I.JNIVERSIDADE
DE
SAO
PATJLO
t
Nsrtruro
DE
GloctÉrucl¿s
pRocEssos
DE
SEDTMENTAçÃo ATUAL E
MoRpoo¡runmtcA
DAs
PRATAS
DE
BTcANGA
A
PovonçÃo,
es
JACQUELINE ALBINO
Orientador
:
Prof. Dr. Kenitiro Suguio
TESE DE DOUTORAMENTO
coMrssno
¡ur-cADoRA
Presiderle:
prof. Dr. lixaminaCores: Prof. Dr.Prof. Dr.
prof. Dr. Prof. Dr.
Nome
Kenitiro Suguio
Alberto Garcia de Figueiredo Junior
Michel Michaelovitch Mahiques
Paulo César Fonseca Giannini
Rodolfo José Angulo
Assinatura
SÃO PAULO
1999
pRocESSOS
DE SEDIMENTAÇÂO
ATUAL
EMORFODINÂMICA
DASPRATAS
DE
B¡cANGA À
povonÇno-es
JACQUELINE ALBINO
s ' t; rr .
""T
r^ l(.*
7\
i
,_Tese apresentada ao Programa
de
Pós-Graduação
em
Geologia Sedimentar dolnstituto de Geociências da Universidade
de São Paulo, como requisito parcial para
a
obtençäodo
Grau
de
Doutor
emCiências.
Professor or¡entador: Dr. Kenitiro Suguio
DEDALUS-Acervo-tGC
I ililil iltil ililt iltil ilil ilil ilil ilil iltil iltil iltil ilil
lil
30900004447
SÃO PAULO
Ao Estado do Espírito Santo
que me acolheu tão bem e
Agradecimentos
São inúmeras
as
pessoasque
diretaou
indiretamente contribuírampara
arealização deste trabalho. Pessoas como
D.
Graça, que mensalmente emprestava opequeno barco
a
remopara
travessia dorio
Riacho,e
Ana,que
me trazia aqueleabençoado café surpresa quando me encontrava trancada no escritório. Desta forma, antes de agradecer aos mais envolvidos, deko meu sincero agradecimento a todos ...
Ao meu orientador, prof. Dr. Kenitiro Suguio, pela confiança depositada em meu
trabalho, pelo seu apoio e contríbuição no meu crescimento profissional.
Aos ¡nesfres
e
amigos profs. Drs. Dieter Muehe, Michel Mahiquese
MoysesIess/er, sempre dlsposfos a me ajudar ... e como ajudaram. Agradeço à atenção e ao carinho com que pafticiparam nas diversas etapas do
trabalho.
Sinto uma imensa esincera alegria de ter estas pessoas rro meu convívio profissional.
A profa. Dra. Zelinda Margarida Leão gue, como o nome jët sugere, é uma linda
pessoa. Por ter me ajudado
na
identificação dos bioclastosem
seu laboratóio naUFBA,
por ter me
dado
a
opodunidadede
conhece-lae
poder
contarcom
sua colaboração.Aos co/egas
de
Universidade, aos alunosde
geografia, aos ex-alunose
ex-óolslsfas,
aos amigos cariocase
paulistas, aos amþos pessoaise
ao maridão, porterem pañicipado das campanhas de campo, do embarque para coleta de sedimentos
e
das análrses laboratoriais. Tenho na lembrança todasas
pafticipações, coln suasesfón'as e nsadas. Mais uma vez meu muito obrigado, sem vocés a realização deste
trabalho seria impossível.
Ao
meu colegae
amigo, Agnaldo Silva Maftins, pela ajudana
utilização dediversos programas gráficos
e
pelas caminhadas ouvindo minhas idéias sobre a tese.Ao Projeto Tamar (Taftarugas Marinhas) por ter favorecido e proporcionado os
especialmente ao b¡ôlogo Juarcz e à tipulação da escuna Careba: Aranha, Careca e
Nelsinho, pelo inesquecível convívio durante o embarque.
À Fundação Ecosslsfemas do Espírito Sanúo e ao João Parlsio pelas pernoites
em sua base de Santa Cruz durante as campanhas de campo.
Ao
Departamentode
Ecologia
e
Recursos
Naturaise
ao
Programa deCapacitação de Docentes da Universidade Federal
do
Espíríto Santo pela concessâode afastamento e de bolsa de esfudos da CAPES para a realização do doutoramento.
Ao Programa
de
Pós-Gnduação em Geologia Sedimentar da Universidade de São Paulo pela opoftunidade de concluir esúe curso. Aos professores,
funcionários eaos colegas da IJSP, meu muito obrigado pelo convívio tão amigo. Meu agradecimento
espec,a/ às meninas da secretaria, Ana Paula e Magali, pelo carinho e atenção que me
dedicaram.
À
Fundação de Amparoâ
Pesguisa do Estado de São Paulo (FAPESP) peloauxílio financeiro ao projeto de doutoramento.
E frnalmente à minha família...
À
Wanda, minha mãe,pelo
seu carinhoe
por
ter
estado sempredþosta
àfacilitar minha vida para eu ter mais tempo de dedicação a este trabalho.
Ao meu
pai
(in memorium),cuja
lembrança me incentivava a continuar, com acedeza das orações que ele tería feito para o sucesso da tese.
Ao Camilo, meu marido, por me apoiar tudo que faço e por ter me aiudado nas
diversas etapas do trabalho, especialmente na confecção das frguras.
À
Sof¡a, minha filha, que durante sua gestação emanou tanta felicidade que meestimulou nas anár'ses dos dados. E hoje, sua presença, me faz deseiar vencer etapas
Capítulo 2
FIGURA 2-1
FIGURA 2.2
FIGURA 2.3
FIGURA 24 FIGURA 2-5
FIGURA 2.6
FIGURA 2-7 FIGURA 2€ FIGURA 2-9
FIGURA 2-10
Capítulo 3
FIGURA 3-I
FIGURA 3-2
CapÍtulo 4
FIGURA 4.1
Capítulo 5
FIGURA 5-1
Capítulo 6
FIGURA6.1
FIGURA 6-2
FIGURA 6-3
FIGURA 64
FIGURA 6-5
FIGURA 66
LISTA DE FIGURAS
Localização da área de estudo.
Regime de ventos e os sentidos de chegada das ondas ao l¡torel câp¡xaba em cond¡çöes normais. Martin et al. (1993)
Regime de ventos e o sentido de chegada das ondas ao l¡toral capixaba
associadas ao fenômeno El Niño. Martin et al. (1993)
Distribu¡ção das freqüèncias das alturas de ondes significativas e dos
períodos nas proximidades do porto de Tubarão, V¡tória, ES
Mapa geológico esquemático da região costeira do Brasil, entre Salvador e Vitória segundo Cordani (1973)
Depósitos da Formação Barreiras na Estado do Espír¡to Sento. Amedor & Dias (1978)
Mapa geológico esquemático da planície do rio Doce, Mart¡n et al. (1996)
Mapa geológico esquemático da planíc¡e costeira de Santa Cruz, Nova Alme¡da e Jacaraípe - ES. Martin et al. (1996)
Estág¡os evolutivos de sedimentação litorånea, por mecanismos eustáticos
e paleoclimáticos, desde o fim do Terciário até hoje. Dom¡nguez et al.
