DISTÚRBIOS NEUROPSIQUIÁTRICOS POR LESÕES BILATERAIS DO
LOBO TEMPORAL. SÍNDROME DE KLÜVER Ε BUCY.
JOSÉ L O N G M A N *
MARIA I R M I N A V A L E N T E * *
Klüver e Bucy
3-
Γ ι>
8, removendo em macacos ambos os lobos temporais,
incluindo o uncus e, praticamente, o hipocampo, obtiveram um quadro clínico
peculiar, com cegueira psíquica, tendência oral, hipermetamorfose,
altera-ções emocionais, modificaaltera-ções dos hábitos dietéticos e no comportamento
sexual. Os animais conservavam a acuidade visual, mas perdiam a
capaci-dade para reconhecer, apenas pela visão, a natureza dos objetos; colocavam
eles todos os objetos na boca, sem descriminação, de maneira compulsiva;
aparentemente, eram inteiramente dependentes do olfato e da sensibilidade
oral para a descriminação dos objetos comestíveis. Os autores descrevem sob
o nome de hipermetamorfose a resposta por ação motora aos estímulos visuais
de qualquer natureza. Foram observadas profundas alterações emocionais ou,
em alguns animais, a completa ausência de toda reação emocional, no sentido
de que não eram exibidas reações motoras e vocais geralmente associadas à
raiva e ao medo; os animais tornaram-se dóceis e mansos, mesmo na
presen-ça de seus inimigos naturais. Os animais operados comeram carne, o que
nunca tinham feito antes. A atividade sexual, em todas as formas —
au-toerótica, homosexual e hetero-sexual — apresentou-se grandemente
aumen-tada.
Estas manifestações, característica dos macacos nos quais foram
extir-pados ambos os lobos temporais, não apareceram depois da remoção
bilate-ral da 1* circunvolução tempobilate-ral, ou da remoção bilatebilate-ral da 2" e 3*
circun-voluções temporais, nem pela interrupção das conexões entre os lobos
tem-porais e frontais, ou entre os lobos temtem-porais e occipitais; do mesmo modo,
não apareceram depois de lobectomia temporal unilateral, com a ressalva de
que, em alguns casos, ocorriam modificações no sentido de maior
"domestica-ção"; esta "domesticação" foi observada também quando, depois de prévia
extirpação de ambas as áreas prefrontals, foi excisado um dos lobos temporais.
Segundo K l ü v e r
9. os primeiros sintomas a desaparecerem são o de
co-mer carne e o comportamento hipersexual; somente em um caso (com ambos
os lobos prefrontals e temporais removidos) era a carne ainda consumida
dois anos após as intervenções cirúrgicas. A cegueira psíquica melhora em
seguida; o animal faminto passava a pegar primeiro os objetos comestíveis,
embora continuasse a exibir a tendência a examinar subseqüentemente a
maioria dos objetos, não comestíveis. As tendências orais, a
hipermetamor-fose e o impulso hipermetamórfico para ação e certas modificações
emocio-nais estão ainda presentes, ou ao menos pareciam estar presentes em uma
forma modificada, oito a dez anos depois da operação cerebral.
Muito embora tenham sido verificadas isoladamente, em certos casos de
intervenção cirúrgica no lobo temporal, algumas das manifestações do
síndro-me de Klüver e Bucy, deve-se a Terzian e Dalle Ore
1 6a obtenção, após
lo-bectomia temporal bilateral em um epiléptico agressivo, de um quadro
clíni-co aproximado ao descrito nos macaclíni-cos lobectomizados. Caracterizou-se
cli-nicamente o caso por perda de capacidade de reconhecimento de pessoas,
mesmo da própria mãe; acentuadas modificações emocionais
(desaparecimen-to das reações de raiva e medo); aumen(desaparecimen-to da atividade sexual;
hipermeta-morfose e sério comprometimento da memória.
O objetivo da presente comunicação é relatar um caso clínico, cuja
sin-tomatologia é superponível à descrita por Klüver e Bucy, mostrando que a
patologia também pode reproduzir as lesões que estes autores obtiveram
ex-perimentalmente.
