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O Rio de Janeiro em três perfis: trajetórias individuais e o campo político carioca

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(1)

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

CPOC

CPDOC

TEXTOS CPD

c

o RIO DE JNERO EM Ês PEFIS

Tajetórias ndi�duais e o campo oíico

cnoca

Américo Freire,

Carlos Euardo Samento

Marly Silva

a

Motta

Texto Cpdc

nO 35

(1999)

Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil Fundação Getulio Vgas

Praia de Botafogo. 190 - sala 1117 - Rio de Janeiro -Cep 22253-900 -Telefone (021) 536-9303 Fx (021) 551-2649 Email: CPDOC@FGVRJ.BR

(2)

\

CI'O'l:

J

...

-o IO DE JNERO EM Ês PEIS

Tnjetós niis e o cpo >íico

na

,

Améico Freire,

Carlos

o

nnento

Marly Silva

a

Mota

Texto Cdc n° 35

(1999)

Conselho Editorial s Ttos CPDC

.

(3)
(4)

APSENTAÃO

1-AUGUSTO DE VASCONLOS­ O DR PDA: Um sudo sobre idnça e neoão oíia na cpil

fdl

(mmQ ) ...

..

2

- DE E CL A

PREFEITO

DO POVO: A ajeória oíia de

Pedro nso

(Ws Eo

B.

2

5

Smno)

... 3

3

CALOS ACD: O

(5)

APESENTAÃO

Este volume da sie

s CPOC

apresna os desnvolvidos

por

s

pesquisadores do Cnro de

Psquisa e Documnação de Hisória

Contemporânea do

sl

(CPDOC-FG),

vinculados ao

o e

Euis e Pesqss i

io

e

lio.

nariamnte

desnvolvidos

paa

a

sessão

de

comunicação coordnada ''Lidnças e

idnidade políica caioca na República",

apresnda no X

Simpósio Naional de

Históia da

P,

zado m Belo

Horizonte no mês de julho de

1997,

estes

textos refletm alumas das questões

desnvolvidas por estes pesquisadores m

sus teses acadêmicas.'

O núcleo cnal dos rês textos

siua-se em

a

discussão acerca dos

elemnos consiuivos da culura políica

cioca, ou seja, de

m

conjunto de práics

e represnações que, aravés de

a

, E, Amrico, Uma i prl I pit. io de jo, PPGHlS/FCS/UFRj,

198, ese

de doutorado);

MOTA,

ly

la a O o e

Jo _inu J

...

: e +

l

I o a G"br. Ni, IF/UFF,

1997,

ee de douordo) e

TO,

ls do B.

iJ t

po:

o po I� o

J FI • o

<o o

cl (1933-1937). io de jo, PPGHlS/IFCS/UFRj,

196,

isseção de mesrado).

relação dialóica, orinm e deinem s

fomas de auação políica na cidade do Rio

de Janiro: Para no, os utores

consm seus objetos de nvsão a

pir de

m

nsumnl níico

fomulado, m nde medida, sobe a

concituação dos "campos de podr",

prsne na obra do soióloo Pierre

Bourdieu. Assumindo a pncípio que toda

ação h

n

a m soiedade

é

basicmnte

a

relação de poder, Bourdieu deniu o

conceito de "cmpo" nqnto

a

rna

na qual se rava

a

lua conconial

ne os atores soiais m tomo de

intersses espeicos que vêm a conr

a própria ára em qusão.'

Os espaços de ação social podm

sr deinidos como verdadeiros "mercados

de bns simbólicos", onde a própia

condião de possibilidade de eistncia de

uma relação nre os ntes se

á

pela

viabilidade do ntrcmbio de

s

"bns",

m tomo dos qis se esbelecm as

fos de concornia.

A

suturaão

desas relações se

á

a pir de

a

disibuição desiual de

m

lum

social,

(6)

dnomnado "capial soial", que detena a posiço que os nts efeivmnte ssumem no intrior do cmpo. A maior ou mnor concnraão dste apial ns mãos dos ants sociais determinaria a hizaão e orinia as esratégias de atuação dos semnos nvolvidos. Desa forma, se pode fomulr um prorama de invesão orinado pela comprensão desa dnâmica nnsea aos mpos (sus ''ls de uncionmnto''), cujo objeivo maior é a deinição preisa dos agn tes, de ss satéias e de seus espaços de atuação.

A intraão com os refernciais

teóricos fomulados or Bourdieu sobre

um dos cmos de podr espeicos, o

cmpo políico, possibilia configuar um

ntndimnto

s

abngnte dos atores que conibuem pra a delimiação e

consituição dos padrõs de relação

políia.

O

campo políico é,

a

riori, a própria rna de mbates das forçs

políicas em concorncia no espaço

políico fol, aravés da qual se deinem

s possibilidades de aão, s esatégias

empegads pra o conrole dos luxos do

capil políico, e, consequnemnte, a

lógica norteadora das aiculações e

, ODEU,

ie:. O

r mJ.

io

de

Jno,

nd, 1989.

dispus em seu intior.

É

aavs do concito de campo políico, denido como

a "esua sunte", ue se pode

prceber a dnâmia relacional s forçs políias concontes, nndndo, a parir dos discusos e s páis propis por sua própria delimiação, s fos de interâmbio e de refomulação de proposs, consnemnte veis no interior dste "mercado simbólico".

ndo esa orinão eórica, os ariculisas prom apesnr sus relxões aca do mpo políico ioa e dos elemntos que, em a pspeciva diacrônica, confom o conjnto de refernis da cultua políica da cidade do Rio de Jniro. Como prorama comum de invesigação, foam elis rés ajetórias individuais represnaivs de rs conjunas políicas disinas, que ncionariam como um nsumnto de

(7)

Crlos Eduardo Sannnto acompanhou a ajetória de Pedo nesto no Uo de Jneiro da década de 0, avaliando os difern tes papéis ssumidos ao longo de sua crreira políica como expliciações das tnsões inerns a um cmpo políico mrcadmnte orinado pelo conrono ne os mecnismos de intrvnção fedal e as dndas autonomisas. Marly Moa nlisou a atuação do govnador Carlos acerda na Guanabara, evidnciando aspectos do debate nre projeto nacional e auação local no intrior do cmpo políico.

Aravés destes rês abalhos os

ornizadores deste volume prm

sistmaar als das questões que vêm

orienando as invesiações conduzidas

pelos pesquisadores vinculados ao Núco e

Estuos

e

Pesqiss

o io e

Jmio, do CPDOC, nos úlimos dois anos,

conibuindo pa a mpliação do debae

historiogrico sobre a políica no Uo de

Janeiro republicno, como ambm pra

a melhor discussão de questões teórics

e metodológicas que orinm a aividade

da pesquisa histórica.

(8)

AUGUSTO DE VASCONCEOS - O

DR. RPADURA

Um esudo sobre lidna e

ngoaão políia a

apial fd"

mérico Frre""

Ua das melhores ns de se

tnar comprender a monm do Esado

republicano brasileiro, na úlima década do

século pssado, se á por meio da leitura do balanço monrquisa publicado a pir

de 189 sob o nome "Década

Republicana." Nesa obra, nre ous

COISas, veriica-se o quão disantes da

ordem impel esavm as pnnClpls

proposições do novo reime, e inda a

proundidade (e ousadia) do expeimnto

federalisa que reordnou de cima a baixo o

sistema poliico-insiuional do país.

