• Nenhum resultado encontrado

Acne e dieta: verdade ou mito?.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Acne e dieta: verdade ou mito?."

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

Acne e dieta: verdade ou mito?

*

Acne and diet: truth or myth?

Adilson Costa 1 Denise Lage 2

Thaís Abdalla Moisés 3

Resumo: Nos últimos 50 anos, foram publicados inúmeros estudos com a finalidade de comprovar se a dieta está relacionada à etiologia da acne. Embora existam estudos antigos, que são bem difundidos entre os dermatologistas e negam a associação entre acne e dieta, seu delineamento científico é pobre. Recentemente, novos artigos demonstraram evidências contrárias às publicações anteriores. Sendo assim, os autores realizaram esta revisão bibliográfica com o intuito de averiguar se a dieta influencia direta ou indi-retamente um ou mais dos quatro pilares etiopatogênicos fundamentais da acne: (1) hiperproliferação dos queratinócitos basais, (2) aumento da produção sebácea, (3) colonização pelo Propionibacterium acnes e (4) inflamação.

Palavras-chave: Acne vulgar; Dieta; Índice glicêmico

Abstract: Numerous studies were published over the last 50 years to investigate whether diet is associat-ed with the etiology of acne. Although older studies well known by dermatologists that refute the associ-ation between acne and diet exist, their scientific foundassoci-ation is weak. New articles have recently brought to light evidence contrary to previous findings. Therefore, we would like to investigate whether diet, directly or indirectly, influences one or more of the four fundamental etiopathogenic pillars of acne: (1) hyperproliferation of basal keratinocytes, (2) increase of sebaceous production, (3) colonization by Propionibacterium acnes, and (4) inflammation.

Keywords: Acne vulgaris; Diet; Glycemic index

Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 21.09.2009.

* Trabalho realizado no Serviço de Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) - Campinas (SP), Brasil. Conflito de interesse: Nenhum / Conflict of interest: None.

Suporte financeiro: Nenhum / Financial funding: None.

1

Dermatologista; mestre em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina; coordenador dos Setores de Acne, Cosmiatria, Dermatologia da Gravidez e Pesquisa Clínica em Dermatologia do Serviço de Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) - Campinas (SP), Brasil.

2 Ex-Residente em Dermatologia do Serviço de Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) - Campinas (SP), Brasil.

3

Residente em Dermatologia do Serviço de Dermatologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) - Campinas (SP), Brasil.

©2010 by Anais Brasileiros de Dermatologia INTRO DU ÇÃO

Há mui tas déca das, alguns tra ba lhos ten tam con -fir mar uma teo ria anti ga, envol ta por mui tos mitos e cren di ces popu la res: a asso cia ção entre acne e dieta.1-3

A acne vul gar é der ma to se crô ni ca. Doença do folí cu lo pilos se bá ceo, ela tem qua tro fato res etio pa to gê ni cos fun da men tais: hiper pro du ção sebá cea, hiper -que ra ti ni za ção foli cu lar, aumen to da colo ni za ção por

Propionibacterium acnes e infla ma ção dér mi ca peri

-glan du lar. Ocorre em todas as raças, embo ra seja

menos inten sa em orien tais e negros.4-6

A pre va lên cia geral da acne varia entre 35% e 90% nos ado les cen tes; no oci den te, é de 79% a 95%

nessa mesma faixa etá ria.7Observase, fre quen te men

-te, que a acne aco me te 95% dos meni nos e 83% das

meni nas com 16 anos de idade e pode che gar a 100%

em ambos os sexos.8-10Seu apa re ci men to e pre va lên cia

são maio res entre os pacien tes do sexo mas cu li no, gra ças à influên cia andro gê ni ca.11,12É doen ça que sofre

impor tan te impac to gené ti co, o qual se dá, somen te, sobre o con tro le hor mo nal, a hiper que ra ti ni za ção foli -cu lar e a secre ção sebá cea.12,13

(2)

Com base nos dados exis ten tes na lite ra tu ra, que ligam a acne vul gar à ali men ta ção, os auto res escre ve ram este arti go de revi são a fim de des ven dar as incóg ni tas que per meiam o tema.

Indício nº 1: Obesidade e acne: não é uma ques -tão do quan to, mas do quese come

Embora sem com pro va ção con cre ta, mui tas

pes soas têm a impres são de que acne e obe si da de se rela cio nam. Um gran de estu do ava liou 2.720 mili ta res recru ta dos por obe si da de e acne e notouse tal asso -cia ção ape nas em dois indi ví duos, com ida des entre 20 e 40 anos, e nenhu ma asso cia ção entre os que tinham entre 15 e 19 anos. Isso suge re que a acne, numa popu la ção mais jovem, possa estar rela cio na da a outros fato res além da obe si da de e da resis tên cia insu lí ni ca.15

Em um recen te estu do rea li za do com gêmeos, sendo 458 deles mono zi gó ti cos e 1.099 dizi gó ti cos, não houve dife ren ça sig ni fi ca ti va no qua dro de acne entre os gêmeos em rela ção ao peso, ao índi ce de massa cor po ral, aos níveis de coles te rol, aos tri gli cé ri

-des e ao nível de gli co se no san gue.16

Com base nos dois tra ba lhos acima, cabe afir

-mar: não é o quan tose come, mas o quese come que

afeta o qua dro de acne.

