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Loucuras da fome.

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Academic year: 2017

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Cad . Saúd e Púb lic a, Rio d e Jane iro , 14(3):643-646, jul-se t, 1998 O PIN IÃO O PINIO N

Loucuras da fome

Hung e r and me ntal illne ss

1 Departam en to de Ciên cias Sociais em Saú d e, Escola N acion al d e Saú d e Pú blica, Fu n d ação Osw ald o Cru z . Ru a Leop old o Bu lh ões 1480, 8oan d ar, Rio d e Jan eiro, RJ 21041-210, Brasil.

Lêd a M aria d e Vargas Rebello 1

Abst ract Based on a recen tly-p u blish ed article on th e triad of d rou gh t, h u n ger, an d m en tal ill-n ess, iill-n w h ich t h e m a iill-n id ea is t h a t d est it u t ioill-n m a y be lea d iill-n g t o beh a v iora l d isord ers iill-n t h e d rou gh tp lagu ed p op u lation of th e Braz ilian North east, w e reflect on w h at th is socalled “m ad -n ess”m ay rep rese-n t for th is grou p of p eop le. We attem p t to a-n alyz e th e issu e from variou s d isci-p lin ary isci-p ersisci-p ectives, goin g beyon d m erely cau sal exisci-p lan ation s an d tak in g in to accou n t th at th e rep orted d isord ers en tail m ean in gs follow in g th e articu lation of cogn itive, affective, an d exp eri-en tial elem eri-en ts fou n d ed on th e social an d cu ltu ral relation s of in d iv id u als. From th is p oin t of v iew, th e resp ectiv e d iscou rse assu m es oth er in terp retation s, sh ow in g th at illn ess is a sin gu lar p rocess of con stru ction .

Key words Hu n ger; Drou gh ts; Men tal Health

Resumo Com base em u m a rep ortagem p u blicad a recen tem en te sobre a tríad e seca/fom e/d oen

-ça m en tal, cu ja id éia cen tral é a d e qu e a m iséria d ecorren te p ossa estar p rovocan d o d istú rbios com p ortam en tais n a p op u lação n ord estin a atin gid a, bu scam os refletir sobre o qu e essa su p osta ‘lou cu ra’ p od eria estar rep resen tan d o p ara esse gru p o d e p essoas. Procu ram os fazer u m a leitu ra qu e en volvesse várias d iscip lin as e qu e u ltrap assasse as exp licações m eram en te cau sais, levan d o em con ta qu e os tran storn os relatad os teriam sign ificação a p artir d a articu lação d e elem en tos cogn itivos, afetivos e exp erien ciais, calcad os n as relações sociais e cu ltu rais d os in d ivíd u os. Nes-sa p ersp ectiva, o d iscu rso vai assu m in d o ou tras in terp retações, m ostran d o qu e a en ferm id ad e é u m p rocesso sin gu lar d e con stru ção.

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REBELLO , L. M. V.

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Cad . Saúd e Púb lic a, Rio d e Jane iro , 14(3):643-646, jul-se t, 1998

A p rop ósito d a rep ortagem Seca e fom e acirram d istú rbios m en tais, p u b licad a n a Folh a d e São Pau lo d e 31 d e m aio d e 1998 (Gu ib u , 1998), fa-rem o s a d ia n te a lgu m a s co n sid era çõ es so b re com o vem sen d o debatido u m p roblem a an tigo e co n h ecid o, q u e vo lta à cen a refo rça d o p elo alcan ce d os m eios d e com u n icação. Nesse caso esp ecífico, a s in fo rm a çõ es co n tid a s n o a rtigo n ecessitam d e u m a reflexão crítica, u m “estu do in d iscip lin ad o”(Castiel, 1996:27), q u e fu ja d os en qu ad ram en tos h ab itu ais.

