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Migração na metrópole.

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Academic year: 2017

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Resumo: Baseada nas tendências observadas dos movimentos migratórios em São Paulo, o texto caracteriza o perfil dos fluxos migratórios dentro do tecido metropolitano, assim como as mudanças observadas nestes per-fis nas últimas décadas. Analisa também as diferenças entre os migrantes residentes na capital e os que vivem nas outras municipalidades, de acordo com especificidades de cada município.

Palavras-chave: Migração. Perfil dos migrantes. Estrutura intrametropolitana.

Abstract: Based on observed tendencies of migrational movements in São Paulo area, the text characterizes the profiles of the migrant’s flows in this specific metropolitan region, as well as the observed changes in these profiles through the last decades. Furthermore, it analyzes the differences between capital resident migrants and those living in other metropolitan municipalities, according to each municipality’s specificities regarding the working resident population characteristics and the specific influence of migration.

Key words: Migration. Metropolitan structure. Migrants, profile.

SUZANA PASTERNAK

LUCIA M. MACHADO BÓGUS

MIGRAÇÃO NA METRÓPOLE

o longo das últimas décadas, a metropolização constituiu o fenômeno mais marcante da urbani-zação brasileira. Exercendo forte poder de atra-ção populacional, as regiões metropolitanas concentravam, em 1980, 43% da população urbana do país, e apresenta-vam, em geral, uma expansão acentuada de suas peri-ferias, com elevadas taxas de crescimento populacional (TASCHNER; BÓGUS, 1986). O peso das regiões metro-politanas fazia-se sentir de modo mais acentuado nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, concentrando 79% e 50% da população de cada estado, respectivamente, o que conduzia à previsão do surgimento de “megame-trópoles”, com tendências de concentração cada vez maiores.

Os resultados do Censo de 1991 e 2000 mostraram, en-tretanto, que a proporção da população urbana que vivia em áreas metropolitanas, além de menor, se comparada à

década de 70, manteve-se relativamente estável nas déca-das seguintes, representando 38,56% da população, em 1991, e 37,33%, em 2000.

Considerando-se as taxas de crescimento populacional,

no período 1991-2000, as regiões metropolitanas com maiores taxas de crescimento foram Curitiba (3,5% a.a.), Belém (3,4 a.a.), Fortaleza (2,6% a.a), Belo Horizonte (2,5% a.a.) e Recife (2,3% a.a.) (BAENINGER, 2004, p. 4).

Em São Paulo, essas taxas caíram a partir dos anos 70: de 4,5% ao ano para 1,7%, no período 1980-1991; e 1,7% ao ano, entre 1991 e 2000.

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Metropolitana perdeu empregos industriais em escala impressionante. Segundo Torres (2004, p. 2), “os empre-gados na indústria passaram de 36% da população ocupa-da em 1985 para 19% em 2001, segundo ocupa-dados ocupa-da PED”. Em termos de geração de empregos, São Paulo deixou de ser definida como a locomotiva industrial do Brasil. De acordo com Baeninger (2004), os deslocamentos popula-cionais para o interior foram de tal ordem que essa região passou de um saldo migratório negativo de 450 mil migrantes, nos anos 60, para um saldo positivo de mais de 1 milhão de pessoas, nos anos 90.

Frente a esses dados, conforme Lencioni (2003), pode-se ter a impressão de que a diminuição da atividade in-dustrial na capital teria ocorrido devido à transferência para o interior de muitas indústrias ali instaladas.

Ledo engano, [completa a autora] pois a maioria das indústrias do interior não diz respeito às indústrias que se transferiram da capital ou da região metropolitana [...] A importância de São Paulo como centro industrial ainda se mantém e as indústrias paulistas teriam passado por um processo de cisão territorial. Como decorrência disso, o maior contingente da população economicamente ativa ocupada na indústria encontra-se no município da capital e, sobretudo, nos municípios da região metropolitana: São Bernardo do Campo, Diadema e Guarulhos [...] e vale ainda lembrar que a concentração territorial da indústria se dá, sobretudo, na região metropolitana, que responde por 50% da área industrial construída no Estado de São Paulo (LENCIONI, 2003, p. 466).

Assim sendo, o que ocorreu no Estado de São Paulo foi um espraiamento das atividades industriais pelo entorno metropolitano e para alguns municípios do interior, sem que, no entanto, se instalasse um novo centro industrial que ameaçasse a supremacia da Metrópole de São Paulo. Nesse processo, a metrópole reafirmou sua primazia

concentrando os centros de poder e direção do capital industrial e financeiro e, ainda, uma série de atividades relacionadas ao terciário superior, fundamentais para a direção do processo de reprodução do capital em geral. [...] São Paulo, a capital, reúne cerca de 80% das sedes de empresas com cisão territorial. Considerando-se os demais municípios da região metropolitana, essa cifra passa para 86,5%, e, se levarmos em conta a área compreendida em um raio de pouco mais de 250 quilômetros de extensão a partir do centro metropolitano, esse índice passa para 93,1%. Esse conjunto formado pela região metropolitana e seu entorno, com fortes vínculos internos, é denominado

aglomerado metropolitano. Nesse aglomerado é que o movimento de desconcentração e de reconcentração pro-dutiva atua com todo seu dinamismo, pois aí estão instalados os novos requisitos locacionais da atividade industrial, tais como: ciência e tecnologia, informação, mão-de-obra especializada e instituições de desenvolvimento (LENCIONI, 2003, p. 467).

De qualquer modo, o Município de São Paulo – e o entorno metropolitano dinâmico que o cerca, oferecendo equipamentos e serviços que algumas vezes o município já não comporta, como é o caso do Aeroporto Internacio-nal de Guarulhos – constituem hoje o mais importante cen-tro de conexão da economia nacional com os fluxos globalizados de capital presentes no país. Assim, São Paulo agregou a condição de centro de modernos serviços auxi-liares à produção à sua tradicional função polarizadora como produtora e consumidora de insumos e bens indus-triais, passando a comandar as áreas da economia com voca-ção competitiva internacional (SCHIFFER, 2004, p. 191). De qualquer modo, as atividades industriais interio-rizadas tiveram um efeito multiplicador em termos de ge-ração de novas atividades – ligadas tanto ao próprio setor industrial como ao comércio e aos serviços –, fato que gerou uma quantidade importante de empregos não-agrí-colas e produziu impactos sobre os deslocamentos populacionais.

Entre 1980 e 1991, mais da metade (53%) dos municí-pios paulistas havia registrado taxas negativas de migra-ção. A maioria situada na região Noroeste e Norte do Es-tado, e uma menor parcela, ao Sul, na faixa ocupada pelo Vale do Paraíba. Contudo, os municípios localizados a Oeste caracterizavam-se como áreas de perdas migratórias e os municípios à Leste, como áreas de atração popu-lacional. Entre 1980 e 1991, havia 180 municípios com taxas positivas de migração: entre 0 e 15 migrantes por mil habitantes (PERILLO, 2002).

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mo-bilidade espacial da população no interior do Estado foi bastante acentuada nesse período.

No caso dos anos 90, essas tendências migratórias fo-ram, de maneira geral, reafirmadas pelos dados – tanto da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD 1995, como da Contagem Populacional de 1996, além do Censo de 2000. De fato, nos cinco primeiros anos da dé-cada de 90, cerca de 5 milhões de brasileiros deslocaram-se de um estado a outro do país, e a migração de retorno às áreas de origem representou cerca de 20% do total da-queles movimentos. Nos últimos 4 anos, 3,7 milhões de brasileiros migraram entre estados. Nesse período, São Paulo continuou a comportar-se como principal área, tan-to de atração como de evasão de migrantes e o Estado de São Paulo reafirmou seu papel de grande receptor de migrantes, aumentando seu saldo migratório anual de 77 mil pessoas por ano, na década de 80, para 123 mil pessoas anuais, na década de 90. Mas a maior mobilidade obser-vada no Estado, ao longo das duas décadas, foi mesmo a migração intrametropolitana, que tinha como destino os municípios da periferia.

Uma hipótese anteriormente apresentada por alguns estudiosos do tema foi a de que a Região Metropolitana de São Paulo teria se transformado numa área de passa-gem, tanto em direção ao interior do próprio Estado como para outras regiões metropolitanas e/ou cidades de outros estados brasileiros. De fato, nos anos 80, aquela região metropolitana apresentava saldo migratório negativo de 26 mil pessoas por ano. Já entre 1991 e 2000 observou-se a reversão desse saldo negativo para um saldo anual posi-tivo de 24 mil pessoas.

No período 1981-1991, a Região Metropolitana de São Paulo recebeu 1.575.585, correspondendo a 58,8% do total da imigração para o Estado de São Paulo; entre 1991-1996, canalizou 58,5% (666.467) do total dos 1.139.638 que se dirigiram para o Estado. [...] Em relação aos movimentos oriundos de outros estados, a Região Metropolitana de São Paulo continuou como o principal destino estadual, embora essa distribuição da imigração no Estado seja, em parte, compartilhada com o interior, que canalizou importantes volumes de imigrantes interestaduais: 589.285, no período 1986-1991, e 473.171, no de 1991-1996 (BAENINGER, 2000, p. 145).

