• Nenhum resultado encontrado

Estabilidade emocional, atribuição de causalidade e dissonância cognitiva

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Estabilidade emocional, atribuição de causalidade e dissonância cognitiva"

Copied!
177
0
0

Texto

(1)

;D~ 'p:S"lJ~QS'E

·r~SQpÍ,S~

.PSlqOS?~'ÇIA.IS

\ , , ' . ,

' .

.. ,,

. .cENTRO, ,DE. P1lS.~G1~~~·I;>U.AÇ~9 ,EM ,P~,I CO~OG lf\ '

E51'ABILJD.A.PE E~O;CI0NAL •. k1R,U:\UIÇAO' DE C1fi.,lSAL1,l?APJ: E , 'DJI;,~SONÂNCIA :.COGNLTI'VA'

'PtV/I,sop/bPGP

(2)

CENTRO DE POS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

ESTABILIDADE EMOCIONAL, ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE E

DISSONÂNCIA COGNITIVA

por

ROGERIO NIFFINEGGER

Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de

DOUTOR EM PSICOLOGIA

Rio de Jáneiro, 08 de maio de 1984.

(3)
(4)

Ao Professor Aroldo Soares de Souza Rodrigues cuja o rientação a esta tese, ensinamentos, amizade e constante incen tivo ao longo do Curso foram um privilégio para mim.

Aos Professores do Curso de Doutorado do CPG-ISOP da Fundação Getúlio Vargas, cada um em sua especialidade, e que tanto contribuiram para a minha formação:

Professor Antônio Gomes Penna, com quem pude ampliar e tornar seguras as minhas bases sobre cognitivismo, em psicologia,

Professor Eliezer Schneider, cujo curso sobre motiva ção me fez rever as razões fundamentais do comporta-mento humano,

Professora Maria Luiza Teixeira Assumpção Lo Presti Seminerio com quem pude ampliar o que sei sobre esp! ço e tempo psicológicos,

Professora Marion Merlone dos Santos Penna que tanto contribuiu para que eu pudesse redescobrir a psicol~

gia do desenvolvimento e compreender o profundo sig-nificado de família,

Professora Ruth Nobre Scheeffer, cujas lições sobre psicologia da personalidade foram marcantes e cuja humanidade será inesquecível.

À Maria Clara Nunes Galantine, Débora Pinto Otoni e Eloisa Costa de Andrade Souza (in memorian), funcionárias da se cr'etaria do CPG/FGV, pelo atendimento sempre gentil e amizade.

À Maria do Carmo Silva Rattes, supervisora educacio-nal do Col~gio Paroquial N. S. Conceição, de Belo Horizonte, e Rosingela Maria da Silva que ofereceram todas as condições pa-ra que a parte experimental desta tese pudesse se concretizar.

(5)

em muitos momentos deste trabalho, mas, sobretudo, estímulo e amizade.

À UFMG, através do Conselho de Pós-Graduação e do De partamento de Psicologia, pela inestimável oportunidade ofere-cida de continuar a minha formação em pós-graduação.

À CAPES - Programa PICD, pela bolsa oferecida duran-teo Curso.

A Mário e Elza Henriques e

À minha esposa Selma, pela ajuda.

(6)

Neste estudo foram consideradas as teorias da atri-buição de causalidade e da dissonância cognitiva, tendo comore ferência a necessidade psíquica de auto-consistência.

O exame dos principais aspectos teóricos e empíricos destas duas teorias permitiu a conclusão de que as mesmas po-dem ser consideradas como mutuamente compatíveis e complement~

res.

Foi realizado um experimento no qual os sujeitos,pr! viamente diferenciados em instáveis e estáveis emocionalmente, foram submetidos a uma condição experimental fortemente disso-nante, em relação ao auto-conceito (resolução de sete ítens de um teste de inteligência, sendo cinco dos mesmos insolúveis).

Foi realizada uma tarefa introdutória, da mesma nat~ reza que a experimental, porém com ítens solúveis, de mediana dificuldade.

Foram medidos o número de acertos esperados e estima dos (antes e após cada tarefa) além de se oferecer, a cada

su-jeito, a escolha, em uma listagem atribuicional, do motivo que, segundo ele, concorreu para o resultado por ele estimado, após a tarefa experimental.

Os resultados indicaram que nao houve diferença sig-nificativa entre as médias dos resultados estimados, dos dois grupos, após a tarefa experimental. As atribuições de causal! dade dos dois grupos foram significativamente distintas, incl! nando-se os estáveis para a internaI idade eos instáveis para a externalidade.

Foram constatados, entretanto, diferença~ bastante significativas entre as médias dos resultados esperados, antes das tarefas introdutória e experimental (média dos instáveis me

(7)

Estes resultados foram interpretados como indicando uma intensa e precoce vivência dissonante, ao nível das expec-tativas dos resultados, por parte dos in~+;veis. A reduçio da dissonância ocorreu, preponderantemente, através da subestima-çio do número de acertos esperados nas duas tarefas propostas.

A

conclusão mais abrangente, deste estudo, colocouem relevo a grande importância das significações pessoais sobre os estímulos percebidos para a eliciaçio de respostas.

Foram sugeridos novos estudos para melhor compreen-sao do assunto.

(8)

This study considers the theories of attribution of causality and cognitive dissonance in reference to the psychic need of self-consistency.

A review of the main theoretical and empirical

aspects of these theories allowed the conclusion that they can be considered mutually compatible and complementary.

An experiment was conducted in which the subjects, previously differentiated in two groups, one emotionally stable and the other emotionally unstable, were submitted to an

experimental condition highly dissonant with the self-concept (solving seven items of an intelligence test in which five of them were insoluble).

As introductory task of the same nature of the

experimental one was performed although with soluble items of medium difficulty.

The number of correct solutions expected and

estimated were measured before and after each task, respectively. After the experimental task each subject was asked to choose a reason that concurred for the estimated resulto from an

attributional listing.

The results indicated no significative difference between the averages of estimated results of the two groups after the experimental task. Although the attributions of causality were significantly different. the emotionally stable one leaning toward internality while the emotionally unstable group tented towards externalization.

However. a rathe." significativa difference between the averages of the expected results were identified before the

(9)

These results were interpreted as indication of an intensive and precocious dissonant experience among the

unstable group subjects at the leveI of expectancy of resuIts. The reduction of dissonance occured predominantly as an

underestimation of the number of correct answers expected in the two tasks proposed.

The.most comprehensive conclusion from this study put in evidence the great importance of the personal meanings over the perceived stimuli for elicitation of responses.

New studies were suggested for a better understanding of this matter.

(10)

Agradecimentos ...••..••...••••... iv

Re 5 umo •.•••••..•••••••••••••

Summa ry . . . .

vi viii

1. INTRODUÇÃO . . . • . . . . • . . . . • . • . . . • . . . 01

1.1. Inspiração Clínico-Teorica ..•.•.•...•.•..•.... 01 1.2. O Problema Anterior... 11 1.3. O Problema Atual... 16

2. ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE: O PRINCIpIO GERAL

DACON-SISTENCIA . . . 19

2.1. Introdução... . . . 19

2.2. Fritz Heider - O Iniciador da Teoria da Atribui

ção de Causalidade .•...•..•.•...•... : 21 2.3. Panorama Atual... ...•... 27 2.4. Alguns Temas Atuais, de Relevância para a

Atri-buição de Causalidade . . . 37 2.4.1. Temas relativos ao locus de controle per

cebido,

à

característica defensiva das

a

tribuições ("self-serving") e

à

estrutu-= ra da personalidade .•.•..•...•.... 37 2.4.2. Atribuições de causalidade sob a ótica

das condições de perspectiva ..•...•.... 46 2.4.3. "Busca de controle", "mundo justo" e teo

rias cong~neres ...•..•...•...• : 53

3. DISSONÂNCIA COGNITIVA: UM CAMINHO ~~IS ESPECIFICO

PARA A CONSISTENCIA ...••...••..••.•... 60

3. 1. Ante ce den t e 5 • • • • • • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • . • • • • • • • • 6 O