Indício nº 2: Ocidentalização die té ti ca e o sur gi -men to da acne

Em um estu do no qual se ava lia ram mais de 1.200 indi ví duos de duas socie da des não oci den ta li za -das (os ilhéus Kitavan, de Papua-Nova Guiné, e os povos Ache, do Paraguai), atri bui-se a ausên cia de acne nes sas popu la ções ao seu padrão ali men tar. Em suas die tas há, subs tan cial men te, baixo índi ce gli cê mi

-co em -com pa ra ção -com as die tas oci den tais.7 Em

estu dos epi de mio ló gi cos com a popu la ção de esqui -mós Inuit,detec touse que os mes mos não apre sen ta vam tal der ma to se até a intro du ção dos hábi tos ali -men ta res oci den ta li za dos.17

Outros estu dos, rea li za dos com popu la ções que viviam em vilas de área rural, como as resi den tes do Quênia, de Zâmbia e de Bantu, no Sul da África, con cluí -ram que esses povos apre sen ta vam, sig ni fi ca ti va men te, menos acne do que seus des cen den tes que migra ram para os Estados Unidos, ou seja, a par tir do momen to da oci den ta li za ção des tes.18-20

Com tais acha dos epi de mio ló gi cos, pos tu la-se, então, que, ao con trá rio da ali men ta ção cul tu ral des ses povos, o con su mo fre quen te de car boi dra to de alto índi -ce gli cê mi co pode, repe ti da men te, expor ado les -cen tes à hipe rin su li ne mia aguda que, em con se quên cia, influen cia no cres ci men to epi te lial foli cu lar, na que ra ti ni za ção e,

tam bém, na secre ção sebá cea.7

Indício nº 3: Nutrição como ace le ra dor da matu -ra ção sexual e desen ca dean te da acne

A melho ra da nutri ção popu la cio nal tem sido asso cia da à matu ra ção sexual pre co ce e ao desen vol vi -men to da acne em jovens. Estudos demons tram que ado les cen tes com hábi tos de inges tão de ali men tos

com baixo índi ce gli cê mi co apre sen tam atra so na

menar ca, seme lhan te ao que ocor re em atle tas e bai la

-ri nas.21Em 1970, a pri mei ra menar ca ocor ria por volta

dos 12 anos, ao passo que, em 1835, era em torno dos

16 anos de idade.22

Em um estu do de coor te lon gi tu di nal, com

dura ção de cinco anos, em que foram incluí das 871

meni nas, con cluiu-se que o qua dro come do nia no

grave foi mais pre va len te em meni nas com menar ca pre co ce e com altos níveis de dii droe pian dros te ro

-na.23 Demonstrou-se, tam bém, que a pre co ci da de do

desen vol vi men to da acne come do nia na pode ser o melhor pre di tor, no futu ro, da gra vi da de da doen ça. A pre va lên cia e o prog nós ti co da acne se cor re la cio nam

com a matu ra ção sexual. Embora Cordain et al.7não

tenham rela ta do nada a esse res pei to, pode riam os indi ví duos de Kitavan ou Aché não apre sen tar acne devi do à matu ra ção sexual mais tar dia, secun dá ria ao padrão ali men tar orto do xo a que os mes mos estão sujei tos?24

Indício nº 4: Influência da hipe rin su li ne mia na con -cen tra ção de andró ge nos e na pro du ção sebá cea

A hipe rin su li ne mia, por meio do aumen to dos níveis de andró ge nos, esti mu la a pro du ção sebá cea, que tem papel fun da men tal na acne. Uma res tri ção

caló ri ca extre ma dimi nui dras ti ca men te a taxa de

excre ção sebá cea, a qual se rever te com a ado ção de

uma dieta nor mal.25

A hipe rin su li ne mia influen cia a con cen tra ção cir cu lan te do IGF-1 e da pro teí na liga do ra do fator de

cres ci men to seme lhan te à insu li na-3 (IGFBP-3), os

quais agem dire ta men te na pro li fe ra ção dos que ra ti nó -ci tos e na apop to se. Em um esta do hipe rin su li nê mi co, ele vam-se as taxas de IGF-1, enquan to se dimi nui a de IGFBP-3, levan do a um dese qui lí brio que cul mi na na hiper pro li fe ra ção dos que ra ti nó ci tos.26O IGF-1 pare ce

mediar fato res come do gê ni cos, como andró ge nos,

hor mô nio de cres ci men to e gli co cor ti cói des. Em estu do huma no, demons trouse que o andró ge no endó ge -no aumen ta os níveis séri cos de IGF-1, assim como os de IGF-1 aumen tam os de andró ge nos; esta be le ce-se, então, um cír cu lo vicio so que, em últi ma ins tân cia,

acar re ta um aumen to na pro du ção de sebo.27,28

Indício nº 5: O leite como estí mu lo à acne

(3)

do xal men te, ao aumen to dos níveis de IGF1, favo re -cen do o sur gi men to e/ou agra va men to da acne, o que par ti cu lar men te maior quan do da inges tão de leite des na ta do. Isso demons tra que essa asso cia ção não se deve ao con teú do de gor du ra no leite, refor çan do a teo ria dos níveis de IGF-1.27,28

Além do poder acne gê ni co por meio do IGF-1, o leite con tém estró ge no, pro ges te ro na, pre cur so res andró ge nos (como andros te ne dio na e sul fa to de dii -droe pian dros te ro na) e este roi des 5αredu ta sedepen

-den tes (como 5α-andros te ne dio na, 5αpreg no na dio

na e dii dro tes tos te ro na), alguns dos quais estão impli -ca dos na come do gê ne se.29

O leite é enri que ci do de outras molé cu las bioa ti vas que agem na uni da de pilos se bá cea, tais como gli -co -cor ti -coi des, fator de trans for ma ção de cres ci men

to-β (TGF-β), pep tí deos hor mo nais seme lhan tes à tireo

-tro pi na e com pos tos seme lhan tes a opiá ceos.

