0,45V com exceção da platina que não apresenta corrente de

oxidação de CO nesse potencial. Assim sendo, os intermetálicos poderiam ser

considerados promissores na utilização em sistemas reais, já que possuem uma

capacidade de oxidar o monóxido de carbono em potenciais menos positivo e uma

velocidade de oxidação mais rápida que a platina, pois nesse potencial apresentam

(50)

Figura 14: Gráfico de i (A/cm2) vs intermetálicos no potencial de 0,45V

PtSn PtSb PtMn PtPb

0 50 100 150 200 250 300

E = 0,450mV

i(A

/c

m

2 )10

(51)

5.5 Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier

A fim de investigar a oxidação do monóxido de carbono sobre as fases

intermetálicas foram realizados experimentos in situ para todos os materiais, com

exceção do PtPb. Não foi possível a realização do experimento com o PtPb devido a

superfície do material não refletir o feixe.

A figura 15 mostra os espectros obtidos da Pt (A) e PtSn (B) em ácido

sulfúrico 0,15M.

No primeiro espectro (Pt) observa-se duas bandas bem definidas, a primeira

como sendo a bandas de CO linear em 2076cm-1(Beden et al., 1990), a segunda

banda de CO2 em 2343 cm-1 (Ianniello et al., 1994). No segundo espectro (PtSn),

pode-se observar as bandas de CO linear em 2077cm-1 e CO

2 em 2344 cm-1 e uma

terceira banda em 3100 Cm-1, que pertence ao OHads sobre a superfície do material.

Com a presença do OHads, sugere-se que o material estaria sendo capaz de gerar

espécies oxigenadas na superfície, auxiliando dessa forma a oxidação do monóxido de

carbono e fazendo com que os sítios de platina sejam liberados.

Em ambos os espectros podem-se observar para o CO adsorvido

linearmente, na forma de uma banda de bipolar.

Bandas bipolares para o monóxido de carbono adsorvido já foram relatadas

por Lu, e colaboradores (Lu et al., 1996), em platina eletrodepositada no eletrodo de

carbono vítreo. Existem duas explicações propostas na literatura para esse tipo de

banda; a primeira é atribuída a uma possível migração de espécies CO dos terraços

(52)

onde é relatado que a banda pode ser atribuída a uma mudança na estrutura

superficial do eletrodo e/ou à formação de espécies oxigenadas na superfície.

Uma outra banda que chama a atenção no material PtSn, é a de OHADS que

podemos identificar por volta de 3100 Cm-1, pois essa adsorção pode facilitar a

(53)

200mV 150mV 100mV

PtSn

250mV

300mV

350mV

CO linear

400mV

450mV

500mV

CO2 550mV

3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000 1800

OHADS

(B)

Figura 15: Espectros de FTIR dos materiais Pt(A) e PtSn(B), medido em H2SO4 0,15M, com monóxido de

carbono adsorvido, em potenciais de 100 a 550mV. 200mV

150mV

Pt

250mV

300mV

350mV

400mV

450mV

CO2 550mV 500mV

3000 2800 2600 2400 2200 2000 1800

CO linear

(54)

Na figura 16 são apresentados os espectros de FTIR dos materiais PtSb (A)

e PtMn (B). No espectro do PtSb pode-se observar em 2044cm-1 a banda de CO

linearmente adsorvido e em 2034cm-1 a banda de CO2. No segundo espectro ocorre a

presença de três bandas, a primeira em torno de 1874 cm-1 pertencente ao CO em uma

configuração em ponte, ocupando dois sítios de platina, e a segunda em 2034cm-1,

pertencente a uma configuração linear, onde é ocupado apenas um sítio de platina. A

terceira banda em 2356cm-1 refere-se a banda de CO

(55)

PtSb

150mV 100mV

200mV

300mV 250mV

350mV

400mV

450mV

500mV

OH ADS

H2O

550mV

600mV

CO2

4000 3500 3000 2500 2000 1500

(A)

CO linear

Figura 16: Espectros de FTIR dos materiais PtSb (A) e PtMn (B), medido em H2SO4 0,15M, com

monóxido de carbono adsorvido, em vários potenciais.