Vale lembrar que a metrópole paulista ainda mantém certo vigor demográfico, devido sobretudo ao crescimento dos outros municípios que não a capital, uma vez que a taxa de incremento anual dos municípios periféricos da

Grande São Paulo foi de 2,89% entre 1991 e 2000 – mais de três vezes maior que a da capital para o mesmo período. Esse fenômeno – o de periferização da população resi-dente nas metrópoles – pode ser observado também em outras áreas metropolitanas brasileiras: Belém, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre registra-ram taxas inferiores a 1% no seu núcleo, com taxas supe-riores na periferia. Em Curitiba, o crescimento dos muni-cípios periféricos alcançou 5% anuais entre 1991 e 2000. Quanto à metrópole de São Paulo, percebe-se a conti-nuidade do processo de crescimento demográfico radio-concêntrico, que agora ultrapassa os limites do município e espraia-se pelos municípios vizinhos. Mesmo na capi-tal, o crescimento foi essencialmente periférico, ainda que mais reduzido, com acréscimo de 824.887 pessoas e 549.069 domicílios entre 1991 e 2000. As áreas centrais da região apresentam queda no número de residentes e de domicílios, enquanto as periféricas responsabilizam-se por todo o incremento demográfico.

A partir desse quadro, colocam-se algumas questões: - Quem são esses migrantes que vêm residir na Grande São Paulo? Qual o seu perfil? Esse perfil tem mudado ao longo do tempo?

- O peso da migração é distinto, por tipo de município da região metropolitana?

- Há diferenças entre os migrantes residentes na capital e nos demais municípios metropolitanos? Há diferenças entre migrantes residentes por tipo de município perifé-rico?

QUEM ERAM E QUEM SÃO OS MIGRANTES QUE RESIDEM NA METRÓPOLE

Migrantes em 1991

Observando-se algumas características demográficas dos migrantes recentes que residiam na metrópole em 1991, pode-se notar:

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não-recen-tes, esses grupos populacionais têm menor expressão: 24,27% para os jovens e 3% para os idosos.

Esta situação é explicada pelas teorias correntes sobre migração, que colocam como a população propensa a mi-grar as faixas jovens e em idades produtivas, que mudam de município/região de residência em busca de melhores condições de vida e de maiores oportunidades de traba-lho e emprego. De fato, 66,39% dos migrantes recentes que viviam na metrópole em 1991 estavam nas faixas etárias entre 15 e 34 anos.

Em Relação ao Sexo – Embora a razão de sexo entre os migrantes favorecesse, em 1991, as mulheres (50,56% dos migrantes são do sexo feminino), esta razão era menor que na população não-migrante, onde 52,34% da população era do sexo feminino.

TABELA 1

Migrantes e Não-Migrantes Residentes, segundo Grupos de Idade Região Metropolitana de São Paulo – 1991

Grupos de Idade Migrantes Não-Migrantes

Nos

Absolutos % Nos

Absolutos %

Total 2.672.547 100,00 12.772.392 100,00

0 a 14 Anos 648.677 24,27 403.445 31,59

15 a 29 Anos 1.155.237 43,23 3.239.208 25,36

30 a 44 Anos 618.913 23,16 2.902.115 22,72

45 a 59 Anos 169.443 6,34 1.587.698 12,43

60 Anos e Mais 80.277 3,00 1.008.425 7,90

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 1991.

Em Relação à Cor – A proporção de pretos e pardos na população migrante era 36% mais alta que entre os não-migrantes. Entre os migrantes, esta proporção atingia 37,19% do total populacional, em 1991, enquanto para os não-migrantes, era de 27,34%.

Em Relação à Escolaridade – Os migrantes recentes que residiam na metrópole em 1991 tinham, na sua maioria, entre um e quatro anos de instrução (38%). A instrução média dos migrantes residentes foi de 4,83 anos de estu-do, com coeficiente de variação de 84,94%.

Entre os não-migrantes, foram observados níveis mais elevados de instrução, com 5,16 anos de estudo em mé-dia, e coeficiente de variação de 85,63%.

Analisando a Tabela 2, percebe-se a maior concentra-ção dos migrantes nas classes entre um e oito anos de

es-TABELA 2

Migrantes e Não-Migrantes Residentes, segundo Anos de Estudo Região Metropolitana de São Paulo – 1991

Anos de Estudo Migrantes Não-Migrantes

Nos

Absolutos % Nos

Absolutos %

Total 2.672.547 100,00 12.772.391 100,00

Sem Instrução e Menos de 1 Ano 568.589 21,28 3.105.814 24,32

Alfabetização de Adultos 6.423 0,24 30.635 0,24

1 a 4 Anos 1.015.557 38,00 4.209.177 32,96

5 a 8 Anos 638.764 23,90 2.796.892 21,90

9 a 11 Anos 279.977 10,48 1.604.760 12,56

12 Anos e Mais 161.547 6,04 1.019.716 7,98

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TABELA 3

Migrantes e Não-Migrantes Residentes, segundo Faixas de Renda Individual Região Metropolitana de São Paulo – 1991

Faixas de Renda Migrantes Não-Migrantes

(em salários mínimos) Nos Absolutos % Nos Absolutos %

Total 2.672.550 100,00 12.772.391 100,00

Menos de 1 984.340 36,83 4.598.935 36,01

De 1 a 3 730.761 27,34 2.322.087 18,18

Mais de 3 a 5 255.470 9,56 1.165.611 9,13

Mais de 5 a 10 173.879 6,51 1.079.268 8,45

Mais de 10 a 20 66.331 2,48 489.573 3,83

Mais de 20 35.004 1,31 253.987 1,99

Sem Declaração 426.765 15,97 2.862.930 22,41

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 1991.

tudo (61,9% dos migrantes têm esse perfil, contra 54,86% dos não-migrantes). Por outro lado, a proporção de indi-víduos com escolaridade “de 12 anos e mais” é maior en-tre os não-migrantes. Outro dado relevante é que a pro-porção de migrantes “com baixa instrução” (sem instrução ou com menos de um ano) é menor que a dos não-migrantes. Pode-se concluir que os fluxos migratórios que vêm instalar-se na metrópole apresentam instrução ao menos primária, com média de 4,8 anos de estudo, e com distribuição ligeiramente mais homogênea do que a ob-servada para os não-migrantes.

Em Relação à Renda – Os migrantes apresentaram ren-da média menor que os não-migrantes: a renren-da indivi-dual era de 2,74 salários mínimos, com enorme variabi-lidade (148%), enquanto para os não-migrantes a renda média individual foi de 3,37 e com variabilidade seme-lhante.

A Tabela 3, acima, mostra que os migrantes situavam-se em patamares de renda mais baixos (com 64,17% com rendimentos inferiores a três salários mínimos mensais), enquanto para o mesmo patamar a proporção de não-migrantes foi de 54,2%. Por outro lado, entre os mais ri-cos, com 20 e mais salários mínimos, a porcentagem de migrantes era, em 1991, nitidamente inferior à de não-migrantes.

Em Relação à Procedência – Selecionou-se como variá-vel para verificação da procedência o local de residência

dos migrantes cinco anos antes do Censo. Assim, para 1991, tabulou-se o local de residência em 1986. A Tabela 4 mostra o local de moradia dos migrantes nos anos 80, considerando os residentes na Região Metropolitana de São Paulo em 1991.

Percebe-se que entre os 2.547.499 migrantes, 44,29% já moravam no mesmo município onde foram recensea-dos e 1.403.816 residia em outro município brasileiro (55,10%). Entre estes, destacam-se os residentes no Nor-deste: 560.967, que constituem 39,96% dos residentes em outros municípios brasileiros, sobretudo na Bahia e Pernambuco. A maioria (738.530) é oriunda da Região Sudeste (52,61%), com destaque para os procedentes dos Estados de São Paulo e Minas Gerais.

TABELA 4

Migrantes Residentes, segundo Local de Moradia Anterior (1) Região Metropolitana de São Paulo – 1991

Local de Moradia Anterior Nos Absolutos %

Total 2.547.499 100,00

No Município de Moradia

Atual na RMSP 1.128.231 44,29

País Estrangeiro ou Maldefinido 14.652 0,58

Local Ignorado 800 0,03

Outro Município no

Interior de São Paulo 597.667 23,46

Outro Estado 806.149 31,64

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Migrantes em 2000

Observando-se algumas características demográficas dos migrantes recentes que residiam na metrópole em 2000 pode-se notar:

Em Relação à Estrutura Etária – Em 2000, as popula-ções migrante e não-migrante apresentavam diferença equi-valente a 1991: na população migrante recente, a propor-ção de pessoas entre 15 e 29 anos atingiu 41,11%, enquanto na não-migrante foi de 26,13%. Percebe-se a diminuição desse grupo etário em relação a 1991 tanto entre não-migrantes como entre não-migrantes – o que atesta um

enve-TABELA 6

Migrantes e Não-Migrantes Residentes, segundo Grupos de Idade Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Grupos de Idade Migrantes Não-Migrantes

Nos

Absolutos % Nos

Absolutos %

Total 3.119.459 100,00 14.760.535 100,00

0 a 14 Anos 669.054 21,45 4.054.784 27,47

15 a 29 Anos 1.282.376 41,11 3.856.684 26,13

30 a 44 Anos 811.733 26,02 3.347.240 22,68

45 a 59 Anos 251.353 8,06 2.160.115 14,63

60 Anos e Mais 104.943 3,36 1.341.712 9,09

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.

lhecimento populacional, que é maior entre os não-migrantes. Em 2000, o crescimento da proporção de ido-sos na população favoreceu o aumento do peso do con-junto formado por jovens e idosos nos dois grupos. Assim, a proporção de idosos aumentou de 7,90%, em 1991, para 9,09%, em 2000, entre os não-migrantes. E de 3% para 3,36% entre os migrantes. De modo geral, o aumento na proporção de idosos foi de mais de 20%, embora esta seja considerada ainda bastante reduzida.