Especula-se que o pro ces sa men to do leite des na ta do alte re a bio dis po ni bi li da de des sas molé cu las bioa ti vas ou a inte ra ção das mes mas com as pro teí nas de liga ção. Sendo assim, é pos sí vel que o balan ço dos cons -ti tuin tes hor mo nais do leite des na ta do este ja alte ra do,

cul mi nan do em maior come do gê ne se.29 Além disso,

para simu lar a con sis tên cia do leite inte gral, pro teí nas

do soro do leite, espe cial men te, a α-lac toal bu mi na,

são acres cen ta das à fór mu la do leite des na ta do e com baixo teor de gor du ra, o que tam bém pare ce desem

-pe nhar pa-pel impor tan te na come do gê ne se.27, 28

É sabi do que a inges tão de iodo pode exa cer bar a acne. Outro argu men to que ajuda a refor çar a hipó te se da asso cia ção entre o con su mo de leite e o qua -dro de acne é a de que o iodo con ti do no leite pode

estar envol vi do na etio lo gia dessa der ma to se:30 ele é

decor ren te da suple men ta ção da dieta ofe re ci da aos ani mais e do uso de solu ções à base de iodo nos equi

-pa men tos de orde nha.31

O que ajuda a refor çar a rela ção do con teú do iodí -ni co do leite com a acne é o resul ta do de um estu do em que 1.066 ado les cen tes foram ava lia dos por meio de ques tio ná rio cujo obje ti vo era deter mi nar se os níveis de iodo encon tra dos na água ou no sal podem afe tar a pre -va lên cia ou a gra vi da de da acne. A popu la ção esco lhi da habi ta va três regiões dis tin tas da Carolina do Norte: cos -tei ra, mon ta nho sa e uma inter me diá ria. Conclui-se que, nos pacien tes que viviam na região cos tei ra, com hábi tos de maior con su mo de sal, a pre va lên cia de acne grave (cís ti ca e que evo luía para cica tri zes) foi maior. 32

Recomenda-se, por tan to, como parte fun da

-men tal à tera pêu ti ca da acne, que se evite a inges tão de lati cí nios e car boi dra tos com alto índi ce gli cê mi co, pois, assim, pos tu la-se con se guir dimi nuir os níveis de IGF1, o qual age, siner gi ca men te com a dii dro tes tos te ro na, na uni da de pilos se bá cea de indi ví duos gene ti -ca men te pre dis pos tos.33

Indício nº 6: Evidência cor ro bo ra ti va entre o meta bo lis mo da insu li na e a acne

Acne é uma das carac te rís ti cas clí ni cas da sín dro me do ová rio poli cís ti co (SOP), que cursa, fre

-quen te men te, com obe si da de, hipe rin su li ne mia,

resis tên cia à insu li na e hipe ran dro ge nis mo. Tais

pacien tes apre sen tam altos níveis de andró ge nos,

IGF-1 e baixa con cen tra ção das glo bu li nas liga do ras

aos hor mô nios sexuais (SHBG).3

Tanto a insu li na quan to o IGF-1 esti mu lam a

sín te se de andró ge nos ova ria no e tes ti cu lar; além

disso, ini bem a sín te se hepá ti ca das SHBG e, por tan -to, aumen tam a bio dis po ni bi li da de dos andró ge nos teci duais cir cu lan tes. Altas con cen tra ções de andró ge -nos, insu li na e IGF-1 podem estar asso cia das com a

acne da mulher adul ta.3

Os níveis de andró ge no podem ser mini mi za dos pela dimi nui ção da resis tên cia à insu li na, seja pela perda de peso, seja pelo uso de medi ca men tos. A met for mi na e a pio gli ta zo na não ape nas dimi nuem a resis -tên cia à insu li na, mas, tam bém, redu zem os níveis de

hor mô nio adre no cor ti co tró pi co, esti mu la dor de

andró ge nos nas mulhe res com SOP; a cor re ção des sas alte ra ções fisio ló gi cas pode ser tera pêu ti ca nos pacien -tes com acne.33,34

Indício nº 7: Benefício clí ni co da acne com dieta de baixo índi ce gli cê mi co

O meca nis mo pre ci so pelo qual o índi ce gli cê mi co influen cia a com po si ção do sebo é des co nhe ci -do. Sabe-se que, para sin te ti zar lípi des, as glân du las sebá ceas pre ci sam de ener gia, que pode ser adqui ri da pela betao xi da ção dos áci dos gra xos e/ou pelo cata bo

-lis mo da gli co se.35 Para Downine e Kaealey, o padrão

de sín te se de lipí dios é man ti do pelo gli co gê nio endó ge no, um impor tan te pro ve dor de NADPH para a sín -te se de tri gli cé ri des. Assim, é pos sí vel que a inges tão de ali men tos com baixo índi ce gli cê mi co possa alte rar

os esto ques de gli co gê nio nas glân du las sebá ceas,

poden do ser fator limi tan te na lipo gê ne se sebá cea.35,36

Supõese que ali men tos com baixo índi ce gli cê -mi co influen ciem a com po si ção sebá cea por meio de efei tos meta bó li cos e/ou, secun da ria men te, dos níveis

hor mo nais de tes tos te ro na livre e andró ge nos.

Evidências demons tram que a dieta à base de baixo índi ce gli cê mi co pode dimi nuir os esto ques de gli co -gê nio nos teci dos cor po rais (mús cu lo e fíga do), sendo fator limi tan te na lipo gê ne se sebá cea. Além disto, essa dieta pode redu zir a bio dis po ni bi li da de da tes tos te ro na e a con cen tra ção do sul fa to de dii droe pian dros te -ro na. Como a p-ro du ção de sebo é con t-ro la da pelos andró ge nos, a redu ção dos mes mos pode alte rar a com po si ção sebá cea.37

(4)

-ção entre os áci dos gra xos monoin sa tu ra dos (Mufas) e satu ra dos (SFAs), haven do um meca nis mo pro te tor con tra a acne.37

Supõe-se, assim, que a ali men ta ção com baixo índi ce gli cê mi co possa influen ciar a pro du ção sebá cea via modu la ção sin cro ni za da de andró ge nos e dos esto ques de gli co gê nio, con for me demons tra do na figu ra 1.7, 35-41

O con tra pon to desta teo ria é um único estu do

publi ca do, de Kaymak,42que mos trou que o índi ce gli

cê mi co da dieta, o peso gli cê mi co e os níveis de insu li na não têm papel na pato gê ne se da acne dos pacien -tes jovens. Porém, tal estu do é muito cri ti ca do, pois é o único que vai na con tra mão do posi cio na men to dos estu dio sos do assun to.