No que se refere à capial brsileira,

isto é nte. Na concepção

monarquis, a capial era a melhor

expressão do reime; era corte imperial e

pólo civilizador, suas insituições m (e deveriam ser) modelres; o

munipio

no

a adminisado com probidade e conrole em lur do "descalabro republicano". Não

Neste o, desnvolvo algumas questes

apesentads em ha tese de doutorado initulada

U4 l prJ J RpÍb5. der edel e oçs

lcis no cmo oíico cica. PPGIS/URJ,

1998.

Aradeço a colaoração

a

poessora

Rosmeie Mediros no levnmno

e

ddos

sobre Auústo de Vsconcelos.

é reà ds malS ácis, s se consmos nos desvncilhar do esilo épico e rssnido pesnte m alns de seus os, podmos chr a conclusão que rlmnte muia coisa mudou msmo"

A começr pelo àto de que a República demorou bsnte para denir o que ela queria da apial. u msmo se inha interesse em discuir o t, ha a idade dos debats consintes, que, como sabmos, rsulm m medidas praicmnte impossívis de sm execuadas (como a mudnça da apial -sem przo deinido - para uma reião na ra cnal do país nda a sr drada), além de muito pouco esclrecer sobre como conr a presnça dos podres cn i e muniipal na idade do Rio de Janiro, que pneceu como apial até a

utura mudança da sede do govno. A nova ordnaão

poliico-insitucional, inspirada no modelo norte­ amncano, daí a dnominação o

foi apnas esboçada no txto consitucional. Não se hou a nnhuma conclusão sobre como se a a tutela federal e qual seria o dsnho do govno

que devia seria exerido, segundo a nova

(9)

ca, por autoridades mUnlap1s. m

apns um pono a nova

a

não

teiversou, qual seja a da sepração

políica nre a capial e o esado do Uo de

Jneiro, o que resultou na iação de

a

bncada de reprsnnes do Disrito

Federal de

10

depuados federais e

3

snadores. A medida era coerne com a

concepção

dominne

nas

hostes

republicanas, que defndia a necessidade de

se apr a capial dos sados para nela

criar uma sede de govno com esua

própria e original.

Coube

não

ao

Conresso

Nacionl

r

foma

o

Disito Federal por

meio da aprovaão de

a i

Oânia do

município da capial. A nova legislação,

aprovada

m

1892,

terminou por aprovr

a

solução de compromisso que buscou

atnder nto ao interesse do poder cnal

de exercer de aluma forma o poder na

sede do govno, como

o

princípio básico

de represnação populr. Pra

r

cona

desse compromisso, icou esabelecida a

disribuição

de

aibuições

políico­

adminisraivs nre o deleado da

presidncia da República ( o prefeito), o

Snado Federal (ncarreado de aprecir os

vetos do prefeito) e o ógão legislaivo

eleito

pela

popo

(o

Conselho

Municipl).

O resulado de tudo isso foi a

conformação de m novo campo políico

na capil que, a pir

,

ficaia

mrcado

por

a

nnsa dispua nre s diverss

forças e insiuições neressadas

m

mner

ou ampliar o seu quinhão de podr na

prncipal cidade do país. Após a crise

políica de

1897,

que colocou

m

xeque o

modelo libal republicno, prcessou-se

um imponte r

n

ejamnto nessa

situação, que deu

m à

nrodução de

uma políica de nquadrmno da capial,

desfechada

ns

admnisrações

dos

presidnes Campos Sales e Rodriues

Alves.

Nste tto, nosso objeivo é

verificr

de que foma se processou o

m

n to n re a consiuião do cmpo

políico carioca republicano e a rajetória de

uma de suas pincipís lidenças, a do

médico e snador Auusto de Vsconcelos.

Cioca, filho de zndeiros da próquia

de Campo Grnde, x-monrquisa, o

pl de Vsconcelos pouco se coadunou

com a vetne republicna adical que

marcou época na vida políica da cidade no

final do Impéio e primeira década do novo

regime, e que produziu brilhntes

iunos

como Silva Trovão, Silva Jardim,

nu

Machado, Baa Ubeiro, ne ouros.

Políico dos basidores, mais afeito

à gura

(10)

Vsconcelos atuou prncipalmne na

aiculação e na rreimnação de

lidenas políics. Sua auação e discurso

fom em gral volados pa o ntrior do cmpo e não pa os rofnos.'

O

principal umnto dese o

é

simples e direto: Auusto de Vsconcelos

expressou como nnhum ouro a

ambigüidade do campo políico carioca na

Pma República. Durne sua longa e

scndnte rajetória, atuou corntemnte

em

a

esria

a

que lhe penniiu

servir de elemno de nsição nre a aão

intevnionisa desfechada pelo poder

cnral e a tese autonomisa defendida

pelos gupos políicos locais.

O

rabalho a seurr seue o caminho, por muitos já rilhado, de consruir

a

nálise

s

deida de um determinado objeto por meto do acompanhmnto da ajetória de um pesongem siniicaivo.

O

método nos prece proicuo e esimulnte inda mais porque pouco, ou quase nada, se sabe sobre as esutuas políicas ciocas e seus personns. A despeito dos úlimos

, . obre

s

nçes : jetóia sial e jetóia ascendenre, ver BOURDIEU, Pire. s wJ o

U

. São Plo, Comphia s es,

1996,

p.

292-298.

obe a nção de cmo oíico, ver BOUDEU, Piee.

A

epesenção olíica. Elmentos para

a

reoia do co oíico. : O

- mo.

Lisoa,

,

10,

p.

162-207.

Neste mesmo

o,

veicr na o caráer emprestado elo autor aos emos

tiblo 'of1W.

avnços na psquis, a historioa ainda

p

n

ece presa à concepções de ár gnntes que tenm por esr o

conteúdo políico da aniga apial fedl.

Sabemos ambétn dos pos e

dificuldads de uação de al método, já

mn te desitos pela historio,

mnte relaionados à prda da capacidade nalíica resulante do uso de

lntes de al fomas fechadas no

persongem, que o devir aaba por

r

apns em tomo da ação ndividual."

O

leitor, no nano, ia alado de que, pelo

mnos na clássica ha da roca de

idnidade do autor com o persongem, eu

procurei não r, por razões

s

que

icarão s ao longo do txto.'

m

um punerro momnto

mm

aremos a inserção de Augusto de Vasconcelos no cmpo políico carioca republicno. Logo depois, nalisremos sua atuação nos momntos de redeinião políico-insiucional no Disrio que se

" . obe o icdo a bi, ver mone levnmnto : questes m BOURDIEU, =. A lso bioica. : RI, Miea de Moraes & O, J.

UJS

,

Aos o

ia Oa.

CRio : Jo, FGV,

196.

Ver oura aolls osiiva m

,

Giovnni. Usos a bio. : amém aol enos ciica m EE, Manea de Mores & O,

J.

UW

,

As a a . Rio de Jneio, FGV,

196.

(11)

acnm plelamnte à monagem e implemnação a "políica dos esados". Finlmnte, Iremos

Vsconcelos como aliado

acomphr

prefencial do

condesável gaúcho na "República de Pinheiro Machado."

De

aeisa a

t oíio

o "ilguo"

A elaboaão e aprovaão a i Oânica relaiva à capil basileira se deu em melO ao que Victor Nunes l dnominou "rrojo liberal", isto é, o momnto undador do reune m ue os

pncípios descn zadores

sobrepujaram de longe a chamada zão de

Esado.' Com o decor do tempo, essa

siuação se modiicou e a República

ncona seu prumo por meio de

m

rnjo que tomou por base

s

a

eie

poíica

do que os fundamntos e princípios • • 9

consluoonS.

