MENINGEOMAS. ACOMETIMENTO ISOLADO DE NERVOS
CRANIANOS
O S W A L D O R I C C I A R D I C R U Z * R O L A N D O T E N U T O * *
A síndrome paralitica unilateral de todos os nervos cranianos —
sín-drome de Guillain, Alajouanine e Garcin — sugere a existência de processo
expansivo na base do crânio. As principais características dessa síndrome
são o acometimento unilateral e isolado de todos ou da maioria dos nervos
cranianos, não havendo ou sendo tardia a ocorrência de hipertensão
intra-craniana. As neoplasias intracranianas de crescimento lento,
particularmen-te os meningeomas, a despeito do grande volume que possam assumir,
de-terminam, em muitos casos, apenas acometimento de nervos cranianos, sem
provocar hipertensão intracraniana. A integridade das funções cerebrais, a
ausência de distúrbios sensitivo-motores, assim como a normalidade do
exa-me oftalmoscópico ou o apareciexa-mento tardio de edema de papila são
ressal-tados em observações de André Thomas
3. Montanaro e col.
7admitem que
a extensão lenta e progressiva ou a infiltração precoce das meninges pelo
tumor são responsáveis pelas lesões unilaterais dos nervos cranianos.
O acometimento unilateral e isolado dos V e V I I nervos cranianos em
casos de meningeomas supratentoriais constitui raridade, tendo sido
regis-trado por alguns autores que salientam seu falso valor localizatório.
Da-vid
4foi o primeiro a chamar a atenção para o acometimento do trigêmeo
em casos de meningeomas parassagitais, lembrando a dificuldade do
diagnós-tico topográfico quando se toma por base êsse sinal de localização.
Recen-temente Alajouanine e col.
1 , 2se referiram às mesmas dificuldades em casos
de meningeomas frontais e parassagitais em que ocorrem sintomas de
com-prometimento isolado de nervos cranianos. Um dos mecanismos aventados
por êsses autores para explicar tais acometimentos em processos situados
à distância é dinâmico, decorrendo da hipertensão intracraniana que
deter-mina o estiramento dos nervos no trajeto entre sua emergência aparente do
tronco cerebral e sua saída pelos orifícios da base do crânio; a pressão se
exerce como fôrça dirigida do alto para baixo e da frente para trás,
deter-minando o estiramento e conseqüente lesão dos nervos que mantêm
ções topográficas com a pirâmide petrosa, particularmente o nervo
trigê-meo. Os meningeomas da fossa posterior, segundo Cushing e Eisenhardt
5e Marklan e col.
6, determinam, com maior freqüência, sinais de
comprome-timento de nervos cranianos por meio da compressão direta exercida pela
massa neoplásica.
M A T E R I A L
N o s s o m a t e r i a l c o n s t a d e 41 casos d e m e n i n g e o m a s i n t r a c r a n i a n o s c o m c o n f i r -m a ç ã o n e u r o c i r ú r g i c a e a n á t o -m o - p a t o l ó g i c a . A r e v i s ã o q u e f i z e -m o s v i s o u v e r i f i c a r a i n c i d ê n c i a d o a c o m e t i m e n t o i s o l a d o de n e r v o s c r a n i a n o s e seu v a l o r c o m o e l e -m e n t o l o c a l i z a t ó r i o ; c o l a t e r a l -m e n t e p r o c u r a -m o s v e r i f i c a r a f r e q ü ê n c i a c o -m q u e êsses t u m o r e s o c a s i o n a m h i p e r t e n s ã o i n t r a c r a n i a n a .
