FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
CPOC
CPDOC
TEXTOS CPD
c
o RIO DE JNERO EM Ês PEFIS
Tajetórias ndi�duais e o campo oíico
cnoca
Américo Freire,
Carlos Euardo Samento
Marly Silva
a
Motta
Texto Cpdc
nO 35
(1999)
Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil Fundação Getulio Vgas
Praia de Botafogo. 190 - sala 1117 - Rio de Janeiro -Cep 22253-900 -Telefone (021) 536-9303 Fx (021) 551-2649 Email: CPDOC@FGVRJ.BR
•
\
CI'O'l:
J...
-o IO DE JNERO EM Ês PEIS
Tnjetós niis e o cpo >íico
na,
Améico Freire,
Carlos
o
nnento
Marly Silva
a
Mota
Texto Cdc n° 35
(1999)
Conselho Editorial s Ttos CPDC
.
•
APSENTAÃO
1-AUGUSTO DE VASCONLOS O DR PDA: Um sudo sobre idnça e neoão oíia na cpil
fdl
(mmQ ) ...
..2
- DE E CL APREFEITO
DO POVO: A ajeória oíia de
Pedro nso
(Ws Eo
B.2
5
Smno)
... 33
CALOS ACD: O•
APESENTAÃO
Este volume da sie
s CPOCapresna os desnvolvidos
por
s
pesquisadores do Cnro de
Psquisa e Documnação de Hisória
Contemporânea do
sl(CPDOC-FG),
vinculados ao
o e
Euis e Pesqss i
io
e
lio.
nariamnte
desnvolvidos
paa
a
sessão
de
comunicação coordnada ''Lidnças e
idnidade políica caioca na República",
apresnda no X
Simpósio Naional de
Históia da
P,
zado m Belo
Horizonte no mês de julho de
1997,estes
textos refletm alumas das questões
desnvolvidas por estes pesquisadores m
sus teses acadêmicas.'
O núcleo cnal dos rês textos
siua-se em
adiscussão acerca dos
elemnos consiuivos da culura políica
cioca, ou seja, de
mconjunto de práics
e represnações que, aravés de
a, E, Amrico, Uma i prl I pit. io de jo, PPGHlS/FCS/UFRj,
198, ese
de doutorado);MOTA,
ly
la a O o eJo _inu J
...
: e +l
I o a G"br. Ni, IF/UFF,1997,
ee de douordo) eTO,
ls do B.iJ t
po:
o po I� oJ FI • o
<o o
cl (1933-1937). io de jo, PPGHlS/IFCS/UFRj,196,
isseção de mesrado).relação dialóica, orinm e deinem s
fomas de auação políica na cidade do Rio
de Janiro: Para no, os utores
consm seus objetos de nvsão a
pir de
mnsumnl níico
fomulado, m nde medida, sobe a
concituação dos "campos de podr",
prsne na obra do soióloo Pierre
Bourdieu. Assumindo a pncípio que toda
ação h
na m soiedade
ébasicmnte
a
relação de poder, Bourdieu deniu o
conceito de "cmpo" nqnto
arna
na qual se rava
alua conconial
ne os atores soiais m tomo de
intersses espeicos que vêm a conr
a própria ára em qusão.'
Os espaços de ação social podm
sr deinidos como verdadeiros "mercados
de bns simbólicos", onde a própia
condião de possibilidade de eistncia de
uma relação nre os ntes se
ápela
viabilidade do ntrcmbio de
s"bns",
m tomo dos qis se esbelecm as
fos de concornia.
Asuturaão
desas relações se
áa pir de
adisibuição desiual de
mlum
social,
dnomnado "capial soial", que detena a posiço que os nts efeivmnte ssumem no intrior do cmpo. A maior ou mnor concnraão dste apial ns mãos dos ants sociais determinaria a hizaão e orinia as esratégias de atuação dos semnos nvolvidos. Desa forma, se pode fomulr um prorama de invesão orinado pela comprensão desa dnâmica nnsea aos mpos (sus ''ls de uncionmnto''), cujo objeivo maior é a deinição preisa dos agn tes, de ss satéias e de seus espaços de atuação.
A intraão com os refernciais
teóricos fomulados or Bourdieu sobre
um dos cmos de podr espeicos, o
cmpo políico, possibilia configuar um
ntndimnto
s
abngnte dos atores que conibuem pra a delimiação econsituição dos padrõs de relação
políia.
O
campo políico é,a
riori, a própria rna de mbates das forçspolíicas em concorncia no espaço
políico fol, aravés da qual se deinem
s possibilidades de aão, s esatégias
empegads pra o conrole dos luxos do
capil políico, e, consequnemnte, a
lógica norteadora das aiculações e
, ODEU,
ie:. Or mJ.
io
de
Jno,
nd, 1989.
dispus em seu intior.
É
aavs do concito de campo políico, denido comoa "esua sunte", ue se pode
prceber a dnâmia relacional s forçs políias concontes, nndndo, a parir dos discusos e s páis propis por sua própria delimiação, s fos de interâmbio e de refomulação de proposs, consnemnte veis no interior dste "mercado simbólico".
ndo esa orinão eórica, os ariculisas prom apesnr sus relxões aca do mpo políico ioa e dos elemntos que, em a pspeciva diacrônica, confom o conjnto de refernis da cultua políica da cidade do Rio de Jniro. Como prorama comum de invesigação, foam elis rés ajetórias individuais represnaivs de rs conjunas políicas disinas, que ncionariam como um nsumnto de
•
•
Crlos Eduardo Sannnto acompanhou a ajetória de Pedo nesto no Uo de Jneiro da década de 0, avaliando os difern tes papéis ssumidos ao longo de sua crreira políica como expliciações das tnsões inerns a um cmpo políico mrcadmnte orinado pelo conrono ne os mecnismos de intrvnção fedal e as dndas autonomisas. Marly Moa nlisou a atuação do govnador Carlos acerda na Guanabara, evidnciando aspectos do debate nre projeto nacional e auação local no intrior do cmpo políico.
Aravés destes rês abalhos os
ornizadores deste volume prm
sistmaar als das questões que vêm
orienando as invesiações conduzidas
pelos pesquisadores vinculados ao Núco e
Estuos
ePesqiss
o io e
Jmio, do CPDOC, nos úlimos dois anos,conibuindo pa a mpliação do debae
historiogrico sobre a políica no Uo de
Janeiro republicno, como ambm pra
a melhor discussão de questões teórics
e metodológicas que orinm a aividade
da pesquisa histórica.
•
AUGUSTO DE VASCONCEOS - O
DR. RPADURA
Um esudo sobre lidna e
ngoaão políia a
apial fd"
mérico Frre""
Ua das melhores ns de se
tnar comprender a monm do Esado
republicano brasileiro, na úlima década do
século pssado, se á por meio da leitura do balanço monrquisa publicado a pir
de 189 sob o nome "Década
Republicana." Nesa obra, nre ous
COISas, veriica-se o quão disantes da
ordem impel esavm as pnnClpls
proposições do novo reime, e inda a
proundidade (e ousadia) do expeimnto
federalisa que reordnou de cima a baixo o
sistema poliico-insiuional do país.
