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Xiphinema brasiliense, nova espécie de nematóide do Brasil, parasita de Solanum tuberosum L..

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Academic year: 2017

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XIPHINEMA BRASILIENSE, NOVA E S P É C I E D E NE¬

M A T O I D E D O BRASIL, P A R A S I T A D E SOLANUM

TU-BEROSUM L.

Luís GONZAGA E. LORDELLOÍ(1

)

Engenheiro agrônomo, Assistente da Cadeira de Zoologia daEscola Superior de Agricultura "Luís de Queiroz", Universidade de São Paulo (2

)

(1

) Confessamo-nos sinceramente gratos ao Dr. G . Steiner, pela sua bondosa orientação ; à senho-rita Edna Buhrer, a cuja gentileza devemos a remessa de bibliografia da Division of Nematology do U.S. Department of Agriculture, e ao Sr. Vladimir Fera, desenhista da Secção de Entomologia Aplicada do Instituto Agronômico de Campinas, que se encarregou das ilustrações definitivas.

(2

) Trabalho realizado no Instituto Agronômico de Campinas, sob os auspícios do Fundo de Pes-quisas.

(3

(2)

Comprimento d o estilete, no adulto, 2 0 4 micros, dos quais cerca de

1 3 2 representam a ponta que é trocada por ocasião da muda de pele. Canal

do estilete finíssimo, somente podendo dar passagem a alimentos líquidos ; anel guia d o estilete facilmente divisável. Porção anterior d o esôfago cons-tituída por u m tubo fino e flexível, o qual, expandindo-se na base, dá origem a um bulbo terminal alongado com cerca de 1 6 0 micros de comprimento. Cárdia obscuro ; não aparece nenhuma estrutura b e m diferenciada atuando como tal. Quanto aos núcleos das glândulas esofagianas, apenas nos foi possível localizar c o m precisão o da glândula dorsal, situado no extremo anterior d o bulbo terminal. E m alguns indivíduos, êle se apresenta bastante volumoso.

A vulva é representada por uma fenda transversal localizada a cerca de 5 9 0 micros da cabeça. A vagina estende-se através do corpo até pelo menos metade de sua largura. Ovário único, posteriormente localizado em relação à vulva ; é bastante curto.

Ovos enormes ( 1 7 0 x 4 6 micros) ; unicamente um é visto no interior do útero, prestes a ganhar o exterior. O seu diâmetro representa quase

7 5 % da largura d o corpo, tomada na parte média d o próprio o v o . As

avan-tajadas dimensões d o o v o e o seu pequeno número no ovário são bons indí-cios de um ciclo vital longo.

As papilas caudais, em número de duas em cada face lateral, são facil-mente visíveis. Finíssima estriação, apenas visível sob imersão, aparece na camada interna da extremidade da cauda. A forma da cauda é a seguinte : o corpo se afina bruscamente e a cauda adquire a forma de um mamilo, com 1 8 micros de comprimento no adulto e 2 0 na larva estudada.

Os machos são desconhecidos : somente fêmeas e larvas foram encon-tradas. Aliás, os machos das espécies d o gênero Xiphinema são sempre difíceis de serem encontrados, sendo mesmo raros. O macho de X. radicicola, por exemplo, somente recentemente foi descrito por Loos ( 2 ) .

A s larvas — Nas ecdises, tal como acontece c o m todos os

Dorylai-moidea, dá-se a troca somente da extremidade distai do estilete. A larva,

ao se aproximar o momento da ecdise, exibe a nova ponta já perfeitamente formada, numa posição próxima ao bulbo basal d o esôfago. A o que se sabe, essa ponta é elaborada por células ali localizadas, e, na ecdise, passa através do canal da parte basal d o estilete, indo substituir a primitiva porção distai, que é abandonada c o m a pele.

A nova extremidade do estilete da larva figurada no presente trabalho, com 1 2 0 micros de extensão, mostra uma zona diferenciada em sua extre-midade distai. A s mensurações obtidas desta forma j o v e m foram, em mi-cros, as seguintes : comprimento — 1 7 3 0 ; largura ao nível d o meio d o corpo

— 4 6 ; estilete — 1 7 0 ; extremidade trocável — 1 0 2 ; e cauda — 4 0 .

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J A N . - M A R Ç O , 1 9 5 1 N O V A ESPÉCIE DE N E M A T Ó I D E 89

FIGURA 1.—XipMnema brasiliense n. sp.; A — fêmea adulta; B—detalhe da

região do esôfago; C — idem, da cabeça; D — extremidade caudal do adulto; E — região do ovário; F — esôfago da larva, mostrando a nova ponta do estilete já

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D I A G N O S E

A forma da cauda separa X. brasiliense de qualquer das demais espécies opistodélficas conhecidas : X. msiculijerum ( C o b b , 1 8 9 3 ) ; X . radicicola G o o d e y , 1936 e X. chambersi Thorne, 1939, máxime da primeira, cuja extre-midade caudal é decididamente hemisférica (3). O estilete de X. brasiliense é b e m mais longo que em qualquer das outras duas últimas espécies. A d e -mais, a presença de fina estrição e de somente dois pares de papilas caudais (ou poros caudais, conforme G o o d e y e Thorne) distingue a presente espécie d e X. radicicola. A espécie mais próxima é Xiphinema chambersi; além das diferenças mencionadas, os anfídios de X. brasiliense são mais curtos « largos.

DIAGNOSIS

Hsec species a X. ensiculijero differt forma caudae ; a X. radicicola forma caudae, stilo longiore, striis caudalibus necnon paribus duobus papillarum caudalium tantum ; a X . chamberso forma caudae, stilo longiore ac amphidiis brevioribus latioribusque.

SUMMARY

Xiphinema brasiliense, a new opistodelphic species of Brazilian nematode, was found in soil around potato roots at Sapecado (State of São Paulo, Brazil).

It differs from the other known opistodelphic species of the genus, by its type of tail end, which is digitate. It contrasts most strongly with X. ensiculiferum (Cobb, 1893), in which the shape of the extremity is decidedly hemispheroidal.

The species most closely resembling X. brasiliense isX. chambersi Thorne, 1939, from which it is distinguished by its longer stylet and the mentioned characteristic form of the end of the tail.

The X. brasiliense amphids are also very short and wide, unlike those of X. cham-bersi.

LITERATURA CITADA

1. Cobb, N. A. New nematode genera found inhabiting freshwater and nombrackish

soils. Jour. Wash. Ac. of Sci. 3 : 132-144, fig. 1, est. 1. 1913.

2. Loos, C. A. Notes on free-living and plant parasitic nematodes of Ceylon — N.°

5. Jour. Zool. Soc. of India 1 : 23-29, fig. 1-5. 1949.

3. Thorne, G. A monograph of the nematodes of the superfamily Dorylaimoidea.

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FIGURA  1.—XipMnema brasiliense n. sp.; A — fêmea adulta; B—detalhe da

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