OBSERVAÇÃO — S . M . R . , m e n i n a c o m 4 a n o s de i d a d e , i n t e r n a d a e m 17 de m a r
-ç o de 1956 ( R e g . 433.181). A p a c i e n t e , 20 d i a s a n t e s d a i n t e r n a -ç ã o , a p r e s e n t a r a p e q u e n o f e r i m e n t o na p e r n a e h i p e r t e r m i a ( 4 0 ' C ) e, u l t e r i o r m e n t e , c o n v u l s õ e s g e -n e r a l i z a d a s s e g u i d a s d e i -n c o -n s c i ê -n c i a . A h i p e r t e r m i a p r o l o -n g o u - s e p o r d o i s dias, t e n d o a p a c i e n t e p e r m a n e c i d o i n c o n s c i e n t e . " Q u a n d o a c o r d o u , e s t a v a m e i o a b o -b a d a " ( s i c ) ; m o v i m e n t a v a - s e -b e m n o l e i t o , m a s n ã o se m a n t i n h a de p é ; às v e z e s f i c a v a d e i t a d a , c o m p l e t a m e n t e i m ó v e l , o u t r a s v e z e s a g i t a d a , m o v i m e n t a n d o - s e de m a n e i r a d e s o r d e n a d a , s e m f i n a l i d a d e ; n ã o f a l a v a e n ã o p a r e c i a e n t e n d e r o q u e se l h e d i z i a . P e r m a n e c e u este q u a d r o , e m suas l i n h a s g e r a i s , a t é a i n t e r n a ç ã o , s e n d o q u e u m a s e m a n a a n t e s a p r e s e n t o u v ô m i t o s a p ó s as r e f e i ç õ e s . Antecedentes pessoais —• P a c i e n t e n a s c i d a a t e r m o , de p a r t o e u t ó c i c o , a p ó s g e s t a ç ã o n o r m a l , c o m b o a v i t a l i d a d e , s e m sinais d e s o f r i m e n t o n é o n a t a l . P r i m e i r a s p a l a v r a s e p r i -m e i r o s passos aos 12 -meses de i d a d e . A n t e s d a -m o l é s t i a a t u a l , a t i v i d a d e s n o r -m a i s p a r a a i d a d e e d e s e n v o l v i m e n t o p s í q u i c o n o r m a l . A o s 2 a n o s de i d a d e t e v e crise c o n v u l s i v a t i p o g r a n d e m a l ; n ã o e s t a v a n a o c a s i ã o c o m h i p e r t e r m i a n e m a p r e -s e n t o u q u a l q u e r -s i n a l o u -s i n t o m a a -s -s o c i a d o ; a-s cri-se-s c o n v u l -s i v a -s r e p e t i r a m - -s e p o r q u a t r o v e z e s , c o m i n t e r v a l o s v a r i á v e i s , s e n d o a ú l t i m a h á 20 dias , c o i n c i d e n t e c o m o i n í c i o da m o l é s t i a a t u a l . C o q u e l u c h e h á u m a n o . Antecedentes familiares — P a i s a p a r e n t e m e n t e s a d i o s . D o i s i r m ã o s , r e s p e c t i v a m e n t e c o m 5 a n o s e 5 meses, s a d i o s . N ã o h á r e f e r ê n c i a a m o l é s t i a c o m c a r a c t e r í s t i c a f a m i l i a r . Exame somá-tico — B o m e s t a d o g e r a l ; m u c o s a s p o u c o c o r a d a s . E s q u e l e t o s e m a n o r m a l i d a d e s ; c r â n i o n o r m a l à p a l p a ç ã o e p e r c u s s ã o . A p a r e l h o s r e s p i r a t ó r i o , c i r c u l a t ó r i o e d i -g e s t i v o s e m a n o r m a l i d a d e s r e v e l á v e i s c l i n i c a m e n t e .
E s t e m o d o d e p r o c e d e r nos p a r e c e u ser e x p l i c á v e l p o r n ã o h a v e r u m a a p r e c i a ç ã o d a s i t u a ç ã o , e sim, s o m e n t e u m a t e n d ê n c i a i m p u l s i v a a t o m a r c o n h e c i -m e n t o e r e a g i r a c a d a e s t í -m u l o v i s u a l . O t e r a a t e n ç ã o v i s u a l d e s p e r t a d a p o r u m e s t í m u l o e o f o r m a r a r e s p o s t a m o t o r a p a r a e n t r a r e m c o n t a t o b u c a l era, n e s t a p a c i e n t e , u m p r o c e s s o c o n t í n u o s e m f a s e i n t e r m e d i á r i a d e e l a b o r a ç ã o i n t e l e c t u a l . A n t e s q u e u m a t o de c u r i o s i d a d e e r a u m a t o a u t o m á t i c o , p o d e s e d i z e r q u a s e r e -f l e x o , p a r a se d a r c o n t a d e t o d o s os e s t í m u l o s v i s u a i s e p a r a d i r i g i r a a t e n ç ã o e m d i r e ç ã o a t o d o s e l e s . O u t r o f a t o a ser a s s i n a l a d o , é o de q u e a p a c i e n t e n ã o c o n s e r v a v a p a r a si n e n h u m dos o b j e t o s e x a m i n a d o s ; t a m b é m n ã o f a z i a q u a l q u e r t e n -t a -t i v a p a r a d e s -t r u i r o u q u e b r a r os o b j e -t o s q u e l h e e r a m d a d o s .