Cabe salientar que a diferença de estrutura etária entre migrantes e não-migrantes, em 2000, é notável em rela-ção à popularela-ção em idades produtivas: no grupo etário entre 15 e 59 anos encontravam-se 63% dos não-migrantes e 75% dos migrantes.

As pirâmides etárias para 2000 mostram com clareza o diferencial entre os dois grupos estudados: a pirâmide dos não-migrantes apresenta forma arredondada, enquanto a dos migrantes apresenta “saídas” nas idades produtivas, para ambos os sexos.

Em Relação ao Sexo – A razão de sexo entre os migrantes favorece as mulheres (51,79% dos migrantes são do sexo feminino). Nota-se, entretanto, que desaparece a diferen-ça observada entre migrantes e não-migrantes, em 1991, em relação ao sexo. Em 2000, as duas populações apre-sentam a mesma razão de sexo: 51,79% de mulheres en-tre os não-migrantes e 51,79% enen-tre os migrantes. Ao que tudo indica, houve um aumento da migração femi-nina para a metrópole, provavelmente para o trabalho no comércio e serviços de baixa qualificação/remuneração e, em muitos casos, sujeita ao desemprego e/ou à deso-cupação.

TABELA 5

Migrantes Residentes, segundo Regiões e Principais Estados Brasileiros de Moradia Anterior (1)

Região Metropolitana de São Paulo – 1991

Regiões e Estados Nos Absolutos %

Total 1.403.816 100,00

Região Norte 14.922 1,06

Região Nordeste 560.967 39,96

Bahia 195.017 13,89

Pernambuco 131.110 9,34

Região Sudeste 738.530 52,61

Minas Gerais 102.051 7,27

São Paulo 597.667 42,36

Região Sul 64.775 4,61

Região Centro-Oeste 12.545 1,53

Brasil Não Especificado 2.393 0,22

(7)

Em Relação à Cor – A proporção de pretos somada à de pardos na população migrante é mais alta que entre os não-migrantes: entre os migrantes, atinge 40,08% do total populacional, enquanto para os não-migrantes é de 30,12%. Assim, tanto entre os migrantes como entre os não-migrantes houve um aumento da proporção de pretos e pardos, passando de 27% para 30%, entre não-migrantes, e de 37% para 40%, entre os migrantes. Para os dois sub-conjuntos, o aumento foi de cerca de 3%.

Em Relação à Escolaridade – Os migrantes recentes que residiam na metrópole em 2000 apresentaram escolarida-de distinta dos escolarida-de 1991, que, na sua maioria, tinham entre um a quatro anos de instrução (38%). Para os migrantes do ano 2000 aparece como instrução modal tanto a classe entre um e quatro anos de escolaridade (29,90%), como a seguinte, entre cinco e oito anos de instrução (29,86%). A instrução média dos migrantes residentes na Região Me-tropolitana de São Paulo foi de 5,94 anos de estudo, com coeficiente de variação de 71%. Percebe-se uma melhoria no nível de escolaridade dos migrantes – já que a média em 1991 foi de 4,10 e com variabilidade maior. Assim, os migrantes em 2000 apresentam escolaridade melhor e mais homogênea.

Por outro lado, a instrução dos não-migrantes perma-nece mais elevada: com 6,22 anos de estudo em média, e coeficiente de variação de 74%. Em comparação com os níveis de escolaridade observados em 1991, também houve melhora, já que ela era, em média, de 5,16 anos, com va-riabilidade de 85%.

Nota-se que a melhoria de escolaridade foi maior en-tre os migrantes que enen-tre os não-migrantes: para aque-les, o incremento na média foi de 44,88%, enquanto para os não-migrantes, atingiu 20,54%. Além disso, nos dois casos, a escolaridade tem menor variância.

Analisando a Tabela 7, percebe-se maior concentra-ção de migrantes nas classes de estudo (59,77% dos migrantes têm este perfil, contra 49,05% dos migrantes). Por outro lado, a proporção dos não-migrantes com escolaridade de 12 anos e mais é maior que entre os migrantes. Outro dado interessante é que a proporção de migrantes com baixa instrução (sem ins-trução e menos de um ano) é menor que a dos não-migrantes, tal como em 1991. Pode-se concluir que os fluxos migratórios que se instalaram na metrópole nos anos 90 apresentam pelo menos oito anos de instrução, na sua maioria, com média de 5,94 anos de estudo, e com distribuição ligeiramente mais homogênea que

GRÁFICO 1

Pirâmide Etária da População, por Sexo e Condição de Migração Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.

0 2 4 6 8

Mulheres % 0 2 4 6 8

0 a 4 Anos 5 a 9 Anos 10 a 14 Anos 15 a 19 Anos 20 a 24 Anos 25 a 29 Anos 30 a 34 Anos 35 a 39 Anos 40 a 44 Anos 45 a 49 Anos 50 a 54 Anos 55 a 59 Anos 60 a 64 Anos 65 a 69 Anos 70 a 74 Anos 75 Anos e +

Homens % Total 0 2 4 6 8

0 a 4 Anos 5 a 9 Anos 10 a 14 Anos 15 a 19 Anos 20 a 24 Anos 25 a 29 Anos 30 a 34 Anos 35 a 39 Anos 40 a 44 Anos 45 a 49 Anos 50 a 54 Anos 55 a 59 Anos 60 a 64 Anos 65 a 69 Anos 70 a 74 Anos 75 Anos e +

Homens

%

Migrantes

0 2 4 6 8

Mulheres

%

0 2 4 6 8

Mulheres % 0 2 4 6 8

0 a 4 Anos 5 a 9 Anos 10 a 14 Anos 15 a 19 Anos 20 a 24 Anos 25 a 29 Anos 30 a 34 Anos 35 a 39 Anos 40 a 44 Anos 45 a 49 Anos 50 a 54 Anos 55 a 59 Anos 60 a 64 Anos 65 a 69 Anos 70 a 74 Anos 75 Anos e +

Homens

%

(8)

TABELA 7

Migrantes e Não-Migrantes Residentes, segundo Anos de Estudo Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Anos de Estudo Migrantes Não-Migrantes

Nos

Absolutos % Nos

Absolutos %

Total 3.119.463 100,00 14.760.532 100,00

Sem Instrução e Menos de 1 Ano 445.562 14,28 2.870.847 19,45

Alfabetização de Adultos 2.549 0,08 11.380 0,08

1 a 4 Anos 932.985 29,91 3.649.338 24,72

5 a 8 Anos 931.586 29,86 3.591.085 24,33

9 a 11 Anos 562.032 18,02 3.089.175 20,93

12 Anos e Mais 232.169 7,44 1.503.188 10,18

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.

TABELA 8

Migrantes e Não-Migrantes Residentes, segundo Faixas de Renda Individual Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Faixas de Renda Migrantes Não-Migrantes

(em salários mínimos) Nos Absolutos % Nos Absolutos %

Total 3.119.465 100,00 14.760.534 100,00

Menos de 1 1.305.081 41,84 5.574.191 37,76

De 1 a 3 710.639 22,78 2.375.204 16,09

Mais de 3 a 5 316.773 10,15 1.443.725 9,78

Mais de 5 a 10 238.822 7,66 1.522.402 10,31

Mais de 10 a 20 99.323 3,18 686.964 4,65

Mais de 20 67.313 2,16 422.572 2,86

Sem Declaração 381.514 12,23 2.735.476 18,53

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.

entre os não-migrantes. Houve melhora no item esco-laridade em relação a 1991, e essa melhora foi mais sig-nificativa entre os migrantes que entre os não-migrantes.

Em Relação à Renda – A Tabela 8 mostra que os migrantes situam-se em patamares de renda mais baixos (com 64,62% com rendimentos inferiores a 3 salários mínimos mensais), enquanto para o mesmo patamar a proporção de não-migrantes foi de 53,85%. Já entre os mais ricos, com ren-da de 20 e mais salários mínimos, a porcentagem de migrantes mostra-se nitidamente inferior à de

não-migrantes. Mas, de maneira geral, a distribuição da renda individual não mudou muito entre 1991 e 2000.

(9)

TABELA 9

Migrantes Residentes, segundo Local de Moradia Anterior (1) Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Local de Moradia Anterior Nos Absolutos %

Total 3.119.463 100,00

Outro Município da RMSP 585.897 18,78

Interior do Estado de São Paulo 172.134 5,52

Mesmo Município de Moradia Atual 1.643.942 52,70

Outro Estado 717.490 23,00

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000. (1) Local de residência em 1995.

