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Avaliação da performance mastigatória em indivíduos respiradores nasais e orais.

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AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE MASTIGATÓRIA

EM INDIVÍDUOS RESPIRADORES NASAIS E ORAIS

Masticatory performance evaluation in patients

with nasal and mouth breathing

Rosany Larissa Brito de Oliveira(1), Walter Pinheiro Noronha(2), Leonardo Rigoldi Bonjardim (3)

RESUMO

Objetivo: avaliar, por meio da mastigação sequencial de uma “pastilha” artiicial de Optosil, o desem -penho mastigatório de indivíduos respiradores nasais e orais. Método: participaram sessenta sujeitos

dentados na faixa etária de 14 a 22 anos. Uma “pastilha” de Optosil foi fornecida a cada participante,

que executou 20 ciclos mastigatórios, os fragmentos foram colocados numa coluna de sete peneiras,

sendo, posteriormente pesados numa balança de precisão. Os dados obtidos foram submetidos à análise descritiva e inferencial (Teste T e ANOVA). Resultados: os grupos respiradores nasais e respiradores orais foram constituídos de 30 jovens cada, com idade média de 17,87 e 17,83 anos respectivamente. Com relação ao gênero houve predominância do gênero feminino no grupo

respi-rador oral e do gênero masculino no grupo respirespi-rador nasal Os cinco diagnósticos mais prevalentes no grupo respirador oral foram hipertroia de adenóide, rinite alérgica, sinusite, asma e hipertroia de amígdala. Por im, ao ser realizado o Teste T, não foi encontrada diferença estatística na performance

mastigatória nos respiradores orais e nasais (p>0,05). Conclusão: o padrão respiratório não foi um fator determinante na performance mastigatória.

DESCRITORES: Mastigação; Eiciência; Respiração Bucal

(1) Cirurgiã-dentista; Graduada em Odontologia pela Universi

-dade Federal de Sergipe – UFS. Aracaju, Sergipe, Brasil.

(2) Cirurgião-dentista; Professor Efetivo do Departamento de

Odontologia, Universidade Federal de Sergipe – UFS. Ara

-caju, Sergipe, Brasil. Mestre em Ortodontia Bioprogressiva pela São Leopoldo Mandick, Campinas, São Paulo, Brasil.

(3) Cirurgião-dentista;Professor Efetivo do Departamento de

Fisiologia, Universidade Federal de Sergipe – UFS.

Ara-caju, Sergipe, Brasil. Doutor em Odontologia pela Universi -dade Estadual de Campinas – UNICAMP. Campinas, São

Paulo, Brasil.

Conlito de interesses: inexistente

Em geral essa mensuração é feita pela tomada de uma amostra de alimento expelida por um indivíduo depois de tê-lo mastigado.

A síndrome do respirador oral, por sua vez, é

o conjunto de sinais e sintomas de quem respira total ou parcialmente pela boca2, podendo estar

ou não, associada à obstrução nasal3. Somente as cavidades nasais possuem condições perfeitas para que o ar chegue aos pulmões na temperatura ideal, favorecendo uma excelente oxigenação ao organismo e proporcionando uma melhor qualidade de vida ao indivíduo4.

Moyers5 acredita que a obstrução nasal provoca alterações na postura de língua, lábios e mandí-bula, ou seja, os tecidos moles em desequilíbrio ocasionaram mudanças na morfologia craniofacial e maloclusão. Crianças respiradoras orais têm uma tendência a ter uma mandíbula retraída e uma maior inclinação dos incisivos superiores, além disso, o espaço aéreo nasofaríngeo e posterior são

grande-mente reduzidos6-8. De tal modo, o respirador oral não se alimenta bem, prejudicando seu desenvolvi-mento como um todo9,10.

„ INTRODUÇÃO

A mastigação é a função mais importante do sistema estomatognático, pois com ela se inicia o processo digestivo, tendo como objetivo a

degra-dação mecânica dos alimentos, reduzindo-os a um

tamanho adequado para a deglutição, estimulando também, o crescimento, desenvolvimento e manu-tenção da saúde do sistema estomatognático1.

(2)

Patologias respiratórias encontradas no respirador oral

Após a seleção dos respiradores orais, seus

prontuários foram consultados para veriicar quais

patologias respiratórias estavam presentes nesse grupo. Só foram aceitos os prontuários que apre-sentavam o exame otorrinolaringológico clínico completo.