E m n e n h u m m o m e n t o a p a c i e n t e d e m o n s t r a v a o r e c o n h e c i m e n t o v i s u a l d e pes-soas o u o b j e t o s . R e a g i a d o m e s m o m o d o , i n d i f e r e n t e m e n t e , t a n t o c o m os p a i s e as pessoas q u e l h e e r a m m a i s f a m i l i a r e s c o m o c o m as q u e v i a p e l a p r i m e i r a v e z . Q u a n t o a o s o b j e t o s , t i n h a a t e n d ê n c i a a p e g á - l o s e l e v á - l o s i m e d i a t a m e n t e à b o c a , s e m se d e t e r p a r a o b s e r v a r ou m a n u s e a r ; o o b j e t o d e s p r e z a d o d e p o i s d e u m p r i m e i
-r e n t e c o m os o b j e t o s c o m e s t í v e i s e n ã o c o m e s t í v e i s ; os p -r i m e i -r o s e -r a m m a s t i g a d o s e d e g l u t i d o s a d e q u a d a m e n t e e os s e g u n d o s r e j e i t a d o s ; o c o n t a t o o r a l c o m os o b j e -t o s p a r e c i a -t e r c o m o f i n a l i d a d e s o m e n -t e a d i f e r e n c i a ç ã o e n -t r e os c o m e s -t í v e i s e o s n ã o c o m e s t í v e i s . C o l o c a d a e m f r e n t e d e u m a b a n a n a c o m casca, u m a o u t r a d e s -c a s -c a d a e a -c a s -c a s e p a r a d a m e n t e , l e v a v a i n d i f e r e n t e m e n t e u m a o u o u t r a à b o -c a ; m a s t i g a v a e s t a o u a q u e l a , ms d e f l u t i a s o m e n t e a b a n a n a , e r e j e i t a v a s e m p r e a c a s c a . A p a c i e n t e d e n o t a v a , pois, ser c a p a z de u m a d i f e r e n c i a ç ã o p e r f e i t a e n t r e o c o m e s t í v e l e o n ã o c o m e s t í v e l , m a s s o m e n t e c o m a p a r t i c i p a ç ã o d a b o c a e n ã o dos ó r g ã o s s e n s o r i a l s v i s u a i s e t á t e i s . E n t r e t a n t o , a a c u i d a d e v i s u a l p a r e c i a e s t a r c o n s e r v a d a pois, m u i t a s v e z e s , a p a c i e n t e v o l t a v a - s e e p r o c u r a v a a p a n h a r n o c h ã o u m p e q u e n o r e s í d u o q u e , m e s m o a o o b s e r v a d o r , t e r i a p a s s a d o d e s a p a r e c i d o . O c o m p o r t a m e n t o t a m b é m n ã o p e r m i t i a c o n c l u i r p e l a e x i s t ê n c i a d e c o m p r o m e t i m e n t o d o s c a m p o s v i s u a i s ; a p a c i e n t e s e g u r a v a b e m os o b j e t o s n o e s p a ç o .
D i f í c i l s a b e r se o f a t o r o l f a t i v o p a r t i c i p a v a o u n ã o d e s t e c o n t a c t o c o m o o b j e t o ; a i m p r e s s ã o e r a de q u e e s t a e s f e r a s e n s o r i a l t a m b é m e s t a v a c o m p r o m e t i d a ; i s t o p o r q u e e m n e n h u m m o m e n t o a p a c i e n t e l e v a v a os o b j e t o s a o n a r i z , p a r a c h e i r a r ; m u i t a s v e z e s f o i v i s t a a l e v a r f e z e s à b o c a e cuspir; o m e s m o f a z i a e m r e l a ç ã o a m e d i c a m e n t o s c o m o d o r p e c u l i a r p a r e c e n d o , pois, q u e o e x a m e b u c a l , g u s t a t i v o , e r a s e m p r e n e c e s s á r i o p a r a a r e j e i ç ã o d o o b j e t o . A p o s s i b i l i d a d e d e n ã o e x i s t i r a p a r t i c i p a ç ã o t á c t i l n o r e c o n h e c i m e n t o dos o b j e t o s , d e v e t a m b é m s e r c o n s i d e r a d a , u m a v e z q u e a p a c i e n t e n ã o r e t i n h a os o b j e t o s n a m ã o p a r a e x a m i -n á - l o s . N o q u e se r e f e r e às s e -n s i b i l i d a d e s t á c t i l , t é r m i c a e d o l o r o s a , d e -n t r o d a s p o s s i b i l i d a d e s de o b s e r v a ç ã o , n ã o p a r e c i a m e s t a r c o m p r o m e t i d a s .
O u t r a m a n i f e s t a ç ã o s a l i e n t e n o q u a d r o c l í n i c o e r a a a f a s i a g l o b a l ; a p a c i e n t e n ã o f a l o u q u a l q u e r p a l a v r a d u r a n t e t o d a a p e r m a n ê n c i a no a m b i e n t e h o s -p i t a l a r , n e m m e s m o u m a e x c l a m a ç ã o a u t o m á t i c a . D e t e m -p o s e m t e m -p o s e m i t i a sons g u t u r a i s , finos, de p o u c a i n t e n s i d a d e , q u e l e m b r a v a m o g r u n h i d o de u m m a c a q u i n h o ; o u t r a s v e z e s p r o d u z i a e s t á l i d o s l i n g u a i s . E s t a a f a s i a g l o b a l a p r e s e n -t a v a - s e c o m b i n a d a c o m i m p e r c e p ç ã o d e e s -t í m u l o s a u d i -t i v o s e m g e r a l ; a p a c i e n -t o n ã o p r e s t a v a a t e n ç ã o q u a n d o a l g u é m f a l a v a a o seu l a d o , n ã o a t e n d i a a a d v e r t ê n c i a s v e r b a i s , n ã o p a r e c i a o u v i r r u i d o s a m b i e n t a i s , n e m m e s m o q u a n d o u m r u í -do i n t e n s o e r a p r o v o c a d o a t r á s de sua c a b e ç a .