Em Relação à Procedência – Escolheu-se como variá-vel para verificação da procedência o local de residência dos migrantes cinco anos antes do Censo. Assim, para 2000, foi informado o local de residência em 1995.

Entre os 3.119.463 que migraram para a RMSP nos anos 90, 52,70% moravam no mesmo município e 18,78% em outro município da região metropolitana. Assim, 71,48% dos migrantes já residiam na região, em 1995 (Tabela 9). Apenas 7,23% dos migrantes na década residiam em zona rural em 1995: 1,24% no próprio Município de São Paulo e 5,99% em outros municípios. O maior contingen-te de migrancontingen-tes já morava em zona urbana, quer no pró-prio município de residência em 2000 (46,87%), quer em outros municípios (41,31%). A migração internacional

TABELA 10

Migrantes de Fora da Região Metropolitana, segundo Região de Moradia Anterior (1) Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Região de Moradia Anterior Nos Absolutos %

Total 1.475.521 100,00

Região Norte 14.530 0,98

Região Nordeste 526.508 35,68

Bahia 204.893 13,87

Pernambuco 99.029 6, 71

Região Sudeste 860.383 58,31

Minas Gerais 71.994 4,88

São Paulo 758.031 51,37

Região Sul 39.068 2,65

Região Centro-Oeste 35.032 2,37

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000. (1) Região de moradia na década de 90.

apresenta queda, e apenas 0,73% dos migrantes recentes morava no exterior em 1995. Cerca de 4% dos migrantes recentes em 2000 ainda não haviam nascido em 1995 – o que denota a presença, entre os migrantes, de jovens que constituem família e iniciam seu ciclo reprodutivo, no lo-cal de destino migratório.

Destaca-se também que quase 19% dos migrantes ti-nham como moradia anterior outro município da metró-pole, o que demonstra a importância dos fluxos intra-metropolitanos.

Por outro lado, em 1991, 23,46% dos migrantes de ou-tros municípios eram procedentes do interior do Estado, proporção que caiu para 5,2% em 2000. Isso mostra que a imigração do interior para metrópole vem diminuindo. Em 1986, mais de 800 mil migrantes residiam no interior do estado, cifra que se reduziu para cerca de 172 mil em 1995. Ao que tudo indica, o interior do Estado de São Paulo tem oferecido melhores condições de absorção de contingen-tes populacionais nos últimos anos, refletindo o processo de desconcentração das atividades econômicas – sobretu-do as da indústria de transformação – além da dinamização dos setores de comércio e serviços.

Comparando a procedência dos migrantes de 2000 com os de 1991, a cifra que mais chama a atenção é o aumento relativo da proporção de oriundos da Região Sudeste: em 2000, 58% dos migrantes e, em 1991, 53% – e esse nú-mero deve-se, sobretudo, à participação de moradores da Região Metropolitana de São Paulo.

A Tabela 11 mostra claramente a importância da mi-gração intrametropolitana na última década, a qual con-centrou a maioria dos fluxos para a metrópole.

Comparando-se os dados de 1991 sobre os residentes em outra UF em 1986 com os moradores em 1995, coletados em 2000, percebe-se que esse tipo de migração diminuiu em termos absolutos. Em 1986, 806.149 migrantes residiam em outro Estado, enquanto em 1995,

TABELA 11

Migrantes Paulistas, segundo Local de Moradia Anterior (1) Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Local de Moradia Anterior Nos

Absolutos %

Estado de São Paulo 758.031 100,00

RMSP 585.897 77,29

Interior 172.134 22,71

(10)

esse número reduziu-se para 717.490 migrantes. Por ou-tro lado, o total de migrantes aumentou 1,73% nos anos 90: de 2.672.550 para 3.119.464 pessoas. Grande parte desse aumento foi devido ao maior número de migrantes que já moravam na metrópole cinco anos antes do recen-seamento: 1.128.231 migrantes moradores da Grande São Paulo, em 1986, e 1.643.942 residentes, em 1995.

Percebe-se, também, que 42% do fluxo migratório nos anos 80 ocorreu na primeira metade da década. Na década de 90, houve movimentação de 53% deste fluxo nos primeiros cinco anos, podendo-se falar de um crescimento de mobilidade, se considerados os dez anos em seu conjunto.

Em Relação à Ocupação – Para caracterizar a ocupação de migrantes e não-migrantes em 2000, foram utilizadas as categorias socioocupacionais, conforme detalhado na metodologia, a seguir. A Tabela 12 mostra a distribuição das grandes categorias ocupacionais, entre os migrantes e os não-migrantes na década de 90.

Comparando-se a ocupação de migrantes e não-mi-grantes, chama a atenção a relação entre a população ocu-pada e a total, para os dois subconjuntos. Entre os migran-tes recenmigran-tes, essa proporção atinge 45,78%, enquanto para os não-migrantes é de 38,53%, reflexo da estrutura etária diferencial entre os dois segmentos.

O perfil socioocupacional dos migrantes e não-mi-grantes é bastante distinto: entre os minão-mi-grantes, há maior concentração nas categorias hierarquicamente inferio-res. Assim, a proporção de “trabalhadores da

sobrevi-vência”, que entre os migrantes chega a 15,86%, é de 9,70% entre os não-migrantes. E, considerando-se es-ses trabalhadores, percebemos que a maior porcentagem está inserida no trabalho doméstico – cerca de 12% do total de ocupados.

No que se refere ao proletariado secundário, a propor-ção de migrantes é maior: 28,13% dos ocupados migrantes, contra 22,97% dos ocupados não-migrantes. Analisando a distribuição interna do proletariado secundário, nota-se que os porcentuais diferem sobretudo em relação aos ope-rários da construção civil, onde se alocam 9,74% do total de migrantes e 5,46% dos não-migrantes.

Também no proletariado terciário, a proporção de migrantes é maior que dos não-migrantes: 27,48% dos ocu-pados migrantes aí estão, versus 23,82% dos ocupados não-migrantes. Nota-se ainda que, na categoria trabalhadores do comércio, os porcentuais são praticamente iguais, sen-do responsáveis pela diferença as categorias “serviços especializados” e “não-especializados”.

Já nas categorias hierarquicamente superiores, a rela-ção se inverte: as proporções de não-migrantes superam as de migrantes. Entre as categorias médias, estão quase 18,76% dos migrantes e 29,13% dos não-migrantes; na pequena burguesia, 2,6% dos migrantes e 4% dos não-migrantes; nas elites, quase 10% dos não-migrantes e 6,5% dos migrantes. De outro lado, os migrantes são maioria entre os trabalhadores agrícolas.

Assim, a metrópole tende a absorver os migrantes em ocupações pior situadas nas hierarquias ocupacional e social – ligadas a serviços pessoais, serviços especializados

TABELA 12

Migrantes e Não-Migrantes Ocupados, segundo Categorias Socioocupacionais (1) Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Categorias Migrantes Não-Migrantes

Socioocupacionais Nos Absolutos % Nos Absolutos %

Total 1.428.185 100,00 5.687.070 100,00

Agricultores 10.123 0,71 25.767 0,45

Elite Dirigente 13.206 0,92 84.228 1,48

Elite Intelectual 79.249 5,55 477.766 8,40

Pequena Burguesia 36.968 2,59 229.587 4,04

Categorias Médias 267.947 18,76 1.656.578 29,13

Proletariado Terciário 392.423 27,48 1.354.873 23,82

Proletariado Secundário 401.766 28,13 1.306.492 22,97

Trabalhadores da Sobrevivência 226.503 15,86 551.775 9,70

(11)

e não-especializados, construção civil e comércio ambu-lante. Nessas rubricas encontram-se 44% dos migrantes recentes da RMSP.

Mudanças Significativas no Perfil dos Migrantes

A análise da migração por idade e sexo é ferramenta demográfica importante, dado que permite inferir o cará-ter familiar ou individual da migração, bem como o mo-mento do ciclo vital das pessoas ou famílias que migra-ram (CUNHA et al., 2000).

Entre as décadas de 80 e 90, o perfil dos migrantes para a RMSP apresenta algumas diferenças. No que diz respeito à estrutura etária, os que chegaram à RMSP nos anos 90 eram mais velhos que os que chegaram na década anterior.1

Dentre os migrantes na década de 80, 43,23% tinham entre 15 a 29 anos e 23,16% tinham entre 30 e 44 anos. A idade dos migrantes da década seguinte no Censo de 2000 apresentava-se de forma distinta: 41,11% dos migrantes da década de 90 tinham entre 15 e 29 anos em 2000, e 26,02%, entre 30 a 44 anos. Nas faixas etárias mais bai-xas – entre 0 e 14 anos – situavam-se 21,45% dos migrantes da década de 90 e 24,27% dos migrantes da década de 80. A idade média dos migrantes subiu de 25,24 anos em 1991 para 26,81 anos em 2000. Entre os não-migrantes, a ida-de média – sempre maior que entre os migrantes – tam-bém subiu de 27,83 para 29,65.

