A EQUIPE DE SAÚDE E A LAVAG EM DAS MÃOS NO CONTRO LE DAS
INFECÇÕES HOSPITA LARES
Rita d e Cssa Nogueira Bro�* Rosiléa Alves Nogueira*
R ESUMO - As a utoras realizaram estudo s o b re a lavagem d a s m ão s e ntre o s com ponente s da equ i p e d e saúde, b u s cando identificá-Ia c o m o u m meio d e re d u ção da i n c i d ê n cia de. i nfecções h o s p italare s . O estudo foi d e s e n vo l v i d o no pe rrodo d e agosto a novembro de 1 988, n a M atern idade E s co l a As s i s C h ateau briand e é con stiturdo d e uma popul ação amostra i d e o ito e nferm e i ro s , v i nte e quatro médicos e vi nte e três ocupacionais d e e n f e rm ag e m . O s res ultados obti dos demon stram a pou c a i m po rtân c i a d ad , a e sta p rática e e v i d e n c i am a n e c e s sidade d e u m prog ram a e d u cativo sistem áti co sobre e s t e a s s u nto.
ABSTR ACT - The authors realized the res e a rch about the h a n d s was h b etwe e n the h e a l t wo rkers . T h i s stu d y , w h i c h i nc l u d e d e i g h t n u rs e s , twenty fou r m e d i c s , and twenty t h ree a u x i liary n u rse s , we re realized f r o m Aug u st th ro u g h Nov e m b e r of 1 988 at the A s s i s C h atea ubriand Tea c h i n g M aternity H o s pital ( M E AC ) , an important element i n the C e a rá Fede ral U n i ve rsity Medicai C o m p l e x . The re s u lts o btai ned demonstrate the need of period ics meeti n g s about this s u bject.
1 I NTRODUÇÃO
O contole das infcções hospitlaes é hoje um dos objetivos da Saóde Pública do Brasil, devendo-se a este fato um alto ndice de morte por infcção hospi talr: em média de 30.00 casos e 41.00 óbitos por infecção hospitlar por ano, e ainda clcula-se que 6,5% dos pcientes intenados em hospitis contrem infecção hospitalar".
A infecção cruzada é considerada uma ds princi pis causs ds infecçes hospitalaes, cuja tans missão se fz tmbém através das mãos dos funcioná rios e pofissionais da área de saúde".
A lavagem das mãos como prevenção das in fecções hospitlares, eduz consideravelmente os ca sos das mesms. Apesar de ser uma .prática comprova dmente eicaz desde 1 847 com Semmelweis, ( 1 , 3, 6,
1 8, 19) tem sido colocada em egundo, ou até esmo, em últmo plno. Gerlmente, argumentos como: "fl ta tonera adquada", são usados para justiicar o descaso dos funcionáios e proissionis de saóde para com esta tcnica.
E sempre se escudando em justiicativas engano ss, os funcionrios e proissionais de saóde pssm por vás atividades sem lavar as mãos ou lavando-as de maneira incoreta.
Somndo-se a esta problemática, encontrmos tamém os onamentos essois, que apesar de ealçar a estéica, epercutem tmbém na disseminação de mi corganismos não eliminados durnte a - lavagem das mãos.
Considerndo a imortncia da lavagem ds mãos, é natural que se faça os seguintes questiona mentos:
1) A lavagem ds mãos tem sido relizada corre tamente?
* Enfemeis da Maeidade Escola Assis Chateaubrind - CE
2) A equie de saóde valoriza esta práica como meio de reduzir a infcção hospitlr?
3) Coo o enfemeiro pode divulgar a importân cia da práica da lavagem das mãos?
2 OBJ ETIVOS
Objetivo Geral
Ideniicar a lavagem ds mãos como meio de re dução ds infcções hospitalares, propondo estratégias que estimulem esta páica.
Objetivos Especrficos
1. Avir a prática da lavagem ds mãos em cu pcionais de enfemagem e proissionis de saúde, re lacionando-as com a infecção hospitlr.
2. Relacionar a micro lora das mãos com a práica em questão, propondo estratégias que estimulem a conduta da lavagem das mãos.