Indício nº 8: Antiacnegicidade median te a modu -la ção die té ti ca do meta bo lis mo de áci dos gra xos

O sebo huma no é com pos to, prin ci pal men te, por tri gli cé ri des (40%-60%), cerí deos (19%-26%), esca le no (11%-15%) e peque na quan ti da de de coles te rol e éster de coles te rol.43-45Presume-se que a fra ção de tri gli cé ri des

do sebo seja res pon sá vel pelo desen vol vi men to da

acne.46,47Bactérias podem hidro li sar os tri gli cé ri des sebá

-ceos,48libe ran do áci dos gra xos que podem pene trar na

pare de foli cu lar e ser incor po ra dos ao meta bo lis mo da epi der me ao redor. Contudo, o efei to hiper que ra tó si co pode não ser carac te rís ti ca de todos os áci dos gra xos, como suge re recen te evi dên cia de que ape nas os Mufas esti mu lam mudan ças mor fo ló gi cas, o que não é visto

com os SFAs.37

Os Mufas são com pos tos, prin ci pal men te, por ácido sapiê ni co (16:1 Δ6), que pro vém da Δ6 desa tu

-ra ção do ácido pal mí ti co (16:0), um ácido SFA.49 A

expres são da Δ6-desa tu ra se e o resul tan te acú mu lo de ácido sapiê ni co no sebo pare cem ser fato res impor -tan tes na lipo gê ne se sebá cea.50,51Apoio para essa asso

cia ção sur giu da obser va ção de que ratos com defi -ciên cia da expres são Δ9-desa tu ra se, que é equi va len te à Δ6desa tu ra se em huma nos, apre sen ta vam hiplo pla -sia de glân du las sebá ceas.52

Recentemente, demons trou-se que a apli ca ção tópi ca de áci dos gra xos insa tu ra dos induz à que ra ti ni za ção anor mal e à hiper pla sia epi dér mi ca. Em con tras -te, os tri gli cé ri des e os SFAs não afe ta ram a mor fo lo gia

da pele. Além disso, os áci dos gra xos insa tu ra dos

aumen ta ram a con cen tra ção de cál cio nos que ra ti nó -ci tos, tanto in vivoquan to in vitro.46Esses resul ta dos

suge rem que os áci dos gra xos insa tu ra dos pos sam aumen tar a con cen tra ção de cál cio nos que ra ti nó ci -tos, cul mi nan do na que ra ti ni za ção foli cu lar anor mal.46

Posteriormente, um estu do con fir mou a teo ria de que os Mufas são, real men te, os áci dos gra xos cul pa dos pela que ra ti ni za ção anor mal e hiper pla sia epi dér mi ca. Voluntários clí ni cos foram divi di dos em dois gru pos: um inge riu dieta com baixo peso gli cê mi co e o outro foi orien ta do a incluir car boi dra tos regu lar men te nas refei ções. O pri mei ro grupo demons trou melho ra sig ni fi ca ti -va men te maior no total de lesões quan do com pa ra do ao grupo-con tro le. Embora não se tenha detec ta do um efei to da inter ven ção die té ti ca na saída do sebo ou na com po si ção indi vi dual dos áci dos gra xos, obser vou-se aumen to da rela ção SFA/Mufa. É inte res san te obser var que essas mudan ças se cor re la cio na ram com a melho ra na acne, suge rin do que a desa tu ra ção dos áci dos gra xos

possa ter um papel no desen vol vi men to da acne.37

Embora os áci dos gra xos essen ciais (AGE), prin

-ci pal men te, o á-cido lino lei co, desem pe nhem papel

impor tan te na fisio pa to ge nia da acne, um estu dopilo -to com uti li za ção de uma suple men ta ção die té ti ca com 3g diá rios de AGE (áci dos lino lei co, lino lê ni co e gama -li no lê ni co), por três meses, não resul tou em melho ra clí ni ca da acne. Entretanto, houve redu ção quan ti ta ti va do tama nho das glân du las sebá ceas, visua li za da por

bióp sias cutâ neas com punch, após três meses inin ter

-rup tos de uso do pro du to, o que suge re um pos sí vel bene fí cio des ses pro du tos com o ajus te da dose e o tempo de tera pêu ti ca.53

Dieta de baixo índice glicêmico

Diminuição do efeito supressivo

na produção da SHBG

Diminuição da produção de SHBG

insulina-mediada

Diminuição da oxidação de car-boidratos e da sín-tese de glicogênio

Diminuição da biodisponibilidade

de andrógenes

Diminuição da conversão peri -férica de DHEA-S

Diminuição da produção Sebácea andrógeno-mediada

Diminuição da atividade da 6-desaturase

Aumento da taxa de SFA/Mufa Aumento da taxa 6

de 16:0/16:1

Diminuição da produção Sebácea glicogênio-mediada

Diminuição do conteúdo de

glicogênio

FIGURA1:Antiacnegicidade da dieta de baixo índice glicêmico

Adaptado e traduzido de Smith RN, Braue A, Varigos GA, Mann NJ.

The effect of a low glycemic load diet on acne vulgaris and the fatty acid composition of skin surface triglycerides.

(5)

Um bom indí cio para a uti li za ção de uma dieta rica em áci dos gra xos é o fato de que a ali men ta ção é bem conhe ci da por ser um modu la dor da res pos ta infla ma tó ria sis tê mi ca. Um dos mais impor tan tes fato res die té ti cos que influen ciam a infla ma ção é a inges -tão rela ti va de áci dos gra xos poliin sa tu ra dos (Pufas)

ω-6 e ω-3.54 A dieta oci den tal típi ca man tém con cen

-tra ção sig ni fi ca ti va men te maior de ω-6, à custa de

menor con cen tra ção de ω3, por causa da pre do mi

-nân cia de ω6 na maio ria dos óleos vege tais e ali men

-tos pro ces sa dos fei -tos com esses óleos.54

Com base nessa evi dên cia, KrisEtherton obser

-vou que a taxa de ω-6/ω3 é de 10:1 nas die tas oci den

-ta li za das e de 2:1 a 3:1 nas não oci den -ta li za das.55,56O

con su mo de dieta com Pufa ω-3 pode ser tera pêu ti co

devi do à sua capa ci da de de supri mir a pro du ção de cito ci nas infla ma tó rias. Isso é visto na inges tão suple