A análise da pirâmide etária dos migrantes, para o ano 2000, mostra a predominância da migração feminina, so-bretudo nas faixas entre 15 e 19 anos, 20 e 24 anos e 25 e 29 anos. Aliás, o predomínio feminino ocorre em todas as faixas, com exclusão da mais jovem, de um a quatro anos. Esse fato levanta a hipótese de migração de mulheres sós – o que explicaria o diferencial da razão de sexo, que fa-vorece as mulheres em quase todas as faixas etárias. O

plus de mulheres jovens parece indicar que, além da mi-gração de casais jovens, observa-se uma mimi-gração de mulheres sem companheiro em direção à RMSP. “São Paulo continua como chamariz para parte da população no começo de sua idade ativa” (CUNHA, 2000, p. 87). A observação da razão de sexo para 1991 e 2000 mostra a “feminização” da imigração para a RMSP.

A proporção de pretos e pardos (considerados em con-junto) também aumentou entre os migrantes das duas dé-cadas: foi de 37,2%, em 1991, e 40,1% no Censo de 2000. Os migrantes estão mais velhos, entre eles há mais mulheres, pretos e pardos e apresentam escolaridade maior:

na década de 80, sua média de escolaridade era de 4,10 anos de estudo e subiu para 5,94 na década seguinte – uma melhora de quase 2 anos, ou seja, mais de 40%. Destaca-se que a variância da escolaridade, em 1991, era maior que em 2000, mostrando uma escolaridade mais homogê-nea que em 1991.

A distribuição de renda mostra que a maioria dos mi-grantes das duas décadas concentra-se nas faixas mais baixas (menos de 1 a 3 salários mínimos): 64,17% dos migrantes de 80 e 63,62% dos migrantes de 90. A renda média aumentou pouco mais de 10%, de 2,74 para 3,03 salários mínimos, no período considerado. Mas os migrantes possuem condição mais heterogênea quanto à renda, pois a variância da renda em 2000 é maior que em 1991.

Em relação à procedência e volume da migração, pode-se obpode-servar:

- o volume total de migrantes aumentou em quase 580 mil pessoas entre as duas décadas, passando de 2,55 mi-lhões na década de 80 para 3,12 mimi-lhões na de 90; - o volume de migrantes de outros Estados da federação diminuiu em mais de 88 mil pessoas entre as duas déca-das, passando de 806 mil migrantes inter-estaduais nos anos 80 para 717 mil nos anos 90 – em termos relativos, o peso da migração intra-estadual caiu de 31% do total para 23% do total. Há, portanto, redução significativa dos flu-xos inter-estaduais;

- os procedentes da Região Nordeste eram cerca de 560 mil na década de 80 e 527 mil na de 90. Embora exista diminuição em termos relativos – já que o volume de migrantes foi maior na década de 90 que na de 80 – per-cebe-se uma certa manutenção do volume migratório vin-do daquela região;

- em 1991, os migrantes procedentes do próprio Estado de São Paulo totalizaram 597.667. Este número incluiu moradores em outros municípios da RMSP, não discrimi-nados pelo Censo de 1991. Em 2000, os procedentes do Estado de São Paulo foram 758.031. Assim, o volume de migrantes paulistas subiu em mais de 160 mil pessoas. E entre estes, mais de 77% já residiam na região metropoli-tana. Percebe-se, dessa forma, a importância crescente da migração intrametropolitana.

(12)

intrametro-politanos, com escolaridade maior e mais homogênea. Seus níveis de renda são maiores que os da década anterior, embora com maior variabilidade.

ESPACIALIZAÇÃO DOS MIGRANTES NO TECIDO METROPOLITANO

Este item analisa em que municípios da metrópole re-sidem preferencialmente os migrantes e a diferença en-tre seus locais de moradia em 1991 e 2000. Para realizar tais análises, procedeu-se à construção de uma tipologia de municípios, com base nas categorias socioocupacio-nais e que será apresentada na sessão dedicada à metodo-logia.

Espaços da Migração: Quais Municípios?

No contexto metropolitano, observa-se que o municí-pio-núcleo, embora ainda receba forte volume migrató-rio, tem deixado de ser o local de residência preferencial, nas últimas décadas. Em 1991, 58,79% dos migrantes re-centes residiam nos municípios periféricos e, em 2000, essa proporção subiu para 61,46%.

A Tabela 13 mostra a manutenção da proporção de migrantes recentes na população metropolitana. Entretanto, observando-se as taxas anuais de crescimento da popula-ção total e da populapopula-ção migrante, nota-se que a taxa da população migrante é 5,5% maior que a da população to-tal, com 1,73% e 1,64% ao ano, respectivamente.

O incremento de migrantes entre 1991 e 2000, para a capital, foi de mais de 100 mil pessoas; e, para a perife-ria, de 346 mil. A taxa de crescimento dos migrantes para o município-núcleo atingiu 0,98% ao ano e para a perife-ria, 2,24% anuais.

Nesse processo, evidencia-se uma associação entre as taxas de crescimento dos municípios e a proporção de migrantes – o que mostra a migração como responsável maior pelo crescimento demográfico em muitos municí-pios periféricos. Em 1991, todos os municímunicí-pios com ta-xas de crescimento no período 1980-1991 maiores que 5,5% a.a. possuíam proporção de migrantes maior que 30%: Arujá, Barueri, Embu-Guaçu, Francisco Morato, Itapevi, Jandira, Itaquaquecetuba e Santana de Parnaíba. Outros 13 municípios também apresentavam porcentuais de migrantes maiores que 30%: Barueri, Biritiba Mirim, Caieiras, Carapicuíba, Cotia, Embu, Ferraz de Vasconce-los, Franco da Rocha, Pirapora, Poá, Rio Grande da Ser-ra, Suzano, Taboão e Vargem Grande Paulista.

Em 2000, essa associação entre altas taxas de cresci-mento demográfico e alta proporção de migrantes conti-nua presente. Agora, são 15 municípios com porcentagem de migrantes superior a 30%: Arujá, Barueri, Caieiras, Cajamar, Cotia, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Mairiporã, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba e Vargem Grande Paulista. Destes, apenas Cajamar, Ferraz de Vasconcelos, Itapecerica, Itapevi, Jandira e Mairiporã apresentaram taxas anuais menores que 5% no período 1991-2000.

A Tabela 14 mostra que, entre os 13 municípios que mantiveram a proporção de sua população migrante aci-ma de 30% em 1991 e 2000, as taxas de crescimento demográfico mantiveram-se altas. A exceção é Cara-picuíba, que apesar de apresentar proporção de migrantes ligeiramente acima de 30% nas duas datas, tem taxas de crescimento relativamente menos elevadas que as dos outros municípios mencionados: 3,92% entre 1980 e 1991; e 2,19% entre 1991 e 2000 – o que pode ser devido ao

TABELA 13

População Total e Migrantes Residentes no Núcleo e na Periferia Região Metropolitana de São Paulo – 1991-2000

Áreas 1991 2000

População Total Migrantes População Total Migrantes

Nos Absolutos % do Total Nos Absolutos % do Total

Total 15.444.942 2.672.550 17,30 17.878.703 3.119.464 17,45

Núcleo 9.646.185 1.101.394 11,42 10.434.252 1.202.220 11,52

Periferia 5.789.757 1.571.156 27,09 7.444.451 1.917.244 25,75

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TABELA 14

Municípios com Mais de 30% de Migrantes e Taxa de Crescimento Região Metropolitana de São Paulo – 1991-2000

Em porcentagem

Municípios Migrantes Taxas de Crescimento

1991 2000 1980-91 1991-2000

Arujá 38,47 37,10 7,21 5,16

Barueri 38,97 32,46 5,14 5,31

Biritiba Mirim 31,42 - 2,65 3,36

Caieiras 32,85 37,21 4,08 6,90

Carapicuíba 30,90 30,36 3,92 2,19

Cotia 35,71 32,81 4,98 3,70

Embu 31,81 - 4,53 3,23

Embu-Guaçu 34,51 - 5,08 5,13

Ferraz de Vasconcelos 40,85 35,55 5,20 4,46

Francisco Morato 47,77 38,60 10,30 5,32

Franco da Rocha 33,42 - 4,85 2,64

Itapecerica da Serra - 33,02 4,01 3,75

Itapevi 35,63 33,24 6,60 4,64

Itaquaquecetuba 47,59 39,03 7,68 5,75

Jandira 33,37 32,09 5,16 4,33

Mairiporã - 30,03 3,44 4,65

Pirapora do Bom Jesus 40,27 37,37 4,67 5,05

Poá 32,80 - 3,41 2,56

Rio Grande da Serra 32,74 - 3,68 2,42

Santana de Parnaíba 39,70 52,76 12,74 7,89

Suzano 32,62 - 4,20 4,13

Taboão da Serra 34,88 - 4,60 2,37

Vargem Grande Paulista 36,95 32,32 - 8,36

Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1991 e 2000.

aumento dos preços dos terrenos numa área anteriormen-te acessível à população de menor renda.

Em 2000, muitos municípios que apresentavam propor-ção elevada de migrantes em 1991, viram esse porcentual diminuir. Observando suas taxas de incremento demo-gráfico, percebe-se ligeira queda: é o caso de Embu, Franco da Rocha, Poá, Rio Grande da Serra e Taboão da Serra, cujas taxas, no intervalo entre 1991-2000, caíram sensi-velmente em relação às anteriores. As exceções foram Biritiba Mirim e Suzano.