E m 3 0 : 4 1 casos o e x a m e o f t a l m o l ó g i c o r e v e l o u edema de papila uni ou b i l a -t e r a l ; e m 1 0 : 4 1 casos n ã o h a v i a e d e m a de p a p i l a ; e m um c a s o o e x a m e n ã o f o i r e a l i z a d o . E m 11:41 casos a pressão do líqüido cefalorraquidiano c o l h i d o p o r v i a s u b o c c i p i t a l e c o m o p a c i e n t e e m d e c ú b i t o l a t e r a l , e r a i g u a l o u l i g e i r a m e n t e i n f e -r i o -r a 20 c m de á g u a ( m a n ô m e t -r o d e C l a u d e ) ; e m 21:41 casos a p -r e s s ã o d o l í q ü i d o c e f a l o r r a q u i d i a n o f o i s u p e r i o r a 20 c m d e á g u a , s e n d o q u e e m d o i s casos a c o l h e i t a se f ê z p o r v i a v e n t r i c u l a r ; e m 9 casos n ã o f o i f e i t o o e x a m e do l í q ü i d o c e f a l o r r a -q u i d i a n o . O c o n f r o n t o e n t r e êsses d a d o s — e x a m e o f t a l m o l ó g i c o e m a n o m e t r i a d o l í q ü i d o c e f a l o r r a q u i d i a n o — m o s t r a q u e e m 6 casos dos 11 s e m h i p e r t e n s ã o l i q u ó -r i c a o e x a m e o f t a l m o l ó g i c o -r e v e l o u a e x i s t ê n c i a de e d e m a d e p a p i l a e q u e , p o -r o u t r o l a d o , e m 4 dos 21 casos c o m h i p e r t e n s ã o l i q u ó r i c a o e x a m e de f u n d o d e ôlho e r a n o r m a l .
O a c o m e t i m e n t o d e n e r v o s c r a n i a n o s , i s o l a d o ou a s s o c i a d o a o u t r o s sinais n e u r o l ó g i c o s e s t á r e g i s t r a d o n o q u a d r o 1. E m 25:41 casos o p r o c e s s o e x p a n s i v o d e -t e r m i n o u d i s -t ú r b i o s m o -t o r e s , s e n s i -t i v o s ou d e c o o r d e n a ç ã o p o r c o m p r o m e -t i m e n -t o d o p a r ê n q u i m a n e r v o s o , sendo q u e e m a p e n a s 10 dêsses ( c a s o s 1, 5, 9, 10, 12, 15, 19, 23, 25 e 2 8 ) h a v i a sinais d e a c o m e t i m e n t o d e n e r v o s c r a n i a n o s . O n e r v o m o t o r o c u l a r c o m u m f o i c o m p r o m e t i d o e m 4 ( c a s o s 1, 9, 10 e 2 3 ) ; o a b d u c e n t e e m 2 ( c a s o s 12 e 2 8 ) ; o a c ú s t i c o n o caso 15; o g l o s s o f a r í n g e o n o caso 25; o t r i g ê m e o n o caso 5; os n e r v o s t r i g ê m e o , f a c i a l , g l o s s o f a r í n g e o , v a g o e a c e s s ó r i o e s p i n h a l n o caso 19. E m 14:41 ( c a s o s 2, 6, 7, 11, 16, 17, 22, 27, 33, 34, 35, 37, 38 e 4 0 ) n ã o h a v i a q u a l q u e r sinal n e u r o l ó g i c o q u e i n d i c a s s e l e s ã o d o p a r ê n q u i m a n e r v o s o . E m 2:41
( c a s o s 32 e 4 1 ) f o i o b s e r v a d o acometimento unilateral e isolado de nervos crania-nos: o s n e r v o s a b d u c e n t e s e a c ú s t i c o e s t a v a m a c o m e t i d o s n o c a s o 32; os n e r v o s m o t o r o c u l a r c o m u m , a b d u c e n t e , t r o c l e a r , f a c i a l e a c ú s t i c o f o r a m c o m p r o m e t i d o s n o caso 4 1 .