Avaliação da classe oclusal de Angle

Foi realizado o exame intrabucal com espátula

de madeira, luvas, máscara e gorro, para que se pudesse observar e detectar, em máxima inter-cuspidação habitual, a presença da Classe I, II ou III seguindo o protocolo proposto por Angle apud

Araújo12.

Classe I: A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior oclui no sulco central do primeiro molar inferior.

Classe II: A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior oclui com a vertente distal do segundo pré-molar inferior.

Classe III: Caracteriza-se por apresentar o primeiro molar inferior em posição mesial na relação com o primeiro molar superior.

Avaliação da performance mastigatória

Para a avaliação da performance

mastiga-tória foram utilizadas “pastilhas” do material teste Optosil. O Optosil foi manipulado de acordo com

as orientações do fabricante. A massa formada foi colocada em um molde constituído de uma placa de alumínio com orifícios de 2 cm de diâmetro por 0,5

cm de altura. O Optosil foi pressionado nas perfu -rações (pressão hidráulica de 25 libras/pol2) por 10 minutos, entre duas placas de vidro cobertas com

folha de telon. Após, as amostras foram pesadas

numa balança analítica digital de precisão, e quando houve variação no peso, os tabletes foram recor-tados manualmente até que todos não variassem mais que 0,05 g, conforme se pode observar na Figura 1.

Os voluntários foram devidamente treinados no que diz respeito aos movimentos mastigatórios,

antes da execução do teste propriamente dito. Foi

entregue a cada voluntário um tablete de Optosil, e

este mastigou o tablete durante 20 ciclos mastiga-tórios. As partículas recolhidas foram lavadas com água e sabão neutro apropriados, sendo poste-riormente colocadas numa série de 07 peneiras (tamises) com aberturas de 5,6 mm diminuindo até 0,71 mm e, este conjunto de peneiras levado

a um agitador eletromagnético de tamises (Bertel

Ltda) por 5 minutos. As partículas retidas em cada peneira foram pesadas novamente em balança analítica de precisão.

O objetivo do presente estudo foi avaliar, por

meio da mastigação sequencial de uma “pastilha”

artiicial de Optosil, o desempenho mastigatório de

indivíduos respiradores nasais e orais na dentição

permanente. Ambos foram ainda classiicados

quanto ao padrão oclusal em Classe I, Classe II e Classe III de Angle.

„ MÉTODO

Amostra

Esta pesquisa trata-se de um estudo descritivo transversal. A amostra foi constituída de 60 sujeitos na faixa etária de 14 a 22 anos de idade atendidos no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe e no Centro de Especialidades Médicas

(CEMAR) em Aracaju-SE. Os sujeitos foram distri

-buídos em dois grupos: Grupo RO (respiradores

orais), composto de 30 participantes, sendo 10 classe I de Angle, 10 Classe II de Angle e 10 Classe III de Angle; Grupo RN (respiradores nasais), composto por 30 sujeitos, sendo destes 10 Classe I de Angle, 10 Classe II de Angle e 10 Classe III de Angle. Foi critério de inclusão nesse estudo a presença dos elementos dentários permanentes no arco, sendo facultativa a presença dos terceiro molares, sendo excluídos aqueles sujeitos com distúrbios cognitivos, motores e doenças sistêmicas

que impossibilitassem a realização dos exames. Para fazer parte do estudo, antes os partici -pantes e/ou seus responsáveis, quando menor de idade, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Avaliação do padrão respiratório

Os indivíduos respiradores orais e nasais foram

diagnosticados através do uso da placa oronasal,

conforme preconizado por Barreto11 em um estudo

realizado em 2003. A placa oronasal é feita em aço

inoxidável, apresentando um tamanho de 10 cm de comprimento por 5 cm de largura, dobrada ao meio no sentido do seu comprimento formando assim, um ângulo de 90º.

A placa foi colocada logo abaixo das narinas,

de forma a icar com o ângulo de 90º com um lado apoiado no iltro labial e o outro na columela do nariz e de acordo com o luxo respiratório poderá

haver o embaçamento de uma das faces da placa.

Assim, o modo respiratório foi classiicado em respi -ração nasal quando ocorreu o embaçamento da

superfície da placa voltada para o nariz, respiração

(3)

Assim, o diâmetro geométrico médio (DGM) das partículas foi obtido por meio do antilogaritmo, ou seja:

DGM = 10 log DGM

Aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, número do protocolo CAAE 0127.0.107.000-09.

Análise estatística

Os resultados foram tabulados e aplicou-se a

análise estatística descritiva para as variáveis estu-dadas, que consistiram de porcentagem, média e desvio padrão.