No que se refere à capial brsileira,
isto é nte. Na concepção
monarquis, a capial era a melhor
expressão do reime; era corte imperial e
pólo civilizador, suas insituições m (e deveriam ser) modelres; o
munipio
no
a adminisado com probidade e conrole em lur do "descalabro republicano". Não
•
Neste o, desnvolvo algumas questes
apesentads em ha tese de doutorado initulada
U4 l prJ J RpÍb5. der edel e oçs
lcis no cmo oíico cica. PPGIS/URJ,
1998.
Aradeço a colaoração
apoessora
Rosmeie Mediros no levnmno
e
ddos
sobre Auústo de Vsconcelos.
é reà ds malS ácis, s se consmos nos desvncilhar do esilo épico e rssnido pesnte m alns de seus os, podmos chr a conclusão que rlmnte muia coisa mudou msmo"
A começr pelo àto de que a República demorou bsnte para denir o que ela queria da apial. u msmo se inha interesse em discuir o t, ha a idade dos debats consintes, que, como sabmos, rsulm m medidas praicmnte impossívis de sm execuadas (como a mudnça da apial -sem przo deinido - para uma reião na ra cnal do país nda a sr drada), além de muito pouco esclrecer sobre como conr a presnça dos podres cn i e muniipal na idade do Rio de Janiro, que pneceu como apial até a
utura mudança da sede do govno. A nova ordnaão
poliico-insitucional, inspirada no modelo norte amncano, daí a dnominação o
�
foi apnas esboçada no txto consitucional. Não se hou a nnhuma conclusão sobre como se a a tutela federal e qual seria o dsnho do govnoque devia seria exerido, segundo a nova
ca, por autoridades mUnlap1s. m
apns um pono a nova
anão
teiversou, qual seja a da sepração
políica nre a capial e o esado do Uo de
Jneiro, o que resultou na iação de
abncada de reprsnnes do Disrito
Federal de
10
depuados federais e
3
snadores. A medida era coerne com a
concepção
dominne
nas
hostes
republicanas, que defndia a necessidade de
se apr a capial dos sados para nela
criar uma sede de govno com esua
própria e original.
Coube
não
ao
Conresso
Nacionl
rfoma
oDisito Federal por
meio da aprovaão de
a iOânia do
município da capial. A nova legislação,
aprovada
m1892,
terminou por aprovr
asolução de compromisso que buscou
atnder nto ao interesse do poder cnal
de exercer de aluma forma o poder na
sede do govno, como
oprincípio básico
de represnação populr. Pra
rcona
desse compromisso, icou esabelecida a
disribuição
de
aibuições
políico
adminisraivs nre o deleado da
presidncia da República ( o prefeito), o
Snado Federal (ncarreado de aprecir os
vetos do prefeito) e o ógão legislaivo
eleito
pela
popo
(o
Conselho
Municipl).
O resulado de tudo isso foi a
conformação de m novo campo políico
na capil que, a pir
,
ficaia
mrcado
por
annsa dispua nre s diverss
forças e insiuições neressadas
mmner
ou ampliar o seu quinhão de podr na
prncipal cidade do país. Após a crise
políica de
1897,
que colocou
mxeque o
modelo libal republicno, prcessou-se
um imponte r
nejamnto nessa
situação, que deu
m ànrodução de
uma políica de nquadrmno da capial,
desfechada
ns
admnisrações
dos
presidnes Campos Sales e Rodriues
Alves.
Nste tto, nosso objeivo é
verificr
de que foma se processou o
m
n to n re a consiuião do cmpo
políico carioca republicano e a rajetória de
uma de suas pincipís lidenças, a do
médico e snador Auusto de Vsconcelos.
Cioca, filho de zndeiros da próquia
de Campo Grnde, x-monrquisa, o
pl de Vsconcelos pouco se coadunou
com a vetne republicna adical que
marcou época na vida políica da cidade no
final do Impéio e primeira década do novo
regime, e que produziu brilhntes
iunos
como Silva Trovão, Silva Jardim,
nuMachado, Baa Ubeiro, ne ouros.
Políico dos basidores, mais afeito
à guraVsconcelos atuou prncipalmne na
aiculação e na rreimnação de
lidenas políics. Sua auação e discurso
fom em gral volados pa o ntrior do cmpo e não pa os rofnos.'
O
principal umnto dese oé
simples e direto: Auusto de Vsconcelosexpressou como nnhum ouro a
ambigüidade do campo políico carioca na
Pma República. Durne sua longa e
scndnte rajetória, atuou corntemnte
em
a
esriaa
que lhe penniiuservir de elemno de nsição nre a aão
intevnionisa desfechada pelo poder
cnral e a tese autonomisa defendida
pelos gupos políicos locais.
O
rabalho a seurr seue o caminho, por muitos já rilhado, de consruira
nálises
deida de um determinado objeto por meto do acompanhmnto da ajetória de um pesongem siniicaivo.O
método nos prece proicuo e esimulnte inda mais porque pouco, ou quase nada, se sabe sobre as esutuas políicas ciocas e seus personns. A despeito dos úlimos, . obre
s
nçes : jetóia sial e jetóia ascendenre, ver BOURDIEU, Pire. s wJ oU
. São Plo, Comphia s es,1996,
p.292-298.
obe a nção de cmo oíico, ver BOUDEU, Piee.A
epesenção olíica. Elmentos paraa
reoia do co oíico. : O- mo.
Lisoa,,
10,
p.
162-207.
Neste mesmoo,
veicr na o caráer emprestado elo autor aos emostiblo 'of1W.
avnços na psquis, a historioa ainda
p
n
ece presa à concepções de ár gnntes que tenm por esr oconteúdo políico da aniga apial fedl.
Sabemos ambétn dos pos e
dificuldads de uação de al método, já
mn te desitos pela historio,
mnte relaionados à prda da capacidade nalíica resulante do uso de
lntes de al fomas fechadas no
persongem, que o devir aaba por
r
apns em tomo da ação ndividual."O
leitor, no nano, ia alado de que, pelo
mnos na clássica ha da roca de
idnidade do autor com o persongem, eu
procurei não r, por razões
s
queicarão s ao longo do txto.'
m
um punerro momntomm
aremos a inserção de Augusto de Vasconcelos no cmpo políico carioca republicno. Logo depois, nalisremos sua atuação nos momntos de redeinião políico-insiucional no Disrio que se" . obe o icdo a bi, ver mone levnmnto : questes m BOURDIEU, =. A lso bioica. : RI, Miea de Moraes & O, J.
UJS
,
Aos oia Oa.
CRio : Jo, FGV,196.
Ver oura aolls osiiva m,
Giovnni. Usos a bio. : amém aol enos ciica m EE, Manea de Mores & O,J.
UW
,
As a a . Rio de Jneio, FGV,196.
acnm plelamnte à monagem e implemnação a "políica dos esados". Finlmnte, Iremos
Vsconcelos como aliado
acomphr
prefencial do
condesável gaúcho na "República de Pinheiro Machado."
De
aeisa a
t oíio
o "ilguo"
A elaboaão e aprovaão a i Oânica relaiva à capil basileira se deu em melO ao que Victor Nunes l dnominou "rrojo liberal", isto é, o momnto undador do reune m ue os
pncípios descn zadores
sobrepujaram de longe a chamada zão de
Esado.' Com o decor do tempo, essa
siuação se modiicou e a República
ncona seu prumo por meio de
m
rnjo que tomou por base
s
aeie
poíica
do que os fundamntos e princípios • • • 9consluoonS.