-men tar de áci dos gra xos ω3, a qual demons tra supri

-mir IL-1β,57-60 IL-1

α,57-62, fator de necro se tumo

ral-α,57-62

IL-6,58,60,62 e IL-8.62A supres são de IL-1

αpela dieta com

ω-3 pode influen ciar posi ti va men te a dife ren cia ção dos cor neó ci tos pela pre ven ção ou ate nua ção da hiper cor -ni fi ca ção que ocor re duran te a micro co me do gê ne se.59

Indício nº 9: Papel pro te tor de uma dieta rica em zinco e vita mi na A

Por longo tempo, vita mi na A e zinco têm seu uso difun di do e pro te gi do por vários auto res no tra ta men -to da acne, por seus res pec ti vos efei -tos ini bi do res na come do gê ne se.63 Tal bene fí cio foi rejei ta do por muito

tempo, até que Michaëlsson64 rea li zou um estu do na

ten ta ti va de pro var o efei to bené fi co da vita mi na A e do zinco na acne. Realizou-se aná li se das con cen tra ções san guí neas de pro teí na liga do ra do reti nol (o reti nol, em últi ma aná li se, pro vém do meta bo lis mo teci dual da vita mi na A inge ri da na dieta) e de zinco em 173 pacien -tes com acne e em grupo-con tro le. Os pacien -tes com acne reve la ram níveis infe rio res de ambos e estes eram meno res ainda nos que apre sen ta vam acne grave. Tal acha do, por tan to, con fir ma o papel rele van te da vita mi -na A e do zinco -na etio lo gia da acne.

Outro dado notó rio, que subs tan cia tal rela ção, é o fato de que die tas com bai xos teo res de zinco pio -ram ou ati vam a acne, espe cial men te, com rea ções pus tu lo sas. Tal situa ção é obser va da em diver sos rela -tos de exa cer ba ção da acne com admi nis tra ção de

dieta paren te ral com bai xos teo res de zinco.65

Indício nº 10: Chocolate – um ino cen te equi vo ca -da men te cul pa do?

Chocolate tem sido espe cial men te incri mi na do como fator agra van te no qua dro de acne. Pacientes refe rem, com fre quên cia, o sur gi men to de pús tu las

após pou cos dias da inges tão de tal ali men to.44 Por

esse moti vo, mui tos nos pro cu ram em nos sos con sul

tó rios, cobran donos uma posi ção cien tí fi ca a res pei -to. O que dizer, então?

Em 1969, 65 indi ví duos foram sub me ti dos à inges tão diá ria de uma barra de 112 gra mas de cho co -la te, rica em licor de cho co -la te e man tei ga de cacau, por qua tro sema nas; após esse perío do, tro ca va-se o regi me por barra-con tro le, de mesmo peso, sem licor de cho co la te e man tei ga de cacau, por mais qua tro sema nas. As lesões foram clas si fi ca das no iní cio e no final do estu do em três cate go rias: pio ra das (as lesões aumen ta ram em 30% no final do estu do), melho ra das ( lesões dimi nuí ram em 30% no final do estu do), inal -te ra das (as lesões se modi fi ca ram menos de 30%). Como não houve dife ren ça sig ni fi can te entre inges tão das bar ras de cho co la te e das bar ras-con tro le nas três cate go rias de clas si fi ca ção das lesões, os auto res con -cluí ram que “a inges tão de gran des quan ti da des de cho co la te não inter fe re no curso da acne vul gar ou na

com po si ção do sebo”.1

Para Cordain et al.,3o estu do acima faz uma con

-clu são equi vo ca da. Na barra-con tro le, o cacau, na forma de man tei ga e licor, foi subs ti tuí do por gor du ra vege tal hidro ge na da (28% do peso). Além do mais, tanto a barra modi fi ca da quan to a barra-con tro le apre sen ta vam altas con cen tra ções de sucro se (53% e 44,3% do peso, res -pec ti va men te), o que pre dis põe à hiper gli ce mia e à

insu li ne mia, fato res envol vi dos no meca nis mo de

desen vol vi men to de acne. Logo, para esses auto res,3o

resul ta do do estu do não pode gene ra li zar e pres su por que o cho co la te não está asso cia do à acne, já que, na sua

manu fa tu ra, estão incluí dos outros ingre dien tes que

pode riam estar impli ca dos na etio lo gia da acne.

Em outro estu do, con du zi do por Anderson,2

pacien tes que diziam não tole rar inges tão de cho co la te, por pio rar o seu qua dro acnei co, foram sele cio na dos. Tais pacien tes fize ram inges tão de gran de quan ti da de de cho co la te por sete dias con se cu ti vos e nenhu -ma modi fi ca ção na quan ti da de ou qua li da de da acne foi nota da. Infelizmente, nenhu ma con ta gem de lesão

pré-expe ri men tal ou pós-expe ri men tal foi rela ta da,

não houve grupo-con tro le nem aná li se esta tís ti ca do estu do e, em com pa ra ção com o estu do de refe rên cia, o tempo de aná li se de inges tão de cho co la te foi muito redu zi do (uma e qua tro sema nas, res pec ti va men te).

Embora com con clu sões dis pa ra ta das, a teo ria da rela ção da acne com o cho co la te é quase que total men te con fir ma da pelos acha dos clí ni cos obti dos por estu -dos bem dese nha -dos e con du zi -dos com exce lên cia por gru pos de estu dos em nutri ção e nutro lo gia.

