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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO. INTERDISCIPLINARIDADE: AS CAUSAS DAS DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DO NOVO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO E DO TRABALHO DOCENTE. VALDENIR ABEL DOS SANTOS. São Bernardo do Campo 2007. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(2) 2 VALDENIR ABEL DOS SANTOS. INTERDISCIPLINARIDADE: AS CAUSAS DAS DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DO NOVO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO E DO TRABALHO DOCENTE. Dissertação apresentada como exigência parcial ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Danilo Di Manno de Almeida, para a Qualificação.. São Bernardo do Campo 2007. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

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(5) 5 AGRADECIMENTOS. Quero deixar registrado, como parte deste trabalho, um agradecimento especial a todas as pessoas que fizeram parte do esforço para que chegássemos a este momento especial:. aos meus pais;. aos amigos e amigas;. a todo o corpo discente da UMESP; a toda a equipe técnica da UMESP;. aos professores(as) qualificadores(as) convidados(as);. a todo o corpo docente da Pós-Graduação em educação da UMESP;. ao orientador, Danilo Di Manno de Almeida, pela colaboração e pela amizade, POIS SEM OS QUAIS SERIA IMPOSSÍVEL TER CHEGADO ATÉ ONDE CHEGUEI.. A TODOS O MEU MUITO OBRIGADO!. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(6) 6. O problema crucial é o seguinte: a filosofia aspira à verdade total, que o mundo não quer. A filosofia é, portanto, perturbadora da paz (p.138 -140,145-147). [1950?]. Introdução ao pensamento filosófico, Karl Jasper. A tarefa do educador dialógico é, trabalhando em equipe interdisciplinar este universo temático, recolhido na investigação, devolvê-lo, como problema, não como dissertação, aos homens de quem recebeu (p.120). (1983). Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(7) 7 SUMÁRIO. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 07. I – DAS CAUSAS POLÍTICAS, SOCIOLÓGICAS E ECONÔMICAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS E A REFORMA DO ENSINO MÉDIO...................... 16 .. 1. Das causas políticas, sociológicas, econômicas e tecnológicas, nacionais que levaram o Governo Federal a reformar o Ensino Médio................................................. 21. 1. 1 O Governo Federal e o novo Ensino Médio brasileiro interdisciplinar: reforma e objetivos ......................................................................................................................... 24. 1. 2 O novo paradigma educacional interdisciplinar brasileiro....................................... 37. 1. 3 Um grande passo: a resistência à educação bancária........................................... 40. 1. 4 Que tipo de educação os brasileiros têm hoje?...................................................... 46. II - A RELAÇÃO ENTRE O LEGADO DA MODERNIDADE E O NOVO ENSINOMÉDIO............................................................................................................... 54. 2. Dificuldades antropológicas e epistemológicas e da subjetivação moderna à implementação da interdisciplinaridade: Michel Foucault.............................................. 55 2. 1 Críticas do ponto de vista cultural à modernidade, à especialização e às funções das escolas e universidades: Nietzsche........................................................................ 61 2. 2 Crítica ao paradigma moderno de razão e ciência: Horkheimer (E. Frankfurt)........................................................................................................................ 67 2. 3 Crítica à razão moderna e ao movimento pela Interdisciplinaridade liderado por Ivani A. Fazenda: Veiga-Neto........................................................................................ 74 III - O NOVO ENSINO MÉDIO BRASILEIRO INTERDISCIPLINAR E AS DIFICULDADES POLÍTICAS E PARADIGMÁTICAS..................................................... 87 3. Interdisciplinaridade: dificuldades políticas, sociais e econômicas à enfrentar: Marx................................................................................................................................ 88 3. 1 interdisciplinaridade: dificuldades paradigmáticas e culturais arcaicas à combater: J.C.S. Filho.................................................................................................... 100 CONCLUSÃO................................................................................................................. 114 BIBLIOGRAFIA............................................................................................................... 127. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(8) 8. RESUMO O objetivo principal desta dissertação foi o de pesquisar as causas; I) das dificuldades de implementação do Novo Ensino Médio (que estabelece no currículo nacional a interdisciplinaridade como um princípio); II) das dificuldades dos professores para com o trabalho interdisciplinar; III) da resistência dos mesmos em relação a ele. O método utilizado foi o da pesquisa bibliográfica, observando-se as posições de dois grupos de pensadores quanto ao problema discutido neste trabalho. No primeiro grupo (Foucault; Nietzsche; Hockeimer da Escola de Frankfurt e Veiga-Neto) foram indicadas para a implementação dificuldades epistemológicas, enquanto, no segundo (Marx e Santos Filho), foram apresentadas políticas, econômicas e sociológicas dificuldades. a serem. superadas para que se atinja o objetivo almejado no projeto educacional.. ABSTRACT The main objective of this dissertation is to research the causes of the difficulties: I) implementation of Novo Ensino Médio that establishes the interdisciplinarity as a paradigm Brazilian curricular understanding that in it is included these questions: II) the work itself and III) teachers' resistance in relation to this new education model. We used the methodology of a bibliographical research. It was observed two groups of philosophers; in one of the groups (Foucalt; Nietzsche; Hockheimer da Escola de Frankfurt; Veiga-Neto), it was indicated for the implementation difficulties, epistemological subjects, while, for the other (Marx; J.C.S.Filho), it was presented political, economical, sociological difficulties to be overcome and the goal to be reached.. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(9) 9 SIGLAS. CEB – Câmara de Educação Básica CNE – Conselho Nacional de Educação DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais DCNEF – Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino fundamental DCNEM – Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais PCNEF – Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental PCNEM – Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio MEC – Ministério de Educação e Cultura. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(10) 10 INTRODUÇÃO O objetivo principal desta dissertação é o de pesquisar as causas determinantes das dificuldades de implementação do novo Ensino Médio no sistema educacional brasileiro. Entretanto, não é intenção desta tratar de todas elas, mas tão somente as relacionadas com as dificuldades de implementação da interdisciplinaridade no currículo nacional. Segundo o Governo Federal, a Reforma Educacional do Ensino Médio fez-se necessária para fazer frente às mudanças políticas, econômicas, sociais e tecnológicas, que aconteceram mundialmente, pois na Economia, tivemos o surgimento da Globalização; na Política, o advento do Neoliberalismo; na Tecnologia, o aparecimento da Informática e da Robotização; nos meios de produção, a implantação do Toyotismo; do just in time e do padrão de qualidade ISO; na mão-de-obra assalariada, o estabelecimento do desemprego estrutural. Sabe-se que parte da Reforma já se encontra implementada, implantada nacionalmente como, por exemplo, a base nacional comum e a parte diversificada do currículo nacional. Entretanto, as mudanças interdisciplinares que deveriam ser estabelecidas no currículo, passam por dificuldades para serem implementadas no sistema educacional brasileiro. E é justamente a estas dificuldades de implementação e às suas causas que essa pesquisa se dedica. Hoje, o aprofundamento em todos os campos do conhecimento, torna-se cada vez mais necessário para o alcance da coerência exigida pelo exercício da cidadania. Vem daí a importância de uma pesquisa como esta que coloca as Reformas Governamentais, em específico a Educacional, em debate. Por outro, pela tentativa trazer à tona questões educacionais como estas: as causas das dificuldades da implementação da Reforma do Ensino Médio (centrada na interdisciplinaridade curricular como um novo paradigma educacional brasileiro; assim como as causas dificuldades para com o trabalho interdisciplinar sentida pelos professores; bem como as causas da resistência destes a este novo modelo educacional).. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(11) 11 Da interdisciplinaridade Esta pesquisa se desenvolverá a partir do modelo interdisciplinar delineado pelo Governo Federal nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (DCNEM), de 1998, e nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), de 1999, em busca das causas das dificuldades de sua implementação no sistema educacional brasileiro. O modelo interdisciplinar desenvolvido pelo Governo Federal e apresentado pelo MEC como forma de resolver a crise educacional brasileira, em específico, a do Ensino Médio, causada pela falência do ensino tradicional e também pelas mudanças tecnológicas e políticas acontecidas no Brasil e no mundo, será apresentado no primeiro capítulo desta dissertação. Existe um intenso debate em busca de um consenso a respeito do real significado sobre o conceito de interdisciplinaridade. Desta discussão resultou o aparecimento de inúmeros termos criados mediante o acréscimo de prefixos, tais como Multi-Pluri-Trans, à palavra disciplinaridade, na tentativa de superação das fragilidades dos conceitos anteriores. Devido a essas diferentes interpretações atribuídas ao conceito de interdisciplinaridade, verifica-se, pois, a necessidade de definir a concepção assumida neste trabalho. Embora tal discussão não seja objeto deste trabalho, é necessário, tendo em vista os critérios e fundamentos teóricos que o sustentam, determinar o conceito de interdisciplinaridade adotado. Considera-se que ele seja um princípio subjetivo que necessita de uma exteriorização objetiva. Por isso, deve ser transformado num currículo que propicie às questões trazidas pelos educandos um tratamento interdisciplinar, ou seja, uma observação sistemática do conjunto das disciplinas curriculares, em relação a eles, pois a verdade total é uma ânsia do ser humano. Da exeqüibilidade da reforma O Governo Federal preocupou-se com a proposta de Reforma Educacional que deveria ser apresentada, pois queria que fosse exeqüível em todos os. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(12) 12 Estados da Federação, conforme podemos ver nesta citação dos PCNEM.1999 (grifo do autor):. [...]apontou para a necessidade de se elaborar uma proposta que, incorporando os pressupostos acima citados e respeitando o princípio de flexibilidade, orientador da Lei de Diretrizes e Bases, se mostrasse exeqüível por todos os Estados da Federação, considerando as desigualdades regionais.. Entretanto, passados mais de nove anos da aprovação das DCNEMs e oito da apresentação dos PCNEMs, as dificuldades da implementação, no que tange à questão interdisciplinar, continuam as mesmas, não foram alteradas. Esta situação de demora e de dificuldades na implementação desta Reforma Educacional permitirá, segundo as concepções dos pensadores que serão aqui analisados, pensar na viabilidade ou na exeqüibilidade desta Reforma, ainda que não na sua totalidade, pois parte dela já se encontra implementada, como é o caso da base nacional comum e da parte diversificada do currículo nacional. Entretanto, em relação à outra parte, especificamente sobre o tratamento interdisciplinar que deveria ser dado ao currículo conforme anunciado pelo governo, não foi ainda. Assim sendo, este trabalho tem a intenção de poder colaborar com o atual momento educacional brasileiro: 1) trazendo esclarecimentos sobre as causas das dificuldades de implementação do Novo Ensino Médio; 2) ou, até mesmo, de ajudar a colocar um fim a esta ilusão, pois talvez seja ela, de fato, inexeqüível. Acredita-se, dessa forma, que esses temas são fundamentais para o entendimento do funcionamento do atual sistema educacional brasileiro. Devido à abrangência do assunto em pauta e à sua relevância, acredita-se que os tópicos não desenvolvidos nesta etapa poderão ser aprofundados em outra pesquisa a ser realizada em momento posterior.. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(13) 13 O OBJETO DE PESQUISA E SUA DELIMITAÇÃO. Objeto principal de pesquisa desta dissertação são as causas das dificuldades de implementação do Novo Ensino Médio Brasileiro (cujos princípios estruturadores do currículo são a interdisciplinaridade e a contextualização), instituído pelo Governo Federal através da LDB 9394/94; DCNEM de 1998; PCNEM de 1999, como um novo paradigma educacional brasileiro. Estarão aqui sendo investigadas, também, as causas das dificuldades dos professores para com o trabalho interdisciplinar e da resistência deles a esta Reforma (entendemos que esta duas questões estão imbricadas na primeira).. METODOLOGIA DA PESQUISA. Para a análise do problema educacional brasileiro, em específico das causas das dificuldades de implementação do novo paradigma interdisciplinar no sistema educacional brasileiro, assim como das dificuldades dos educadores para com o trabalho interdisciplinar e da sua resistência em relação a ele, recorrer-se-á às teorias ou explicações filosóficas as mais amplas e gerais possíveis, tais como: as do pessimismo; as do existencialismo; as do marxismo e as do pósmodernismo. Dessa forma, em termos lógicos, faremos o movimento que vai do particular (a realidade educacional brasileira, incluída nela o social) em direção ao geral, (as teorias acerca da realidade social mundial como um todo incluído nelas as educacionais), posteriormente a isso faremos o movimento inverso, ou seja, do geral, para o particular. Para isso, usar-se-ão as teorias filosóficas propriamente ditas, porque seus objetos de análises, ainda que partam quase sempre do particular, são sempre os mais amplos e gerais possíveis, uma vez, livres das exigências experimentais, limitativas, a que estão submetidas todas as ciências particulares. Essas teorias de cunho mais filosófico que ajudarão a analisar a. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(14) 14 questão educacional brasileira são as mais diversas possíveis, cujos autores são: Schopenhauer (1987); Marx (2004); Nietzsche (1993); Foucault (2004); Escola de Frankfurt (Max Horkheimer) (1993); que seguem os mais diferentes matizes de interpretação. O que, de maneira alguma, prejudicará este trabalho, aliás, muito ao contrário, acabará impedindo que haja aqui uma análise unilateral. Ainda que se recorra a teorias e/ou explicações as mais amplas e gerais possíveis e extremamente necessárias para a análise do problema educacional brasileiro é importante que se frise que a amplidão teórica não é uma exigência categórica de participação, um critério absoluto ou um juízo de valor cujo objetivo é o de estabelecer diferenças em relação às demais, até porque se fará uso, aqui, de outras tais como as de Veiga-Neto (2003) e de Santos Filho (1998) que embora sejam mais específicas, não são melhores ou piores que as anteriores. Os autores, acima citados, muitas vezes em desacordo entre si desenvolveram temas, teorias e idéias, que foram justificadas com base nas convicções políticas que tinham a partir das concepções epistemológicas que adotaram, dessa forma, os assuntos que trataram, guardam, com os deste trabalho. pesquisa. (as. causas. das. interdisciplinaridade. no. currículo),. dificuldades. uma. estreita. de. implementação. relação.. Como. da. critério. metodológico de pesquisa, em relação às suas obras, os autores citados foram agrupados em dois grandes blocos. Os critérios utilizados para dividi-los foram os de afinidade epistemológica, principalmente em relação aos conceitos de: “Verdade”, “Razão” e “Ciência”, de forma que, os que não os criticam, serão reunidos sob a categoria dos otimistas e os que deles se distanciam, criticandoos, serão reunidos sob a categoria dos pessimistas. Poder-se-ia, também, em relação à aceitação daqueles conceitos, dividi-los categoricamente em modernos e pós-modernos, ou ainda, em estruturalistas e pós-estruturalistas, críticos e não-críticos, mas ficaremos com a primeira forma de categorização, pois o pessimismo dá nome a uma corrente filosófica que remonta à Grécia antiga, local de origem desse longínquo debate de idéias, rico em significados. Por outro lado, se os chamássemos de modernos ou pós-modernos, ou de estruturalistas e pós-estruturalistas – balizar-se-ia o debate sobre o assunto. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(15) 15 apenas da modernidade para cá, o que não estaria errado, mas seria uma simplificação. Esta análise documental bibliográfica das obras de vários teóricos das duas correntes filosóficas: a) Corrente Filosófica Pessimista: Schopenhauer [1987?]; Nietzsche (1993); Foucault (2004); Escola de Frankfurt (Max Horkheimer) (1993); Veiga-Neto (2003); e b) Corrente Filosófica Otimista: Marx (2004) e Santos Filho (1998); será feita, objetivando-se extrair dela várias questões como: a) as históricas <<que trazem os fatos de um ponto de vista descritivo>>. b) as genealógicas <<que localizam a origem dos problemas nos fatos descritos históricamente>>. c). as. gnosiológicas. ou. epistemológicas. paradigmáticas. <<porque trazem as correntes de conhecimentos, em debate>>. d) as antropológicas <<que trazem os conceitos de homem ideal imbricadas nas mesmas>> e) as de subjetivação << que tratam das intenções na formação dos sujeitos>> f) as sociológicas ou políticas <<que tratam o fenômeno social, como ligado a um projeto>>; que são de extrema importância para o entendimento dos problemas brasileiros em geral e, em específico, dos educacionais como, por exemplo, o das causas das dificuldades de implementação do novo Ensino Médio interdisciplinar no sistema educacional brasileiro; bem como, para entendimento dos motivos das dificuldades de trabalho e de resistência dos educadores a ele. Complementarmente à análise bibliográfica anteriormente apresentada, seria possível fazer uma pesquisa de campo, um estudo de caso e, nele, usar procedimentos como entrevistas e análise de documentos em relação a esses dois últimos questionamentos: a) das causas das dificuldades dos professores para com o trabalho interdisciplinar. b) das causas da resistência deles à implementação deste modelo de trabalho na rede educacional nacional de Ensino Médio.. Entretanto,. parece. ser. desnecessário,. uma. vez. subsumidos. e. subentendidos no primeiro questionamento, cujo entendimento remete para questões internacionais e às quais pouco acrescentaria um estudo de caso, em específico. Porém, utilizaremos o último daqueles modos de atuação – a análise de documento – porque será necessário para o entendimento do leitor o. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(16) 16 conhecimento do teor das mudanças educacionais com base nas leis e nos documentos legais brasileiros. Esta será, pois, a metodologia utilizada, nesta pesquisa, porque em questões complexas como as educacionais não há como não romper com a unilateralidade analítica, feita a partir de um único ponto de vista, de uma única ciência, de uma única teoria, pois a natureza complexa do problema exige uma interpretação mais geral e completa. Da interdisciplinaridade como conceito Conforme está explicito na delimitação do objeto de pesquisa desta dissertação, não é parte constitutiva dela uma pesquisa específica acerca do conceito de interdisciplinaridade, nem sobre o formato ideal dela, ou mesmo sobre a correção do modelo apresentado pelo Governo Federal, através da reforma curricular do Ensino Médio (como forma de resolver o problema educacional brasileiro); ou, ainda, sobre o modelo que deveria ter sido implementado (ou não) por ele no sistema educacional brasileiro. E por que não é? Em primeiro lugar, porque não é o objetivo principal desta pesquisa. Segundo, porque são temas complexos, que por si sós, demandariam dissertações específicas sobre eles e se fossem aventados aqui certamente fariam com que fossem extrapoladas as dimensões dessa. Portanto, esta é uma pesquisa de cunho mais sociológico do que epistemológico, pois é dedicada mais às causas das dificuldades de implementação da interdisciplinaridade, nos moldes apresentados pelo Governo Federal, no sistema educacional brasileiro, como uma nova forma de organização do mesmo, do que, propriamente dito, com a definição conceitual da interdisciplinaridade. Dos capítulos 1. No primeiro capítulo desta dissertação, a prioridade será dada, basicamente, à apresentação da Reforma do Ensino Médio Brasileiro. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(17) 17 instituída pelo Governo Federal e intitulada como novo Ensino Médio; bem como às causas que levaram o Governo Federal a reformulá-lo; ao formato que foi dado a esta e às dificuldades de sua implementação no sistema educacional brasileiro como uma nova organização do mesmo; bem. como. às. hipóteses. levantadas. como. respostas. àquelas. dificuldades de implementação.. 2. No segundo, serão observadas as contribuições críticas teóricas epistemológicas, apresentadas pela corrente filosófica pessimista, em relação aos conceitos de razão, verdade, ciência e tecnologia, do paradigma moderno, herança do Iluminismo, devido à crise por que passam esses conceitos atualmente. Apresentam-se num primeiro momento, as críticas desferidas por Foucault (2004); logo após as de Nietzsche (1993); posteriormente as de Hockheimer (da Escola de Frankfurt) (1993) e finalmente as de Alfredo Veiga-Neto (2003), visando à corroboração (ou não) das hipóteses apresentadas, ao final do capítulo 1, como possíveis respostas às causas das dificuldades de implementação do novo paradigma interdisciplinar brasileiro e/ou de sua exeqüibilidade em termos do sistema educacional.. 3. No terceiro, serão analisadas as contribuições teóricas e críticas da corrente filosófica otimista. Otimista em relação aos conceitos de razão; verdade; ciência e tecnologia que herdamos do paradigma moderno iluminista, mas que, ao mesmo tempo, critica e indica necessárias mudanças nas questões políticas, sociais e econômicas (conforme apresentadas por Marx) e nas epistemológicas (conforme apresentadas por Santos Filho) (1998). E serão analisadas com vistas à corroboração (ou não) das hipóteses que serão apresentadas, ao final do capítulo 1, como respostas possíveis às causas das dificuldades de. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(18) 18 implementação do novo paradigma educacional interdisciplinar no sistema nacional de ensino médio e/ou de sua exeqüibilidade.. Uma vez tendo apresentado a distribuição dos capítulos, a justificativa dela é que está ligada à própria finalidade deste trabalho que é a de encontrar causas das dificuldades da implementação do projeto de reforma de Ensino Médio e como corolário a exeqüibilidade da mesma, mediante a análise de transitoriedade dos problemas levantados. De forma que encontraremos: no 1º capítulo – a apresentação do projeto de reforma do Ensino Médio do Governo Federal (sua exeqüibilidade), e as dificuldades de sua implementação, assim como, as hipóteses sobre as causas das dificuldades de sua implementação; no 2º capítulo – uma pesquisa sobre as causas das dificuldades de implementação da reforma, sob o prisma da corrente filosófica pessimista; no 3º capítulo – a continuação do capítulo anterior, assim como da pesquisa apresentada nele muito embora sob o prisma da corrente filosófica otimista; e na conclusão, apresentar-se-á a corroboração (ou não) das hipóteses; assim como o resultado do teste de exeqüibilidade (não) da reforma do Ensino Médio com base no critério de transitoriedade dos problemas apresentados no 1º e 2º capítulos.. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(19) 19 CAPÍTULO I. DAS CAUSAS POLÍTICAS, SOCIOLÓGICAS E ECONÕMICAS INTERNACIONAIS E A REFORMA DO ENSINO MÉDIO. É do conhecimento de todos que o mundo passou e passa por várias transformações. Essas dizem respeito a vários aspectos da nossa realidade social, pois obrigaram, no que diz respeito a hábitos, a uma grande mudança. Foi necessário admitir, como corriqueiros, fatos anteriormente inusitados como o uso cotidiano, que hora é feito, de objetos produzidos e vindos de uma grande distância daqui. Antes desses acontecimentos, havia uma concepção acerca do mundo, de que era muito grande e que, devido a essa distância, as pessoas viviam em suas distintas regiões separadas das outras, num mundo regionalizado que somente oferecia condições esporádicas de contato entre elas. Entretanto os avanços tecnológicos e científicos fizeram com que o tempo entre elas fosse reduzido muito rapidamente. Desta forma hoje, nada nos é estranho, pois convivemos o dia-a-dia com informações ao vivo, sobre os povos das mais variadas partes do mundo, como também, sobre o comércio internacional e as transações bancárias que estão sendo feitas entre eles. Às mudanças tecnológicas que possibilitaram essas transformações de tempo e de espaço foi dado o nome de Terceira Onda e/ou Terceira Revolução Industrial (Toffler, 1980;1983). Se a Primeira Onda trouxe a agricultura e a Segunda a sociedade de massa industrial, o que está trazendo a Terceira? (...) É o computador – mas não apenas o computador. É a revolução biológica – mas não apenas a revolução biológica. É a mudança nas formas de energia. É o novo equilíbrio geopolítico no mundo. É a revolta contra o patriarcado. São os cartões de crédito, mais videojogos, mais unidades walkman. É o bairrismo mais globalismo. São as máquinas de escrever. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(20) 20 sabidas e os especialistas em informação, bem como os serviços bancários eletrônicos. É a campanha pela descentralização. Numa extremidade, é o veículo espacial recuperado – e na outra a busca de identidade individual. É o horário de trabalho flexível e os robôs e a militância crescente de pretos, pardos e amarelos no planeta. É o impacto combinado de todas essas forças, convergindo e despedaçando-se no tradicional sistema de vida industrial. Acima de tudo, é a aceleração da mudança em si, que marca esse nosso momento na história. (p.22).. Esta revolução começou após o final da Segunda Guerra Mundial, no início dos. anos. cinqüenta,. quando. as. conquistas. científicas. e. tecnológicas,. desenvolvidas em função das questões bélicas, como as da cibernética e da computação, foram disponibilizadas e implementadas na produção das grandes indústrias, através da informatização e da robotização e devido a isso, em pouco tempo, estavam todas transformadas. E assim como as indústrias a vida em sociedade também foi se transformando à medida que aquelas novidades foram começando a chegar ao acesso da grande massa. Todos esses acontecimentos ficaram conhecidos como: Globalização A globalização é um conceito sociológico muito utilizado na descrição do momento atual em que as transações comerciais e monetárias deixaram de ser somente locais, passando a internacionais também. Este processo parece ter acontecido há pouco tempo, mas, na realidade, muitos pensadores já o anteviam, mediante a aparição de seus primeiros indícios, no século em que viviam. Observe-se o que escreveram Marx (séc. XIX) e Lênin (séc. XX) sobre o assunto, começando pelo primeiro, conforme Coggiola (1997):. Pela exploração do mercado mundial, a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, ela retirou à indústria a sua base nacional. As velhas indústrias nacionais foram destruídas e continuam a sê-lo diariamente. São suplantadas por novas indústrias, cuja introdução se torna uma questão vital para todas as nações civilizadas, indústrias que não empregam mais matérias-primas nacionais, mas sim matérias primas vindas das regiões mais distantes, cujos produtos se consomem não somente no próprio país, mas em. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(21) 21 todas as partes do globo. Em lugar das antigas necessidades, satisfeitas pelos produtos nacionais, nascem novas necessidades que reclamam para a sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos climas mais diversos. Em lugar do antigo isolamento de regiões e nações que se bastavam a si próprias, desenvolve-se um intercâmbio universal, uma universal interdependência das nações. E isto se refere tanto à produção material como à produção intelectual. As criações intelectuais de uma nação tornam-se propriedade comum de todas. A estreiteza e o exclusivismo nacionais tornam-se cada vez mais impossíveis; das inúmeras literaturas nacionais e locais, nasce uma literatura universal. (Manifesto Comunista, p.13, 1980).. Como se pode perceber, Marx, nesse seu texto publicado em 1848, já tratava da questão da Globalização, não com este termo, evidentemente, mas na forma de um intercâmbio universal. O termo, Globalização, passou a ser cunhado em meados da década de 60, a partir dos teóricos da comunicação, como Marshall Mcluhan que profetizava a unificação do mundo através dos meios de comunicação de massa. Só posteriormente, aquele termo passou da cultura para ser usado, também, na Economia. Lênin também tratou do fenômeno da Globalização, antes mesmo que ele viesse a acontecer, evidentemente, dando-lhe outro nome conceitual, conforme Coggiola, (org.), (1997).. É evidente que estamos diante de uma socialização da produção, e não de um simples ‘entrelaçamento’, e que as relações de economia privada e propriedade privada constituem um invólucro que já não corresponde ao seu conteúdo, que vai necessariamente apodrecer se sua eliminação for artificialmente retardada (se, na pior das hipóteses, a cura do abcesso oportunista se arrastar no tempo), mas que será necessariamente eliminado. (O imperialismo, estágio supremo, de 1916) (Chesnais, 1997, p.9). Neste texto, Lênin utiliza-se de uma outra terminologia para falar do fenômeno da Globalização, para o qual utiliza o termo ‘socialização da produção’, como se nota em sua obra ‘Imperialismo, estágio supremo’.. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(22) 22 Em relação ao Neoliberalismo, pode-se dizer que surgiu como corolário da globalização, e passou a exigir de alguns países, principalmente dos periféricos, a diminuição do poder do Estado, que fossem reduzidos pura e simplesmente a entrepostos comerciais, pois a forma como estavam organizados e a autonomia que detinham os transformavam num empecilho às transações comerciais internacionais, na quais os benefícios dos países desenvolvidos são mantidos em detrimento dos em desenvolvimento, conforme Paulo Netto (1995):. Porque é precisamente neste arco que está concentrada a essência do arsenal do neoliberalismo: uma argumentação teórica que restaura o mercado como instância mediadora societal elementar e insuperável e uma proposição política que repõe o Estado mínimo como única alternativa e forma para a democracia. (p. 77). Como forma de garantir do pagamento da dívida externa, os países centrais desenvolvidos implementaram o neoliberalismo – o Estado mínimo – nos países em desenvolvimento, através das exigências ao cumprimento das normas estabelecidas por eles, de redução de gastos [em áreas prioritárias como a saúde, a educação e a segurança] e da re-engenharia na organização do Estado. Dos acontecimentos anteriores (globalização e neoliberalismo) surgiu um terceiro, o Toyotismo, que significou num primeiro momento um rearranjo na forma de produção e administração da indústria Toyota. Este movimento tornou-se modelar, ou seja, exemplar, e por isso, deveria ser seguido e implementado nas mais variadas indústrias do mundo. A empresa Toyota diante das possibilidades abertas de um comércio internacional globalizado precisava aumentar a produtividade e diversificar as opções dos produtos que oferecia, uma vez que deveria corresponder, agora, a uma demanda internacional e às exigências de um mercado Globalizado. Para isso, foi preciso diminuir a resistência da classe trabalhadora e a influência do sindicato sobre ela, o que aconteceu, inicialmente através. do. estabelecimento. do. bônus. mérito. e,. posteriormente,. pela. implementação da robótica e da informática, pois possibilitava a redução do. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(23) 23 número de trabalhadores e, com isso, a diminuição do poder e influência sindical (cujo poder está sempre ligado ao número de associados), conforme Oliveira, (2004).. Embora o “toyotismo” não seja de fácil definição, podemos dizer que é uma forma de organizar o processo de trabalho que nasce na fábrica da Toyota Motor Co. a partir de sucessivas inovações experimentadas ao longo de vinte anos pelo seu idealizador, Taiichi Ohno, engenheiro da Toyota, que, a partir de suas experiências nos teares das fábricas têxteis, começa a modificar a tarefa e a qualificação do homem em seu trabalho. (p. 12). O trabalhador deixava, dessa forma, de ser um mero apertador de parafuso, especializado na função, como acontecia nos tempos do Fordismo e conforme denunciado por Charles Chaplin em seu filme: Tempos Modernos, assumindo, agora, funções gerais, logicamente abstratas, auxiliadas e possibilitadas pela informatização e pela robótica. Portanto, a função da classe trabalhadora passava a ser outra, assim, também, a formação dela exigida. Observe-se o que Marx dizia a esse respeito, segundo Gadotti (2004).. Com o desenvolvimento tecnológico Marx previa igualmente um desenvolvimento industrial elevado. Ele mostrou que, a cada, progresso das forças de produção ocorreria igualmente um desenvolvimento crescente da divisão do trabalho, encontrando solução apenas na indústria automatizada, eliminando as especializações e os especialistas. A não especialização dos trabalhadores não seria apenas possível graças à indústria automatizada moderna, mas seria igualmente indispensável para ela. Ela passaria a exigir um trabalhador não-especializado, mas com uma formação geral suficientemente ampla para mobilizar-se dentro da indústria, passando de um ramo para outro, e não como acontece nas indústrias não-automatizadas onde o homem aliena-se de maneira impressionante executando milhares de vezes o mesmo movimento durante muitos anos, contribuindo para sua completa desumanização e embrutecimento físico, moral e mental. (p.136). Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(24) 24. Este trecho da obra explica e sintetiza, o pensamento de Marx em relação ao desenvolvimento industrial elevado e seus efeitos, causando, ensejando e motivando mudanças na educação que, mais tarde, haveriam de ocorrer também aqui no Brasil. 1.. Das causas políticas, sociológicas, econômicas e tecnológicas,. brasileiras e a reforma do Ensino Médio Além das transformações internacionais já expostas, a transição política ocorrida no Brasil, a partir da segunda metade da década de oitenta, com a passagem do regime militar para o democrático, também influenciou em muito a Reforma do Ensino Médio. O ensino tecnicista implementado no Brasil durante o período da ditadura militar e que sofrera, durante muito tempo, a resistência das várias vertentes da pedagogia crítica, havia que ser modificado. Grandes contribuições teóricas para a resistência, vieram tanto do continente Europeu quanto do Africano. Este último, devido ao período histórico bastante diferente ou se quisermos impar que viveram ao final da primeira metade do século XX – a independência das antigas colônias africanas - fez com que desenvolvessem o hábito de se teorizar acerca de uma Nova Educação e Escola a mais adequada possível àquele novo período - histórico, social e político - que viviam. Paulo Freire foi um dos pensadores brasileiros que recebeu importantes influências vindas daquele continente, em 1970, como, por exemplo, a de Frantz Fannon, conforme Gadotti (1996):. Não há como negar a sua maneira própria de pensar porque reinventa e supera em parte ou no todo muitos de seus mestres, a influência do marxismo, do existencialismo, do personalismo ou da fenomenologia. São presenças na sua leitura de mundo tanto de Marx. Lukacs, Sartre e Mounier quanto Albert Memmi, Erich Fromm, Franstz Fanon, MerleauPonty, Antonio Gramsci, Karel Kosic, Marcuse, Agnes Heler, Simone Weill e Amílcar Cabral. Aluízio P.de Araújo… (p 63).. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(25) 25. Influência essa que acontecia através das leituras dos textos e das obras lá produzidas e que tinha a oportunidade de ler. Mais tarde, ainda no período do exílio, teve a oportunidade de os visitar pessoalmente, pois como assessor da Unesco teve a oportunidade de proferir várias palestras, em diversos países do continente africano. Dessa forma, o modelo educacional tecnicista associado à escola tradicional brasileira, implantado após o golpe militar de 31/03/1964, passou a sofrer duras críticas. Essas foram desenvolvidas aqui mesmo ou vinham de longe, como foram as desferidas por Paulo Freire, que durante seu exílio no Chile escreveu o livro Pedagogia do Oprimido, publicado pela primeira vez em 1970. Em relação às influências vindas de outros continentes, houve, também, as vindas do continente Europeu, sendo que a maior veio da França. Das teorias lá produzidas, as críticas eram as mais lidas, debatidas e utilizadas aqui, como forma de resistência ao ensino tecnicista brasileiro. Estas teorias críticas foram lá desenvolvidas, principalmente, em decorrência da dura repressão que se abateu sobre os jovens universitários franceses, após o maio de 1968. Dentre as que vieram de lá, encontramos a Ideologia e Aparelhos Ideológicos de Estado, de Althusser (1969); A reprodução, de Bourdieu e Passeron (1970) e A escola capitalista na França de Baudelot e Establet (1971). Tanto essas teorias vindas de fora, quanto as desenvolvidas aqui mesmo, por intelectuais pedagogos brasileiros, serviram, sobremaneira, para a crítica ao modelo pedagógico tecnicista implementado no Brasil pelos militares. Mas, foram além, pois, nos textos pedagógicos, nos quais eram desenvolvidas as críticas ao sistema educacional brasileiro daquele momento, apresentavam-se, também, as possíveis soluções. Isto foi de muita valia para o Brasil, principalmente após a sua volta ao regime político democrático, pois foram utilizadas como forma de solucionar os possíveis impasses pelos quais passavam as escolas brasileiras. Dessa forma, no início da redemocratização política, momento de se repensar a escola brasileira, foram levados em conta, além dessa importante produção teórica, desenvolvida aqui, também os fatos e acontecimentos históricos. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(26) 26 ocorridos no mundo, até então, como os da globalização; do neoliberalismo, da reorganização dos meios de produção capitalista e dos avanços tecnológicos. Nesse sentido, além dos fatos internacionais, tiveram grande peso no redirecionamento dado às escolas e à educação brasileira (marcadas que estavam pelo período ditatorial e pelas situações descritas acima), fatos e momentos importantíssimos acontecidos ao final do período da ditadura militar e no início do democrático. Ou seja, deveria surgir, a partir daquela nova realidade brasileira, necessariamente, um novo conceito de Educação e de Escola adequado àquela nova situação política brasileira, como também aos novos desafios e cidadãos que dela iriam fazer uso. Foi nesse novo contexto político econômico e social, nessa nova conjuntura nacional e internacional que surgiu a necessidade da reforma educacional brasileira. E foi neste momento que a interdisciplinaridade reapareceu como um paradigma educacional estruturador do currículo, elevada que foi a princípio do mesmo. Dessa forma, em meio à volta brasileira ao regime político democrático, à reorganização dos modos de produção capitalista e do aparecimento das novas necessidades sociais cognitivas advindas da terceira revolução industrial, a interdisciplinaridade voltou a ser tratada com bastante ênfase. Todos esses fatos fizeram com que ela voltasse a ter importância não só no Brasil, mas no mundo, pois nas mais variadas nações, as preocupações com as novas mudanças nas áreas tecnológicas advindas da informática, da robótica, da re-organização administrativa empresarial - o toyotismo - fizeram com que gerassem, nos intelectuais pedagogos internacionais e brasileiros, uma preocupação com um novo sentido para a educação, pois entendiam que ela deveria ser re-pensada, reorganizada tendo em vista fazê-la mais adequada àquele novo momento histórico. Diante desta situação, houve que se pensar em um novo tipo de formação educacional que fosse mais compatível com a atual necessidade do mercado de trabalho. A interdisciplinaridade tornou-se assim praticamente um consenso, que levou a autora Ivani A. Fazenda a escrever: “esquecida em décadas passadas,. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(27) 27 volta agora como palavra de ordem das propostas educacionais não só no Brasil, mas em outros países” (Fazenda, 1993, p. 14). Dessa forma, a partir do item seguinte ver-se-á a proposta de reforma do Ensino médio apresentada pelo Governo Federal como forma de fazer frente àquelas novas demandas colocadas, tanto pela sociedade brasileira, quanto pela internacional.. 1. 1 O Governo Federal e o novo Ensino Médio brasileiro interdisciplinar: reforma e objetivos No Brasil, o primeiro passo dado em direção à reforma do Ensino Médio para torná-lo compatível com aqueles novos acontecimentos (no mercado de trabalho e no político) foi o da promulgação da nova Constituição Brasileira em 1988, ao que se seguiu a aprovação de novas leis, tais como a LDBN 9394 de 1996, e posteriormente, as DCNEM em 1998 e, pouco tempo depois, em 1999, os PCNEM. Esta Reforma implementada pelo Governo, após a volta do Brasil ao regime democrático, com vista à superação das dificuldades educacionais encontradas naquele momento, indicava, principalmente para o Ensino Médio, como forma de solucionar o problema, a necessidade de um novo modo de educar e de ensino-aprendizagem para os educandos. Estes deveriam ser educados, a partir de então, através da realização de diversos trabalhos e/ou projetos de pesquisas, cujos temas deveriam ser sugeridos pelos próprios, frutos de seus desejos. Entedia-se que, assim deveria ser feito, pois se a educação fosse protagonizada pelos próprios educandos, através da realização de seus próprios trabalhos, mudariam a postura em sala de aula, de passivos, como era no ensino tradicional, para ativos, pois se transformariam em agentes do próprio conhecimento. Esta mudança, estabelecida como um novo paradigma educacional, traria além dos benefícios apontados anteriormente em relação à postura dos alunos em sala de aula, outros tantos, pois, ao realizarem tais trabalhos, estariam, na prática,. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(28) 28 realizando o desejável, ou seja – a interdisciplinaridade - através da utilização concomitante de várias disciplinas para a resolução do problema a que estariam se dedicando. Dessa forma, aquelas disciplinas que para eles tinham antes uma forma estanque e individualizada de ser ensinada e apreendida, dali em diante deixariam de ser, porque passariam a percebê-las de uma forma mais unificada, formando um sistema e ligadas a um sentido prático, conforme PCNEM, de 1999.. 4.3 Interdisciplinaridade A interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição de disciplinas e, ao mesmo tempo, evitar a diluição delas em generalidades. De fato, será principalmente na possibilidade de relacionar as disciplinas em atividade ou projetos de estudos, pesquisa e ação, que a interdisciplinaridade poderá ser uma prática pedagógica e didática adequada aos objetivos do Ensino Médio. O conceito de interdisciplinaridade fica mais claro quando de considera o fato trivial de que todo conhecimento mantém um diálogo permanente como outros conhecimentos, que pode ser de questionamento, de conformação, de complementação, de negação, de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos. Tendo presente esse fato, é fácil constatar que algumas disciplinas se identificam e se aproximam, outras se diferenciam e se distanciam, em vários aspectos: pelos métodos e procedimentos que envolvem, pelo objeto que pretendem conhecer, ou ainda pelo tipo de habilidades que mobilizam naquele que a investiga, conhece, ensina ou aprende (p 88).. Essa nova forma de ensinar, de prática pedagógica (como o texto sugere) desenvolvida através das “atividades e/ou projetos de estudos, pesquisa e ação” considerados como eixos integradores, foi apresentada, pelo Governo Federal, como um novo meio de se superar e ultrapassar aquela forma meramente disciplinar na qual estava baseada a educação brasileira. A interdisciplinaridade e/ou prática interdisciplinar desenvolvida pelos alunos foi indicada como uma possível solução para os males da educação, conforme PCNEM de 1999.. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(29) 29 É importante enfatizar que a interdisciplinaridade supõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários. Explicação, compreensão, intervenção são processos que requerem um conhecimento que vai além da descrição da realidade e mobiliza competências cognitivas para deduzir, tirar inferência ou fazer previsões a partir do fato observado. A partir do problema gerador do projeto, que pode ser um experimento, um plano de ação para intervir na realidade ou uma atividade, são identificados os conceitos de cada disciplina que podem contribuir para descrevê-lo, explicá-lo e prever soluções. Dessa forma, o projeto é interdisciplinar na sua concepção, execução e avaliação, e os conceitos utilizados podem ser formalizados, sistematizados e registrados no âmbito das disciplinas que contribuem para o seu desenvolvimento (p. 88,89).. O projeto de investigação e/ou ação que funciona como um eixo integrador surge a partir da necessidade dos alunos, professores e escolas de resolverem seus problemas como, por exemplo, os de poder explicar, compreender, intervir numa determinada realidade. Esta, muitas vezes, exige a superação de sua mera observação descritiva e que se siga em direção a sua ‘estrutura subjacente’, para ser entendida e alterada. Este desafio pode exigir mais que a ajuda de uma única disciplina, por isso estimula a integração de várias, como necessárias para sua alteração. Mas, surge, então, a pergunta: como se deve fazer para passar da descrição de uma realidade dada para a estrutura subjacente a ela? Ou seja, ir da aparência à essência de uma determinada coisa?. Segundo Piaget “os. preconceitos positivistas” – em que se valoriza somente o observado, com vista à obtenção de leis científicas - devem ser superados uma vez que favorecem à manutenção de uma visão fronteiriça entre as diferentes disciplinas, conforme PCNEM, de 1999.. Essa integração entre as disciplinas para buscar compreender, prever e transformar a realidade aproxima-se daquilo que Piaget chama de estruturas subjacentes. Segundo Piaget, a excessiva “disciplinarização” [...] se explica, com efeito, pelos preconceitos positivistas. Em uma perspectiva onde apenas contam os observáveis, que cumpre simplesmente descrever e analisar para então daí extrair as. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(30) 30 leis funcionais, é inevitável que as diferentes disciplinas pareçam separadas por fronteiras mais ou menos definidas ou mesmo fixas, já que estas se relacionam com a diversidade das categorias de observáveis que, por sua vez, estão relacionados com nossos instrumentos subjetivos e objetivos de registro (percepções e aparelhos) [...]. Piaget indicou, com vistas à necessária superação da visão fragmentária e a excessiva disciplinarização científica que temos, a realização de um esforço na direção da superação da mera observação descritiva dos fenômenos. Ou seja, indica que devemos seguir em direção ao que ele chama de estruturas subjacentes aos fenômenos – que só aparecem quando do meramente observável passa-se para o funcionamento interior dos mesmos - ao dedutível, à explicação deles e de suas leis, conforme PCNEM, de 1999. (...) Por outro lado, logo que, ao violar as regras positivistas, [...] se procura explicar os fenômenos e suas leis, ao invés de apenas descrevê-los, forçosamente se estará ultrapassando as fronteiras do observável, já que toda causalidade decorre da necessidade inferencial, isto é, de deduções e estruturas operatórias irredutíveis à simples constatação [...] Nesse caso, a realidade fundamental não é mais o fenômeno observável, e sim a estrutura subjacente, reconstituída por dedução e que fornece uma explicação para os dados observados. Mas, por isso mesmo, tendem a desaparecer as fronteiras entre as disciplinas, pois as estruturas ou são comuns (tal como entre a Física e a Química [...]) ou solidárias umas com as outras (como, sem dúvida, haverá de ser o caso entre a Biologia e a Físico-Química). (Piaget). DCNEM, p.89.. Quando da simples observação e descrição de um fenômeno se passa para a explicação do mesmo, entra-se na sua estrutura operatória, na sua estrutura subjacente, na sua causalidade ou nas inferências causais dedutivas que dele se pode fazer. Nesse momento de passagem de um a outro, as divisões entre as disciplinas desaparecem e aquela visão fragmentária, propiciada pela descrição fenomênica feita a partir do ponto de vista de cada disciplina e/ou ciência, é ultrapassada porque da mera aparência dos mesmos, entra-se no que lhes é comum: a estrutura operatória.. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(31) 31 Entendida dessa forma, a interdisciplinaridade passou a ser de extrema importância e necessidade para a superação da crise pela qual passava a Educação Básica brasileira daquele momento - em específico o Ensino Médio. A partir de então o Governo Federal passou a tratá-la como um possível remédio para todos os males da educação brasileira existentes até ali. E ao que tudo indica, entendiam-na como se estivesse pronta e acabada para ser utilizada, uma vez que, entendiam-na como um conceito de domínio comum e consensual entre os professores dos vários níveis educacionais. E, desta forma, a mesma foi implementada, principalmente no Ensino Básico, mesmo sem ter sido antes promovida uma discussão nacional sobre o tema. Essa implementação foi sendo feita através da Reforma Educacional e consubstanciada na reforma curricular interdisciplinar realizada no nível Médio de Ensino como pode ser visto na legislação vigente, já descriminada ao início deste capítulo. Se o Governo Federal tivesse realizado um debate nacional sobre a questão da interdisciplinaridade talvez teria sido mais proveitoso, pois a partir do mesmo poderia ter ocorrido uma aproximação entre a Educação Básica e a Universitária no que diz respeito à questão, uma vez que todos os envolvidos poderiam, possivelmente, ter extraído de lá as principais propostas para a implementação dessa nova forma e/ou prática de ensino e didática, em seus locais de trabalho. Entretanto, o Governo Federal não agiu assim, mas de uma forma muito diferente, pois a Secretaria de Educação Média e Tecnológica ao invés de propiciar à sociedade um amplo e democrático debate, optou, por trabalhar através de convites às pessoas ilustres, sob a alegação de que representavam as instituições a que estavam ligados, conforme PCNEM, 1999:. O projeto de reforma curricular do Ensino Médio teve como estrutura, desde sua origem, um modelo cuja principal preocupação era proporcionar um diálogo constante entre os dirigentes da Secretaria de Educação Média e Tecnológica, a equipe técnica coordenadora do projeto da reforma e os diversos setores da sociedade civil, ligados direta ou indiretamente à educação.. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(32) 32 Definiu-se que, para a formulação de uma nova concepção do Ensino Médio, seria fundamental a participação de professores e técnicos de diferentes níveis de ensino. A primeira reunião entre os dirigentes, a equipe técnica da Secretaria de Educação Média e Tecnológica e professores convidados de várias universidades do País [...]