A neociação políica foi a marca da leislação que fundou o Disito Federal. Como já nos refeimos, o txto ll produziu um per e original desnho políico-insituional em que as aribuições
8 . , Ictor Nunes,
so, Eo
, Vo:o o
,o .t ao
OBrL São Paulo,
a mega, 1975, pp. -819
.Eslmos aqui nos reendo dielmene
àuoüica dos esados" concebda e implemnada
or Cmpos Sales. obe o Mdelo Cmos Sles,
de govemo fiavm a o do Conselho Muniipal e da Prefi, nqunto o
Snado ba a mediaão nre aqueles dois ramos de podr. A República apostou
alto e praicamnte desconsiderou o
modelo impl de capial, em que o único
órgão responsável pela admnisração a capial (a Câmara Mnicipal), a
subordinado diremnte ao poder cnral
por meio do Mnistio do Impio. Foi
aa poanto uma esuura muito
s
complexa, m que a tutela do podr cnalsobre a capial foi dividida nre o Snado e
o deleado do podr exeuivo federal.
Esses dois novos prsonns pssiam a
compeir naquele campo que conia
mbm com
m
legislaivo local forte doponto de visa adminisraivo (pelas suas
amplas aibuiçõs relacionadas à gesão da cidade), s l do ponto de visa
políico, pelo fato a Casa não possuir poder na apreciação dos vetos do prefeito,
aribuição preípua do nado Fedl.lo
O processo de iação e definição
de
m
modelo olíico-insiucional pra oDisrito Fedral, conqunto que precário,
deu fôlego aos grupos políicos locis que
ver S, nato. A o a, São
Palo, Véice; io de Jno, IUPRJ, 1988.
lO •obre a odenção do isito Fedeal, ver
e s
ea
m E,Améco. Uma
ra
m
de ocupr os ógãos leislaivos muniipl e federal.m
pouco tmpo, consituiu-sem
o e oer, sob a lidena de snadores e depuados fedraiscanocas, que, tndo por bse
principalmnte o Parido Republicno
Fedsa (PRF), nsfomou-se m
interlocutor privileiado do poder cnal
na condução políica da capil. Durnte a
gesão do presidnte Pudnte de Morais
(189-1898),
a aremiação anhou anda maior exprssão e leiimidade com anomeação
a
a prefeiura dem
dos seus membros, o médico e depuado fedralFurquim Wneck."
A força do PRF local adnha nto
de seu cráter de seão do nde parido
oicial comandado pelo "neral ds
21
briadas", Frncisco Glicério, como pela
sua pneação nre s lidenças de pil
loal, das quais se desacou
m
grupo queacabou por sr conhecido na imprnsa
como "ngulo", fomado por ntndntes de rês disitos
s
caiocas: os médicos Augusto Vasconcelos (Campo Gnde), Felipe Crdoso (Sna Cuz) e Rul Baroso (Guaraiba).janro, PPGHIS
aUFRJ, 1998 (ese de
doutorado).
11 •
Ver cção dos pos paidos olíicos
caicas epubicnos
m
EU, cos Guedes.
"nerujndo o sonho: paidos e eleçes 00 Rio
de Jneo, 1889-1895."
Dos,vol.
0, 01,1987,
p.4-72.
xercndo
m
rígido conrole sobre o seu elitorado, o "ngulo" sensfomou m
a
ára esraica pa o conrole do hado mpo olíicocarioca. Com apoio do upo, Tomas
Delfino, principal prócer do PRF caioc,
elgeu-se sucessivamnte para o Snado
Federal. Ouro dado sinifiaivo da força
do "ângulo" foi a eleição dos seus rês
principais líders para a Ca dos
Depuados no plio fedal de
1896.12
A scnsão do gruo chamou a atnão de parte da npnsa quea
oposição da PRF cnoca. Um dos prncipais pora-vozes oposicionisasa
o jonalie
o Rio,
do jonlisa e políico José do Parocnio.m
númros aigos, o ex-líder abolicionisa riicou as práics políicasimois
do "ângulo" e dnunciou suas relações ilícis com o Maadouro de Sna Cuz. O pincipal alvo de Parocnioa
Augusto de Vsconcelos, a quem dnominava ''Dr. Rapadura", m alusão s orinss
de sua.
A mniesação nfáia de
m
jonalisa de prsio como Paocinio
expressava alo
s
do que a meradnúncia: era ambém sinal de declnio de
algumas lideranças políicas e intelectuais
•
que ivam
m
papel imponte no
advnto republicno
s
que, com o
decorer do tmo, foram perdndo podr
paa políicos de peril
s
loal, com
clintels ss e com experincia
políica. Este processo de
rnovação
políica icou claro no pleito fedl de
1896, em que dos 1 1 represnntes eleitos
(1 snador e 1 0 depuados federais), 6 em
ex-intndnts."
Como vnos, um dos mmbros
dessa nova sara foi Austo de
Vsconcelos. Comecmos não a nos
concnar
m
nosso
progonisa.
Segundo
Dunshee
de
Abrnches,
Vsconcelos nsceu em 1856 na cidade do
Rio de Janeiro. Filho de zndeiros,
fomou-se médico pela Faculdade de
Meicina do Rio de Jneiro. Durante o
Império mnteve liações com o Parido
Lberl, exercndo o cgo de deleado de
higine dnte aquele regune. Na
República, obeve o seu primiro mndato
parlmnar em ouubro de
1892,
elendo-se in tndnte mnicipal
pelo
disrito de Cmpo Grnde."
U
. Vicr el s bncs cics
na Ca
dos Depuados e no enado Fede!
mBNCES, Dunsbee de.
s e oS opo
s Es Uos o rL2
v.ão Paulo,
1918.
14
. BNfiS, Dunsbee de. p. ato
v.l., p.65655.
No leislaivo municipal eve
aação
de
dsaque.
Esteve
consntmnte
na ibna
zndo
pronnciamntos sobre dos
s,que abordavm desde o rônico problema
do abstecimnto da ne verde até
qustõs de naureza políico-nsitucional.
Mnteve
a
posição discrea m relação
aos prefeios raa Ribeiro e Hnrique
Vs, não ngrossndo o coro dos
intndntes que criicavm a la de pulso
dos mesmos qanto ao problma do
repsse de recsos da União pa a
muniipalidade do Disrito Fedl." Por
s vezes, foi alvo de dnúnias de
)OmS e de ouros intndntes que
aponavam irregularidades ns eleições m
seu isrito.
A
s
sria desss dnncias veio
do intndnte Pereira Lopes que o acusou,
na seção de
4
de abil de 1893, de or o
eleitorado de sua regusia a voar m
células coloids no cnidato ao nado
isides Lobo, "somnte para zer
conhecr a sua nflunia local." Lops
aainda que as elições em Cmpo
Grnde eram em l relizadas "a bico de
pna", e que Vasconcelos, que se
apresnava como "republicno nuno",
fora na realidade
"m
dedicado sevidor da monrqwa, ocupndo os luress
impons da sua próquia, todosconseuidos a bse de favors." 16
m seu pronunciamnto do a seuinte, Vasconcelos responde a todos
esses aaques. Na a ude eleitoral e
assinala o carátr insubmisso do eleitoado
de Campo Grnde que, nas referidas
eleições, "não se submeteu à força da polícia e que teve indepndncia para reair
conra ela".
a
ainda que Pereira Lopes desconhecia a lei e não poderiaprovr nnhuma irreidade. Em
seuida, procura deixar clra a sua posição
políica pernte o novo reime.
a
que nunca foa republicno histórico; "euquero ser o que sou". E conclui:
Aceitei a República e a ela tnho servido com dedicação e leldade. O que não posso é, adoando a República, dizer publicamn te que sou republicano, e nos meus atos mnifesar-me in teiramn te conio a ela.