O referid o texto to m a a d u p la q u estã o se -ca / fo m e, tra zen d o u m terceiro elem en to – d oen ça m en tal –, n u m d iscu rso su sten tad o p or n arrativas d ram áticas d e sertan ejos/ trab alh a-d ores ru rais. A ia-d éia cen tral é a a-d e q u e a m isé-ria p rovo ca d a p ela estia gem q u e a tin ge o sertão n ord estin o p ossa estar m od ifican d o o com p ortam en to d essa com u n id ad e, tran sform an -d o-os n os ‘lou cos -d a seca’.

O fen ôm en o d a seca n o Nord este se rep ete h á m a is d e d o is sécu lo s, ten d o co m o co n se -qü ên cia a m iséria, a fom e, a d oen ça, a d esagre-gação. Um d os trab alh os d e m aior alcan ce so-b re essa realid ad e foi a oso-b ra d o in telectu al Jo-su é d e Castro, q u e sistem atizou u m estu d o so-b re a fom e u ltrap assan d o as exp licações m eram en te ca u sa is e fisiológica s, refin a n d o o con -ceito e trazen do à ton a (...)u m assu n to bastan -te delicado e perigoso qu e se con stitu iu n u m dos tabu s d e n ossa civiliz ação”(Ca stro, 1984:13). Segu n d o Magalh ães (1997), o silên cio em torn o d a fom e, com o u m a q u estão p roib id a, ao lad o d e p recon ceitos m orais, vem escam otean d o o d eb ate sob re o q u ad ro d a fom e e seu s con tor-n os. E é d essa fom e ‘ocu lta’ q u e, tor-n a tor-n ossa op i-n ião, trata o artigo.

Segu n d o a rep o rta gem , m o ra d o res d a re -gião d e Crato (CE) viven ciam u m a situ ação crí-tica , d e a b so lu ta in d igên cia , e esta r ia m a p re-sen tan do “su rtos de desequ ilíbrio”(Gu ibu , 1998: 17),com com p ortam en tos violen tos e agressi-vos. Hoje, já se su p erou , d e u m p on to d e vista so cio ló gico, o en u n cia d o q u e d iz q u e a m isé-ria p rod u z violên cia, n u m a relação b iu n ívoca, lin ea r. Esses p a râ m etro s, segu n d o Ca lliga ris (1996:5) segu em cu rva s p a recid a s co m a s q u e d escrevem as ep id em ias, ob ed ecen d o ao p rin -cíp io d o tip p in g p oin t, ou seja, o m om en to em q u e o líq u id o tran sb ord a. Esse au tor u sa com o exem p lo a garrafin h a d e k etch u pn a q u al o au m en to m ilim étrico d a in clin ação p od e p rod u -zir u m d ilú vio in esp erad o, com p letam en te fora d e p rop orção. E, segu n d o o m od elo ep id em io-lógico, u m a m u d an ça m ín im a em u m p rocesso ap aren tem en te grad u al p od e ter o efeito d o ú l-tim o m ilím etro, d o ‘d ilú vio in esp erad o’. O texto d a rep ortagem ap on ta p ara essa ‘gota d’águ a’:

“No m aior h ospital psiqu iátrico da região, a Casa d e Saú d e San ta Terez a, em Crato, su l d o Ceará, a p rocu ra p or aten d im en to au m en tou en tre 20% e 30% desde o in ício do an o, n o perío-d o perío-d a estiagem . Segu n perío-d o a perío-d iretora perío-d a in stitu i-ção, Helen ita San tos Telles, u m a m éd ia d e 15 p essoas com su p ostos p roblem as m en tais p ro-cu ram aten dim en to todos os dias n o local”(Gu i-b u , 1998:17).

Estam os, en tão, dian te de u m tippin g poin t? Qu e m iséria e qu e fom e estão sen d o resp on sa-b ilizad as? De qu e violên cia se fala?