PtMn

150mV 100mV

200mV

250mV

300mV

CO ponte

350mV

400mV

450mV

500mV

H2O

CO linear

CO2

550mV

(56)

A fim de se identificar se os materiais conseguem oxidar o monóxido de

carbono em potenciais menores que a platina foi construído um gráfico de intensidade

(57)

Figura 17: Intensidade das bandas de CO (linear e ponte) e CO2 medidas em diferentes potenciais.

0 200 400 600 800 1000 1200

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 (C) PtSb CO2 COL IN TE NS ID A D E DA BA NDA E(mV)

0 200 400 600 800 1000

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 CO2 COL (A) Pt INT E NS IDA DE DA BA N DA E(mV)

0 200 400 600 800 1000 1200

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 (B) PtMn COB CO2 COL IN TE N S ID A D E D A B A N D A E(mV)

0 200 400 600 800 1000 1200

(58)

Observa-se que todos os materiais conseguem oxidar o monóxido de carbono

em potenciais menos positivo do que a platina, onde ocorre o aumento pronunciado de

intensidade de pico para CO2.

A fim de se verificar o deslocamento das bandas de CO em relação ao

potencial aplicado foram feitos os gráficos de comprimento de onda vs E (V) para todos

os materiais, como pode se verificar na figura 18.

Analisando os gráficos a figura 18, observa-se que o número de onda para os

materiais Pt(A), PtMn(B) e PtSn(E) sofrem um deslocamento para valores maiores de

comprimento e onda. Para esse comportamento existem duas propostas; a primeira diz

respeito ao efeito eletrônico das ligações (Anderson, 1990), pois relaciona o conjunto

metal - CO adsorvido (M-CO), no caso a platina, assim o CO mudaria a sua freqüência

de vibração, aumentando o número de onda de acordo com o potencial. O segundo

efeito diz respeito a uma alteração na estrutura da dupla camada, chamado de efeito

Stark (Lambert, 1988), que causaria a uma perturbação na freqüência de vibração da

dupla camada elétrica, causando um efeito mais acentuado no deslocamento do

comprimento de onda com relação ao potencial. Esses deslocamentos mais

acentuados podem estar relacionados com os potencias aplicados na platina em 0,8V e

no PtMn em 0,2 e em 0,450V.

Para o intermetálico PtSb foi observado um decréscimo do comprimento de

onda para o CO em relação ao aumento do potencial, esse comportamento foi

observado por Shingaya e colaboradores (Shingaya et al.,1994). O efeito de

deslocamento do comprimento de onda foi atribuído a adsorção de anions sulfato (SO4

-) na superfície do eletrodo, no mesmo potencial, no caso de 0,4V, em que começa o

(59)

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 2076 2078 2080 2082 2084 2086 (A)

Pt / CO

Cm

-1

E(V)

Figura 18: Gráficos de deslocamento da banda de CO em relação ao potencial E(V).

0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 0,55 2075 2076 2077 2078 2079 (E)

PtSn /CO linear

Cm

-1

E (V)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

2036 2038 2040 2042 2044 2046 2048 2050 2052 2054 (B)

PtMn CO / linear

Cm

-1

E(V)

0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7

2050 2060 2070 2080 2090 2100 2110 2120 (D)

PtSb / COlinear

Cm

-1

E(V)

0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 1700 1750 1800 1850 1900 1950 2000 2050 (C)

PtMn / COponte

Cm

-1

(60)

6 DISCUSSÃO

Tomando como base as voltametrias dos materiais em solução de ácido

sulfúrico, nota-se que os materiais são capazes de produzir espécies oxigenadas em

potenciais menos positivo que a platina, com exceção apenas ao material PtMn,(onde

não foi observado nos espectros de FTIR a espécie OHads ), o que é excelente porque

o monóxido de carbono seria mais facilmente oxidado a CO2, se considerarmos o

mecanismo de Langmuir–Hinshelwood para oxidação de CO:

M + H2O → M-OHad + H+ + e− (1)

Pt-CO + M-OHad → Pt + M + CO2 + H+ + e− (2)