Para a comparação da performance mastiga-tória entre as classes oclusais intragrupo e entre os

grupos foram utilizadas ANOVA e Teste T. Para a

comparação da performance mastigatória entre os sujeitos respiradores orais e nasais independente

da classe oclusal foi utilizado o Teste T. Para todas as análises foi considerado um nível de signiicância

de 5%.

Para as análises foi utilizado o programa

GRAPHPAD PRISM (versão 5.0, GraphPad Software. Inc., San Diego, CA, EUA).

„ RESULTADOS

Os resultados estão apresentados na seguinte ordem: caracterização dos grupos segundo a faixa

etária, gênero e grupo étnico, patologias

respirató-rios encontradas nos respiradores orais e, por im

estão expostas as comparações da performance mastigatória entre os grupos e intragrupos depen-dente ou independepen-dente da variável oclusão.

Os 60 sujeitos que participaram do estudo foram

distribuídos em dois grupos de acordo com o seu

padrão respiratório, nasal ou oral. Os grupos RN e RO foram constituídos de 30 jovens cada com idade

média de 17,87 e 17,83 anos respectivamente. Com relação ao gênero houve uma predominância

de sujeitos do gênero feminino no grupo RO e do gênero masculino no grupo RN. Com relação à

oclusão morfológica, houve uma distribuição equi-tativa entre as classes oclusais (Tabela 1).

A Figura 2 ilustra a distribuição das patologias respiratórias encontradas no grupo dos

respira-dores orais. Os cinco diagnósticos mais prevalentes foram hipertroia de adenóide (n=12; 33,33%), rinite

alérgica (n=7; 19,44%), sinusite (n=5; 13,88%),

asma (n=4; 11,11%) e hipertroia de amígdala

(n=4; 11,11%). Cada indivíduo pode ter mais de um diagnóstico.

O valor da performance mastigatória de cada

voluntário foi calculado através do tamanho médio

das partículas trituradas utilizando-se a média

geométrica ponderada, pois, as aberturas das peneiras crescem em uma taxa constante, variando de 0,71 mm até 5,6 mm. A média geométrica ponderada do tamanho das partículas foi calculada por meio da expressão13,14:

Em que:

Log DGM = logaritmo decimal da média geométrica DGM ponderada do tamanho das partículas, aqui denominada DGM (Diâmetro Geométrico Médio) Log DI é o logaritmo decimal do diâmetro das peneiras di

com i = 1, 2, . . . , k peneiras, ou seja: log DI = 0,5 log (diâmetro da primeira peneira em di microns x diâmetro da peneira subsequente em microns);

WI é o peso em gramas das partículas que icaram

i retidas em cada peneira, com i = 1, 2, . . . , k peneiras.

Figura 1 – Tablete de Optosil sendo pesado na balança analítica de precisão para ajuste do

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Variável/Grupos Respirador Nasal Respirador Oral Faixa Etária

Mínima 15 14

Média 17,87 17,83

Máxima 22 22

Desvio Padrão 2,2 3,1

Gênero

Masculino 19 (63,3%) 13 (43,3%)

Feminino 11 (36,7%) 17 (56,7%)

Classe Oclusal

Classe I 10 (33,3%) 10 (33,3%)

Classe II 10 (33,3%) 10 (33,3%)

Classe III 10 (33,3%) 10 (33,3%)

Tabela 1 – Caracterização da amostra segundo a faixa etária, gênero e classe oclusal

Figura 2 – Patologias respiratórias encontradas no grupo dos respiradores orais

As tabelas 2 e 3 apresentam os valores da performance mastigatória por meio do DGM das partículas mastigadas.

Especiicamente na tabela 2 estão apresen -tados os valores do DGM de acordo com a classe

oclusal e padrão respiratório, não sendo veriicada diferença signiicativa do DGM quando comparado

as mesmas classes oclusais entre os grupos RN e

RO (ex: RN-CLI x RO – CLI, etc.) (p>0,05).

Também não foi observada diferença signiica -tiva quando a comparação foi entre as diferentes classes oclusais dentro do mesmo grupo (ex: RN-CLI x CLII x CLIII.) (p>0,05).

Na tabela 3 está exposto o DGM para os grupos

RN e RO, independente da classe oclusal. Também não foi veriicada diferença signiicativa entre a

(5)

de fácil manuseio e propiciar ações intersetoriais e interdisciplinares.