(1s81)
Mapa batimétrico da plataforma cont¡nental de Salvador à Vitória. Melo eú
al.(1975)
Subdivisäo e term¡nologia transversal do perf¡l de praia adaptado de Davis (r s85)
Estados morfodinâm¡cos das pra¡as segundo \Â/right eú al. (1979, apud
Muehe, 1994)
Tipos de queda de sedimentos bioclásticos, segundo Maiklem (1968)
Mapa de local¡zaçåo da área de êstudo e das estações de amostragem
Mapa batimétrico da plataforma continental intema adiaconte â Mtóda a praia de Povoação, desembocadura norte do r¡o Doce - ES
Estimativas das alturas das ondas na arrebentação e nível do mar no
momento do levantamento das estações P1 (pra¡a de Bicanga) a P8 (praia Grande), entre Janeiro de 96 e Janeiro de 97
Estimativas das alturas das ondas na arrebentação e nível do mar no
momento do levantamento das estações P9 (praie do Rio Preto) a P16 (praia Mar Azul), entre Janeiro de 96 e Janeiro de 97
Estimat¡vas das alturas das ondas na arrebentaçåo e nível do mar no
momento do levantamento das estâçóes P17 (praia de Potiri) a P24 (p@ia
de Povoação), entre Janeiro de 96 e Janeiro de 97
Var¡ações topográficas dos perfis das pra¡as de Bic€nge e Manguinhos (P1 a P3)
Variaçóes topográfic€s dos perfis da praia de Jacaraípe (P4 a P6)
FIGURA 6.7
FIGURA 6.8
FIGURA 6-9
FIGURA 6-10
FIGURA 611
FIGURA 6-12
FIGURA 6.13
FIGURA 6.14 FIGURA 6.15
FIGURA 616
FIGURA 6-17
FIGURA 6-18
FIGURA 6-19
FIGURA 6-20
FIGURA 6-21
FIGURA 6.22
FIGURA 6-23
FIGURA 6-24
FIGURA 6-25
FIGURA 6-26
FIGURA 6-27
FIGURA 6-28
FIGURA 6-29
FIGURA 6€0
Variações topográfic€s dos perfis das praias de Baneiras e Grande (P7 e P8)
Variações lopográf¡cas dos perf¡s da praia do Rio Proto (P9 e P10)
Variações topográf¡cas dos perf¡s das praias Formosa, Santa Cruz, e Coqueiral (P11aP13)
Variações topográficas dos perfis das praias de Sâuna, Padres e Mer Azul
(Pl4 a P16)
Variações topográf¡cas dos perf¡s das praias de Potiri e Bana do Saí (P17
e P18)
Variações topográficas dos perfis das pre¡as de Bana do Riacho (P19) e Comboios (P20).
Variações topográ'ficas dos perfis das praias de Combo¡os e Regència (P
21 e P22\
Variações topográficas dos perf¡s da praia de Povoaçáo (P23 e P24)
Histogremas da distribuição granulométr¡c€ dos sedimentos do leito dos rios Re¡s Magos, Piraquè-Açu, Piraquê- Mirim, R¡acho, Comboios e Doce Mapa fac¡ológico dos sedimentos de fundo de plataforma continentel
adiacente à Vitória a praia de Povoaçåo, ao norte da desembocedura do
r¡o Doce -ES
Mâpâ granulométrico dos sed¡mentos b¡olitoclásticos que recobrem a plataforma continental intema adjacente entre Vitóriâ e Povoaçåo, ao norte da desembocadura do r¡o Doce - ES
Distribuição dos teores de algas coral¡nas, moluscos e br¡ozoários na
composição das are¡as bioclásticas
Dishibuição dos teores de equ¡nodêrmas e foraminiferos na composição das areias b¡oclásticas.
Distribuições
dos
teoresde
bio
e
l¡toclastose
os
paråmetrosgranulométr¡cos das areias m¡stes das praias de Bicanga e Manguinhos (ES) enlre jane¡ro de 1996 e jane¡ro de 1997.
Distr¡bu¡çðes dos teores
de
bio
e
litoclastose
os
paråmetrosgranulométricos das areias mistas da praia de Jacaraípe (ES) entre janeiro
de 1996 e janeiro de 1997
Distribuições
dos
têor€sde
bio
e
l¡toclastose
os
parâmetros granulométr¡cos das are¡as m¡stas des praias de Barrêiras e Grande (ES) entre jane¡ro de 1996 e ¡aneiro de 1997Distribuiçðes
dos
teoresde
bio
e
litoclastose
os
parâmetros grenulométricos des areias mistas da praia de Rio Preto (ES) entre janeirode 1996 e janeiro de 1997
Distribu¡çóes
dos
teoresde
bio
e
litoclastose
os
paråmelrosgranulométricos das areias mistâs das praias Formosa e Santa Cruz (ES) entre janeiro de 1996 e janeiro de 1997
Distribuiçäo
dos
teoresde
b¡o
e
litoclastose
os
paråmetrosgranulométricos das are¡as m¡stas das pra¡as de Coqueiral e Sauna, ES, entre de janeiro de 1996 e ¡aneiro de 1997
Distribuiçöes
dos
teoresde
bio
e
litoclastose
os
paråmetrosgranulométricos das are¡as mislas dãs pra¡as dos Padr6s, Mar Azul. Pot¡r¡
e BanadoSaí (ES) entre janeiro de 1996e janeiro de 1997
D¡stribuiçóes
dos
teoresde
bio
e
l¡toclastose
os
paràmEtrosgranulométricos das ereias pr€dominantemente litoclásticas das praias de
Bana do Riacho, Comboios e Regência (ES) entre jane¡ro de 1996 e
janeiro de 1997
Distribuições
dos
teoresde
bio
e
l¡toclastose
os
parâmetrcs granulométricos das areias predominantemente litoclásticas da pra¡a dePovoaçåo (ES) entre iane¡ro de 1996 e janeiro de 1997
Distribuições granulométricas das areias m¡stas da face preiel das
estações P1 a P 10, em histogramas de percentagem do peso retido dos diversos intervalos granulométr¡cos
Distribuições granulométricas das are¡as mistas da face praial das
estações P11 a P 18, em histogramas de percentagem do peso ret¡do dos
diversos int€rvalos granulométr¡cos.
FIGURA 6-31
FIGURA 6.32
FIGURA 6.33
FIGURA 6-34
FIGURA 6-35
Capítulo7
FIGUPÁ 7-1
FIGURA 7.2
Oistribuições granulométricas
das
areias mistasdo
berma, emh¡stogramas de percentagem do peso retido dos d¡versos intervalos
granulométricos
Composição b¡ológica areias bioclásticas das praias de sed¡mentos mistos, de Bicanga (# P1)
a
BanadoSaí (#P18).Grau de arredondamênto dos grão de Quartzo das pra¡as de Bicanga (#
P1) a Povoaçåo (# P24)
Méd¡as dos d¡åmetros médios, médias dos teores de bioclastos e os teores dos principais componentes da
frafio
bioclástica para cada estaçáo de praia de Bicanga a Povoaçåo (P1 a Pl8)Média dos diâmotros méd¡os das areias das praias de Bana do Riacho
(Plg) a praia de Povoação (P24) nes d¡versas cámpanhas e grau de anedondamênto dos grãos de quarEo
Disk¡buição dos teores de algas, moluscos e br¡ozoários na pletaforma
conlinental inteme de Carapebus à Bana do Saí com a representação da
isóbatalimite de mobilização mais efetiva dos sedimentos de fundo para as praias
Méd¡as mensais dos teores de bioclastos, dos d¡âmetros médios e dos graus de seleção da distrÍbuição granulométric€ (em phi) das are¡es mistes das estações Pl a P18, de janeiro de 96 a janeiro de 97
120
123
125
127
129
140
LISTA DE TABELAS
Capitulo 4
TABELA
4-1
Alguns trabalhos sedimentológicos sobre partículasde
diferentescomposições biológ¡cas ou mineralógic€s executados com tubos de
sed¡mentaçåo
CapÍtulo 5
TABÊLA
5-1
Classificação das fácies dos sedimentos da cobertura da plataformamodificado por Dias (1996)
TABELA
5-2
D¡stribu¡ção das amostras de sedimentos fluviaisCapítulo 6
TABELA
6-l
Condiçöes meteorológicas e fases lunares dos dias de amostragens.IABELA
6-2
Valores do coeficiente de conelação de Pearson (r) entre teores deb¡oclastos, diâmetro méd¡o e componentes b¡ológicos
52
55
65
PRANCHA 1
PRANCHA 2
ANEXO I
ANEXO II
ANEXO III
ANEXO IV
ANEXO V
ANEXO VI
LIISTA DE PRANCHAS
Fotos das areies biolitoclásticas das praias Grande (Pe) e (P10)
Fotos des arè¡as biolitoclástica da pra¡a dos Padr€s (P15)
LISTA DEANEXOS
Localização das estações de amostragem da zona submersa