. Devido a essa escolha metodológica de trabalho – convites e convidados -, a participação em massa dos interessados foi prejudicada. E apesar de se falar em ampliação do debate, por meio da participação dos consultores especialistas em diversas reuniões, ou mesmo, de reuniões nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro com professores que lecionavam nas redes públicas e de ter sido realizado debate público pelo jornal Folha de São Paulo, o Governo Federal, de fato, não garantiu a participação dos professores do Ensino Básico e do Universitário e da sociedade como um todo, no debate, o que poderia ter sido feito, por exemplo, através de sugestões apresentadas, a serem acrescentadas, a um projeto inicial, por cada uma das unidades escolares e advindas dos professores, que teriam ouvido antes seus alunos. Tal situação, contrária a essa ora apresentada, acabou não permitindo um alinhamento entre os vários níveis educacionais brasileiros com relação à prática pedagógica e didática a ser adotada por todos, ficou mais como um projeto de cúpula, que não chega às bases. Nesta colocação a seguir, o autor Santos Filho (1998) apresenta a desigualdade entre as duas esferas complementares das Universidades: a docência e a pesquisa, conforme Santos Filho (1998):. A universidade moderna continua privilegiando a organização e a prática docente e de pesquisa disciplinar, sendo o ensino e a pesquisa interdisciplinar mais uma exceção do que uma regra. No entanto, vem-se constatando uma progressiva consciência da necessidade e da prática da pesquisa interdisciplinar na universidade, não ocorrendo porém o mesmo na organização curricular e na atividade docente. (p. 43). Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(33) 33. Segundo Santos Filho (1998), nas universidades o pensamento basilar moderno disciplinar ainda é o hegemônico, de forma que a presença de uma pesquisa interdisciplinar é muito pequena, apesar da consciência crescente da necessidade de ampliação da mesma. Já com relação à docência e às mudanças curriculares necessárias para sua consecução educacional, diz o autor que nada está acontecendo. Em relação ao local em que trabalha, UNICAMP, Santos Filho (1998) diz que “a criação dos núcleos interdisciplinares de pesquisa tem o potencial de avançar no novo entendimento de fazer ciência e caminhar para uma visão de complexidade da realidade, um dos princípios constitutivos do paradigma emergente de ciência”. De forma que, entre o Ensino Básico e o Universitário; entre a formação educacional e a profissional em si; entre o Governo e as Universidades poderá ocorrer, sempre, um possível desnível. Logo, não é possível afirmar que exista uma conexão entre o Ensino Superior (em que são formados os profissionais de todas as áreas - entre eles, os professores) e o Ensino Básico ou Médio, como forma de superação dos problemas encontrados na base educacional brasileira. Sendo assim, pode-se atribuir às análises feitas pelo Governo Federal, bem como às medidas tomadas por ele, que nelas não foram levadas em conta a participação em massa dos profissionais da educação, de forma que a ampla maioria de educadores ficou alijada do processo, pois dele não tiveram conhecimento. A prática pedagógica e didática comum que poderia ter sido adotada pelos três níveis educacionais, no caso a interdisciplinar, acabou não acontecendo e sendo indicada, somente, para o Ensino Médio. Para este nível educacional foram apresentadas sérias inovações e modificações legais. Com base nessas aos educadores, foram feitas várias exigências. Estas estabeleciam que os educandos, ao término de seus cursos de Ensino Médio, deveriam levar consigo uma boa formação geral - sistemática - não mais fragmentária característica do antigo ensino tradicional, conforme DCNEM, de 1998 (Resolução nº 3, de 26 de. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(34) 34 junho de 1998, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio).. Art. 6° Os princípios pedagógicos da Identidade, Diversidade e Autonomia, da Interdisciplinaridade e da Contextualização, serão adotados como estruturadores dos currículos do ensino médio. Art. 8° Na observância da Interdisciplinaridade as escolas terão presentes que: I – a Interdisciplinaridade, nas suas mais variadas formas, partirá do princípio de que todo conhecimento mantém um diálogo permanente com os outros conhecimentos, que pode ser de questionamento, de negação, de complementação, de ampliação, de iluminação de aspectos não distinguidos; Art. 10° A base nacional comum dos currículos do ensino médio será organizada em áreas de conhecimento, a saber: I - Linguagens, Códigos e suas Tecnologias II- Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias III-Ciências Humanas e suas Tecnologias. Estas são as indicações que as escolas e os professores devem seguir para que seja alcançado aquele objetivo – a Formação Geral - em vista à superação do antigo ensino tradicional fragmentário. Podemos verificar que dois movimentos relacionados entre si, embora de natureza diversa, influenciaram a Reforma do Ensino Médio brasileiro, conforme PCNEM, de 1999:. Particularmente, no que se refere ao Ensino Médio, dois fatores de natureza muito diversa, mas que mantêm entre si relações observáveis, passam a determinar a urgência em se repensar as diretrizes gerais e os parâmetros curriculares que orientam esse nível de ensino. a) Primeiramente, o fator econômico se apresenta e se define pela ruptura tecnológica característica da chamada terceira revolução técnico-industrial, na qual os avanços da micro-eletrônica têm um papel preponderante, e a partir da década de 80 se acentuaram no País (...). b) No Brasil, o Ensino Médio foi o que mais se expandiu, considerando como ponto de partida a década de 80. De 1988. Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

(35) 35 a 1997, o crescimento da demanda superou 90% das matrículas até então existentes. Em apenas um ano, de 1996 a 1997, as matrículas no Ensino Médio cresceram 11,6%. (p. 15).. As considerações apresentadas a respeito da terceira revolução industrial encerram aspectos concernentes ao fator econômico pertinentes a este trabalho,. Quanto ao crescimento da demanda por educação no Ensino Médio é possível afirmar que foi um dos fatores que influenciaram a Reforma nesse nível de ensino. A superação da demanda em 90% à quantidade de vagas disponíveis em dez anos (de 1988 a 1997) era um dado alarmante. A expansão crescente do Ensino Médio superando os demais desde a década de 80 certamente fez com que todos se voltassem para ele e justificou as medidas que tomaram. Entretanto, como pode ser visto, o índice de escolarização no Ensino Médio ainda é muito baixo, ou seja, cerca de 25% da população considerada entre 15 e 17 anos. Esse índice, para um país como o Brasil e sua população, é insignificante, conforme PCNEM, de 1999:. É importante destacar, entretanto, que o índice de escolarização líquida neste nível de ensino, considerada a população de 15 a 17 anos, não ultrapassa 25%, o que coloca o Brasil em situação de desigualdade em relação a muitos países, inclusive da América Latina. Nos países do Cone Sul, por exemplo, o índice de escolarização alcança de 55% a 60%, e na maioria dos países de língua inglesa do Caribe, cerca 70%. As matrículas se concentram nas redes públicas estaduais e no período noturno. Os estudos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), quando da avaliação dos concluintes do Ensino Médio em nove Estados, revelam que 54% dos alunos são originários de famílias com renda mensal de até seis salários mínimos e, na Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, mais de 50% destes têm renda familiar de até três salários mínimos. É possível concluir que parte dos grupos sociais até então excluídos tenha tido oportunidade de continuar os estudos em função do término do Ensino Fundamental, ou que esse mesmo grupo esteja retornando à escola, dada a compreensão sobre a importância da escolaridade, em função das novas exigências do mundo do trabalho. (p.16). Create PDF with GO2PDF for free, if you wish to remove this line, click here to buy Virtual PDF Printer.

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