• Nenhum resultado encontrado

Efeito de diferentes tipos de exercícios físico no padrão e na eficiência do sono de idosos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Efeito de diferentes tipos de exercícios físico no padrão e na eficiência do sono de idosos"

Copied!
61
0
0

Texto

(1)

VALTER ANTONIO ROCHA VIANA

EFEITO DE DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIO FÍSICO NO PADRÃO E NA EFICIÊNCIA DO SONO DE IDOSOS

São Paulo 2010

(2)

VALTER ANTONIO ROCHA VIANA

EFEITO DE DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIO FÍSICO NO PADRÃO E NA EFICIÊNCIA DO SONO DE IDOSOS

Orientador: Prof. Dr. Marco Túlio de Mello. Co-orientadora: Profa. Dra. Andrea Maculano Esteves.

São Paulo 2010

(3)

Viana, Valter Antonio Rocha

EFEITO DE DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIO FÍSICO NO PADRÃO E NA EFICIÊNCIA DO SONO DE IDOSOS/ Valter Antonio Rocha Viana— São Paulo, 2010. xiv, p.46

Tese (Mestrado)- Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

Effect of different types of physical exercise on the elderly pattern and on the efficiency of the elderly of sleep.

(4)

iii VALTER ANTONIO ROCHA VIANA

EFEITO DE DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIO FÍSICO NO PADRÃO E NA EFICIÊNCIA DO SONO DE IDOSOS

BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. José Carlos Galduróz Profa. Dra. Lorena Geib

Profa. Dra. Sandra Marcela Mahecha Matsudo Prof. Dr. Matheus Papaléo Netto (Suplente)

(5)

iv UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE PSICOBIOLOGIA

Chefe do Departamento: Profa. Dra. Maria Lucia Oliveira Formigoni

Coordenador do Curso de Pós-Graduação: Prof. Dr. Marco Túlio de Mello

(6)

v ―Coragem... pequeno soldado do imenso exército. Os teus livros são as tuas armas, a tua classe é a tua esquadra, o campo de batalha é a terra inteira, e a vitória é a civilização humana‖.

(7)

DEDICATÓRIA

vi Dedico este trabalho à minha esposa Alessandra por, durante esta jornada ter estado sempre ao meu lado, com amor, carinho e companheirismo.

À minha Mãe e meu Pai, por me terem ensinado o valor do respeito, da honestidade e da educação (amo vocês);

Às minhas irmãs Elianí, Elaine e Helena, pelo incentivo incondicional em todos os momentos;

(8)

AGRADECIMENTO

vii Agradeço a Deus pela dádiva da vida, por iluminar os meus caminhos e por me dar saúde, paz e uma família maravilhosa.

Ao Prof. Dr. Marco Túlio de Mello, meu orientador, por me orientar pelos caminhos do saber, mostrando o valor do conhecimento científico e das relações interpessoais na formação do profissional que deseja um dia formar pessoas, assim como ele o faz, sendo um exemplo de educador, pesquisador e amigo.

À Profa. Dra. Andréa Maculano Esteves, minha co-orientadora, pela dedicação e comprometimento na orientação deste trabalho, e por ser uma grande amiga nas horas difíceis.

Aos meus cunhados Paloma, Vanessa, Alexandre, Douglas, Ivan, Marcelo, Márcio e Paulo, aos meus sobrinhos Ana Luíza, Beatriz, Bruno, Cauê, Fernando, Gabriel, Guta, Heloisa, João Pedro e Laura, pelos momentos alegres e inesquecíveis que vivemos juntos.

Ao Senhor Nilton e à Senhora Maria Aparecida, pelo carinho e respeito dados a mim e à minha esposa.

Aos amigos de infância Alethéa, Danilo, Dário, ―Fabreco‖, Juliano, ―Monstrinho‖, ―Spok‖, Tatiana, Viviane, Zé Maria, as Senhoras Ester, Regina, Vó Cida e os Senhores Edson Lemann, ―Índio que anda‖, ―Mestre Pé de Cão‖, Olímpio, ―Valtão‖ e Zezinho, que aqui representam parte dos muitos amigos que sempre estiveram ao meu lado e fazem parte da minha família.

Ao Prof. Hélio Barbosa, por me ter orientado nos primeiros passos na Educação Física, sendo um exemplo de comprometimento e amor à profissão.

À Dra. Mirian Ibrahim, à Thalita, ao Thiago e ao Cauê, por terem acreditado no meu trabalho e terem me feito sentir parte da família ―Quality Fit‖.

Aos amigos Marcos Santana (Marquinho), Rita Aurélia (Rita ripilica) e Viviane Grassmann (minha irmã caçula), por dividirem comigo o desafio de tocar este grande projeto de pesquisa, além de passarmos juntos muitos momentos de descontração e de alegria.

Aos voluntários, que sem eles não teria sido possível realizar esse estudo.

Aos professores Hanna Karen e José Guilherme, por abrirem as portas da ―casinha‖ para mim, momento fundamental para que tudo isto se tornasse realidade.

Aos amigos Daniel Venâncio, Ronaldo Thomatieli e Márcio Rossi, por me terem ajudado a escrever as primeiras linhas deste projeto.

(9)

AGRADECIMENTO

viii À ―Glorinha‖ e à ―Fran‖, pelo carinho e dedicação que tem pelos alunos da casinha.

À ―Tia Candinha‖, que é um amor de pessoa e cuida dos alunos da casinha como se fossem seus filhos.

Aos amigos Alan, Cris, Danilo e Noler pelo seu suporte técnico e pela sua dedicação no desenvolvimento dessa pesquisa.

A todos os pós-graduandos e funcionários do CEPE, e aos funcionários da AFIP e do CEMSA.

Ao Senhor Leandro Stetner, pelo seu suporte nas análises estatísticas.

À Profa. Doutora Ligia Mendonça Lucchesi e aos técnicos Dácio, Francisca Veloso e Silvério por todo apoio técnico dado na análise e na leitura das polissonografias.

(10)

AGRADECIMENTO

ix Gostaria de agradecer às agências de fomento:

- AFIP: Associação Fundo de Incentivo à pesquisa em Psicofarmacologia - CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - FAPESP: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - CNPq: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

- CEPID/SONO: Centro de Pesquisa Inovação e Difusão/FAPESP (nº 98/14303-3)

- CEPE: Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício

- CEMSA: Centro de Estudos Multidisciplinar em Sonolência e Acidentes - FADA/UNIFESP: Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo - INSTITUTO DO SONO

(11)

SUMÁRIO

x

DEDICATÓRIA ... vi

AGRADECIMENTOS ... vii

LISTA DAS TABELAS ... xi

LISTA DAS ABREVIATURAS ... xii

RESUMO ... xiv

1. INTRODUÇÃO ... 1

1.1 Justificativa ... 2

1.2 Hipótese... 3

1.3 Objetivo... 3

2. REVISÃO DA LITERATURA ... 4

2.1 O Envelhecimento ... 4

2.2 Teorias do Envelhecimento ... 5

2.3 Sono e Envelhecimento ... 6

2.4 Exercícios Físicos, Sono e Envelhecimento ... 10

3. MATERIAIS E MÉTODOS... 13

3.1 Seleção de voluntários ... 13

3.2 Protocolo... 14

3.3 Análise Estatística ... 19

4. RESULTADOS ... 20

5. DISCUSSÃO ... 27

6. CONCLUSÃO ... 31

7. DIFICULDADES ENFRENTADAS ... 32

8. LIMITAÇÕES DO ESTUDO ... 33

9. DIREÇÕES FUTURAS ... 34

ANEXOS...35

REFERÊNCIAS...39

(12)

LISTA DE TABELAS

xi

Tabela 1. Descrição do protocolo do treinamento físico do GR ... 18

Tabela 2. Descrição do protocolo do treinamento físico do GA ... 19

Tabela 3. Caracterização da amostra ... 20

Tabela 4. Variáveis polissonográficas, escala de Epworth e questionário de Pittsburgh21 Tabela 5. Questionário SF-36 ... 23

Tabela 6. Composição corporal ... 24

Tabela 7. Teste de 1 RM ... 25

(13)

LISTA DE ABREVIATURAS

xii LISTA DE ABREVIATURAS

1RM - Teste de uma repetição máxima

ACSM – American College of Sports Medicine bpm – Batimentos por minuto

CIDS – Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono CPAP – Aparelho que gera pressão positiva nas vias aéreas ECG – Eletrocardiograma

EEG – Eletroencefalograma EMG – Eletromiograma EOG – Eletrooculograma

FCM – Freqüência Cardíaca Máxima FCR – Freqüencia Cardíaca de Reserva GA – Grupo Aeróbio

GC – Grupo Controle

GH – Hormônio do Crescimento GR – Grupo Resistido

h - hora

HDL – high density lipoproteins

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMC – Índice de Massa Corporal

kg- Quilograma

LDL – low density lipoprotein m - Metro

(14)