LÕcalizâção das estações de amostragem des pra¡as de Bicânga
(P1) a Povoagåo (24)
Condições meteorológicas e fases lunares do d¡as de amostregem
Dâdos oceanográficos obtidos a partir da praia e valores estimados para energia (E), velocidade e capacidado dê transporte longitudinal (vs e Qs)
Paråmetros estatísticos, segundo Folk e Ward (1957), das areias do
berma pra¡al, em ph¡
Parâmetros granulométricos das areias do tenaço arenoso sob a antepraia da estaçáo 21, Praia de Combo¡os
160
161
163
166
1U
165
171
SUMÁRIO
Dedicatóia
Agradecimentos
Lista de frguns Lista de tabelas
Lista de pnnchas
Lista de anexos Sumáño
Resumo
Abstract
I
INTRODUçAO1.1 Apresentaçáo
1.2 Objetivos
II ÁREADEESTUDO
2.1 Loealizafio
2.2
Aspec-tos climáticos2.3
Aspectos oceanog rálicos2.3.1 D¡reçáo das ondas
2.3.2 AlluÊ e período significâtivos das ondas 2.3.3. Maré
2.4
Aspec{os geológicos e geomorfológicos2.4.'l
Aspectos tec{ônicos e estruturais2.4.2 As rochas prácambrianas da reg¡âo serrana 2.4.3 Os tabuleiros da Formaçáo Bane¡ras
2.4.4
Planíciecoste¡ra 2.4.5 Plataforma cont¡nentallll
MORFODINÂfVllCR Pn¡tRL3.1
A teminolog¡a ut¡lizada para o perfil de praia3.2 Um pequeno histórico sobre a variabilidade topográfica e
sedimentológica de pra¡as
3.3 Morfod¡nâmica praial da escola australiana
3.3.1 Aspectos gerais
3.3.2 Os estados morfod¡nâmicos
3.4 Consideraçóes finais
IV
RELACOES ENTRE AS CARACTERÍSTICAS TEXTURAIS EMINEF{ALÓGICAS DOS SEDIMENTOS E A HIDRODINÂMICA
4.1 Os litoclastos
4.2 Os bioclastos
4.2.1 Compos¡ção mineralógica 4.2-2 Composiçåo biológica
4.2.3 Textura
V
MATERIAL Ê MÉTODOS5.1 Considerações gerais
5.2 Báimetria e reconhecimento sedimentológico da plalaforma continental interna
5.2.1 Batimetria
5.2.2 Reconhecimento sedimentológico
5.2.3 Determinaçåo da isóbata-l¡mite para as representaçöes gráfcas
5.3 Coleta dos sed¡mentos fluv¡a¡s
5.4 Levantamento topográf¡co, oceanográfico e sedimentológico das
Pra¡as
5.4.1 Campanhas de campo e posições de amostragem
5.4.2 Perf¡s
5.4.3 Dâdos oceanog ráficos
5.4.4 Coleta de sedimentos praiavs
5.5 Anál¡se dos sedimentos
5.5.1 Considerações gerais 5.5.2 Teores de CaCOg
5.5.3 Composição biológica dos fragmentos b¡oclást¡cos
5.5.4 Anál¡se granulométrica
5.5.5 Análise m orfoscópica
5.6 Análises estatist¡cas de correlações e agrupamento por s¡milar¡dades
VI - RESULTADOS E ANÁLISES
6.1 Fisiografia da plataforma e dos perfis praiais
6.1.1 Morfolog¡a superf¡cial da plataforma cont¡nental intema
6.1.2 Variab¡lidade topográfica dos perfis praia¡s
6.1.3 Resultados ¡ntegrados da fisiograf¡a da plataforma e perfis praiais
6.2 Sedimentologia
6.2.1 Granulometria dos sed¡mentos das princ¡pa¡s desembocaduras f¡uviais
6.2.2 Sedimentologia da plataforma cont¡nental intema
6.2.3 Análise integrada da sedimentologia das rios e da plataforma cont¡nental intema
6.2.3 Sedimentologia das praias
VII
DISCUSSOES E INTERPRETAçOES7.1
Fontes e d¡stribuiçáo das are¡as, tipologia e tendênc¡a futura das praias assoc¡adas à planíc¡e delta¡ca do rio Doce7.1 .1 Fontes e distribuiçáo das areias litoclásticas das pra¡as
7 .1 .2 fipologia das praias
7.1.3 Tendência futura das praias à erosáo
7.2
Fontes e distribuiçáo das are¡as, tipologia e tendência futura das praiasAssociadas aos tabuleiros da FormaÉo Barreiras
7.2.1 Fontes e distribuição das areias biolitocláslícas das praias 7.1.2 Tipologia das praias
7.1 . 3 Tendência futura das praias à erosáo
vil CoNS|DERAçÖES FTNATS
REFERÊNCAS BIBLIOGRÁFICAS
Resumo
A
planície costeirado
litoral centro-nortedo
Estado do Espírito Santo apresenta umsetor com bom desenvolv¡mento dos depósitos quaternár¡os, conespondente à p¡anície
deltaica
do rio
Doce,e
outrosetor
com estre¡ta faixade
sedimentos quatemár¡os limitada pelas falés¡as da Formação Barreiras.Os estudos sobre
a
granulometria dos sedimentos de fundo dos rios que desembocamno litoral, a morfologia e
a
sedimentologia da plataforma continental interna adjacente,bem como
as
variações topográf¡cas, sedimentológicas e energéticas das praias porum ano revelaram que
as
praias possuem diferentes fontesde
sedimentose
sãosubmetidas a processos hidrodinâmicos distintos.
As
praias âssoc¡adasà
planície deltaicado rio
Docesäo
volumosas dev¡do aoabundante aporte tenígeno de areias litoclásticas e à deposição de sedimentos fluviais
e
marinhos favorecida pelo efeitode
molhe exercido pelafoz
do
rio
Doce.A
alta declividade plataforma perm¡tea
entradade
ondasde
alta
energia promovendoefciente transporte
e
distribuiçãode
sedimentos,ao
longoe
perpendicularmente acosta,
e
causa
alteraçöes topográficas sazonaisdos
perfis
praias. As
praiasapresentam t¡polog¡as refletivas a intermediár¡as, com tendência à construção.
As praias situadas defronte aos tabule¡ros da Formação Baneiras são constituídas por
areias mistas (fragmentos
de
quartzoe
biodetritos).A
principalfonte das
are¡asbioclásticas marinhas São as constru@es carbonáticas biogenéticas, que revestem as
couraças lateríticas
da
plataforma continentalinterna,
que säo
arancadas
efragmentadas pelas ondas. As
areias
bioclásticas são compostas predom¡nantementepor fragmentos de algas coralinas, moluscos e briozoários'
AS couraças ferruginosas da plataforma continental intema e da antepraia dissipam a
energia
das
ondas
e
consequentementeas
praias
adquirem
característicasdissipativas
e
intermediárias.A
d¡ferenciação entre estes tiposé
determinada pela disposição das couraçasna
antepraiae
pelas diversidades das areias mistas daspraias,
que
desenvolvem processos hidrodinâmicos limitadosa
pequenos trechos praiais.A
escassezde
sedimentos b¡oclásticosnas
planícies costeiras situâdasdefronte às falésias marinhas da Formação Barreiras talvez possa ser explicada pela
Astract
The central northern state
of
Espírito Santo coastal plain exhibitsa
sector with well developed quaternary deposits, conespondingto the
Doce river deltaic plain, and another sector with narrow stretchof
quaternary sed¡ments limited bythe
Barre¡ras Formation sea cliffs.The
grainsize
analysisof
bottom sediments rivers flowingto
the
coastline, the morphologyand
sed¡mentologyof
adjacentinner
continentalshelf,
as
well
astopographic, sedimentologic and energetic changes measured during one year revealed
that
the studied bachsare
supplied by distinct sources, and theyare
subjected todistinct hydrodynamic processes. The beaches associated to the Doce deltaic plain are
voluminous,
due
to
the
abundant l¡thoclast¡c terrigenous sands deposited throughmarine and fluvial processes, propit¡ated by
the
Doce river mouth groin effect. Thesteep slope
of the
continental shelf allows entranceof
high energy waves, whichpromotes effìcient transport and distribution
of
sediments, along and normallyto
the coast, and giving riseto
seasonal topogrphic oscillat¡onsof the
beach profiles. Thebeaches present reflexive and intermediate typologies with constructional tendency.