3.2. Resumo da Teoria (1957) . . . 62

(11)

3.5. Situação Atual... 80

4. AUTO-CONSISTtNCIA, ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE E DISSQ NÂNCIA COGNITIVA . . . • . . . • • • . . . • . . . . • . . . • . . . . • . . . 90

4.1. Consistência... 90

4.2. Auto-Consistincia . ....•.•...•.••..•..•..••••.• 97

4.3. Atribui~ão de Causalidade, Dissonância e Auto-Cons is tencia . . . 101

5. A LIGAÇÃO ENTRE A ATRIBUIÇÃO DE CAUSALIDADE E A DIS-SONÂNCIA COGNITIVA: UM EXPERIMENTO ...••..•.•••••.. 113

5.1. Introdução . . . 113

5.2. O Problema Proposto .••••..•...•.•...•.• 116

5.3. Hip6tese Geral •..•..•..••...•...•...•.•••... 118

5.4. Hip6teses Operacionais ...••..•... 118

s. s.

Mé to do . . • • . . . • . . . • . . • . • • • • . • . . . • • . . . . • . . . . 119

5.6. Procedimento . . . e,e • • • • • • • • • • ~... 121

5.7. Resultados . . . 126

5.8. Discussão . . . 129

6. ALGUMAS CONCLUSOES E OBSERVAÇOES FINAIS .•.••••••.•. 134 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS •...•••...•.•.•... 146

TABELAS

. . .

.

.

.

. . .

. .

. . .

.

.

.

. .

. . .

.

.

.

.

. . .

.

. .

.

. .

Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3

• • • • • • • _ _ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • a _ • • • • •

· . . .

.

. . .

. .

. .

.

. . .

.

.

.

.

. .

.

. .

.

.

.

.

.

. .

· . . .

. . .

. . .

. .

.

.

.

.

. . .

.

.

.

. . .

xi

(12)

Tabela 5 .Tabe1a 6

. . .

. . . .

. . .

.

. .

.

. .

. .

.

.

. .

. .

.

.

. . .

.

. . .

.

. .

.

.

. . .

.

.

.

.

.

. .

.

.

.

. .

. . .

. .

.

. .

.

. . .

.

.

.

. . . .

.

ANEXO 1

ANEXO 2

. .

.

. . .

.

. . .

. .

. . .

.

. .

.

. . .

.

. . .

. .

.

. .

.

. . . .

.

. . .

. .

.

. .

. . . .

.

.

.

. .

.

.

.

. . .

xii

128 128

162 164

(13)

1;1 - Inspiração Clínico-Teórica

Quando se trabalha com psicologia clínica, isto e,

-com a prestação de serviços psicológicos às pessoas que deman-dam ajuda especializada visando

à

resolução de seus problemas existenciais, dificuldades psicológicas e sintomas diversos d~ correntes destes problemas, os profissionais desta área, espe-cialmente os psicoterapeutas, se deparam com duas fontes típi-cas de problemas, conforme trazidos por estas pessoas: (a) uma dificuldade em perceber acuradamente os recursos ambientais di~

poníveis e que, se acionados devidamente, as levariam a formas satisfatórias de adaptação ambiental; e (b) uma dificuldade em diferenciar o próprio envolvimento na situação problemática. Poder-se-ia dizer que, existem, nos dois casos, desequilíbrios na integração ao mundo e do mundo, do ser-no-mundo, no ser-com -os-outros, no ser-consigo.

Isto está de acordo com o conhecimento atual sobre a emergência e evolução da personalidade, entendida como a resul tante das condições evolutivas neurofisiológicas (p.ex.Eccles, 1973; Robinson, 1973; Penfield, 1975), de um lado, e do proce~

so de socialização, do outro.

Esta dupla origem da personalidade (intrínseca e ex-trínseca) reflete-se na origem percebida, pela pessoa, de suas dificuldades existenciais, e trazidas ao psicoterapeuta.

Um exemplo clínico talvez possa ser mais esclarece -dor e enfático, por si mesmo:

Uma mulher (casada, trinta e três anos, três filhos) emuma en-trevista inicial - com vista a uma psicoterapia queixa-se que está sentindo dificuldades atuais intensas, sobretudo com a família, dificuldades estas referentes a tnn distanciamento

que sente em relação ao marido e filhos.

(14)

concordou em se casar com ele para poder sair de casa. Culpa-biliza-se por ter rejeitado a sua filha mais velha, a partir do momento em que soube que estava grávida e durante toda a gravidez. Também se culpabiliza frente ao marido por ter boa situação sócio-econômica e ser bem tratada por ele, e mesmo as sim, não amá-lo.

Vê a sua mãe como origem dos seus I ':'v.J....;mas uma vez que sempre a tolheu, vigiou e controlou, não confiando nela e chegando ao extrenn de fazer comentarios "maliciosos" (sic) a seu respeito com familiares. Em sua opinião foi devido ao gênio violento da mãe que os seus pais se separaram, quando tinha onze anos. Somente depois de casada é que pôde rever. o pai, uma vez que ~ tes disso era proibida de fazê-lo pela mãe.

Segundo ela, para finalizar, a sua mãe é alcoólatra.

Confessa-se fechada para o marido e filhos, tendento a isolar-se do que isolar-se passa em casa, com os isolar-seus familiares. Sente-se infeliz.

Nest~ caso fica evidente a dificultade desta pessoa

de usufruir das boas condições de que dispõe, refletida no dis tanciamento que sente em relação a tudo isto, bem como na difi culdade de gostar dos seus familiares, tal como são. Ela tam-bem fecha-se para si mesma, abafa-se.

A causa, percebida por ela, de seus problemas e es-sencialmente externa (sua mãe). Parece ter escassa consciên-cia da maneira como o seu próprio modo de ser-no-mundo contri-bui para a manutenção de suas dificuldades.

Com relação a estas dificuldades existenciais é com-preensível que, havendo uma fragilidade conéernente ã estrutu-ração psicológica de uma dada pessoa, então ela experimente d! ficuldades tanto na integração de suas vivências ao núcleo de sua personalidade (o seu eu) como na sua inserção vivencial / comportamental ao seu mundo.

Ao se examinar o ponto fundamental concernente a es-ta estruturação, isto é, a fragilidade ou solidez da mesma, a-tinge-se uma nova frente de problemas, de demandas, de interr~

(15)

truturação? Que eventos e circunstâncias podem distorcer e/ou comprometer esta estruturação e seu desenvolvimento?

Para o atendimento a estas questões duas fontes de conhecimento devem ser mencionadas e dis~C',,'tidas: (a) a refe -rente a emerg~ncia do substrato psíquico (dados da neurofislo-logia) e (b) a referente ao processo de socialização (dados da psicologia da personalidade e do desenvolvimento).

Com re lação ao primei ro ponto, o como se dá a.e cIos ão do psiquismo (ou consci~ncia de ser) Eccles (1973:.220) i de opinião que isto se deriva basicamente da evolução cerebral,no homem, a qual propiciou o desenvolvimento da linguagem. Por sua vez, a exp~nsão das condições comunicacionais gerou o que este autor denomina de usos criativos da linguagem, ou uma lin guagem significante:

"Desta forma, avançando lentamente a comunicação linguística -com uma apreciação e sutileza crescentes - o homem pode tOTI1ar -se um ser auto-consciente, conhecedor de sua própria identida de" •

" e assim começou esta transmutação, de criaturas que t~m conhecirrento, para criaturas que sabem que sabem, a qual é ti cs

s~ncia da auto-consciência".