Em um estu do rea li za do por cien tis tas aus tra lia -nos, com pa rou-se o per fil plas má ti co após a inges tão de ali men tos à base de cho co la te com os mes mos ali

-men tos sem esse pro du to. Surpreendentemente,

(6)

-tos acho co la ta dos (média 28% maior); os maio res índi ces ocor re ram com o leite acho co la ta do (média 48% maior que o leite não acho co la ta do) e com os enri que ci dos com cho co la te negro, em com pa ra ção

com o bran co (13% maior).66

A expli ca ção para os acha dos do grupo aus tra -lia no pode ser o fato de que o cho co la te é rico em com pos tos bio lo gi ca men te ati vos, como cafeí na, teo bro mi na, sero to ni na, feni le ti la mi na, tri gli cé ri des e áci

-dos gra xos cana bioi des-like, os quais aumen tam a

secre ção, bem como a resis tên cia peri fé ri ca à insu li -na.67,68Além disso, os ami noá ci dos pre sen tes no cho co

-la te (como a argi ni na, a leu ci na e a feni -la -la ni na) são extre ma men te insu li no tró pi cos quan do inge ri dos com car boi dra tos;69,70 outros ami noá ci dos (vali na, lisi na e

iso leu ci na), encon tra dos em outros tipos de ali men -tos, prin ci pal men te, os ricos em lac to se, podem gerar,

tam bém, tal com por ta men to plas má ti co.71

Com base no expos to acima, não seria imper ti -nên cia suge rir que a inges tão de ali men tos à base de cho co la te pode, sim, ter rela ção com o qua dro clí ni co da acne vul gar. Um dado rele van te mere ce ser res sal ta do: as bar ras de cho co la te comer ciais, espe cial men te, as que apre sen tam teor lác teo ele va do, têm gran -des quan ti da -des de car boi dra tos (açú ca res refi na dos,

por tan to, pos suem ele va do índi ce gli cê mi co), os

quais aumen tam as taxas plas má ti cas pós-pran diais de IGF e da pro teí na liga do ra de IGF (IGFBP), assu min -do, tam bém, um per fil insu li no tró pi co.3,26-29,33,71,72 Aos

que se con ven ce ram do papel come do gê ni co dos ali -men tos com alto índi ce gli cê mi co fica a suges tão de obser var.

CON CLU SÃO

Nos últi mos 37 anos, mui tos estu dos foram rea -li za dos sobre a influên cia da dieta na pato gê ne se da acne, com indí cios de que a ali men ta ção, de fato,

pode influen ciar o qua dro dessa der ma to se.73 No

entan to, faz-se neces sá ria a publi ca ção de estu dos

inter ven cio nis tas, ran do mi za dos, com grupocon tro -le, duplo-cego, nos quais se ava liem múl ti plos fato res nutri cio nais.

Como ponto de par ti da, preo cu pa dos em

detec tar a influên cia do padrão ali men tar sobre a acne vul gar, há uma ten dên cia a tes tar hábi tos ali men ta res de povos não oci den ta li za dos que, sabi da men te, não

têm acne.17-20,32 Em seus padrões ali men ta res, não se

encon tram ali men tos pro ces sa dos, lati cí nios, açú ca res e óleos refi na dos, sendo eles à base, prin ci pal men te, de ali men tos fres cos, fru tas, vege tais, carne, fran go e fru tos do mar gre lha dos.17-20,32

Com base nos recen tes rela tos cien tí fi cos, uma afir ma ção vem se tor nan do cada vez mais acei ta: há menor inci dên cia de acne em socie da des não oci den ta li za das, que é aumen ta da quan do da ado ção de die tas oci -den tais. Portanto, pare ce aos auto res deste estu do que fato res étni cos não são os úni cos impli ca dos na etio lo gia da acne, refor çan do a hipó te se dessa rela ção.7

REFERÊNCIAS

1. Fulton JE, Plewig G, Kligman AM. Effect of chocolate on acne vulgaris. JAMA. 1969;210:2071-4.

2. Anderson PC. Foods as the cause of acne. Am Fam Physician. 1971;3:102-3.

3. Cordain L. Implications for the role of diet in acne. Semin Cutan Med Surg. 2005;24:84-91.

4. Winston MH, Shalita AR. Acne vulgaris. Pathogenesis and treatment. Pediatr Clin North Am. 1991;38:889-903.

5. Steiner D. Acne na mulher. Rev Bras Med. 2002;59:135-9. 6. Steiner D, Bedin V, Melo JSJ. Acne vulgar. Rev Bras

Med. 2003;60:489-95.

7. Cordain L, Lindeberg S, Hurtado M, Hill K, Eaton SB, Brand-Miller J. Acne vulgaris: a disease of Western civilization. Arch Dermatol. 2002;138:1584-90.

8. Stathakis V, Kilkenny M, Marks R. Descriptive epidemiology of acne vulgaris in the community. Australas J Dermatol. 1997;38:115-23.

9. Namazi MR. Further insight into the pathomecanism of acne by considering the 5-alpha-reductase inhibitory effect of linoleic acid. Int J Dermatol. 2004;43:701-2. 10. Burton JL. Dietary fatty acids and inflammatory skin

disease. Lancet. 1989;1:27-31.

11. Dreno B, Poli F. Epidemiology of acne. Dermatology. 2003;206:7-10.

12. Sobral Filho JF, Nunes Maia HGS, Fonseca ESVB, Damião RS. Aspectos epidemiológicos da acne vulgar em universitários de João Pessoa - PB. An Bras Dermatol. 1993;68:225-8.

13. Sobral Filho JF, Silva CNA, Rodrigues JC, Rodrigues JLTD, Aboui-Azouz M. Avaliação da herdabilidade e concordância da acne vulgar em gêmeos. An Bras Dermatol. 1997;72:417-20.

(7)

Endocr Rev. 2003;24:737-64.

15. Bourne S, Jacobs A. Observations on acne, seborrhea, and obesity. Br Med J. 1956;1:1268-70.

16. Wolf R, Matz H, Orion E. Acne and diet. Clinics in dermatology. 2004;22:387-93.

17. Schaefer O. When the Eskimo comes to town. Nutr Today. 1971;6:8- 16.

18. Verhagen A, Koten J, Chaddah V, Patel RI. Skin diseases in Kenya. A clinical and histopathological study of 3,168 pacients. Arch Dermatol. 1968;98:577-86. 19. Ratnam A, Jayaraju K. Skin disease in zambia. Br J

Dermatol. 1979;101:449-53.