LISTA DE ABREVIATURAS

xiii OMS – Organização Mundial de Saúde

VLDL - Very Low DensityLlipoprotein VO2 máx. – Consumo máximo de Oxigênio

VO2 máx. absoluto – Consumo máximo de oxigênio por mililitro por minuto

VO2 máx. relativo - Consumo máximo de oxigênio por mililitro por kilo de músculo por minuto

(15)

RESUMO

xiv RESUMO

O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo em que ocorrem modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas. Entre estas destaca-se, neste estudo, o sono, o qual passa por notáveis alterações no seu padrão e eficiência ao longo da vida, sendo observadas alterações marcantes na arquitetura do sono de idosos em relação aos padrões vistos em adultos jovens, como um maior número de interrupções e à diminuição da profundidade do sono. Tendo em vista o grande crescimento demográfico da população idosa no Brasil, faz-se necessário o desenvolvimento de programas de saúde para que esta população se prepare melhor para as etapas mais avançadas da vida. Assim, o objetivo do presente estudo foi investigar a influência de diferentes tipos de exercícios físicos no padrão e na eficiência do sono de idosos, sob a hipótese de que, a utilização de um programa de treinamento físico progressivo de intensidade moderada, poderia modificar os parâmetros do sono de idosos. A amostra foi composta por 57 homens idosos, distribuídos aleatoriamente em três grupos: Grupo controle (GC), Grupo Resistido (GR) e Grupo Aeróbio (GA). O protocolo do estudo teve a duração de 24 semanas e os grupos GR e GA realizaram sessões de treinamento físico três vezes por semana em dias alternados, totalizando 72 sessões ao final do estudo. Os resultados mostraram que não houve alterações estatisticamente significativas nos parâmetros do sono e na qualidade de vida, mas houve modificações estatisticamente significativas na composição corporal do GR, em relação ao GC, na massa gorda (%) (p=0,01), massa gorda (Kg) (p=0,04), massa livre de gordura (%) (p=0,01) e na massa livre de gordura (Kg) (p=0,01); um aumento da carga para o teste de 1 RM do GR em relação aos grupos GC e GA no Chest press (p=0,01), Leg Press (p=0,01), Vertical Traction (p=0,01), Leg Curl (p=0,01), Bíceps Curl (p=0,01), Abdominal Crunch (p=0,01), Arm Extension (p=0,01) e Lower Back (p=0,01); e um aumento no VO2 máximo do GA em relação ao GC no VO2 máx.(ml/min.) (p=0,01) e no VO2 máx. relativo (p=0,01). Em conclusão, os resultados observados no presente estudo demonstraram que, tanto o exercício físico resistido quanto o aeróbio, não modificaram o padrão e a eficiência do sono de homens acima dos 65 anos, submetidos a um programa de treinamento físico. No entanto, o exercício físico realizado de forma sistemática e de acordo com as recomendações para esta faixa etária, se mostrou efetivo para a melhora dos parâmetros de saúde, importantes para uma maior autonomia e longevidade da população idosa.

(16)

1.INTRODUÇÃO

1 O envelhecimento é um sinalizador temporal, particularmente por ser um processo dinâmico e progressivo em que ocorrem modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que determinam a perda progressiva da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionando uma maior vulnerabilidade e uma maior incidência de doenças (1).

Algumas alterações como a diminuição da estatura pelo achatamento das vértebras, a atrofia muscular devido à sarcopenia, a diminuição na quantidade e na eficiência neural com a modificação no pool dos motoneurônios e a perda da velocidade da condutividade axonal, a baixa auto-imagem e auto-estima, são inerentes ao indivíduo idoso (2). Ao longo da vida o sono também sofre mudanças que repercutem notavelmente sobre o seu padrão (3).

Com o envelhecimento são observadas, comumente, mudanças na arquitetura do sono pelo incremento no tempo percentual gasto no estágio 1 e uma queda percentual nos estágios 3 e 4 com ondas delta menos pronunciadas, diferindo do sono dos adultos jovens, principalmente por uma tendência a um maior número de interrupções e a uma discreta diminuição da profundidade do sono (4,5).

A restrição do sono observada na população idosa pode levar a alterações de humor, à deterioração da memória, da concentração, à redução da vigília e ao aumento dos riscos para sofrer quedas (6), além do aumento de possíveis colapsos das vias aéreas superiores (7).

Também ocorrem outras alterações no sono, como a que acontece com o tempo percentual gasto no sono REM, o qual tem uma pequena diminuição, e a eficiência do sono que declina aproximadamente de 86% aos 45 anos para 79% aos 70 anos. Ainda podendo ocorrer correlações neurohumorais na mudança da arquitetura do sono, as quais incluem o declínio do GH, o acréscimo da interleucina 6 e do nível de cortisol aumentado durante a noite (8,5).

Com o intuito de minimizar essas alterações, vêm sendo desenvolvidas pesquisas, utilizando-se diferentes tipos de terapias, como as farmacológicas, em que são empregadas os benzodiazepínicos, os agentes dopaminérgicos, os anticonvulsivos e os hipnóticos (8,9), e as não farmacológicas, nas quais se usa a pressão positiva (CPAP), a exposição à luz, a higiene do sono e a terapia cognitiva comportamental (4,9,10).

Nos últimos anos, a prática de exercícios físicos também tem sido proposta como alternativa não medicamentosa para a melhora do padrão de sono (11, 12, 13, 14, 15, 16, 9, 17, 18, 19, 20, 21, 22). Estudos epidemiológicos têm demonstrado que pessoas fisicamente ativas têm menos queixas relativas ao sono, uma melhor qualidade do sono e uma redução da sonolência e da fadiga diurna (23, 24, 14).

(17)

1.INTRODUÇÃO

2 relacionadas às hipóteses da conservação de energia, da restauração corporal e da função termorregulatória (15).

Existem dificuldades para se comparar os diversos estudos sobre a influência do exercício físico sobre o sono, pois, há diversos estudos com os mais diferentes tipos de protocolos, além do que a maior parte deles foram realizados com bons dormidores e adultos jovens ou de meia idade (26, 15, 19). Diante disto, o desenvolvimento de estudos sobre a influência dos programas de exercício físico sobre a saúde de idosos, pode ser importante para elucidar as possíveis lacunas sobre o conhecimento dentro dessa interface entre o exercício físico e o sono.

1.1 JUSTIFICATIVA

Nas últimas décadas tem ocorrido um grande crescimento demográfico da população idosa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2000 foram registrados 14,5 milhões de idosos no país que, até 2025, podem chegar aos 32 milhões, o que representa um aumento de 16 vezes entre 1950 e 2025, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (27). Apesar de este crescimento representar um ganho para a sociedade, não se podem deixar de perceber que, à medida que a população envelhece, aumentam os custos relacionados à saúde pública.

Considerando esta tendência ao aumento progressivo da população idosa, há necessidade de se desenvolver programas de exercícios físicos para que os indivíduos se preparem para as etapas mais avançadas da vida uma vez que o processo de envelhecimento aumenta a incidência de doenças e o declínio de algumas variáveis fisiológicas, inclusive o padrão e a eficiência do sono. A prática de exercícios físicos tem sido proposta como alternativa não medicamentosa para a melhora do sono (16,9), apresentando resultados positivos (11, 13, 15,19).

O exercício físico tem menos restrições e efeitos indesejáveis do que os tratamentos realizados com fármacos, além de mostrar melhoras significativas nos vários parâmetros da saúde e na qualidade de vida, entre os quais se podem citar a redução da pressão arterial, a diminuição dos triglicerídeos, da ansiedade e da depressão, o aumento da força muscular e do consumo de oxigênio, e a melhora das funções cognitivas (28 9,29).

(18)

1.INTRODUÇÃO

3 Perante o que se acabou de referir, acredita-se que o desenvolvimento de estudos, envolvendo a população idosa, pode contribuir para a melhor qualidade de vida desta, além de ajudar a comunidade científica a obter informações relevantes sobre o padrão e a eficiência do sono de idosos submetidos a programas de exercícios físicos.

1.2 HIPÓTESE

A hipótese do presente estudo foi de que, utilizando um protocolo de treinamento progressivo, de intensidade moderada, para diferentes tipos de exercícios físicos segundo as recomendações do American College of Sports Medicine (2006), se podiam observar melhoras significativas no padrão e na eficiência do sono de idosos.

1.3 OBJETIVO

(19)

2. REVISÃO DE LITERATURA

4 2.1 O envelhecimento

O envelhecimento é um fenômeno comum a todos os seres vivos, o qual é influenciado pelos processos fisiológicos, psicológicos e sociais (1), e por vários fatores como a queda do número de nascimentos, o aumento da expectativa de vida, o desenvolvimento de medicamentos, o acesso a uma boa alimentação e a melhores condições de saneamento básico (2).