A s s i m , ê s t e e s t u d o m o s t r a q u e : a ) e m 14:41 casos de m e n i n g e o m a s n ã o h a v i a q u a l q u e r s i n a l n e u r o l ó g i c o i n d i c a t i v o d a sede d o p r o c e s s o e x p a n s i v o ; b ) e m 2 5 : 4 1 c a s o s os sinais l o c a l i z a t ó r i o s p e r m i t i a m o r i e n t a r c l i n i c a m e n t e o d i a g n ó s t i c o ; c ) e m 2 : 4 1 casos os e l e m e n t o s c l í n i c o s e n c o n t r a d o s — a c o m e t i m e n t o de n e r v o s c r a n i a n o s — i n d u z i a m a f a l s a l o c a l i z a ç ã o da n e o p l a s i a . A s e g u i r , r e l a t a r e m o s m a i s d e t a l h a -d a m e n t e êstes -d o i s ú l t i m o s casos.
Exames subsidiários — Electrencefalograma: sinais de s o f r i m e n t o c e r e b r a l n o h e m i s f é r i o d i r e i t o . Exame radiológico do crânio: a l a r g a m e n t o d o a s s o a l h o da sela t ú r c i c a e e r o s ã o d a s a p ó f i s e s c l i n ó i d e s p o s t e r i o r e s . Exame do liqüido cef alorraqui-diano, e m p u n ç ã o s u b o c c i p i t a l e d e c ú b i t o l a t e r a l : l i q ü i d o l í m p i d o e i n c o l o r , p r e s s ã o i n i c i a l 80 c m de á g u a ( m a n ô m e t r o de C l a u d e ) , pressão f i n a l 20 c m ; 120 m g d e p r o t e í n a s p o r 100 ml, r e a ç õ e s de P a n d y e N o n n e p o s i t i v a s ; r e a ç õ e s c o l o i d a i s c o m d e s v i o p a r a a e s q u e r d a . Angiografia cerebral via artéria carótida direita: q u a d r o a n g i o g r á f i c o d e p r o c e s s o e x p a n s i v o v a s c u l a r i z a d o na r e g i ã o t e m p o r a l d i r e i t a ( f i g . 1 ) .
Intervenção cirúrgica e evolução — A p ó s c r a n i o t o m i a f r o n t o t e m p o r a l d i r e i t a foi e n c o n t r a d o t u m o r t e m p o r a l v a s c u l a r i z a d o , a d e r e n t e à d u r a m a t e r e f à c i l m e n t e e n u c l e á v e l . Biopsia: M e n i n g e o m a f i b r o m a t o s o . P ó s - o p e r a t ó r i o s e m a n o r m a l i d a d e s , t e n d o a p a c i e n t e r e c e b i d o a l t a , s e m d i s t ú r b i o s n e u r o l ó g i c o a l g u m , e m 15-3-59.
C A S O 41 — M . A . A . , c o m 12 a n o s de i d a d e , s e x o f e m i n i n o , b r a n c a , i n t e r n a d a e m 16-1-1959 ( R e g . 4 6 4 7 0 0 ) . H á t r ê s a n o s e s t r a b i s m o i n t e r n o n o olho e s q u e r d o , t e n d o sido f e i t a , h á d o i s anos, o p e r a ç ã o p a r a c o r r e ç ã o dêsse e s t r a b i s m o . C i n c o meses a p ó s a o p e r a ç ã o o c o r r e u p a r a l i s i a de t o d o s os m ú s c u l o s e x t r í n s e c o s do g l o b o o c u l a r e s q u e r d o e, a s e g u i r , p r o t u s ã o dêsse olho; c o n c o m i t a n t e m e n t e a p a c i e n t e a c u s o u d i m i n u i ç ã o da a c u i d a d e v i s u a l , t e n d o o e x a m e o f t a l m o s c ó p i c o r e v e l a d o e d e m a de p a -p i l a n o olho e s q u e r d o . A -p a c i e n t e e s t ê v e i n t e r n a d a na C l í n i c a O f t a l m o l ó g i c a , o n d e o e x a m e r a d i o l ó g i c o do c r â n i o m o s t r o u sinais de e x t e n s a n e o p l a s i a q u e o c u p a v a g r a n d e p a r t e da fossa m é d i a e s q u e r d a e o fundo da ó r b i t a e s q u e r d a . A p a c i e n t e f o i e n c a m i n h a d a , e n t ã o , p a r a a C l í n i c a N e u r o l ó g i c a , onde, a l é m da o f t a l m o p l e g i a c o m p l e t a à e s q u e r d a e e d e m a p a p i l a r , f o i a s s i n a l a d a a e x i s t ê n c i a de p a r a l i s i a do r a m o m o t o r d o n e r v o t r i g ê m e o , p a r a l i s i a f a c i a l p e r i f é r i c a e h i p o a c u s i a u n i l a t e r a i s à e s q u e r d a .