É
isto que-
z
fa 17nao posso er nem ço.
r erl
t or mil
al a pibi.
io de Jo, H/FB, 1984.
16 • Is
o
sop,
essão e 4 e abl
de 1893.
17 . Is
o
ooMip, sessão e 5 e abl
de 1893.
Vsconcelos dizia-se
m
saplbi/0
e não se preocupava com isso.Tinha conscincia de que, em vários
esados, o novo rime não fecha as
pos s nas lidernçs monrquisas disposas a colabor com a Repúbli. Nos
anos iniciais republicnos, o que realmnte
conava
a
a capacidade de vncr os plitos e ocupar o espaço políico que oase aprsnava. Desde a pimeira eleição
municipal, Vsconcelos disse a que veio:
foi o intndnte
s
voado da capial. No plito snatorial de189,
rmou sualiderança e a eicácia dos seus métodos m
teleama conidncl nviado ao chefe de
polícia carioca, no qual apresna os
seuintes números: "Arisides Lobo]
525,
sndo
432
m células vmelhas minhas."I'm
Snaz
, ouro dominio do upo do "ânulo", o resulado eleitorlavorável a Lobo mbm não dexa
dúvidas qunto à extnsão da raude promovida por Vsconcelos e seus aliados:
Lobo obteve
327
dos329
votos dos eleitores do disito.O "ânulo"
a
a nica foralezapolíica da capial. Foi nessa condição que
Vasconcelos, aliado desde muito cedo de
impon tes lidernças do radiclismo
republicno que ajudou a eleer, como
condições de se ansfoanar em m dos pnnopS chefes da cidade na segunda
meade da década de
1890.
Cse,
po
e einam
dezmbro de1896,
Vsconcelos foi eleito pelo PRF locl pa
a Cra Fedral. Durante todo o ano de
1897,
discursou apenas em2
momntosesratégicos, isto é, no inal de agosto para
r a sa condição de oposicionisa e
iel o PRF nacional de Frncisco Glicério,
e em novembro, dis depois do atnado
conra o presidnte Pudnte de Moais,
pa dsligar-se daquele mesmo parido.
Nos prece que não há necessidade neste
breve texto de examinmos os pncipais
componntes da crise políica de
1897
que,como sabmos, colocou m roa de colisão
o presidente Prudnte de Morais e a facção
do PRF liderada por Frncisco Glicrio.
Vejamos apnas como esse conronto se
desdobrou no campo políico carioCa.'9
Como O PRF local se mnteve iel a
Glicério, Prudente de Morais começou a se
movimnr no snido de ocupar espaços
na capial. Por intemédio do Minisro do
". NEU,
:os G. p. L
p.61.
19 • obe
a cise olíica e
1897, r o lssico de
BNCS, nshe de.
o eJi=
itUs. Rio de Jno, José Olmio,
1973.
Ver
nda a se de
OS
S,M.F.
Da
gno i
u. Bsa, uS,
1983.
Intior, passou a nomear uncionios m
posições esratégics na jusiça sm a
nuncia do Conselho Municipal, ao
mesmo tmo em que requisitou ao
Conresso rsos para amplir s
dilincias policiais. Iniciava-se naquele
momnto m processo de intvnção
políica no Disrio Federal que se
prolongaria ainda por muitos nos, pelo
mnos até a gesão do presidnte
Rodrigues Alves.
Esava claro para os gupos
políicos locais que o poder cnal pa
pra o conrono abeto. Seja pela
nomeação de cargos, seja pela corção
policial, sava abea a temporada de
conrole e coopação políic, o que
poderia nraquecr sobrnea s posições políicas do PRF local. Pra
dnunciar udo isso e impedir a debndada,
nada melhor do que a voz nsuspeia de
Vasconcelos, a liderança com nsito junto ao poder cnral e com an s
liações com o republicanismo
s
radical exprsso na lidrana de Tomas Delino eno jacobinismo de parlamnares como
lrineu Machado, Alcindo Gunabra e
Timóteo da Cosa.
m
seu pronunciamnto de agosto, Vasconcelos umpiu bem sse ppel,batndo duro no govno fedal. Segndo
do Intrior, esava invadindo aibuições
mnlopus. O Disrito Fedal,
,
''hospeda o Goveno da União; e ea de
esperr que o Govno aasse-o como um
pi carnhoso; s não, ele é uma
aasta istia rifo nosso), é um
peseguidor
políica,
do Disrio Federal, quer
quer adminisraiva e
economicamnte." 0
Vasconcelos dnuncia inda que
"os lords-proteores do Govno, chefes
políicos de esados longnquos, que
nnhuma ligação têm com a políica da
Capial Federal, consituidos aqui n
incorporadores do al Partido do
Govno."
21 m
seu pronnciamnto,Vsconcelos defnde os líderes do PRF
s n nnhum momnto se coloca como
l. Suas palavras se
m
undamnlmente na defesa dofechamnto do espaço políico carioca à
insão tn.
A situação políica acabou por se
deteriorar m novembro daquele mesmo
no, com o rusrado atnado ao
presidnte Prudnte de Morais. s
pnnopts lidernçs jacobinas foram
processadas, presas ou neuzadas, o que
afetou subsancialmne o podio do PRF
nacional e local, que perdia ambém o
D •
lrs a ra os
Dpl, eção de
0de
aosto de
1897.
conrole da prefeitua com a exoneração de
Fm Wneck." Trs s depois do incidnte, Vsconcelos etomou à ribuna p, em ro pronunciamnto, deslir-se
do PRF local. Defnde o poder consituido
e a que deseja cumprir seu mandato sn nnhum compromisso pidário.
A eleição de Cmpos Sales
sicou o aprofundamnto da tndnia
intervncionisa aama refrida. Em
deznbro de
1898,
um pouco mais de umms após a posse do novo presidnte,
foram provadas no Conresso
impones alterações na Lei ânica da
capial que, n linhs eais, terminam
por folecer o papel tutelr da presidncia
da República, em deimnto da posição
arbial do Snado. O novo chefe do poder
execuivo municipal passria a ser nomeado
livremnte pelo prsidnte da República,
sem a aprovação da Ca l, e ficaia no cgo apnas "enquanto bem servisse"
ao chefe do execuivo federal. Ao mesmo
tempo, foram inrodzidos mecanismos no
sistema eleitoral que avoreceram a eleição
de cndidatos da minoria e ponto fora
do esquema dominne do PRF locl.
21.
idem.
..
Ess refonnas form debaidas
mals na imprnsa do que no Conresso.