Dad os oficiais recen tes, gerad os a p artir d e u m estu d o feito em 1993 p elo Ip ea – In stitu to d e Pesq u isa Eco n ô m ica Ap lica d a (Pelia n o, 1993), revela ra m q u e tr in ta e d o is m ilh õ es d e b rasileiros (m ais d a qu in ta p arte d a p op u lação b ra sileira ) d efro n ta m -se d ia ria m en te co m o p rob lem a d a fom e. E a p arcela m ais sign ificativa d estes é d e cerca d e 7,2 m ilh ões d e in d igen -tes q u e vivem n o No rd este, co m p red o m ín io ab solu to n a área ru ral. Ap esar d essa con stata -çã o, o estu d o a p on ta ta m b ém p a ra a fom e u r-b an a d issem in ad a p or tod o o território n acio-n a l. Ca b e a teacio-n ta r p a ra o fa to d e q u e acio-n ã o é d e h o je q u e su b siste o p ro b lem a e o n ã o en fren -ta m en to efetivo d e su a s m ú ltip la s ca u sa s. Os ciclos d a seca têm registro n a h istória oficial e n a tra d içã o ora l, rem on ta n d o a o sécu lo XVIII. E a fom e, d ecorrên cia ‘n atu ral’, tom ou u m sen tid o m ú ltip lo n u m m esm o texto. Tem p erm a -n ecid o p rese-n te -n a a ge-n d a d o Esta d o co m o p rio rid a d e p ú b lica , sem co n tu d o a va n ça r n a s a çõ es im p lem en ta d a s. Po r o u tro la d o, a lgu n s m ovim en tos p on tu ais d a socied ad e civil foram d eflagrad os em m ob ilizações recen tes, com o a Açã o d a Cid a d a n ia con tra a Fom e, a Miséria e p ela Vid a,lid era d a p elo so ció lo go Herb ert d e So u za , o q u a l fa la va d e u m a “cu ltu ra d a in d i-gên cia”, e qu e ten tou d esp ertar tod a a socied ad e p ara o p rin cíp io ad a soliad ariead aad e, m ostran -d o o “desin vestim en to cu ltu ral n a idéia de p ró-xim o”(Costa, 1996:8). Essa e ou tras ações soli-d á ria s têm feito em ergir u m a n ova “su bjetivi-d abjetivi-d e coletiva”(Gen ro, 1997:3), u m ‘d esvio d e p ercu rso’, fu n d a m en ta n d o u m a n ova o rd em social, p reocu p ad a com o atu al m od elo exclu -d en te e com -d iscu rsos p olíticos irresp on sáveis e p rogram as in op eran tes.

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e-Cad . Saúd e Púb lic a, Rio d e Jane iro , 14(3):643-646, jul-se t, 1998

n as esb oçad a em cu rtos d ep oim en tos, gan h a a d im en são d e u m a b iografia sin gu lar, u m cam i-n h o revela d o r p a ra a a i-n á lise d a tría d e su geri-d a : seca / fo m e/ geri-d istú rb io m en ta l, circu n scrita n u m a ou tra ord em , n ão b iologicista, m as sim -b ó lica . In teressa -n o s a fo rm a p ela q u a l essa s p essoas resp on d em socialm en te à tal situ ação, e os sign ificad os atrib u íd os a essa exp eriên cia. E, p a ra q u e essa s exp eriên cia s ten h a m u m a sign ifica çã o, ela s p recisa m ser in terp reta d a s, ten d o co m o p rin cíp io q u e co rp o / m en te/ sa ú -d e/ -d o en ça sã o o b jeto s -d e co n str u çã o so cia l. Ou , co m o co n clu i o p siq u ia tra d o h o sp ita l d a região, Rid alvo Roch a, en trevistad o n a rep orta-gem , com p lem en tan d o n ossas ob ser vações: A seca n ão provoca a lou cu ra (...).A estiagem n ão é a cau sa da doen ça, m as pode ser a gota d’águ a para qu e ela se m an ifeste”(Gu ib u , 1998:17).