Através da voltametria de varredura linear pode-se notar que todos os

materiais apresentaram um pico de oxidação de CO, porém o material PtMn, apresenta

dois picos de oxidação sendo capaz de distinguir duas formas de adsorção de CO, o

que foi confirmado pelas analises de FTIR, pois os espectros mostraram duas formas,

o CO linear e o em forma de ponte, ocupando dois sítios de platina. Sugerindo que um

dos fatores da adsorção em ponte esteja relacionado com as distâncias entre os sítios

de platina, pois se propõe que ao aumentarmos a distância entre os sítios de platina o

CO em ponte não conseguiria se adsorver, contudo o material que apresentou uma

(61)

Os demais intermetálicos não apresentam a adsorção do CO em ponte,

sugerindo que o aumento das distâncias entre os sítos de platina seja um dos fatores

responsáveis pela não adsorção do CO ponte.

Outro ponto que desperta grande interesse foi que o material PtSb,

apresentou em 0,4V um deslocamento significativo de banda de CO para valores

menores de comprimento de onda. Trabalhos realizados por Shingaya e colaboradores

(Shingaya et al.,1994), com Pt (111) em solução de H2SO4, mostram que esse

deslocamento deve-se a adsorção de ânions sulfato sobre a superfície do material.

Como ocorrência dessa adsorção, acredita-se que haja uma competição entre os

ânions sulfato e as moléculas de CO linear, o que seria bom, pois o CO seria oxidado

mais facilmente, visto que as moléculas seriam adsorvidas com uma menor energia

devido a competição.

7 CONCLUSÃO

É importante salientar que todos os materiais mostraram-se estáveis nas

condições experimentais utilizadas nesse trabalho (figura 9), ou seja, intervalo de

potenciais de 0 a 1,2V e a solução eletrolítica mencionada. Após uma pequena variação

de corrente observada nos ciclos iniciais de varredura, o perfil voltamétrico mostrou-se

constante a partir do décimo ciclo voltamétrico. O material PtMn mostrou processos que

podem ser atribuídos à adsorção/dessorção de hidrogênio, no intervalo de potenciais de

0 – 0,3V, semelhantes àqueles observados para a superfície de Pt pura, mas sem a

mesma definição de picos. Apesar dessa semelhança com a superfície de Pt, deve ser

(62)

eletrônica de varredura resultou na identificação da fase PtMn (Sistema Tetragonal,

grupo P4/mmm(123)) com uma composição atômica de 49,55±1,03% de Pt e

50,45±1,03 de Mn na superfície do material. As outras fases intermetálicas não

apresentaram a mesma característica em relação à região do hidrogênio, exibindo

somente os picos de oxidação e redução da superfície eletródica presentes em todos

os materiais.

Os resultados de oxidação de monóxido de carbono em solução de H2SO4

0,15M previamente saturado demonstrou que essa metodologia foi capaz de identificar

dois tipos distintos de oxidação de CO.

Na voltametria de varredura linear apenas o PtMn manteve o perfil

voltamétrico observado anteriormente, já todos os outros materiais apresentaram

formas de oxidação de CO com apenas um pico.

Nos estudos de cronoamperometria pode se observar que todos os

eletrocatalisadores investigados, quando comparados em um potencial de 0,45V

apresentam melhores resultados que a platina.

As curvas de PtSn e PtMn são muito semelhante à da platina pura, onde essa

por sua vez segue o mecanismo Langmuir-Hinshelwood para a oxidação de CO. Esse

mecanismo sugere que seja necessária a formação de espécies oxigenadas OHads

adsorvido na superfície do material e dessa forma ocorra uma maior facilidade para

oxidação do CO.

Com os espectros de FTIR foi possível a identificação das espécies que estão

adsorvidas sobre a superfície do material. Observou-se também que a intensidade do

(63)

adsorbato/adsorvente. Curiosamente o material PtSn apresentou uma banda do tipo

bipolar, para o CO linearmente adsorvido sobre a sua superfície.

Para os outros materiais foram identificados formas de CO linearmente

adsorvido em PtSb e PtMn, onde este último também apresentou a forma CO ligado em

dois sítios de platina.

Assim os materiais foram capazes de oxidar o monóxido de carbono de em

potenciais menos anódicos que a platina, sugerindo que espécies oxigenadas na

(64)

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