Comumente o termo envelhecimento é substituído ou então utilizado como sinônimo de senescência (34), bem como os termos gerontologia e geriatria, o que pode gerar uma certa confusão. Assim, torna-se necessária a compreensão dos mesmos para um melhor entendimento das questões a eles relacionadas.

Senescência é um termo usado para os processos pós-maturacionais que levam à diminuição da homeostase e aumentam a vulnerabilidade do organismo. Jà envelhecimento se refere aos processos relacionados ao tempo, às mudanças inexoráveis e universais dos processos fisiológicos, podendo incluir as doenças relacionadas à idade (35,34).

A gerontologia é a ciência que estuda o envelhecimento. Já a geriatria refere-se ao campo da medicina que cuida das enfermidades do organismo dos idosos e que, também se preocupa com a prevenção e a reabilitação dos problemas inerentes a esta faixa etária (2).

De acordo com as características biológicas e sociais inerentes ao processo de envelhecimento e as modificações no estilo de vida, observa-se um crescimento demográfico mundial que é influenciado por diferentes parâmetros que, se somados, são fundamentais para aumentar a longevidade. Entre eles podem ser citados a expectativa de vida, que é representada pela idade na qual 50% de uma dada população sobrevive, e o máximo potencial de longevidade, que representa os que viveram por mais tempo em uma população ou espécie. A média de vida dos seres humanos tem aumentado progressivamente através dos séculos, ainda que o máximo potencial de longevidade tenha permanecido constante, entre 90 a 100 anos. A expectativa de vida nos dias de hoje é muito maior do que era há 50.000 anos, pois acredita-se que, naquela época, as pessoas raramente viviam mais do que 40 anos (35).

Para que um indivíduo faça parte do grupoque é considerado idoso, a variável clássica utilizada para tal são os anos de vida, que nos países desenvolvidosé a partir dos 65 anos, e nos em desenvolvimento essa classificação se inicia aos 60 anos (36).

(20)

2. REVISÃO DE LITERATURA

5 No Brasil esse crescimento é exponencial, como mostram os dados do senso 2000. Entre os anos de 1991 e 2000 a população idosa acima dos 60 anos aumentou de 10.722.705 para 14.536.029 milhões, o que correspondem a um salto de 7,3% para 8,6% da população brasileira, e a projeção para 2025 é de que esse número atinja os 32 milhões de pessoas (37). O aumento do número de nascimentos é menor do que o aumento do número de idosos, havendo uma relação inversa entre natalidade e mortalidade. A relação entre idosos e crianças, na década de 1980, era de 16 idosos para cada 100 crianças, porém, 20 anos depois, esta relação passou para 30 idosos por cada 100 crianças (36).

Quando se amplia o espectro para a população mundial, verifica-se que o Brasil está acompanhando a tendência global. Nos anos de 1950, as pessoas acima dos 60 anos eram em torno de 204 milhões em todo o mundo, no entanto, este número foi para 579 milhões em 1998, havendo a expectativa de que em 2025 alcance a marca de 1.900.000.

2.2 Teorias do envelhecimento

Apesar de o envelhecimento ser tratado como sendo um declínio no funcionamento do organismo através dos anos, há mudanças benéficas que também estão compreendidas nesse processo como, por exemplo, a maturação de alguns sistemas como o reprodutivo em função do desenvolvimento do sistema endócrino (34). Existe uma pressão evolucionária que seleciona os indivíduos mais adaptados, no sentido destes alcançarem a idade reprodutiva e cuidarem da sua prole até que esta esteja pronta para continuar o ciclo da espécie (35).

Mesmo nos mais bem sucedidos sistemas ou exemplares de uma espécie, o final do processo é sempre a morte. A ciência tem especulado sobre hipóteses que, de fato, possam explicar esse fenômeno dinâmico e progressivo, inerente a todos os seres vivos que, independente das transformações ocorridas, culmina no mesmo final. Na literatura são mencionadas duas categorias que possivelmente expliquem as causas deste processo, a teoria estocástica e a genético-desenvolvimental (35).

(21)

2. REVISÃO DE LITERATURA

6 Ambas as teorias postulam sobre características que podem ocorrer num mesmo período, e até mesmo simultaneamente, e estão relacionadas com a síntese de proteínas, em que um erro primário, ou seja, alguma alteração na formação/ligação das bases nitrogenadas leva as cadeias do DNA para fora dos padrões necessários para a sua replicação (1). Erros sucessivos na maquinaria da síntese de proteínas, ou em outras etapas subseqüentes da formação das proteínas, podem implicar em proteínas mal formadas, ausência de outras e formação de células que são incapazes de exercer as suas funções, levando o sistema à falência.

Em condições adequadas, as células, após a sua formação, são capazes de se multiplicar um determinado número de vezes, apenas diferindo entre elas dependendo de suas características e funções. Observa-se que nessa capacidade de divisão celular em uma cultura de células normais, há uma relação direta com a expectativa de vida das espécies, pois, as células dos animais com menor expectativa de vida se multiplicam menos que as dos com maior expectativa (1).

As relações entre a divisão celular e a expectativa de vida têm ainda características intrínsecas a um mesmo organismo. Hayflick (38) mostrou que as células do pulmão de um embrião em cultivo se dividiam 50 vezes e morriam, no entanto, o mesmo tipo de célula retirada de um homem adulto tinha um menor número de divisões.

Os processos observados desde a expressão de uma proteína até à maturação de uma célula e, conseqüentemente até à sua morte, parecem ser influenciados pelas duas teorias referidas, porém não se sabe qual delas é a mais importante ou limitante para o envelhecimento. Embora a resposta certa ainda seja motivo de pesquisas e especulações, as alterações fisiológicas características do envelhecimento são bem conhecidas, sendo uma das mais comuns a diminuição da massa muscular e da força (39), além do sono que também parece ser influenciado por esse processo (40).

2.3 Sono e envelhecimento

Estima-se que a busca do homem por respostas sobre os segredos que envolvem o sono data desde 1000 a.C. Desde então a sua definição e as suas funções vêm sendo analisadas pelas mais diversas áreas do conhecimento, tentando se descrever e tentando saber quais os seus possíveis mecanismos, de acordo com as suas características. Nos dias de hoje, os critérios comportamentais e os fisiológicos, têm sido aceitos como base para definição do sono, (41).

(22)

2. REVISÃO DE LITERATURA

7 ser acordado. Segundo Velluti (42), sono é um estado funcional, reversível e cíclico, com algumas manifestações comportamentais características, como uma imobilidade relativa e o aumento do limiar de resposta aos estímulos externos.

Com o desenvolvimento das técnicas na eletrofisiologia, os métodos para o estudo objetivo do processo do sono tornaram-se disponíveis. O desenvolvimento dos estudos por meio do eletroencefalograma (EEG), realizados por Berger na década de 1920, possibilitaram a caracterização dos diferentes níveis de sono. Em 1937, Loomis e col.(43) com a observação de um registro de um EEG durante uma noite de sono com humanos, verificaram que o sono consistia de alternâncias de estágios que podiam ser diferenciados pelo padrão do EEG.

Anos mais tarde, Aserinsky e Kleitman (44), por meio do EEG identificaram a existência de um novo padrão de sono, que consistia de baixa voltagem e atividade rápida associada aos movimentos rápidos dos olhos, ao qual se chamou de estágio REM (rapid eye moviment). Porém, foi só em 1968 que Rechtschaffen e Kales (45) descreveram os estágios do sono e os classificaram como estágios 1, 2, 3, 4 e sono REM. Estes estágios podem ser definidos segundo a classificação abaixo mencionada.

Estágio 1 - É definido por uma baixa voltagem e uma freqüência mista com maior presença de atividade entre os 2 e os 7 Hz. Ele tende a ser relativamente pequeno, durando por volta de 2 a 7 minutos. Os olhos apresentam movimentos lentos, os quais são usualmente mais notados durante a primeira parte do estágio. No EMG os níveis são normalmente menores dos observados na vigília relaxada. Este estágio dura, em média, 5% do tempo total do sono.

Estágio 2 – É definido pela presença dos fusos do sono e dos complexos K e atividade entre os 2 e os 7 Hz. Os fusos do sono são seqüências curtas de ondas dos 12 aos 14 Hz e têm duração média de meio segundo, e os complexos K são formas de ondas bifásicas com ondas negativas de alta amplitude, as quais são imediatamente seguidas por um componente positivo. O estágio 2 do sono, nos adultos,dura de 45 a 55% do tempo total do sono.

Estágio 3 - É determinado pela presença de ondas lentas de 2 Hz ou menores com uma amplitude maior do que 75 V (peak to peak), que duram um mínimo de 20%, mas não mais que 50%, de cada época. Entre os episódios de ondas lentas pode aparecer algum fuso.