Um ou tro com en tário m éd ico n o texto afir-m a qu e p essoas coafir-m “dieta m on óton a” (Folh a, 1998:18), com d eficiên cia n u tricion a l, p od em a p resen ta r u m “estad o d e d em ên cia p arecid o com a lou cu ra”(Gu ib u , 1998:18).A n u triçã o, com o p rocesso, im p lica vá rios d esd ob ra m en -tos, estab elecen d o u m a relação am p liad a e n ão red u cion ista en tre h om em / alim en to. A lou cu ra, p or su a vez, segu n d o Basaglia (1985), tam -b ém tem d u a s fa ces: a exp eriên cia p sicop a to-lógica e a con d ição d e exclu são. E o q u e h á em co m u m en tre u m a d ieta p o b re e a lo u cu ra ? Am b a s p ro d u zem so frim en to. E p o r m a is q u e este seja red u zid o a u m a d im en sã o b io ló gica e/ o u p sico ló gica , ele existe p a ra o su jeito n o seu registro d e cid a d ã o. É o sofrim en to d a ex-clu são, o sofrim en to d e qu em n ad a p ossu i (tra-b alh o, m orad ia, d ocu m en tos, alim en to...), n u m p ro ce sso h istó rico q u e o se p a ra d o cid a d ã o. Ou , retom an d o o texto d a en trevista:

“As p essoas p en sam qu e eu sou lou ca, m as eu n ão sou . Sou só revoltad a [...] Eu qu eria co-m er alface, qu eijo, cen ou ra, beterraba, essas coi-sas qu e as ou tras p essoas com em ”(Maria Cleo-n ice, 22 aCleo-n os, eCleo-n trevistada p or Gu ib u , 1998:17). Nessa rep ortagem , tem os d ian te d e n ós al-go co m o a o b ra literá ria d e Ca m u s – A Peste (Cam u s, 1993), qu e retrata a h istória d e u m a ci-d a ci-d e su b ita m en te to m a ci-d a p o r u m a ep ici-d em ia m o rta l q u e se a la stra sem en co n tra r o b stá cu -los. As rea ções su b jetiva s ta n to d a p op u la çã o, qu an to d as au torid ad es, vão con stru in d o a tra-m a . Po d etra-m o s fa zer o p a ra lelo su b stitu in d o a p este p ela seca , u m a rea lid a d e d u ra , in ju sta , q u e tam b ém ‘in vad e’ casas e corp os, lan çan d o o d esafio d e d escob rir a ‘m ed id a’ su b jetiva, os lim ites d e ca d a u m . Resta p ergu n ta r: q u a l é o grau tolerável p ara resistir?

“M in h a casa é fraca, n ão tem com id a, n ão con sigo em prego. Qu an do eu fico revoltada n ão

LO UCURAS DA FO ME 645

vejo n ada, sou capaz de fazer qu alqu er coisa, de esbagaçar tu d o.”(Maria Cleon ice, 22 an os, en -trevistad a p or Gu ib u , 1998:17).

E o corp o, esse lu gar sim b ólico d a lou cu ra, faz o registro d as exp eriên cias n u m a op eração q u e n ã o sep a ra lin gu a gem e a çã o, e q u e n ã o tem n as coord en ad as b iológicas a exclu sivid a-d e a-d a s so lu çõ es a-d o s im p a sses. Co m o a firm a Birm an (1991:21):

“É p reciso con sid erar qu e o corp o sim bólico n ão é d elin ead o ap en as p or características in e-ren tes ao d esen volvim en to n eu rofu n cion al d a esp écie h u m an a, m as é p rin cip alm en te con s-tru íd o p elas m od alid ad es d e relações sociais qu e in stitu em os su jeitos com o in d ivid u alid d es e p elos cód igos cu ltu rais qu e as com u n id a-des sociais con stitu em com o su jeito, n a su a h is-tória”.