3. Divulgar a partir dos resultados obidos, a im portncia desta prática.
3 R E V ISÃO D E L I TERATURA
O controle ds infcçes hospitlres não é uma atividade hospitalr recente. Vários autores8 I 22 es saltam o pael de James Young Simpson, professor de cirurgia da Universidade de Edimburg, no controle ds infecçes hospitlares, qundo na primeira metade do século passado relizou um estudo comprativo en tre a mortalidade or supuração em 2.00 pacientes "mputados em hospitis", com a de igual número de
pacientes "mputados em casa", tendo como esultado um maior índice de mortlidade em pcientes hospita lizdos, intoduzindo então > temo HOSPIT ALIS MO, para efer-e aos ricos ineentes à assistência hospitalar .
Segundo ZANON22 "Oliver Wendel Holmes, em 1 843, sugeriu que os médicos, inconcientemente, erm a causa maior das complicaçõs infecciosas da parturiente e do rcém-nascido". Essa hip6tese eria connnação epidemiol6gica cinco anos deois, com os estudos de Ignz Phillip Semmelweis' , 3 , 6 , ' 8 . 1 9, ao pecupar-se e estudar o lto ndice de mortlidade ns enfenaris obstétrics assistidas por estudantes de Medicina, comparando com a mortalidade de" en femarias assisids por parteirs; chegando a con clusão de que os estudantes, a6s psem pela la de necr6psia, assisim s partuientes, em lavr s mãos, tendo portanto as mãos como veículo de rns missão da febe puererl. Semmelweis lutou com suas armas para contolar as infcçes hospitalres, não importando-e de ser chamado "Maníaco de Lim peza", orém teve um trágico n. "vagando louca mente pelas ruas, chmando os médicos e hospitis de assssinos pemeditados' ·".
Importa destacarlos a contribuição dada por PASTEUR ' 9 em 1861 e LISTER ' · , em 1 867. O pri meiro destacando que a fermentação era causada or micr6bios vivos, e o segundo apresentado os princí pios de asepsia e antisepsia hospitlar.
Nessa época, poucos proissionais acreditavm na ocorrência das infecçes hospitlres. Este fato está bem claro na resosta dada por Lister, em 1987, ao editoril da revista The Lancet, o qul criticava sua teoria de germes vivos, dizendo: "Esforçai-vos por ver com os olhos do esprito os genes vivos que o dem infeccionar um ferimento, justamente como ver des s mocs com os olhos do corpo' ·".
Diante do exposto, vle lientr a contribuição dada por Kock, em 1 8 8 1 , ao apresentar seus postula dos comprovando etiol6gicamente s infecçes, "dn do olhos aos espitos mais discrentes6".
Desde esa éoca até os dias de hoje, muitos ca minhos form trilhados, porém, aesr das diversas tentaivas de contolar as infecções hospitalares, estas ainda estão cobrando um elevado tributo em morbi mortaidade e de custos hospitalares.
É inteessnte registrar a citação de FERRAZ8: "Ao ser adiido no hospital, o pciente, dente ou portador de um condição predisponente, apresentndo uma dimnuição de sua capacidde de defesa, é subme tido a pocedmentos invasivos, com o objeivo de tra tar ou esclarecer sua doença. Em " contato com uma população bacteriana altamente agressiva, selcionada ao longo dos anos no hospital, por sua competência e resistência, esse paciente compica ou adque dença, em últma anise, nfcção, dentro do mbiente do hospital" .
Os scos de contrr estas enfemidades nosco miis são números e vale ressltar seus mecanismos
de transmissão. "
Para que corra uma infcção, faz-se ncessáio o contato ou enetração do micoorganismo nos teci dos do hospedeo. O contato ocore através de uma interação qumica entre verdadeiros sítios ativos que exisem nas membans do hosedeio e do microrga niso. Assim sendo, odemos dier que está expicada a seleividade que as bactérias apesentam em relação
s espécies e aos tcidos dos hosedeiro' 8, 2 o.
A pele e mucosas dos seres humnos são nomal mente habitadas por um grnde núero de bactéias, que ao mesmo tempo em que se apresenm como ei ciente meio de defesa, são também os principis cau sadores das infecções hospitlres. Estas nfecçes ocorrem qundo há fatores que deequilibam a esta bilidade em que vivem os germes e hospederos' 8� 20 2 '
FRACATORIUS, em 1 546, citdo por FER NANDES", afnava que "distinguimos três ios de contágio: por contato direto, por fômites como objetos de madeira ou vestuário, e pelo ar, que é o mecanismo menos frequente".