The beaches s¡tuated in front of the Baneiras Formation sea cliffs are composed by a
mixed sand (quartzose and biodetrital fragments). The most important source
of
theb¡odetrital sands are the calcium carbonate build-ups, covering the lateritic crust of the
inner continental shelf bottom, with are wrenched and crushed by waves. The biodetrital
farctions are mostly composed of coraline algae, mollusk and briozoan ftagments'
The ferruginous crusts
of the
inner continental shelf and foreshore dissipate waveenergy,
and
consequentlythe
beaches
acquire
dissipative
and
intermediatecharacteristics.
The
differentiationamong these types
is
determinatedby
thearrangement
of
the crustsin
the foreshore, and the diversityof
mixed sandsin
the beaches, developing peculiar hydrodynamics processes.The
scarcityof
biodetritalsed¡ments ¡n the coastal plains, situated in front of the Baneiras Formation sea cliffs,
may
be
explainedby
the
greater
susceptibilityof
the
biodetrital fragments tor
-
//NTRODUçÃO
1.1
ApresentaçãoA
evolu$o
da costa depende dos processos morfodinâmicos que oconem emresposta às mudanças das condiçôes externas (Wright & Thom, 1977), principalmente
de naturezas geológicas e climát¡cas, (Cowell & Thom, 1997).
A evoluçäo geológica controla a fisiografia da costa, como também a abundância
e
as
propriedadesdos
sedimentos.As
propriedades físicasdos
grãos,tais
comotamanho, densidade, forma
e
natureza,são
determinantesno
resultadofinal
de transporte dos sedimentos, assim comoo
balanço sedimentar, representado pelasperdas
e
ganhosde
sedimentos dentrode
um
sistema costeiro.Os
elementos climáticose
oceanogråficos regionais controlama
energia dos agentes de dinâmicacosteira.
Segundo Cowell
&
Thom (1997),a
morfodinâmica costeira pode ser definidacÆmo o processo de ajustamento mútuo da topografia com a hidrodinâmica envolvida
no transporte de sedimentos.
Um grupo de pesquisadores austral¡anos (Short, 1995; Wright et al. 1977
,
1979)vem realizando experimentos em praias arenosas fim de se identificar os complexos
fluxos
existentesna
zona
de
surfe,
responsáveispela
topograf¡ae
transportesedimentar
das
praias. Estes estudos contribuírampara
melhor compreensäo dosprocessos responsáveis pela evolução
das
praias e outras feiçöes costeiras. Wright eúal.
(1979)
evidenciaram
diferentes
estados
morfodinâm¡cosou
tipologias morfodinâmicasdas
praias,
resultantesdo
ajustamentoàs
condições ambientais atuantes.Como a praia é o ambiente de transição entre a planície costeira e a plataforma
continental interna, sua tipologia
e
morfodinâmica são resultantes da interação entreintrodução
Martin ef a/. (1996), ao proporem a subdiv¡são
da
planície quatemária costeirado litoral do Espírito Santo, basearam-se em aspectos fisiográfcos e reconheceram um
setor com notável desenvolvimento da planície quaternária, correspondente à planície
deltaica
do rio
Doce,e
outro setor,
com
pouco desenvolvimentodos
depósitosquatemários ao pé das falésias da Formaçäo Barreiras, de Barra do Riacho a Vitória.
As
praias situadasna
porçâocentro norte
do
Estadodo
Espírito Santo,associadas
à
planície deltaicado rio
Docee
às
falésiasda
Formação Barreiras,apresentam distintas tipologias morfodinâmicas. As areias das praias caracter¡zam-se
pela grande diversidade
em
suas
propriedades físicas,já
que
apresentam fontes distintasde
sedimentos. Umafonte
é
representada
pelos sedimentos terrígenos,resultantes da erosão das falésias vivas dos tabuleiros da Formação Barreiras e das cargas fluviais,
e
a
outra
pelos sedimentos marinhosque
recobrema
plataformacontinental intema que, segundo Kowsmamm
&
Costa (1979), são constituídos por7íVo de sedimentos carbonáticos.
A
diversidade composicional dos grãose
ainda,a
existência de fontes atuais distintas de sedimentos atuando sobre variaçöes temporaise
espaciaisdo
balançosedimentar, aumentam
a
complexidadedos
processosde
mobilizaçâo, desgaste, seleção e deposição dos grãos. A interferência das variáveis energéticas e topográficas dificultam, aindamais, a
identificação dos processos responsáveis pelas diferentestipologias
das
praias.
Carter
(1982)
destaca
problemas metodológicos nainterpretação
dos
processos hidrodinâmicosde
praias constituídasde
misturas deareias
litoclásticase
bioclásticase
sugere
que elas
devem
ser
analisadasdiferentemente das praias essencialmente quartzosas, em função da diversidade das
propriedades físicas dos grãos.
Considerando as diferentes tipologias das praias do litoral capixaba, devido às
distintas fontes potenciais de sedimentos,
o
desafio da compreensão dos processoshidrodinâmicos
de
praiasde
areias mistassó
podeser
vencidopor
investigaçôesintrodução
1.2
Objetivos1 .2.1 Objetivo geral
Conhecer
os
processos de sedimentação atuale a
morfodinåmica das praias situadas defronte às falésias da Formação Bane¡ras e à foz do rio Doce.1.2.2 Objetivos específ¡cos
-
ldentificar as principais fontes atuais de sedimentos das praias.-
Conhecer a dinâm¡ca sedimentar e os parâmetros hidrodinâmicos envolvidosna morfologia e distribuição dos sedimentos das praias.
-
Contribuir paraa
elucidaçãodos
processos sedimentares envolvidos empra¡as compostas por are¡as mistas (bioclásticas e litoclásticas).
-
Caracterizar
os
tipos
morfodinâmicosde
praias
e
as
propriedadesgranulométricas das praias estudadas durante o período de um ano.
-
Tentar
identificar as tendências atual e futura de erosão ou sedimentaçãoII.
ÁREA
DE
ESTUDO
2.1
LocaliaçäoA área de estudo está compreendida entre as coordenadas 19"30'e
20'
15'delatitude sul e 39' 35' a 40'13' de longitude oeste.
As
praias estendem-sede
Bicanga(14
kmao
norte de Mtória, município daSena) à Povoação (ao norte da desembocadura do rio Doce, município de Linhares),
perfazendo aproximadamente 120 km
de
l¡nha de costa na porção centro-norte do litoral do Estado do Espírito Santo (Fig. 2-1).A
distância,a
partir da linha de costa, da porção submersa estudada atinge gmilhas náuticas (1 milha náutica =1,852m), estendendo-se até a isóbata máxima de 43
m.
2.2 Aspectos climáticos
O
clima deste trecho
do
litoral
brasileiroé
do
tipo
W
pseudo-equatorial,classificação de Köppen (1948, apud Martin ef a/. 1993). A região encontra-se em zona
caracterizada por chuvas tropicais de verão, com estaçâo seca durante
o
outono einvemo. Porém, as duas últimas estações podem registrar precipitaçöes frontais de
descargas devidas às massas polares. A temperatura média anual é de 22" C, ficando
a média das máximas entre 28" e
30'
C, enguanto que as mínimas apresentam-se emtorno de 15" C.