Oinalmnte, o projeto do ovno a
ainda
s
adical, chando inclusive adefnder a suspnsão tmporia do
Conselho Municipal após o no do
mndato dos intndntes, o que ocoreia
em dezmbro daquele mesmo no. O texto
do projeto, apresnado pelo prlamnr
baiano Seveino Viei,
s
rde Minisroda Viação de Campos Sales, propunha
inda ssr plnos poderes ao prefeito,
salvo "s intevnções coreivs conferidas
iederal."J ao goveno
prlmnr bano,
Coube a ouro
Rui Barbosa,
adversáio políico de Vieira, combater o
projeto, Isto por ele cono
inconsiucional, pelo simples fato de
querer o impossível, isto é, "nsfomar a
cidade do Rio de Jneiro em Washington",
a sede do oveno note-mericano e
melhor expressão de pil neuzada. 2'
No Congresso, o debate foi mono,
apesr dos esforços de alguns
prlmnares cariocas, nre eles Augusto
Vasconcelos, no snido de brr as
refonnas. A oposição nconrava-se
l. Gw
e
No, 8/10/1898.
,. . V: imone o de Ri sa sobre o
a
m eujonl Itsade 11/10/1898. obe a
cpiI norte-mecna, ver o ásssico de GEEN,
Constance Mcaulin. Wasinll: A
y f
m, Ci, 18-1950.Pinceton, New Jersey,
Pinceton Univesity Pe", 1962.
n tnn te desaia após os
episódios de novmbro de
1897;
não havia pono a políico pra se contr aação da maioria que tnou por aprovar
m
texto que aparou as ndncias maisntervncionisas do pojeto oinal de
Severino Vieira.
No podr, Campos Sales adotou
um políica sistemáica de desmonagem da
esrutura a pelos grupos políicos locais dunte a década de
1890.
Para isso,n
e
ouras coisas, procurou rompr coma lS impoante alinça que
undmnava a força desses grupos, ou
sej, a das lidernças republicns radicis
(consituída de liceriss e floiniss)
com o "ângulo". Ns eleições fedais de
1899,
Sales obteve não apnas o apoiopolíico de Vsconcelos e nu Machado, cono mbm interfiu direamnte no
reconhecimnto da elição de Braa
Ribiro pa o Snado, m deimnto de
Xavier da Slveira, candidato do PRF
10cal.S
Cono xpressão desse novo
eqibrio de forçs na capial, surgiu uma
nova aremiação políica, póima ao
goveno federal, que gradaivmnte
S •
obre a nevenção de Cmos Sles
aoíica
da cpial, ver BNS,
D.
!
Ifjm
in.s. Rio de Jniro, José Olympio, 1973, p.
297-298. Ver inda
E,Améico. "Camos
Sles e a República Cica",
: .:Jo e
subsituiia o PRF como cnro de
gravidade da políica local: ea o Paido
Republicno do Disito Federal (PRD).
Como o seu ntecssor, o PDRF nsceu
oficialisa mas logo descmbaria pra a
oposição. Isto porque, na esatéia de
dsmonte promovida pelo govno federal,
não havia espaço pra
s
maor
políico nesse jogo. Para implmnar sua
políica pra a capil, Sales indicou pa a
prefeitura e pra a cheia de políci, nomes
de sua esria connça e sem vínculos
paridrios, que impm políics duras
no que se refre
àquestões orçamns e
de
seurnça.
Em
denados
momntos, Campos Sales chegou inclusive
a azer coro com aluns setoes da
imprnsa que eqüntemne dnunciavm
a existência de raudes nas eleições
ciocas. Pra corroborr com essa tese,
pressionou (com êito) o Poder Judiciio
no snido de nular o pleito mnicipal de
1902."
Foi, no nanto, na presidncia
Rodrigues Alves (1902-1906) que este
processo de intevnão políica na capial
se definiu com maior clareza. Para mudar a
face ísica da cidade do Rio de Jneiro
-projeto cnral da sua adminisração -,
Alves fechou por seis meses o Conselho
" . EE,
Améica. Cmpos Sales e a epúbica
Caica, p.
t. p. 17·0.Municipal e deu caa bnca ao novo
prefeito, o ngnheiro Pa Pssos, para
desnvolver a
s
imonte refoma
urbna do país até não. Form ambém
inroduzidas mudnçs no esatuto políico
da capial que mpm
o leque de
aibuiçõs do pefito em deimnto do
papel políico-adminisraivo do Conselho
Municipal.
Pi
PsSI
àexecução da refoma
urbna, ganhou força a tese de que a capial
deveria ser adminisrada segundo critérios
ténicos e não políicos. Grnde pate da
imprnsa desacava a auação de Pssos na
prefeitura, que
avisto como homem
nérgico e inansigente, e defndia a
necessidade de se mnter a cidade asada
das "inris políics".
Adspito disso,
chegou-se a
macordo em que possível a
reab
ado Conselho, em junho de 1903.
Seja pelo esilo "desssombrado" do
prefeito, seja pela lua dos intndntes m
conquisar maior espaço políico, o fato é
que os poderes execuivo e legislaivo
quase nunca se ntndm e viveriam
sus ainda por
mbom tmpo, nclusive
depois da saída de Passos da prefeitura em
1906.7
m meIO o fogo cuzado, os upos políicos locis ram de recur.
O nigo PRF perdeu expressão, nquanto
que o PRDF se nteve na linha da
oposição sem conronto ou contesação. A
melhor prova desse recuo foi o ato de que
nnhuma lidernça políica canoca de
expressão teve paricipação direa na
conspiração políico-miliar que resultou na
Revola da Vaina de 1904. De todos os
parlmnres ciocs, a única exceção
nesse cso foi a do snador auro Sodé,
que havia sido eleito pelo Disito Fedal
no no antrior à revola. Sodré, no
nanto, a uma igura à parte do jogo
políico local. a m políico de projeção
nacional que, conduzido à Câmara Ala por
uma rnte oposicionisa congreada em
tomo do
Coio a Mnhã,
jogou todas ssuas fichas no sucesso da revola do qual
foi um dos prncipais líderes. Derotado,
pôde volar ao Snado e ao trmino do seu
mndato como snador pela capial, m
1912, voltou a eleger-se pelo Pará, seu
esado natal. Por udo isso, Sodré nunca
deitou raizes políicas mais proundas no
Rio de Jneiro. Inviavehnente, mnteve
se como livre airador.8
8 .
obe
o cono oliic-paidio na cil dunte a vola aV,
vrEIE,
méico.
Etn
1 isifoe
a lllzfo:
oJ Si ta púbica cioca.
io de Janero,Textos
CPDOC, 1997.
Tmbm não foram nos cs
pra Vasconcelos que, sem bater em
reirada, procurou mnter-se aasado do
irotio políico. Na gsão de Cmpos
Sales (1898-1902), pouco subiu à ibuna. m seus pronunciamntos na Câmra
Federal, pssou a priorizr certos tmas
locais, como o etmo problema do
abstecimnto de água na cidade do Rio de
Janeiro.O Na admnisração de Rodriues
Alves (1902-1906), auou ainda de foma
discrea sem, no nanto, dxar de
picipr dos debates que resulm na
siniicaiva redução do papel políico
adminisraivo do Conselho Municipal.
Ao que udo indica, nesses nos de
turbulncia, Vasconcelos procurou r
bases políicas para uuros vôos. Paa isso,
conava com o apoio do depuado fedral
Sá Freire, sobrinho e sucessor políico de
Felipe Cardoso no disrito de Sna Cuz,
m dos vérices do "ângulo". Freire a
advogado de rnome e logo subsia o
líder de Campo Gnde como pora-voz
daquele grupo políico. Vsconcelos
prnecena s na pnumbra e na
ariculação.