Estágio 4 – É semelhante ao estágio 3, porém as ondas lentas duram mais do que 50% de cada época. Este estagio parece ser completamente dominado por esta atividade e intervalos de baixa amplitude e rápida atividade raramente persistem por mais do que um a cada segundo no estágio 4, mas são usualmente proeminentes nas épocas do estágio 3.

(23)

2. REVISÃO DE LITERATURA

8 além de que, no sono REM, os relatos sobre os sonhos são mais vívidos. Os fusos do sono e os complexos K estão ausentes e este estágio dura, em média, 20 a 25% do tempo total do sono.

Os parâmetros eletrográficos essenciais para avaliação do sono são o eletroencefalograma (EEG), o eletrooculograma (EOG) e o eletromiograma (EMG) (45).

O sono possui uma função biológica muito importante que passa por mudanças quantitativas e qualitativas no decorrer dos anos, processo este conhecido como ontogênese do sono. Um recém-nascido dorme diariamente cerca de 16 horas, uma criança aos 36 meses dorme cerca de 10 a 11 horas por dia, já na adolescência estes tempos diminuem para cerca de oito horas diárias (46). Na idade adulta, e principalmente no envelhecimento, observa-se uma diminuição gradativa do tempo do sono, a qual pode chegar a cerca de quatro horas por dia.

A diminuição no tempo total de sono com a idade pode ser acompanhada por algum tipo de queixa em relação ao sono, como demonstram Foley e col.(47) em estudo com 10.294 entre homens e mulheres que viviam em comunidades de cinco estados norte americano e com uma idade acima dos 65 anos. Os resultados mostraram que mais de 50% dos participantes relatavam pelo menos um tipo de queixa de sono, e a média destas queixas geralmente aumentava com a idade, tendo sido significativamente mais alta entre as mulheres. Além disto, verificou-se que uma considerável proporção das queixas de sono entre pessoas idosas podia ser associada às doenças crônicas e a outros problemas de saúde.

Nesse sentido, se observa que os sintomas perturbadores do ciclo sono vigília abrangem um amplo campo de condições clínicas, que podem onerar a saúde pública. Acredita-se que aproximadamente 40 milhões de americanos têm uma perturbação crônica do sono, e que cerca de 20 a 30 milhões sofrem esporadicamente, de algum problema relacionado ao sono (48).

Os parâmetros do sono, de uma forma geral, podem sofrer mudanças com o envelhecimento, estas características, em comparação a um adulto jovem ou de meia idade, são bem definidas. As dificuldades para iniciar o sono, os despertares noturnos, o acordar muito cedo, a necessidade de cochilar durante o dia e sensação de sono não reparador são algumas queixas comuns entre os idosos (47,49).

(24)

2. REVISÃO DE LITERATURA

9 acréscimo da liberação da interleucina 6 e o aumento do nível do cortisol durante a noite (8,5).

O aumento do tempo nos estágios 1 e 2 do sono não REM pode ocorrer em decorrência da queda dos estágios 3 e 4, no entanto, se acredita que essa diminuição esteja relacionada à queda da secreção do GH (50,51). O sono de ondas lentas (estágios 3 e 4) perde as suas potência e amplitude com o envelhecimento (52), dificultando a identificação deste tipo de ondas durante a leitura do exame da polissonografia. No que diz respeito ao sono REM, se observa que este diminui entre a juventude e a idade adulta, vindo acompanhado do aumento da sua latência (53).

As alterações no padrão de sono com o envelhecimento não são as únicas causas das dificuldades para os idosos terem uma boa qualidade de sono, mas também os problemas decorrentes do desenvolvimento dos distúrbios do sono que, de acordo com Punjabi e col. (48), somados aos sintomas relacionados ao ciclo sono e à vigília, vem sendo tratados como um problema de saúde pública nos últimos anos. Os distúrbios do sono podem ser atribuídos aos fatores psicossociais, físicos e ambientais, de forma que são classificados, muitas vezes, como sendo multifatoriais (54).

Os distúrbios do sono podem ser classificados como primários, em que os seus sintomas são reflexos do próprio distúrbio como, entre outros, os relacionados à apnéia obstrutiva do sono, ao movimento periódico das pernas, à síndrome das pernas inquietas, ao distúrbio comportamental do sono REM e a insônia e como secundários, em que os sintomas estão relacionados a um fator desencadeante como os problemas psiquiátricos, os psicossociais, e ao uso de medicamentos (54). Entre os distúrbios do sono, a insônia a apnéia obstrutiva do sono e o movimento periódico das pernas são os mais freqüentes nos idosos (55, 56, 57).

A insônia é a queixa de sono mais comum, podendo afetar entre os 12% e os 40% dos idosos após os 65 anos (58), e se caracteriza pela dificuldade para iniciar e para manter o sono, estando associada à má qualidade do sono (55).

Já a apnéia obstrutiva do sono pode acometer de 25% a 46% dos idosos acima dos 60 anos (56,59) e tem como definição a ocorrência de episódios de obstrução parcial (hipopnéia) ou total do fluxo aéreo pelas vias aéreas durante, pelo menos, dez segundos (59).

Classificado como sendo um distúrbio do movimento, o movimento periódico das pernas caracteriza-se pelos movimentos repetitivos dos membros inferiores, com uma duração de 0,5 a 5 segundos e uma periodicidade de 20 a 40 segundos (57,59). A prevalência deste distúrbio pode ser alta entre os idosos, podendo ser de 45% nos com a idade acima de 65 (60).

(25)

2. REVISÃO DE LITERATURA

10 comportamental (4,9,10). A prática de exercícios físicos também tem sido proposta como uma alternativa não medicamentosa para a melhora do padrão de sono (11, 12,13, 14, 15, 16, 9, 17, 18, 19, 20, 21, 22), mas os resultados ainda são controversos.

2.4 Exercícios físicos, sono e envelhecimento

O exercício físico é uma seqüência de movimentos realizados pela musculatura estriada esquelética de forma planejada e estruturada, com a intenção de melhorar ou de manter um ou mais componentes físicos (61).

A prática de exercícios físicos pelos idosos tem mostrado melhoras significativas como o aumento da densidade mineral óssea, da força e da massa muscular, da função cardiovascular, do VO2 máx., do débito cardíaco, maior longevidade, melhora da capacidade cardiorespiratória, a diminuição da pressão arterial, e da resistência vascular, auxilia no controle da massa corporal e da resistência de forma geral. (62, 63 64).

A principal função do exercício físico não é apenas para aumentar o rendimento físico, mas também para prevenir, conservar, melhorar a saúde, a capacidade funcional e o combate às doenças. Porém, a magnitude dessas melhoras depende de muitos fatores, incluindo o estado inicial de aptidão do indivíduo, a idade e o tipo de volume de treinamento. A participação em atividades intensas na juventude, provavelmente, contribui pouco para aumentar a longevidade ou aprimorar a saúde nas fases subseqüentes da vida. No entanto, é provável que um estilo de vida ativo, durante toda a vida, proporcione importantes benefícios para a saúde (61, 62).

Entre os diversos benefícios à saúde proporcionados pela prática regular de exercício físico, o sono também parece ser influenciado por esta, pelo que as hipóteses da conservação de energia, da restauração corporal e da função termorregulatória, foram elaboradas na busca de uma resposta para esta relação entre o sono e o exercício físico (15).

A hipótese da conservação de energia sugere que durante o sono, é reduzido o requerimento metabólico, o que favorece a conservação de energia e a restauração das funções e dos tecidos. Em conjunto, as teorias da conservação de energia e da restauração corporal sugerem que a duração e a quantidade de sono de ondas lentas aumentam em função do gasto energético, pelo que a prática de exercícios físicos é bastante interessante, pois, durante esta há uma maior depleção das reservas de energia (65, 66).

(26)

2. REVISÃO DE LITERATURA

11 ativar centros regulatórios responsáveis tanto pelo controle da temperatura corporal, quanto dos controladores do sono (69, 70, 71).

Youngstedt (19), na sua revisão observou que há uma relação positiva entre o exercício físico e o sono, associando este a uma maior disposição para o exercício físico, a uma melhora da saúde, a menos queixas de estresse, assim como a condutas saudáveis como evitar o tabaco e o excesso de cafeína e de álcool. A realização de exercício físico ao ar livre pode estar associada à melhora na qualidade de sono, devido a um significativo aumento da exposição à luz solar. O autor acrescentou que a sensação de bem estar que as pessoas relatam após melhorar a sua forma física poderia ser atribuída devido à melhora do sono, mas essa sensação poderia ser reflexo das adaptações fisiológicas ao exercício físico, tais como a diminuição das freqüências cardíaca e respiratória em repouso.

Alguns estudos a respeito dos benefícios do exercício físico sobre o sono dos idosos têm sido realizados nos últimos anos (11, 13, 18, 21, 25), contudo existem dificuldades para se estimar a representatividade dos trabalhos realizados, apesar do exercício físico apresentar uma ligação positiva com o sono (15, 19). O número de estudos e as comparações entre eles é limitado e,conseqüentemente, não se sabe se as discrepâncias no cruzamento das informações não são resultado das variações metodológicas.