Tanto
os
dados
levantadospelo
Centro
Tecnológicode
Hidráulica daUniversidade
de
Såo
Paulo (CTH/USP) entre fevereiroe
1972e
jane¡rode
1973(Bandeira et al. 1975), quanto os fomecidos pela EMCAPA (1981), demostram que os
ventos de maior freqüência
e
maior intensidade são os provenientes dos quadrantesNE-ENE e SE, respectivamente. Os primeiros estão associados aos ventos alísios, que
sopram durante
a
ma¡or parte do ano, enquanto que os de SE estäo relacionados àsárea de estudo
área de esludo
2.3
Aspectos oceanográf¡cos2.3.1
Direção das ondasOs dados obtidos pela CTH/USP em 1972-1973 na planície delta¡ca do rio Doce,
indicaram que as ondas procedem de dois setores principais NE
-
E e SE-
E, (Fig.2-2B), com predominância do primeiro (Bandeira et al. 1975). Estas ondas são geradas
pelos dois sistemas de ventos existentes na região (F¡g. 2-2A). As ondas do setor sul,
associadas às frentes ftias, embora sejam menos freqüentes, são mais energéticas do
gue as do quadrante NE. Martin
ef
a/. (1993) destacam que este modelo pode ser perturbado por anomalias de temperatura de superfície do Oceano Pacífico, ao nortedo Peru, conhec¡das como Fenômeno El Niño. Em período de ação deste fenômeno, a
passagem das ondas meridianas de média e alta troposfera é bloqueada pela presença
de forte
e
permanente corrente de jato subtropical (Fig. 2-34). Este bloqueiofaz
com que as zonas frontais permaneçam no S e SE do Brasil, originando alta pluviosidade,enquanto que ao norte, ocorre seca. Em janeiro e fevereiro
de
1995, sobo
efeito doFenômeno
El
Niño,o
Estadode
São Paulo registroualtos
índices pluviométricos,enquanto
no
Espírito Santo foram extremamente baixos. Conseqüentemente, nosperíodos
de
atuaçãodo
FenômenoEl
Niño,as
ondasdo
setorsul,
geradas pelasadvecções polares, não atingem
o
litoral capixaba,o
que faz com que as frentes deondas sejam originadas somente pelos ventos do NE -E (Fig. 2-38).
2.3.2
Allwa e período s¡gn¡ficativos das ondasDados sobre clima de onda para o litoral brasileiro säo escassos e limitados aos
levantados
nas
proximidadesde
portospor
ocasiãode
suas construções (Homsi,1978). Na área de estudo, os dados obtidos pelo INPH (lnstituto Nacional de Pesquisas
Hidroviárias), entre março de 79 a setembro de 80,
nas
proximidadesdo
porto
deTubarão, Vitória, foram utilizados pela RAM Engenharia (1994) para a determinaçâo
do clima de ondas, conforme Figura 2-4.
A
Figura 2-44 mostra quea
altura significativa das ondas parao
litoral poucoultrapassa 1,5 m, sendo as alturas
de
0,9e
0,6 mas
mais frequentes.O
períodoárea de estudo
I
I
FIGUR.A 2.2. Regime dos ventos (A) e os sentidoa de chegada das ondas (B) ao
lltoräl caplxaba êm oondlções normale. Mârtln êt sr. lt993J
FIGURA 2-3. Reglmè dos ventos (A) e sentldo d€ chegada dâs ondas (B)
aseocladas ao fenômeno El Nlño. Martln êl al. (1993).
leR¡st.
,r"
IgReStL
A
área de estudo
FIGURA
24
(A) Dish¡buição das freqüências das alturas de ondas signif¡cativas nasproximidades do porto de TubaÉo, Vitória. (B) D¡lribuição das freqüências
dos períodos nas proxim¡dades
do
porto de Tubaráo, Vitória,ES.
Asmaiores freqüências de altura de ondas foram de 0,6 e 0,9 m e do período
de 5 a 6,5 s. RAM Engenharia Ltda. (1994).
2.3.3. Maré
A
amplitudede
maré do litoral capixaba variade
1,40a
1,50m
(Diretoria deHidrografia e Navegação - DHN, 1994), característica de litoral submet¡do a micromaré
(< 2m).
Distribuiçåo de freqüência relaliva
área de estudo
2.4
Aspectos geológicos e geomorfológicos2.4.1 Aspectos tec{ônicos e estruturais
Os eventos tectônicos denominados
de
Ciclos Transamazônic¡e
Brasiliano,foram
fundamentaispara
que
a
atual
linha
de
costa
adqu¡rissea
direçãopredominantemente norte-sul
e
tambémpelos
principais domínios morfogenéticosreconhecidos na região.
O
tectonismo
ocorrido durante
o
Cretáceo inferior
(pré-Aptiano), quecorrespondeu
a
um
¡mportanteestágio
de
reativaçãoda
plataforma brasileira,conhecido pelo nome de Reativação Wealdeniana (Almeida, 1967), foi
o
responsávelpelo
surgimentodo
Oceano Atlântico
Sul
e
pela
reativaçáo
das
estruturaspreex¡stentes. O tectonismo resultou de forças de distensáo subcrustais que, desde o
Jurássico super¡or, atuaram sobre as antigas linhas de fraqueza do embasamento
pré-cambriano,
ao
longo
da
faixa
correspondenteà
atual costa
do
Brasil.
Comoconseqüênc¡a
foram
produzidos falhamentos normaise
escalonadosde
grandeextensão e sistemas de grábens e hemigrábens (Asmus et al., 1971).
Asmus
ef
al.
(1971) afirmamque
os
efeitos
posterioresdeste
tectonismo,representados
pelas
reativaçõesdos
falhamentos pr¡ncipais, perduraram comintensidades
decrescentes
até
o
Neocretáceo/Eoterciário.A
acomodaçâo edeslocamento por pequenas falhas dos sedimentos depositados durante
o
Terciário(Formação Barreiras) e a configuraçäo da rede de drenagem suportam esta afirmação
(Mendes et al., 1987).
King (1956) sugere a formação de uma estrutura monoclinal íngreme na faixa
costeira, que ocasionou o soerguimento da superfície terciária, em relação ao nível do
mar, durante o Terciário médio.
Este arqueamento
da
superfície, sobrea
qualse
depositaram os sedimentosterciários, estaria representado no município de Santa Cruz, onde ocorrem couraças
lateríticas submersas que durante a maré baixa f¡cam emersas. Em outras áreas, como
nas proximidades da
foz
do r¡o ltaúnas, os sedimentos terciários entram em contatoárea de estudo
Atividade magmática acompanhou
o
desenvolvimento tectônicoda
região,manifestando-se através
de
intrusões e/ou extrusôes de rochas balsáticas em duas fases pr¡ncipais.A
primeira ocorrida duranteo
pré-Aptianoé
registrada na forma deintrusões de 5 a 55 m de espessura na bacia sedimentar do Espírito Santo (Asmus eú
al., 1971). A segunda, provavelmente ligada à zona de fratura do assoalho oceânico,
produziu efeitos consideráveis na plataforma continental adjacente ao litoral capixaba,
modificando sua extensão com
a
acreçäo de uma área com cerca de 25.000 km2, obanco de Abrolhos. Segundo Cordani (1970, apud Cordani, 1973),
as
idades destas atividades magmáticas podem ser estendidas desde o Gretáceo superior até o Eocenoinferior a médio. Entretanto, é aceitável esperar que na porçäo mais a oeste tenha se
iniciado
já
no Aptiano, atuandoao
longode
uma fratura, com progressiva migraçãopara leste (Asmus et al., 1971).
Durante o Quaternário, a evolução do litoral teve início no limiar do Pleistoceno,
com a ocorrência da fexura continental que provocou o arqueamento
da
superfície pós-Baneiras, fato sugerido anteriormente porKing
(1956). Posteriormente, Barbosaet
al.