Além desses, alguns municípios que não possuíam porcentual de população migrante superior a 30% em 1991, apresentam esse fenômeno em 2000: Itapecerica da Serra, que teve altas taxas de crescimento nas duas décadas, embora em declínio; e Mairiporã, com taxa crescente no período.

Estes municípios também estavam dentre aqueles do conjunto metropolitano que apresentavam altas taxas de crescimento anual da população migrante recente entre as décadas de 80 e 90: Caieiras (8,39%), Cajamar (8,73%), Itapecerica da Serra (5,54%), Mairiporã (5,25%), Santana de Parnaíba (11,36%) e Vargem Grande Paulista (6,76%). Dessa forma, percebe-se a migração como fator impor-tante no crescimento de alguns municípios da periferia. Esses 13 municípios com elevada proporção de migrantes, em 2000, possuíam 34,30% dos migrantes que residem na periferia, embora representem apenas 26,13% da po-pulação dessa periferia.

(14)

especificidade, conforme o tipo de município onde resi-dem.

Para Mairiporã e Santana de Parnaíba, em particular, pode-se formular a hipótese da migração de população de renda média e alta, em virtude da proliferação de cháca-ras e condomínios residenciais, no caso do primeiro; e, no caso de Santana de Parnaíba, pela expansão de um conjunto de condomínios de luxo que se seguiu à instala-ção de Alphaville e Tamboré – o que atraiu profissionais liberais e empresários, além de outros grupos altamente qualificados, que conferem um novo perfil à migração, so-bretudo do tipo intrametropolitano.

Distribuição dos Migrantes no Município-Pólo

O volume de migrantes para o município da capital foi de 1.101.394 pessoas no período 1980-1991 – represen-tando 11,42% da população total do município, em 1991 – e de 1.202.220 pessoas entre 1991 e 2000 – represen-tando 11,52% da população total em 2000.

Depreende-se daí que o volume de migrantes aumen-tou em mais de 100 mil pessoas e que a taxa de cresci-mento da população migrante para o pólo foi de 0,98% ao ano entre as duas décadas – número maior que a taxa da população não-migrante da capital. Cabe também mencio-nar que a localização espacial desses migrantes no Município de São Paulo difere por anéis (BÓGUS; PASTERNAK, 2004), com características distintas em relação à sua configuração histórica, aos equipamentos sociais e às condições de infra-estrutura, aloja grupos so-ciais que incluem migrantes com perfis distintos.

TABELA 15

Migrantes e População Total, segundo Localização Espacial Município de São Paulo – 2000

Anel (1) Migrantes População Total A/B % Migrantes

(A) (B)

Total 1.202.220 10.435.545 11,52 100,00

Central 66.609 318.599 20,91 5,54

Interior 82.435 583.956 14,12 6,86

Intermediário 139.566 1.316.367 10,60 11,61

Exterior 309.068 3.212.970 9,62 25,71

Periférico 604.542 5.003.653 12,08 50,29

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2000.

(1) Para detalhamento dos distritos que compõem cada anel, ver Pasternak e Bógus (1998, p. 78).

A Tabela 15 aponta a distribuição espacial dos migran-tes recenmigran-tes nas diferenmigran-tes áreas da cidade e mostra que o número de migrantes é bastante expressivo no anel peri-férico, no qual o volume populacional também é elevado. Entretanto, em termos relativos, em 2000, os locais com maior porcentual de migrantes recentes foram os anéis cen-tral e interior. As porcentagens de migrantes caem nos anéis intermediário e exterior, tornando a subir no anel perifé-rico. A hipótese que se coloca é a de que os migrantes alocam-se no tecido urbano inicialmente nas áreas cen-trais, em cortiços, pensões e hotéis populares; alguns de-les, após algum tempo de residência, compram terrenos ou casas na periferia, muitas vezes em invasões. Essa ex-plicação encontra novas evidências quando a situação es-pecífica dos chefes de família migrantes é analisada.

A tabulação realizada apenas para os chefes migrantes de 1991 e 2000 trouxe informações interessantes sobre esse grupo (aqui a tabulação foi realizada por origem, e não por procedência, nos últimos 10 anos). A Tabela 16 mostra que tanto em 1991 como em 2000 os chefes migrantes residiam preferencialmente nos anéis central e periférico; os paulistanos que já moraram em outro município e retornaram à capital estavam em maior proporção no anel interior; e os nativos, que sempre moraram na cidade, residiam mais for-temente nos anéis interior e intermediário.

(15)

MAPA 1 Proporção de Migrantes Região Metropolitana de São Paulo – 1991

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 1991.

MAPA 2 Proporção de Migrantes Região Metropolitana de São Paulo – 2000

(16)

alocam-se em favelas e/ou casas próprias na periferia, mo-radias que seu poder aquisitivo permite comprar.

Cabe ainda ressaltar que havia, em 1991, 1.033.017 che-fes nascidos em outros estados; em 2000 esse número su-biu para 1.299.961. Dentre eles, predominaram os oriun-dos da Região Nordeste: 63%, em 2000; e 60%, em 1991. E, tanto em 1991 como em 2000, os nordestinos residiam principalmente no anel periférico, onde grupos de migrantes chegados anteriormente ao pólo metropolitano têm garantido a acolhida aos recém-chegados, por meio de redes de solidariedade e sociabilidade. A existência des-sas redes tem sido essencial para a sobrevivência dos migrantes em seus primeiros tempos na metrópole.

Em que Tipos de Município Residem os Migrantes?

Metodologia – Tendo em vista analisar as formas e con-dições de inserção dos migrantes na maior região metro-politana brasileira, procedeu-se à construção de uma tipologia de municípios com base nas categorias socio-ocupacionais elaboradas e utilizadas no âmbito da pes-quisa “Metrópole, desigualdade socioespacial e gover-nança urbana: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte” (RIBEIRO, 1998). Para tanto, procedeu-se a uma análise fatorial da distribuição da população ocupada residente nos 38 municípios da RMSP – excluindo-se a capital – de acordo a tipologia adotada.

A variável síntese “categoria socioocupacional” cons-titui um sistema de hierarquização social obtido com a combinação das variáveis censitárias “renda”, “ocupação”

e “escolaridade” e que fornece uma proxy da estrutura so-cial. Como resultado dessa hierarquização chegou-se a tipologia composta de oito grandes categorias (cats) agru-padas segundo a existência simultânea de certas caracte-rísticas no que diz respeito à ocupação, escolaridade, ren-da, posição na ocupação e ramo de produção/atividade. São elas:

- elite dirigente – formada principalmente por empre-sários, dirigentes do setor público e dirigentes do setor privado;

- elite intelectual – inclui profissionais liberais de nível superior, professores universitários e trabalhadores por conta própria, de nível superior;

- pequena burguesia – constituída principalmente por pe-quenos empregadores, comerciantes por conta própria; - camadas médias – constituída, entre outros, por traba-lhadores em atividades de supervisão, técnicos e artistas, trabalhadores das áreas de saúde e educação, segurança pública, justiça e correios;

- proletariado secundário – inclui operários da indústria moderna, operários da indústria tradicional e operários da construção civil;

- proletariado terciário – constituído por prestadores de serviços, trabalhadores do comércio e trabalhadores au-tônomos em ocupações manuais com capacitação especí-fica;

- trabalhadores da sobrevivência – inclui ambulantes, empregados domésticos e biscateiros;

TABELA 16

Chefes de Família, por Origem, segundo Local de Residência (por Anel) Município de São Paulo – 1991-2000

Em porcentagem

1991 2000

Anel (1) Nasceu em São Paulo Não Nasceu em São Paulo Não

Sempre Morou Nasceu Sempre Morou Nasceu

Morou Fora Morou Fora

Total 37,23 2,27 60,49 37,15 2,16 60,68

Central 29,49 2,86 67,66 30,04 3,60 66,36

Interior 41,50 4,13 54,30 42,80 4,05 53,16

Intermediário 43,83 2,87 53,31 45,41 2,96 51,63

Exterior 39,69 2,02 58,29 41,07 1,96 36,98

Periférico 32,19 1,69 66,12 31,58 1,63 66,79

Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1991 e 2000.

(17)

- trabalhadores agrícolas – formada por todas as ocupa-ções agrícolas com renda abaixo de 20 salários mínimos.2

A variável “ocupação” foi construída a partir de 400 diferentes tipos de ocupação utilizados pelo IBGE e as categorias socioocupacionais (cats) constituíram o ponto de partida para classificação dos tipos de área, através da realização de análise fatorial por correspondência biná-ria.3

A análise fatorial realizada em 37 municípios da peri-feria da Região Metropolitana de São Paulo em 1991 e 38 municípios em 2000 resultou em dois eixos que explicam 75% e 74% da variância, respectivamente. O primeiro eixo opõe estratos superiores e médios a operários e trabalha-dores da sobrevivência, exprimindo as relações de poder pela qualificação profissional. O segundo eixo mostra a oposição entre trabalho qualificado e não-qualificado, co-locando, de um lado, as ocupações que requerem algum tipo de treinamento e, de outro, as de baixa qualificação e que quase não necessitam de adestramento – como cons-trução civil, serviços domésticos, ambulantes e biscateiros. Esse eixo explica 23,1% da variância, em 1991, e 24,7%, em 2000.