A neociação políica foi a marca da leislação que fundou o Disito Federal. Como já nos refeimos, o txto ll produziu um per e original desnho políico-insituional em que as aribuições

8 . , Ictor Nunes,

so, Eo

, Vo:

o o

,

o .t ao

O

BrL São Paulo,

a mega, 1975, pp. -81

9

.

Eslmos aqui nos reendo dielmene

à

uoüica dos esados" concebda e implemnada

or Cmpos Sales. obe o Mdelo Cmos Sles,

de govemo fiavm a o do Conselho Muniipal e da Prefi, nqunto o

Snado ba a mediaão nre aqueles dois ramos de podr. A República apostou

alto e praicamnte desconsiderou o

modelo impl de capial, em que o único

órgão responsável pela admnisração a capial (a Câmara Mnicipal), a

subordinado diremnte ao poder cnral

por meio do Mnistio do Impio. Foi

aa poanto uma esuura muito

s

complexa, m que a tutela do podr cnal

sobre a capial foi dividida nre o Snado e

o deleado do podr exeuivo federal.

Esses dois novos prsonns pssiam a

compeir naquele campo que conia

mbm com

m

legislaivo local forte do

ponto de visa adminisraivo (pelas suas

amplas aibuiçõs relacionadas à gesão da cidade), s l do ponto de visa

políico, pelo fato a Casa não possuir poder na apreciação dos vetos do prefeito,

aribuição preípua do nado Fedl.lo

O processo de iação e definição

de

m

modelo olíico-insiucional pra o

Disrito Fedral, conqunto que precário,

deu fôlego aos grupos políicos locis que

ver S, nato. A o a, São

Palo, Véice; io de Jno, IUPRJ, 1988.

lO

obre a odenção do isito Fedeal, ver

e s

ea

m E,

Améco. Uma

(12)

ra

m

de ocupr os ógãos leislaivos muniipl e federal.

m

pouco tmpo, consituiu-se

m

o e oer, sob a lidena de snadores e depuados fedrais

canocas, que, tndo por bse

principalmnte o Parido Republicno

Fedsa (PRF), nsfomou-se m

interlocutor privileiado do poder cnal

na condução políica da capil. Durnte a

gesão do presidnte Pudnte de Morais

(189-1898),

a aremiação anhou anda maior exprssão e leiimidade com a

nomeação

a

a prefeiura de

m

dos seus membros, o médico e depuado fedral

Furquim Wneck."

A força do PRF local adnha nto

de seu cráter de seão do nde parido

oicial comandado pelo "neral ds

21

briadas", Frncisco Glicério, como pela

sua pneação nre s lidenças de pil

loal, das quais se desacou

m

grupo que

acabou por sr conhecido na imprnsa

como "ngulo", fomado por ntndntes de rês disitos

s

caiocas: os médicos Augusto Vasconcelos (Campo Gnde), Felipe Crdoso (Sna Cuz) e Rul Baroso (Guaraiba).

janro, PPGHIS

a

UFRJ, 1998 (ese de

doutorado).

11 •

Ver cção dos pos paidos olíicos

caicas epubicnos

m

EU, cos Guedes.

"nerujndo o sonho: paidos e eleçes 00 Rio

de Jneo, 1889-1895."

Dos,

vol.

0, 01,

1987,

p.4-72.

xercndo

m

rígido conrole sobre o seu elitorado, o "ngulo" se

nsfomou m

a

ára esraica pa o conrole do hado mpo olíico

carioca. Com apoio do upo, Tomas

Delfino, principal prócer do PRF caioc,

elgeu-se sucessivamnte para o Snado

Federal. Ouro dado sinifiaivo da força

do "ângulo" foi a eleição dos seus rês

principais líders para a Ca dos

Depuados no plio fedal de

1896.12

A scnsão do gruo chamou a atnão de parte da npnsa que

a

oposição da PRF cnoca. Um dos prncipais pora-vozes oposicionisas

a

o jonal

ie

o Rio,

do jonlisa e políico José do Parocnio.

m

númros aigos, o ex-líder abolicionisa riicou as práics políicas

imois

do "ângulo" e dnunciou suas relações ilícis com o Maadouro de Sna Cuz. O pincipal alvo de Parocnio

a

Augusto de Vsconcelos, a quem dnominava ''Dr. Rapadura", m alusão s orins

s

de sua

.

A mniesação nfáia de

m

jonalisa de prsio como Paocinio

expressava alo

s

do que a mera

dnúncia: era ambém sinal de declnio de

algumas lideranças políicas e intelectuais

(13)

que ivam

m

papel imponte no

advnto republicno

s

que, com o

decorer do tmo, foram perdndo podr

paa políicos de peril

s

loal, com

clintels ss e com experincia

políica. Este processo de

rnovação

políica icou claro no pleito fedl de

1896, em que dos 1 1 represnntes eleitos

(1 snador e 1 0 depuados federais), 6 em

ex-intndnts."

Como vnos, um dos mmbros

dessa nova sara foi Austo de

Vsconcelos. Comecmos não a nos

concnar

m

nosso

progonisa.

Segundo

Dunshee

de

Abrnches,

Vsconcelos nsceu em 1856 na cidade do

Rio de Janeiro. Filho de zndeiros,

fomou-se médico pela Faculdade de

Meicina do Rio de Jneiro. Durante o

Império mnteve liações com o Parido

Lberl, exercndo o cgo de deleado de

higine dnte aquele regune. Na

República, obeve o seu primiro mndato

parlmnar em ouubro de

1892,

elendo-se in tndnte mnicipal

pelo

disrito de Cmpo Grnde."

U

. Vicr el s bncs cics

na Ca

dos Depuados e no enado Fede!

m

BNCES, Dunsbee de.

s e oS o

po

s Es Uos o rL2

v.

ão Paulo,

1918.

14

. BNfiS, Dunsbee de. p. ato

v.l., p.

65655.

No leislaivo municipal eve

aação

de

dsaque.

Esteve

consntmnte

na ibna

zndo

pronnciamntos sobre dos

s,

que abordavm desde o rônico problema

do abstecimnto da ne verde até

qustõs de naureza políico-nsitucional.

Mnteve

a

posição discrea m relação

aos prefeios raa Ribeiro e Hnrique

Vs, não ngrossndo o coro dos

intndntes que criicavm a la de pulso

dos mesmos qanto ao problma do

repsse de recsos da União pa a

muniipalidade do Disrito Fedl." Por

s vezes, foi alvo de dnúnias de

)OmS e de ouros intndntes que

aponavam irregularidades ns eleições m

seu isrito.

A

s

sria desss dnncias veio

do intndnte Pereira Lopes que o acusou,

na seção de

4

de abil de 1893, de or o

eleitorado de sua regusia a voar m

células coloids no cnidato ao nado

isides Lobo, "somnte para zer

conhecr a sua nflunia local." Lops

a

ainda que as elições em Cmpo

Grnde eram em l relizadas "a bico de

(14)

pna", e que Vasconcelos, que se

apresnava como "republicno nuno",

fora na realidade

"m

dedicado sevidor da monrqwa, ocupndo os lures

s

impons da sua próquia, todos

conseuidos a bse de favors." 16

m seu pronunciamnto do a seuinte, Vasconcelos responde a todos

esses aaques. Na a ude eleitoral e

assinala o carátr insubmisso do eleitoado

de Campo Grnde que, nas referidas

eleições, "não se submeteu à força da polícia e que teve indepndncia para reair

conra ela".

a

ainda que Pereira Lopes desconhecia a lei e não poderia

provr nnhuma irreidade. Em

seuida, procura deixar clra a sua posição

políica pernte o novo reime.

a

que nunca foa republicno histórico; "eu

quero ser o que sou". E conclui:

Aceitei a República e a ela tnho servido com dedicação e leldade. O que não posso é, adoando a República, dizer publicamn te que sou republicano, e nos meus atos mnifesar-me in teiramn te conio a ela.