M u i t o e m b o r a a p a c i e n t e se a p r e s e n t a s s e e m c o n t í n u o m o v i m e n t o , c o m o c o n -s e q ü ê n c i a da r e a ç ã o m o t o r a ao-s e -s t í m u l o -s v i -s u a i -s , n ã o h a v i a q u a l q u e r e l e m e n t o p a r a c o n s i d e r a r a e x i s t ê n c i a de u m e s t a d o d e e x c i t a ç ã o p s i c o m o t o r a g e r a l ; a s s i m , se e r a l e v a d a a o b e r ç o , s e n d o este c o b e r t o c o m u m l e n ç o l , de m a n e i r a a e l i m i n a r a v i s ã o d o a m b i e n t e , a p a c i e n t e p e r m a n e c i a d e i t a d a o u s e n t a d a , s o m e n t e r e m e x e n -d o ou m o r -d i s c a n -d o o l e n ç o l , -de m o -d o t r a n q ü i l o , s e m -d e m o n s t r a r i n q u i e t a ç ã o m o t o r a .
N a e s f e r a i n s t i n t i v o a f e t i v a , c h a m a v a a a t e n ç ã o a c o m p l e t a a u s ê n c i a d e e x -p r e s s ã o e m o c i o n a l e s -p o n t â n e a ; a -p a c i e n t e m o s t r a v a c o m -p l e t a i n d i f e r e n ç a a f e t i v a , a p r o x i m a n d o - s e , i n d i f e r e n t e m e n t e , de q u a l q u e r o b j e t o ou pessoa, s e m m a n i f e s t a r r e a ç ã o d e d e s c o n f i a n ç a ou de t e m o r ; n ã o ria, n ã o c h o r a v a , n ã o r e v e l a v a p r a z e r o u d e s p r a z e r . Q u a n d o e s t i m u l a d a c o m p r o v o c a ç ã o de dôr, r e a g i a c o m e x p r e s s ã o d e c h o r o d i f e r e n t e d o n o r m a l , r e a ç ã o q u e c e s s a v a i m e d i a t a m e n t e a p ó s a e l i m i n a -ç ã o d o e s t í m u l o ; n ã o se m o s t r a v a i r r i t a d a q u a n d o c o n t r a r i a d a nos seus o b j e t i v o s ; se e r a i m o b i l i z a d a p o r c o n t e n ç ã o , r e a g i a c o m c h o r o . A p a c i e n t e m a s t i g a v a e d e -g l u t i a s e m p r e os o b j e t o s c o m e s t í v e i s q u e a p a n h a v a , o q u e o c o r r i a m e s m o a p ó s a s r e f e i ç õ e s , nas q u a i s e m g e r a l se a l i m e n t a v a b e m , e m b o r a n ã o se pudesse c o n s i d e r a r e x a g e r a d a a q u a n t i d a d e i n g e r i d a ; u m a v e z , p o u c o t e m p o d e p o i s de t e r t o m a d o a r e f e i ç ã o da m a n h ã , a p a n h o u u m a m a m a d e i r a e i n g e r i u c o m p l e t a m e n t e o c o n t e ú d o , v o m i t a n d o e m s e g u i d a . N ã o f o r a m o b s e r v a d a s a l t e r a ç õ e s n a e s f e r a i n s t i n t i v a s e x u a l , n o s e n t i d o de h i p e r e x c i t a ç ã o ou p e r v e r s ã o .
b r i o ; m o v i m e n t a ç ã o a t i v a c o n s e r v a d a ; a u s ê n c i a de m o v i m e n t o s i n v o l u n t á r i o s e s p o n t â n e o s ; t o n u s m u s c u l a r l i g e i r a e g l o b a l m e n t e d i m i n u í d o ( h i p o t r o f i a ? ) ; f o r ç a m u s c u l a r e c o o r d e n a ç ã o n o r m a i s ; r e f l e x o s ó s t e o t e n d i n o s o s n o r m a i s e s i m é t r i c o s ; r e f l e x o s a x i a i s d a f a c e n o r m a i s ; r e f l e x o s c u t â n e o a b d o m i n a i s e c u t â n e o p l a n t a r e s n o r -m a i s ; r e f l e x o de s u c ç ã o p r e s e n t e , c o -m d e s v i o da c o -m i s s u r a l a b i a l p a r a o l a d o e s t i m u l a d o , o b s e r v a d o s o m e n t e n o p e r í o d o i n i c i a l da i n t e r n a ç ã o ; s e n s i b i l i d a d e a p a r e n t e m e n t e n ã o c o m p r o m e t i d a ; n e r v o s c r a n i a n o s s e m c o m p r o m e t i m e n t o , c o m e x c e -ç ã o d o o l f a t i v o e a u d i t i v o , cujas f u n -ç õ e s p a r e c e m a b o l i d a s .