Eccles (1973: 214), seguindo a Sperry (1970),relaci~

na esta capacidade linguística

à

predominância cerebral de um hemisfério sobre o outro, normalmente o esquerdo sobre o direi to, uma vez que o hemisfério cerebral dominante dispõe de uma região, no lobo temporal superior, que é programável após ona~

cimento (a área verbal-ideacional). Além disto, se a ligação entre os hemisférios cerebrais é interrompida, cirurgicamente, as percepções referentes ao hemisfério menor não se tornam cons cientes:

"O eu consciente é visto em ligação somente com as áreas lin-guísticas e ideacionais do hemisfério dominante".

(16)

auto-consciência, de Eccles) depende do que ele denomina de "meca-nismo cerebral superior" e que segundo este autor está

loca1i-zado.no tronco cerebral, e nao no córtex:

"Há mecanismos que 'despertam' ou 'apagam' a mente, mas se ela for atingida ou bloqueada, o que resta é um 'autômato humano', assombroso, mas autômato".

E prossegue:

"O autômato

ê

incapaz de emocionar-se ante a beleza de um cre-púsculo, ou de experienciar alegria, amor, felicidade, compai-xão. Estes sentimentos, como todos os conhecimentos, são fun-ções da mente".

Penfield (1975: 83 e 99) reitera que, apesar de amen te depender do mecanismo cerebral superior (que a "liga" ou "desliga") ela ê algo que transcende a organização neural sup~ rior:

"Com certeza a mente entra em ação e deixa de funcionar atra-vés do rrecanismo cerebral superior: mas a mente tem energia. E a forma desta energia é diferente da referente aos poten-ciais neurais que percorrem o caminho dos axônios".

" ••• pessoalmente ... encontro, de forma cada vez mais lógica, que a mente seja uma essência distinta e precisa".

Penfie1d (1975: 127) assim sintetiza a evolução humana e o sur gimento da consciência:

"Os biofísicos fariam bem em considerar que, depois que surgiu a vida, na longa história da criação, a auto-consciência se ma nifestou junto com o aparecimento do nosso complexo cérebro. Ã5

sim, pois, já muito avançado o processo de evolução bio1ógica~

Se fez presente um novo e diferente fenômeno: a consciência, deternünando o aparecimento de um novo mundo criado pela mente do homem, e no qual ficariam incluidos o entendimento, o racio cínio e, eventualmente, uma impetuosa evolução social".

(17)

pen-sarnento de Nuttin (1969) sobre o assunto, tendo em vista a pe! tinência e originalidade de suas colocações.

Nuttin (1969) enfatiza que a personalidade só pode e xistir, funcionalmente, em uma rede ativa de interações e po-tenciais com o mundo, o qual também só existe, psicologicamen-te, graças a esta potencialidade psíquica (personalidade como uma estrutura bi-polar relacional eu-mundo). A personalidade é vista por este autor como a resultante de uma abertura psic~

fisiológica para o mundo. Na inexistência desta interação o que se tem é um funcionamento biológico, do organismo, mas nao psicológico.

Nuttin (1969: 186) considera que os objetos contidos no mundo desencadeiam as percepções da pessoa, ao mesmo tempo que estas percepções estabelecem os objetos como tais, isto é, dão-lhes sentido. Então, o que se tem não é uma personalidade diante do mundo, mas uma estrutura bi-polar na qual a persona-lidade e o seu mundo coexistem como resultantes e potencia1id~

des ativas de interação:

"De fato, este nnmdo constitui o conteúdo da personalidade, e o conteúdo da atividade psíquica - por sua vez - constitui um elemento essencial desta atividade. E por esta razão que con-vém dizer que a personalidade não está simplesmente situada em um mundo e aberta para ele, mas que este nnmdo entra como ele-mento integrante da própria personalidade".

Mas, em termos de percepção, este mundo é visto como

parte", como algo que se distingue de nós, percebedores, a.!. go que, como objeto, se opõe a nossa personalidade, fenomeno1~

gicamente. Na verdade nós percebemos o mundo como algo separ~

do, sem noS darmos conta do quanto o nosso psiquismo é entra -nhado por ele: a nossa própria ampliação da consciência de ser,

(18)

ciência (V. Eccles, 1973: é o correspondente neurofisiológico do "Mundo 11", de Popper, 1972. V. também: Magee, 1973).

Esta "distância" entre o eu que percebe o mundo e o mundo (como objeto da percepção) é cruc' :.~ para que possamos nos situar diante deste mundo, explorá-lo, utilizá-lo, enfim entrár em comunicação com ele. Permite, também, que nós poss~

mos nos perceber percebendo o mundo, e isto é algo fundamental, em termos de auto-consciência. Permite ao ser humano percebe~

-se como um objeto de sua própria percepção: o homem, como ob jeto também se insere no mundo a ser percebido.

Segundo Nuttin (1969) este é fenômeno básico que pe~ mi te ao homem acumular uma grande riqueza experiencial e de co!!,

teúdos cogni ti vos, via sua comunicação com o mundo e cons igo. Mas também encerra a possibilidade de conflitos perceptuais,que

se transformam em conflitos ~ntra-psíquicos, uma vez que, ao ':'girar" a sua percepção, através dos diferentes ângulos viven-ciais (o mundo, eu-mesmo, eu-diante-do-mundo, etc.) pode acon-tecer que estas percepções diferentes contenham elementos per-ceptuais contraditórios. Um exemplo deste conflito possível seria o que ocorre quando são percebidos, diferencial e disso-nantemente, o si-mesmo tal como se projeta intimamente (auto-! magem, auto-conceito) e socialmente (valoração externa).

Esta descrição da personalidade como uma estrutura bi-polar relacional eu-mundo é significativa por conter a pos-sibilidade de compreensão de alguns pontos importantes, a res-peito do psiquismo humano. Em primeiro lugar, hi o aspecto do equilíbrio, conforme percebido, entre os dois polos desta es-trutura. Ele pode ser satisfatório, perceptualmente, ou nao. Neste último caso, a pessoa pode perceber o que corresponderia a um desequilíbrio em qualquer um dos polos: o mundo pode es-tar sendo percebido como "invadindo" o eu, ameaçando-o, torna!!. do-o impotente e paralizac~, ou o eu pode ser percebido como "desintegrando-sel l

, "ampliando-se". O mundo pode ser

(19)

assim como o eu pode receber muitos qualitativos -corresponden teso Muitas outras qualidades perceptuais podem surgir aos o-lhos de um dado percebedor. Há, também, o fato crucial de que a percepção do mundo encerra algo sumamente importante: a

exis-tência de outros seres que povoam este mundo e que percebemos como iguais a nós (percebedores auto-conscientes): as outras pessoas. Mais ainda: que só podemos ter satisfeitas as nos-sas demandas psicológicas na presença e por intermédio destes outros seres que sabem que existem e que sabem que nós também sabemos disto. Por isto é tão agudo o impacto das presenças re c!pr6cas das pessoas. E isto é ainda mais fundamental se se tiver em mente o processo de socialização humano, noqua1 um p~ queno e desamparado ser (o recém-nascido) é alimentado, prote-gido e cuidado por outros seres iguais a si, em humanidade, e que somente nesta condição de proteção pode sobreviver e tor-nar-se consciente de que existe. E se torna consciente de si e de sua existência em íntimo contato corporal eafetivo com es te outro ser humano, normalmente a sua mãe ou sua

(V. a teo~ia da~ ~elaçõe~ objetai~, de Spitz, 1954;

attachment, de Bowlby, 1958). Tudo isto faz parte

substituta e de inde1eve1-mente desta estruturação re1acional eu-mundo e que precisa ser mantida equilibrada para se tornar satisfatória, confortável, estimulante. Caso contrário a vivência será de desequilíbrio, tensão e ameaça.