É

isto que

-

z

fa 17

nao posso er nem ço.

r erl

t o

r mil

a

l a pibi.

io de Jo, H/FB, 1984.

16 • Is

o

so

p,

essão e 4 e abl

de 1893.

17 . Is

o

oo

Mip, sessão e 5 e abl

de 1893.

Vsconcelos dizia-se

m

sa

plbi/0

e não se preocupava com isso.

Tinha conscincia de que, em vários

esados, o novo rime não fecha as

pos s nas lidernçs monrquisas disposas a colabor com a Repúbli. Nos

anos iniciais republicnos, o que realmnte

conava

a

a capacidade de vncr os plitos e ocupar o espaço políico que oa

se aprsnava. Desde a pimeira eleição

municipal, Vsconcelos disse a que veio:

foi o intndnte

s

voado da capial. No plito snatorial de

189,

rmou sua

liderança e a eicácia dos seus métodos m

teleama conidncl nviado ao chefe de

polícia carioca, no qual apresna os

seuintes números: "Arisides Lobo]

525,

sndo

432

m células vmelhas minhas."I'

m

Sna

z

, ouro dominio do upo do "ânulo", o resulado eleitorl

avorável a Lobo mbm não dexa

dúvidas qunto à extnsão da raude promovida por Vsconcelos e seus aliados:

Lobo obteve

327

dos

329

votos dos eleitores do disito.

O "ânulo"

a

a nica foraleza

políica da capial. Foi nessa condição que

Vasconcelos, aliado desde muito cedo de

impon tes lidernças do radiclismo

republicno que ajudou a eleer, como

(15)

condições de se ansfoanar em m dos pnnopS chefes da cidade na segunda

meade da década de

1890.

Cse,

po

e eina

m

dezmbro de

1896,

Vsconcelos foi eleito pelo PRF locl pa

a Cra Fedral. Durante todo o ano de

1897,

discursou apenas em

2

momntos

esratégicos, isto é, no inal de agosto para

r a sa condição de oposicionisa e

iel o PRF nacional de Frncisco Glicério,

e em novembro, dis depois do atnado

conra o presidnte Pudnte de Moais,

pa dsligar-se daquele mesmo parido.

Nos prece que não há necessidade neste

breve texto de examinmos os pncipais

componntes da crise políica de

1897

que,

como sabmos, colocou m roa de colisão

o presidente Prudnte de Morais e a facção

do PRF liderada por Frncisco Glicrio.

Vejamos apnas como esse conronto se

desdobrou no campo políico carioCa.'9

Como O PRF local se mnteve iel a

Glicério, Prudente de Morais começou a se

movimnr no snido de ocupar espaços

na capial. Por intemédio do Minisro do

". NEU,

:os G. p. L

p.

61.

19 • obe

a cise olíica e

1897, r o lssico de

BNCS, nshe de.

o e

Ji=

itUs. Rio de Jno, José Olmio,

1973.

Ver

nda a se de

OS

S,

M.F.

Da

gno i

u. Bsa, uS,

1983.

Intior, passou a nomear uncionios m

posições esratégics na jusiça sm a

nuncia do Conselho Municipal, ao

mesmo tmo em que requisitou ao

Conresso rsos para amplir s

dilincias policiais. Iniciava-se naquele

momnto m processo de intvnção

políica no Disrio Federal que se

prolongaria ainda por muitos nos, pelo

mnos até a gesão do presidnte

Rodrigues Alves.

Esava claro para os gupos

políicos locais que o poder cnal pa

pra o conrono abeto. Seja pela

nomeação de cargos, seja pela corção

policial, sava abea a temporada de

conrole e coopação políic, o que

poderia nraquecr sobrnea s posições políicas do PRF local. Pra

dnunciar udo isso e impedir a debndada,

nada melhor do que a voz nsuspeia de

Vasconcelos, a liderança com nsito junto ao poder cnral e com an s

liações com o republicanismo

s

radical exprsso na lidrana de Tomas Delino e

no jacobinismo de parlamnares como

lrineu Machado, Alcindo Gunabra e

Timóteo da Cosa.

m

seu pronunciamnto de agosto, Vasconcelos umpiu bem sse ppel,

batndo duro no govno fedal. Segndo

(16)

do Intrior, esava invadindo aibuições

mnlopus. O Disrito Fedal,

,

''hospeda o Goveno da União; e ea de

esperr que o Govno aasse-o como um

pi carnhoso; s não, ele é uma

aasta istia rifo nosso), é um

peseguidor

políica,

do Disrio Federal, quer

quer adminisraiva e

economicamnte." 0

Vasconcelos dnuncia inda que

"os lords-proteores do Govno, chefes

políicos de esados longnquos, que

nnhuma ligação têm com a políica da

Capial Federal, consituidos aqui n

incorporadores do al Partido do

Govno."

21 m

seu pronnciamnto,

Vsconcelos defnde os líderes do PRF

s n nnhum momnto se coloca como

l. Suas palavras se

m

undamnlmente na defesa do

fechamnto do espaço políico carioca à

insão tn.

A situação políica acabou por se

deteriorar m novembro daquele mesmo

no, com o rusrado atnado ao

presidnte Prudnte de Morais. s

pnnopts lidernçs jacobinas foram

processadas, presas ou neuzadas, o que

afetou subsancialmne o podio do PRF

nacional e local, que perdia ambém o

D •

lrs a ra os

Dpl, eção de

0

de

aosto de

1897.

conrole da prefeitua com a exoneração de

Fm Wneck." Trs s depois do incidnte, Vsconcelos etomou à ribuna p, em ro pronunciamnto, deslir-se

do PRF local. Defnde o poder consituido

e a que deseja cumprir seu mandato sn nnhum compromisso pidário.

A eleição de Cmpos Sales

sicou o aprofundamnto da tndnia

intervncionisa aama refrida. Em

deznbro de

1898,

um pouco mais de um

ms após a posse do novo presidnte,

foram provadas no Conresso

impones alterações na Lei ânica da

capial que, n linhs eais, terminam

por folecer o papel tutelr da presidncia

da República, em deimnto da posição

arbial do Snado. O novo chefe do poder

execuivo municipal passria a ser nomeado

livremnte pelo prsidnte da República,

sem a aprovação da Ca l, e ficaia no cgo apnas "enquanto bem servisse"

ao chefe do execuivo federal. Ao mesmo

tempo, foram inrodzidos mecanismos no

sistema eleitoral que avoreceram a eleição

de cndidatos da minoria e ponto fora

do esquema dominne do PRF locl.

21.

idem.

(17)

..

Ess refonnas form debaidas

mals na imprnsa do que no Conresso.