3 ) . Isotopoencefalometria,* u t i l i z a n d o a R I S A , na dose d e 300 m i c r o c u r i e s , r e v e -lou á r e a s a n o r m a i s d e a b s o r ç ã o na r e g i ã o t e m p o r a l p o s t e r i o r d i r e i t a e na r e g i ã o t e m p o r a l a n t e r i o r e s q u e r d a , o q u e e x p r i m i r i a a l t e r a ç ã o na b a r r e i r a h e m a t o c e r e b r a L p r o v a v e l m e n t e r e l a c i o n a d o c o m a t r o f i a c o r t i c a l s e c u n d á r i a a p r o c e s s o v a s c u l a r .
Evolução — A p a c i e n t e t e v e a l t a h o s p i t a l a r e m 1461956, c o m o q u a d r o i n a l -t e r a d o , c o m r e l a ç ã o à d e s c r i ç ã o a c i m a , s e n d o r e e x a m i n a d a e m a m b u l a -t ó r i o u m m ê s d e p o i s . O q u a d r o p e r m a n e c i a o m e s m o e m suas l i n h a s g e r a i s , e m b o r a a t e -n u a d a s as m a -n i f e s t a ç õ e s c l i -n i c a s . A s s i m , o c o m p o r t a m e -n t o c o m r e l a ç ã o à m ã e s u g e r i a j á o r e c o n h e c i m e n t o v i s u a l ( s o m e n t e os p a i s e r a m d i f e r e n c i a d o s c o m r e -l a ç ã o às d e m a i s pessoas e f a m i -l i a r e s ) ; a h i p e r m e t a m o r f o s e -l i g a d a à v i s ã o a i n d a e r a o e l e m e n t o d e t e r m i n a n t e de sua a t i v i d a d e m o t o r a ; a p a c i e n t e j á s e g u r a v a e c a r r e g a v a o b j e t o s p a s s í v e i s d e s e r e m t r a n s p o r t a d o s e j á se e n t r e t i n h a c o m b r i n
q u e d o s ; p r o c u r a v a d e s v i a r - s e ou s u p e r a r o b s t á c u l o s i n t e r p o s t o s n o seu c a m i n h o ; p e r m a n e c i a a i n d a o a t o de l e v a r os o b j e t o s à b o c a p a r a e x a m e ; e s b o ç a v a r e a ç ã o a o s e s t í m u l o s a u d i t i v o s ; n e n h u m a r e a ç ã o f o i o b j e t i v a d a p a r a o l a d o da o l f a ç ã o ; e m v á r i a s o c a s i õ e s a p a c i e n t e p r o n u n c i o u a p a l a v r a " p e g a " , ú n i c a p a l a v r a e m i -t i d a ; a p r e s e n -t a v a m a n i f e s -t a ç õ e s de e x p r e s s ã o e m o c i o n a l n o s o r r i s o a o v ê r a m ã e e n o q u e r e r v o l t a r a o s b r a ç o s d e l a , q u a n d o se a p r o x i m a v a l e v a d a p e l o e x a m i n a -dor, m a s c o n t i n u a v a a i r i n d i f e r e n t e m e n t e a o e n c o n t r o d e q u a l q u e r pessoa o u o b j e t o ; q u a n d o e m c e r t o m o m e n t o p e g o u u m f ó s f o r o e q u i s l e v a r à boca, a n t e a e x p r e s s ã o m í m i c a de a d v e r t ê n c i a d o e x a m i n a d o r e s b o ç o u u m c e r t o s o r r i s o e x p r e s -s i v o , m a l i c i o -s o , q u e r e n d o in-si-stir. E -s t e q u a d r o a i n d a p e r m a n e c i a o m e -s m o q u a n d o f o i r e i n t e r n a d a p o r u m c u r t o p e r í o d o de o b s e r v a ç ã o 3 m e s e s d e p o i s .
C O M E N T Á R I O S
O caso caracterizava-se por um conjunto de manifestações comparáveis
às descritas por Klüver e Bucy em macacos nos quais tinham sido excisadas
ambas as regiões temporais: cegueira psíquica, tendência oral, hipermeta¬
morfose e alterações emocionais. Merece destaque, no caso que relatamos, a
afasia global e o comprometimento da expressão emocional, principalmente
a ausência do riso e a diferente expressão mímica à dôr e no chôro, por se
tratar de manifestações mais caracterìsticamente humanas; estas alterações
seriam comparáveis, nos macacos de Klüver e Bucy, à abolição de expressões
emocionais no comportamento vocal, no chalrar e a diferenças nas expressões
faciais.