-t e r a l : l í q ü i d o l í m p i d o e i n c o l o r ; pressão i n i c i a l 33 c m de á g u a ( m a n ô m e -t r o de C l a u d e ) , p r e s s ã o f i n a l 19 c m ; 40 m g de p r o t e í n a s p o r 100 m l . Angiografia cerebral bilateral via artéria carótida interna: q u a d r o a n g i o g r á f i c o de p r o c e s s o e x p a n s i v o da base do c r â n i o p r e d o m i n a n d o na fossa m é d i a e s q u e r d a ( f i g s . 1 e 2 ) .
b r o n c o p n e u m o n i a q u e d e t e r m i n o u o ó b i t o . Necropsia — N o e n c é f a l o , m a s s a t u m o -r a l q u e o c u p a v a t ô d a a e x t e n s ã o da base d o c -r â n i o , i n v a d i n d o as fossas m é d i a , a n t e r i o r e p o s t e r i o r . Diagnóstico histológico — M e n i n g e o m a m e n i n g o t e l i a l .
C O M E N T Á R I O S
Os sinais neurológicos observados na maioria dos casos de
meningeo-mas — e nesta série de 25:41 casos — são suficientes para o diagnóstico
clínico e topográfico. Em alguns casos (meningeomas osteoblásticos
5), a
localização e o caráter histológico do tumor, a despeito da não existência
de sinais neurológicos, permitem, pela palpação do segmento cefálico, o
re-conhecimento topográfico; assim, no caso 9, uma tumoração temporal dura
e fixa aos planos profundos permitiu o diagnóstico da neoplasia.
Em outros casos — como ocorreu em 14:41 dos casos desta série —
aco-modando-se a hidrodinâmica intracraniana ao crescimento lento da
neopla-sia, não ocorrem sinais neurológicos de localização, o que dificulta o
diagnós-tico clínico e topográfico.
aparecimento de falsos sinais de localização. A despeito da pobreza dos
dados clínico-neurológicos, o exame radiológico do crânio e outros exames
especializados permitem, em alguns casos, o diagnóstico topográfico.
Em dois casos desta série (casos 32 e 41) o único indício de lesão do
sistema nervoso era constituído por acometimento isolado e unilateral de
nervos cranianos, como ocorreu nos casos relatados por David
4, André
Tho-mas
3e Alajouanine e col.
1 , 2.
N o caso 32 (meningeoma temporal), à paralisia do nervo abducente
não foi dado valor localizatório, pois a pressão do liqüido cefalorraquidiano
era de 80 cm de água, sendo sabido que êsse nervo é freqüentemente
com-prometido quando há hipertensão intracraniana. Neste caso havia
tam-bém acometimento unilateral do nervo acústico que conduziria a diagnóstico
topográfico errôneo, pois sugeria estar a neoplasia situada na fossa
cra-niana posterior.
N o caso 41 (meningeoma na base do crânio), a orientação terapêutica
inicial seguida em outra clínica visou o acometimento isolado de um nervo
craniano (abducente); o acometimento ulterior de outros nervos cranianos
e o aparecimento de edema de papila levaram à prática de exames
subsi-diários que conduziram corretamente o diagnóstico topográfico do processo
neoplásico. Êsse caso, muito semelhante àquele revelado por André
Tho-mas
3— meningeoma da fossa posterior com paralisia de seis nervos
cra-nianos — vem confirmar nossa observação quanto às dificuldades e os riscos
do diagnóstico clínico sem documentação complementar; a despeito do
gran-de volume da neoplasia, a afecção evoluiu sem sinais gran-de comprometimento
do sistema nervoso central, só se manifestando por acometimento lento e
progressivo de nervos cranianos.