(1975,apud
Mendeset
al.,
1987)comprovaram este fato, porém demostraram que a direção desta flexura varia de local
a local, não apresentando homogeneidade e paralelismo admitidos anteriormente por
King.
2.4.2
As rochas pré-cambrianas da regiåo serranaCompondo a região serrana, na porçâo norte do Estado do Espírito Santo, såo
identificadas duas grandes unidades de rochas pré-cambr¡anas, a primeira constituída
por gnaisses migmatíticos
e
rochas graníticase a
segunda composta por gnaisseskinzigíticos e núcleos
de
charnoquitos (Coutinho, 1974a\.O
caráter polimetamórfico apresentado por estas rochas sugerea
açäo deeventos metamórficos relacionados a vários ciclos orogênicos, entre os quais tem-se o
Transamazônico
e
o
Brasiliano, bem como fenômenos anorogênicos, associados aérea de estudo
Os gnaisses migmatíticos, da porção ocidental (F¡9. 2-5), apresentam-se bem
orientados,
com
gnaissificaçãouniforme
e
por
vezes
bandamento
nítido,caracter¡zando gnaisses fitados
e/ou
migmatitos.A
composição mineralógica variaentre
graníticae
granod¡orítica, apresentando associaçãode
quartzo-microclínio-plagioclásio (oligoclásio)-biotita e quantidades inferiores de hornblenda (Gordani, 1973).
Os gnaisses kinzigíticos, da faixa
oriental,
apresentam quantidades de biotitainferiores
às
dos
gnaisses m¡gmatíticos normais.Assim
as
faixas
xistosase
asconcentrações biotíticas pouco regulares conferem
às
rochas aspecto migmatíticodifuso
e
nebulítico.A
granadaé
um constituinte normal, especialmente em algumasintercalaçöes hololeucocráticas, quando sem biotita. Apresentam textura
granoblástica-xenoblástica
e
associaçöes mineralógicasdo
tipo
quartzo-plagioclásio-feldspato-potássico-granada-biotita-cordierita-sillimanita (Coutinho, 1974a). Núcleos granulíticos,representados pelas rochas charnoquíticas, aparecem nas proximidades de Barra de São Francisco e ltapina, no interior da unidade de gnaisses kinzigíticos (Fig. 2-5).
A partir de relações texturais e mineralógicas é possível atribuir às
rochas
kinzigíticase
chamoquíticasmaior
graude
metamorfismo e conelac¡onar a formação destasao
C¡clo Transamazônico, mascom
rejuvenescimento duranteo
Ciclo
Brasiliano.Entretanto, não
se
pode excluira
hipótesede
que, pelo
menosem
parte, estesgnaisses
representemmaterial
formado durante
o
próprio
ciclo
Brasiliano emetamorfoseado em grau mais elevado (Cordani, 1973). Os gnaisses graníticos da
fa¡xa interior são correlacionáveis com os da Sena do Mar, formados durante o ciclo
Brasiliano.
Geomorfologicamente,
estas rochas estão
associadasà
regiåo
serrana,formando terras altas submetidas à intensa atividade erosiva. Os vales são encaixados
e
a
rede
de
drenagemreflete
um
padrão
dendrítico-retangular multidirecional. (Bandeira et al., 1975).O embasamento mais interno apresenta manto de intemperismo raso, devido ao
relevo altamente acidentado, enquanto
que
o
externo encontra-se recoberto porárea de estudo
cll¡ra taùr?ab.
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/ l,,ãGt-¡ tr.rba.¡ . arr-a¡-¡ .
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0 1Û lâ !t ¡lô
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FIGURA 2-5 Mapa geológico esquemático da regiåo coste¡ra do Brasil, entre Salvador e Vitória
área de estudo
2.4.3 - Os tabuleiros da Formação Baneiras
como Formação Baneiras costumam ser designados os sedimentos de origem continental, pouco consolidados, que estão dispostos em estreita faixa
ao
longo da área costeira, desde o Estado do Rio de Janeiro até o Pará, invadindo ainda o vale do Amazonas (Bigarella & Andrade, 1964)'Apesar da grande cobertura territorial destes sedimentos, faltam ainda estudos
sistemáticos e detalhados que determinem, com segurança, classificaçâo estratigráf¡ca,
origem
e
idade. Mabesooneet al.
(1972) sugerem que"o
Baneirasnäo
pode serreconhecido como un¡dade litoestratigráfica com localidade típica'. Bigarella & Andrade
(1964)
e
Bigarella (1975), em trabalhos na porçãoda
Região Nordeste, identificam diferentes forma@es,o
que conferea
estes sedimentos terciáriosa
designação degrupo.
Bandeiraet
a!.
(1975),
estudandoa
porção capixaba
e
baseados nauniformidade litológica conferem
a
estes depósitosa
designação de formação. Mais recentemente, ainda na porçãodo
Espírito santo, Amador&
Dias (1978) e Amador(1982a, 1982b) destacam
a
impraticabilidadeda
extensão
das
unidadeslitoestratigráficas caracterizadas
no
Nordeste para todas aS áreasde
ocorrência doBarreiras.
Amador
&
Dias(1978)
identificaram três seqÍiências sedimentares no Espírito Santo, onde estes depósitos possuem significativa expressäo na zona coste¡ra (Fig. 2-6).A
primeira recobre a área de Guarapari-Marataízes sendo representada por umaunidade provavelmente
mais
nova
(Barre¡ras superior)em
contatodireto com
o embasamento. Em torno de Vitória, abrangendo os mun¡cípios de cariacica, Fundão,llha
e
Nova
Almeida,
existe
uma
seqüência
basal,
capeada
por
depós¡tosprovavelmente mais novos. A terc,eira regiäo, situada no norte do Estado (prolongando-se até o sul da Bahia), entre os rios Mucuri e ltaúnas mostra situações bem distintas. A
parte basal mais antiga
é
constituída por camadas tabulares de arenitos arcoseanossilicificados.
Uma
flna
capa
de
sedimentos provavelmentemais novos
e¡brediscordantemente a unidade. Estas camadas sedimentares muito se assemelham com
as descritas por Mabesoone et al. (1972) no Nordeste do país'
A
partir dos aspectos texturais (granulometr¡a, seleção, caráter morfoscópico emorfométrico)
e
m¡neralóg¡cosdos
sedimentos, Mabesooneet al.
('1972), sugeremtratar-se de sedimentos depositados por águas c¡nentes, principalmente em ambiente
área de estudo
fluvial. Os grãos subangulosos encontram-se geralmente sem orientaçâo
na
matrizargilosa.
Bigarella (1975), baseado no reconhecimento de descontinuidades erosivas e
ainda nas característ¡cas texturais
e
m¡neralóg¡casdos
sedimentos, sugereque
aFormaçâo Barreiras teria sido depositada entre clima úmido a semi-árido, em forma de
leques aluv¡ais, quando o nível do mar situava-se entre 100 a 200 m abaixo do atual.
Amador
&
Dias (1978) interpretam estes sedimentos como originadosem
sistemasfluviais entrelaçados em condições de clima seco.
DEPóS|TOS DA FORMAçÃO BARREIRAS
NO ESTADO DO
ESP|RITO SANTO
0
50 rm---+c-.t
/És
I I (
I
área de estudo
Devido
à
posição estrat¡gráf¡ca,em
relaçãoaos
sedimentos datadose
por inferência paleoclimática, em estudos na regiäo Nordeste, Mabesooneet
al.
(1972) atribuem idade miocênica super¡ora
pliocênica. Contudoa
correlação entrea
¡dadeaproximada
e
as condi@es paleoclimáticasé
dificultada pelo escasso conhecímento sobre a evolução do paleoclima cenozóico no hemisfério sul. Amador&
Dias (197S)sugerem
que
a
deposição tenhase
estendidoaté
o
Pleistoceno,sem
realizaremquaisquer datações absolutas.
Em geral,
os
sedimentos apresentam-se mal selecionados, com areias muitogrossas a finas e subangulosas (Mabesoone et al. 1972).