Outro ponto fundamental é o relativo às possibilida-des de atenuação ou resolução (se possível), dos desequilí-brios percebidos nesta interação entre os dois polos componen-tes da personalidade, ou de como são desencadeados mecanismos de proteção/reequilibração experienciais. Stagner (1961) cha-ma a atenção para o fato de o ser hucha-mano tolerar cha-mal as ambi-guidades perceptuais (sobretudo as relativas ao si-mesmo) as quais surgem como ameaçantes, e haver, sempre,uma tendência p~ ra a restauração do equilíbrio e constincia perceptuais/viven-ciais (p. 108-111).

(20)

de conter elementos que facilitam a tarefa de sintetizar os tô picos até aqui apresentados, bem como de oferecer caminhos

pa-ra o encontro de soluções papa-ra as questões propostas. A des-crição apresentada a seguir baseia-se em uma síntese das duas versoes apresentadas por Rogers, a de 19~~ e a de 1959.

o

que se apresenta ante os nossos olhos como matéria viva tem um caráter nitidamente organizado. Há uma evolução dos organismos, a partir de suas configurações iniciais, segu~

do as possibilidades genéticas inerentes aos mesmos, e na dir~ ção da atualização destas possibilidades. E o que Rogers(195l, 1959) denomina de tendência à atualização. Vista de outra for ma, a tendência i atualização estaria concretizada, por exem pIo, na progre3são ou escala evolutiva dos próprios orga -nismos.

No caso específico do homem, a evolução de que é po~ tador reflete-se, fundamentaimente, na grande complexidade do seu sistema nervoso.

Da mesma forma que a vida é um fenômeno que ocorre em um dado momento, a partir da complexidade da matéria, a cons-ciência de ser ocorre, evolutivamente, em relação ao organismo. O homem dispõe desta condição e, por isto, destaca-se, de ma-neira inequívoca entre todos os outros organismos vivos (Morin, 1973). Voltando à teoria de Rogers: este autor destaca que a condição fundamental de atualização se expressa por um sistema motivacional global, isto é, aquilo que o organismo humano te~ de a realizar, buscar, e que é essencial para a sua sobrevivê~

(21)

é que há a instalação de um comportamento e valorização selet! vos, coerentes com estas condições básicas. Mas o homem ~, e! sencialmente, consciência de ser, e quando isto ocorre (já nos primeiros meses de vida) então um novo nível organizacional se

impõe, hierarquicamente superior ao primeiro.

A própria consciência de ser já é, em si mesma, uma variável fundamental, uma vez que altera o equilíbrio estrutu-ral anterior, até então em um nível puramente organísmico. Ela inaugura um novo epicentro organizacional, uma vez que, quando surge, tende (como uma consequência da tendência à"atualização) a se expandir, e a se estruturar, por sua vez. Ela é a origem e condição básica da emergência do eu, o centro da personalid~

de (auto-identidade, auto-imagem, auto-conceito, auto-estima), o novo núcleo estruturante básico do psiquismo. Com relação ao ao eu também vão surgir tanto um sistema motivacional básico (aquilo que preserva e/ou amplia esta estrutura) e valorativo (aquilo que se coerente com

a

condição anterior é valorizadop~

sitivamente; o contrário negativamente).

Todavia, em relação ao eu, merce de sua complexidade e origem, as coisas não ocorrem de maneira tão simples, como em um nível puramente organísmico. Não basta uma coerência com aquilo que é característico de si mesmo (auto-identidade, aut~ -imagem); ê necessária, também, uma coerência com o valor ou conceito atribuido a estas características nucleares (auto-co~

ceito, auto-estima).

Sendo o homem um ser eminentemente relacional (estar vivo é estar permanentemente com o meio, sobretudo social) é

(22)

que Rogers denomina de pessoas-critério (pais, familiares, pr~ fessores, companheiros, etc.). São estas pessoas-critério que providenciam, preferencialmente, os retornos valorativos aoco~

portamento emitido por alguém, sendo isto crucial na infância.

Nascemos desamparados e necessitamos dos outros (so-bretudo os pais) para a nossa sobrevivência e evolução. Apre~

demos com eles, nos socializamos através deles. Compomos gra~ de parte do nosso auto-conceito e da nossa auto-estima através deles. Desta forma, o equilíbrio e consistência internos, re-feridos às condições estruturais básicas, são constantementecog frontados com o fluxo valorativo originado no ambiente onde se vive (especialmente o familiar). E nem sempre este retorno é coerente com esta organização interna e nem com o esperado por nós. A confrontação e a inconsistência sao comuns e conduzem o homem a emitir novos comportamentos e/ou crenças, atitudes, que possam restabelecer a coerência estrutural/existencial.

Quando se experimenta graus intensos de inconsistên-cia interna, ou ainda na inserção ao mundo, então o desconfor-to psicológico surge e se instala, e com ele as formas defensi vas, preservativas dos níveis fundamentais de estruturação psl c01ógica, bem como os comportamentos desviantes, os sintomas, quer sejam puramente psicológicos, quer psicossomáticos. Rogers (1951, 1959) denomina a existência da inconsistência interna de estado de incongruência. Segundo este autor (1951) quanto mais conflitos existirem entre a auto-imagem e o auto-conceito, de um lado, e a experiência interna e retornos ambientais valora-tivos, de outro, maior o grau de incongruência. Quanto maior o grau de incongruência maior será a vivência de um estado

(23)

inter-na, mesmo as custas de um visível empobrecimento existencial, via distorções perceptuais. Em outras palavras: a percepção passa a estar a serviço da manutenção deste nível básico de so brevivência, a manutenção do mínimo de consistência interna to lerável. O que é contraditório com esta estrutura básica tem de ser evitado, não-percebido, não-integrado. Mas, é claro, nao vai deixar de existir. Então o que se observa

é

que esta "não-existência" passa a ser um artifício realizado graças

-

a distorção perceptual.

E

evidente que, quanto maior for estain compatibilidade interna, mais acentuados serão os "ajustes" ou reequilibrações necessárias para estabilizar o ser-no-mundo e o ser-consigo. O contrário seria muito ameaçante e intolerá-vel. E é justamente isto que se observa: quanto mais distor-cidas forem as crenças e ajustes ao mundo, tal como percebido, e ao ser-no-mundo, maior a ameaça e inconsistência internas, r~ fletidas, justamente, neste "ajuste" distorcido.

Estes são problemas apaixonantes e desafiadores para o psicólogo clínico, especialmente o psicoterapeuta, isto é, ~ quele que por vocação e escolha decide trabalhar com aspessoas que se sentem impotentes para levar avante esta auto-proteção, ou a vêem falhar, ou sentem desejos de mudança.

1.2 - O Problema Anterior

Em uma primeira etapa (Niffinegger, 1980) dedicou-se atenção a um problema específico, isto , é, a associação entre ~ crenças e "teorias" referentes ã percepção do mundo, do ser-no -mundo e do ser-consigo, conforme observadas comumente na clí-nica psicológica e condições internas estruturadoras de uma

. f 'l'd d 1 ( b'lod d -t- h'lO

m~.1.or ou menor ragl 1 a e estrutura esta 1 1 a e l n s

(24)

vos:

Este interesse decorreu, basicamente, de três moti .. (a) a evidência clínica, repetidamente verificada pelo autor', da exi s tência de crenças e "teorias" exp lica ti vas acer-ca dos problemas existenciais das pessoas que demandavam ajuda psicoterãpica - os chamados "constructos pessoais"(Kelly, 1966). Verificou-se (Rogers, 1961) que, além daexistência inicial des tes constructos, existia uma evolução dos mesmos ao longo do processo psicoterâpico, havendo, mesmo, um ponto emque eles se di1uiam (6a. fase do processo, Rogers, 1961), a partir do qual a pessoa se sentia livre de marcos referenciais preconcebidos.

n

evidente que, se evoluiam e chegavam, mesmo a diluir-se, é porque eram marcos perceptuais, realidades poderosas, mas feno mênicas - portanto passíveis de mudança. Por outro lado, qua~ do se fala da possibilidade de mudança destes constructos pes-soais - na verdade um conjunto ordenado e aparentemente consi~

tente de referências causais explicativas relativas ao mundo e o si-mesmo, tal como percebidos, fala-se, tambem, em possibili dade de mudanças e reajustes internos/estruturais, mediadores de formas específicas de auto-percepção e da percepção do mun-do circundante.