R E S U M O
Os autores fazem uma revisão de 41 casos de meningeomas
intracra-nianos, chamando a atenção para a raridade dos acometimentos isolados e
unilaterais dos nervos cranianos, para ressaltar o falso valor localizatório
dêsses acometimentos em alguns casos. Em um de seus casos (caso 41),
seis nervos cranianos foram comprometidos sem serem surpreendidos outros
sinais que indicassem lesões das diferentes funções cerebrais. Em outro
(caso 32), de meningeoma localizado no lobo temporal, o comprometimento
isolado de V I e V I I I nervos cranianos poderia ter induzido ao diagnóstico
de um processo localizado na fossa posterior.
S U M M A R Y
Meningeomas. Involvement of cranial nerves as the only presenting sign.
presented neurological symptoms and 14 were asymptomatic, the diagnosis
being made only by subsidiary methods. In two cases of supra-tentorial
meningeomas there were only signs of involvement of cranial nerves. In
one of them (case 41) six cranial nerves were affected without any other
signs of lesion of the nervous system. In other case (case 32 — temporal
meningeoma) involvement of the V I
t hand V I I I
t hnerves was the only
pre-senting sign, thus suggesting a posterior fossa localization.
R E F E R Ê N C I A S
1. A L A J O U A N I N E , T h . ; C A S T A I G N E , P . ; N I C K , J.; P E R T U I S E T , B . ; B A R B I Z E T , J.; N A M I N , P . — L ' a t t e i n t e du t r i j u m e a u et du f a c i a l d a n s les m é n i n g e o m e s f r o n -t a u x s a g i -t -t a u x e-t p a r a s a g i -t -t a u x . R e v . N e u r o l . , 88:225, 1953. 2. A L A J O U A N I N E , T h . ; C E L I C E , J.; C A S T I G N E , P . ; P E R T U I S E T , B . — S u r les f a u x s y m p t ô m e s de l o c a l i s a t i o n d a n s l e s t u m e u r s c é r é b r a l e s ( m é n i n g e o m e f r o n t a l a v e c p a r a l y s i e des n e r f s c r a n i e n s V e . , V I e . , V I I e , p a i r e s ) . R e v . N e u r o l . , 85:382, 1951. 3. T H O M A S , A . — P a r a l y s i e u n i l a t e r a l e des s i x d e r n i e r s n e r f s c r a n i e n s : m é n i n g e o m e de la fosse c é r é b e l l e u s e . P r è s s e M e d . , 45:1785 ( d e z e m b r o , 1 1 ) , 1937. 4. D A V I D , Μ . — D e l ' a t -t e i n -t e u n i l a -t e r a l e e -t h o m o l a -t e r a l e du -t r i j u m e a u au c o u r s d e c e r -t a i n s m é n i n g e o m e s p a r a s a g i t t a u x . R e v . N e u r o l . , 7 3 : 1 1 , 1941. 5. C U S H I N G , H . ; E I S E N H A R D T , L . — M e n i n g e o m a s . C h a r l e s C. T h o m a s , B a l t i m o r e , 1938. 6. M A R K H A N , J. W . ; F A G E R , C ; H O R R A X , G.; P O P P E N , J. L . — M e n i n g e o m e s o f t h e p o s t e r i o r fossa. A r c h . N e u r o l , a. P s y c h i a t . , 74:163, 1955. 7. M O N T A N A R O , J. C ; F R A N C H I N I , Y . ; B L O T T A , F . — S i n d r o m e p a r a l í t i c o u n i l a t e r a l g l o b a l de los n e r v i o s c r a n i a n o s ( d e G u i l l a i n , A l a j o u a n i n e y G a r c i n ) p o r n e o p l a s i a b a s i l a r . S e m a n a M e d . ( B u e n o s A i r e s ) , 50:1118
( n o v e m b r o , 1 1 ) , 1953.