Mineralogicamente, segundo Coutinho & Coimbra (1974), a Formação Baneiras
no
Espírito
Santo
se
enquadra
na
assembléia andaluzita-monazita-sillimanita,associaçåo típica
do
Estado, correlacionável aos granitos, granulitose
kinzigitos dociclo orogênico brasiliano.
A
maior abundânciade
minerais ultra-estáveis(zirúo,
turmalina
e
rutilo)e
a
ausênciade
minerais instáveiscomo
epidoto, granada,hiperstênio, titanita
e
hornblenda, indicama
maturidade mineralógica dos sedimentosda
Formação Bareiras. A ocorrência de minerais instáveis na desembocadura do rioDoce e nas pra¡as adjacentes atuais, segundo Coutinho (1974b), sugere
a
destruiçâodos minerais instáveis da Formação Barreiras após sua sedimentação, por soluções
intra-estratais.
Hoje,
na
paisagem cap¡xaba, estes depósitos apresentam-seem
forma
detabuleiros, com superfície relativamente plana e com declividade de 1,2 km/m, rumo ao
mar, obedecendo
a
inclinação imposta pelas estruturas escalonadas presentes nacosta.
A
drenagem da á¡ea é feita por rios que apresentam padrões subparalelos e angulares.O
padrão subparaleloé
unidirecionafe
definido pelo gradiente inicial dasuperfície, enquanto que o angular corresponde à imposição de zonas de fraturamento
(Bandeira et al., 1975). Entre os rios exoneicos que entalham vales fundos
e
chatossobre a Formação Barreiras destacam-se o ltaúnas, São Mateus, Doce, Piraquê e dos
Reis Magos. Existem ainda pequenos riachos que cortam os tabuleiros
e
deságuamnas praias.
A
Formação Baneiras está presente em toda porção centro norte deste Estado(Fig. 2-6), com largura decrescendo rumo ao sul. No extremo norte, próximo
à
divisacom a Bahia, a largura atinge aprox¡madamente 80
km
e
nas proximidades de Vitória,área de estudo
Na porção adjacente à planície deltaica do rio Doce, a superfície dos tabuleiros
passa
à
planície quaternária através de uma pequena escarpa, como acontece nasregiões
de
Linharese
Säo Mateus, oude
modo transicionale
quase imperceptível,como na regíão da lagoa do Durão e outras lagoas existentes entre Linhares
e
SãoMateus. Na porção ao sul da planície deltaica, de Bana do Saí ao Município da Sena,
imediatamente ao norte de
Mtória,
onde a planície quaternária é pouco desenvolvida,os
tabuleirosterminam próximos
à
praia,
em
falésias.
Ocasionalmente estessedimentos, quando laterizados,
formam
couraçasna
praia
e
antepraia, sendo responsáveis pelo desenvolvimento de pequenas enseadas.2.4.4
Planície CosteiraA
planície costeira quaternáriado
Espírito Santo, compreendida no trecho dopresente estudo, foi d¡vidida em dois setores por Martin
et
a/. (1996), com base emcrítérios fisiográficos. O primeiro setor, ao norte, corresponde à planície deltaica do rio
Doce, entre Conceição
da
Barrae
Barrado
Riacho (Fig. 2-7), ondeos
depósitosquaternários encontram-se bem desenvolvidos. O segundo setor, que vai de Barra do
Riacho às proximidades de Mtória,
é
caracterizado pelo pouco desenvolvimento dosdepósitos quatemários
ao pé
das
falésias
da
FormaçãoBaneiras
(F¡9.
2-8).Entretanto, ao longo de alguns vales, como dos rios Piraquê, Piraquê-Mirim e dos Reis
Magos, as forma@es quaternárias apresentam-se melhor desenvolvidas.
A
evolução das planícies costeiras quaternárias na costa lestedo
Brasil estárelacionada
às
variações eustáticas oconidasno
período. Dominguezet al.
(1981\ elaboram um esquema evolutivodas
planícies litorâneasem
funçäo das varia@eseustáticas do Quaternário (Fig. 2-9).
O estágio 2-94 corresponde à fase de deposição da Formação Barreiras durante
o Plioceno, quando o clima era mais seco e o nível do mar mais baixo que o
atual.
Oestágio
2-98
representa
a
interrupção da deposição dos sedimentos da Formaçãoárea de estudo
Concclçöo do Borrd
+++
'+
+
cea no
ântico
++
+++
++
+++
++
-+
.+.
++
++
+
'EEil---J=
Oepóe¡to oaleo. {'3
.
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Aru¡as mârinhas
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Formacão BårlD¡res{-
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cffi]'¿-nowæ""
Rlodro
I
'--éPâtæcånat.++
+
'+
+
+
I ++
-L
'+
áree de esludo
FIGURA 2-8 Mapa geológico esquemático da planície costeira de Santa Cruz, Nova Almeida e Jacaraípe - ES. Martin ef ar. (1996).
o r 2 34 5
área de estudo
A
seguir ocorre a transgressão marinha mais antiga, (anteriorà
Transgressãocananéia)
e a
formaçãodas
falésiasem
sedimentosterciários.
Após
o
máximo alcançado por esta transgressão e, durante a regressäo que se seguiu, o clima voltou areadquirir características semi-áridas, ocasionando
a
formaçãode
novos depósitos continentais de leques aluviais (estágio2-9c).
o
estágio 2-90 conesponde ao nívelmáximo alcançado
pela
penúltima transgressão (120.OOOA.p.
=
Transgressãocananéia). Esta transgressão erodiu parte
dos
sedimentos continentaise
formou falésias e estuários.o
estágio 2-9E coresponde ao evento regressivo subseqüente àtransgressäo anterior (Dominguez et a\.,1981).
Nesta época foram construídos os terraços marinhos pleistocênicos. No estágio
2-9F,
a
última transgressão, Transgressão Santos, erodiue
afogouas
planícies costeiras. Juntoàs
desembocaduras fluviais,a
rede
de
drenagemque
havia
seinstalado nos terraços pleistocênicos, favorecida pela descida acentuada
do
nível debase que caracterizou o evento anterior, foi invadida pelo mar da mesma forma que
foram escavados alguns vales na Formaçäo Barreiras, dando origem a estuários e ilhas
baneira. Atrás destas ilhas barreira instalaram-se sistemas lagunares nos quais as
desembocaduras
fluviais
formaram
deltas
intralagunares
(estágio
2-9G).
Oabaixamento de nível relativo do mar, que seguiu ao máximo transgressivo de s.1oo anos
4.P.,
traduziu-se na formação de tenaços marinhos,a
partirda
ilha
barreiraoriginal, com a progradaçâo da linha de costa (estágio 2-9H).
O
maior desenvolvimento da planície deltaica do rio Doce está relacionado aosuprÍmento f
uvial.
Desembocadurasfluviais podem
representarum
obstáculoimportante
aos
sedimentos
transportadospela
conente
de
deriva
litorânea,funcionando como
se
fossem molhes artificiais, agindono
sentidode
bloquear os sedimentos transportados ao longo da cpstaa
barlamare
causar déficitsa
sotamar(Dominguez ef a/., 1983). As alterações sazonais no rumo das conentes marinhas, com
predomínio norte para sul, são portanto responsáveis pelo maior desenvolvimento da
f,i?ft;;..
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.{_l\)-:-.-1i-
7
i\
FIGURA 2-9 Estágios evolutivos de sedimentação litorånea, por mecanismos eustáticos e
átea de estudo
2.4.5
Plataforma cont¡nentalNa
plataforma continental defronteao
Estadodo
Espírito Santo, podem ser reconhecidos do¡s compartimentos fisiográficos propostos por França (1979):o
BahiaSul
-
Espírito Santo,que
se
estendede
Belmonte(BA)
a
Regência(ES)
e
oembaíamento de Tubarão, que começa em Regência e estende-se até ltapemir¡m (ES).