Oinalmnte, o projeto do ovno a

ainda

s

adical, chando inclusive a

defnder a suspnsão tmporia do

Conselho Municipal após o no do

mndato dos intndntes, o que ocoreia

em dezmbro daquele mesmo no. O texto

do projeto, apresnado pelo prlamnr

baiano Seveino Viei,

s

rde Minisro

da Viação de Campos Sales, propunha

inda ssr plnos poderes ao prefeito,

salvo "s intevnções coreivs conferidas

iederal."J ao goveno

prlmnr bano,

Coube a ouro

Rui Barbosa,

adversáio políico de Vieira, combater o

projeto, Isto por ele cono

inconsiucional, pelo simples fato de

querer o impossível, isto é, "nsfomar a

cidade do Rio de Jneiro em Washington",

a sede do oveno note-mericano e

melhor expressão de pil neuzada. 2'

No Congresso, o debate foi mono,

apesr dos esforços de alguns

prlmnares cariocas, nre eles Augusto

Vasconcelos, no snido de brr as

refonnas. A oposição nconrava-se

l. Gw

e

No, 8/10/1898.

,. . V: imone o de Ri sa sobre o

a

m eu

jonl Itsade 11/10/1898. obe a

cpiI norte-mecna, ver o ásssico de GEEN,

Constance Mcaulin. Wasinll: A

y f

m, Ci, 18-1950.

Pinceton, New Jersey,

Pinceton Univesity Pe", 1962.

n tnn te desaia após os

episódios de novmbro de

1897;

não havia pono a políico pra se contr a

ação da maioria que tnou por aprovar

m

texto que aparou as ndncias mais

ntervncionisas do pojeto oinal de

Severino Vieira.

No podr, Campos Sales adotou

um políica sistemáica de desmonagem da

esrutura a pelos grupos políicos locais dunte a década de

1890.

Para isso,

n

e

ouras coisas, procurou rompr com

a lS impoante alinça que

undmnava a força desses grupos, ou

sej, a das lidernças republicns radicis

(consituída de liceriss e floiniss)

com o "ângulo". Ns eleições fedais de

1899,

Sales obteve não apnas o apoio

políico de Vsconcelos e nu Machado, cono mbm interfiu direamnte no

reconhecimnto da elição de Braa

Ribiro pa o Snado, m deimnto de

Xavier da Slveira, candidato do PRF

10cal.S

Cono xpressão desse novo

eqibrio de forçs na capial, surgiu uma

nova aremiação políica, póima ao

goveno federal, que gradaivmnte

S •

obre a nevenção de Cmos Sles

a

oíica

da cpial, ver BNS,

D.

!

I

fjm

in.s. Rio de Jniro, José Olympio, 1973, p.

297-298. Ver inda

E,

Améico. "Camos

Sles e a República Cica",

: .:

Jo e

(18)

subsituiia o PRF como cnro de

gravidade da políica local: ea o Paido

Republicno do Disito Federal (PRD).

Como o seu ntecssor, o PDRF nsceu

oficialisa mas logo descmbaria pra a

oposição. Isto porque, na esatéia de

dsmonte promovida pelo govno federal,

não havia espaço pra

s

m

aor

políico nesse jogo. Para implmnar sua

políica pra a capil, Sales indicou pa a

prefeitura e pra a cheia de políci, nomes

de sua esria connça e sem vínculos

paridrios, que impm políics duras

no que se refre

à

questões orçamns e

de

seurnça.

Em

denados

momntos, Campos Sales chegou inclusive

a azer coro com aluns setoes da

imprnsa que eqüntemne dnunciavm

a existência de raudes nas eleições

ciocas. Pra corroborr com essa tese,

pressionou (com êito) o Poder Judiciio

no snido de nular o pleito mnicipal de

1902."

Foi, no nanto, na presidncia

Rodrigues Alves (1902-1906) que este

processo de intevnão políica na capial

se definiu com maior clareza. Para mudar a

face ísica da cidade do Rio de Jneiro

-projeto cnral da sua adminisração -,

Alves fechou por seis meses o Conselho

" . EE,

Améica. Cmpos Sales e a epúbica

Caica, p.

t. p. 17·0.

Municipal e deu caa bnca ao novo

prefeito, o ngnheiro Pa Pssos, para

desnvolver a

s

imonte refoma

urbna do país até não. Form ambém

inroduzidas mudnçs no esatuto políico

da capial que mpm

o leque de

aibuiçõs do pefito em deimnto do

papel políico-adminisraivo do Conselho

Municipal.

Pi

PsSI

à

execução da refoma

urbna, ganhou força a tese de que a capial

deveria ser adminisrada segundo critérios

ténicos e não políicos. Grnde pate da

imprnsa desacava a auação de Pssos na

prefeitura, que

a

visto como homem

nérgico e inansigente, e defndia a

necessidade de se mnter a cidade asada

das "inris políics".

A

dspito disso,

chegou-se a

m

acordo em que possível a

reab

a

do Conselho, em junho de 1903.

Seja pelo esilo "desssombrado" do

prefeito, seja pela lua dos intndntes m

conquisar maior espaço políico, o fato é

que os poderes execuivo e legislaivo

quase nunca se ntndm e viveriam

s

us ainda por

m

bom tmpo, nclusive

depois da saída de Passos da prefeitura em

1906.7

(19)

m meIO o fogo cuzado, os upos políicos locis ram de recur.

O nigo PRF perdeu expressão, nquanto

que o PRDF se nteve na linha da

oposição sem conronto ou contesação. A

melhor prova desse recuo foi o ato de que

nnhuma lidernça políica canoca de

expressão teve paricipação direa na

conspiração políico-miliar que resultou na

Revola da Vaina de 1904. De todos os

parlmnres ciocs, a única exceção

nesse cso foi a do snador auro Sodé,

que havia sido eleito pelo Disito Fedal

no no antrior à revola. Sodré, no

nanto, a uma igura à parte do jogo

políico local. a m políico de projeção

nacional que, conduzido à Câmara Ala por

uma rnte oposicionisa congreada em

tomo do

Coio a Mnhã,

jogou todas s

suas fichas no sucesso da revola do qual

foi um dos prncipais líderes. Derotado,

pôde volar ao Snado e ao trmino do seu

mndato como snador pela capial, m

1912, voltou a eleger-se pelo Pará, seu

esado natal. Por udo isso, Sodré nunca

deitou raizes políicas mais proundas no

Rio de Jneiro. Inviavehnente, mnteve­

se como livre airador.8

8 .

obe

o cono oliic-paidio na cil dunte a vola a

V,

vr

EIE,

méico.

Etn

1 isifo

e

a lllzfo:

oJ Si t

a púbica cioca.

io de Janero,

Textos

CPDOC, 1997.

Tmbm não foram nos cs

pra Vasconcelos que, sem bater em

reirada, procurou mnter-se aasado do

irotio políico. Na gsão de Cmpos

Sales (1898-1902), pouco subiu à ibuna. m seus pronunciamntos na Câmra

Federal, pssou a priorizr certos tmas

locais, como o etmo problema do

abstecimnto de água na cidade do Rio de

Janeiro.O Na admnisração de Rodriues

Alves (1902-1906), auou ainda de foma

discrea sem, no nanto, dxar de

picipr dos debates que resulm na

siniicaiva redução do papel políico­

adminisraivo do Conselho Municipal.

Ao que udo indica, nesses nos de

turbulncia, Vasconcelos procurou r

bases políicas para uuros vôos. Paa isso,

conava com o apoio do depuado fedral

Sá Freire, sobrinho e sucessor políico de

Felipe Cardoso no disrito de Sna Cuz,

m dos vérices do "ângulo". Freire a

advogado de rnome e logo subsia o

líder de Campo Gnde como pora-voz

daquele grupo políico. Vsconcelos

prnecena s na pnumbra e na

ariculação.