Edinger e col. (11) estudaram o efeito do exercício físico aeróbio agudo sobre o sono de idosos. O estudo foi realizado em 24 indivíduos, com a idade entre os 60 e os 72 anos separados em um grupo fisicamente ativo (n=12) e um controle (n=12). Foi realizada uma polissonografia em um dia sem exercício físico aeróbio e outra no pós-exercício agudo (teste incremental na bicicleta ergométrica até à exaustão), que mostrou que os indivíduos fisicamente ativos tinham menor latência de início de sono, menor número de micro despertares, maior eficiência de sono, menor tempo no estágio 1, menos episódios de estágio 1, maior número de ondas lentas, poucas mudanças de estágio e poucos ciclos durante a noite do que o grupo controle em ambas situações. Os autores sugeriram que tais diferenças eram resultado do status inicial do condicionamento físico e não das alterações provocadas pela sessão aguda de exercício físico aeróbio.

Tanaka e col. (72) realizaram um estudo em que, durante 4 semanas, 6 indivíduos idosos (72,0 ± 5,2 anos) foram submetidos a cochilos de trinta minutos entre as 13:00 e as 15:00 horas, após o que as 17:00, realizaram exercícios moderados que incluíam alongamentos e flexibilidade por trinta minutos.O resultado levou os voluntários a melhorar a sua eficiência do sono e diminuição da vigília após início do sono e dos cochilos durante o dia.

(27)

2. REVISÃO DE LITERATURA

12 do sono. Os resultados demonstram que houve um efeito positivo em ambas as variáveis.

(28)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

13 O presente estudo foi realizado no Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercício (CEPE) da Associação Fundo de Incentivo a Psicofarmacologia (AFIP) e no Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), tenso sido todo o protocolo devidamente avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP e do Hospital São Paulo, CEP# 1059/06 (anexo 1).

3.1 Seleção de voluntários

Os critérios de inclusão foram ser do sexo masculino, idade entre os 65 e 75 anos, sedentários e clinicamente saudáveis (liberados para a participação no estudo conforme avaliação médica e com base nos exames cardiológicos e de sangue). Já os de exclusão foram apresentar doenças cardiovasculares, no sistema pulmonar, problemas osteomusculares, fazer uso de medicamentos para o tratamento do sono, ser praticante de exercícios físicos regulares ou ser reprovado no exame clínico.

O recrutamento foi por meio de contato pessoal e pela divulgação do processo de seleção dos voluntários em jornais, revistas e na rádio. O recrutamento ocorreu entre abril de 2007 e outubro de 2008, aqueles que se enquadraram nos critérios de inclusão sido submetidos a uma bateria de questionários e aos testes físicos descritos abaixo.

Triagem inicial (por telefone) composta por perguntas referentes aos critérios de inclusão;

Entrevista para a explicação do protocolo de pesquisa, preenchimento de um cadastro pessoal, assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (anexo 2), aplicação dos questionários de ―Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (73)‖ para a avaliação subjetiva das queixas sobre o sono, e o questionário validado para população brasileira ―SF-36 Pesquisa em Saúde - Medical Outcomes Study (74)‖ para a avaliação subjetiva da qualidade de vida;

Eletrocardiograma de repouso e esforço para investigar a presença de problemas cardíacos;

Exames de sangue para a avaliação do estado de saúde do voluntário, entre os quais, hemograma completo, colesterol total, LDL, VLDL e HDL, triglicérides, glicemia e PSA;

Avaliação clínica realizada por um médico geriatra com o intuito de avaliar o estado de saúde dos voluntários, em que também se analisou os resultados dos demais exames iniciais para a liberação e a continuidade do voluntário no protocolo.

(29)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

14 3.2 Protocolo

Todo o protocolo incluiu avaliações iniciais e finais para ambos os grupos.

Na avaliação inicial realizaram-se o exame de polissonografia, os questionários de Pittsburgh, SF-36, a avaliação da composição corporal e antropométrica, três sessões de adaptação aos aparelhos (citados posteriormente), o teste de consumo máximo de oxigênio e o 1 repetição máxima (1 RM).

No treinamento físico os grupos GR e GA realizaram sessões de treinamento físico com duração de 60 minutos, três vezes por semana e em dias alternados, que totalizaram, ao final do protocolo, setenta e duas sessões. O GC permaneceu o mesmo período em condição sedentária sem a prática regular de exercícios físicos.

Na avaliação final repetiram-se as avaliações realizadas na fase inicial.

 Exame de polissonografia

A polissonografia se refere ao registro simultâneo de algumas variáveis fisiológicas durante o sono, por meio de um eletroencefalograma (EEG) com quatro canais (C3-A2, C4-A1, O1-A2, O2-A1), um eletrooculograma (EOG) com dois canais (LOC-A2, ROC-A1), um eletromiograma (EMG) com dois canais (músculos submentoniano e tibial anterior), todos eles usando eletrodos de superfície, eletrocardiograma (ECG) com um canal, fluxo aéreo com dois canais (oral e nasal), esforço respiratório com dois canais (torácico e abdominal), movimentos corporais e saturação de oxigênio (oxímetro) (75).

Os parâmetros avaliados por meio deste exame foram o tempo total de sono (TTS) que é o tempo de sono excluindo a latência do sono bem como os períodos de vigília após o início do sono; a eficiência do sono (ES) que é a razão entre o tempo total de sono e o tempo total de registro multiplicado por 100; latência do sono (LS) que é o tempo decorrido desde o início do registro até ao aparecimento da primeira de três épocas consecutivas do estágio 1 ou da primeira época de qualquer outro estágio do sono; o tempo total de registro (TTA) que é o tempo decorrido desde a boa noite até ao bom dia; o tempo de vigília durante o sono (TA), microdespertares (MD) e índice de despertares (ID) que são os despertares por hora e os estágios do sono (1, 2, 3 e 4 do sono NREM e sono REM – rapid eye movement) em porcentagem do TTS.

(30)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

15 O critério utilizado para analisar os estágios do sono foi o padronizado por Rechtschaffen e Kales (45), e o equipamento utilizado tem sido o sistema digital EMBLA (EMBLA S7000, Embla systems Inc., CO, U.S.A.), sendo que as análises dos exames foram realizadas pelo sistema visual.

 Avaliação da Composição Corporal e Antropométrica

A composição corporal foi obtida por meio da pletismografia de corpo inteiro (air displacement plethysmography, Bod Pod® body composition system; Life Measurement Instruments, Concord, CA), tendo-se seguido os critérios descritos no manual do equipamento, além do estudo de Fields e Hunter (76). O equipamento era composto por uma balança eletrônica, um pletismógrafo, um cilindro para calibração e um computador com o software do próprio programa. Este sistema utilizava a densidade corporal total, obtida a partir da massa corporal dividida pelo volume corporal do indivíduo. Para a análise antropométrica realizou-se a mensuração da estatura (estadiômetro de Holtaim®) e da massa corporal total com a balança eletrônica da marca Tanita®, tendo o índice de massa corporal (IMC) sido calculado por intermédio da massa corporal total dividida pelo quadrado da estatura.

 Teste do Consumo Máximo de Oxigênio

Para a avaliação do consumo máximo de oxigênio foi utilizado o protocolo de Bruce modificado. Esta avaliação foi utilizada para a determinação do consumo de oxigênio pico (VO2pico). O teste consistiu em dois estágios de 2,7 km/h a 0% de inclinação e 5% seguidos do protocolo de Bruce, padrão que é composto por estágios de três minutos e com incrementos de inclinação, sendo que os indivíduos se exercitaram até à exaustão voluntária (77). Para a realização desta avaliação foi utilizado a esteira rolante da marca Life Fitness HR 9700, tendo as variáveis ventilatórias sido mensuradas utilizando um analisador de gases (COSMED modelo Quark PFT – Pulmonary Function Testing – FRC & DLCO, Italy), os quais foram coletados pelo método de respiração por respiração. Os dados foram analisados por meio de médias de 15 segundos. O mais alto valor do VO2 obtido durante o último estágio alcançado foi considerado como o VO2pico. Esta avaliação foi repetida a cada 12 semanas com o intuito de ajustar a velocidade de treinamento.

(31)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

16 O teste de uma repetição máxima (1 RM) foi utilizado para a avaliação da força máxima, segundo protocolo proposto por Fleck (78) e Kraemer e col. (79). Os voluntários realizaram um aquecimento previamente à execução do teste em bicicleta ergométrica por 5 minutos, e também, como parte do seu aquecimento os movimentos específicos a serem avaliados nos respectivos aparelhos. Subseqüentemente, foram realizadas até 4 tentativas de uma repetição para determinar a carga de 1 RM, sendo apenas validadas as cargas quando o movimento era realizado corretamente. Os períodos de recuperação foram de 3 a 5 minutos entre as tentativas. Os aparelhos utilizados foram o Leg Press, o Leg Curl, o Chest Press, o Vertical Traction, o Abdominal Crunch, o Bíceps Curl e o Arm Extension.

 Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh

Este questionário foi utilizado para avaliar a qualidade subjetiva do sono e a presença de distúrbios do sono, em um período de quatro semanas anteriores à aplicação do questionário. A escala de avaliação é composta por 19 ítens que, em conjunto, representam sete componentes distintos: a qualidade subjetiva do sono, a latência do sono, o uso de medicamentos que induzem ao sono e os prejuízos diurnos. A somatória dos valores resultou em um valor final que poderia indicar a ausência de distúrbios do sono ou uma boa qualidade do sono, desde que os valores fossem menores do que cinco (73).

 Escala de sonolência de Epworth

Esta escala que é amplamente utilizada na pesquisa e na prática clínica, avalia a sonolência diurna com base em diversos comportamentos e situações do cotidiano, A pontuação desta escala vai de 0 a 24 pontos e, quando o valor é maior do que nove, significa que há sonolência excesiva diurna (80).

 SF-36 Pesquisa em Saúde - Medical Outcomes Study - validado para população brasileira

(32)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

17 físicos, emocionais e sociais, a vitalidade, o estado geral de saúde, a dor e a saúde mental. Ele avalia tanto os aspectos negativos (enfermidades) como os positivos (bem-estar) (74).

 Treinamento Físico

O GC não realizou nenhuma sessão de treinamento durante todo o período do estudo, tendo sido apenas realizadas as avaliações periódicas para a posterior comparação com os grupos experimentais (GR e GA). As avaliações ocorreram nas fases inicial e final (após vinte e quatro semanas da avaliação inicial). Conforme recomendado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIFESP/Hospital São Paulo, foi oferecido ao voluntário a oportunidade de treinamento físico por 24 semanas após as avaliações finais.

Os grupos GR e GA realizaram setenta e duas sessões de treinamento físico no período da manhã, em dias alternados, três vezes por semana. As sessões de treinamento físico tinham aproximadamente sessenta minutos de duração e seguindo as recomendações do American College of Sports Medicine (ACSM) (81), o protocolo de treinamento físico foi progressivo em ambos os grupos experimentais.

(33)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

18 Tabela 1. Descrição do protocolo do treinamento físico do GR.

Sessões Intensidade Séries Repetições

1ª a 12ª 50% de 1 RM 3 10 a 12

13ª a 24ª 55% de 1 RM 3 10 a 12

25ª a 36ª 60% de 1 RM 3 10 a 12

37ª a 48ª 70% de 1 RM 3 8 a 10

49ª a 60ª 75% de 1 RM 3 8 a 10

61ª a 72ª 80% de 1 RM 3 8 a 10

1 RM: 1 repetição máxima

O teste de 1 RM foi realizado após a 18ª, a 36ª e a 54ª sessão de treinamento físico, com o intuito de adequar as cargas de treinamento.

(34)

3. MATERIAIS E MÉTODOS

19 Tabela 2. Descrição do protocolo do treinamento físico do GA.

Semana Duração Intensidade Tipo de Treino

1ª a 2ª 30 minutos 50% FCR Contínuo 3ª a 4ª 35 minutos 50% FCR Contínuo 5ª a 6ª 40 minutos 50% FCR Contínuo 7ª a 8ª 45 minutos 50% FCR Contínuo 9ª a 10ª 45 minutos 55% FCR Contínuo 11ª a 12ª 45 minutos 60% FCR Contínuo 13ª a 16ª 45 minutos 65% FCR Contínuo 17ª a 20ª 45 minutos 70% FCR Contínuo 21ª a 24ª 45 minutos 75% FCR Contínuo

FCR: freqüência cardíaca de reserva*

Foi realizado o teste de consumo máximo de oxigênio, após a 12ª semana de treinamento físico, com o objetivo de ajustar a intensidade do protocolo.

3.3 Análise Estatística

Para as análises dos dados foi utilizado o software estatístico Statistics® 7.0 (StatSoft, Inc.).

Para avaliar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Quando a distribuição dos dados diferiu significativamente da distribuição normal foi utilizada a transformação em logaritmo natural (base e).

A estatística descritiva constou do cálculo da média e do desvio-padrão para todos os dados contínuos e semi-contínuos.

Para quantificar a variação entre os momentos basal e pós-intervenção, foi utilizado o delta, o qual consistia do cálculo do valor pós-intervenção menos o do momento pré-intervenção (agudo – basal).

Para comparação desta variação (delta) entre os grupos foi utilizado o teste ANOVA one-way e, quando necessário, foi realizado o teste Post Hoc de Tukey.

Foi assumido valor de α de 5% como estatisticamente significativo.

* Freqüência Cardíaca de Reserva (FCR) ou fórmula de Karvonen (1958): (freqüência cardíaca máxima freqüência

(35)

4. RESULTADOS

20 Na tabela 3 está descrita a caracterização da amostra, a qual foi composta por 57 voluntários separados aleatoriamente em grupo controle n=19 (GC), grupo resistido n=19 (GR) e grupo aeróbio n=19 (GA). Observou-se que havia uma diferença na variável idade, em que o GA apresentou uma média maior em relação aos grupos GC e GR.

Tabela 3. Caracterização da amostra.

Variáveis

Grupo Controle (GC)

Grupo Resistido (GR)

Grupo Aeróbio (GA)

(n=19) (n=19) (n=19) p

Idade (anos) 68,61 ± 2,37 68,47 ± 2,26 70,47 ± 3,11 0,04*

Massa Corporal (Kg) 73,42 ± 11,94 74,03 ± 12,20 73,15 ± 7,33 0,96

Estatura (m) 1,69 ± 0,06 1,68 ± 0,08 1,66 ± 0,05 0,41

IMC (Kg/m²) 25,40 ± 2,85 26,04 ± 4,22 26,39 ± 2,72 0,65

Massa Gorda (%) 23,28 ± 6,28 28,25 ± 6,39 26,89 ± 6,33 0,52

Massa Livre de Gordura (%) 17,41 ± 6,26 21,22 ± 6,88 19,66 ± 5,10 0,52

Massa Gorda (Kg) 76,71 ± 6,28 71,74 ± 6,39 73,10 ± 6,33 0,16

Massa Livre de Gordura (Kg) 55,91 ± 7,65 52,83 ± 7,84 53,50 ± 7,09 0,42

Dados em média ± desvio padrão; ANOVA one-way ; *p<0,05. §=diferença entre o GC e o GA;

‡=diferença entre o GR e o GA (Post Hoc de Fisher); GC=grupo controle; GR=grupo resistido e GA=grupo

(36)

4. RESULTADOS

21 Os resultados do presente estudo mostraram que as variáveis relacionadas ao sono e ao questionário SF-36 não apresentaram diferenças estatisticamente significativas em todos os grupos (tabelas 4 e 5).

Tabela 4. Variáveis polissonográficas, escala de Epworth e questionário de Pittsburgh

Variável Grupo Basal 6 Meses Delta F p

TTS (minutos)

GC 319,89 ± 67,52 354,95 ± 61,67 35,05

0,88 0,42 GR 330,15 ± 55,83 339,97 ± 49,65 9,82

GA 329,60 ± 61,25 343,19 ± 42,35 13,59

ES (%)

GC 75,95 ± 15,23 80,40 ± 9,99 4,44

0,07 0,93 GR 78,37 ± 9,83 81,77 ± 9,65 3,39

GA 77,05 ± 11,50 79,90 ± 9,94 2,85

LS (minutos)

GC 14,62 ± 14,56 9,88 ± 7,93 -4,73

0,78 0,46 GR 11,91 ± 13,00 13,50 ± 14,06 1,58

GA 21,15 ± 26,80 16,89 ± 18,62 -4,25

LR (minutos)

GC 89,86 ± 74,12 71,47 ± 45,39 -18,39

0,03 0,96 GR 115,18 ± 77,47 93,11 ± 73,46 -22,06

GA 93,13 ± 48,58 76,97 ± 32,14 -16,15

ID (despertares/hora)

GC 15,15 ± 6,13 20,57 ± 6,10 5,42

2,32 0,11 GR 22,83 ± 12,87 21,91 ± 11,95 -0,92

GA 17,77 ± 10,17 23,73 ± 14,62 5,95

TA (minutos)