Por conseguinte, a referência a fatores internos es-truturais, isto é, condições básicas de estruturação de perso-nalidade, impôs-se como um requisito fundamental, associado, para o exame da origem, evolução e função destas crenças e teo rias.

(25)

uma sólida confiabilidade quanto à sua comprovaçao empírica. Alem disso, havia gerado um extenso acervo de estudos e pesqu! sas que, sob diferentes ãngulos, abordavam aspectos fundamen tais do que se observava clinicamente (a existência destascre~

ças e teorias explicativas sobre as cau~-_ dos problemas vivi-dos pelas pessoas). Um exemplo disto seria: as consequências emocionais/comportamentais de atribuições de causalidade rígi-das e/ou desequilibrarígi-das, isto e, não-compatíveis com um dado acontecimento: considerar, sempre, como inabilidade e incapa-cidade pessoais as dificuldades encontradas frente à tarefas e xecutadas.

Assim, a teoria da atribuição de causalidade ofere-cia um meio confiável de se lidar operacionalmente com oque se observava na clínica. Desta forma havia um caminho em aberto para se trabalhar de forma adequada e objetiva os aspectos sUE

j etivos referidos, tal como s.urgiam no decorrer de um processo psicoterápico.

(c) Por outro lado, notava-se um grande acervo de estudos epe~

quisas relativos a aspectos comportamentais disfuncionais, os mais variáveis, e atribuição de causalidade, mas uma relativa escassez de estudos referentes às associações de distúrbios a-tribuicionais e fatores estruturais de personalidade. Mes~o

a conhecida contribuição de Rotter (1966) distinguindo as con-dições estruturais de "interna1idade" e "externalidade", con-forme o locus de controle percebido, não era conclusiva, uma vez que se referia mais a um efeito (a internalidade e extern~

lidade como dados estruturais posteriores) do que a uma dimen-são estrutural, básica (e que gerasse estes efeitos). Assim, a dimensão apontada por Rotter (1966) é bastante relevante mas parece instalar-se posteriormente, em algum momento do desen-volvimento psicológico de urna dada pessoa. Alguns autores

(26)

Desta forma, um estudo no qual se pudessem relacio-nar características atribuicionais e aspectos estruturais s6l! dos poderia contribuir para um progresso na compreensão desta associação.

o

Estudo projetado e executado porNiffinegger (1980) procurou atingir estes objetivos, isto ê, associar experimen-talmente dimensões estruturais de personalidade e direções a-tribuicionais, com uma inspiração clínica sempre presente.

Breve descrição do experimento: 121 sujeitos (108-homens, 13-mulheres, nível secundário de escolaridade) os quais foram sub metidos ao 16 PF de Cattell

&

Eber (1954), escala

f

(estabili-dade/instabilidade emocional). Os resultados indicaram: 48 sujeitos na ZM, 51 com estabilidade emocional e 22 instáveis. Foram, então, escolhidos aleatoriamente 22 estáveis (do total de 51) para, com os 22 instáveis, comporem o grupo experimental. Os resultados dos outros sujeitos, embora todos tivessem sido

submetidos às tarefas experimentais, não foram considerados. T~ dos os sujeitos foram submetidos, simultaneamente (aplicação c~

letiva) a duas condições experimentais - estímulos ameaçantes ao eu - "fortes" e "fracos", através de 4 figuras-estímulo, cog tendo duas situações ameaçantes "fortes" e duas "fracas", to-das retirato-das do Teste de Frustração, de Rosenzweig (1944), es pecialmente modificadas para o experimento, e projetadas em

~lide4. Estas situações-estímulo continham uma cena em que um

dos personagens envolvidos deveria responder ao outro, em uma questão envolvendo um conteúdo ansiogênico, frustrante. Os su

jeitos responderam a esta demanda de acordo com duas alternati vas de resposta, oferecidas como falas do personagem que

deve-ri~ responder ao outro, na cena. Cada uma destas alternativas implicava em uma direção atribuicional, ou externa ouinterna. Os sujeitos deveriam indicar, qual, dentre as duas alternati-vas oferecidas, lhes parecia a mais provável de ser respondida pelo personagem envolvido. Mediu-se, também, em uma escala a-propriada, a intensidade de convicção de que a alternativa de

(27)

As hipóteses testadas foram:

Ca) os escores dos instáveis quanto à atribuição ex-terna serão significa tivamente maiores que os dos estáveis e estes maiores em atribuição interna; Cb) as diferenças apontadas em (a) serao mais acen

-tuadas nas situações-estímulo "forte"; e

de intensidade

(c) as médias dos graus de intensidade de convicção dos estáveis, quanto às atribuições efetuadas, serão significativamente maiores que as dos ins-táveis.

Os resultados indicaram que a hipótese! recebeu fo~ te apoio (p < 0,001), mas somente na condição estímulos "fra-cos" . Na outra condição não houve di fe rença s igni fica ti va en-tre os dois grupos. Quanto

i

2a. variável dependente, isto é, in tens idade de convicção quanto à respos ta efetuada, os resul ta dos foram bem mais complexos. Na situação estímulos "fortes" e resposta atribuicional de externalidade as intensidades de convicção entre estáveis e instáveis foram significativamente diferentes (p < 0,05), sendo maiores para os estáveis. Na

si-tuação estímulos "fracos" não se registrou qualquer diferença significativa entre os dois grupos. Por outro lado, examinan-do-se os quadros de distribuição de frequência de respostas a-tribuicionais às situações-estímulo verificou-se que os está-veis mantiveram o mesmo padrão atribuicional (preferência pela internalidade) enquanto os instáveis é que modificaram o seu padrão: externalidade para os estímulos "fracos" e internali-dade para os "fortes".

As conclusões foram: Ca) que a diferença atribuicional apont~

(28)

truturados, isto e, "fortes" e "fracos", respectivamente. As-

-sim, na situação "fraca", menos estruturada, mais ambígua, as diferenças apontadas afloraram signi fica ti vamen te. Ve rificou-se, ainda, que, embora na condição es tí.l!!ulos "forte s" tenha h.§!. vido um decr6scimo de externalidade, p~~a os instiveis, isto se verificou diminuindo, significativamente, a convicção

quan-to ao decr6scimo da externalidade, o que poderia ser consider.§!. do como um efeito defensivo: responder às questões estrutura-das de acordo com o esperado (internalidade) mas diminuindo a convicção pessoal, quanto à externalidade. Os resultados al-cançados foram considerados promissores o suficiente para ins-pirarem novas pesquisas sobre o tema, como a seguir éproposto.

1.3 - O Problema Atual

(29)

1957) e a psicologia do self (especialmente Rogers, 1951,1961). (V. Greenwa1d

&

Ronis, 1978).

Por outro lado, a busca de ordenamento causal ambien tal e pessoal, conforme percebido por alguém, pode ser legiti-mamente vinculada i busca de congru~ncia ou evitação da disso-nância. E mesmo uma das formas propostas por Festinger (1957) para a redução da dissonância, a adição de novos elementos co,& nitivos - um novo "arranjo" cognitivo/perceptual o qual busca reequilibrar a situação dissonante tal como percebida por al-guém (a qual serve de elemento motivador do comportamento: a busca de alívio para a situação dissonante, ou mudança

compor-tamental adequada).