No caso em apreço não foram objetivadas alterações na esfera sexual,
tão salientes nos animais lobectomizados por aqueles autores. Dois fatôres
poderiam ser considerados para explicar esta não verificação clínica. Um
de-les seria a idade da paciente; não acreditamos, porém, que possa ser êste
fator tomado em consideração, visto serem observáveis em crianças quadros
patológicos com alterações no sentido de hiperexcitabilidade sexual. O outro
fator seria o tempo da observação pois Klüver e Bucy assinalaram o
apare-cimento de alterações sexuais sňmente 3 a 6 semanas após a intervenção
ci-rúrgica. Nossa paciente esteve sob observação durante 7 meses após o início
da moléstia, e ao ser redigido êste trabalho (outubro 1956) já se iniciara a
atenuação dos sintomas; durante todo êste tempo não foi verificado distúrbio
algum com caráter sexual. Assim, a explicação dessa discordância entre
re-sultados experimentais e nossas verificações clínicas, deve ser atribuída ao
comprometimento diferente de certos sistemas cerebrais.
N o que diz respeito às esferas sensorials, a paciente apresentava ausência
de reações aos estímulos auditivos e olfativos. Os macacos lobectomizados
apresentavam reações motoras aos sons, muito embora demonstrassem agnosia
na esfera auditiva: no que se refere à sensação olfativa, o ato de cheirar os
objetos e a atitude de levar os objetos às narinas foi observado em todos os
animais operados, com exceção de um dêles no qual tinha sido seccionados
os tratos olfativos.
dos sistemas sensorials da vida de relação à fase oral, olfativo-gustativa. Assim,
as funções visual, auditiva e estereognóstica deixam de se manifestar como
elementos de reconhecimento do mundo exterior, e as funções gustativa e
olfa-tiva, como na fase inicial da evolução da criança, servem diretamente à
neces-sidade de nutrição. A evolução regressiva dos sintomas do caso
correspon-deu àquela que foi verificada nos animais lobectomizados.
Os resultados da pneumencefalografia, da pneumocisternografia e da
isoto-poencefalometria no caso que relatamos permitem considerar um
comprome-timento bilateral da região fronto-temporal. Entretanto, êstes dados não
es-clarecem quanto à natureza dêste comprometimento, nem tampouco si êle é
conseqüência única da afecção que precedeu imediatamente o aparecimento
do quadro neuropsicopatológico ou — visto tratar-se de criança que desde
os dois anos de idade vinha apresentando crises convulsivas — se
correspon-de a uma disgenesia do sistema paleocerebral, como foi correspon-descrita nos
epilépti-cos por V e l a s c o
1 7. Portanto, é apenas a semelhança clínica entre o caso
observado e o comportamento dos macacos lobectomizados por Klüver e Bucy
que permite estabelecer correlação indicativa de comprometimento bilateral
do lobo temporal. Faltam à nossa observação os dados anatômicos que seriam
indispensáveis para uma correlação segura. Aliás, cabe dizer que mesmo
Klü-ver e Bucy não puderam estabelecer quais das modificações anatômicas por
eles produzidas experimentalmente eram diretamente responsáveis pelas
alte-rações no comportamento dos animais operados.
De qualquer modo, a verificação clínica de um quadro comparável àquele
obtido em primatas subhumanos submetidos à lobectomia temporal bilateral,
tem importância para a valorização do trabalho experimental, no que diz
res-peito à transposição dos resultados verificados por Klüver e Bucy para o
estudo das funções cerebrais do homem. Parece-nos razoável, pois, em face
dessa circunstância, comentar certos aspectos psicopatológicos do quadro
clí-nico em confronto com dados da fisiologia e psicopatologia cerebral.
A hipermetamorfose pode ser compreendida na base de uma alteração
do mecanismo relacionado com uma forma particular de atenção (Achtsam¬
keit) para impressões sensorials e os respectivos movimentos de focalização
Einstellbewegungen), que Kleist
7distingue da "atenção" (Aufmerksamkeit)
no sentido estrito, que se liga em grande parte ao diencéfalo e que, como
reguladora do pensamento, da ação e da fala, se expressa em fuga de idéias,
inibição do pensamento, incoerência e paralisia do pensamento. Esta forma
de atenção (Achtsamkeit) que exprime a atividade espontânea da procura
sensorial, é por Barahona Fernandes
4traduzida como "vigilidade", para
se-pará-la do conceito psicológico de atenção. A "vigilidade", cujo
conhecimen-to advem da paconhecimen-tologia cerebral e não da psicologia normal, parece a Kleist
partir da parte superior do mesencéfalo. Não será difícil para nós,
atual-mente, relacionar esta manifestação com o sistema reticular de ativação de
M a g o u n
1 0. Diferente de Wernicke, que atribuía a hipermetamorfose a uma
hiperexcitação dos aparelhos sensorials, Barahona Fernandes
4torno fundamental: seria um aspecto particular da hiperatividade automática
e instintiva geral, diretamente relacionada com os aparelhos ligados à "vigi¬
lidade". N o caso clínico que descrevemos constatamos a hipermetamorfose
ligada ao aparelho visual sem ser acompanhada de uma hiperatividade geral.