Dessa foma as infecções hospitalares podem ser subdivididas em:
a) Infcção End6gena (auto-infcção) - causada por microrgnismos da lora normal do paciente;
b) Infecção Cruzada - adquida por contato di reto, a partir de outros pacientes e proissionais de saúde;
c) Infecção Ambientl - quando o microrganismo é proveniente de objetos ou de fontes mbientis' o.
No que se refere s vias de transmissão ds in fecções hospitlares, a de mior relevância é a cruza da, tendo o homem como o seu reservat6rio, vetor e receptor5•
Em virtude de ser a lavagem ds mãos o objeto do presene trabalho, nos deteremos no estudo desta prá ica.
Para melhor compreendenos a técnica da lava gem das mãos, necessário se faz um breve relato sobre a microbiologia ds mãos.
"A pele ou cútis é o manto de revestimento do organismo, indisensável à vida, já que isola compo nentes orgânicos do meio exterior, impede a ação de agentes extenos de qulquer natureza, evita perda de água, elet6litos e outras substâncias do meio inteno, dá poteção imunol6gica, faz temorregulação, propi cia a percepção e tem função secret6ria3".
Numa nlise micobiol6gica a pele apreenta-se com duas populações: a flora residente e a flora tran sit6ria.
A flora residente é composta por microrganismos que vivem e se multipicam na pele. São relativmente estáveis em número e tipo; são mis encontradas ns dobras, nas rachaduras da pele em tono e sob as unhas. No que se refere a remoção desta lora, encon tra-se uma certa resistência à lavagem com água e sabão, a menos que uma fricção considerável também seja feita com uma escova, entretanto é inlivada or ani-épicos3 " o� " .
A lora residente tem bixa virulênca e rrmen te causa infecção, podendo contudo ocorrer infecçes sistêmicas em pcientes imunodeprmidos e a6s pro cedimentos invasivos3.
Por outro lado, não se considera po�sível impar a pele de todas as bactérias.
" . .
A flora residente é repreentada por difte61des aer6bios e anaer6bios (or exemplo Corynebcterium, Propionibacterium); estallococus não hemoHicos, aer6bios e ane6bios (5. epidermidis, Preptoccus); bclos gram-ositivos, aer6bios e esporulados, en contrados no ar, água e solo, estreptococus lfa-he moHticos (5. viidins) e enteroccus (5. fecalis); ba cilos gram-negaivos, coifomes e acinetobacter
(He-R. Bs. Enfen., Bsiia, 43 ( 1 , 2, 3/4): 4-70, jnJdez. 1 990 65
rellea). Fungos e leveduras estão comumene preentes ns dobrs da peleu".
A flora tnsit6ria é uma flora passageira, com posta or microrgnismos patogênicos e não patogê nios deosi�dos sobre a pele, os quis se mantêm viá veis or eríodo inferior a 24 hors. São encontrados na superície da pele, junto à gordura, lipídios e suji dades, por esse motivo são facilmente removíveis ela lavagem com água e sabão ou detergente, pelo uso de anti-épicos ou por ambos3 .1 0) 1 1.
"A lora trnsit6ria ds mãos de poissionais de saúde é adquirida pelo contato com pcientes infcta dos, colonizados ou a ptir de fontes mbientais, usumente incluindo microrganismos associados a in fecções hospitalares 1 0".
"A lora trnsit6ria das mãos é composta pelos microrganismos s frequentemente esonsáveis pelas infcções hospitlares: as bactéris gram-negati vas e os estallococus, o que bem demonstra a im portncia ds mãos como veículo de trnsmissã03".
Estudos mostram que a flora trnsit6ria pode tor nar-se residente através de adaptação ao meio da pele, se a primeira emnecer em grande número e por um período bastante longo.
"Para se evitar que a lora transit6ia se tone re sidente, é importnte que as mãos sejam empre limpas imediatamente ap6s cada contato com mateil conta minado, e, esecialmente se o materil contiver orga nismos patogênicos 1 1" .
A anlise evolutiva, anteriomente descrita, sobre o controle das infecções hospitlres, nos mostra que a importância dada à lavagem das mãos remota às mais distantes épcas, poém como nos defme FUERST l l : " • • • parece que a lavagem das mãos, contudo, é mais ritualista do que realista, embora o papel das mãos na transmissão de infecção não seja mais discuível".