20. Park R. The age distribuition of common skin disorden in the Bantu of Pretoria, Transvaal. Br J Dermatol. 1968;80:758-61.

21. Frisch R, Wyshak G, Vicent L. Delayed menarche and amenorrhea in ballet dancers. N England J Med. 1980;303:17-19.

22. Frisch R. Weight at menarche: similarity for well- nourished and undernourished girls at differing ages, and evidence for historical constancy. Pediatrics. 1972;50:445-50.

23. Lucky AW, Biro FM, Huster GA, Leach AD, Morrison JA, Ratterman J. Acne vulgaris in prememarchal girls. Arch Dermatol. 1994;130:308-14.

24. Thiboutot DM, Strauss JS. Diet and acne revisited. Arch Dermatol. 2002;138:1591-2.

25. Downing D, Strauss J, Pochi P. changes in skin surface lipid composition induced by severe caloric restriction in man. Am J Clin Nutr. 1972;25:365-7.

26. Ludwig DS. The glycemic index: physiological mechanism relating to obesity, diabetes, and cardiovascular disease. JAMA. 2002;8:2414-23.

27. Adebamowo CA, Spiegelman D, Danby FW, Frazier AL, Willett WC, Holmes MD. High school dietary dairy intake and teenage acne. J Am Acad Dermatol. 2005;52:207-14.

28. Adebamowo CA, Spiegelman D, Berekey CS, Danby FW, Rockett HH, Colditz GA, et al. Milk consumption and acne in adolescents girls. Dermatol Online J. 2006;3012:1.

29. Danby FW. Acne and milk, the diet myth, and beyond. J Am Acad Dermatol. 2005; 52:360-2.

30. Hitch JM. Acneiform eruptions induced by drugs and chemicals. JAMA. 1967; 200:879-80.

31. Pennington JAT. Iodine concentrations in US milk: variation due to time, season, and region. J Dairy Sci. 1990;73:3421-7.

32. Hitch JM, Greenburg BG. Adolescent acne and dietary iodine. Arch Dermatol. 1961;84:898-911.

33. Arslanian SA, Lewy V, Danadian K, Saad R. Metformin therapy in obese adolescents with polycystic ovary syndrome and impaired glucose tolerance: amelioration of exaggerated adrenal response to adrenocorticotropin with reduction of insulinemia/insulin resistance. J Clin Endocrinol Metab. 2002;87:1555-9.

34. Guido M, Romualdi D, Suriano R, Giuliani M, Costantini B, Apa R, et al. Effect of pioglitazone treatment on the adrenal androgen response to

corticotrophin in obese patients with polycystic ovary syndrome. Hum Reprod. 2004;19:534-9.

35. Downie M, Guy R, Kealey T. Advances in sebaceous gland research: potential new approaches to acne management. Int J Cos Sci. 2004;26:291-311.

36. Downie M, Kealey T. Human sebaceous glands engage in aerobic glycolysis and glutaminolysis. Br J Dermatol. 2004;151:320-7.

37. Smith RN, Braue A, Varigos GA, Mann NJ. The effect of a low glycemic load diet on acne vulgaris and the fatty acid composition of skin surface triglycerides. J Dermatol Sci. 2008;50:41/52.

38. Downie M, Kealey T. Human sebaceous glands engage in aerobicglycolysis and gutaminolysis. Br J Dermatol. 2004;151:320-7.

39. Brand Miller J, Holt S, Pawlak D, McMillan J. Glycemic index and obesity. Am Clin Nutr. 2002;76(Suppl 2):2815-55.

40. Kiens B, Richter E. Types of carbohydrate in an ordinary diet affect insulin action and muscle substrates in humans. Am Clin Nutr. 1996;63:47-53. 41. Treloar V, Logan AC, Dandy FW, Cordain L, Mann NJ.

Comment on acne and glycemic index. J Am Acad Dermatol. 2008;58:175-7.

42. Kaymak Y, Adisen E, Ilter N, Bideci A, Gurler D, Celik B. Dietary glycemic index and glucose, insulin, insulin-like growth factor-I, insulin-like growth factor binding protein 3, and leptin levels in patients with acne.J Am Acad Dermatol. 2007;57:819-23.

43. Downing D, Strauss J, Pochi P. Variability in the chemical composition of human skill surface lipids. J Invest Dermatol. 1969;53:322-7.

44. Kellum R. Human sebaceous gland lipids. Arch Derrnatol. 1967;95:218-20.

45. Greehen R, Downing D, Pochi P, Strauss J. Anatomical variation in the amount and composition of human skin surface lipid. J Invest Dermatol. 1970;54:240-7. 46. Katsuda Y, lida T, Inomala S, Denda M. Unsatured fatty

acids induce calium inlux into keratinocytes and cause abnormal differentiation of epidermis. J. Invest Dermatol. 2005;124:1008-13.

47. Nicolaides N. Skin lipids: their biochemical uniqueness. Science. 1974;62:332-5.

48. Shalita A. Genesis of free fatty. J Invest Dermatol. 1974;62:332-5.

49. Stewart M, Grahek M, Cambier L, Wertz P, Downing D. Dilutional effect of increased sebaceous gland activity on the proportion in linoleic acid in sebaceous was esters in epidermal acylceramids. J Invest Dermatol. 1986;87:733-6.

50. Mac Donald I. Changes in the fatty acid composition of sebum associated with high carbohydrates diets. Nature. 1964;203:1067-8.

51. Mac Donald I. Dietary carbohydrates and skin lipids. Br J Dermatol. 1967;79:119-21.

52. Zheng Y, Eilertsen K, Ge L, Zhang L, Sundberg J, Prouty S, et al. Scd1 is expressed in sebaceous glands and is disrupet in the asebia mouse. Nat Genet. 1999;23:268-70.

(8)

estudo piloto de avaliação do uso oral de ácidos graxos essenciais por meio de análises clínica, digital e histopatológica. An Bras Dermatol. 2007;82:129-34. 54. Simopoulos AP. Omega-3 fatty acids in inflammation

and autoimmune diseases. J Am Coll Nutr. 2002;21:495-505.