A partir desses eixos foram estabelecidos os clusters

que resultaram em cinco grandes aglomerados ou tipos de áreas, a saber:

- cluster popular, que reúne os municípios com grande proporção de trabalhadores da sobrevivência e da cons-trução civil. Esses municípios, tanto em 1991 quanto em 2000, apresentam uma distribuição bastante semelhante das categorias socioocupacionais e das suas densidades relativas – sendo que a maior densidade para os dois perío-dos (1,54 em 1991 e 1,36 em 2000) seria a perío-dos trabalha-dores da sobrevivência. Pertencem ao tipo popular os mu-nicípios de Arujá, Cotia, Embu-Guaçu, Guararema, Itapecerica da Serra, Juquitiba, Mairiporã, Mogi das Cru-zes, Pirapora do Bom Jesus (apenas em 1991), Santa Isa-bel, Santana de Parnaíba, São Lourenço (apenas em 2000), Suzano e Vargem Grande Paulista;

- cluster agrícola, que reúne os municípios com forte pre-sença de trabalhadores rurais. Tal como no caso anterior, a similaridade das distribuições de 1980 e 1991 permite estabelecer a mesma tipologia para os dois anos conside-rados. Os municípios agrícolas de Biritiba Mirim e Sale-sópolis distinguem-se pela alta porcentagem de trabalha-dores agrícolas residentes: 35,2% em 1991 e 16,7% em 2000. Também é significativa a presença, nesses municí-pios, de trabalhadores da sobrevivência;

- cluster operário tradicional, que reúne os municípios de residência operária, sobretudo de moradia de operários da indústria tradicional e de serviços. Em 2000, esses mu-nicípios apresentam densidades relativas elevadas do pro-letariado terciário, do propro-letariado secundário e de traba-lhadores da sobrevivência. Dentre os 18,4% dos ocupados que pertenciam ao operariado secundário, 3,4% eram da indústria tradicional e 5,9%, da construção civil. Além disso, 7,8% eram trabalhadores da sobrevivência. Assim, cerca de 17% da população ocupada residente no cluster

era composta de operários tradicionais, operários da cons-trução civil e trabalhadores da sobrevivência. Em 1991, os municípios de tipo “operário tradicional” possuíam 31% da sua população ocupada no proletariado secundário (Cajamar, Carapicuíba, Ferraz de Vasconcelos, Francis-co Morato, FranFrancis-co da Rocha, Itapevi, Itaquaquecetuba e Jandira). Em 2000, os municípios deste cluster eram: Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Itapevi, Itaqua-quecetuba, Jandira, Pirapora do Bom Jesus, Santa Isabel, Poá e Rio Grande da Serra;

- cluster operário moderno, que, em 2000, reúne muni-cípios com densidade elevada de trabalhadores residen-tes do proletariado secundário (1,03), sobretudo da indús-tria moderna (1,06). Também possuem presença expressiva os trabalhadores de serviços auxiliares. Em 1991, a den-sidade relativa dos trabalhadores da indústria moderna al-cançava, nesse grupo, 1,03; e a de serviços auxiliares, 1,14 – o que tornou possível a comparação desse tipo nas duas datas consideradas. Fazem parte deste cluster, em 1991, os municípios de: Barueri, Caieiras, Diadema, Guarulhos, Mauá, Poá, Osasco, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Taboão da Serra. Em 2000, Poá e Rio Grande da Serra passam a fazer parte dos municípios do tipo “operário tra-dicional”, devido a alterações no perfil de sua população ocupada residente. Por outro lado, passam a fazer parte do grupo os municípios de Cajamar e Carapicuíba, antes pertencentes ao tipo “operário tradicional”, também em razão das características de sua população residente, se-gundo a categoria socioocupacional;

(18)

mo-MAPA 3

Tipologia dos Municípios Região Metropolitana de São Paulo – 1991

Fonte: IBGE. Censo Demográfico 1991; Pesquisa Pronex/CNPq (RIBEIRO, 1998).

MAPA 4

Tipologia dos Municípios Região Metropolitana de São Paulo – 2000

(19)

derna, tanto em 1991 (1,13) como em 2000 (1,10). Fazem parte desse tipo, em 1991, os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, que cons-tituíram o berço da indústria metalúrgica, automobilística e metal-mecânica do Estado de São Paulo. A esses muni-cípios somou-se, em 2000, Santana de Parnaíba – impor-tante área de expansão de serviços ligados à indústria e onde se localizam os maiores condomínios de alta renda, residência de empresários e profissionais pertencentes às elites dirigente e intelectual.

Tipologia de Municípios e Migração4 – Tanto em 1991

como em 2000, os municípios com maior proporção de migrantes são os do tipo “operário tradicional” e “popu-lar”. São tipos que se caracterizam por constituírem o lo-cal de moradia de camadas bastante pobres da população. A proporção de migrantes na população total manteve-se entre as duas datas: a redução em todos os tipos de muni-cípios da metrópole viu-se compensada pelo ligeiro au-mento do porcentual no município-pólo. A maior redu-ção da proporredu-ção de migrantes ocorreu nos municípios de tipo “elite industrial” (mais de 28% de redução), seguida pela diminuição de 17,5% na migração nos municípios de tipo “operário tradicional”.

Em 2000, os municípios de tipo “popular” caracteriza-vam-se por densidades maiores que a unidade tanto para os trabalhadores por sobrevivência como para os traba-lhadores do proletariado secundário e terciário. Suas maio-res densidades relativas são para os ambulantes (1,24), domésticos (1,45) e operários da construção civil (1,28). Nessas quatro categorias ocupacionais concentraram-se

quase 13% dos trabalhadores ocupados residentes. Além disso, destacaram-se algumas densidades também altas em categorias hierarquicamente superiores, como na elite di-rigente (1,11), elite intelectual (1,02) e pequena burgue-sia (1,22). Embora essas categorias representem menos de 5% dos ocupados residentes, sua presença talvez ex-plique as rendas médias do chefe mais elevadas que as do conjunto de municípios do tipo operário tradicional. Es-sas cidades são também conhecidas como cidades-dormi-tório, e apresentam um movimento pendular diário casa/ trabalho, bastante expressivo. Nelas, a oferta de terras é ainda abundante e com preços relativamente inferiores. A relação emprego/população (o total da oferta de emprego em relação à população em idade ativa, expresso pela re-lação empregos para cada 100 membros da PIA) é baixa neste tipo de municípios, assim como a renda. (São Lou-renço, Vargem Grande Paulista e Juquitiba possuem rela-ção emprego/popularela-ção elevada, mas com renda bastante baixa; Cotia tem renda mais alta, mas oferta de emprego média; já Mairiporã e Mogi das Cruzes apresentam renda mais alta, mas com pouca oferta de empregos).

Os municípios do subconjunto “operário tradicional” possuem perfil socioocupacional distinto dos do

subcon-TABELA 18

Relação Emprego/PIA, Renda do Chefe de Família e Proporção de Migrantes, segundo Municípios do Tipo Popular

Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Municípios do Emprego/ Renda do Chefe (2) Proporção de Tipo Popular PIA (1) (reais de dez. 2000) Migrantes (%)

Total 897,11 26,94

Arujá 20,09 962,38 37,10

Cotia 32,97 1.202,11 32,81

Embu-Guaçu 15,57 699,73 22,21

Guararema 17,78 818,97 28,23

Itapecerica da Serra 15,28 720,14 33,02

Juquitiba 48,34 602,99 27,26

Mairiporã 18,70 1.035,36 30,03

Mogi das Cruzes 19,75 1.005,01 17,85

São Lourenço 76,88 626,29 24,12

Suzano 18,33 751,78 29,78

Vargem Grande Paulista 41,95 839,55 32,32

Fonte: Meyer, Gronstein e Biderman (2004, p. 53). (1) Número de empregos por 100 pessoas em idade ativa.

(2) A renda média do cluster é a média ponderada das rendas dos chefes. TABELA 17

Migrantes Residentes, segundo Tipos de Município Região Metropolitana de São Paulo – 1991-2000

Em porcentagem

Tipos de Municípios 1991 2000

Total 17,30 17,45

Agrícola 26,95 26,19

Popular 28,62 26,94

Operário Tradicional 37,09 31,57

Operário Moderno 26,15 25,53

Elite Industrial 27,77 21,60

Pólo 11,42 11,52

(20)

junto “popular”, embora também alojem as camadas hie-rarquicamente inferiores. As densidades relativas mais al-tas observadas nesse conjunto de municípios foram as dos empregados domésticos (1,28), ambulantes (1,39), ope-rários da construção civil (1,43) e da indústria tradicional (1,35). Quase 17% da sua população ocupada encontra-se nessas categorias. A Tabela 19 apreencontra-senta a renda mé-dia do chefe e a relação emprego/população (total da oferta de emprego em relação à população em idade ativa) des-ses municípios.