O declnio de Rodrigues Alvs na presidncia se confundiu, como sabmos,
pnorma naional. A vitóia de Monso
Pna selia a emernia de m novo
pacto políico que teve impontes
desdobrmntos políicos pra a
reoranização dos gupos políicos
cariocas. O s imponte deles foi a
usão, em 1906, dos nigos rupos
políicos m m nova remiação ambém
dnominada Parido Republicano do
Disito Fedel (PRDF). Eleito snador
em Janetro daquele mesmo ano,
concorrndo cona o seu nigo liado
Tomas Delfino, Vasconcelos chera ao
topo de sua carreira políica. Suas fortes
ligações com Pinheiro Machado llie davam
oa amplo espaço de manobra.
Começava a fase pinheirisa na vida políica
cnoca.
o S enaqr
RpauraNa Prefeitura do Disito Federal
cheara ao m o momnto das ações
espeaculares dos nos de Pereira Passos.
O novo prefeito, ouza guiar, adotou
uma postura s discrea m sua gesão
(1906-1909), volando-se principalmnte
pa questões do dia-a-dia adminisraivo.
O mesmo se daria ns adminisações
postriores de Szedelo Coreia
(1909-9 •
Vr
pronuncmentos de Augusto deVasconcelos sobre o ea m
Ans o Cmra
os
1910), nto Ribeiro (1910-1914) e
ivadávia Corêa (1914-1916).0
O quadro políico-insiucionl da
capial ambm não soreria maiores
alterações até o tmino da ma
República. O Consellio Municipal, mesmo
limiado em seu raio de ação, coninuou a
exercer as suas aibuições adminisaivs
e, por ISSO mesmo, manteve ca
influncia políica na composição da
máquina govnamnal.
Este novo quadro trminou por
mosar-se bastante favorável aos rupos
políicos cariocs renidos m tomo do
PRDF. A gremiação tomou-se o pólo de
aração de diversas lideranças e mnteve-se
como principal elemnto de coesão políica
na capial até as mortes de Pinheiro
Machado e Auusto Vasconcelos, ambs
no ano de 1915. Durante quse a década, Machado exerceu forte influncia
na políica da capial. Com seu presígio, foi
responsável pela indicação do nome de
Rivadávia Corrêa para a prefeita carioca
em 1914. Não por acaso, o PRDF, sob a
batua de Vasconcelos, se nsformou em
DplJi, sesses de 31/10/100 e 21/11/100. 0 • obre a ao dos preitos caicas da Pa úbic, ver
NORONA ANTOS,
F.A A= o
,iZfQ I
e
oi fos o
to Ferl Rio de Jniro,
O
GWBO,
1945;ver na
EIS,
Jé e
Oia O io
e
JIo e
S
fiD: oçQ
J<a o .
Rio deseção do Parido Republicno Conservador
(PR), armiação nacional concebida e
a
pelo snador gaúcho "
O
preço desse alinhamnto direto
(e original) com o poder cnl foi bm
lto. Gnde parte da imprnsa era
cona a Pinheiro Machado; e como já
ocorera em meados da década de 1890,
Vasconcelos se tomaria alvo consnte de
jonais e políicos oposicioniss. Volia o
apelido - "apadua"-, agora acresido
da nobre unção pública snatoL
Vasconcelos icou no Snado por
quase 10 anos. Inicialmnte, manteve sua
posura moderada e também proposiiva
quan to
àoanização políica da capial.
Nos nos de 1906 e 1908, pronunciou-se
alumas vezes conra os vetos do prefeito
apostos em relação
oorçmnto votado
pelo Conselho Municipal. A pair de 1909,
porm,
começou
a
reduzir
consideravelmente sua presença nos
debates políicos. Naquele ano, seu único
pronunciamnto políico referiu-se ao
"caso
do
Conselho
Mnicipal",
acontecimnto que nvolveu a duplicação
daquela casa legislaiva e o seu posteior
11 •
obre a foça poliica do lider gaúcho
aPa Repúbica, ver DS,
nne. Pols
tt
tmt
11 1(1889-1930). Pais, Univem!!
de Pais V
-
oronne, 193, p.
3413. obre a
inluência de Pinheiro na capital edeal, ver
CATRO, etóio
e. A
pÍb5ca qMt a olço
Dtstiu. Bia, UnB, 1982, p.
232.
fechmnto pelo podr cnal. s
arde,
duante a gesão de Hemes da Fonseca
(1910-1914), o episódio resultou m um
sério conflito de competncias nre os
poderes execuivo e judiciio no plno
fedeal."
Este episódio ocoreu m plna
cmpnha presidnl de 1909/10, em
que, pela primeira vez na Repúblic, houve
ares de dispua eleitoral. Aproveindo-se
da populaidade obida por Rui rbosa na
capil, almas lidernças
cnocs,
capianeadas pelo depuado federl Irineu
Machado, percebram que havia chegado o
momnto de se buscar
aaltnaiva
àhegemonia do pinhirismo na cpial."
Consituiu-se não
acorrnte políica
civilisa que, nre 1910 e 1915, disputou
acirradamnte o conrole do campo
políico carioca com o pinhismo.
No plito fedral de 1915,
Vasconcelos
s avez cnirmou sua
lidernça se reelegndo para o Snado.
Desde o "episódio do Conselho Muniipal,
o ex-líder do "ângulo" praicmnte
abandonara a ibuna- Não fez nnhum
pronuniamnto de expressão m seu
2
.
Vr
o Hcaso do Conselho ipal"
mNCO, onso inos de Melo.
Um ta a
pÍb5ca.
Rio de Jo, José Olmpio, 1955, v.
11, p.688-60.
•
úlimo no de mndao como snador pela
capil da República.
A moe de Vsconcelos, no nl
daquele mesmo ano, poduziu imporntes
mudanças no cnário políico loal. A s
imponte delas foi a supração da referida
polzação existnte nre o pinheirismo e
o civilismo que, a pir de gora, deixava
de azer snido. Foi possíve� não, a
ciação de a nova agremiação pi,
a liança Republicna que, como O PRF e
o PRDF, foi capaz de reunir divesas
lideranças políicas criocas m tomo de
um proama de carátr autonomisa. A
principal lidernça do novo parido coube
ao engnheiro e professor Paulo de
Fronin, nigo aliado de Vsconcelos.
A ordnação políica canoca até
não se baseava ambm no esito
conrole do alisamnto eleito�
promovido pelas lidernçs e grupos
interessados m mnter e ganir suas posições políicas. m função disso, o
eleitorado do Disrito Federal se mninha
muito pequno, quando comprado aos
demais esados brasileiros. Com o
desaprecimento de Vsconcelos, houve
melliores condições políicas para que
promovesse uma expessiva ampliação do
corpo eleitoral da capial. Não é dificil de
se nr que a medida esteja na origem
da impoante rnovação que se processou
no quadro s lidenças políics ciocs
na década de
1920."
ComenioI
tsNão nos prece que ha a pna
retomos todo o nosso argumnto
ness plavras ns. Espmos apns
que tnha iado clro pra o leitor que
esmos lidando com um ipo de lidernça
políica que influiu sobrneira na
ordnação do cmpo políico carioca na
Primeira República. Isso posto, raemos
gora de ampliar um pouco s o escopo
de nossa análise por meio de algumas
proposições. Vamos a elas.