55. Kris-Etherton PM, Taylor DS, Yu-Poth S, Huth P, Moriarty K, Fishell V, et al. Polyunsaturated fatty acids in the food chain in the United States. Am J Clin Nutr. 2000;71(Suppl):179S-88S.

56. Cordain L, Watkins BA, Florant GL, Kelher M, Rogers L, Li Y. Fatty acid analysis of wild ruminant tissues: evolutionary implications for reducing diet-related chronic disease. Eur J Clin Nutr. 2002;56:181-91. 57. Endres S, Ghorbani R, Kelley VE, Georgilis K,

Lonnemann G, van der Meer JW, et al. The effect of dietary supplementation with n-3 polyunsaturated fatty acids on the synthesis of interleukin-1 and tumor necrosis factor by mononuclear cells. N Engl J Med. 1989;320:265-71.

58. Meydani SN, Endres S, Woods MM, et al: Oral (n-3) fatty acid supplementation suppresses cytokine production and lymphocyte proliferation: comparison between young and older women. J Nutr. 1991;121:547-55. 59. James MJ, Gibson RA, Cleland LG. Dietary

polyunsaturated fatty acids and inflammatory mediator production. Am J Clin Nutr. 2000;71:343S-8S.

60. Mayer K, Meyer S, Reinholz-Muhly M, Maus U, Merfels M, Lohmeyer J, et al. Short-time infusion of fish oil-based lipid emulsions, approved for parenteral nutrition, reduces monocyte proinflammatory cytokine generation and adhesive interaction with endothelium in humans. J Immunol. 2003;171:4837-4843.

61. Zhao Y, Joshi-Barve S, Barve S, Chen LH. Eicosapentaenoic acid prevents LPS- induced TNF-alpha expression by preventing NF-kappaB activation. J Am Coll Nutr. 2004;23:71-78.

62. Trebble T, Arden NK, Stroud MA, et al: Inhibition of tumour necrosis factor- alpha and interleukin 6 production by mononuclear cells following dietary fish-oil supplementation in healthy men and response to antioxidant co-supplementation. Br J Nutr. 2003;90:405-12.

63. Michaëlsson G. Diet and acne. Nutr Rev. 1981;39:104-6. 64. Michaëlsson G, Juhlin L, Vahlquist A. Effect of Oral Zinc

and Vitamin A in Acne. Arch. Dermatol. 1977;113:312-36.

65. van Vloten WA, Bos LP. Skin lesions in acquired zinc deficiency due to parenteral nutrition. Dermatologica.1978;156:175-83.

66. Brand-Miller J, Holt SHA, de Jong V, Petocz P. Cocoa powder increases postprandial insulinemia in lean young adults. J Nutr. 2003;133:3149-52.

67. Herraiz T. Tetrahydro-_-carbolines, potential neuroactive alkaloids, in chocolate and cocoa. J Agric Food Chem. 2000;48:4900-4.

68. Bruinsma K, Taren D. Chocolate: food or drug? J Am Diet Assoc. 1999;99:1249-56.

69. van Haeften T, Voetberg G, Gerish J, van der Veen E. Dose-response characteristics for arginine-stimulated insulin secretion in man in influence of hyperglycemia. J Clin Endocrinol Metab. 1989;69:1059-64.

70. van Loon L, Saris W, Verhagen H, Wagenmakers AJM. Plasma insulin responses after ingestion of different amino acid or protein mixtures with carbohydrate. Am J Clin Nutr. 2000;72:96-105.

71. Nilsson M, Stenberg M, Andres HF, Holst JJ, Björck IME. Glycemia and insulinemia in healthy subjects after lactose-equivalent meals of milk and other food proteins: the role of plasma amino acids and incretins. Am J Nutr. 2004;80:1246-53.

72. Brand-Miller JC, Liu V, Petocz P, Baxter RC. The glycemic index of foods influences postprandial insulin-like growth factor-binding protein responses in lean young subjects. Am J Clin Nutr. 2005;82:350-4. 73. Costa A, Alchorne MMA, Goldschmidt MCB. Fatores

etiopatogênicos da acne vulgar. An Bras Dermatol. 2008;83:451-9

Como citar este artigo/How to cite this article: Costa A, Lage D, Moisés TA. Acne e dieta: verdade ou mito? An

Bras Dermatol. 2010;85(3):346-53.

Endereço para correspondência / Mailing Address: Adilson Costa

Rua Original, 219 - Vila Madalena 05435 050 São Paulo - SP

(9)

This erratum refers to the article Acne and diet: truth or myth? An Bras Dermatol. 2010;85(3):346-53. Figure 1 was published without the subtitle. Follows the missing information:

Referências

Documentos relacionados

Para o Cerômero Vita VMLC, antes da escovação, os três polimentos apresentaram diferenças entre si e após escovação as pontas abrasivas (Edenta e Shofu) não

2001, foi dada ênfase apenas ao alongamento dos músculos isquiotibiais, enquanto o tratamento por meio da RPG alongou todos os músculos da cadeia posterior e, por meio do

C om a palavra de ordem “Se botar pra votar, o Brasil vai parar”, no dia 19 de fevereiro, data prevista para a reforma da Previdência entrar na pauta da Câmara dos Deputados, as

[r]

O Roteiro para Implantação da Municipalização do Trânsito do DENATRAN (2010) estabelece que a equipe de fiscais de trânsito deve ser dimensionada de acordo com o número de

A partir da análise dos resultados podemos concluir que a realização aguda de exercício físico intenso e intermitente parece ter maior influência sobre os metabolismos de

Foram avaliadas duas matérias ativas : álcool propargílico e 1,3-dibutiltiouréia e suas respectivas misturas que seriam potenciais inibidores da corrosão do aço-carbono API P110,

Para cada classe o Tempo Limite para protestar será até 60 minutos após a chegada do último barco,. na última regata realizada nesse dia ou do momento em que é assinalado um