O declnio de Rodrigues Alvs na presidncia se confundiu, como sabmos,

(20)

pnorma naional. A vitóia de Monso

Pna selia a emernia de m novo

pacto políico que teve impontes

desdobrmntos políicos pra a

reoranização dos gupos políicos

cariocas. O s imponte deles foi a

usão, em 1906, dos nigos rupos

políicos m m nova remiação ambém

dnominada Parido Republicano do

Disito Fedel (PRDF). Eleito snador

em Janetro daquele mesmo ano,

concorrndo cona o seu nigo liado

Tomas Delfino, Vasconcelos chera ao

topo de sua carreira políica. Suas fortes

ligações com Pinheiro Machado llie davam

oa amplo espaço de manobra.

Começava a fase pinheirisa na vida políica

cnoca.

o S enaqr

Rpaura

Na Prefeitura do Disito Federal

cheara ao m o momnto das ações

espeaculares dos nos de Pereira Passos.

O novo prefeito, ouza guiar, adotou

uma postura s discrea m sua gesão

(1906-1909), volando-se principalmnte

pa questões do dia-a-dia adminisraivo.

O mesmo se daria ns adminisações

postriores de Szedelo Coreia

(1909-9 •

Vr

pronuncmentos de Augusto de

Vasconcelos sobre o ea m

Ans o Cmra

os

1910), nto Ribeiro (1910-1914) e

ivadávia Corêa (1914-1916).0

O quadro políico-insiucionl da

capial ambm não soreria maiores

alterações até o tmino da ma

República. O Consellio Municipal, mesmo

limiado em seu raio de ação, coninuou a

exercer as suas aibuições adminisaivs

e, por ISSO mesmo, manteve ca

influncia políica na composição da

máquina govnamnal.

Este novo quadro trminou por

mosar-se bastante favorável aos rupos

políicos cariocs renidos m tomo do

PRDF. A gremiação tomou-se o pólo de

aração de diversas lideranças e mnteve-se

como principal elemnto de coesão políica

na capial até as mortes de Pinheiro

Machado e Auusto Vasconcelos, ambs

no ano de 1915. Durante quse a década, Machado exerceu forte influncia

na políica da capial. Com seu presígio, foi

responsável pela indicação do nome de

Rivadávia Corrêa para a prefeita carioca

em 1914. Não por acaso, o PRDF, sob a

batua de Vasconcelos, se nsformou em

DplJi, sesses de 31/10/100 e 21/11/100. 0 • obre a ao dos preitos caicas da Pa úbic, ver

NORONA ANTOS,

F.A A= o

,iZfQ I

e

oi fos o

to Ferl Rio de Jniro,

O

GWBO,

1945;

ver na

EIS,

Jé e

Oia O io

e

JIo e

S

fiD: oçQ

J<a o .

Rio de

(21)

seção do Parido Republicno Conservador

(PR), armiação nacional concebida e

a

pelo snador gaúcho "

O

preço desse alinhamnto direto

(e original) com o poder cnl foi bm

lto. Gnde parte da imprnsa era

cona a Pinheiro Machado; e como já

ocorera em meados da década de 1890,

Vasconcelos se tomaria alvo consnte de

jonais e políicos oposicioniss. Volia o

apelido - "apadua"-, agora acresido

da nobre unção pública snatoL

Vasconcelos icou no Snado por

quase 10 anos. Inicialmnte, manteve sua

posura moderada e também proposiiva

quan to

à

oanização políica da capial.

Nos nos de 1906 e 1908, pronunciou-se

alumas vezes conra os vetos do prefeito

apostos em relação

o

orçmnto votado

pelo Conselho Municipal. A pair de 1909,

porm,

começou

a

reduzir

consideravelmente sua presença nos

debates políicos. Naquele ano, seu único

pronunciamnto políico referiu-se ao

"caso

do

Conselho

Mnicipal",

acontecimnto que nvolveu a duplicação

daquela casa legislaiva e o seu posteior

11 •

obre a foça poliica do lider gaúcho

a

Pa Repúbica, ver DS,

nne. Pols

tt

tmt

11 1

(1889-1930). Pais, Univem!!

de Pais V

-

oronne, 193, p.

3413. obre a

inluência de Pinheiro na capital edeal, ver

CATRO, etóio

e. A

pÍb5ca qMt a olço

Dtstiu. Bia, UnB, 1982, p.

232.

fechmnto pelo podr cnal. s

arde,

duante a gesão de Hemes da Fonseca

(1910-1914), o episódio resultou m um

sério conflito de competncias nre os

poderes execuivo e judiciio no plno

fedeal."

Este episódio ocoreu m plna

cmpnha presidnl de 1909/10, em

que, pela primeira vez na Repúblic, houve

ares de dispua eleitoral. Aproveindo-se

da populaidade obida por Rui rbosa na

capil, almas lidernças

cnocs,

capianeadas pelo depuado federl Irineu

Machado, percebram que havia chegado o

momnto de se buscar

a

altnaiva

à

hegemonia do pinhirismo na cpial."

Consituiu-se não

a

corrnte políica

civilisa que, nre 1910 e 1915, disputou

acirradamnte o conrole do campo

políico carioca com o pinhismo.

No plito fedral de 1915,

Vasconcelos

s a

vez cnirmou sua

lidernça se reelegndo para o Snado.

Desde o "episódio do Conselho Muniipal,

o ex-líder do "ângulo" praicmnte

abandonara a ibuna- Não fez nnhum

pronuniamnto de expressão m seu

2

.

Vr

o Hcaso do Conselho ipal"

m

NCO, onso inos de Melo.

Um ta a

pÍb5ca.

Rio de Jo, José Olmpio, 1955, v.

11, p.

688-60.

(22)

úlimo no de mndao como snador pela

capil da República.

A moe de Vsconcelos, no nl

daquele mesmo ano, poduziu imporntes

mudanças no cnário políico loal. A s

imponte delas foi a supração da referida

polzação existnte nre o pinheirismo e

o civilismo que, a pir de gora, deixava

de azer snido. Foi possíve� não, a

ciação de a nova agremiação pi,

a liança Republicna que, como O PRF e

o PRDF, foi capaz de reunir divesas

lideranças políicas criocas m tomo de

um proama de carátr autonomisa. A

principal lidernça do novo parido coube

ao engnheiro e professor Paulo de

Fronin, nigo aliado de Vsconcelos.

A ordnação políica canoca até

não se baseava ambm no esito

conrole do alisamnto eleito�

promovido pelas lidernçs e grupos

interessados m mnter e ganir suas posições políicas. m função disso, o

eleitorado do Disrito Federal se mninha

muito pequno, quando comprado aos

demais esados brasileiros. Com o

desaprecimento de Vsconcelos, houve

melliores condições políicas para que

promovesse uma expessiva ampliação do

corpo eleitoral da capial. Não é dificil de

se nr que a medida esteja na origem

da impoante rnovação que se processou

no quadro s lidenças políics ciocs

na década de

1920."

ComenioI

ts

Não nos prece que ha a pna

retomos todo o nosso argumnto

ness plavras ns. Espmos apns

que tnha iado clro pra o leitor que

esmos lidando com um ipo de lidernça

políica que influiu sobrneira na

ordnação do cmpo políico carioca na

Primeira República. Isso posto, raemos

gora de ampliar um pouco s o escopo

de nossa análise por meio de algumas

proposições. Vamos a elas.