GC 86,39 ± 58,52 75,94 ± 41,22 -10,45

0,19 0,83 GR 78,31 ± 38,30 61,70 ± 33,44 -16,61

GA 76,96 ± 32,42 70,36 ± 42,14 -6,6

Dados em média ± desvio padrão; ANOVA one-way para comparação do delta (6 meses – basal); TTS=tempo total do sono, ES=eficiência do sono, LS=latência do sono, LR=latência do REM, ID=índice de despertares, TA=tempo acordado após início do sono, E1=estágio 1, E2=estágio 2, E3=estágio 3, E4=estágio 4, SOL=sono de ondas lentas, IAH=índice de apnéia e hipopnéia, MPP=movimento periódico das pernas; *p<0,05; †=teste baseado nos dados transformados em logaritmo natural (base e). GC=grupo

(37)

4. RESULTADOS

22 Continuação tabela 4. Variáveis polissonográficas, escala de Epworth e questionário de Pittsburgh

Variável Grupo Basal 6 Meses Delta F p

E1 (%)

GC 5,24 ± 3,76 4,37 ± 1,74 -0,86

1,88 0,16

GR 8,15 ± 5,53 4,70 ± 3,13 -3,45

GA 7,46 ± 6,41 5,99 ± 3,30 -1,47

E2 (%)

GC 58,03 ± 7,99 56,38 ± 8,48 -1,65

0,83 0,44

GR 58,60 ± 9,38 57,84 ± 7,73 -0,76

GA 57,54 ± 9,19 59,73 ± 8,78 2,18

E3 (%)

GC 4,02 ± 1,87 3,59 ± 1,83 -0,43

1,2 0,31

GR 3,69 ± 2,13 4,24 ± 1,56 0,55

GA 4,03 ± 2,01 3,53 ± 2,23 -0,5

E4 (%)

GC 10,92 ± 5,76 12,10 ± 5,24 1,17

0,25 0,78

GR 10,95 ± 7,73 11,71 ± 4,35 0,76

GA 10,57 ± 5,57 10,20 ± 6,62 -0,36

SOL (%)

GC 14,95 ± 6,36 15,68 ± 5,64 0,73

0,45 0,64

GR 14,63 ± 9,28 15,96 ± 4,94 1,32

GA 14,61 ± 6,68 13,73 ± 7,70 -0,87

REM (%)

GC 21,00 ± 7,43 23,55 ± 6,39 2,35

0,7 0,5

GR 18,59 ± 7,37 21,47 ± 7,66 2,88

GA 20,37 ± 8,75 20,54 ± 4,15 0,17

IAH (eventos/hora)

GC 16,71 ± 11,15 16,34 ± 8,84 -0,37

0,18 0,83

GR 28,26 ± 19,03 26,36 ± 16,39 -1,91

GA 19,35 ± 16,20 19,72 ± 13,23 0,36

MPP† (eventos/hora)

GC 13,82 ± 18,90 5,67 ± 12,60 4,15

0,6 0,55

GR 12,33 ± 22,33 16,52 ± 25,36 4,32

GA 12,25 ± 23,85 14,07 ± 18,35 4,19

Escala de Sonolência de

Epworth

GC 6,42 ± 5,24 6,62 ± 4,34 -0,04

0,42 0,66

GR 6,94 ± 4,08 6,13 ± 3,01 -0,92

GA 6,52 ± 4,55 5,46 ± 4,27 -1,06

Questionário de Pittsburgh

GC 5,79 ± 2,44 6,31 ± 1,94 0,52

0,67 0,51

GR 5,84 ± 2,77 5,31 ± 2,38 -0,52

GA 6,47 ± 2,87 6,58 ± 3,40 0,1

Dados em média ± desvio padrão; ANOVA one-way para comparação do delta (6 meses – basal); TTS=tempo total do sono, ES=eficiência do sono, LS=latência do sono, LR=latência do REM, ID=índice de despertares, TA=tempo acordado após início do sono, E1=estágio 1, E2=estágio 2, E3=estágio 3, E4=estágio 4, SOL=sono de ondas lentas, IAH=índice de apnéia e hipopnéia, MPP=movimento periódico das pernas; *p<0,05; †=teste baseado nos dados transformados em logaritmo natural (base e). GC=grupo

(38)

4. RESULTADOS

23 Tabela 5. Questionário SF-36 Pesquisa em saúde.

Variável Grupo Basal 6 Meses Delta F p

Capacidade Funcional

GC 92,37 ± 9,33 92,06 ± 8,11 -0,29

1,77 0,18

GR 92,63 ± 6,74 95,00 ± 7,26 2,37

GA 86,84 ± 12,84 92,11 ± 7,69 5,26

Limitação por Aspectos Físicos†

GC 96,05 ± 9,36 89,71 ± 19,88 4,53

0,27 0,76

GR 97,37 ± 7,88 89,47 ± 26,76 4,37

GA 93,42 ± 16,33 85,53 ± 31,53 4,37

Dor†

GC 80,37 ± 17,56 79,00 ± 17,26 4,07

0,38 0,69

GR 84,79 ± 16,20 83,00 ± 17,69 4,04

GA 78,35 ± 20,01 74,89 ± 28,04 3,9

Estado Geral de Saúde

GC 78,37 ± 15,17 82,82 ± 13,67 4,29

1,71 0,19

GR 79,79 ± 17,41 88,89 ± 12,20 9,1

GA 76,47 ± 16,32 75,32 ± 20,07 -1,16

Vitalidade

GC 77,37 ± 18,51 75,29 ± 12,93 -1,76

0,52 0,59

GR 79,47 ± 15,89 82,37 ± 14,28 2,89

GA 78,42 ± 14,63 79,47 ± 14,42 1,05

Aspectos Sociais†

GC 91,45 ± 13,21 90,44 ± 10,39 3,6

0,27 0,76

GR 93,42 ± 12,05 94,74 ± 9,61 3,65

GA 86,84 ± 16,39 87,50 ± 19,54 3,5

Aspectos Emocionais†

GC 84,23 ± 28,03 90,20 ± 15,65 3,41

0,56 0,58

GR 94,74 ± 16,71 89,47 ± 24,98 2,95

GA 75,39 ± 34,87 85,96 ± 25,62 3,18

Saúde Mental†

GC 84,84 ± 14,58 84,71 ± 7,77 3,18

2,43 0,1

GR 81,10 ± 14,86 90,10 ± 12,88 3,51

GA 81,15 ± 14,11 84,21 ± 18,01 3,16

Média

GC 85,62 ± 9,18 85,52 ± 6,94 0,43

0,02 0,98

GR 87,91 ± 9,34 89,13 ± 11,13 1,21

GA 82,14 ± 11,29 83,12 ± 13,91 0,97

Dados em média ± desvio padrão; ANOVA one-way para comparação do delta (6 meses – basal); *p<0,05; †=testes baseados nos dados transformados em logaritmo natural (base e). GC=grupo controle;

(39)

4. RESULTADOS

24 Houve diferenças na composição corporal entre o grupo controle e o resistido com uma diminuição do % da massa gorda no GR e aumento deste percentual no GC (F(2, 54)=4,67, p=0,01), diminuição da massa gorda em Kg no GR e aumento no GC (F(2, 54)=3,44, p=0,04), aumento do % da massa livre de gordura no GR e diminuição no GC (F(2, 54)=4,71, p=0,01) e aumento da massa livre de gordura no GR e diminuição em Kg no GC (F(2, 54)=5,23, p=0,01) (tabela 6).

Tabela 6. Composição Corporal.

Variável Grupo Basal 6 Meses Delta F p

Massa Corporal Total (Kg)

GC 73,42 ± 11,95 73,59 ± 11,94 0,16

0,16 0,85 GR 74,03 ± 12,20 74,70 ± 11,55 0,67

GA 73,15 ± 7,33 73,81 ± 5,69 0,65

IMC (Kg/m²) GC GR 25,40 ± 2,86 26,05 ± 4,22 25,52 ± 2,81 26,28 ± 3,98 0,12 0,23 0,66 0,52 GA 26,39 ± 2,72 26,21 ± 2,22 -0,18

Massa Gorda (%)

GC 23,28 ± 6,28 25,69 ± 7,37 2,41

4,67¥ 0,01* GR 28,25 ± 6,40 26,59 ± 6,41 -1,67

GA 26,89 ± 6,33 27,47 ± 5,48 0,58 Massa Livre de

Gordura (%)

GC 76,71 ± 6,28 74,29 ± 7,38 -2,43

4,71¥ 0,01* GR 71,74 ± 6,40 73,41 ± 6,41 1,66

GA 73,10 ± 6,33 72,52 ± 5,47 -0,58 Massa Gorda

(Kg)

GC 17,41 ± 6,27 19,28 ± 6,88 1,87

3,45¥ 0,04* GR 21,22 ± 6,88 20,32 ± 7,09 -0,9

GA 19,66 ± 5,10 20,01 ± 4,45 0,34 Massa Livre de

Gordura (Kg)