1.
Vsconcelos expressou a forçado localismo e da "políica miúda" na
maior e s impornte cidade brasileira
naquele começo do século. A capi� palco
da políica nacion� produziria ribunos e
rebeldes, mas fundava a sua políica, como
os demis esados, na aividade políica de
ocupação de espaços públicos, na
rregimntação eleitoral forçada e na
raude.
Os prmClpals gupos que
dominarm a República mniveram a
4 •
obe a nova ica oíica cica
adcada
de 10,
rONNIF,
ihJ.UJn
Pas
nBr.· h, r,
f m (1920.1945). isbh
Pess, 1981.
. .
---'
-f!,
't,C� "
1 .-,
"
-•
aiude dúbia em relação à pemanncia da
capial como
wms
políico. m umprimeiro momnto, aam a quesão
como go inrnte ao rime; fomou-se
não uma esua políica locl nos
moldes s oligarquias regionis. Após a crise de
1897,
adotou-se a nova políicabaseada na oupação de espaços pelo
poder cnl e no dscrédio do JOgo
políico local. O modelo de neuzação
baseado na experincia note-merina
nos moldes de Wshngton cheou a
rondar, s nnca chegou a sr
inteiramnte aplicado em nossa legislação.
Finalmnte, chegou-se a um ceto ponto de
equihbrio em que as forças locais
reconhecerm a impossibilidade de
reversão desse quadro, e am de
mnter os pequnos espaços políicos até
enão conquisados.
Nessa esatégia defnsiva, foi de
fundmnal imporância uma lidernça
com o pil de Vasconcelos, que conseguia
reuntr o apoio do condesável Pinheiro
Machado e de siniicaivs bses locis.
Com o desaparecimnto de Vsconcelos, a
situação políica não soreu maIOres
modificações até o tmino da Pimeira
República. Mnteve-se, inda por muitos
nos,
o ríio o issnso.
2.
A historioa pouco abordouesse "lado obscuo" da políica rioa, a
não ser a rr a tese de que udo
aquilo , nada mis, nada mnos, do que
a expressão de um fnômno mais geral
relacionado à foma pela qul a República
ncinhou (ou desncaminhou) a quesão
da cidadania políica no pis."
m relação a Vsconcelos,
acontece mais ou mnos a mesma coisa.
Há poucas refrncias à sua lidernça na
historioa e, quando istem, assumem
em el um tom que resvla mais pa a
cricaa. Afonso inos, por exmplo,
em pssgem sobre O referido "cso do
Conselho Municipal", em que im
rn te a n
e
Hmes da Fonsea e RuiBarbos, chega a char o líder políico
carioca, que fomou com Hemes e lhe
dava sustnação políica na capital, de o
"velho soba do são carioca", ou seja,
a remniscência de lidernça
ficana
presnte nos rredores da capil do pis.
Na cornte nraiva do autor,
Vsconcelos a a melhor xpressão s
revs, da ignorânci, enim, um
conaponto perfeito à rzão eprssa pela
força do Direito defndida na ocasião pelo
conselheiro Rui Brbosa. Infelizmnte, o
•
análise sobre a persongem em quesão,
valndo-se apns de a boa expressão.6
3.
Neste teto promos mosara história não foi nm ão simples e nem se
resume a esquemas analíicos mrcados
pelo velho problema da dicotomia. O jogo
políico na capial nos pareceu bem mais
complexo. Por s sufonte que fosse a
presnça do poder cn i m sua sede,
houve possibilidade de se r, m
determinados momntos, esuturs
políics locais com razoável expressão
políica e social. Nesse caso, chama a
atenção o papel de Vasconcelos e de ouros
membros do "ngulo", como gentes
impones
esuturas.
na consituição dess
O mesmo, no nnto, não se pode
dizer de lidernças de pl S
nacionzado que auavam no campo
políico cnoca. m , estes se
tomavm livre-airadores,
olUis,
1capazes de penecerem iéis mesmo
aos tnues liames paridários. Nesse
senido, o exemplo mais expressivo, denre
muitos ouros, foi o do advogado e
professor lrineu Machado. Jacobino de
"primeira água", Machado elegeu-se
l5
. Ver, or exemplo, CARVLHO, José M.
OS
iiZo: o io
"]11o
,o pibico
qM'no
fi.
São Plo,
a ds es, 1987.,. . ARINOS, Afonso Ainos de Melo. p.
to p. 689.sucssivamn te depuado federal pels
rs
urbnas da cidade do io de Jneiro.Após nvolver-se direamnte na
conspiração cona o govno de Pudnte
de Moris, passou a ador a ação de
cáter mais modrada, tomndo-se aliado,
em ctos momntos, da corrnte
comndada por Vasconcelos. Devido s
suas relações com ui Brbosa,
ansfomou-se em líder da conte
civilisa, assumindo a vnarda da lua
conra O hemismo e o pnheirismo na
capial até a mote do polmico prócer
gaúcho. Mis arde, envolveu-se no amoso
cso s "cas falsas" cona Artur
Bemardes, O que lhe rndeu a "degola" nas
eleições snatoriais de
1924.
Eleito snadorem
1 926,
terminou a vida políica apoindoo goveno de Washingon s."
Na Primeira República brsileira,
esta conduta erráica não foi exceção nem
regra. Esava inteiramnte nquadrada ao
padrão políico da época, marcado ainda
fortmnte pelo prsonlismo e pelos
constantes desequilíbrios do JOgo
oárquico. Como ouros políicos de
pl congnere, Machado, sem tnalores
problemas, conciliava a práica políica das
clin telas com o desabrido discurso
oposicionisa e niolirquico.
•
•
m o mesmo capial políico e sem
o mesmo carisma, lidançs como a de
Vsconcelos seam um cminho
diverso. A nrada na vida pública
costumava ocorr por duas s: pelos
conatos por "a", s mbém e
principalmnte pela consistncia de a
bse eleitoral sea em seu disrito de
oriem. Os msmos aributos, lém de uma
capacidade de ganjar apoios m ouos
disritos, poderiam ganir cargos federais
no futuro. Este foi o cso de Vsconcelos.
Se adonnos a classificação
adoada por Robrt Dahl, pode-se armar
que Vasconcelos foi inegável e
coerntmnte um "políico negociador" ."
Não há raços de radicalização em seu
discurso ou mesmo de defesa inansigente
de princípios.
Pi
sJU
à sua scnsão navida políica, asa-se ambém da ibun,
passando cada vez s a adoar uma políica de basidores. Em nnhum
momnto, prde o conrole sobre as sus
bases eleitorais e smpre proca mnter as
poas aberas para a negoCiação com O
goveno federl.
4.
Para concluir, podmosavnçar um pouco mais no snido de
sugerir a seguinte e lra proposição pra
uuras pesqutss: Vsconcelos Sa a
xpressão de uma
iÕo onJiuio
dapolíica formal na cidade do Rio de Jneiro,
que se cacteizou por
od,
11raneJ
emboJ,
a poUica cientlJa
ea uão
pi.
Esa radição, possivelmnte inaugada no impéio, deitou raízes naRepública e até hoje marca fotemnte a
culua políica crioca.
" . Vr
Roet
Dl, rt
oto Io,
Bsia,
itoa
da Uvesidade deBsia, 1988,
DE TENENTE
CIL A
PREFEITODO POVO
A
rajetória poíia de Pedro EnstoClos Edudo B.