1.

Vsconcelos expressou a força

do localismo e da "políica miúda" na

maior e s impornte cidade brasileira

naquele começo do século. A capi� palco

da políica nacion� produziria ribunos e

rebeldes, mas fundava a sua políica, como

os demis esados, na aividade políica de

ocupação de espaços públicos, na

rregimntação eleitoral forçada e na

raude.

Os prmClpals gupos que

dominarm a República mniveram a

4 •

obe a nova ica oíica cica

a

dcada

de 10,

r

ONNIF,

ihJ.

UJn

Pas

n

Br.· h, r,

f m (1920.1945). isbh

Pess, 1981.

. .

---'

-f!,

't,C� "

1 .

-,

"

(23)

-•

aiude dúbia em relação à pemanncia da

capial como

wms

políico. m um

primeiro momnto, aam a quesão

como go inrnte ao rime; fomou-se

não uma esua políica locl nos

moldes s oligarquias regionis. Após a crise de

1897,

adotou-se a nova políica

baseada na oupação de espaços pelo

poder cnl e no dscrédio do JOgo

políico local. O modelo de neuzação

baseado na experincia note-merina

nos moldes de Wshngton cheou a

rondar, s nnca chegou a sr

inteiramnte aplicado em nossa legislação.

Finalmnte, chegou-se a um ceto ponto de

equihbrio em que as forças locais

reconhecerm a impossibilidade de

reversão desse quadro, e am de

mnter os pequnos espaços políicos até

enão conquisados.

Nessa esatégia defnsiva, foi de

fundmnal imporância uma lidernça

com o pil de Vasconcelos, que conseguia

reuntr o apoio do condesável Pinheiro

Machado e de siniicaivs bses locis.

Com o desaparecimnto de Vsconcelos, a

situação políica não soreu maIOres

modificações até o tmino da Pimeira

República. Mnteve-se, inda por muitos

nos,

o ríio o issnso.

2.

A historioa pouco abordou

esse "lado obscuo" da políica rioa, a

não ser a rr a tese de que udo

aquilo , nada mis, nada mnos, do que

a expressão de um fnômno mais geral

relacionado à foma pela qul a República

ncinhou (ou desncaminhou) a quesão

da cidadania políica no pis."

m relação a Vsconcelos,

acontece mais ou mnos a mesma coisa.

Há poucas refrncias à sua lidernça na

historioa e, quando istem, assumem

em el um tom que resvla mais pa a

cricaa. Afonso inos, por exmplo,

em pssgem sobre O referido "cso do

Conselho Municipal", em que im

rn te a n

e

Hmes da Fonsea e Rui

Barbos, chega a char o líder políico

carioca, que fomou com Hemes e lhe

dava sustnação políica na capital, de o

"velho soba do são carioca", ou seja,

a remniscência de lidernça

ficana

presnte nos rredores da capil do pis.

Na cornte nraiva do autor,

Vsconcelos a a melhor xpressão s

revs, da ignorânci, enim, um

conaponto perfeito à rzão eprssa pela

força do Direito defndida na ocasião pelo

conselheiro Rui Brbosa. Infelizmnte, o

(24)

análise sobre a persongem em quesão,

valndo-se apns de a boa expressão.6

3.

Neste teto promos mosar

a história não foi nm ão simples e nem se

resume a esquemas analíicos mrcados

pelo velho problema da dicotomia. O jogo

políico na capial nos pareceu bem mais

complexo. Por s sufonte que fosse a

presnça do poder cn i m sua sede,

houve possibilidade de se r, m

determinados momntos, esuturs

políics locais com razoável expressão

políica e social. Nesse caso, chama a

atenção o papel de Vasconcelos e de ouros

membros do "ngulo", como gentes

impones

esuturas.

na consituição dess

O mesmo, no nnto, não se pode

dizer de lidernças de pl S

nacionzado que auavam no campo

políico cnoca. m , estes se

tomavm livre-airadores,

olUis,

1capazes de penecerem iéis mesmo

aos tnues liames paridários. Nesse

senido, o exemplo mais expressivo, denre

muitos ouros, foi o do advogado e

professor lrineu Machado. Jacobino de

"primeira água", Machado elegeu-se

l5

. Ver, or exemplo, CARVLHO, José M.

OS

iiZo: o io

"

]11o

,

o pibico

qM'

no

fi.

São Plo,

a ds es, 1987.

,. . ARINOS, Afonso Ainos de Melo. p.

to p. 689.

sucssivamn te depuado federal pels

rs

urbnas da cidade do io de Jneiro.

Após nvolver-se direamnte na

conspiração cona o govno de Pudnte

de Moris, passou a ador a ação de

cáter mais modrada, tomndo-se aliado,

em ctos momntos, da corrnte

comndada por Vasconcelos. Devido s

suas relações com ui Brbosa,

ansfomou-se em líder da conte

civilisa, assumindo a vnarda da lua

conra O hemismo e o pnheirismo na

capial até a mote do polmico prócer

gaúcho. Mis arde, envolveu-se no amoso

cso s "cas falsas" cona Artur

Bemardes, O que lhe rndeu a "degola" nas

eleições snatoriais de

1924.

Eleito snador

em

1 926,

terminou a vida políica apoindo

o goveno de Washingon s."

Na Primeira República brsileira,

esta conduta erráica não foi exceção nem

regra. Esava inteiramnte nquadrada ao

padrão políico da época, marcado ainda

fortmnte pelo prsonlismo e pelos

constantes desequilíbrios do JOgo

oárquico. Como ouros políicos de

pl congnere, Machado, sem tnalores

problemas, conciliava a práica políica das

clin telas com o desabrido discurso

oposicionisa e niolirquico.

(25)

m o mesmo capial políico e sem

o mesmo carisma, lidançs como a de

Vsconcelos seam um cminho

diverso. A nrada na vida pública

costumava ocorr por duas s: pelos

conatos por "a", s mbém e

principalmnte pela consistncia de a

bse eleitoral sea em seu disrito de

oriem. Os msmos aributos, lém de uma

capacidade de ganjar apoios m ouos

disritos, poderiam ganir cargos federais

no futuro. Este foi o cso de Vsconcelos.

Se adonnos a classificação

adoada por Robrt Dahl, pode-se armar

que Vasconcelos foi inegável e

coerntmnte um "políico negociador" ."

Não há raços de radicalização em seu

discurso ou mesmo de defesa inansigente

de princípios.

Pi

sJU

à sua scnsão na

vida políica, asa-se ambém da ibun,

passando cada vez s a adoar uma políica de basidores. Em nnhum

momnto, prde o conrole sobre as sus

bases eleitorais e smpre proca mnter as

poas aberas para a negoCiação com O

goveno federl.

4.

Para concluir, podmos

avnçar um pouco mais no snido de

sugerir a seguinte e lra proposição pra

uuras pesqutss: Vsconcelos Sa a

xpressão de uma

iÕo onJiuio

da

políica formal na cidade do Rio de Jneiro,

que se cacteizou por

od,

11

raneJ

emboJ,

a poUica cientlJa

e

a uão

pi.

Esa radição, possivelmnte inaugada no impéio, deitou raízes na

República e até hoje marca fotemnte a

culua políica crioca.

" . Vr

Roet

Dl, rt

oto Io,

Bsia,

itoa

da Uvesidade de

Bsia, 1988,

(26)

DE TENENTE

CIL A

PREFEITO

DO POVO

A

rajetória poíia de Pedro Ensto

Clos Edudo B.