Convém citar KAWAMOT01 5 na sua defmição da fmlidade da lavagem ds mãos, or sua clareza e simpicidade: "A lavagem das mãos tem por inlidade evitr a propagação de microrganismos patogênicos, de um indivíduo para outro, através ds ãos".
A lavagem das mãos "é considerda o procedi mento único mis importnte na prevenção das in fcçes hospitlares, sendo peconizado no controle não s6 ds infcções mis frequentes (urinárias, pneumonias e cirúrgicas), como também nas bacterie mias, gstrenerites, infcções obstéricas, gincol6gi cas e do trato resprat6rio superior 1 O".
4 METODOLOG I A
Estudo explorat6rio, com o objeivo de aviar e incenivar a prática àa lavagem das mãos, desenvolvi do na Mateidade Ecola Assis Chatearbrand, no peíodo de agosto a novembro de 1988.
• Caraterrsticas da População
A população envolvida no estudo é constituída no seu totl, por 82 médicos, 26 enfemeirs e 75 ocupa cionais de enfemagem, que prestm assistência direta ao paciente, em áreas consideradas críics, nos t�s
tunos de trablho.
. • Método
A pesquisa foi desenvolvida ns áres considera das críticas assim selecionads: centro obstétrico, emergência, UTI, sala de recuperação, beçáio de in fectados, erçio de alto risco e eçário de édio rico.
A ecolha da amostra foi determinda pela pre sença do proissionl de saúde ou ocupacionl de en femagem prestando cuidado a clientela, no momento da visita aos refeidos setores, tendo um vlor mos trl de: 24 médicos, 08 enfermeias e 23 ocupcionis de enfermagem, o que constitui 30% da população to tal.
O estudo foi deenvolvido em cinco etaps a sa ber: A primeira consituiu-se da observação da lava gem das mãos de ocupcionis de enfemagem e po ' issionais de saúde durante sua rotina laoratorl. A
segunda, de coleta de materil ds mãos pra cultura e anlise laboratoril. A terceira, da aplicação de um questionáio com os prticipantes da pesquisa mico biol6gica. A quarta, da anlise laboratoril dos sabes encontrados nos setores esquiados. E, or úlimo, uma proosta de viablizção de estraégias pra a di vulgação da imortância da lavagem ds mãos.
• I nstu·mentos
Para coletar os dados foram elaorados dois ins trumentos: O primeiro para anotçes das observações dos pofissionis e ocupacionais que carcterim a amostra; é consituido de 6 questões, sendo 4 fechadas e 2 aberts. O segundo é um questionário usado elos participantes da esquisa microbiol6gica e é consitui do inicilmente, por uma apresentação explicando o moivo da pesquisa, seguindo-se 5 questões, sendo 1 aberta e 4 fechads, das quais 2 tem opção para com plementação ds respostas. _
• Coleta de Dados
A coleta foi relizada em quato momentos: 1. Observação dos proissionis e ocupacionis
tendÓ em vista o anexo I;
2. Coleta de materil das mãos pra cultura; 3. Aplicação do questionário com os participantes
da esquisa (anexo l);
4. Coleta de amostra dos sabões encontrados nos setores para nie laboratoial.
. • Tratamento Estatístico
Os dados form apurados mnualmente e tabula dos com distribuição de frequências absolutas .
5 D ISCUSSÃO DOS R ESULTADOS
Apesentaremos a seguir os resultados obidos, seguidos de discussão:
TABELA I - Distibuição da equie de saúde or categoria de acordo com a "observação" e o "questionáio" dos protssionais e cupacionais de enfemagem sobre a lavagem das mãos - Mateidade Escola A . Ch SSIS a u nan -a b ' d agos t o a novem ro b d e 1988 .
-�strumento Obsevação Questionmo
�
Categoria Sm Não Sm NãoEnfemeiro 06 2 05 03
Mdico 12 12 20 4
Ocupacionl 9 14 1 8 05
Totl - 27 28 43 12
A TABELA 11 mostra a divergência entre a obervação feita pelas equisadors e a resposta do pofSsio nal ou cupcionl.