Desta forma, e este é o ponto de vista aqui defendi-do, a teoria da atribuição de causalidade (Heider, 1944, 1946, 1958 e seguidores) pode ser colocada em associação, sob este prisma, com a teoria da dissonância cognitiva (Festinger, 1957), buscando ambas as teorias o mesmo objetivo, isto é, a compree~

são das formas pelas quais novas percepções, atitudes e compo! tamentos surgem para dar sentido ou equilibrar uma si tuação di~

sonante. Rodrigues (1969) expõe ponto de vista semelhante ao englobar, em sua monografia sobre consist~ncia cogni tiva e co~ portamento social, as teorias de Heider e Festinger, entre

ou-tras.

No caso da teoria da atribuição de causalidade trat~

-se de buscar um ordenamento geral do mundo onde se percebe e~

tar vivendo, e, da teoria da dissonância cognitiva, de solu-ções específicas para problemas específicos. Todavia, cada vez mais, t~m surgido estudos e pesquisas evidenciando o uso da a-tribuição de causalidade visando a reequilibrações específicas frente a demandas também específicas. Tanto isto é plausível que a atribuição de causalidade pode ser reconhecida, como jã foi mencionado, como uma das formas de redução da dissonância

(30)

Este caminho, aqui proposto, além de lógico surge co-mo promissor, no sentido de un~r, em um todo coerente, visões complementares e básicas referentes ao ponto crucial da perceE ção de si e do mundo, isto ê, a busca e/ou preservação da coe-rência ou consistência interna/externa, ou busca de equilíbrio, percebido, entre os dois polos, eu e mundo, componentes da nos sa estrutura de personalidade (Nuttin, 1969).

(31)

2.1 - Introdução

O homem tem necessidade de viver em um universo orde nado, no qual sinta que existe uma coerência, uma previsibili-dade relativa aos acontecimentos e situações. Talvez isto re-flita a sua própria condição organizante interna tanto biológ! ca (especialmente neurológica) quanto psicológica: o seu psi-quismo funciona organizada e organizantemente. As estrutura -ções corporal e mental precisam ser preservadas e protegidas para que funcionem adequadamente e possam, por sua vez, se a-tualizar no contexto transacional com o ambiente. Por isto não é de se estranhar que o homem seja visto, naturalmente, como um observador, que formula hipóteses, que fica atento a possíveis causas acerca do que presencia e vivencia. Algumas teorias s~

bre o comportamento humano baseiam-se, exatamente, neste ponto de vista (Kelly, 1965 - "teoria dos constructos pessoais"; Kel ley, 1967).

A este respeito, no entando, dois pontos surgem como relevantes:

a) a quais aspectos dos eventos que presencia/vi vencia o homem atende? E evidente qu~ ele não responde a quaisquer estím~

los, uma vez que alguns surgem como relevantes e outros não.

Hi

uma seletividade perceptual e, em consequência, de res -postas. Um conceito-chave, neste sentido, refere-se ao fa-to de que estímulos e situações diferentes são percebidos c~ mo tendo significados diferenciados - tanto no que se refe-re a pessoas diversas como a situações diferefe-rentes em perío-dos de vida diversificaperío-dos, para uma mesma pessoa.

(32)

nismos-chave deste ordenamento?

Estes dois pontos (a e ~) podem ser sintetizados e vistos de uma outra maneira: o que e real para o homem e, po~ tanto, tem significado para ele? Como -~ . ..:.á a "composição" ou ordenamento desta realidade? Não basta se adotar, para esta questão, uma posição cômoda, relegando uma tal discussão para os filósofos. Ela está no âmago da atividade científica (Bric! man, 1978). A pesquisa, assim, sofre uma grande influênciade~

te tipo de interrogação, uma vez que pretende lidar com a rea-lidade, compreendê-la, e, se possível, extrair dos resultados obtidos conclusões válidas e úteis que possam ser traduzidas ,em termos de previsões aplicáveis a situações concretas.

Um outro ângulo a ser considerado, associado, é que o ordenamento significante, referido, e caracteristlcamente h~ mano, não está isento de erros e distorções perceptuais/organi

zacionais, tanto no que se reiere ao homem comum como ate nas formulações científicas, as quais, por isto, devem sofrer um processo contínuo de validação e exame crítico.

o

que se conhece, hoje, sob o nome de teoria da atri buição de causalidade, embora se refira essencialmente à psic~

logia social, uI trapassa as fronteiras da mesma e espalha a sua influência em todos os ramos da ciência do comportamento huma-no. E é ela, por suas características, fundamentos, marco te6 rico e, especialmente, a sua excepcional condição heurística, que tem provocado uma série impressionante de estudos e pesqui sas sobre os mais diversos tópicos atribuicionais. A teoria da atribuição de causalidade, defende-se aqui este ponto devista, ê um dos corpos de conhecimento que responde muito satisfato-riamente às demandas e interrogações inicialmente aqui formul~

das. Esta resposta satisfatória está, em grande medida, vinc~

lada ao aspecto global - humano - de busca de coerência ou con sistência e que é admiravelmente captado por esta teoria.

(33)

a-cordo com os objetivos globais deste estudo.

2.2 - Fritz Heider - O Iniciador da Teoria da Atribuição de Causalidade

Falar sobre teoria da atribuição é falar sobre Heider. Foi ele quem através de suas contribuições pioneiras e extrema mente heurísticas (1944, 1946, 1958) delineou este novo campo de estudo, em psicologia social, e traçou as principais linhas de discussão e pesquisa futura, do mesmo.

Fundamentalmente, Heider (1958: 17) estava interess~

do no que ele denominou de "p~icologia do senso comum", isto é, como o homem comum, na vida diária, concebe idéias a respe! to de outras pessoas, de situações sociais e de si mesmo:

"Assim .•. pode-se falar em uma 'psicologia ingênua' a qual nos dá os princípios empregados para construir nossa imagem no am-biente social, e que orienta nossas reações a este".

A razao deste interesse é óbvia: é através destacon cepção, diária, que o homem comum tem uma Vlsao ordenada do mundo onde vive, dos estímulos que o compõem, e de si mesmo, c~ mo integrante deste mundo. Sem esta visão não haveria uma ~

visibilidade, isto é, a percepção de um ordenamento causal que lhe permitisse - com certa margem de segurança - conhecer, re-conhecer e prever as sequências de acontecimentos.

Heider (1958: 62) enfatiza que. para o homem comum, a tendência natural é para organizar e dar sentido ao que épe~ cebido:

(34)

Para se obter esta coerência do mundo em que se vive ê necessário que se "filtre" perceptualmente o que é signific~

tivo,. básico (no que ocorre no mundo), e que permita ao obser-vador construir uma sequência inteliglvel dos eventos que

per-cebe e deseja conhecer e, se possível, prever.

Heider (1958: 96-7) introduz o conceito de propried~

des disposicionais, referente ao que é significativo oubásico, nos eventos percebidos:

"O term::> propriedades disposicionais ê aplicado às proprieda-des que 'dispõem' certos objetos e acontecimentos a se manifes tarem de certas maneiras sob certas condições. As proprieda~

des disposicionais são as invariabilidades que permitem um mun do mais ou menos estável, predizível e controlável. Referem-se a estruturas e processos relativamente imutáveis que carac-terizam os fenômenos ou são subjacentes a eles".

Assim, da observação contínua destas invariabilida-des é que, paulatinamente, um. observador vai construindo um 01"

denamento, um conhecimento do que causa o que, segundo o que se percebe.