Smnt"

A

políica carioa nos anos

30

tm claramnte n o noteador: as

sucessIvs alteações m seu esauto

políico provocadas pelas mudnças nos

rumos do projeto políico de Vs na

presidência. Capil da República e cnro

nevoso de sua vida políica, o n ão

Disrito Federal oscilava nre proposas de

abertura de seu campo políico, embuidas

ns plaaformas autonomisas, e de

cerceamnto da atuação ds lidernças

locais aravés da ação ntvniva do

govno federal. Podemos idniicar como

ponto refrncial deste iineráio a

rajetória políica do médico,

revolucionário, intervntor e prefeito da

cidade Pedro Enesto Baisa. m tomo de

sua liderança políica o cmpo políico

canoca buscou VIs de organzação,

tomndo-o wn dos ícones da memória políica da cidade. Obsvr o prcurso

políico de Pedro nesto durnte a década

em quesão toma-se, pornto, n exrcício de reflexão imprescindível acerca

" Pesquisador do CPOC/FGV, Mesre em

Históia il elo PPGHIS/IFCS/RJ e

das cracterisicas fundmnais da vida

políica da não mais imporante idade

brasilira.

Pedro Enesto Baisa nasceu na

capial pnmbuna no

a 25

de

setembro de

14.

Ptncnte a a famlia de pequnos comerntes, desde

cedo deidira-se pela careira médica, em

seu ntnder a aividade "sublime" que aproimava os homns de seus s.

A

vinculação de seu pai, Modesto do Rego

Baisa, aos meios maçônicos recifnses

teia sido a das s fotes nfluncis na fomação da psonalidade de Pedro

Enesto, levndo-o a escolher a proissão que o aproimasse de n idal hniio assistnsa. 0 Tndo

concluído sua fomação escolr básica em

Recife, .

.

mgressana na Faculdade de

Medicina da Bahia, de onde postiomnte

se nsfa para a Capial Fedral, m

busca de wn melhor nsino e de maiores

possibilidades pra o início de sua careira.

Doutorando m Históia

l

na mesma

insituição.

0

obre esta posição ver os comnios

manuscritos de uma entaiva de esoço

autobioico de Pdro Emesto

DO

dossiê

(27)

Sustnndo-se financeiramnte com

muias dificuldades, recebeu o convite para

tomar-se auiliar no consultório do médico

Augusto do l Pxoto como a ande

oportunidade de inserir-se nos meios

profissionais, sndo muito bm sucedido

em seu primeiro oicio médico. Além do

cráter esriamnte profissional, O conato

com a fa ml Peixoto ambém

marcia a inrodução de Pedro Enesto na

vida políica, principalmnte devido à

amizade que esabeleceria não com os

filhos do Dr. Augusto, Enani e Augusto

Jr., Jovns oiciais da mada que

postiomnte liar-se-iam aos setores da

oposição miliar ao govno r

Bemardes. Fondo-se em

1908,

Pedro

nesto logo se casana com Maria

Evngelina Durte, ntusiasmado com a

promissora cra que se lhe abria. Sete

anos após sua formatura era nomeado

diretor da clínica cirúrgica da Policlínica de

Boafogo, de onde sairia pra monar sua

própria casa de saúde, espezada em

obstericia, cirurgia e ginecologia.

Médico conceituado, com grande

repuação n toda a cidade, Pedro nesto

desenvolvia em sua clínica m serviço de

assistncia médica aia à população

pobre do Rio de Janeiro, atndndo

principalmente a comunidade de imigrantes

portugueses pobres da região do Bairro de

Fáima. Sndo idniicado como

bnmrio da colônia lusiana, Pedro

neso passaria a receber doações dos

ricos comerciantes pouuses, o que lhe

propiciou a consuão de a nova asa

de saúde, siuada à ua Hnrique Vres,

inaugada em

1924.

Paralelamnte à sua

aividade médica começia neste píodo a

se nvolver mais direamnte com o clima

de iação políica que marcaria a década

de

1920.

Em junho de

1922,

aravés do

proseliismo do capião José Aníbal Duarte,

primo de sua esposa e ajudan te-de-ordns

de Hemes da Fonseca, Pedro nesto

ravou conhecimnto com o levnte do

Forte de Copacabana, lançando-se s s

pra assoar-se aos Jovns tnntes

sublevados. Não consegwu, contudo,

picipar ds ações daquele

5

de julho,

cheando ao bairro litorâneo pouco depois

do m ico da marcha heróica dos

rebelados. o sangue nas areias de

Copacabna marcaria profundamnte o

médico, que passna a acompnhar

atentmente os movimntos rebeldes da

jovem oicialidade e a oposição civil ao

govno federal.

Pedro Enesto, que chegou a

paicipar do levante liderado pelo

n te Protógnes Gães, sena preso ao m da rebelião de julho de

1924,

(28)

ingressando definiivamente nas linhas

revolucionárias. Valndo-se da inra­

esrutura propiciada por sua csa de saúde,

o médico

a

a oranizar uma rede de

apoio aos miliares ainados com as

proposas tnnisas na cidade do Rio de

Janeiro.

Socorrndo

revolucionáios

feridos, dando abrigo a giivos e

nsporando

s

m suas mbulâncias,

Pedro Enesto seria ironicamnte apelidado

de "mãe dos "tnntes", mas consolidava

assim a sua posição de elmnto aiculador

nre os miliares revolucionários e as

lidernças civis, vetor este que só viria a ser

consolidado aravés da Aliança Liberal.

Tendo

picipado

aivamente

da

cmpnha presidncial de

1930,

após a

deroa da chapa aliancisa nas umas Pedro

Enesto sria um dos elemntos de conato

enre os políicos que integravm a Aliança

e os tnentes, esabelecndo s bases

daquele que

a

a ser o movimnto

revolucionário que deporia o presidente

Washington Luis em outubro daquele

mesmo ano. Mntndo comunicações com

Oswaldo Aranh, Lindolfo Collor e Vio

de

Melo

Frnco,

Pedro

Enesto

nsfomava-se em elemnto esratégico

na aiculação golpis, principalmente por

não sr reconhecidamnte um políico de

oposição, o que levanava poucas suspeitas

em relação

à

sua condua na capital federal

por pate das forças de repressão ao

movimnto.

s

véspers do

a

mrcado

paa a deão do levnte,

3

de

ouubro, a polícia do Disrito Federal

descobia o anspoe de

m

ntos em

uma

s

ambulâncis da Casa de Saúde

Pedro nesto, o que o forçaria a deixar o

Rio umo a Belo Hoizonte, onde

organizaria o corpo r de médicos das

forças revolucionáias.

A

chegada de Varas ao poder

esabeleceria novos rumos para a careira

políica

de

Pedro

nesto.

m

reconhecimnto

ao

seu

papel

nas

conspirações revolucionáris, receberia a

patnte de tnnte-médico da reseva do

exército brasileiro, tomndo-se assim o que

se convncionou dnominar de "tnnte­

civil". Esa insígnia, quase um ítulo

honoríico, consubsnciava a aproimação

do médico pnambucano com os nigos

tnntes, os revolucionários da década

nterior que ele ada e com os quais

Iera

a

auar

poliicamnte.

Nesa

designação estava consolidada aquela que

inha sido a pincipl conribuição de

Pedro

Enesto

ao

movimnto,

a

aprofiação e o dilogo nre elmntos

OlS

e milires que comungavam das

mesms prcepções quanto

o

regime

oligrquico da República Velha e aspiravam

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