No presente estudo, no grupo dos respiradores nasais, o gênero predominante foi o masculino, com 63,33%. Já no grupo dos respiradores orais, 56,66% dos participantes eram do gênero feminino. Felcar e colaboradores20, também observaram um discreto predomínio de respiração oral no gênero feminino.

Quanto às patologias respiratórias encontradas

nos respiradores orais, foi observado que a mais

frequente foi a hipertroia de adenóide (n=12;

33,33%), rinite alérgica (n=7; 19,44%), sinusite (n=5;

13,88%), asma (n=4; 11,11%), hipertroia de amíg -dala (n=4; 11,11%) e desvio de septo (n=2; 5,55%).

No estudo de Araújo, Villar, Oliveira, Gomes21 a

hipertroia de amígdala, seguida da rinite alérgica, hipertroia de adenóide e sinusite crônica foram os

achados mais frequentes em respiradores orais. Já no estudo de Abreu e colaboradores22 a seqüência

foi rinite alérgica, hipertroia de adenóides, hiper

-troia de amígdalas e desvio de septo nasal. A

asma, que não foi citada nesses estudos, é

relacio-nada à respiração oral em outras pesquisas23,24 Fica evidente, portanto, que embora as prevalências

possam variar, hipertroia de adenóide, de amíg -dala, rinite alérgica são sempre achados comuns.

Ainda no presente estudo foi comparada a perfor-mance mastigatória entre os grupos de respiradores

„ DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi comparar

a performance mastigatória entre sujeitos com padrões respiratórios nasal e oral associado ou não

às características morfológicas da oclusão. Nastri, Bommarito15 classiicam o padrão respiratório em oral, nasal ou oronasal. Para Silva e colabora-dores3, o respirador oral é o indivíduo que subs-titui o padrão correto de respiração nasal por um padrão inadequado, que pode ser oral ou misto. De um modo geral, a respiração exclusivamente oral

é rara, havendo na maioria das vezes um padrão

misto de respiração oral e nasal nos indivíduos16. Dessa forma, alguns autores citam que o uso do termo respirador oral é inapropriado, devendo o

mesmo ser substituído por insuiciente respirador

nasal17. A prevalência da respiração oral na popu-lação varia de 5%18 a 55%19.

O diagnóstico do indivíduo respirador oral é

essencialmente clínico15, não sendo encontrado na literatura um padrão-ouro para esse diagnós-tico11. No presente estudo optou-se utilizar a placa oronasal para o diagnóstico do padrão respiratório

como descrito por Barreto11 o qual descreveu a placa oronasal, que é indicada para avaliação do

modo respiratório, sendo de utilização simples e acessível a todos os proissionais da saúde por ser

Padrão respiratório n DGM - X

Respirador Oral 10 12235

Classe I

Respirador Nasal 10 11554

Respirador Oral 10 12420

Classe II

Respirador Nasal 10 12855

Respirador Oral 10 12147

Classe III

Respirador Nasal 10 11107

Tabela 2 – Diâmetro geométrico médio das partículas mastigadas dos sujeitos com diferentes classes oclusais de acordo com o padrão respiratório

Número de indivíduos (N) e Média (X)

Não houve diferença estatística signiicativa para o DGM entre as mesmas classes oclusais entre os grupos (p>0,05; Teste T) e nem entre as diferentes classes oclusais dentro do mesmo grupo (p>0,05; ANOVA)

n MÍN MÁX X

Respirador Oral Respirador Nasal

30 30

7601 6776,7

12935 12935

12267 11839

Tabela 3 – Valor mínimo, máximo e média (X) da performance mastigatória entre os grupos respirador oral e respirador nasal

Número de indivíduos (N), Mínimo (MÍN), Máximo (MÁX) e Média (X)

(6)

em adultos, a mordida mais forte de esmagamento ocorre nos primeiros molares permanentes35 e os participantes do presente estudo, independente do grupo, tinham todos os molares permanentes em oclusão e hígidos o que provavelmente contribuiu

para a ausência de diferença na eiciência mastiga -tória entre as classes oclusais.

Com relação ao padrão respiratório, veriica-se

na literatura3,36,37 que o padrão respiratório oral pode interferir negativamente na mastigação quanto aos aspectos: tempo mastigatório, sobras de alimento na cavidade oral, postura dos lábios, ruído durante a mastigação e mastigação unilateral. Todavia, Rodrigues e colaboradores38, observaram, em seu estudo, que as alterações na função da mastigação

não foram estatisticamente signiicativas quando associado à respiração oral. Assim, podemos observar que o padrão respiratório pode inluen -ciar na mastigação, ou seja, torná-la mais lenta e ruidosa, entretanto, nem sempre a performance mastigatória é alterada pelo padrão respiratório, como observado no presente estudo.