Nessa p ersp ectiva , to d o o d iscu rso va i a s-su m in d o u m a ou tra in terp retação, d elin ean d o u m cam p o ch eio d e in d agações, on d e cad a su -jeito tem con stitu íd a a m arca d e su a sin gu lari-d alari-d e, e on lari-d e a lari-d oen ça – n o caso o tal “estado de dem ên cia”(Gu ib u , 1998:18) – p od e assu m ir u m sen tid o qu e n ão corresp on d a n ecessariam en te às “razões” resp on sab ilizad as n o artigo. Assim , d eve ser in corp orad a a com p reen são d o “sen -tir-se d oen te” e “ser con sid erad o d oen te”, m o-d a lio-d a o-d es q u e se situ a m a lém o-d a o-d efin içã o o-d e q u e o in d ivíd u o “tem u m a d o en ça” (Ca stiel, 1994). Ou seja, os ep isód ios d e tran storn os re-latad os teriam sign ificação a p artir d a articu la-çã o d e elem en to s co gn itivo s, a fetivo s e exp erien ciais, calcad os n as relações sociais e cu ltu -rais d esses in d ivíd u os.

Um o u tro p o n to a d esta ca r d iz resp eito à a q u isiçã o d e co n h ecim en to s m éd ico s q u e essa s p essoa s vã o in corp ora n d o, em in terp reta -ções su b jetivas e exp ressas n u m a form a social-m en te legítisocial-m a , co social-m o o a gr icu lto r q u e tesocial-m e q u e a “d oen ça d a lou cu ra con tagie”(Gu ib u , 1998:18) to d a a fa m ília . Esse tem a tem sid o a p ro fu n d a d o em estu d o s a n tro p o ló gico s q u e se referem à articu lação en tre as sen sações cor-p orais ou m en tais e a com cor-p reen são d e seu sig-n ificad o. Assim , “en qu an to in terp retação e ju l-gam en to, a en ferm idade é u m processo de con s-tru ção”(Alves & Rab elo, 1995:219). Ela existe n a m ed id a em q u e p a ssa a ser a ceita co m o rea l p elos m em b ros d a socied ad e.

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for-REBELLO , L. M. V.

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Cad . Saúd e Púb lic a, Rio d e Jane iro , 14(3):643-646, jul-se t, 1998

m an d o u m a esp écie d e n évoa q u e p od e d eslo-car o n osso cen tro d e aten ção sob re certos as-p ectos d os fatos.

Para con clu ir, resta-n os u m a b reve reflexão so b re esses co m p o rta m en to s a gressivo s q u e, n u m sen tid o figu ra tivo, ten ta m ro m p er co m essa situ a çã o p er versa d e m isér ia , evita n d o o co n fo rm ism o e esta b elecen d o u m a fo rm a d e d iá lo go co m a so cied a d e, u m a co m u n ica çã o sim bólica. Quan do a filha do agricultor sai “qu e-bran do tu do por aí”e “colocan do fogo n a cerca” (Gu ib u , 1998:17) torn a visível p ara n ós u m a ati-tu d e d e estratégia d e ‘gu erreira’ d aq u ilo q u e se p reten d ia d esvia n te. No a rtigo, o d ep oim en to d e u m card iologista reforça, d e certa m an eira, essa id éia:

“Qu an d o o organ ism o fica sem en ergia, é ativado o m ecan ism o de sobrevivên cia. O corpo ten ta de toda form a lu tar e, som ado o fator psi-cossocial, acaba geran d o atitu d es agressivas.” (Ab rão José Cu ry Jr., m éd ico, en trevistad o p or Gu ib u , 1998:18).

Ou , co m o p o etica m en te escreve Eu clid es d a Cu n h a em Os Sertões: “O sertan ejo é, an tes d e tu d o, u m forte”(Cu n h a , 1979:91).E, d e vez em q u an d o, é p reciso d ar ou vid os à “d esrazão” (Costa, 1996:8) e su p erar o in d ivid u alism o con -tem p orân eo, a in d iferen ça, a im p essoalid ad e, a a titu d e d e m era co n tem p la çã o d a d egra d a -ção alh eia. Em ou tras p alavras:

“Um grão de lou cu ra e devan eio, qu em sabe, é desta falta qu e padecem n ossas alm as m ortas, fam in tas d e en can tam en to e raz ão d e viver” (Costa, 1996:8).

Referências

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Referências

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