A Tabela 19 mostra que as rendas médias dos chefes nos municípios do tipo operário tradicional são, em ge-ral, inferiores às do tipo popular. E, com exceção de Poá, Embu e Santa Isabel, o índice de empregos é muito baixo. Meyer, Gronstein e Biderman (2004) chamam grande parte desses municípios de “dormitório renda-baixa”. Observa-se que, mesmo possuindo perfil específico em relação às categorias socioocupacionais, os municípios do tipo popular e operário tradicional apresentam grande se-melhança: nos dois casos, há forte proporção de trabalha-dores por sobrevivência (8,24% e 7,82%, para os popula-res e tradicionais, popula-respectivamente), além de 5,29% e 5,92% respectivamente, de trabalhadores da construção civil. Sua maior distinção está na presença de operários da indústria tradicional, para este último grupo, e na

presença de elites e pequena burguesia, em alguns muni-cípios do cluster popular (no popular, 4,75% dos ocupa-dos pertencem às categorias elites e pequena burguesia; já no tipo operário tradicional, esse porcentual não al-cança 3%).

Pode-se inferir que a presença de forte proporção de migrantes vincula-se à renda média baixa – presente nos dois subconjuntos – e denota que os migrantes mais po-bres têm como uma das únicas opções de residência as áreas mais afastadas e desprovidas de infra-estrutura, mesmo tendo que arcar com elevado custo e maior tempo de deslocamento para o trabalho, já que a oferta de em-pregos é bastante reduzida nesses tanto municípios como nos municípios populares. Fundamentalmente, quem abri-ga a população de baixa renda são os municípios-dormi-tório. Nos municípios populares, a renda média do chefe foi de aproximadamente R$ 897,00; e, nos municípios do tipo operário tradicional, de R$ 622,00 (relativos a de-zembro de 2000). A maior renda do clusterpopular vem acompanhada de maior variância, justificada pela presen-ça de casas de campo em Cotia (onde está situada a Gran-ja Viana, com seus condomínios de luxo) e Itapecerica da Serra; e de chácaras de lazer em São Lourenço, Vargem Grande Paulista e Mairiporã.

A presença da estrada de ferro ajuda a explicar a loca-lização da moradia das camadas populares, uma vez que esse meio de transporte possibilita o deslocamento para outras áreas da metrópole onde haja oferta de trabalho ou emprego. O trem interliga municípios ao norte: Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato; a oeste: Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira e Itapevi. Em direção ao sudeste, passa por São Caetano do Sul e Santo André; em direção ao Porto de Santos, passa por Mauá e Ribeirão Pires. No sentido leste, atravessa Ferraz de Vasconcelos, Poá, Suzano, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Guararema. A rede ferroviária metropolitana, embora pre-cária e insuficiente, ainda é a garantidora da mobilidade no espaço da metrópole para a população de baixa renda. Entre os 11 municípios do agrupamento operário tra-dicional, apenas Embu, Pirapora do Bom Jesus e Santa Isabel não apresentam ligação ferroviária com a capital – o que dificulta a circulação dos residentes e os condena a um certo isolamento. Como nesses municípios ainda exis-tem áreas onde são desenvolvidas atividades rurais, a car-roça e o cavalo são meios de transporte bastante utiliza-dos, além das viagens a pé.

No que diz respeito à origem dos moradores, os muni-cípios do tipo operário moderno apresentaram uma

pro-TABELA 19

Relação Emprego/PIA, Renda do Chefe de Família e Proporção de Migrantes, segundo Municípios do Tipo Operário Tradicional

Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Municípios do

Emprego/ Renda do Chefe (2) Proporção de Tipo Operário

PIA (1) (reais de dez. 2000) Migrantes (%) Tradicional

Total 622,89 31,57

Embu 37,16 663,28 28,49

Ferraz de

Vasconcelos 11,40 594,44 35,55

Francisco Morato 4,09 508,40 38,60

Franco da Rocha 8,72 640,78 28,53

Itapevi 12,89 602,44 33,24

Itaquaquecetuba 12,72 571,58 39,03

Jandira 13,22 775,72 32,09

Pirapora do

Bom Jesus 15,44 598,30 37,37

Poá 55,25 753,53 27,92

Rio Grande da Serra 7,84 590,04 26,11

Santa Isabel 28,06 654,13 22,90

Fonte: Meyer, Gronstein e Biderman (2004, p. 53). (1) Número de empregos por 100 pessoas em idade ativa.

(21)

porção de migrantes semelhante, tanto em 1991 como em 2000 (26,15% e 25,45%, respectivamente).

A oferta de empregos dos municípios do grupo operá-rio moderno é bem superior à do operário tradicional. O nível de renda é maior (renda média de cerca de R$ 838,00) e a proporção de migrantes é menor, associando-se inver-samente a renda e a oferta de empregos. Como exceção, destaca-se Carapicuíba que provavelmente tem boa parte de seus moradores trabalhando em indústrias de São Pau-lo e Osasco, dada a contigüidade territorial e o expressi-vo número de indústrias instaladas nos limites dos três mu-nicípios.

Os municípios do tipo elite industrial apresentam pro-porção ainda menor de migrantes, tanto em 1991 como em 2000. A renda média sobe para R$ 1.342,00 – mais que o dobro da renda média dos chefes no cluster operá-rio tradicional. A migração para estes municípios – com exceção de Santana de Parnaíba, com migração de perfil específico – reduziu-se muito entre as duas datas. No caso de Santana de Parnaíba, a renda média dos chefes resi-dentes no município é a mais alta da metrópole: maior in-clusive que a da capital (R$ 1.479,69). Meyer, Gronstein e Biderman (2004) mostram que, em 1991, os 10% mais ricos de Santana de Parnaíba ganhavam em média 50% a mais que os 10% mais ricos residentes na capital. Este fe-nômeno está ligado, como já afirmado, ao crescimento de

condomínios fechados na periferia de São Paulo. Em Santana de Parnaíba e Barueri estão Tamboré e Alphaville, e o aumento de renda média está ligado à migração da camada mais rica da população.

O fato de Santana de Parnaíba passar para o grupo mais rico de municípios e Barueri não, pode ser explicado por ter menor população (74.828, em 2000, enquanto Barueri chegava a 208.281) e pela presença de condomínios fechados com baixa densidade populacional – o que influencia bastante seus indicadores de renda, instrução e ocupação.

O município-pólo apresenta uma proporção de migran-tes de 11,60%, com renda média do chefe de R$ 1.479,69 e oferta de 40,96 empregos por cada 100 pessoas na popu-lação em idade ativa. Os municípios agrícolas, Biritiba Mirim e Salesópolis, possuem proporção de migrantes de 26,19% e oferta muito baixa de empregos (9,93 para 100 pessoas em idade ativa, em Biritiba; e 17,47, em Sale-sópolis). A renda média do chefe assemelha-se à dos che-fes do grupo operário tradicional: R$ 623,73.

Vale ressaltar a associação negativa entre proporção de migrantes na década e renda dos chefes: os municípios pobres, com pequena oferta de empregos são os que apre-sentam as mais altas taxas de migração.

Santana de Parnaíba é a grande exceção – pelas razões já apontadas e, sobretudo, pela concentração de migrantes de alta renda. Outro fator explicativo é a ferrovia, favore-cendo a moradia de migrantes recentes em áreas afasta-das dos centros de emprego e trabalho, pela facilidade de deslocamento para áreas de concentração de oportunida-des de trabalho.

TABELA 20

Relação Emprego/PIA, Renda do Chefe de Família e Proporção de Migrantes, segundo Municípios do Tipo Operário Moderno

Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Municípios do

Emprego/ Renda do Chefe (2) Proporção de Tipo Operário

PIA (1) (reais de dez. 2000) Migrantes (%) Moderno

Total 838,46 25,53

Barueri 91,61 1254,04 32,46

Caieiras 21,06 809,20 37,21

Cajamar 112,82 746,73 30,36

Carapicuíba 7,43 729,72 24,67

Diadema 28,66 717,09 22,42

Guarulhos 26,38 882,05 25,36

Mauá 12,67 720,81 22,46

Osasco 20,60 934,36 19,98

Ribeirão Pires 17,46 888,38 22,42

Taboão da Serra 43,15 849,08 27,69

Fonte: Meyer, Gronstein e Biderman (2004, p. 53). (1) Número de empregos por 100 pessoas em idade ativa.

(2) A renda média do cluster é a média ponderada das rendas dos chefes.

TABELA 21

Relação Emprego/PIA, Renda do Chefe de Família e Proporção de Migrantes, segundo Municípios do Tipo Elite Industrial

Região Metropolitana de São Paulo – 2000

Municípios do

Emprego/ Renda do Chefe (2) Proporção de Tipo Elite

PIA (1) (reais de dez. 2000) Migrantes (%) Industrial

Total 1.342,37 21,60

Santana de Parnaíba 56,86 2.583,57 52,76

Santo André 23,23 1.201,13 16,83

São Bernardo

do Campo 18,88 1.206,07 23,00

São Caetano do Sul 24,04 1.711,89 20,09

Fonte: Meyer, Gronstein e Biderman (2004, p. 53). (1) Número de empregos por 100 pessoas em idade ativa.

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GRÁFICO 1
GRÁFICO 2

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