E

também da observação continuada de sequências de açao que se pode chegar a uma associação entre um dado evento e uma possí-vel causa para o mesmo: é o que Heider (1958: 98) denomina for mação de unidade: se se supõe que duas coisas estão juntas

e-las tendem a formar uma unidade, em termos de pensamentos e ek pectativas.

São, justamente, estas propriedades disposicionais, conforme percebidas, e ligadas a determinados eventos e que se

manifes-tam sob a forma de unidades que tornam possível a junção de um dado evento e o seu atributo causal (a propriedade disposicional inferida). Desta forma, o que é importante, significativo, pois forma uma unidade em termos de pensamento e expectativas, é o significado atribuído a essas associações:

(35)

de outras pessoas, são as invariabilidades do ambiente que sao significativas para ele; dão sentido às suas experiências e tais sentidos são registrados em seu espaço vital e são preci-pitados como a realidade do ambiente à qual depois reage".

Está claro que, para Heider, o homem é umser, por na tureza, dotado de um sistema perceptual que lhe permite obser-var e conhecer as sequências relacionais entre eventos e as in variâncias causais ligadas aos mesmos. Esta capacidade estár~

lacionada a uma inclinação natural para ordenar e tornar inte-ligível o mundo em que se vive, conforme percebido. Esta in-clinação existe porque é virtualmente decisivo, para o homem se perceber situado em um mundo não-caótico, isto é, previsí-vel, o qual é absolutamente necessário para a sua própria so-brevivência. Mas, ao atingir este ordenamento causal, percep-tual, o homem toma esta realidade fenomênica - os significados que atribui às sequências causais, tal como são percebidas por ele - como a "realidade". E é a esta realidade perceptual, i~

ternamente processada que ele" reage: pensamentos, exuectati-vas, crenças.

Nesta atividade cognitiva de ordenar e dar sentido ao que é percebido, via encadeamento causal das propriedades dis-posicionais, podem ocorrer entretanto, distorções e/ou erros perceptuais. As situações e as propriedades disposicionais i~ feridas, podem ser imprecisas, ambíguas. Ou podem ser confli-tivas. Naturalmente há o recurso de integração a um todo, an-terior, não-ambíguo, não-conflitivo. Mas, por vezes, isto nao é possível e distorções perceptuais (causais) podem ser incor-poradas ao todo, modificando-o. Na própria condição de rea-çao aos significados ligados aos eventos, e nao aos eventospr~

priamente ditos, talvez esteja uma grande fonte de erros atri-buicionais.

Heider (1958) introduz dois outros conceitos,mostra~

(36)

a) Ser capaz ("can")

Significa a percepção de que, por suas característi-cas, uma pessoa típica e consistentemente se mostra capaz de lidar com um determinado evento ou executar uma dada tarefa. E isto tem de ser diferenciado de condições ambientais favorá-veis: é a genuína capacidade individual em realizar um dado objetivo.

E

esta percepção de capacidade para que gera, para0 percebedor, a condição de poder fazer, a seu próprio respeito, ou de outrem, uma previsão do comportamento futuro associado a um determinado objetivo: ha uma estabilidade percebida, asso-ciada, entre a capacidade de uma pessoa e uma dada tarefa, ou objetivo, a que ela - consistentemente - mostra-se apta a de-sempenhar ou atingir.

Um outro conceito associado é o de ter permissão pa-ra ("may"). Não basta uma pessoa se perceber capaz de reali -zar algo; ela deve, também, se perceber livre, isto é, semre~

trições sociais ou morais pará realizá-lo. Se isto acontece, isto é, a pessoa se vê apta para algo, mas impedida, restringl da, então a sua percepção de capacidade fica, necessariamente, alterada, se não, comprometida.

Naturalmente, quando a pessoa se ve sem restrições para a execução de algo, e se percebe tendo as condições para tal (capacidade para) ela pode estabelecer a expectativa de que, em situações futuras analogas, ela também dispora desta capacl dade. Isto é a base para o estabelecimento de uma espécie de Eoder pessoal: o de ter condições, ao longo do tempo de dar ~

(37)

de alguém, compõe um quadro do que ele percebe ter, do que di~ põe ante seus olhos) e ao valor que é atribuído a esta imagem

de si, o auto-conceito.

b) Tentar, esforçar-se para (tltrytl)

Este é, evidentemente, um conceito motivacional. Im plica em se reconhecer que direção alguém imprime a seu compo! tamento. Não basta que alguém se perceba capaz de realizar aI go. Deve, também, se perceber querendo - ou nao - realizar es te algo, se empenhando ou não em sua realização.

Dois são os aspectos básicos envolvidos neste concei to: (1) intenção e (2) esforço. A intenção implica em um re-conhecimento de que há uma razão pessoal para emitir um dado comportamento: o se perceber como responsável por um determi-nado objetivo. O esforço indica a intensidade com que esta de terminação ou razão pessoal é- canalizada, objetivamente.

Estes conceitos são importantes uma vez que marcam a diferenciação entre uma causalidade pessoal, interna (o ser C! paz de, o tentar) e que marca uma responsabilidade pessoal en-volvida, e externa (o ter permissão ou não, para algo). Neste caso, alguém é visto como detendo a condição de controle sobre o percebedor, de detentor de um poder externo. Naturalmente existe, também, uma causalidade externa, impessoal,normalmente

ligada a forças ambientais (favoráveis/desfavoráveis).

(38)

vidade) ou negativa (se ver como a origem de um fracasso ou de uma açao de consequências indesejaveis).

Desta forma, Heider (1958) delineou conceitos muito importantes tais como a direção atribuicional (se externa ouin terna), locus de controle (se a pessoa se vê como origem, ou não, de uma determinada causalidade) bem como salientou os cor relatos cognitivos (pensamentos, expectativas) e afetivos (as consequências emocionais) decorrentes das atribuições emitidas.

Sobre es te úl timo tôpi co (consequências afe ti vas) He! der reiterou que a significação afetiva depende,

da significação causal percebida, e que o conjunto nificações afetivas se refletira na auto-imagem da

exatamente, destas sig-pessoa formula as atribuições, quer positivas quer negativamente.

que A-través desta auto-imagem a pessoa expressara, então, um concei to positivo ou negativo - a respeito das características que compõem a sua auto-imagem: o seu auto-conceito. Mais ainda, expressara, também, um determinado grau de satisfação, associa do, a este auto-conceito: a sua auto-estima.

Desta forma, através da maneira como organiza e da sentido ao mundo onde vive, tal como percebido, via atribuições de causalidade, a pessoa acabara por situar-se frente a este mundo (incluindo-se nele) de acordo com as expectativas e sig-nificados sentidos que vivencia a respeito do mesmo. Acabara por reagir não ao mundo tal como é mas a estes significados co~ nitivos e afetivos. Poder, impotência, satisfação, insatisfa-çao, segurança, ameaça, sucesso, fracasso, alívio, culpa, pre-visibilidade, imprepre-visibilidade, coerência, desordem, sao qua-lidades perceptuais/vivenciais que vão povoar o mundo de al-guém, e às quais este alguém vai reagir através de crenças, a-titudes, comportamentos e estados.

(39)

do pensamento de Heider é que a causalidade percebida, na medl da em que se torna realidade, fenomenicamente, na

de um dado percebedor, deve ser absorvida segundo

perspectiva um filtro perceptual significante, já existente, ~~to é, deve se ajustar aos outros significados similares anter~~rlliente percebidos e já organizados internamente.

A teoria de Heider é um modelo motivacional - como as pessoas formam explicações causais a respeito dos eventos e co mo tais explicações, percebidas agora como se fossem as fontes originais destes eventos, passam a influenciar as respostas co~

portamentais emitidas. Para o percebedor a realidade que ele vive é esta, à qual responde coerentemente, do seu ponto devis ta.