A cegueira psíquica é manifestação complexa, quer pelo aspecto psicopa¬
tológico quer pelas estruturas participantes; não é extranhável pois que,
ain-da atualmente, permaneça como questão passível de discussão, e que não
fica resolvida com a sua transposição para uma linguagem puramente neu¬
rofisiológica, como pretende P a v l o v
1 3. Uma das falhas freqüentes na
abor-dagem do problema é o considerar sňmente a participação da esfera intelectual
ao lado do sistema sensorial. M o n a k o w
l l, porém, apoiado em sua concepção
biológica, chama particularmente atenção para o fator instintivo; nos
indiví-duos com ferimento occipital e atingidos de agnosia visual, a afetividade não
pode mais ser evocada com vivacidade, mesmo de maneira reflexa, assim como
não se observa qualquer manifestação do instinto de conservação, diante da
situação que representa perigo, isto, claro, na hipótese de uma acuidade
vi-sual suficiente no campo vivi-sual intacto; haveria assim, uma elevação do
li-miar das manifestações instintivas. Para A . Silveira
1 5, seguindo a concepção
de Audiffrent, a cortex occipital representaria o setor de integração da
re-gência afetiva do sistema sensorial visual. Como a discussão dêste problema
excede o objetivo da presente comunicação, nossa finalidade é sňmente
cha-mar atenção para o fato de que a cegueira psíquica, como manifestação
com-plexa, na dependência de outros sistemas funcionais além do sensorial, não
pode ser expressão da lesão de um pequeno setor cortical, localizável na
re-gião occipital. Os estudos de Klüver e Bucy levantam a questão do porque
do aparecimento da cegueira psíquica nas lesões do lobo temporal, fato até
o presente não suficientemente esclarecido. O que parece não se pode mais
discutir é a correlação de áreas temporais com áreas occipitais no sistema
visual. Ades e Raab
1realizaram estudos em macacos, com decorticação de
áreas, e constataram a necessidade da lesão dos lobos temporais com as das
áreas occipitais 18 e 19 para que fossem abolidos permanentemente os
hábi-tos de descriminação pela forma, embora permanecessem as descriminações
de luz e sombra; neste tipo de trabalho experimental não observaram as
de-mais alterações de comportamento descritas por Klüver e Bucy. Com êste
estudo concorda o de Blum e c o l .
2também realizado com a simples
decorti-cação de áreas cerebrais. Para Penfield
1 4ocorre, na cortex temporo-parietal,
uma integração ou elaboração intermediária das funções sensorials,
particu-larmente visual e auditiva.
As alterações na esfera afetiva, observadas no caso clínico, e concordan¬
tes com as objetivadas nos macacos "bitemporals", podem ser
compreendi-das, de um lado, pelo rompimento da integração harmônica dos sistemas
sen-sorials da vida de relação com os da vida instintiva, e do outro, pelo
com-prometimento do próprio sistema estrutural relacionado com a vida
emocio-nal, de que faz parte o lobo temporal ( P a p e z
1 2, K l e i s t
7, Jakob
6, A .
Sil-veira
1 5R E S U M O
Estudo clínico e paraclíníco de uma criança do sexo feminino, de
qua-tro anos de idade, que, após um processo encefalopático agudo, de etiologia
não esclarecida, apresentou um quadro neuropsiquiátrico comparável ao
des-crito por Klüver e Bucy em primatas sub-humanos, após lobectomia
tem-poral bilateral. O quadro clínico caracterizou-se por: hipermetamorfose,
ten-dência oral, cegueira psíquica com conservação da acuidade visual e,
aparen-temente, dos campos visuais, afasia global, ausência de reação os estímulos
auditivos e olfativos, não participação táctil no reconhecimento dos objetos
e alterações afetivas (ausência das reações de medo e raiva, assim como do
riso). A paciente foi observada no período de 7 meses, tendo apresentado
somente modificações moderadas, no sentido de atenuação das manifestações.
A pneumoventriculografia, a pneumocisternografia e a isotopoencefalo¬
metria objetivaram um comprometimento bilateral da região fronto-tempo¬
ral. Entretanto, êstes exames não esclareceram a natureza das lesões, nem
mesmo se os distúrbios decorriam apenas do processo relacionado com a
mo-léstia atual ou se — visto tratar-se de paciente que desde os dois anos de
idade vinha apresentando crises convulsivas — se correspondiam a uma dis¬
genesia cerebral.
Dada a importância de que se reveste a observação dêste caso, foram
comentadas, em relação à fisiopatologia cerebral, algumas das principais
ma-nifestações psicopatológicas.
S U M M A R Y
Neuro-psychiatric changes due to bilateral lesions of the temporal lobes
(syndrome of Klüver and Bucy)
Clinical and paraclinical study of a 4 years old child, female, who, after
an acute encephalopathy process of unknown etiology, presented neuro-psy¬
ciatric syndrome similiar to these described by Klüver and Bucy in
mon-keys, after bilateral temporal lobectomy. The clinical picture was
characte-rized by hipermetamorphosis, oral tendency, psychic blindness, with
preser-vation of visual acuity and, apparently, of the visual fields, complete aphasia,
absence of reaction to auditive and olfactory stimuli, absence of tactiles
parti-cipation in object recognition and considerable emotional changes (there were
no fear or anger reactions and no smiling or laughing were noticed). The
patient was observed over a period of 7 months, during which the symptoms
im-proved slightly.
were due to a brain disgenesy, since the patient had convulsions since her
se-cond year of age.