TABELA 11 -Distibuição da equie de saúde or caegoria de acordo com o motivo que o levou a lavar s mãos antes de prestar cuidados aos pacientes Matenidade Escola Assis Chaeaubriand -agosto a novembo de 1988.
�
Por quelavou as mios? Enfemeiro
Hábito
-Por EVitar Infecção
cru9a 0 1
Ambas 4
Não Respondeu 03
Outros
-Analisndo estes dados, observmos que a prática da lavagem das mãos é motivada elo hábito e ela consciência de sua importncia concomitntemente.
Gosmos de salientar uma esposta dada por
Médico Ocupacionl Totl
01 07 08
4 02 07
1 3 09 26
4 05 12
02 - 02
um médico que realzava um parto qundo o intero gamos sobre os eus moivos para lavar as mãos, na qual ele eferiu que as "lavou para merendar" e na ane laboratorial o seu exame continha o mior nú mero de icrorganismos.
TABELA IH -Distribuição da equipe de aúde por categoria de acordo com o motivo que o levou a não lavar
s mãos antes de prestr cuidados aos pcientes Mateidade Escola Assis Chateaubriand -agosto a novembro de 1 988.
:::::::
Cate gariaPor que
��
nio lavou s mios? Enfemeio Médico Ocupacionl Total
Flta de Tempo - 02 01 03
Não Acha Importante - - -
-Fala de Condiçes
Adequds - 02 - 02
Não Respondeu 05 20 1 8 43
Outros 03 - 4 07
Observamos que os motivos mencionados são sempre de ordem ex6gena, o que pra n6s não coresondeu à realidade obervada, já que em todos os setores existia o maeil ncesáio à lavagem ds mãos, embora que nem sempe fosse o ideal.
TABELA IV -Distribuição da equie de aúde por categoia de acordo com o conhecmento ds noms do Minisério da Saúde lavagem das mãos - Matenidade Escola Assis Cheteaubiand - agosto a
novembro de 1 988.
�
tegoria.
Conheci--.. Enfermeio Médico Ocuoacional Tota1
Sm 05 1 5 22 42
Não 03 09 0 1 1 3
Estes dados mostrm que uma gande maioria dos pofISsionis e ocupacionis conhecem s norms do Mi nstério da Saúde, poranto não justiica o descaso com que esta prática é taada.
TABELA V -Distribuição da equie de saúde por categoria de acordo com a contanação ds mãos -
Ma-. C . d b d 1988
teidade Escola Assis hateaubn -agosto a novem ro e
�
aContaminação I Enfemeiro
Sm ms
Não
-Na TABELA V veriicamos um alto ndice de contminação, mesmo entre os proissionis e cupa cionis que lavrm as mãos.
Os microrganismos encontrados não podem ser classiicados em lora residente ou trnsit6ria, porém podemos veriicar qúe de acordo com o estado imu nol6gico do paciente estes odem ser ou não patogêni cos.
VIe salientar a expressiva diversiicação dos mi crorganismos encontrados: Stalococus aureus, gruo
I
Médico Ocu�ionl Totl
2 1 20 49
03 03 06
assacaroftico, Klebsiela pneumonie, Pseudomons maltophila, Pseudomonas eruginoss, Acinetobacter clcoceicus, fungo contaminnte, Enterobacter, Ser raia, Cndida lbicans, E. coli, Proteus sp, Moraxela sp e Corynebcterium pseudodiphtericus. Este fato representa uma lora hospitlar mis agressiva aos pa cienes.
Estes dados levarm à anlise laboratoril dos sabões, cuja contaminação jusiicou os resultados ob tidos.
TAB ELA VI -Distribuição por setores de contaminação dos sabões - Mateidade Escola Assis
Chateau-Setores Continação
b · d nan -agosto a novem ro b d e 1988
Centro
Emergên-.
Sla de
Recue-Sabão
�
Obstétrico cia UTI eração BI BAR BMRFISIOHEX ASSEPTOL POLVIDINE SABÃO PAVÃO
S N
-
--
-- 1
-
-S N S
- -
-1 -
-- -
-- -
-A ane laboratorial mostrou que dente os sabões, o asseptol estava contaminado. Contminação esta que não se pode afnr a sua origem: do pr6prio
6 CONC LUSÃO E SUGESTÕES
Diante dos resultados encontrados, verifica-se que esta prática tem sido pouco valorizada em que tona-se urgente uma maior conscienização da equipe de saúde no sentido de que lavar coretamente s mãos, na sua rotina laborativa, deixa de ser mero hábi to para se tornar um meio eicaz de redução dos udi ces de infecção hospitalar.