Smnt"
A
políica carioa nos anos30
tm claramnte n o noteador: assucessIvs alteações m seu esauto
políico provocadas pelas mudnças nos
rumos do projeto políico de Vs na
presidência. Capil da República e cnro
nevoso de sua vida políica, o n ão
Disrito Federal oscilava nre proposas de
abertura de seu campo políico, embuidas
ns plaaformas autonomisas, e de
cerceamnto da atuação ds lidernças
locais aravés da ação ntvniva do
govno federal. Podemos idniicar como
ponto refrncial deste iineráio a
rajetória políica do médico,
revolucionário, intervntor e prefeito da
cidade Pedro Enesto Baisa. m tomo de
sua liderança políica o cmpo políico
canoca buscou VIs de organzação,
tomndo-o wn dos ícones da memória políica da cidade. Obsvr o prcurso
políico de Pedro nesto durnte a década
em quesão toma-se, pornto, n exrcício de reflexão imprescindível acerca
" Pesquisador do CPOC/FGV, Mesre em
Históia il elo PPGHIS/IFCS/RJ e
das cracterisicas fundmnais da vida
políica da não mais imporante idade
brasilira.
Pedro Enesto Baisa nasceu na
capial pnmbuna no
a 25
desetembro de
14.
Ptncnte a a famlia de pequnos comerntes, desdecedo deidira-se pela careira médica, em
seu ntnder a aividade "sublime" que aproimava os homns de seus s.
A
vinculação de seu pai, Modesto do Rego
Baisa, aos meios maçônicos recifnses
teia sido a das s fotes nfluncis na fomação da psonalidade de Pedro
Enesto, levndo-o a escolher a proissão que o aproimasse de n idal hniio assistnsa. 0 Tndo
concluído sua fomação escolr básica em
Recife, .
.
mgressana na Faculdade de
Medicina da Bahia, de onde postiomnte
se nsfa para a Capial Fedral, m
busca de wn melhor nsino e de maiores
possibilidades pra o início de sua careira.
Doutorando m Históia
lna mesma
insituição.
0
obre esta posição ver os comnios
manuscritos de uma entaiva de esoço
autobioico de Pdro Emesto
DOdossiê
•
Sustnndo-se financeiramnte com
muias dificuldades, recebeu o convite para
tomar-se auiliar no consultório do médico
Augusto do l Pxoto como a ande
oportunidade de inserir-se nos meios
profissionais, sndo muito bm sucedido
em seu primeiro oicio médico. Além do
cráter esriamnte profissional, O conato
com a fa ml Peixoto ambém
marcia a inrodução de Pedro Enesto na
vida políica, principalmnte devido à
amizade que esabeleceria não com os
filhos do Dr. Augusto, Enani e Augusto
Jr., Jovns oiciais da mada que
postiomnte liar-se-iam aos setores da
oposição miliar ao govno r
Bemardes. Fondo-se em
1908,
Pedronesto logo se casana com Maria
Evngelina Durte, ntusiasmado com a
promissora cra que se lhe abria. Sete
anos após sua formatura era nomeado
diretor da clínica cirúrgica da Policlínica de
Boafogo, de onde sairia pra monar sua
própria casa de saúde, espezada em
obstericia, cirurgia e ginecologia.
Médico conceituado, com grande
repuação n toda a cidade, Pedro nesto
desenvolvia em sua clínica m serviço de
assistncia médica aia à população
pobre do Rio de Janeiro, atndndo
principalmente a comunidade de imigrantes
portugueses pobres da região do Bairro de
Fáima. Sndo idniicado como
bnmrio da colônia lusiana, Pedro
neso passaria a receber doações dos
ricos comerciantes pouuses, o que lhe
propiciou a consuão de a nova asa
de saúde, siuada à ua Hnrique Vres,
inaugada em
1924.
Paralelamnte à suaaividade médica começia neste píodo a
se nvolver mais direamnte com o clima
de iação políica que marcaria a década
de
1920.
Em junho de1922,
aravés doproseliismo do capião José Aníbal Duarte,
primo de sua esposa e ajudan te-de-ordns
de Hemes da Fonseca, Pedro nesto
ravou conhecimnto com o levnte do
Forte de Copacabana, lançando-se s s
pra assoar-se aos Jovns tnntes
sublevados. Não consegwu, contudo,
picipar ds ações daquele
5
de julho,cheando ao bairro litorâneo pouco depois
do m ico da marcha heróica dos
rebelados. o sangue nas areias de
Copacabna marcaria profundamnte o
médico, que passna a acompnhar
atentmente os movimntos rebeldes da
jovem oicialidade e a oposição civil ao
govno federal.
Pedro Enesto, que chegou a
paicipar do levante liderado pelo
n te Protógnes Gães, sena preso ao m da rebelião de julho de
1924,
•
ingressando definiivamente nas linhas
revolucionárias. Valndo-se da inra
esrutura propiciada por sua csa de saúde,
o médico
aa oranizar uma rede de
apoio aos miliares ainados com as
proposas tnnisas na cidade do Rio de
Janeiro.
Socorrndo
revolucionáios
feridos, dando abrigo a giivos e
nsporando
sm suas mbulâncias,
Pedro Enesto seria ironicamnte apelidado
de "mãe dos "tnntes", mas consolidava
assim a sua posição de elmnto aiculador
nre os miliares revolucionários e as
lidernças civis, vetor este que só viria a ser
consolidado aravés da Aliança Liberal.
Tendo
picipado
aivamente
da
cmpnha presidncial de
1930,
após a
deroa da chapa aliancisa nas umas Pedro
Enesto sria um dos elemntos de conato
enre os políicos que integravm a Aliança
e os tnentes, esabelecndo s bases
daquele que
aa ser o movimnto
revolucionário que deporia o presidente
Washington Luis em outubro daquele
mesmo ano. Mntndo comunicações com
Oswaldo Aranh, Lindolfo Collor e Vio
de
Melo
Frnco,
Pedro
Enesto
nsfomava-se em elemnto esratégico
na aiculação golpis, principalmente por
não sr reconhecidamnte um políico de
oposição, o que levanava poucas suspeitas
em relação
àsua condua na capital federal
por pate das forças de repressão ao
movimnto.
svéspers do
amrcado
paa a deão do levnte,
3
de
ouubro, a polícia do Disrito Federal
descobia o anspoe de
mntos em
uma
sambulâncis da Casa de Saúde
Pedro nesto, o que o forçaria a deixar o
Rio umo a Belo Hoizonte, onde
organizaria o corpo r de médicos das
forças revolucionáias.
A
chegada de Varas ao poder
esabeleceria novos rumos para a careira
políica
de
Pedro
nesto.
mreconhecimnto
ao
seu
papel
nas
conspirações revolucionáris, receberia a
patnte de tnnte-médico da reseva do
exército brasileiro, tomndo-se assim o que
se convncionou dnominar de "tnnte
civil". Esa insígnia, quase um ítulo
honoríico, consubsnciava a aproimação
do médico pnambucano com os nigos
tnntes, os revolucionários da década
nterior que ele ada e com os quais
Iera
a
auar
poliicamnte.
Nesa
designação estava consolidada aquela que
inha sido a pincipl conribuição de
Pedro
Enesto
ao
movimnto,
a
aprofiação e o dilogo nre elmntos
OlS