In view of the importance of this case, some of the main
psychopatholo-gical symptoms were commented in relation to brain physiopatolopsychopatholo-gical aspects.
B I B L I O G R A F I A
1. A D E S , H . W . ; R A A B , D . H . — E f f e c t o f p r e o c c i p i t a l and t e m p o r a l d e c o r -t i c a -t i o n o n l e a r n e d v i s u a l d i s c r i m i n a -t i o n in m o n k e y s . J. N e u r o p h y s i o l . , 12:101-108
( m a r ç o ) 1949. 2 . B L U M , J. S.; C H O W , K . L . ; P R I B R A N , Κ . H . — A b e h a v i o r a n a l y s i s o f t h e o r g a n i z a t i o n o f t h e p a r i e t o - t e m p o r a l p r e o c c i p i t a l c o r t e x . J. C o m p . N e u r o l . , 93:53-100 ( a g o s t o ) 1950. 3 . B U C Y , P . C ; K L Ü V E R , Η . — A n a t o m i c c h a n g e s s e c o n d a r y t o t e m p o r a l l o b e c t o m y . A r c h . N e u r o l , a. P s y c h i a t . , 44:11421146 ( n o v e m -b r o ) 1940. 4 . F E R N A N D E S , · Β . — A n á l i s e C l i n i c a dos S í n d r o m e s H i p e r c i n é t i c o s . T e s e . L i s b o a , 1938. 5 . G R I N K E R , R . R . ; B U C Y , P . C. — N e u r o l o g y , 4√ e d i ç ã o , C h a r l e s C. T h o m a s , S p r i n g f i e l d ( I l l i n o i s ) , 1949. 6. J A K O B , C h r . — E l t r i g o n o c e -r e b -r a l . Su s i g n i f i c a c i o n n e u -r o - b i o l o g i c a . R e v . N e u -r o l . B u e n o s A i -r e s , 11:36 ( j a ¬ n e i r o - a b r i l ) , 1946. 7 . K L E I S T , K . — B e r i c h t ü b e r d i e G e h i r n p a t h o l o g i e in i h r e r B e d e u t u n g f ü r N e u r o l o g i c und P s y c h i a t r i e . Z t s c h r . f. d. g e s . N e u r o l , u. P s y c h i a t . 158:159-193, 1937. 8. K L ٢ V E R , H . ; B U C Y , P . C. — P r e l i m i n a r y a n a l y s i s o f f u n c t i o n s of t h e t e m p o r a l l o b e s i n m o n k e y s . A r c h . N e u r o l , a. P s y c h i a t . 42:9791000 ( d e z e m -b r o ) 1939. 9 . K L ٢ V E R , Η . — B r a i n m e c h a n i s m s a n d b e h a v i o r w i t h s p e c i a l r e f e -r e n c e t o t h e -r h i n e n c e p h a l o n . J. L a n c e t 72:567-574 ( d e z e m b -r o ) , 1952. 10. M A G O U N , H . W . — T h e a s c e n d i n g r e t i c u l a r a c t i v a t i o n s y s t e m . I n P a t t e r n s o f O r g a n i z a t i o n i n C e n t r a l N e r v o u s S y s t e m . R e s . P u b l . A s s . N e r v . a. M e n t . Dis., 30:480-4952, 1952. 1 1 . V o n M O N A K O W , C ; M O U R G U E , R . — I n t r o d u c t i o n B i o l o g i q u e a 1'étude de l a N e u r o l o g i e e t de l a P s y c h o p a t h o l o g i e . F e l i x A l c a n e d . P a r i s , 1928. 1 2 . P A P E Z , J. W . — A p r o p o s e d m e c h a n i s m o f e m o t i o n . A r c h . N e u r o l , a. P s y c h i a t . , 38:725-743 ( o u t u b r o ) 1937. 1 3 . P A V L O V , I . — O e u v r e s C h o i s i e s . E d i t i o n s en L a n g u e s E t r a n g e r e s , M o s c o u , 1954. 1 4 . P E N F I E L D , W . ; J A S P E R S , H . — E p i l e p s y and t h e F u n c t i o n a l A n a t o m y o f t h e H u m a n B r a i n . L i t t l e B r o w n & C o . , B o s t o n , 1954. 15. S I L V E I R A , A . — P s i c o l o g i a F i s i o l ó g i c a . A g i r E d i t o r a , S ã o P a u l o , 2√ e d i ç ã o ( e m i m -p r e s s ã o ) . 1 6 . T E R Z I A N , H . e O R E , G. D a l l e — S y n d r o m e o f K l ü v e r a n d B u c y r e p r o d u c e d in m a n by b i l a t e r a l r e m o v a l o f t h e t e m p o r a l l o b e s . N e u r o l o g y , 5:373-380 ( j u n h o ) 1955. 1 7 . V E L A S C O , O . P . — C o n t r i b u i ç ã o a n á t o m o - c l í n i c a às a t u a i s c o n c e p ç õ e s s ô b r e a e p i l e p s i a . A r q . N e u r o P s i q u i a t . ( S ã o P a u l o ) , 8:301334 ( d e z e m -b r o ) 1950.