A
primeira unidadeé
caracterizada por uma plataforma com largura média de230 km, como resultado de atividades vulcânicas ocorridas entre o Cretáceo superior e Eoceno médio (Asmus et al., '1971). Os produtos dessas atividades deram or¡gem ao
Banco de Abrolhos e ao arquipélago do mesmo nome (Fig. 2-10).
A faixa mais interna do banco, até a isóbata de 20 m, apresenta topografia suave devido
à
contribuiçäo de sedimentos terrígenos holocênicos.A
porção intermediária, entre as isóbatas de 2O e 50 m , apresenta-se com o topo plano e declividade média de45 cm/km
e a
porção e)derna, entreas
isóbatasde
50a
80
m, apresenta-se maisíngreme
(80
cm/km).Sobre
esta
últ¡ma porção observam-se pequenos bancos,entrecortados
por
estreitos cana¡sde
paredes escarpadas. Pode-se suporque
asseçóes
de
topo
destes cana¡s tenhamsido
preenchidaspelos
escassos, porémcontínuos produtos
de
aportes fluviais (França, 1979).São
observadas também,incontáveis construçöes biogênicas, com predominânc¡a de algas calcárias e corais.
Na segunda unidade, a plataforma estreita-se consideravelmente. Observa-se a
largura média em tomo de 50 km e mínima de 40 km, na altura de Santa Cruz, 45 km
ao norte de Mtória.
As
fei@es mais notáveis deste trechosão
as
ravinas subparalelasque
seestendem por
40
km ao sulde
Regência, como incisões delgadase
marcantes naplataforma
ao
nívelda
isóbata de60 m.
Possivelmente estes estreitos vales teriam propiciadoa
movimentação submarinada
carga sedimentardo rio
Doce (França,1e7e).
Quanto
à
composição mineralógicados
sedimentos, segundo Kowsmann &Costa (1979),
a
plataforma continentalé
recoberta principalmentepor
sedimentos carbonáticos, com teoresde CaCOs
superioresa
75o/o. Recobrindoa
plataformacontinental
de
Salvadora
Mtória foram
identificadaspor
Melo
ef
at
(1975) dez assembléias de bioclastos, com predomínio de algas coralinas, briozoários, moluscos eárea de estudo
FIGURA 2-10 Mapa batimétrico da plataforma cont¡nental de Salvador å Vitória. Melo ef a¿
(1e75).
]"..
área de estudô
Os bioclastos apresentam granulação grossa, variando entre areias e cascalhos.
Estes últimos predominam sobretudo na plataforma extema. Os sedimentos terrígenos,
compostos por areias e lamas, aparecem nas adjacências da foz dos rios São Mateus, Doce e ltaúnas (Kowsmann & Costa, 1979).
As suítes de minerais pesados da plataforma refletem proveniência da Formação
Barreiras (Kowsmann & Costa, 1979) com contribuição locais de outras fontes, como
il -
MoRFoDmÂmrcn
PRAIAL
3.1
A term¡nologia utilizada para o perfil de praiaDevido
à
liderança norte americanaem
pesquisasde
engenharia oceânica egeologia coste¡ra,
a
maior parte da terminologia aqui utilizada tem origem na línguainglesa. A tradução de uma série de termos parä o português esbana em dificuldades,
principalmente nas terminologias dos subambientes de um perfil de praia.
Suguio (1992) apresentou grande contribuição reunindo quatro outras propostas
de terminologias (Almeida, 1955; Ottman, 1965, Bigarella ef a¿, 1966
e
lngle Jr., 1966apud Suguio 1992) para apresentar uma própria proposta.
Os l¡mites propostos por Suguio
(1992)
para as subunidades de um perfil depraia aproximam-se, não inteiramente, dos propostos por Davis (1985), (Fig. 3-1 A).
Fei@es destacadas
por este
autor, também indicadaspor
Pethick (1984) para amesma posição
da
pra¡a, enmo beach face, cuia traduçäo podeser
faceda
praia(Muehe, 1994), não está incluída em Suguio
(1992).
Paraa
mesma feiçäo, Suguioutiliza
o
termoescapa
praial,
provavelmente baseando-seem
beach scarp deShepard (1973). Os limites entre
as
subunidades praiais podem coincidir, contudo omesmo não acontece com a terminologia utilizada.
O limite e traduçäo
de
backshore (Fig. 3-14) como pós-praia säo coincidentesem Suguio (1992) e Muehe (1 994).
Como foreshore (Fig. 3-1A), Sugu¡o (1992) reconhece a porção da praia situada
entre
o
limite superior de preamare a
linha de baixa mare
adotaa
traduçäo para português de antepraia.A
shorefaceé
umadas
principais
subunidadesque
apresenta divergências quanto ao limitee
a
designação.
Baseando-se na descriçäode
Niedorodaef
a/.(1985),
a
shorefaceseria
o
trecho
compreendidoentre
o
términoda
zona
daanebentaçäo e a plataforma continental intema. Para este mesmo trecho Davis (1985)
adota a designaçäo de nearshore. Muehe (1994), baseando-se em Swift (1976, apud Muehe 1994), considera shoreface como todo
o
prisma praial submerso, iniciando apartir
da
faceda
praia (beachface)até
a
plataforma continental internae
adota amortod¡nâmica praial
(A)
nEAnsHoÉ
+-
roæ9none-f-
BßrsHoRE-{
þ_TälE*+__flÆ-+#ff{
<-
a¡Vrrpe¡n
at{rEpRA¡À$
øs+mn-{
'-ÉÉr';-' | suÞ.rlorh-
zor,ooe#-
zor¡roe--Jzom.l
I
aREBEl{¡açÄo'
sunre
*t
*ff*ra,iro (B)FIGURA
3-1
(A) Subdivisáo e terminologia lransversal do perfil de praia proposto por Davis(1985); (B) Subdivisäo e teminolog¡a do perfil praial modificado de Dav¡s (1985)
mortodinâmica praial
para des¡gnar a foreshore. Gomo tradução ao termo shoreface, Suguio (1992) propõe face praial, que assemelha-se com face da praia (beach face) apresentado por Muehe (1ee4).
No presente trabalho serão adotados os limites propostos por Davis (1985). A delimitação espacial
da
foreshore, definida por Suguio (1992), faz-se necessária paralocalizar espacialmente os processos hidrodinâmicos oconentes na maioria das praias
da área de estudo, onde imediatamente antes da face da praia (beachface) encontra-se
um tenaço sobre o qual, dependendo do nível da maré, pode estar sendo desenvolvida a zona de surfe e/ou a zona de anebentação. Quanto às traduçöes dos termos, seräo adotadas
aquelas
que
acredita-se seremas
mais
usualmente aceitasno
meiocientífico brasileiro, como pós-praia para backshore
e
lace da praia para beachface.Serâo introduzidos os termos antepraia super¡or para designar a foreshore e antepraia
inferior para designar a shoreface delimitada por Niedoroda ef a/. (1985) (Fig.
3-18).
Otermo antepraia, quando empregado, corresponderá às antepra¡as superior (foreshore)
e
inferior (nearshore) (Fig. 3.1A).3.2 Um pequeno histórico sobre a variabilidade topográfica e sedimentológica de praias
A
partir
da
Segunda Guerra Mundial,
observou-serápida
expansão naspesqu¡sas sobre os d¡versos aspectos do ambiente coste¡ro, através de observaçöes meteorológicas,
de
onda,de
maré,
de
sedimentos (transportee
deposiçäo)e
de variaçâo topográfica do perfil de praia (Hardisty, 1990).Um dos primeiros resultados deste esforço foi o estabelecimento do ciclo natural
do
perfilde
praia, apresentadopor
Shepard (1950, apud Hardisty, 1990). Shepardobservou migração
de
areias para
a
antepraiainferior durante
condições detempestade, formando banas longitudinais. Gom o fim da tempestade a bana migraria
e seria incorporada novamente ao berma praial.
Baseando-se neste modelo de ciclo de praia seguiram-se vários outros, dentre
os quais podem ser destacados os trabalhos de Bruun (1962), Sonu & Van Beek (1971)