Observamos em nossa esquisa, que a maioria dos comonentes da equie de saúde considerava as mãos lavads. Acreditamos que este fato se deve a crença de que a lavagem das mãos realizada no momento da chegada ao setor é suiciente para a descontaÚnação das mãos durante todas as atividades.
O descaso quanto a esta práica deve ser repensa do, sob ena de transÚtnnos nfecçes àqueles que recebem nossos cuidados e até mesmo, aos nossos fa mliares, sem falamos de uma auto-contaúnação.
Podemos ainda aimar que o desenvolvmento de um técnica correta ode ser facilitada pela presença e localização conveniente de pias nas unidades, bem co mo a existência do sabão ou anti-séptico adequado.
O homem, que é a principl vítma das infecções hospitalares, é também o principal veículo transmssor das mesmas, pois disseÚna os microrgansmos através de suas mãos. Sendo ssim, é de fundmental im portância que toda a equipe de saúde seja infomada e conscientizada da importância da lavagem das mãos no controle das infecções hospitalares.
Diante desta realidade, sugeimos que ejam rea lizadas:
N S N , S N S N S N
- -
-I
- 1I
- 1I
--1 1 - - -
-- - -
-- - - 1
sabão ou do cipiente . . .
A prir destes resultados foi introduzido o uso de escovnhas para a lavagem dos rcipientes.
1. Reuniões cientics pei6dicaS para dicussões sobre lavagem das mãos, com poissionais de nível superior.
2. Teinamento sobre a técnica da lavagem ds mãos e a importância de sua prática correta para redu zir os índices de infecções hospitalares.
3. Promoção anual de uma "Semna da Lavagem das Mãos", como instrumento divulgador da im portância desta prática no controle das infecções hos pitlares.
R E FE R Ê N C IAS B I B L IOG R Á F I CAS
BRASIL. Minisério d a Satde. Curso de Introdução ao Controe de Infecção Hospitaar. Secreia Nacional de Orgnização e Desenvolvimento de Serviços de Satde: Pogma de Controle de Infeção Hospitalar, Brslia, Ceno de Dcumentação do Ministéio da Satde.
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3 • Minisério da Satde. avar s Mãos:
Infor-ação para Prossoas de Saúde. Secretaria Nacional
de Organiação e Desenvolvimento de Serviços de Sat de - Programa de Conrole de Infecção Hospitalar, Brslia, Cenro de Documentação do Ministério a
Satdé, 1 988.
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São Paulo: EPU, 1986.
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1 . OCUPAÇÃO ---_______ _
2 . SETOR
3. Lavou as mãos antes de prestar cuidado ao paciente?
( ) Sim ( ) Não
4. Pemiiu que fosse feita a cultura ds mãos?
( ) Sim ( ) Não
5. Respondeu o questionio?
( ) Sm ) Não
6. Que condições para lavagem das mãos existe no setor? ( ) Pia
( ) Toalha de pano ( ) Toalha de papel ( ) Sabão em barra ( ) Sabão líquido ( ) Saboneteira adequada
A N EXO 1 1
QUESTION ÁRIO
Prezado colega,
o pesente nsrumento objeiva uma anlise comparaiva entre a vião dos proIssionis de saóde e a prái ca da lavagem das mãos.
O preenchimento deste questionário será de grande importância tanto para o diagn6stico da situção atual, qunto paa a tomada de medidas de controle de infcção hositalar.
Na cerea de sua colaoração, agradecemos antecipadmente.
1 . Qul a sua proIssão?
2. Você lavou s mãos antes de pestar o cuidado ao pciente que atendeu agora?
( ) Sim ( ) Não
3. Se sim, por que? ( ) Hábito
( ) Por evitar infecção cruzada ( ) Ambas
( ) Outros---
-4. Se não, or que? ( ) Flta de temo ( ) Não acha importante
( ) Falta de condições adequdas? Quis?
---5. Você conhece as noms do Miniséio da Saóde sobe a lavagem das mãos? ( ) Sim
( ) Não