Por im no presente estudo o fator gênero não foi considerado em termos de comparação da eici -ência mastigatória, desde que outros autores

rela-taram que o gênero não inluencia no desempenho

mastigatório39.

Esses resultados em conjunto sugerem que na amostra estudada nem o padrão respiratório oral

nem a presença de maloclusão inluenciaram nega -tivamente a performance mastigatória em relação aos sujeitos que possuíam padrões respiratório e oclusal adequados. No entanto, estudos futuros

são necessários para veriicar se a não correção destes distúrbios podem, a longo prazo, inluenciar

na performance mastigatória.

„ CONCLUSÃO

Ao término desse estudo, que teve como obje-tivo comparar o desempenho mastigatório de indi-víduos respiradores nasais e orais na dentição

permanente pôde-se averiguar que o tipo de padrão

respiratório não foi um fator determinante na perfor-mance mastigatória.

nasais e orais associado ou não à característica

morfológica da oclusão. Para a análise da perfor-mance mastigatória, vários alimentos são descritos na literatura, como os naturais cenoura e amen-doim25. Entretanto, alguns pesquisadores26,27 têm

preferido o uso de alimentos artiiciais, confeccio -nados a partir de silicone, isso porque a mesma possui várias vantagens sobre os alimentos natu-rais, entre elas, ser de fácil mastigação, possuir uma porcentagem alta de deformação, ser facil-mente desinfetada, possibilidade de reprodução

e padronização dos testes, insolubilidade em água ou em enzimas salivares28. Assim, Boretti,

Bickel e Geering25, airmam que a mensuração da performance mastigatória é apropriada, desde

que seja realizada através de testes laboratoriais e métodos padronizados. Sabe-se, ainda, que o

sistema de multi-peneiras (tamises) é considerado um método extremamente viável e vem sendo

utili-zado desde 1924 para testes de eiciência masti -gatória28. Portanto, no presente estudo utilizou-se o teste padrão ouro na avaliação da performance mastigatória.

Não foi observada diferença signiicativa na

performance mastigatória entre os grupos RN e

RO independente do tipo oclusal, entre as mesmas

classes oclusais entre os grupos e entre as dife-rentes classes oclusais dentro do mesmo grupo.

Os achados do presente estudo corroboram

com estudos prévios29,30 que demonstraram que crianças com diferentes tipos de maloclusões

obti-veram performance mastigatória semelhante à de

crianças com oclusão considerada normal, inde-pendente do tipo de maloclusão apresentada. No

entanto, Sánchez-Ayala31, reportou que a oclusão altera a performance mastigatória, desde que ele observou em seu estudo que sujeitos com classe III de Angle tiveram uma pior performance mastiga-tória que sujeitos com classe I.

(7)

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ABSTRACT

Purpose: the purpose is to evaluate, through the chewing sequence of an Optosil artiicial “tablet”, the

masticatory performance in nasal breathing and mouth breathing. Method: we attended sixty dentate

subjects aged 14-22 year old. An Optosil “tablet” was supplied to each participant, who executed 20 masticatory cycles, the Optosil fragments had been placed in a column with seven bolters, and the retained particles were weighed on a precision analytical balance and the masticatory eficiency value

was calculated. The gotten data were submitted to the descriptive analysis and inferential analysis

(test T and ANOVA). Results: the nasal breathing and mouth breathing groups were composed by 30 young people each, with a mean age of 17.87 and 17.83 year old, respectively. Regarding gender, the females predominated in the mouth breathing group and the males in the nasal breathing

group. The ive most prevalent diagnoses in the mouth breathing group were adenoid hypertrophy,

allergic rhinitis, sinusitis, asthma and tonsillar hypertrophy. Finally, when we carried out the t test, there was no statistical difference in masticatory performance in mouth breathing and nasal breathing (p> 0.05).Conclusion: it was concluded that the breathing pattern was not a determining factor in the

masticatory eficiency.

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RECEBIDO EM: 05/10/2010 ACEITO EM: 01/02/2011

Endereço para correspondência:

Rosany Larissa Brito de Oliveira

Rua José Jacob Dias Pólito, nº 396

Inácio Barbosa – Aracaju – SE

CEP: 49040-290

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