GC 55,91 ± 7,66 54,28 ± 8,23 -1,63

5,24¥ 0,01* GR 52,83 ± 7,84 54,37 ± 6,53 1,54

GA 53,50 ± 7,09 52,62 ± 5,96 -0,88

Dados em média ± desvio padrão; ANOVA one-way para comparação do delta (6 meses – basal); *p<0,05. ¥=diferença entre o GC e o GR (Post Hoc de Tukey); GC=grupo controle; GR=grupo resistido e

(40)

4. RESULTADOS

25 Observaram-se diferenças entre o GR e o GC e entre o GR e o GA em relação à carga avaliada pelo teste de 1 RM, em que o GR obteve resultados superiores em todos os aparelhos: Chest Press (F(2, 52)=58,68, p=0,00), Leg Press (F(2, 52)=13,12, p=0,00), Vertical Traction (F(2, 51)=37,36, p=0,00), Leg Curl (F(2, 52)=30,59, p=0,00), Bíceps Curl (F(2, 52)=57,48, p=0,00), Abdominal Crunch (F(2, 52)=46,64, p=0,00), Arm Extension (F(2, 52)=48,22, p=0,00) e Lower Back (F(2, 52)=35,25, p=0,00) (tabela 7). As diferenças observadas no VO2 máx. absoluto e no VO2 máx. relativo e na massa corporal, foram entre o GA e o GC, em que o GA teve um aumento nestas variáveis e o GC praticamente não teve alterações: VO2 máx. absoluto (F(2, 53)=7,38, p=0,00) e VO2 máx. relativo (F(2, 53)=5,07, p=0,01) (tabela 8).

Tabela 7. Teste de 1 Repetição Máxima.

Variável Grupo Basal 6 Meses Delta F p

Chest Press

GC 102,63 ± 18,13 101,94 ± 20,37 0

58,69¥‡ 0,00*

GR 98,16 ± 21,23 124,47 ± 21,79 26,31

GA 97,37 ± 24,74 100,55 ± 23,51 0,55

Leg Press

GC 255,79 ± 63,09 257,77 ± 70,26 0

13,12¥‡ 0,00*

GR 286,31 ± 91,90 353,68 ± 85,65 67,37

GA 271,58 ± 91,00 291,11 ± 81,81 11,11

Vertical Traction

GC 152,37 ± 24,23 148,88 ± 28,41 -2,22

37,37¥‡ 0,00*

GR 146,58 ± 30,23 181,58 ± 29,30 35

GA 144,17 ± 23,78 148,82 ± 23,35 1,76

Leg Curl

GC 95,79 ± 15,66 89,44 ± 18,85 -5,27

30,59¥‡ 0,00*

GR 89,73 ± 20,58 118,95 ± 25,52 29,21

GA 91,84 ± 19,45 94,44 ± 22,22 1,66

Bíceps Curl

GC 53,68 ± 11,64 50,27 ± 13,00 -3,05

57,48¥‡ 0,00*

GR 47,89 ± 11,70 68,68 ± 14,22 20,79

GA 48,05 ± 13,40 49,44 ± 10,97 1,38

Abdominal Crunch

GC 66,58 ± 15,28 65,83 ± 15,26 0

46,64¥‡ 0,00*

GR 64,21 ± 11,93 87,63 ± 16,01 23,42

GA 65,55 ± 14,74 66,66 ± 15,53 1,11

Arm Extension

GC 101,31 ± 22,22 99,72 ± 20,83 -0,83

48,23¥‡ 0,00*

GR 99,21 ± 20,90 144,47 ± 29,71 45,26

GA 103,33 ± 20,22 99,17 ± 20,45 -4,16

Lower Back

GC 100,00 ± 21,66 94,72 ± 24,76 -4,44

35,25¥‡ 0,00*

GR 102,37 ± 25,18 129,21 ± 27,70 26,84

GA 106,66 ± 21,42 103,06 ± 21,70 -3,61

Dados em média ± desvio padrão; ANOVA one-way para comparação do delta (6 meses – basal); *p<0,05. ¥=diferença entre GC e GR; ‡=diferença entre o GR e o GA (Post Hoc de Tukey); GC=grupo

(41)

4. RESULTADOS

26 Tabela 8. Consumo máximo de oxigênio.

Variável Grupo Basal 6 Meses Delta F p

VO2 máx. Absoluto (ml/min.)

GC 2124,31 ± 446,83 2110,00 ± 446,83 -32,19

6,57§ 0,00*

GR 2136,55 ± 391,83 2270,39 ± 396,76 133,83

GA 2069,21 ± 363,69 2293,68 ± 438,10 224,47

VO2 máx. Relativo (ml/Kg/min-1)

GC 29,08 ± 4,89 28,27 ± 3,97 -0,56

4,58§ 0,01*

GR 29,19 ± 4,25 30,73 ± 4,03 1,54

GA 28,29 ± 4,06 31,06 ± 5,40 2,76

Dados em média ± desvio padrão; ANOVA one-way para comparação do delta (6 meses – basal); *p<0,05. §=diferença entre o GC e o GA (Post Hoc de Tukey); GC=grupo controle; GR=grupo resistido e

(42)

5. DISCUSSÃO

27 A inatividade física pode ser considerada um fator de risco para a saúde, assim como a obesidade, a hipertensão e o tabaco, podendo inclusive diminuir a expectativa de vida. Os indivíduos fisicamente ativos têm melhor saúde física e mental (82), razão pela qual, a prática de exercícios físicos regulares é recomendada para todas as idades (81).

A prática de exercício físico é um grande coadjuvante no combate aos efeitos do envelhecimento, melhorando significativamente as diversas estruturas e funções, além de contribuir para a queda nos índices de mortalidade desta população (64). O aumento da resistência aeróbia e da força muscular, adquiridas por meio de exercícios físicos regulares, pode contribuir para a diminuição do risco de sofrer quedas, de desenvolver doenças e ainda melhora das funções cognitivas (31, 83).

O foco do presente estudo foi o de se investigar o efeito do exercício físico sobre o sono que, de acordo com a literatura, parece que ambos têm importante relação entre si (84, 15, 19).

Inicialmente, se observou uma diferença significativa na idade dos voluntários do grupo GA em relação aos dos grupos GC e GR. Esta diferença pode ter sido casual, pois os voluntários foram distribuídos aleatoriamente entre os grupos e, de acordo com os critérios de inclusão, exigia-se que a idade fosse entre os 65 e os 80 anos. Considerando a variabilidade da idade observada nesta amostra, a mínima ficou em torno dos 66 anos e a máxima dos 73.

De acordo com os trabalhos de Geib e col. (4) e Espiritu e col. (40), a amostra do presente estudo, relação ao padrão do sono, mostrou características bastante comuns à população idosa. Os resultados mostraram que, mesmo sob a influência do exercício físico resistido ou do exercício físico aeróbio, as variáveis da continuidade do sono (TTS, ES, LS, LR, ID e TA), a arquitetura do sono (estágios 1, 2, 3, 4, SOL e REM), o padrão respiratório durante o sono (IAH), os movimentos corporais (MPP), a sonolência diurna e a avaliação subjetiva da qualidade de sono (questionário de Pittsburgh), não tiveram mudanças estatisticamente significativas.

Os estudos sobre o sono vêm descrevendo a existência de um efeito positivo do exercício físico sobre o sono dos idosos (11, 13, 15, 19, 21, 25), embora os diferentes métodos, a escolha de diferentes tipos de exercício físico e os diversos protocolos de treinamento, possam dificultar o entendimento dos possíveis mecanismos que balizam as respostas sobre o sono.

Edinger e col. (11) observaram, em idosos fisicamente ativos em relação aos sedentários, valores estatisticamente significativos na latência para o início do sono (LS), no tempo acordado após início do sono (TA), na eficiência do sono (ES), no estágio 1 e na potência de ondas delta. Os resultados observados no presente estudo, em relação ao GA, ficaram próximos aos do trabalho citado, porém não se observou nenhuma diferença estatisticamente significativa entre o GA e o GC.

Referências

Documentos relacionados

Qualquer utilização de outros carregadores, a utilização do carregador do tipo TF2016162500G para outras baterias, bem como outra corrente elétrica do que a mencionada na placa

2 Assim, este trabalho pretende apresentar pontos-chave para a formação da autoestima durante a vida do indivíduo enquanto ser social, tendo a moda como uma forma de

O trabalho será desenvolvido dentro da metodologia de pesquisa qualitativa com as escolas parceiras do grupo Observatório da Educação, porque exploraremos, conforme Moreira

Incide Imposto de Renda na fonte, à alíquota de 25% (vinte e cinco por cento), sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a residente

Em diversas espécies, a utilização de L-carnitina nos meios de cultivo de folículos, maturação oocitária e cultivo de desenvolvimento embrionário in vitro tem apresentado efeito

Com uma extensão de cerca de 30 milhões de km² e mais de 800 milhões de habitantes em 54 países, a África é freqüentemente dividida em cinco regiões de

São Paulo: Companhia das Letras, 1999.. Nietzsche contra