2.3 - Panora~a Atual

Dos estudos pioneiros de Heider (1944, 1946 e, sobr~

tudo, 1958) nasceu um novo campo não só para a psicologia so-cial, especificamente, mas para a psicologia, em geral. Isto porque os conceitos teóricos de Heider referem-se, basicamente, às causas do comportamento, da formação de atitudes, crenças, expectativas, e das consequências afetivas de tudo isto.

A influência deste novo campo se tornou algo ímpar na história da psicologia social, a tal ponto de um simples e-xame do conteúdo das revistas mais importantes de psicologias~

cial, na atualidade, mostrar, sempre, um grande número de tra-balhos sobre o tema, enfocando os mais diferentes ângulos de estudo. Kelley

&

Michela (1980), em sua revisão sobre a teo -ria e pesquisa sobre a.tribuição, apontam nada menos que ~~.

(40)

Esta importância decorre do fato de a teoria e a ex-tensa pesquisa que tem gerado enfocarem, justamente, o aspecto motivacional do comportamento, tanto em termos de antecedentes como de consequentes, pois uma vez form':lJada uma atribuição de causalidade ela se torna uma fonte geraLLura de novos comporta-mentos e atribuições.

t destes autores o seguinte esquema:

.AN1ECEDEN1ES

informações crenças motivação

A1RIBUIÇOES

causas percebidas

Fig. 1 (de: Ke11ey

&

Miche1a, 1980: 459)

CDNSEQuENCIAS

comportamento afe"to

exoectativa

Na verdade, este esquema proposto mostra-se bastante inadequado, uma vez que as at!ibuições emitidas tornam-se, elas próprias, antecedentes para outras atribuições, isto é, trans-formam-se em informações e crenças. Os autores reconhecem isto e propoem um novo esquema, mais realista, e que seria circular

(Ke11ey

&

Miche1a, 1980: 491).

ANTECEDENTES O\USAS PERCEBIDAS

....

1

1

! - - · _ _(at_ribUl_"çõe----'Sl

I

Fig. 2

(41)

Antecedentes + causas de sucesso/ .. dimens?es + efei t?S +

I

fracasso caus.a~s

I

causa"

I

Consequências Comportamentais

I

matu~l~de

.

cogIlltlva

~---~

informações espe pecíficas

-(normas sociais, história passa-da de sucesso ,

tempo dispendi-do na tarefa, pa drões de resul-= tado, etc.) cons tructos

cau-sais

(crenças necessâ rias e suficien~

tes)

diferenças indivi

duais

-(em necessidade de realização,se

xo)

-padrões de refor-ço

(100% x_SO%, de proporçao x de

intervalo) outros

(commicação in-terpessoal, este reótipos, cons ~ trangimentos si-tuacionais)

habilidade esforço

dificuldade da tarefa

ânimo

fadiga

viéses de pes-soas envolvidas

es tabilidade ~J

I

mudanças de expectativa I· lo cus de

contro-le + reação afe

tiva t -intencionalidade

.Fig.3 (De Weiner, Russel & Lerman, 1976: 60)

intensidade escolha persistência

padrão de resposta resistência à

ex-tinção

tempo gasto para a solução do probl~

ma

Este esquema, apesar de voltado para o aspecto cau-sas de fracasso e sucesso, contém mais detalhes que o anterior

(Kelley&Michela, 1980), ao apontar uma ampla gama de antec~

(42)

Propõe-se, aqui, um novo esquema, no qual,na opinião do autor, se pode visualisar uma concatenação mais precisa e ~ brangente entre fatores antecedentes às atribuições de causali dade e as consequências das mesmas, uma vez que elas tenham si do estabelecidas:

I

ANTECEIENTES

1---+

condições estruturais básicas

condições de perspectiva

I

Dimensões da personalidade

auto-identida de: (o "eu") auto-imagem auto-conceito auto-estima estabilidade/ instabilida-de emocional Diferenças evolutivas

Outras

diferenças indi vidUais

sócio-econômi-cas

históricas raciais, etc. informaçoes

(incluindo-se a memória)

retorno

ator /observador locus de

I

internaI idade controle percebido externalidade motivação l~eceSSidadeS

lntençoes

t

Fig. 4

MEDIAÇÃO -+

I

mNSEQutNCIAS

O)GNITIVO- .

AFETIVA

i-CAUSAL Fatores causais - evolutivas - comportamen-tais

- cogni ti vas - afetivas cognitivos:

l

crenças i-expectativas constructos afetivos:

----

i-I

sentim~ntos

e emoçoes

~

estabilidade/ instabilidade dos fatores causais perce bidos

(43)

inclua traços como inabilidade frente a tarefas de determina-das características e que ela percebe serem melhor desempenha-das por outrem, ou fracasso repetido, ou fragilidade corporal,

ou, ainda, o contririo de tudo isto, ela desenvolveri um con-ceito de si mesma positivo ou negativo. No caso de ser negatl vo, por ex., ela poderi desenvolver crenças atribuicionais a respeito das razões desta negatividade: "o destino" (atribui-ção externa, impessoal) ou "porque sou mi e ingrata, portanto estou sendo castigada por Deus" (atribuição interna negativa; externa - poderosa). Ela pode se perceber como frigi1, vu1ne-rive1, "desorientada", ou forte, confiante e lúcida. E istose ref1etiri nas suas crenças, expectatativas e sentimentos a seu próprio respeito e do seu ser-no-mundo.

Isto é expressamente reconhecido por Heider 112-113) quando diz:

(1958:

"Os traços de 12ersonalidade e as atitudes sao também fatores pessoais que tem relação importante com o que a pessoa pode fa zero O poder não é apenas urna questão de habilidades fÍsicas-e capacidadfÍsicas-es mfÍsicas-entais. E também muito influenciado por atitu-des de auto-confiança •.. ".

" ••. existem mui tas provas clínicas de que mesmo urna caracte -rística muito estive1, corno urna capacidade de uma pessoa, pode ser muito e permanentemente influenciada por atitudes de auto-confiança. Quando se destrói a auto-confiança de urna pessoa suas capacidades podem ser, também, destruídas. Torna-se a pessoa que julga ser".

Como decorrência direta destes problemas estruturais hi a instalação - como resposta - de direções atribuicionais (externa1idade/interna1idade) e que passaQ a influir diretamen te no comportamento, cognições e condições emocionais das pes-soas. A frase de Heider "torna-se a pessoa que julga ser" ex-pressa muito bem esta direção atribuicional auto-imposta.

Imagem

Tabela  5  .Tabe1a  6  . . . . .  . . . .  . . .  .  . .  .  . .  . .  .  .  . .  . .

Referências

Documentos relacionados

Como a empresa não tem uma pessoa responsável apenas para a análise de sistema no modelo atual de gerência de projetos, este ator não foi considerado, pois

Já para Douglas Phillips Freitas (2001, p. Nessa teoria, o nascituro possui um direito fictício legal, condicionado ao seu nascimento com vida. 95) que “ao nascer com vida

Os dados referentes às despesas das propriedades foram categorizados conforme a metodologia de custos da CONAB (2007), sendo divididos em custos variáveis (despesas diretas com

Em uma visão geral, as funções de distância apresentaram pouca variação entre si, porém, para a etapa de avaliação seguinte, foi considerado para avaliação

Ao mostrar esse mapa a autora pode trazer inúmeras provocações para seus leitores. Uma primeira questão que pode aparecer é: o que as tecnologias conseguiram

O presente estudo tem por objetivo contribuir para um diagnóstico da situação atual da articulação dos serviços de saúde entre os diversos níveis de complexidade na Rede

O acúmulo dos metais nas partes das plantas (Tabela 20), resultado da multiplicação da concentração nestas partes pela sua produção de matéria seca, não foi significativo para o